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5.4) Trabalho avulso: 
É o trabalho prestado de forma esporádica de curta duração e a diversos 
tomadores sem se fixar a qualquer um deles. 
A principal característica do trabalho avulso é que ele é realizado 
necessariamente através da intermediação feita por entidade específica se 
tornando uma relação triangular: 
FORNECEDOR DE MÃO DE OBRA 
 
 
 
ENTIDADE INTERMEDIÁRIA TRABALHADOR AVULSO 
Outra importante característica é que não haverá vínculo de emprego 
entre o tomador de serviços e os trabalhadores, nem entre estes e a entidade 
interveniente. 
5.4.1.) Espécies de trabalhadores avulsos 
a) Atividade urbana ou rural de movimentação de cargas: Lei 
12.023/2009. Nessa modalidade, a contratação de movimentador de carga 
avulso é feita mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria por 
meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
b) Trabalhador avulso portuário: regulado pela lei 12.815/2013, os 
tomadores de serviço são basicamente os navios, armazéns, as empresas 
importadoras e exportadoras e os operadores portuários em geral. 
CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
 XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso 
 
 
5.5. Trabalhador voluntário 
Lei 9.608/2008, Art. 1o Considera-se serviço voluntário, para os fins desta 
Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública 
de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha 
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de 
assistência à pessoa. (Redação dada pela Lei nº 13.297, de 2016) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13297.htm
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem 
obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim. 
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo 
de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço 
voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. 
5.6. Estagiário 
LEI 11.788/2008, Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, 
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho 
produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em 
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, 
da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade 
profissional da educação de jovens e adultos. 
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar 
o itinerário formativo do educando. 
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade 
profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do 
educando para a vida cidadã e para o trabalho. 
Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme 
determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino 
e do projeto pedagógico do curso. 
 
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja 
carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. 
 
§ 2º Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade 
opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória. 
REQUISITOS: Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do art. 2o desta Lei 
quanto na prevista no § 2o do mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício 
de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: 
I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, 
de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos 
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens 
e adultos e atestados pela instituição de ensino; 
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente 
do estágio e a instituição de ensino; 
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas 
previstas no termo de compromisso. 
OJ-SDI/1-TST, 366. ESTAGIÁRIO. DESVIRTUAMENTO DO CONTRATO 
DE ESTÁGIO. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ou INDIRETA. PERÍODO POSTERIOR 
À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE (DJ 20, 21 e 
23.05.2008) 
Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado na vigência 
da Constituição Federal de 1988, é inviável o reconhecimento do vínculo 
empregatício com ente da Administração Pública direta ou indireta, por força do 
art. 37, II, da CF/1988, bem como o deferimento de indenização pecuniária, 
exceto em relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST, se 
requeridas. 
 
DA PARTE CONCEDENTE 
Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da 
administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como 
profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus 
respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, 
observadas as seguintes obrigações: 
I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o 
educando, zelando por seu cumprimento; 
II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando 
atividades de aprendizagem social, profissional e cultural; 
III – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou 
experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do 
estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários 
simultaneamente; 
IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, 
cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique 
estabelecido no termo de compromisso; 
V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de 
realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos 
períodos e da avaliação de desempenho; 
VI – manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a 
relação de estágio; 
VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) 
meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. 
Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela 
contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, 
alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino. 
DO ESTAGIÁRIO 
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre 
a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu 
representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível 
com as atividades escolares e não ultrapassar: 
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes 
de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade 
profissional de educação de jovens e adultos; 
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do 
ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio 
regular. 
§ 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em 
que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 
(quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto 
pedagógico do curso e da instituição de ensino. 
§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas 
ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida 
pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para 
garantir o bom desempenho do estudante. 
Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá 
exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de 
deficiência. 
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestaçãoque venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do 
auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório. 
§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação 
e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício. 
§ 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do 
Regime Geral de Previdência Social. 
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual 
ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado 
preferencialmente durante suas férias escolares. 
§ 1o O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o 
estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação. 
§ 2o Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira 
proporcional, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano. 
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal 
das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções: 
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário; 
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários; 
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários; 
IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de 
estagiários. 
5.7. Cooperativa de Trabalho 
Lei 5.764/71, Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com 
forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, 
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais 
sociedades pelas seguintes características: 
Código Civil 
Da Sociedade Cooperativa 
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, 
ressalvada a legislação especial. 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; 
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da 
sociedade, sem limitação de número máximo; 
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; 
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, ainda que 
por herança; 
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios 
presentes à reunião, e não no capital social representado; 
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a 
sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas 
pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; 
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de 
dissolução da sociedade. 
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada 
ou ilimitada. 
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente 
pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a 
proporção de sua participação nas mesmas operações. 
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à sociedade 
simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094. 
CLT 
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, 
correspondente à relação de emprego. 
 Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade 
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, 
nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. (Incluído pela Lei nº 
8.949, de 9.12.1994) 
5.8 Terceirização segundo a Lei nº 6.019/74 
 1. Conceito de Terceirização 
Art. 4º-A A terceirização é definida como a transferência da execução de 
qualquer atividade da contratante — inclusive a atividade principal — para uma 
empresa prestadora de serviços com capacidade econômica compatível. 
• A contratada pode: 
o Contratar, remunerar e dirigir seus trabalhadores (§1º) 
o Subcontratar outras empresas 
• Não há vínculo empregatício entre os trabalhadores da contratada e a 
contratante (§2º) 
2. Requisitos para Funcionamento da Empresa Prestadora 
Art. 4º-B A empresa terceirizada deve cumprir os seguintes requisitos: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1094
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8949.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8949.htm#art1
 
Além disso, deve ter: 
• Inscrição no CNPJ 
• Registro na Junta Comercial 
 
3. Direitos dos Trabalhadores Terceirizados 
Art. 4º-C Quando os serviços forem prestados nas dependências da 
contratante, os trabalhadores da contratada têm direito às mesmas condições 
de: 
• Alimentação (refeitório) 
• Transporte 
• Atendimento médico ou ambulatorial 
• Treinamento adequado 
• Condições sanitárias, de segurança e saúde 
• Pode haver equiparação salarial e extensão de outros direitos (§1º) 
• Em contratos com mobilização ≥ 20% dos empregados da contratante, 
esta pode oferecer serviços em locais equivalentes (§2º) 
 
4. Definições Importantes 
• Empresa Tomadora: Pessoa jurídica que contrata trabalho temporário 
(Art. 5º) 
• Contratante: Pessoa física ou jurídica que contrata empresa para 
prestação de serviços (Art. 5º-A) 
Restrições: 
• Trabalhadores não podem atuar em atividades diferentes das contratadas 
(§1º) 
• Serviços podem ser prestados em outro local, se acordado (§2º) 
• Contratante deve garantir segurança, higiene e salubridade (§3º) 
• Pode estender benefícios como refeição e atendimento médico (§4º) 
• Contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas 
(§5º) 
5. Contrato de Prestação de Serviços 
Art. 5º-B contrato deve conter: 
• Qualificação das partes 
• Especificação dos serviços 
• Prazo (se aplicável) 
• Valor 
 
➢ Terceirização em atividade fim: posicionamentos TST x STF 
 
SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
LEGALIDADE (item I cancelado por perda de eficácia a 
partir de 11.11.2017, pela Lei 13.467/2017) – Res. 
225/2025, DEJT divulgado em 30.06, 01 e 02.07.2025 
I - A contratação de trabalhadores por empresa 
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente 
com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho 
temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). (item I 
cancelado por perda de eficácia a partir de 11.11.2017, 
pela Lei 13.467/2017) – Res. 225/2025, DEJT divulgado 
em 30.06, 01 e 02.07.2025 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante 
empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os 
órgãos da Administração Pública direta, indireta ou 
fundacional (art. 37, II, da CF/1988). 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a 
contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 
20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de 
serviços especializados ligados à atividade-meio do 
tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a 
subordinação direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por 
parte do empregador, implica a responsabilidade 
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas 
obrigações, desde que haja participado da relação 
processual e conste também do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e 
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas 
condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta 
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, 
de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do 
cumprimento das obrigações contratuais e legais da 
prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das 
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa 
regularmente contratada. 
VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços 
abrange todas as verbas decorrentes da condenaçãoreferentes ao período da prestação laboral. 
Observação: (nova redação do item IV e inseridos os itens 
V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 
,30 e 31.05.2011 
O STF decidiu pela constitucionalidade da terceirização de todas as etapas 
do processo produtivo das empresas, inclusive, das atividades-fim. Tal 
entendimento decorreu do julgamento de dois processos - ADPF 324 e RE 
958.252. Como tese de repercussão geral, ficou estabelecido: 
 
"É lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão 
do trabalho em pessoas jurídicas distintas, 
independentemente do objeto social das empresas 
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da 
empresa contratante." 
Atualmente foi suspenso o julgamento, pelo Plenário do Supremo Tribunal 
Federal (STF), da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
(ADPF) 324 e do Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão geral 
reconhecida, que discute a possibilidade da terceirização em todas as etapas do 
processo produtivo.

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