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DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE AÇO I Professora: Renata Gomes Lanna da Silva CURSO: ENGENHARIA CIVIL NOTAS DE AULA 1 Capítulo 1: Introdução Capítulo 2: Materiais estruturais Capítulo 3: Perfis estruturais do aço Capítulo 4: Ações, segurança e desempenho estrutural Capítulo 6: Barras de aço tracionadas Capítulo 7: Barras de aço comprimidas Capítulo 8: Barras de aço fletidas Editora Pearson Bibliografia adotada: 2 Capítulo 5: Estabilidade lateral e análise estrutural INTRODUÇÃO Capítulo 1 3 DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE AÇO I CURSO: ENGENHARIA CIVIL Os elementos estruturais: INTRODUÇÃO 4 Os aços estruturais são aqueles que, devido a sua resistência, ductilidade, e outras propriedades, são utilizados em elementos estruturais que suportam e transmitem os esforços. INTRODUÇÃO O aço é uma liga de ferro e carbono, com outros elementos adicionais, como silício, manganês, fósforo, enxofre etc. O teor de carbono pode variar desde 0% ate 1,7%. 5 VANTAGENS DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Elevada resistência Material estrutural de maior índice de resistência (resistência x peso específico) Componentes de aço possuem menores dimensões que aqueles em outros materiais Adequada para obras com grandes vãos ou grandes alturas (edifícios altos, torres de transmissão de energia e de telecomunicações) 6 VANTAGENS DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Elevada ductilidade Deformação antes do rompimento em torno de 15% a 40% Resistentes a choques bruscos Permite que pontos de alta tensão se redistribuam pelo corpo 7 VANTAGENS DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Aproximação entre a teoria e a prática Material homogêneo e praticamente isotrópico; Características bem definidas; Boa aproximação entre comportamento estrutural teórico e o prático. • Canteiro de obras menor, limpo e organizado Dispensa escoramento e fôrmas; Pouca estocagem no canteiro; Redução de entulhos. 8 VANTAGENS DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Facilidade de reforço e ampliação - Reforço: soldagem de chapas nas mesas de um pilar para aumentar sua capacidade de resistir às forças atuantes ou de perfil T sob viga em perfil I - Ampliação: ligação de nova viga por meio de parafusos a pilar existente 9 VANTAGENS DO AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Possibilidade de reaproveitamento - Uma estrutura metálica com ligações aparafusadas e sem lajes de concreto pode ser desmontada • Rapidez de execução - Peças pré-fabricadas execução mais rápida - Término da obra em prazo menor se comparado ao de obras convencionais. 10 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL • Corrosão - O ferro constituinte do aço tende a retornar ao seu estado primitivo de minério, ou seja combinar com os elementos presentes no meio ambiente (O2, H2O) formando óxido de ferro; - Há uma gradual redução das seções transversais dos componentes estruturais que reduz a resistência às tensões atuantes; - A proteção contra a corrosão é feita usualmente por pintura ou galvanização (camada de Zinco sobre superfícies). 11 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Pintura: consiste em criar uma barreira impermeável protetora na superfície exposta do aço através de aplicação de esmaltes, vernizes, tintas e plásticos. 12 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Galvanização: processo de zincagem por imersão a quente, que consiste na imersão da peça em um recipiente com zinco fundido a 460°C. Para garantir uma proteção ainda maior contra a corrosão costuma-se aplicar tintas sobre as superfícies zincadas. 13 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Comportamento em Situação de Incêndio - As principais propriedades mecânicas do aço degeneram-se consideravelmente em altas temperaturas; - Aumento de temperatura = resistência ao escoamento e do módulo de elasticidade - Reduções de resistência e rigidez podem provocar colapso em decorrência da estrutura perder a capacidade de suportar as ações atuantes. Curva tensão x deformação para diversas temperaturasFatores de redução da relação tensão-deformação do aço 14 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Comportamento em Situação de Incêndio - Temperatura crítica: é aquela na qual se dá o colapso; - É de 500º C a 700º C para dimensionamentos sem folga. 15 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Proteção tipo contorno: argamassa jateada em toda a superfície exposta dos elementos estruturais. Proteção tipo caixa: placas rígidas são montadas em volta dos elementos. Tipo contorno Tipo caixa Proteção da estrutura para não atingir a temperatura crítica: 16 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Tinta intumescente para estrutura metálica aparente. Película de 0,25 a 0,6 mm de espessura; Quando submetida ao calor, tem sua espessura aumentada entre 20 e 30 vezes Aspecto esponjoso (material de proteção contra incêndio); Permite que sobre ela seja aplicada uma pintura de acabamento. 17 CUIDADOS COM O AÇO COMO MATERIAL ESTRUTURAL Uma maneira de reduzir o problema é o uso de aços resistentes ao fogo que, em virtude de suas composições químicas, apresentam degenerescência das propriedades mecânicas com a elevação da temperatura menos acentuada que a dos demais aços. 18 MATERIAIS ESTRUTURAIS Capítulo 2 19 DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE AÇO I CURSO: ENGENHARIA CIVIL Ensaio de tração: comportamento dos aços sob tensão normal PROPRIEDADES MECÂNICAS • Propriedades físicas e mecânicas - Esse ensaio é usado primariamente para determinar a relação entre a tensão normal média e a deformação normal média. 20 Ensaio de tração: comportamento dos aços sob tensão normal PROPRIEDADES MECÂNICAS 21 PROPRIEDADES MECÂNICAS Fase elástica: • Trecho reto: da origem até o material atingir a resistência ao escoamento fy. • O material obedece a lei de Hooke (as tensões são proporcionais às deformações): s=Ee • E= constante, módulo de elasticidade, módulo de Young ou módulo de deformação longitudinal. E=200000 MPa • Deformação atinge valores da ordem de 0,12% a 0,20%. • Deformação desaparece totalmente após descarregamento. 22 PROPRIEDADES MECÂNICAS Fase Plástica: • Trecho do diagrama com tensão constante, igual a fy com aumento de deformação, atingindo valores entre 1 e 5% . • Trecho conhecido como patamar de escoamento. • Descarregamento ocorre segundo uma reta paralela a E. Sempre restará uma deformação residual er. 23 PROPRIEDADES MECÂNICAS Fase de Encruamento: • Após escoamento, o material sofre um revigoramento, que recebe a denominação de encruamento ou endurecimento. • A tensão volta a crescer com a deformação, porém sem proporcionalidade. • O material atinge sua tensão mais elevada, denominada resistência à ruptura, fu. • A deformação correspondente varia de 10 a 30%. 24 PROPRIEDADES MECÂNICAS Fase de Estricção: • Depois de alcançar fu, a área da seção transversal na região central do corpo de prova começa a se reduzir rapidamente, em um fenômeno conhecido como estricção . • Ocorre uma queda no valor da força de tração aplicada, até o rompimento do material, sob deformação da ordem de 15 a 40%. 25 Compressão PROPRIEDADES MECÂNICAS • Caso o CP fosse submetido à compressão, as resistências teriam os mesmos valores absolutos do ensaio de tração. • Ao invés do aumento do comprimento, da estricção e do rompimento, ocorreriam redução do comprimento, aumento de área da seção transversal e esmagamento por compressão, respectivamente. 26 Tensão de cisalhamento PROPRIEDADES MECÂNICAS • Submetendo-se um CP à tensão de cisalhamento, obtém-se um diagrama tensão-deformação similar ao diagrama das tensões normais de tração. • G = a inclinação do segmento reto, denominado módulo de elasticidade transversal . • O valor de G pode ser obtido pelo diagrama ou pela teoria da elasticidade: • n = coeficiente de Poisson • n = 0,3 em regime elástico. • G ≈ 77000 MPa. 12 n E G 27 Tensão de cisalhamento PROPRIEDADES MECÂNICAS • A resistência ao escoamento por cisalhamento,fvy: • A resistência à ruptura ao cisalhamento, fvu: yvy ff 60,0 uvu ff 60,0 28 PROPRIEDADES FÍSICAS • Massa específica do aço: • Peso específico do aço: • Dilatação térmica do aço: 3/7850 mkg 3/77 mkN 161012 Cx 29 COMPOSIÇÃO QUÍMICA • Aços estruturais possuem 95% de ferro em sua composição, e carbono a uma porcentagem máxima de 0,29%. Esses aços podem possuir outros elementos químicos para melhorar determinadas propriedades mecânicas ou a durabilidade do aço. 30 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS - Os aços estruturais usados no Brasil, em função da composição química, são classificados em: aços-carbono; aços de baixa liga e alta resistência mecânica; - Esses aços podem possuir resistência à corrosão atmosférica normal ou superior à normal, sendo neste último caso denominados aços resistentes à corrosão atmosférica; - Os aços-carbono e os aços de baixa liga e alta resistência mecânica podem ser resistentes ao fogo (apresentam degeneração das propriedades mecânicas inferior a dos demais aços sob altas temperaturas). - Todos os aços supracitados possuem diagrama tensão x deformação com patamar de escoamento. 31 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS - A ABNT NBR 8800:2008 exige que os aços estruturais possuam: Resistência ao escoamento máxima de 450 MPa: para assegurar a soldabilidade com o emprego de eletrodos utilizados normalmente na construção civil; Relação mínima entre as resistências à ruptura e ao escoamento de 1,18: para assegurar que as prescrições de cálculo da norma relacionadas à propagação do escoamento antes da ruptura possam ser aplicadas. 32 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS - A versão atual da norma, ABNT NBR 8800:2024, exige que os aços estruturais possuam: Resistência nominal ao escoamento máxima de 450 MPa. Relação mínima entre as resistências nominais à ruptura e ao escoamento de 1,15. Além disso, devem atender aos seguintes requisitos, considerando-se valores efetivamente medidos pelas usinas siderúrgicas: a) A relação entre as resistências à ruptura e ao escoamento não pode ser inferior a 1,10; b) A relação entre as deformações especificas correspondentes às resistências à ruptura (eu) e ao escoamento (ey) não pode ser inferior a 15; c) A deformação máxima na ruptura (er) não pode ser inferior a 15%, considerando-se a base de medida de 200mm. 33 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS • Aços-carbono São os tipos mais usuais, sendo que o aumento de resistência é obtido com o carbono (entre 0,15% e 0,29%) e com a adição de manganês (porcentagem máxima de 1,5%); Teor de carbono aumenta a resistência e a dureza (reduz a ductilidade); Aços de média resistência mecânica, apresentam resistência ao escoamento mínima entre 230 MPa e 380 MPa e resistência à ruptura mínima entre 310 MPa e 480 MPa; Aços mais usados: ASTM A36, A570. 34 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS • Aços de baixa liga e alta resistência mecânica Apresentam resistência ao escoamento mínima situada entre 290 MPa e 450 MPa e resistência à ruptura mínima entre 415 MPa e 550 MPa; Apresentam teor de carbono entre 0,05% e 0,25% e de manganês inferior a 2%, acrescidos de elementos de liga (Silício, níquel, etc). Têm propriedades mecânicas superiores às dos aços- carbono com baixo custo de produção. 35 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS • Aços resistentes à corrosão atmosférica Apresentam elementos como manganês, cobre, cromo, níquel e nióbio, em porcentagens adequadas, de modo a terem resistência à corrosão atmosférica superior à normal; Tais aços não são imunes à corrosão, mas apresentam uma velocidade de corrosão (perda de espessura com o tempo) pelo menos 4 vezes inferior a dos demais; 36 CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS Quando expostos ao clima, uma camada de óxido compacta e aderente se desenvolve na superfície. Essa camada funciona como barreira de proteção contra o prosseguimento do processo corrosivo, possibilitando, assim, a utilização desses aços sem revestimento. O tempo necessário para a formação da pátina (proteção) varia em função do tipo de atmosfera a que o aço está exposto, sendo em geral de 18 meses a 3 anos; Após um ano o material já apresenta a coloração marrom-clara. Praça do Papa-BH 37 AÇOS USADOS NO BRASIL Aços estruturais normatizados pela ABNT que atendem à NBR 8800 MR - média resistência mecânica; AR - alta resistência mecânica; COR - resistência à corrosão atmosférica valores característicos 38 AÇOS USADOS NO BRASIL Aços estruturais normatizados pela ABNT que atendem à NBR 8800 MR - média resistência mecânica; AR - alta resistência mecânica; COR - resistência à corrosão atmosférica valores característicos 39 AÇOS USADOS NO BRASIL Aços estruturais de especificação ASTM permitidos pela NBR 8800 1)t corresponde à menor espessura da chapa ou à menor dimensão ou ao menor diâmetro da seção transversal da barra redonda lisa. 2)A relação fu/fy não pode ser inferior a 1,18 40 AÇOS USADOS NO BRASIL Aços estruturais de especificação ASTM permitidos pela NBR 8800 (continuação) 1)t corresponde à menor espessura da chapa ou à menor dimensão ou ao menor diâmetro da seção transversal da barra redonda lisa. 2)A relação fu/fy não pode ser inferior a 1,18 ASTM (American Society for Testing and Materials). 41 AÇOS USADOS NO BRASIL Aços das siderúrgicas brasileiras 42 PERFIS ESTRUTURAIS DE AÇO Capítulo 3 43 DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE AÇO I CURSO: ENGENHARIA CIVIL PERFIS ESTRUTURAIS DE AÇO Considerações iniciais • O Capítulo 3 apresenta os perfis estruturais de aço previstos pela ABNT NBR 8800 mais utilizados na construção civil brasileira, que podem ser classificados, segundo o modo de obtenção, como perfis laminados e perfis soldados. • Também serão feitas considerações relevantes sobre o aparecimento das tensões residuais e sua influência no comportamento dos perfis. 44 Os perfis laminados são aqueles obtidos por meio de um processo de transformação mecânica, chamado de laminação. PERFIS LAMINADOS • As chapas são obtidas a partir da laminação a quente de uma placa de dimensões maiores, com temperatura geralmente superior a 1.000 oC. • Os perfis de seções I, H, U e L são obtidos de forma similar às chapas, mas a partir de blocos, com o uso de cilindros de diâmetro variável para perfis I e H. • As barras redondas são geralmente obtidas a partir de tarugos, com o emprego de cilindros com ranhuras. 45 PERFIS LAMINADOS Perfis laminados produzidos no Brasil • Chapas • Perfis de seção aberta • Perfis I de faces inclinadas • Perfis U • Perfis L (cantoneiras) • Perfis I e H de faces paralelas • Barras redondas • Lisas • Nervuradas 46 Chapas PERFIS LAMINADOS - Grossas ( > 4,75mm) → em forma de placas - Finas (≤ 4,75 mm) → placas ou bobinas placas bobinas 47 Chapas PERFIS LAMINADOS • Uma chapa é definida por meio do símbolo CH, seguido da espessura em milímetros (por exemplo: CH 16). A espessura pode ser acompanhada pela largura e pelo comprimento da peça, em mm (por exemplo: CH 16 x 500 x 2.000). 48 Perfis laminados de seção aberta PERFIS LAMINADOS 49 PERFIS LAMINADOS • Perfis de seção aberta a) Perfis I de faces inclinadas - Apropriado para uso sob solicitação de flexão simples em relação ao eixo x. Sua resistência à flexão em relação ao eixo y é reduzida. - Especificação: Símbolo I, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento (kg/m). Ex.: I 127 x 14,8. 50 PERFIS LAMINADOS • Perfis de seção aberta b) Perfis I de faces paralelas - São mais apropriados para uso sob solicitação de flexão simples em relação ao eixo x, já que sua resistência à flexão em relação ao eixo y é relativamente pequena; - Especificação: Símbolo W, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento (kg/m). Ex.: W310x38,7. x y 51 PERFIS LAMINADOS • Perfis de seção aberta c) Perfis H de faces paralelas - São mais apropriados para trabalhar como barras comprimidas, especialmente comopilares; - Especificação: Símbolo W ou HP, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento (kg/m). Ex.: W 310 x 93, HP 250 x 85. y x 52 PERFIS LAMINADOS • Perfis de seção aberta d) Perfis U - Empregado quando a solicitação, de qualquer tipo, é pequena. Ex: pilares de estruturas pouco carregadas, componentes de treliça, terças e travessas de tapamento, degraus e longarinas de escadas; - Especificação: Símbolo U, seguido da altura (d), em mm, e da massa por unidade de comprimento (kg/m). Ex.: U 152,4 x 12,2. 53 PERFIS LAMINADOS • Perfis de seção aberta e) Cantoneiras (Perfis L) - São perfis relativamente menos pesados, usados principalmente como componentes de treliça e como elementos de contraventamento, situações em que a solicitação predominante é de tração ou compressão axial; - Especificação: Símbolo L, seguido pelo comprimento das abas (b), e pela espessura (t), em mm. Ex.: L 76,2 x 6,35. 54 PERFIS LAMINADOS • Barras redondas a) Lisas: São produzidas no Brasil com diâmetro de 6,35 mm a 88,9 mm; - Empregas como tirantes ou como elementos de contraventamento, situações em que a solicitação atuante é de tração axial; - São fabricadas principalmente em aço ASTM A36. - Especificação: Símbolo , seguido do diâmetro (D), em mm. Ex: 55 PERFIS LAMINADOS • Barras redondas b) Nervuradas: São produzidas no Brasil com diâmetro entre 5,0 mm e 40 mm; - São geralmente utilizadas como armaduras em estruturas de concreto; - As nervuras proporcionam aderência adequada entre a barra e o concreto. Especificação: Símbolo , seguido do diâmetro (D), em mm. Ex: 56 PERFIS SOLDADOS • Os perfis soldados são formados por dois ou mais perfis laminados unidos continuamente entre si por solda elétrica. • Utilizados quando se necessita de seções transversais com dimensões maiores que as dos perfis laminados disponíveis ou para se obter uma forma especial de seção transversal, em decorrência de exigências estruturais ou arquitetônicas. 57 PERFIS SOLDADOS • Perfis soldados a) Série CS (coluna soldada): - composta de perfis H duplamente simétricos (altura/largura = 1); - apropriados para serem usados em barras predominantemente comprimidas axialmente (Ex. Pilares); b) Série VS (viga soldada): - composta de perfis I duplamente simétricos (altura/largura 4); - apropriados para serem usados em barras predominantemente fletidas (Ex. Vigas); 58 PERFIS SOLDADOS c) Série CVS (coluna-viga soldada): - composta de perfis intermediários entre I e H, duplamente simétricos; - apropriados para serem usados como barras submetidas a esforços combinados de flexão e compressão axial (Ex. Pilares de pórticos submetidos a ações vertical e lateral); d) Série VSM (viga soldada mista): - composta de perfis do tipo I monossimétricos (mesas com mesma largura, mas espessuras diferentes); - apropriados para serem usados em barras predominantemente fletidas, em que a tensão na mesa de menor área é inferior à da mesa de maior área (Ex. vigas); 59 PERFIS SOLDADOS • Os perfis soldados I e H devem ser especificados por meio do símbolo (CS, VS, CVS e VSM, no caso dos perfis padronizados, ou PS e PSM, no caso dos perfis de dimensões quaisquer), seguido da altura, em milímetros, e da massa por unidade de comprimento, em quilogramas por metro: CS 500 x 253 VS 400 x 53 CVS 350 x 98 VSM 600 x 99 PS 500 x 147 PSM 400 x 52 • Se as duas mesas forem iguais, basta colocar altura x largura das mesas x espessura das mesas x espessura da alma: I 500 x 300 x 16 x 8 60 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS • Tensões residuais são tensões normais ou de cisalhamento que surgem nos perfis durante o seu resfriamento não uniforme, decorrentes do processo de fabricação. • Tensões internas, ou seja, que não são causadas por ações externas, e portanto, com resultantes de força e momento nulas. • A distribuição e a intensidade das tensões normais residuais de uma barra dependem de vários fatores, como: - Tipo e dimensões da seção transversal; - Velocidade de resfriamento, etc 61 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS • Nos perfis laminados, as tensões normais residuais surgem quando o aço se resfria (da temperatura de laminação para a temperatura ambiente). • Partes da seção transversal, onde existe menor quantidade de material concentrado, resfriam mais rápido que aquelas com maior quantidade de material. • Quando o resfriamento é finalizado, aquelas partes que resfriaram primeiro ficam com tensões residuais de compressão e as partes que se resfriaram mais tarde ficam com tensões residuais de tração. 62 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS 63 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS • Distribuição típica em um perfil I laminado: as regiões das extremidades das mesas e do centro da alma, nas quais existe menor quantidade de material concentrado, ficam comprimidas, e as regiões das junções entre alma e mesas, nas quais existe maior quantidade de material, ficam tracionada. 64 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS • Perfis soldados - Cortam-se longitudinalmente as chapas a maçarico; - As regiões das bordas das chapas ficam aquecidas e têm o resfriamento completado por último, e ficam tracionadas; - A região central fica comprimida; - A soldagem entre as chapas aquecem com mais intensidade as regiões próximas às soldas, que, ao se resfriarem após todo o restante da seção ficam tracionadas. 65 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS Influência das tensões residuais no diagrama tensão- deformação Em uma barra com tensões normais residuais, o escoamento se inicia a uma tensão sp, inferior à resistência ao escoamento fy obtido no ensaio de um corpo de prova sem tensões residuais; Essa tensão em que o escoamento começa é a tensão normal causada pela força externa, que, somada ao máximo valor da tensão normal residual (σr), fornece uma tensão igual à resistência ao escoamento do aço (fy). 66 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS Essa tensão em que o escoamento se inicia é dada por: ryp f ss sr na maioria dos perfis se situa entre 70 MPa e 140 MPa. Aumentando a força externa, o escoamento vai atingindo gradativamente toda a seção transversal da barra, com as deformações crescendo de forma não linear com as tensões normais. O escoamento se completa quando a tensão externa atuante se torna igual à resistência ao escoamento do aço (fy). 67 TENSÕES RESIDUAIS NOS PERFIS - De maneira similar, em uma barra com tensões residuais de cisalhamento, o escoamento se inicia a uma tensão de cisalhamento tp igual à diferença entre a resistência ao escoamento fvy e a máxima tensão residual de cisalhamento tr : rvyp f tt - A máxima tensão de cisalhamento residual tr na maioria dos perfis usuais, apresenta valores relativamente baixos, situados entre 20 MPa e 40 MPa, e dificilmente superiores a 20% da resistência ao escoamento por cisalhamento do aço. 68 REFERÊNCIAS FAKURY, R. H., SILVA, A. L. R. C., CALDAS, R. B., Dimensionamento Básico de Elementos de Estruturas de Aço –Parte I, 2011. PFEIL, W; PFEIL, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático Segundo a NBR 8800:2008, 8a.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. ABNT NBR 8800:2008. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. ABNT NBR 8800:2024. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2024. 69