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1 M Filomena Botelho LÍQUIDOS REAIS Objectivos • Saber definir viscosidade de um líquido real • Relacionar viscosidade com tensão de corte • Diferenciar líquidos newtonianos e não newtonianos • Caracterizar o regime laminar • Compreender a Fórmula de Poiseuille e sua importância fisiológica • Compreender a potência hidrodinâmica e aplica-la a circuitos fisiológicos • Compreender a resistência hidrodinâmica • Saber o que é a resistência periférica total 2 Líquidos reais Os líquidos reais, têm resistência ao movimento e à deformação, por terem • Viscosidade ou atrito interno Viscosidade ou atrito interno Viscosidade ou atrito interno, é a resistência que os fluidos oferecem ao • Ao movimento • À deformação Varia na razão directa da velocidade, anulando-se quando a velocidade se anula ? ? não interessa à estática de fluidos Resulta das - Forças de atracção de Van der Walls ? ? que se opõem aos movimentos relativos entre moléculas vizinhas (interacções moleculares) Efeito semelhante, mas menos intenso, ocorre com os gases em movimentos ? ? visto que as moléculas dos gases se movimentam muito mais livremente do que as dos líquidos 3 Se considerarmos uma massa de líquido em movimento, mas que se desloca com pequena velocidade, há resistência ao movimento devido às interacções moleculares Neste caso, o líquido pode ser considerado como que constituído por: ? uma sobreposição de camadas líquidas planas ∆x ∆S ∆S v1 v2 - - ∆v = v1 – v2 ∆f − ∆f⃗ ⃗ Força de fricção Quando se trata de interacções entre as moléculas do fluido, interessa a: - Viscosidade do fluido Para se manter a velocidade relativa entre as duas superfícies, torna-se necessário exercer uma: - força que equilibre a força de viscosidade ∆f, que se exerce entre elas ∆x ∆S ∆S v1 v2 - - ∆f − ∆f⃗ ⃗ Força de fricção ∆f α ∆S∆v∆x Gradiente de velocidade lim ∆v∆x∆x → 0 ∆f = η ∆S ∆v∆x Equação de NewtonEquação de Newton 4 ∆f = η ∆S ∆v∆x Equação de NewtonEquação de Newton η - coeficiente de viscosidade ou viscosidade Força de fricção em dines entre 2 áreas unitárias (1 cm2) distanciadas de 1 cm que se deslocam com velocidade relativa de 1cm/s (isto é, quando o gradiente de velocidade é unitário) Independente do gradiente de velocidade Líquidos newtonianos Líquidos newtonianos Relação linear entre: • tensão de corte • gradiente de velocidade (distância radial) = η ∆v∆x ∆f ∆S = η dvr dr ∆f ∆S ∆v ∆r ∆f ∆S soro fisiológicosoro fisiológico plasmaplasma sanguesangue Líquidos não newtonianos Líquidos não newtonianos 5 ∆f = η ∆S ∆v∆xUnidades Sistema c.g.s. ∆f = 1 dine ∆S = 1 cm2 ∆v/∆x = 1 cm . s-1 . cm-1 η = 1 poise Sistema S.I. ∆f = 1 N (105 dine) ∆S = 1 m2 (104 cm2) ∆v/∆x = 1 m . s-1 . m-1 η = 1 poiseuille 1 poiseuille = 10 poise Diminui com o aumento da temperatura Viscosidade Febre – diminui a viscosidade do sangue Arrefecimento das extremidades – aumenta a viscosidade do sangue 6 ViscosidadeViscosidade ∆f = η ∆S∆v∆x = η ∆v∆x ∆f ∆S Força por unidade de superfície a actuar tangencialmente à mesma Força por unidade de superfície a actuar tangencialmente à mesma Gradiente de velocidadeGradiente de velocidade Tensão de corte Se o fluido se desloca em regime laminar, dentro dum tubo de raio R, a velocidade varia com a: - distância radial, exercendo-se o atrito no líquido, entre superfícies cilíndricas = η ∆vr∆r ∆f ∆S Assim: vr = (1 - ) ∆P R2 4 η L r2 R2 vr = (R2 - r2)∆P 4 η L = η ∆vr∆r ∆f ∆S Viscosidade O coeficiente de proporcionalidade entre a: • tensão de corte • gradiente de velocidade Nas mesmas condições de definição do coeficiente de viscosidade, isto é, - regime laminar - tubo cilíndrico, mas supondo condições limites, quando ∆r tende para zero, o coeficiente: ∆vr ∆r , transforma-se na:→ derivada de vr em ordem a r = η dvr dr ∆f ∆S 7 dvr dr = vr = (R2 - r2)∆P 4 η L vr = K (R2 - r2) d [K(R2 – r2)] dr = = d K R2 – d K r2)] dr = = = K 2 R dR –K 2 r dr dr = - = - K 2r K 2 r dr dr ∆P 4 η LK = = - r = ∆P 2 4 η L = - r ∆P 2 η L dvr dr = A derivada de vr em ordem a r, é o: ? gradiente de velocidade à distância r dvr dr ∆P 2 η L= - r Então: = - η∆f∆S ∆P 2 η L 8 A tensão de corte varia linearmente com a: - distância radial = - r ∆P 2 η L dvr dr = η dvr dr ∆f ∆S = - r∆P 2 L ∆f ∆S A tensão de corte varia linearmente com a: - distância radial = - r∆P 2 L ∆f ∆S Quando r = 0 (camada coincidente com o eixo do tubo): → a tensão de corte é nula Quando r = R (camada junto às paredes do tubo): → a tensão de corte atinge o valor máximo r 0• -R R r r-R 0 R -R 0 R vr dvr dr Velocidade máxima no eixo Velocidade nula junto às paredes do tubo Velocidade máxima no eixo Velocidade nula junto às paredes do tubo Tensão de corte nula no eixo Tensão de corte máxima junto às paredes do tubo Tensão de corte nula no eixo Tensão de corte máxima junto às paredes do tubo As paredes dos vasos estão muitas vezes sujeitas a tensões de corte elevadas As paredes dos vasos estão muitas vezes sujeitas a tensões de corte elevadas 9 M Filomena Botelho REGIME LAMINAR Regime laminar O paralelismo no deslocamento das camadas líquidas vizinhas que se movimentam em tubos cilíndricos e uniformes, quando a velocidade de deslocamento é pequeno, são características do • regime laminar ∆x ∆S ∆S v1 v2 - - 10 Características do regime laminar • Não cruzamento das linhas de corrente do campo de velocidade das partículas do líquido (linhas de corrente são paralelas) o fluido pode ser considerado, no seu deslocamento, como constituído por um número infinito de lâminas líquidas muito finas, cilíndricas e concêntricas, deslizando umas sobre as outras • Distribuição parabólica das velocidades A equação que traduz a velocidade do deslocamento do líquido que se movimenta em regime laminar perfeitamente estabilizado, em tubos cilíndricos, horizontais e rectos, é: vr = (1 - ) r2 R2 ∆P R2 4 η L vr = (R2 - r2) ∆P 4 η L r – raio da camada R – raio do tubo ∆P – diferença de pressão entre 2 pontos η – viscosidade L – comprimento do tubo 11 A variação da velocidade das partículas em função da distância radial (vr): - tem a representação gráfica de uma parábola vr = K (R2 - r2)? Perfil parabólico da distribuição da velocidade das partículas quando se deslocam em regime laminar Significa que à periferia dum tubo cilíndrico percorrido por um líquido real em regime laminar, existe: - uma camada líquida infinitamente fina, para a qual a velocidade de deslocamento é nula vr = 0 vr = (R2 - r2) ∆P 4 η L a) R = r 12 vr = 0 Camada de velocidade nula ? vr = (R2 - r2) ∆P 4 η La) R = r - está aderente ao tubo - produz efeito de retardamento sobre a camada adjacente, devido à viscosidade - não ocorre atrito de líquido com as paredes dos tubos - não há dispêndio de energia por parte das forças que correm entre as partículas do líquido e as paredes do tubo (pois não há movimento relativo entre elas) - toda a energia mecânica transformada em calor no regime laminar resulta do trabalho das forças da viscosidade Vemos assim que, a velocidade das partículas é máxima quando o raio da camada que se está a considerar coincide com o eixo do tubo vr = (R2 - r2)∆P 4 η L a) r = 0 vr = ∆P R2 4 η L(M) Valor máximo que a equação pode ter Velocidade máxima v = 0 v máxima Não ocorre atrito com as paredes dos tubos Não ocorre atrito com as paredes dos tubos 13 Caudal constante num tubo horizontal P1 v- P2 P3 P4 Pi > Pi+1 Pi+1Pi Líquido viscoso – perda de energia mecânica A perda de energia mecânica é à custa da energia potencial de pressão Energias/ volume Energias/ volume Cinética ─── 1/2 ρ v2 - const Pot. Gravitacional ─── ρ g h - const Pot. pressão ─── P - variável M Filomena Botelho FÓRMULA DE POISEUILLE 14 Caudal em regime laminarCaudal em regime laminar O caudal de um líquido real que se desloca num tubo cilíndrico, horizontal e recto, é regido pela: • Fórmula de Poiseuille Fórmula de Poiseuille Tubo cilíndrico Secção constante Horizontal Líquido real em regime laminar Sistema é estacionário ? ? caudal constante O caudal através deste sistema é: V = R4π8 η ∆P L . P1 V . P2 1 2 R V – caudal de um líquido real – cm3/s η – viscosidade - poise ∆P – diferença de pressão entre os extremos do tubo – dines/cm2 L – comprimento do tubo - cm R – raio do tubo - cm . 15 Obtenção da fórmula de Poiseuille r + dr r rc = r + dr - r V = S . v . - Vc = Sc . vc . - ? Sc = π(r + dr)2 – π r2 = π(r2 + 2rdr + d2r2)– π r2 = 2πrdr ? vc = (R2 - r2)∆P4 η L Vc = 2πrdr (R2 - r2)∆P4 η L . VT = 2πrdr (R2 - r2)∆P4 η L . ∫ 0 R Obtenção da fórmula de Poiseuille VT = 2πrdr (R2 - r2)∆P4 η L . ∫ 0 R = rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr = 4 η L ∫ 0 R 2π∆P 4 η L 2π∆P ∫ 0 R = rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr = R2 r dr – r3 dr = R2 r dr - r3 dr = rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr = ∫ 0 R ∫ 0 R ∫ 0 R ∫ 0 R R2 r dr = R2 r dr =∫ 0 R = R2 = R2 = 2 r2[ ] 0 R 2 R2 ∫ 0 R r3 dr = 2 R4 ] 0 R 4 r3+1= =[ 4 R4 16 Obtenção da fórmula de Poiseuille VT = 2πrdr (R2 - r2)∆P4 η L . ∫ 0 R = rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr = 4 η L ∫ 0 R 2π∆P 4 η L 2π∆P ∫ 0 R = rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr == rdr (R2 - r2) = R2rdr – r3dr = ( - ) = ∫ 0 R R2 r dr = R2 r dr =∫ 0 R ∫ 0 R r3 dr = = R2 = R2 = 2 r2[ ] 0 R 2 R2 2 R4 ] 0 R 4 r3+1= =[ 4 R4 R2 r dr – r3 dr = R2 r dr - r3 dr∫ 0 R ∫ 0 R ∫ 0 R 4 η L 2π∆P 2 R4 4 R4 = 8 η L π ∆P R4 V = R4π8 η ∆P L . As variações do caudal com todas as variáveis em causa são todas óbvias. Assim: - aumenta com as • diminuição da viscosidade • diminuição do comprimento do tubo • aumento da diferença de pressão entre a entrada e a saída • aumento do raio Varia directamente com a 4ª potência do raio A variação com a 4ª potência do raio é a relação mais importante desta expressão, com enorme importância fisiológica: ? quando um vaso diminui o seu raio para metade, o caudal reduz-se de 1616 vezes 17 O caudal do sangue distribuído para as diferentes partes do corpo, é controlado sobretudo pela acção de músculos lisos existentes nas paredes dos vasos - Como consequência de tal facto: • uma pequena constrição produz uma alteração significativa do caudal, devido à: – grande dependência do raio A contracção destes músculos, resultante da acção do estímulo nervoso, ou acção de hormonas circulantes faz diminuir o raio interno do vaso O controlo através do diâmetro tem que ser muito sensível Queda de pressão ao longo de um tubo cilíndrico horizontal, percorrido por um fluido em regime laminar P1 V . P2 R L η A partir da fórmula de Poiseuille, pode saber-se a diferença de pressão nos extremos do tubo cilíndrico, de raio R, comprimento L, percorrido por um caudal V de um líquido de viscosidade η . ∆P = V.8 η Lπ R4 ∆P = P1 – P2 18 Esta equação é aplicável ao regime laminar em tubos cilíndricos horizontais e rectos Se o tubo for horizontal e com raio constante, a diferença de pressão entre a entrada e a saída (∆P) corresponde à: - perda de energia potencial isto é, corresponde ao: - trabalho realizado por unidade de volume de líquido para vencer as forças de atrito interno do líquido ∆P = V.8 η Lπ R4 A queda de pressão nos extremos do tubo é: ∆P = K ρ V2.L R5 No caso do regime turbulento ρ – massa específica K – constante 19 Velocidade média do líquido que circula em regime laminar num tubo cilíndrico horizontal Como o líquido circula em regime laminar, a fórmula de Poiseuille verifica-se. Então P1 V . P2 R L η v- πR2 v - V = S.v- . . V = π R2 . v- V = π ∆P R4 8 η L . Como as duas expressões se verificam, podemos igualá-las: π R2 . v = π ∆P R4 8 η L- 2 v =- ∆P R2 8 η L Como a velocidade máxima é: A velocidade média é metade da velocidade máxima: v =- ∆P R2 8 η L vM = ∆P R2 4 η L v =- vM 2 20 Exemplo de aplicação Qual o raio da camada líquida, que no regime laminar, circula com a velocidade igual à velocidade média v =- ∆P R2 8 η L vr = (1 - ) r2 R2 ∆P R2 4 η L ∆P R2 8 η L = (1 - ) ∆P R2 4 η L r2 R2 r2 R2 = 1 -1 2 R2 2 r2 = R √2r = M Filomena Botelho POTÊNCIA HIDRODINÂMICA 21 PotênciaPotência Quando temos um fluido real a deslocar-se num tubo horizontal cilíndrico, de raio constante, para que o caudal através dele se mantenha constante, é necessário fornecer energia. P1 V . P2 V . Pot = Wt A energia que é necessário fornecer na unidade de tempo (potência), tem que compensar: - perda de energia potencial de pressão já que as outras duas formas de energia mecânica (energia cinética e energia potencial gravitacional) se mantêm constantes, porque - tubo horizontal - Wpg constante - raio constante - Wc constante que é transformada em calor, por unidade de tempo, ao longo do tubo - a cedência de energia cinética por unidade de tempo à massa de líquido, para que a velocidade seja mantida P1 V . P2 V . Pot = (P1 – P2) V + ρ v2 V .. -1 2 22 A potência que é necessário fornecer para produzir um deslocamento laminar, num tubo horizontal, tem que - vencer a viscosidade - fornecer energia cinética Pot = (P1 – P2) V + ρ v2 V .. -1 2 Wpp/V Wc/V ρ V ? massa de líquido que por segundo atravessa a secção do tubo . ρ π R2 . v = M- No regime laminar não há perda de energia mecânica devido ao atrito com as paredes do tubo, uma vez que a velocidade do fluido real em tubos cilíndricos junto às paredes é: - nula M Filomena Botelho RESISTÊNCIA HIDRODINÂMICA 23 Resistência hidrodinâmicaResistência hidrodinâmica O caudal de fluido em regime laminar através de um tubo cilíndrico, horizontal e recto e com raio constante, pode ser comparado com a corrente eléctrica contínua Existe uma analogia entre - Lei de Poiseuille - Lei de Ohm I = ∆VR V = π R4 ∆P 8 η L . K Diferença de potencial eléctrico Diferença de potencial eléctrico Resistência eléctrica Resistência eléctrica Corrente eléctrica constante Corrente eléctrica constante I R • • A B Existe uma analogia entre - Lei de Poiseuille - Lei de Ohm I = ∆V R V = π R4 ∆P 8 η L . K Diferença de potencial eléctrico Diferença de potencial eléctrico Resistência eléctricaResistência eléctricaCorrente eléctrica constante Corrente eléctricaconstante I R • • A B Existe uma proporcionalidade directa entre: → caudal e diferença de pressão → corrente eléctrica e diferença de potencial Analogias V <> I . ∆P <> ∆V ∆V = RI ∆P = π R4 8 η L . V π R4 8 η L <> R Resistência eléctricaResistência eléctrica RHRH ∆P = RH . V∆P = RH . V .. 24 ∆P = RH . V . ∆V = RI Intensidade da corrente eléctrica → carga eléctrica que por unidade de tempo (s) passa através de uma secção de um condutor Caudal de líquido → volume de líquido que na unidade de tempo (s) passa através da secção recta de um circuito hidrodinâmico Diferença de potencial eléctrico entre dois pontos de um condutor → é a diferença de energia potencial eléctrica por unidade de carga nesses pontos Diferença de pressão entre dois pontos → diferença de energia potencial de pressão por unidade de volume nesses mesmos pontos ∆P = RH . V . Do mesmo modo que as resistências eléctricas, também as resistências hidrodinâmicas se podem associar: - em série - em paralelo Associação de Resistências Associação de Resistências hidrodinâmicas 1. Em série 2. Em paralelo 25 Associação de resistências hidrodinâmicas 1. Em série ∆P1 ∆P2 ∆P3 ∆P RH2 RH1 RH3 V . V = constante . ∆P = ∆P1 + ∆P2 + ∆P3 ∆P = RH1 . V . ∆P = RH2 . V . ∆P = RH3 . V . ∆P1 + ∆P2 + ∆P3 = V (RH1 + RH2 + RH3). ∆P = V (RH1 + RH2 + RH3) . ∆P = V RHeq . RH1 + RH2 + RH3 = RHeqRH1 + RH2 + RH3 = RHeq Associação de resistências hidrodinâmicas ∆P1 ∆P2 ∆P3 ∆P RH2 RH1 RH3 V . V = constante . ∆P = ∆P1 + ∆P2 + ∆P3 ∆P = V RHeq . RH1 + RH2 + RH3 = RHeqRH1 + RH2 + RH3 = RHeq A resistência equivalente de uma associação em série de resistências hidrodinâmicas, é a : → soma das resistências em série 26 Associação de resistências hidrodinâmicas 2. Em paralelo ∆P RH2 RH1 RH3 V . V3 . V2 . V1 . V1 = . ∆P RH1 V2 = . ∆P RH2 V3 = . ∆P RH3 V1 + V2 + V3 = ∆P ( + + ). . . RH1 1 RH2 1 RH3 1 V = ∆P ( + + ). RH1 1 RH2 1 RH3 1 V = . RHeq ∆P + + =+ + =RH1RH1 11 RH2RH2 11 RH3RH3 11 RHeqRHeq 11 Associação de resistências hidrodinâmicas 2. Em paralelo ∆P RH2 RH1 RH3 V . V3 . V2 . V1 . V = . RHeq ∆P + + =+ + =RH1RH1 11 RH2RH2 11 RH3RH3 11 RHeqRHeq 11 A inverso da resistência equivalente de uma associação em paralelo de resistências hidrodinâmicas, é a : → soma dos inversos das resistências individuais de cada componente do sistema 27 Associação de resistências hidrodinâmicas As resistência hidrodinâmicas não são obrigatoriamente tubos cilíndricos Podem ser quaisquer dispositivos associados (em série ou em paralelo), por onde se desloquem: - líquidos - gases Desde que V se mantenha constante ao longo das diversas componentes (nas associações em série), isto é, que se verifique a equação da continuidade, as equações são válidas . Em qualquer território vascular, se forem conhecidos: - pressão na: • artéria aferente • veia eferente pode calcular-se a correspondente: → resistência hemodinâmica Comparação: - antes e - depois da administração de fármacos vasoactivos 28 ∆P = RH . V . Resistência que a rede vascular periférica oferece ao caudal sanguíneo Resistência periférica total - caudal de sangue através da aorta: → ≈ 5 L / min ? 83 mL/s −∆P – pressão na aorta à saída do ventrículo esquerdo (≈ 100 mmHg – valor médio) – a pressão na aurícula direita (≈ 8 cmH2O ≈ 5 mmHg) RPT = = 1,1 URP 100 - 5 83 Unidade de resistência periférica Exercício moderado – ↓ RPT (0,5 URP) H.T.A. - ↑ RPT Devido a estreitamento dos vasos Regime turbulento/laminarRegime turbulento/laminar No regime laminar → as linhas de corrente nunca se intersetam, isto é: → nenhuma partícula do líquido poderá abandonar a linha de corrente em que se desloca, passando a outra linha de corrente Quando, devido ao valor da: • velocidade de deslocamento das partículas ou a outra causa, a condição acima não se verifica, ocorrendo vórtexes com interseção das linhas de corrente, o regime é turbulento Não se verifica a equação de Poiseuille 29 A diferença de pressão entre 2 pontos de um circuito percorrido por um regime turbulento é: ∆P = K ρ V2.L R5 Há perda de energia mecânica por interacção com as paredes Objectivos ? Saber definir viscosidade de um líquido real ? Relacionar viscosidade com tensão de corte ? Diferenciar líquidos newtonianos e não newtonianos ? Caracterizar o regime laminar ? Compreender a Fórmula de Poiseuille e sua importância fisiológica ? Compreender a potência hidrodinâmica e aplica-la a circuitos fisiológicos ? Compreender a resistência hidrodinâmica ? Saber o que é a resistência periférica total 30 Leitura adicional Biofísica Médica. JJ Pedroso de Lima Capítulo IV- pag. 412 a 427