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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
 
Curso: Licenciatura em Pedagogia Disciplina: Filosofia da Educação 
Professora: Marisa Bittar Tutor: Saulo A. Araújo 
Aluno: Sabrina Gomes da Silva RA: 837904 
Atividade: A4.1 Tarefa: Comparando concepções 
 
A comparação entre as filosofias marxista, exemplificada pelas ideias de Lenin 
em seu discurso "As tarefas das uniões da juventude", e a concepção neoliberal, 
representada por Milton Friedman na obra "Capitalismo e Liberdade", revela 
diferenças profundas em suas visões de mundo, especialmente no que tange à 
educação. 
Para Lenin, a educação é vista como o mais importante instrumento de 
revolução de uma sociedade. Ele reconhece que a revolução não se resume apenas 
à tomada do poder político, mas também envolve uma transformação profunda nos 
sistemas de ensino e educação. 
Lenin também compreende que a educação dos jovens precisa se basear no 
material herdado da sociedade capitalista. Isso inclui o conhecimento acumulado, as 
instituições e os recursos humanos. Ou seja, a educação comunista não parte do zero, 
mas utiliza o que já existe, modificando-o para novos fins. Trata-se de pegar os 
materiais do velho mundo e reorganizá-los de acordo com os novos valores e objetivos 
comunistas. Lenin reforça a importância de uma base ampla e crítica de 
conhecimento, o que se alinha à filosofia marxista de educação omnilateral. A teoria 
marxista, assim como a educação omnilateral, é construída sobre a integração do 
conhecimento, com o objetivo de transformar tanto os indivíduos quanto a sociedade 
em direção a uma realidade livre de exploração. 
Milton Friedman, por outro lado, tinha a convicção de que a educação não 
deveria estar sob o controle do Estado. Para Friedman, o livre mercado deve ser o 
principal regulador das atividades humanas, inclusive da educação, e a intervenção 
governamental só deve ocorrer em casos de extrema necessidade. 
Friedman justifica a intervenção governamental na educação apenas em dois 
casos. O primeiro são os "efeitos laterais", referindo-se à ideia de que a educação tem 
impactos positivos que vão além do indivíduo educado, como a criação de uma 
sociedade mais estável e produtiva. No entanto, ele acredita que isso não justifica o 
controle estatal total da educação. O segundo é o "paternalismo", sendo esta a 
necessidade de garantir que crianças (ou indivíduos incapazes) recebam um nível 
mínimo de educação. Para Friedman, é justificável que o governo imponha a 
educação básica, mas apenas de forma limitada, garantindo o mínimo necessário sem 
monopolizar todo o sistema educacional. 
Friedman vê a educação como uma ferramenta funcional dentro da lógica do 
mercado. Para ele, a educação deve ser estruturada para fornecer as habilidades 
necessárias para que os indivíduos se tornem economicamente produtivos. Isso, de 
certa forma, reforça a crítica de Lenin, que argumentava que a educação, para a 
classe trabalhadora no sistema capitalista, era interessante apenas para prepará-los 
para a servidão e gerar lucros para os senhores. 
Em suma, Milton Friedman via a educação como um meio de preparar 
indivíduos para serem economicamente produtivos dentro do capitalismo. Já Lenin 
enxergava a educação como essencial para a revolução socialista, focada na 
formação política e social para transformar a sociedade em direção ao comunismo. 
Enquanto para Friedman o foco é o sucesso econômico individual, para Lenin, a 
educação visa à transformação coletiva da sociedade.

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