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MARÇO / 202342 REVISTA PROTEÇÃO
DETECÇÃO DE GASES
quando ocorrem múltiplas mortes 
durante um resgate, a maioria das 
vítimas são “supostamente” resga­
tistas.
Entre 2011 e 2018 pelo menos 
1.030 trabalhadores morreram em 
decorrência do trabalho em espa­
ços confinados. No Bureau of Labor 
Statistics, o CFOI (Census of Fatal 
Occupational Injuries) destaca que 
o menor número ocorreu em 2012 
com 88 mortes e o maior no ano de 
2017, com 166 vítimas fatais.
A Indústria 4.0, por sua vez, tam­
bém chamada de Quarta Revolução 
Industrial, engloba um amplo siste­
ma de tecnologias avançadas como 
inteligência artificial, robótica, 
in ternet das coisas e computação 
em nuvem que estão mudando as 
formas de produção e os modelos 
de negócios no Brasil e no mundo.
Neste sentido é que uma refinaria 
Sistema on-line para monitoramento em espaço confinado é aplicado com sucesso
Monitoramento 24 horas
Glauco Godinho, Bruna Brito, Fabio Marcelo Ferreira Marques e Klebio Barbosa Coelho
Glauco Godinho - Gestor em Segurança 
Empresarial, Especialista em Sistemas de 
Segurança do Trabalho, Especialista em Saúde e 
Segurança na Hydro Alunorte.
glauco.godinho@hydro.com
Bruna Brito - Técnica em Segurança do Trabalho, 
Especialista em Higiene Ocupacional, TST na Hydro 
Alunorte
Bruna.Brito@hydro.com
Fabio Marcelo Ferreira Marques - Engenheiro de 
Produção e de Segurança do Trabalho, Higienista 
Ocupacional, Físico, Gerente de Gestão de HS 
Fabio.Costa.Carvalho@hydro.com
Klebio Barbosa Coelho - Engenheiro Eletricista 
com Pós-graduação em Gestão de Projetos, 
Manutenção Industrial e em Gestão de Contrato, 
Gerente de Contratos na Hydro Alunorte
Klebio.Coelho@hydro.com
A Norma Regulamentadora nº 33 
­ Segurança e Saúde no Trabalho 
em Espaços Confinados ­ passou 
por revisão recente com a Portaria 
nº 1.690, de 15 de junho de 2022, e 
está em vigor desde 3 de outubro do 
ano passado, aperfeiçoando ainda 
mais tecnicamente o texto de sua 
primeira edição, que é de 22 de 
dezembro de 2006.
No decorrer de mais de 15 anos 
de existência, a NR 33 tornou­se 
uma das mais importantes NRs, 
quer pela qualidade técnica do 
texto e aplicabilidade, quer pela 
necessidade de prevenção, uma vez 
que a área possui elevado potencial 
de acidentes de trabalho graves ou 
fatais e, especialmente, pela adesão 
de empresas e profissionais em sua 
efetiva implementação.
Anualmente, nos Estados Unidos, 
ao redor de 2,1 milhões de trabalha­
dores adentram em espaços confina­
dos. De acordo com estatísticas do 
NIOSH (The National Institute for 
Occupational Safety and Health), 
aproximadamente 60% das mortes 
no trabalho em espaços confinados 
são de resgatistas. Sobre isto, a 
OSHA (The Occupational Safety and 
Health Administration) relata que 
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MARÇO / 202344 REVISTA PROTEÇÃO
DETECÇÃO DE GASES
produtora de alumina da Região 
Norte tem implantado em seu siste­
ma de gestão de Saúde e Segurança 
diversas tecnologias com destaque 
especial ao atendimento da NR 33 
por meio do monitoramento on­line 
de detecção de gases. A empresa 
possui 1.477 espaços confinados 
cadastrados com cenários e riscos 
diversos. A prioridade maior ao se 
investir em tecnologias de última 
geração é garantir a integridade dos 
empregados de modo que se possa 
trabalhar eficazmente na prevenção 
de acidentes.
EQUIPAMENTO
Os detectores multigases utilizados 
em espaços confinados possuem tec­
nologia avançada capaz de monitorar 
até cinco gases enquanto fornecem 
visibilidade em tempo real da segu­
rança dos trabalhadores, incluindo 
seu estado de alerta atual. O aparelho 
atua em situações de detecção de ga­
ses tóxicos, inflamáveis ou ausência 
de oxigênio e o seu alarme considera 
limites de tolerância de cada gás 
conforme calibração do equipamento 
e as indicações normativas. O opera­
dor do centro de controle consegue 
visualizar através de um mapa via 
satélite qual gás foi detectado, sua 
concentração e a localização exata 
do empregado e então aciona o CCO 
(Centro de Controle Operacional) 
que, por sua vez, acionará a Brigada 
de Emergência.
Um detalhe importante é que se o 
empregado desmaiar por deficiência 
de oxigênio ou pela ação de gases 
tóxicos ou por qualquer outro moti­
vo, o aparelho alarma também para 
o CCO e a Brigada de Emergência é 
acionada.
No caso de queda de trabalhadores, 
o aparelho detecta a queda em caso 
de mal súbito e alarma para o CCO 
e ocorre o acionamento da Brigada. 
O aparelho tem ainda um botão de 
emergência ou anti pânico que tam­
bém alarma para o CCO que aciona a 
Brigada. O empregado pode também 
interagir com o Centro de Controle 
Operacional via rádio pelo aparelho, 
caso esse recurso esteja ativado, ou 
por SMS.
Com conectividade celular in­
tegrada e visual via satélite, as 
configurações dos dispositivos são 
hospedadas em nuvem e ferramentas 
de gerenciamento de alerta lhe dão o 
controle final de sua rotina. O sistema 
permite o acompanhamento integral 
dos empregados por 24 horas pelo 
Centro de Controle de Ocorrências, 
além de facilitar a análise de dados e 
os relatórios de conformidade (veja 
Figura Fluxo operacional).
Todos os potenciais incidentes de 
segurança são comunicados à equipe 
de monitoramento em tempo real, 
emitindo sinais de alertas (queda 
de pessoas, ausência de movimento, 
detecção de gás) que serão encami­
nhados ao portal juntamente com o 
posicionamento por GPS demonstra­
do em mapa da refinaria em questão, 
que pode mobilizar os brigadistas 
para a localização exata de um em­
pregado. A manutenção dos equipa­
mentos é realizada in loco 
por um profissional dedi­
cado com uma estrutura 
de laboratório disponível 
onde também são realiza­
das as calibrações.
GANHOS
A unidade industrial em 
questão possui um time 
especializado em espaços 
confinados composto por 
equipe multidisciplinar 
com profissionais de di­
versas áreas que fazem 
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No centro de controle visualização via satélite fornece informações sobre o gás detectado
REVISTA PROTEÇÃO 45MARÇO / 2023
a gestão desse processo juntamente 
com a equipe de Saúde e Segurança 
do Trabalho.
O sistema tem proporcionado ga­
nhos extraordinários, os indicadores 
gerados são registrados em um siste­
ma de gestão (IMS – Sistema de Ges­
tão de Incidente) no qual as ações 
são gerenciadas com visibilidade para 
toda a liderança e empregados envol­
vidos, o que tem ajudado de forma 
assertiva na prevenção de acidentes. 
Com este sistema a empresa coloca 
em prática seus maiores valores: o 
‘cuidado’ garantindo a segurança 
de seus empregados, a ‘coragem’ de 
inovar buscando novas tecnologias e 
a ‘colaboração’ envolvendo profissio­
nais de todos os setores da empresa. 
O investimento em modernas tec­
nologias e ações estratégicas para o 
atendimento da NR 33 são instru­
mentos indutores da prevenção de 
acidentes no trabalho em ambientes 
confinados, que apresentam poten­
cial de consequências para a integri­
dade física e a vida dos funcionários. 
Esta inovação sobre o 
monitoramento on­line 
de detecção de gases ­ 
considerada de ponta, 
visto ainda pouquíssi­
mas empresas no país 
possuírem este sistema 
de maneira completa ­, 
se insere nos conceitos 
da Quarta Revolução 
Industrial. Proporciona 
integração de tecnolo­
gias tendo como viés a 
combinação sinérgica 
da proteção dos traba­
lhadores com a realiza­
ção das atividades em 
atmosferas perigosas de espaços 
confinados em prazos planejados, 
com a requerida qualidade e com 
resultados esperados. 
A melhoria progressiva e contínua 
das condições e ambientes de traba­
lho com a utilização das mais recen­
tes tecnologias de prevenção, na bus­
ca pelo trabalho seguro e saudável, 
deve ser compromisso das empresas 
que têm como pressupostos uma 
resolutiva governança corporativa e 
um qualificado processo de respon­
sabilidade social como elementos 
estruturantes de seus negócios.
REFERÊNCIAS
https://ohsonline.com/articles/2018/08/01/we-must-change-
the-statistics-of-confined-space-injuries-and-fatalities.aspxhttps://www.bls.gov/iif/oshwc/cfoi/confined-spaces-2011-18.
htm
?????????
Tela de monitoramento on-line

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