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Unidade II Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Prof. Alexandre Queiroz St t Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Streptococcus ssp São um gênero de bactérias com forma de coco gram-positivas que causam doenças no ser humano. Agrupam-se em colônias lineares ou em ê d l lpares. Têm paredes celulares grossas e uma membrana simples. São imóveis, já que não possuem órgãos de locomoção (como flagelos e cílios). Nenhum fabrica a enzima catalase. Sã óbi f lt ti d d iSão anaeróbios facultativos, podendo viver na ausência de oxigênio (fermentando os nutrientes em ácido láctico) mas preferindo a sua presença. Epidemiologia Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Epidemiologia Fazem parte da flora normal da boca, pele, intestino ou trato respiratório superior. Podem ser passadas de pessoa por pessoaPodem ser passadas de pessoa por pessoa por contacto com pessoas ou com objetos. São destruídos por detergentes e sabão, mas são resistentes à desidratação, podendo aguentar períodos muito longos. O t f d t i ã i lOutras formas de transmissão incluem espirros e tosse. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Streptococcus pyogenes Os S. pyogenes são imóveis e crescem otimamente a 37ºC. São inibidos por altas concentrações de glicose. Localizam-se na faringe e tonsilas e na pele. Na faringe e tonsilas são responsáveis pela faringotonsilite, em que a bactéria se fixa e coloniza a superfície da mucosa e a invade, despertando reação inflamatória que pode ser intensa. As faringotonsilites podem evoluir dando origem a infecções em outros órgãos ou tecidos. As mais frequentes são sinusites, otites e mastoidites.q , O S. Pyogenes usa a fibronectina para se fixar na amídala. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Doenças causadas (S. pyogenes) Faringite: inflamação vermelha e edematosa da faringe. Pode ser visível observando-se t é d batravés da boca. Escarlatina: é uma complicação da faringite. Erisipelas: infecção da pele com bolhas, vermelhidão e calor (eritema). I ti é i fl ã ti (Impetigo: é uma inflamação supurativa (com pus). Há formação de bolhas cheias de pus que rebentam. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Complicações Febre reumática: após resolução da doença infecciosa, há inflamação asséptica (sem microrganismos) do coração (pancardite) emicrorganismos) do coração (pancardite) e articulações (artrite). O sistema imunitário ataca as próprias estruturas similares do indivíduo. Glomerulonefrite pós-estreptocócica: danos renais causados pelos complexos de antigênios do S pyogenes com anticorposantigênios do S. pyogenes com anticorpos. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Outras infecções Febre puerperal: nome de uma doença ocorrida nas maternidades, matando milhares de mães e crianças. Esse nome descrevia a fase em que a enfermidadedescrevia a fase em que a enfermidade surgia: ela era observada no puerpério – o período logo após o parto. Pericardites: quando o pericárdio esta inflamado ou infectado. Peritonites: a parede abdominal fica rígida, d d ã ê i ddor a descompressão, ausência de sons intestinais, sensibilidade a palpação da parede retal lateral ou direita ao toque retal. INTERATIVIDADE A i l lt ti i tAssinale a alternativa incorreta: a) A S. aureus pode causar infecção da glândula mamária de animais, como bovinos. b) A S. aureus pode ser encontrada na microbiota normal do ser humano, mas muitas vezes apresenta se patogênicaapresenta-se patogênica. c) O paciente que contrai uma infecção por S. aureus pode apresentar algumas sequelas pós- estreptocócicas. d) A S. aureus pode causar infecções superficiais, musculoesqueléticas, do trato respiratório, bacteremias endocardite e intoxicação alimentarbacteremias, endocardite e intoxicação alimentar. e) A S. aureus é a principal bactéria causadora de infecções de feridas cirúrgicas. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Staphylococcus ssp Forma esférica: são cocos com aspecto de cachos de uvas. Constituição: gram-positivos (roxos), devido à sua membrana simples e parede celular de peptidoglicano grossa com mureína, ácido teicoico e polissacarídeos. São anaeróbios facultativos (usam oxigênio), ou anaeróbios através de fermentação, não têmç , flagelo nem cílios e preferem temperaturas de 37ºC, a mesma do corpo humano. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Staphylococcus aureus Gênero de bactérias gram-positivas Microbiota naturalMicrobiota natural No nariz e na pele de 20% a 30% dos adultos não costumam ser prejudiciais Ruptura na pele ou qualquer outra lesão queRuptura na pele ou qualquer outra lesão que ultrapasse defesas do organismo e cause uma infecção. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Fatores Específicos Cápsula: são capsulados mais frequentemente que outras espécies . Toxina alfa: forma poros na membrana das células destruindo-as. Toxinas esfoliativas: que causam síndromes esfoliativas da pele. Há duas formas: ETA e ETB (toxinas esfoliativas A e B). Enterotoxinas resistentes aos sucos gastrintestinais (Ph 2,0 a 2,5). Toxina do síndrome de choque: é um superantigênio, ou seja, activa, de forma não específica os linfócitos, que acarreta danos no sistema imune do indivíduo. INTERATIVIDADE Uma jovem de 24 anos, com histórico de repetidas faringo-Uma jovem de 24 anos, com histórico de repetidas faringo amigdalites bacterianas, dirigiu-se ao pronto-socorro por causa de febre de 39,5º, calafrios, dor localizada na perna esquerda, náuseas e hipotensão. Uma análise cuidadosa da paciente revelou ferimento na altura do joelho esquerdo com inflamação intensa (intensa vermelhidão/eritema, calor, dor) compatível com infecção aguda da pele. Não foi encontrada na lesão qualquer necrose e/ou envolvimento muscular. A ã l d l l ã d dpunção revelou exudato purulento. A coloração de gram do material da lesão demonstrou cocos gram-positivos em arranjo de cachos de uva. A bactéria isolada não era susceptível à penicilina. A antibioticoterapia com cefalexina mostrou-se capaz de erradicar a infecção. Qual é a provável doença e agente etiológico? a) Meningite e Streptococcus pyogenesa) Meningite e Streptococcus pyogenes. b) Pneumonia e Streptococcus pyogenes. c) Fascite necrosante e S. pyogenes. d) Erisipela e S. pyogenes. e) Artrite séptica e Staphylococcus aureus. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Enterobactérias Bacilos gram – negativos. Apresentam células na forma de bastonetes encurvados ou retos. Algumas delas possuem motilidade, apresentando flagelos. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Organismos anaeróbios facultativos. Anaeróbica - fermentação de carboidratos. Aeróbicas - compostos orgânicos podem servir como substrato para respiração celular. Apresentam membrana citoplasmática, espaço periplasmático, peptidioglicano e membrana externa. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Escherichia coli Presente no trato gastrointestinal de animais, inclusive o homem. Parte da flora intestinal normal.Parte da flora intestinal normal. Podem ser patogênicos . A Escherichia coli enterovirulenta divide-se em: E. coli enteropatogênica (EPEC). E li t t i ê i (ETEC)E. coli enterotoxigênica (ETEC). E. coli enterohemorrágica (EHEC). E. coli invasiva (EIEC). Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas S.dysenteriae produz citoxina S flexneri Shigella S. flexneri. S. boydii. S. sonnei. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Shigelose A doença humana causada por shigella é a Shigelose ou disenteria bacilar. Localizada no íleo terminal e cólon. Resistente ao suco gástrico. Invade e destrói a camada epitelial daInvade e destrói a camada epitelial da mucosa, com intensa reação inflamatória. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Salmonella Bacilos gram-negativos. Anaeróbios facultativos. Flagelos peritríquios. VigilânciaEpidemiológica das Infecções Bacterianas A patogenicidade varia com o tipo sorólogico, idade e condições de saúde do hospedeiro; O homem é o único reservatório natural de S. Typhi e S. Paratyphi. Salmonella Abortusovis (carneiro) e Salmonella Gallinarum (aves). Veiculadas por alimentos: (leite e produtos avícolas) Infecção denominada toxinfecção de origem alimentar. INTERATIVIDADE Uma das causas mais comuns de diarreia em crianças é aUma das causas mais comuns de diarreia em crianças é a infecção por Escherichia coli, que pode ocorrer em berçários, creches, escolas e instituições de atendimento infantil, sendo frequentemente responsável por surtos endêmicos. A atenção à saúde da criança inclui medidas para o diagnóstico e a prevenção das doenças frequentes nessa faixa etária. A(s) recomendação(ões) principal(is) para a prevenção da diarreia por Escherichia coli em b á é( ã )berçários é(são): a) Evitar as temperaturas elevadas, se possível, mantendo o ambiente refrigerado. b) Usar a antibioticoterapia em todos os funcionários que lidam com as crianças. c) Usar a antibioticoterapia profilática em todas as crianças em caso de infecçãoem caso de infecção. d) Usar somente leite em pó na alimentação das crianças a fim de evitar a contaminação via leite materno. e) Lavar rigorosamente as mãos e fazer o isolamento dos pacientes com diarreia. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Bactérias anaeróbias Gênero Clostridium Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Bacilos gram-positivos, anaeróbios estritos, esporulados e móveis. Habitam o solo ou o intestino dos animais e do homem.animais e do homem. Espécies mais patogênicas para o homem: Clostridium tetani. Clostridium botulinum. Clostridium perfringensClostridium perfringens. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Clostridium botulinum Habitat natural é o solo, a poeira e os sedimentos marinhos. Pode ser encontrado em uma variedade d d t fde agroprodutos, frescos ou industrializados. A toxina é uma proteína neurotóxica. Causa uma paralisia flácida. A toxina é destruída pelo aquecimento a 100oC durante 20 minutos. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Botulismo clássico • Ocorre após ingestão de alimento contaminados com a BoNT pré-formada. • Absorção ocorre no duodeno e jejuno. • Através da corrente circulatória, a BoNT alcança o SNC. õ í Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Manifestações clínicas do botulismo Sintomas iniciam-se de 12 a 36 horas após a ingestão da BoNT. Naúseas, embaçamento visual, tonturas, ressecamento doloroso da orofaringe, constipação e dor abdominal, paralisia respiratória e morte em 60% dos casos. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Clostridium tetani Tétano , mundialmente distribuído. Solo, fezes de cavalos e outros, animais. A doença ocorre após a introdução dos esporos na lesão, multiplicação em baixo potencial redox e produção da toxinada toxina. A toxina é liberada após a lise do bacilo. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Toxina atua sob o SNC e pode ser fixada aos gangliosídeos cerebrais. A TeNT é neurotóxica inibindo os impulsos que paralisam os neurôniosimpulsos que paralisam os neurônios motores . Espasmos musculares generalizados, hiperflexia (paralisia rígida) e convulsões. Contração tônica convulsiva d ú l l á idos músculos voluntários. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Generalizado: Trismo muscular (fechamento involuntário da boca espasmos doinvoluntário da boca, espasmos do masseter) e riso sardônico (espasmos dos músculos faciais e bucais). Espasmos, quando intensos, levam a postura arqueada típica do corpo. Paciente inconsciente. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Localizado Tétano neonatal: decorrente da contaminação do cordão umbilical. Surge após 3 a 12 dias após o i t d ã ã i dnascimento de mães não vacinadas. Dificuldade de sugar o leite e paralisia. Período de incubação de 4-5 dias, até muitas semanas. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Clostridium perfringens Gangrena gasosa: infecção rápida e progressiva Ocorre a presença de gásprogressiva. Ocorre a presença de gás. Associada a traumas cirúrgicos com presença de corpos estranhos, insuficiência vascular ou infecção com outros agentes microbianosoutros agentes microbianos. Vigilância Epidemiológica das Infecções Bacterianas Tóxico-infecção alimentar: Forma branda. Di i ádi i d ãDiarreias esporádicas, associadas ou não ao uso de antibióticos. São relatadas especialmente em idosos. A tóxico-infecção alimentar ocorre após ingestão de carnes bovinas e de avesingestão de carnes bovinas e de aves que após a contaminação foram cozidas e estocadas à temperatura ambiente. INTERATIVIDADE Bacilo gram positivo anaeróbio esporulado produtorBacilo gram-positivo, anaeróbio, esporulado, produtor de toxina com predileção por SNC. A intoxicação alimentar é causada pela ingestão de alimentos contaminados com toxina neurotóxica. A ingestão de alimentos em conserva malconservados e contaminados com essa toxina neurotóxica pode ocasionar, após algumas horas, um quadro clínico caracterizado por visão turva ressecamento doloroso da orofaringevisão turva, ressecamento doloroso da orofaringe, dificuldade de deglutição, paralisia flácida dos músculos descendentes, parada respiratória e morte. O texto acima refere-se à bactéria denominada: a) Corynebacterium diphtheriae. b) Clostridium tetani. ) S h lc) Staphylococcus aureus. d) Clostridium perfringens. e) Clostridium botulinum. ATÉ A PRÓXIMA!ATÉ A PRÓXIMA!