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Historiografia da Escravidão no Brasil - AULA 1

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📌 RESUMO DETALHADO – CAPÍTULO 1 
(Historiografia da Escravidão no Brasil) 
O capítulo aborda como diferentes gerações de historiadores interpretaram a escravidão no 
Brasil, mostrando que a visão sobre o tema mudou ao longo do tempo conforme os 
contextos sociais, políticos e acadêmicos. 
1. Século XIX e início do XX 
● A preocupação era criar uma narrativa nacional após a Independência. 
 
● Von Martius (1844): destacou os “três elementos” da formação do Brasil (brancos, 
indígenas e negros), mas colocando os portugueses como força principal e os 
demais em posição subalterna. 
 
● Januário da Cunha Barbosa (1839): criticou a escravidão, mas defendia catequese 
indígena em detrimento dos africanos. 
 
● Varnhagen (1857): escreveu a História Geral do Brasil, minimizando a importância 
africana, descrevendo a escravidão como relativamente “suave” no Brasil e 
associando africanos a estereótipos (sexualidade, alegria, força física). 
 
● Outros autores do período, como Joaquim Nabuco, Perdigão Malheiro e Nina 
Rodrigues, também tocaram no tema, muitas vezes influenciados pelo racismo 
científico. Manoel Bomfim, em contrapartida, criticou essas teses raciais. 
 
2. Gilberto Freyre e seus discípulos (1930 em diante) 
● Casa-Grande & Senzala (1933): obra central que introduziu os africanos como 
protagonistas na formação da sociedade brasileira. 
 
● Destacou a família patriarcal como chave explicativa, com a metáfora 
casa-grande/senzala. 
 
● Enfatizou a influência africana na cultura, alimentação, religião e sexualidade, 
apresentando os portugueses como “plásticos” e adaptáveis. 
 
● Foi considerado moderno por valorizar a contribuição negra, mas criticado por 
exagerar o “elogio ao negro” e pela visão de “democracia racial”. 
 
● Sua obra influenciou autores no exterior, como Frank Tannenbaum (1947), mas foi 
rejeitada pela Escola Sociológica Paulista, que a considerava pouco científica e 
conservadora. 
 
3. Escola Sociológica de São Paulo (1950–1970) 
● Liderada por Florestan Fernandes e Roger Bastide, criticou duramente a ideia de 
“democracia racial” e a suposta benevolência da escravidão. 
 
● Interpretava o escravo como sujeito à “anomia social”, reduzido à condição de 
“coisa”. 
 
● Fernando Henrique Cardoso e Suely Queiroz reforçaram essa visão, enfatizando 
a desumanização do escravo. 
 
● Essa abordagem foi criticada mais tarde por ignorar as estratégias de resistência e a 
vida social dos escravos. 
 
4. Historiografia dos anos 1980 
● Representou uma renovação, especialmente no contexto do centenário da abolição 
(1988). 
 
● Valorizou o escravo como agente ativo, capaz de resistir, negociar e criar 
estratégias de sobrevivência. 
 
● Destacou temas como família escrava, brecha camponesa, alforrias, redes 
sociais e quilombos. 
 
● Autores de destaque: Jacob Gorender, Ciro Cardoso, Kátia Mattoso, Stuart 
Schwartz, John Monteiro, Silvia Lara, João José Reis, Manolo Florentino, 
Sidney Chalhoub, Hebe Mattos, entre outros. 
 
● O conceito de “negociação” foi central: resistência não só por rebeliões, mas 
também por ajustes cotidianos. 
 
5. Produções recentes (1990 até hoje) 
● Ampliação dos estudos para diversas regiões do Brasil. 
 
● Novas abordagens: histórias de vida, quilombos, alforrias, uso do direito pelos 
escravos, economia e redes familiares. 
 
● Autores como Rafael Marquese, Keila Grinberg, Beatriz Mamigonian, Flávio 
Gomes, Francisco Vidal Luna, Herbert Klein, Iraci Costa trouxeram perspectivas 
quantitativas, sociais e jurídicas. 
 
● Ênfase nas micro-histórias, nos processos de resistência e nas relações complexas 
entre escravos, libertos e senhores. 
 
👉 Síntese: 
 O estudo da escravidão no Brasil evoluiu de uma visão elitista e eurocêntrica (século XIX), 
passando pela valorização cultural e social (Freyre), pela crítica estrutural e desumanizante 
(Escola Paulista), até chegar às visões mais recentes, que reconhecem o escravo como 
agente histórico ativo, ressaltando sua resistência, negociação e papel na construção da 
sociedade brasileira. 
 
📖 QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 
(com gabarito no corpo) 
1. A historiografia do século XIX sobre a escravidão no Brasil era marcada por: 
 a) Valorização plena da cultura africana. 
 b) Silêncio ou minimização do tema. ✅ 
 c) Enfoque exclusivo nos indígenas. 
 d) Reconhecimento da resistência escrava. 
2. Von Martius defendia que a formação do Brasil resultava: 
 a) Apenas da ação portuguesa. 
 b) Da fusão entre brancos, indígenas e negros, mas com supremacia portuguesa. ✅ 
 c) Do protagonismo indígena. 
 d) Do equilíbrio entre as três raças. 
3. Qual autor do século XIX descreveu a escravidão brasileira como “mais suave” que a 
norte-americana? 
 a) Joaquim Nabuco. 
 b) Varnhagen. ✅ 
 c) Nina Rodrigues. 
 d) Manoel Bomfim. 
4. Qual autor do século XIX rejeitou o “racismo científico” e criticou o preconceito racial? 
 a) Nina Rodrigues. 
 b) Von Martius. 
 c) Manoel Bomfim. ✅ 
 d) Januário da Cunha Barbosa. 
5. A obra Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, destacou: 
 a) A família patriarcal como chave da sociedade brasileira. ✅ 
 b) A ausência de influência africana. 
 c) A igualdade entre brancos, negros e indígenas. 
 d) O protagonismo indígena na colonização. 
6. Segundo Freyre, os portugueses eram: 
 a) Incapazes de se adaptar aos trópicos. 
 b) Rígidos e inflexíveis. 
 c) “Plásticos”, adaptáveis e influenciados pelos africanos. ✅ 
 d) Superiores em tudo aos africanos e indígenas. 
7. A Escola Sociológica de São Paulo criticava a obra de Freyre porque: 
 a) Considerava sua visão elitista e europeia. 
 b) Achava que ele exagerava na crítica à escravidão. 
 c) Julgava que ele apresentava a escravidão como benevolente. ✅ 
 d) Afirmava que ele ignorava os portugueses. 
8. Para Florestan Fernandes, a condição escrava era marcada por: 
 a) Capacidade plena de resistência. 
 b) Anomia social, reduzindo o escravo à condição de “coisa”. ✅ 
 c) Reconhecimento jurídico de direitos. 
 d) Igualdade social com homens livres. 
9. Fernando Henrique Cardoso, em Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, defendia 
que: 
 a) O escravo era uma peça “coisificada”. ✅ 
 b) O escravo tinha plena autonomia social. 
 c) A escravidão era apenas psicológica. 
 d) O escravo era equiparado a um trabalhador livre. 
10. A historiografia dos anos 1980 se destacou por: 
 a) Reforçar a ideia de escravo “coisa”. 
 b) Introduzir o conceito de “negociação” e resistência cotidiana. ✅ 
 c) Reafirmar a visão de Freyre sem críticas. 
 d) Negar a violência do cativeiro. 
11. Qual autor introduziu o conceito de “brecha camponesa”? 
 a) Stuart Schwartz. 
 b) Ciro Cardoso. ✅ 
 c) Jacob Gorender. 
 d) Kátia Mattoso. 
12. A obra Ser escravo no Brasil (1979), de Kátia Mattoso, destacou: 
 a) O papel do liberto como intermediário social. ✅ 
 b) A visão de escravo como coisa. 
 c) A inexistência de famílias escravas. 
 d) A escravidão como benevolente. 
13. A obra Segredos internos, de Stuart Schwartz, analisou: 
 a) Apenas a economia açucareira. 
 b) A longa duração da vida social dos escravos e suas estratégias. ✅ 
 c) A superioridade portuguesa sobre africanos. 
 d) O tráfico apenas no Rio de Janeiro. 
14. A historiografia recente é marcada por: 
 a) Ênfase nas micro-histórias, famílias e resistências. ✅ 
 b) Exclusivo foco no tráfico atlântico. 
 c) Retorno às teses raciais do século XIX. 
 d) Negação da agência escrava. 
15. O conceito central que diferencia a historiografia dos anos 1980 e atuais das anteriores 
é: 
 a) Escravo como passivo e incapaz de ação. 
 b) Escravo como protagonista, capaz de negociar e resistir. ✅ 
 c) Escravo como elemento secundário da história. 
 d) Escravo como totalmente alheio à vida social. 
 
Quer que eu monte também um quadro comparativo (século XIX – Freyre – Escola 
Paulista – anos 1980 – recentes) para facilitar a visualização das mudanças de 
interpretação? 
 
	📌 RESUMO DETALHADO – CAPÍTULO 1 (Historiografia da Escravidão no Brasil) 
	1. Século XIXe início do XX 
	2. Gilberto Freyre e seus discípulos (1930 em diante) 
	3. Escola Sociológica de São Paulo (1950–1970) 
	4. Historiografia dos anos 1980 
	5. Produções recentes (1990 até hoje) 
	📖 QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA (com gabarito no corpo)

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