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1 ESTRUTURAS METÁLICAS Prof. Dr. Carlos Vitor da Silva Sarmento 2 ESTRUTURAS METÁLICAS PROF. DR. CARLOS VITOR DA SILVA SARMENTO 3 © 2024, Editora Prominas. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Me. Cristiane Lelis dos Santos Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Elislaine Santos Revisão Tecnica: Prof. Dr. Arthur Felipe Echs Lucena Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Lorena Oliveira Silva Portugal Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Cristiano Soares Andrade Élen Cristina Teixeira Oliveira 4 ESTRUTURAS METÁLICAS 1° edição Ipatinga, MG Editora Prominas 2024 5 Possuo graduação em Engenharia ci- vil pela Universidade Católica de Per- nambuco, possuo mestrado em en- genharia civil na área de estruturas e conclui o doutorado também em es- truturas. Além de atuar em congressos nacionais e internacionais, na submis- são e apresentação de artigo, revisão e condução (presidente) de seção, atuo também como revisor de revis- tas científicas indexadas avaliando artigos de engenharia civil, principal- mente em análise estrutural e aerodi- nâmica. Atuo também em projetos de análise estrutural, principalmente nos esforços do vento em edifícios altos e obras de artes especiais. CARLOS VITOR DA SILVA SARMENTO Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qua- lificações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link : http://lattes.cnpq.br/2579074263935583 Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado. 6 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 7 SUMÁRIO UNIDADE 1 INTRODUÇÃO E CONHECIMENTOS PRELIMINARES DO ESTUDO DE ESTRUTURAS ME- TÁLICAS 10 1.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E PRODUTOS SIDERÚRGICOS ESTRUTURAIS..................................................................................................11 1.2 TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS.............................................................................................................................................................................................13 1.3 ENSAIOS DE TRAÇÃO E CISALHAMENTO SIMPLES...................................................................................................................................................15 1.4 PROPRIEDADES DOS AÇOS...................................................................................................................................................................................................17 1.5 TENSÕES RESIDUAIS E DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE PERFIS SIMPLES OU COMPOSTOS............................................21 1.6 SISTEMAS ESTRUTURAIS EM AÇO.....................................................................................................................................................................................22 1.7 MÉTODOS DE CÁLCULO.........................................................................................................................................................................................................22 FIXANDO O CONTEÚDO................................................................................................................................................................................................................27 UNIDADE 2 LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS: CONECTORES, SOLDA E LIGAÇÕES NOS APO IOS 29 2.2 DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E ELEMENTOS DE LIGAÇÃO.......................................................................................................30 2.1 TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES: REBITES, PARAFUSOS COMUNS E PARAFUSOS DE ALTA RESISTÊNCIA.....................30 2.3 LIGAÇÕES COM SOLDA: TIPOS, QUALIDADE E SIMBOLOGIA...........................................................................................................................33 2.4 RESISTÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DOS ESFORÇOS NA SOLDA..............................................................................................................................37 2.5 APOIOS: CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAÇÕES NOS APOIOS...................................................................................................................................38 2.6 EMENDAS EM PILARES E VIGAS.........................................................................................................................................................................................38 2.7 TIPOS DE LIGAÇÕES NOS APOIOS: FLEXÍVEIS, RÍGIDAS E COM PINOS.......................................................................................................40 FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................................................................................................................................................42 UNIDADE 3 PEÇAS TRACIONADAS 45 3.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS..................................................................................................................................................................................................46 3.2 ESTADO LIMITE ÚLTIMO E ESFORÇOS NORMAIS RESISTENTES.......................................................................................................................46 3.3 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO................................................................................................................................................................................47 3.4 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES NORMAIS NA SEÇÃO..................................................................................................................................................48 3.5 LIMITAÇÕES DE ESBELTEZ DAS PEÇAS TRACIONADAS.......................................................................................................................................49furos. Figura 33 - Chapas com furos alinhados Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) 50 Figura 34 - Chapas com furos enviesados Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Em seções onde os furos estão desalinhados, também denominado de enviesada (PFEIL e PFEIL, 2021), conforme a Figura, a área líquida é calculada avaliando diversas configurações (1-2-2-1 ou 1-1-1) para verificar qual o segmento mais fragilizado. Nesta Figura, p é o espaçamento entre furos de uma mesma fila, g é o espaçamento transversal entre duas filas de furo e s é o espaçamento longitudinal entre furos de filas diferentes. A Equação 13 apresenta a forma de calcular a área líquida em seções enviesadas conforme a NBR 8800:2008. 𝐴𝑛 = 𝑏 −� 𝑑 + 3,5𝑚𝑚 � � + � 𝑠2 4𝑔 � � 𝑡 3.8 CISALHAMENTO DE BLOCO Para chapas finas tensionadas e conectadas por conectores, que são as estruturas de aço mais comuns, além da resistência à tração, também é necessário verificar rompendo a costura. Este dobramento, denominado cisalhamento em massa, pode ocorrer antes da ruptura do sólido, seja através de um mecanismo de extração ou fratura da superfície cisalhada. A Figura mostra o formato geral desta peça e as zonas de tração e cisalhamento. A equação apresenta a resistência do bloco de acordo com a NBR 8800:2008. Rd = 1 𝛾𝑎2 (0,60fuAnv + CtsfuAnt) ≤ 1 𝛾𝑎2 (0,60fyAgv + CtsfuAnt� Com 0,60 fu e 0,60 ft , respectivamente, a resistência a ruptura e escoamento do aço. Anv e Agv respectivamente a área líquida e bruta cisalhada. Ant é a área líquida tracionada. Cts=1,0 quando a tensão de tração é uniforme e Cts=0,50 para tensão não uniforme. 51 Figura 35 - Situação de cisalhamento do bloco. Área de cisalhada e área tracionada Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Em uma condição de cisalhamento a tensão atuante no bloco provoca o rasgamento da seção. Mas você irá dimensionar o elemento estrutural para qual esforço? Tração, compressão, cisalhamento? Na verdade, você deve fazer todas as verificações. Checando todas as possibilidades de ruptura. É claro que uma estrutura metálica ancorada em um pendural, através de um cabo de aço, só sofrerá tração, pois o cabo não aplicará carga de compressão. Desta forma sua verificação deve ser prioritariamente à tração. Mas sempre avalie todas as circunstâncias de ação atuante no elemento estrutural metálico. FIQUE ATENTO 52 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Dentre os elementos abaixo, assinale a sequência daqueles que são submetidos a esforços de tração: 1 - Tirantes 2 - Pendurais 3 - Estacas 4 - Diagonais de treliças 5 - Banzos de treliças 6 - Alma do pilar a)1, 3, 4, 6 b) 1, 4, 5, 6 c) 2, 3, 4, 5 d) 2, 4, 5, 6 e) 1, 2, 4, 5 2. As peças tracionadas são dimensionadas para o estado limite último e esforços normais resistentes. Desta forma, assinale a afirmação correta para as condições a serem verificadas em um dimensionamento de uma seção tracionada. a) Compressão da mesa e punção dos elementos. b) Ruptura da seção com furos e escoamento generalizado da barra. c) Esmagamento do conector e estricção da alma. d) Corrosão do elemento e fadiga estrutural. e) Dilatação do furo e esmagamento da soldabilidade. 3. Quanto aos coeficientes de segurança conforme a NBR 8800/2008, é INCORRETO afirmar que: a) Aço estrutural, pinos e parafusos em estado limite de escoamento, possui coeficiente de 1,10 para combinações normais. b) Aço estrutural, pinos e parafusos em estado limite de escoamento, possui coeficiente de 1,00 para combinações excepcionais. c) Aço estrutural, pinos e parafusos em estado limite de ruptura, possui coeficiente de 1,35 para combinações especiais ou de construção. d) Aço estrutural, pinos e parafusos em estado limite de ruptura, possui coeficiente de 1,15 para combinações excepcionais. e) Aço estrutural, pinos e parafusos em estado limite de ruptura, possui coeficiente de 1,40 para combinações excepcionais. Para as três próximas questões considere o enunciado: Uma chapa tracionada possui área bruta (Ag) de 0,1m², e área líquida efetiva (A,n,ef) de 0,085m². Sabendo que tensão de ruptura do aço (fu) e a tensão de escoamento a tração do aço (fy) deve ser tomado para o Aço de perfis laminados para uso estrutural 53 (NBR 7007) da classe/grau AR 350. Para os coeficientes considere que são aço estrutural em estado limite em combinações normais. 4. A seção com furo, terá resistência de: a) 12,70 MN b) 33,33 MN c) 3,00 MN d) 72,40 MN e) 15,8 MN 5. O escoamento da área bruta, terá resistência de: a) 27,05 MN b) 35,4 MN c) 14,77 MN d) 3,74 MN e) 15,55 MN 6. Desta forma, a peça será dimensionada para: a) A resistência do furo, por apresentar o menor valor. b) O escoamento da área bruta por apresentar o menor valor. c) A resistência do furo, por apresentar o maior valor. d) O escoamento da área bruta por apresentar o maior valor. e) Inconclusivo, pois apresentaram valores muito próximos. 7. Qual o limite de esbeltez de peças tracionadas? a) 100 b) 200 c) 300 d) 400 e) 500 8. Sobre a furação em chapas, por punção é correto afirmar que: a) O furo deve acrescer 4mm devido a folga do pino. b) Um pino com diâmetro de 10mm, deve ser realizado um furo de 13,5 mm devido ao dano de funcionamento (2 mm) e folga do pino (1,5 mm). c) Ao furar a chapa, deve ser conduzido com o mesmo diâmetro do pino, evitando assim vibrações por folga. d) O dano causado por funcionamento na peça uma majoração no furo em 5mm. e) O diâmetro do furo é realizado a partir da soma: 3,5mm + espessura da chapa. 54 PEÇAS COMPRIMIDAS 55 4.1 FLAMBAGEM POR FLEXÃO Os membros verticais que suportam o esforço de compressão são chamados de Pilares. Os elementos protendidos também podem ser usados em elementos de parafuso e treliça. Enquanto peças sob tensão tendem a reverter a imperfeição da peça, para repará-la, o esforço de prensagem acentua a variação geométrica e resulta na flexão do recurso, como na Figura. Figura 36 – Curvaturas em elementos comprimidos Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Os estudos sobre flexão começaram com o matemático Leonhardt Euler (1707- 1783), que estudou o fenômeno da instabilidade geométrica em uma coluna comprimida. Em outras palavras, se estivesse abaixo do pilar da Figura, seria gerada uma força axial de valor N que deforma a barra em um novo formato (linha tracejada). Para uma determinada estrutura ideal, com pilares confeccionados com materiais elásticos retos, sem defeitos geométricos e tensões residuais sob efeito de carga completamente concentrada, sem efeito de deslocamento horizontal, o pilar atingirá a carga última conforme Equação. Esta expressão é chamada de carga crítica (Ncrit) com a unidade SI de N, mas também é encontrada na literatura como carga de Euler (Gere e Timoshenko, 1994). 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 = π²EI 𝑙² Para se calcular a tensão crítica, sabe-se que a tensão é dada pela força dividida pela área, resultando na equação. 𝜎𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 𝐴 = π²EI 𝐴𝑙² = π²E 𝑙 i⁄ 2 Nesta expressão l/i é considerado como índice de esbeltez da haste, quanto maior este índice mais esbelta é a peça. Já a variável i é o raio de giração da seção e calculada a partir da expressão: i = I A⁄� . A tensão é dada em N/m² no sistema internacional. 56 Em uma dada estrutura comprimida (pilar) de comprimento l, você dimensionou e encon- trou a carga crítica, conforme a Equação 15. Adotando que ao executar a obra o elemento foi instalado com comprimento 10% menor (0,9l). Verifique que a nova carga crítica é 23,46% maior que a anterior. Enquanto que se por um erro, for executada uma estrutura 10% maior que a dimensionada, a nova carga crítica é 0,17%. Uma coluna sujeita ao esforço normal N com uma imperfeição geométrica de δ0 terá excentricidade adicional de δ com isto, a flecha total será de δt[m] calculado através da Equação. Sua tensão é calculada conforme a expressão. VAMOS PENSAR? δt = δ0 1− N Ncrit⁄ σ = N A ± Nδt W A variável W equivale ao módulo elástico da seção, comumente disponibilizado em catálogos comerciais de fabricantes.A carga última ou resistente (Nc) que atua na coluna pode ser menor que a carga crítica (Ncrit). Desta forma, a tensão última é dada pela expressão σc=Nc/A e esta tensão será igual a tensão crítica σcrit quando σcritfy a tensão última σc pode ser tomada como a tensão fy, este último caso ocorre em pilares curtos (com baixos valores de l/i). 4.2 COMPRIMENTO DE FLAMBAGEM A barra de compressão tem um comprimento de flexão que é a distância entre dois pontos onde o momento é zero. Sua unidade é metro [m]. Este comprimento mostra a forma deformada da estrutura. O comprimento de flambagem depende das condições de apoio da estrutura, contribuindo para o coeficiente K, conforme equação. A NBR8800/2008 ressalta que o comprimento de flambagem de algumas barras é mostrado na Figura. Fi gu ra 3 7 – C om pr im en to d e fla m ba ge m e m h as te s co m pr im id as Fo nt e: P fe il e Pf ei l ( 20 21 ) 57 Desta forma, a carga crítica resultada na expressão. 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝑁𝐸 = π²EI 𝑙𝑓𝑙² Mudanças no apoio do pilar afetam o comprimento do tirante e, portanto, a carga última. Porém, a altura é aumentada em um expoente de 2. Observe que o valor de K pode as-sumir valores de 0,50 a 2,00. Observe também que estruturas com bordas livres possuem um valor K muito alto (2,00), tornando a carga última baixa e, portanto, a estrutura mais suscetível ao colapso. Essas estruturas são frequentemente utilizadas em engenharia como: postes elétricos, torres de telecomunicações, turbinas eólicas, etc. VAMOS PENSAR? 4.3 CRITÉRIOS E DIMENSIONAMENTO DE HASTES EM COMPRESSÃO SIMPLES Hastes sujeitas a esforços de compressão axial, sem a ocorrência de flambagem local, são dimensionadas para o esforço resistente de projeto Nd res conforme a equação, cuja unidade no sistema internacional é o Newton [N]. 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 = 𝑁𝑐 γa1 = Agσc γa1 Sendo σc a tensão resistente em N/m², Ag a área da seção transversal bruta da haste em m² e γa1 o valor de combinações normais de ações, adotado como 1,10. A tensão normal resistente pode ser calculada através de uma relação conforme apresentado na equação. χ = σc 𝑓y Nesta equação o fator adimensional χ é dado em função do índice de esbeltez reduzido λ0 (em metros [m]), conforme as equações. χ = 0,658 λ0 2 para λ0≤1,50 χ = 0,877 λ0 2 para λ0>1,50 Para os aços comumente empregados nas estruturas metálicas, o índice de esbeltez reduzido pode ser facilmente calculado como: Aço MR250 λ0=0,0113(Kl/i) e aço AR350 λ0=0,0133(Kl/i). 58 Figura 38 – Flambagem local Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Para que a estrutura não sofra a flambagem local, requer que o índice de esbeltez da placa seja igual à tensão crítica elástica, evitando assim a plastificação da seção, conforme a equação, com “b” e “t” sendo parâmetros geométricos da seção, medidos em metros. Com k=4,00 para pilares com bordos apoiados e k=0,425 para estruturas com um bordo apoiado e o outro livre, situação comum em postes, torres, turbinas eólicas, etc. A Tabela, oriunda da NBR8800/2008, apresenta alguns valores para os índices de esbeltez de seções com o aço MR250 e AR350. O índice de esbeltez depende das condições de vinculação do elemento sujeito a flambagem local. Para elementos de seções transversais usuais (exceto tubulares circulares) denominadas AA detêm duas bordas longitudinais vinculadas, já as seções AL só possuem uma borda vinculada. b/t Elemento Grupo Exemplos MR250 AR350 Enrijecido (AA) 1 39,6 33,4 2 42,1 35,6 59 Não- enrijecido (AL) 3 12,7 10,7 4 15,8 13,4 5 6 21,2 17,9 0,64 𝐸 (𝑓𝑦 𝑘𝑐⁄ � � Tabela 02 – Valores limites de b/t em chapas (Tabela F.1 da NBR 8800/2008) Fonte: NBR 8800 (2008) Pilares que sofrem a flambagem local tem redução em sua capacidade de carga. A NBR 8800/2008 considera esta redução como sendo a variável Qa que é análogo a minoração da largura efetiva da placa, que originalmente tem largura b e passa a ter área efetiva de Aef=bet, com Qa=Aef/Ag. Com isto a equação resultará em: 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 = 𝑁𝑐 γa1 = QAgσc γa1 Nesta expressão o adimensional é obtido através da expressão: Q=Qa Qs, sendo Qs a variável tabelar obtido através da NBR 8800/2008, conforme a Tabela. Grupo Limites MR250 AR350 Qs≤1 3 12,7 25,7 𝑏 𝑡 > 21,7 𝑄𝑠 = 0,53𝐸 𝑓𝑦 𝑏 𝑡⁄ 2 60 4 5 6 15,8 29,1 𝑏 𝑡 > 24,6 𝑄𝑠 = 0,69𝐸 𝑓𝑦 𝑏 𝑡⁄ 2 𝑄𝑠 = 0,90𝐸𝑘𝑐 𝑓𝑦 𝑏 𝑡⁄ 2 21,2 29,1 𝑏 𝑡 > 24,6 𝑄𝑠 = 0,69𝐸 𝑓𝑦 𝑏 𝑡⁄ 2 𝑘𝑐 = 4 ℎ/𝑡𝑤� 0,35 ≤ 𝑘𝑐 ≤ 0,76 Tabela 03 – Valores de Qs Fonte: NBR 8800 (2008) Percebe-se que esta variável (Q) guarda relação com as propriedades geométricas da seção, como espessura, base e também propriedades do material (E, fy, etc). 4.4 FLAMBAGEM POR FLEXÃO E TORÇÃO DE PEÇAS COMPRIMIDAS A flexão lateral e transversal ocorre em pilares quando a seção transversal dobra em torno do eixo principal (Imin) e torce em um determinado ponto. Este ponto é chamado de centro de cisalhamento ou centro de torção. Para perfis I, H e perfis formados por seções em favo de mel, a encurvadura por flexão produz cargas mais baixas do que outros tipos, portanto não é necessário verificar a encurvadura por flexão-torção. Perfis abertos (U, L, C) só necessitam de encurvadura por flexão-torção quando o índice de retração é pequeno (segmentos curtos), pois em segmentos finos, a encurvadura por flexão domina o comportamento do material. BUSQUE POR MAIS Para melhor compreensão dos conceitos ligados ao cálculo e dimensionamento de peças comprimidas, sugere-se a leitura do capitulo 7, página 123 do livro do Fakury, Silva e Caldas Disponível em: https://shre.ink/Dvo4. Acesso em: 09 abr. 2024. E também vale a leitura do capítulo 7, na página 56 do livro do Pinheiro (2005) Disponível em: https://shre.ink/Dvow. Acesso em: 09 abr. 2024. METALICAS BARRAS COMPRIMIDAS Disponível em: https://shre.ink/DvoX. Acesso em: 09 abr. 2024. 61 Dimensionamento de Barras Comprimidas em Estruturas de Aço Disponível em: https://shre.ink/Dvo3. Acesso em: 09 abr. 2024. Exercício resolvido - Dimensionamento de peças comprimidas (Estruturas de Aço). Disponível em: https://shre.ink/Dvo5. Acesso em: 09 abr. 2024. A torção ocorre em estruturas não só por efeitos da suscetibilidade geométrica. Entretanto deveremos lembrar que estruturas estão sujeitas a efeitos de torção oriundos de ações tor- cionais dos elementos. Perfis fechados são mais resistentes aos esforços de torção. Cita-se uma seção transversal circular, quadrada, triangular. Já nos perfis abertos, a suscetibilidade à torção é maior. Imagine um tubo (PVC) de seção circular, se você tentar torcer ele (giran- do uma extremidade para um lado, e outra extremidade para o outro lado), provavelmente não conseguirá. Entretanto se o tubo for cortado ao longo do seu eixo longitudinal, o mesmo poderá ser torcido. VAMOS PENSAR? Como calcular a carga crítica de uma coluna utilizada na torre de uma pequena turbina eólica instalada em uma propriedade rural? A altura da torre é de 10m, ela é engastada e livre, utilizou-se perfil W com momento de inércia I=1.229cm4, E=200GPa. Utilizando unidades no SI e aplicando a equação, surge: FIQUE ATENTO 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝑁𝐸 = π²EI 𝑙𝑓𝑙² = π²200x109x1.229x10−8 (2𝑥10)² = 606,49N 62 FIXANDO O CONTEÚDO Considerando uma dada coluna metálica feita com perfil W 150 x 13,0 com comprimento de 4,00 m com material de módulo de elasticidade E=200.000 MPA. Ao dimensionar você consultou sites de fabricantes, conforme a imagem abaixo: A partir disto, responda as questões 01, 02 e 03: 1. Qual a carga crítica Ncrit e tensão crítica σcrit considerando que a flambagem ocorre na direção x-x: a) Ncrit=249.363,9N e σcrit=150MPa b) Ncrit=149.463,9N e σcrit=250MPa c) Ncrit=150.755,4N eσcrit=225MPa d) Ncrit=738.433,7N e σcrit=50MPa e) Ncrit=575.443,8N e σcrit=125MPa 2. Qual a carga crítica Ncrit e tensão crítica σcrit considerando que a flambagem ocorre na direção y-y: a) Ncrit=49.334,9N e σcrit=15,7MPa b) Ncrit=32.201,3N e σcrit=19,4MPa c) Ncrit=50.355,4N e σcrit=20MPa d) Ncrit=38.333,7N e σcrit=25,4MPa e) Ncrit=249.363,9N e σcrit=150MPa 3. Qual o raio de giração desta peça em cada direção xx e yy, e seu índice de esbeltez também em cada direção? Fo nt e: B IM W O RK S, d is po ní ve l e m : h tt ps :// sh re .in k/ D vo Q Ac es so e m 0 4 m ai 2 02 4 63 a) ix=0,08945m, iy=0,03495m, l/ix= 44,72 e l/iy= 114,44 b) ix=0,07749m, iy=0,04456m, l/ix= 51,62 e l/iy= 89,77 c) ix=0,07185m, iy=0,0225m, l/ix= 55,67 e l/iy= 177,78 d) ix=0,09935m, iy=0,0672m, l/ix= 40,26 e l/iy= 59,52 e) ix=0,06185m, iy=0,0222m, l/ix= 64,67 e l/iy= 180,18 4. Um pilar metálico está situado entre dois pavimentos ligado no topo e na base por vigas, considerando que houve um acidente, e as vigas no topo do pilar se romperam, o mesmo mudou sua configuração de flambagem, então a pergunta é: qual a relação NcritNOVO/NcritINICIAL para a carga crítica após a ruptura e antes da ruptura? Dica: mudança foi realizada no comprimento de flambagem. a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Para as questões 05, 06 e 07, considere: dada uma estrutura com área da seção transversal bruta de valor Ag=29cm² e tensão de escoamento de fy de 345MPa e módulo de elasticidade de 200GPa. O comprimento do pilar é de l=5m enquanto que o raio de giração é de 3,65cm. Considere que esta coluna é engastada e livre (similar a um poste). 5. Qual o índice de esbeltez reduzido λ0? a) 5,43 b) 9,98 c) 6,42 d) 1,50 e) 5,62 6. Qual o valor do adimensional χ? a) 0,0089 b) 0,0297 c) 0,3898 e) 0,0278 e) 0,0213 7. Qual o esforço resistente de projeto (Nd res) para a estrutura? a) 19.373N b) 17.554N c) 12.357N d) 11.184N e) 13.879N 64 8. Para a análise de flambagem local, calcule a relação b t r para a estrutura do exercício anterior. a) 11,18 b) 3,45 c) 17,01 d) 14,91 e) 13,15 65 VIGA DE ALMA CHEIA 66 As estruturas de flexão simples são projetadas com base nas forças de retenção (tempo e cisalhamento) nas seções críticas. Os efeitos da encurvadura local e lateral alteram a resistência à flexão da viga. Quando os painéis de vigas comprimidas tornam-se instáveis, isso é chamado de instabilidade local (FLA), enquanto a instabilidade lateral ocorre devido à instabilidade no plano horizontal principal, causando flexão horizontal e torção. A fechadura é contida por elementos de proteção. Ressalta-se que as tabelas também podem ser unidas (Local Table Joining - FLM). Para evitar esta situação, a NBR 8800/2008 estabelece critérios de medição, baseados no formato da seção e serão incluídos no capítulo. Vigas com restrições horizontais não estão sujeitas a encurvadura lateral. No entanto, a encurvadura local dos painéis reduz a capacidade de flexão da viga. As configurações I, duplo I, H, W e duplo U são exemplos de estruturas sujeitas a restrições. 5.1 DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO Figura 39 - Flambagem local da alma Fonte: Carli e Pravia (2016) Verificar se nos edifícios os elementos podem ter conteúdo inerente ao sistema construti- vo. Por exemplo, uma barra conectada a outra barra ou placa muitas vezes limita o des- locamento e torna a estrutura mais estável. No entanto, isso não deve ser considerado na estimativa. Caso está restrição seja removida, a estrutura ficará instável. Mas entenda, se o incidente precisa ser bloqueado então o conteúdo deve ser considerado e você pode ava- liá-lo pensando bem. VAMOS PENSAR? Figura 40 - Flambagem lateral da alma Fonte: Zacarias (2024) 67 A NBR8800/2008 conduz o dimensionamento à flexão considerando que o material iniciou a plastificação, com momento My e também aborda o material totalmente plastificado com momento total de Mp. Uma seção submetida a um momento M, com momento de inércia I, módulo elástico da seção W e distância ao centroide do elemento de área mais afastado ymáx, terá seu material considerado linear enquanto a máxima tensão é menor que a tensão de escoamento do aço, conforme a equação. 𝜎𝑚á𝑥 = 𝑀 𝐼 𝑦𝑚á𝑥 = 𝑀 𝑊 My). c) Seção esbelta - A flambagem local impede que a seção atinja o momento de plastificação (Mres0,8 Sendo Afn a área líquida, e Afg a área bruta da mesa tracionada. Caso a condição apresentada na equação não seja atendida, considera-se a expressão, com Wt o módulo elástico da seção no lado tracionado: 𝑀𝑑 𝑟𝑒𝑠 ≤ 1 𝛾𝑎1 𝑓𝑢𝐴𝑓𝑛 𝐴𝑓𝑔 𝑊𝑡 A viga I contida lateralmente de mesa esbelta e alma atendendoao limite de seção semicompacta tem momento resistente dado pela expressão, sendo Qs, dado pela tabela da NBR8800/2008 apresentada na Figura do capítulo 4. Mn=Qs fy Wc A NBR8800/2008 aborda esta equação para perfis a partir da aplicação de Qs conforme as equações, com kc dado através da Tabela 70 Perfis laminados 𝑀𝑛 = 0,69𝐸 𝜆2 𝑊𝑐 Perfis soldados 𝑀𝑛 = 0,90𝐸 𝑘𝑐 𝜆2 𝑊𝑐 Já a situação de vigas com alma esbelta, onde a equação da esbeltez atende a Equação, o momento Mn é obtido através do menor dos valores obtidos por meio das expressões. ℎ0 𝑡0 3,0 ou 𝑎 ℎ𝑤 > 260 ℎ𝑤 𝑡0 2 para os demais casos a é a distância entre os enrijecedores intermediários 𝑉𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦� 𝛾𝑎1 𝜆𝑝 ≤ ℎ𝑤 𝑡0 𝜆𝑟 𝑉𝑑𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦)𝐶𝑣 𝜆𝑎1 𝐶𝑣 = 1,24 𝜆𝑝 ℎ𝑤 𝑡0� 2 74 Em vigas com enrijecedores intermediários o limite é: Tabela 08 - Resistência a flexão de vigas I Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) A NBR 8800/2008 apresenta possibilidades de colapso da alma da viga sujeita a uma carga concentrada nas seguintes situações: Mesa com rotação impedida Mesa com rotação livre Uma viga com carga concentrada e em seções sem enrijecedores poderá sofrer escoamento se a força atuante ultrapassar a resistência de projeto (no SI é medido em Newtons) dado através da equação, se isto ocorrer, deve-se prever enrijecedores, a fim de mitigar a possibilidade de ocorrência de colapso. 𝑅𝑑𝑟𝑒𝑠 = 1,10 𝛾𝑎1 𝑅𝑛 = 1,10 𝛾𝑎1 𝑙0𝑡0𝑓𝑦 Cargas intermediárias (l>h) 𝑅𝑛 = (5𝑐 + 𝑎′)𝑡0𝑓𝑦 Cargas de extremidade (lde aço Disponível em: https://shre.ink/DKtU. Acesso em: 09 abr. 2024. Pré Dimensionamento de Pilares e Vigas de alma cheia Disponível em: https://shre.ink/DKSO. Acesso em: 09 abr. 2024. Considerando uma estrutura sem enrijecedores, calcule as razões entre os esforços cortan- tes considerando o tipo de estrutura: Moderado: elevado: Superior ao limite Resposta: Adotando a tabela 06, em sua formulação referente a um ou dois eixos de simetria sem enrijecedores tem: Moderado: Elevado: Superior ao limite VMODERADO: VELEVADO: VSUPERIOR AO LIMITE Substituindo todos os valores dos cortantes vem: FIQUE ATENTO 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦� 𝛾𝑎1 : 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦)𝐶𝑣 𝛾𝑎1 : 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦)𝐶𝑣 𝛾𝑎1 Dividindo todos os membros por 𝐴𝑤(0,6𝑓𝑦� 𝛾𝑎1 vem: 1:CvElevado:CvSuperiro ao limite 76 Substituindo os valores das variáveis Cv vem: Esta relação permite comparar entre os diferentes tipos de estrutura e o esforço cortante. Verifica-se que a variável que influencia é o módulo de elasticidade (E), tensão de escoa- mento (fy), e geometria da seção (hw e t0) 77 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Sobre as vigas de alma cheia, é correto afirmar: a) A flambagem local não pode alterar a resistência da viga, pois só ocorre em alguns pontos. b) A flambagem local ocorre devido a perda de estabilidade no plano principal, já a flambagem lateral ocorre devido a perda de estabilidade das chapas comprimidas da alma. c) Uma forma de conter a flambagem lateral é através de contenções. d) A solda é um exemplo de flambagem local. e) Seção compacta é aquela que está sujeita a um esforço de compressão, enquanto que seções esbeltas são aquelas onde a flambagem lateral impede a ocorrência de momento de plastificação. 2. Sobre os valores limites da esbeltez das peças é INCORRETO afirmar: a) λ≤λp ocorre em seções compactas. b) λpλr ocorre em seções esbeltas. d) λ|M1|. 𝐶𝑚 = 0,60 − 0,40 𝑀1 𝑀2 84 Com isto, a Equação resultará em: 𝑁 𝑁𝑐 + 𝐵1𝑀1 𝑀𝑝 = 1 Sendo Nc a carga última na haste, ou seja, a carga de compressão que causaria o colapso. Verificar se o momento fletor atua em valores diferentes na extremidade (Figura 45) não é comum na engenharia. Diferentes casos de carga ou diferentes geometrias podem propor- cionar isso. Ou configuraçãode nível final. Que o teto carrega uma carga diferente da do chão. Portanto, é importante medir com precisão a carga durante o pré-cálculo ou pré-di- mensionalização da estrutura. VAMOS PENSAR? BUSQUE POR MAIS Para melhor compreensão do dimensionamento pilares metálicos sujeitos a es- forços de flexotração e flexocompressão recomenda-se a leitura do capitulo 8, página 161 do livro do Fakury, Silva e Caldas Disponível em: https://shre.ink/DKNd. Acesso em: 09 abr. 2024. FLEXOCOMPRESSÃO e FLEXOTRAÇÃO em perfis metálicos Disponível em: https://shre.ink/DKNa. Acesso em: 09 abr. 2024. Em condições de viga-coluna com extremidade deslocáveis o comportamento não-linear é considerado através do diagrama de momentos fletores. Para estas vigas considera-se que o topo deslocou ∆ e que a deformada ao longo da haste apresenta um deslocamento de δ, haverá então um momento de primeira ordem M1, e também o momento M∆ referente a força axial oriunda do deslocamento lateral da extremidade, e o momento Mδ que é resultante das forças axiais devido ao deslocamento do eixo em δ conforme representado através da Figura. Fi gu ra 4 5 - Vi ga -c ol un a co m e xt re m os in - de sl oc áv ei s a ) m om en to s ex tr em os ig ua is b ) M om en to s ex tr em os d ife re nt es Fo nt e: P fe il e Pf ei l ( 20 21 ) 85 O momento da extremidade pode ser exibido conforme a Equação, enquanto que o deslocamento ∆ é obtido considerando uma carga equivalente no topo, resultando na equação. 𝑀∆ = 𝐵2𝑀1 = 𝐻𝐿 + 𝑁∆ ∆= ∆1 1 + 𝑁∆ 𝐻𝐿 = 𝐻 + 𝑁∆ 𝐿 𝐿³ 3𝐸𝐼 6.4 DIMENSIONAMENTO O dimensionamento de hastes sujeitas a flexocompressão e flexotração no regime elástico é conduzido através do método das tensões admissíveis com adição de tensões normais. Já nos estados limites, utilizam-se equações empíricas de interação para a adição das tensões. O método empregado no dimensionamento substitui os esforços solicitantes (M e N) por aqueles de projeto (Md e Nd) e os esforços de plastificação são substituídos por esforços resistentes. A NBR8800/2008 aponta as equações para aplicações em estruturas metálicas cuja seção transversal seja I ou H. 𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 ≥ 0,2 𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 + 8 9 𝑀𝑑𝑥 𝑀𝑑 𝑟𝑒𝑠 𝑥 + 𝑀𝑑𝑦 𝑀𝑑 𝑟𝑒𝑠 𝑦 ≤ 1,0 𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 1,4 considera- se de grande deslocabilidade. A carga Nd é variável, pois depende dos esforços solicitantes. Mas sabemos que dimensio- namos uma estrutura para o estado limite último e serviço. Entretanto na vida real da es- trutura isso não acontece. O que ocorre é a geração de esforços para cada carregamento gradual. Então a relação 𝑁𝑑 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 pode partir de zero e atingir um valor máximo. Que tal você calcular para isto? Treine com gráficos, gerando curvas de aumento de tensão com 𝑁𝑑 𝑟𝑒𝑠 = 10.000𝑘𝑁 e 𝑁𝑑�1000𝑘𝑁 10000𝑘𝑁 , por exemplo. Considere os momentos com valores adota- dos por você. Avalie como seria este carregamento, de uma coluna de torre de reservatório por exemplo (caixa de água). VAMOS PENSAR? 86 6.5 SISTEMAS DE CONTRAVENTAMENTO Os sistemas de contraventamento são amplamente utilizados em treliças e pórticos com plano principal vertical. Este sistema visa garantir a estabilidade lateral e reduzir o comprimento das barras tensoras. Existem dois tipos de sistemas de contenção: contenção de nós e contenção relativa. Primeiro, o tirante é preso em um ponto à barra e a um suporte externo, geralmente rígido. Na armadura restritiva, o elemento é conectado a outro ponto fixo adjacente para fornecer resistência. A Figura mostra esses dois tipos de conectores. Figura 46 - Sistemas de contraventamento a) contenção nodal b) contenção relativa Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) O dimensionamento do contraventamento adota a analogia de molas considerando uma força elástica Fbr=kδ, adotando a condição de equilíbrio, onde o somatório dos momentos é nulo. �𝑀𝐴 = 0 → 𝑁 𝛿0 + 𝛿 − 𝐹𝑏𝑟𝑙𝑏 � � Nesta expressão, δ0 é o deslocamento considerando a coluna como perfeita, lb é o comprimento de flambagem. A força elástica depende da constante elástica k (em N/m), que é calculada considerando a carga crítica: 𝑘 = 𝜋²𝐸𝐼 𝑙𝑏³ = 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 𝑙𝑏 Calcule a rigidez elástica de uma estrutura com E=200GPa, I=939cm4, comprimento da co- luna de 4,00m e a viga é biapoiada. Resposta: Colocando todos no SI e substituindo os valores na expressão, resulta: FIQUE ATENTO 𝑘 = 𝜋2𝐸𝐼 𝑙𝑏3 = 𝜋2200𝑥109𝑥939𝑥10−8 4,003 𝑘 = 289.611 N m⁄ = 289,6k N m⁄ 87 A Figura apresenta modo de flambagem para a viga-coluna contraventada. Percebe-se que a mola no meio do vão que contribui com rigidez elástica é oriunda do elemento de contraventamento. Figura 47 - Modos de flambagem do sistema contraventado Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) A NBR 8800/2008 facilita o cálculo apontando que elementos com contenção nodal devem ser dimensionados para uma força de Fbr=0,010 Nd, que é equivalente a uma imperfeição de lb/200. Com Nd dado pelo esforço normal de projeto. Já para contenção relativa, a força é dada por Fbr=0,004 Nd. 88 1. Sobre as vigas colunas sujeitas a flexocompressão e flexotração é correto afirmar: a) Com o uso da topografia, objetiva-se aplicar a carga exatamente no centro de uma coluna. b) A plastificação inicia-se na alma, situada a 2/3 da altura. c) A carga responsável pela torção é um momento na base, oriunda de giro da laje de pavimento ou piso. d) As estruturas do tipo coluna são dimensionadas considerando o momento fletor e esforço normal. e) Após a formação da rótula plástica, no centro da coluna, ocorre a plastificação abrupta da base da coluna. O enunciado a seguir servirá para a resolução das questões 02, 03 e 04. Uma dada coluna sujeita a esforços: Normal (N) de 2.300kN e momento (M) de 100N.m com variáveis A=0,02m² e W=0,0040m³ e fy=350MPa. 2. Calcule a relação de cargas 𝑁 𝑁𝑦 : a) 0,329 b) 0,154 c) 0,459 d) 0,775 e) 0,027 3. Qual o momento de plastificação (Mp) desta seção? a) Mp≥113,5N.m b) Mp≥170,1N.m c) Mp≥348,7N.m d) Mp≥537,2N.m e) Mp≥1191,4N.m 4. Considerando que foi instalado um perfil maior, com área de 0,04m², qual a influência no momento de plastificação (Mp)? a) a relação de cargas será 𝑁 𝑁𝑦 =0,164 e o Mp será maior que 108,95 N.m. b) a relação de cargas será 𝑁 𝑁𝑦 =0,339 e o Mp será maior que 153,95 N.m. c) a relação de cargas será 𝑁 𝑁𝑦 =0,644 e o Mp será maior que 557,4 Nm. d) a relação de cargas será 𝑁 𝑁𝑦 =0,144 e o Mp será maior que 332,8 Nm. FIXANDO O CONTEÚDO 89 e) a relação de cargas será 𝑁 𝑁𝑦 =0,037 e o Mp será maior que 705,24 Nm. Você está acompanhando a execução de uma viga coluna com comprimento de 4m sujeita a flexocompressão e flexotração. A extremidade desta estrutura está sujeita a uma carga axial de compressão no valor de 1.000kN e um momento de 1000N.m. O material desta estrutura tem módulo de elasticidade E=200 GPa e momento de inércia I=4x10-5 m4. Desta forma, responda à questão 05 e 06 baseado nestas informações: 5. Qual a carga crítica de Euler (Ncri) para esta estrutura? a) 170,9kN b) 525,2kN c) 1570,8kN d) 1799,3kN e) 2788,4kN 6. Qual o valor da variável Cm para a estrutura considerada adotando que a mesma contém os apoios indeslocáveis? a) 0,6479 b) 1,1464 c) 1,3498 d)1,4393 e) 2,4493 7. Qual o momento máximo na viga, sabendo que o momento de primeira ordem (M1) é de 1000N.m.a) 1.079,55 Nm b) 2.774,99 Nm c) 3.154,87Nm d) 5.548,63 Nm e) 7.774,99 Nm 8. Quanto aos sistemas de contraventamento, é correto afirmar: a) O sistema de contraventamento é importante e bastante aplicado em elementos de fundação, principalmente sapata e laje radier. b) Há basicamente dois sistemas de contraventamento: Discreto e contínuo. c) O sistema de contraventamento é dimensionado através da suposição que seus elementos são molas, cuja rigidez elástica determina a força resultante atua nos elementos da estrutura a ser contida. d) A força elástica é calculada a partir da carga crítica, adotando que neste caso 𝑁𝑐𝑟𝑖𝑡 = 𝜋𝐸𝑁 𝑀 . e) A analogia de molas consta em discretizar ao longo da coluna, inúmeras molas (número maior que 10 para convergir o modelo numérico) adotando uma rigidez lateral através da formulação de viga sobre base elástica. 90 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 1 UNIDADE 3 UNIDADE 5 UNIDADE 2 UNIDADE 4 UNIDADE 6 QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 C QUESTÃO 5 B QUESTÃO 6 B QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 B QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 D QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 B QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 B QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 B QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 D QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 D QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 D QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 B QUESTÃO 8 A QUESTÃO 1 D QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 E QUESTÃO 4 A QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 B QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 C 91 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.: apresentação. Rio de Janeiro, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14323: Dimensionamento de estruturas mistas aço-concreto de edifícios em situação de incêndio.: apresentação. Rio de Janeiro, 2013. BERTOLDI, E. Análise em ensaios de tração em corpo de prova de aço sae 1020, 4ª Semana Internacional de Engenharia e Economia – FAHOR, Horizontina – RS, 2016. CARLI, Arthur de; PRAVIA, Zacarias Martin Chamberlain. Dimensionamento de Vigas Mistas Esbeltas. In: CONGRESSO LATINOAMERICANO DA CONSTRUÇÃO METÁLICA, 2016, São Paulo. ANAIS ABCEM. São Paulo: Abcem, 2016. p. 1-17. CHAMBERLAIN, Pravia. Projeto e Cálculo de Estruturas de Aço: Edifício industrial detalhado/ Zacarias Martin Chamberlain Pravia, Ricardo Ficanha, Ricardo Fabeane. 2013. ENGEL, Heino; RAPSON, Ralph; ZOLLINGER, Carla. Sistemas de estructuras. Gustavo Gili, 2001. ENSINO Médio e Educação Profissional. Escola Estadual de Educação Profissional -EEEP Curso Técnico Em Mecânica Processos de Soldagem.2024. LABTESTE.Laboratório ensaio de tração. Disponível em: . Acesso em: 2 abr. 2024. LUIZ, C. B.; DINIZ, A. C. M. Estrutura de Aço e Madeira. Maringá: UniCesumar, 2021. p. 138. MARCON, Emmyle, PRÁVIA, Zacarias M Chamberlain. Cálculo de ligações em estrutura metálica. 17 Construmetal. 2012. PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de Aço: Dimensionamento Prático. Grupo Gen- LTC, 2021. Propriedades Mecânicas e o Diagrama Tensão-Deformação | Responde Aí. Disponível em: . Acesso em: 2 abr. 2024. SARDÁ, Alexandre Augusto Pescador. Estruturas metálicas ligações-apoios. UFPR. 2024. SILVER, Pete; MCLEAN, Will; EVANS, Peter. Sistemas estruturais. Editora Blucher, 2013. SIMBOLOS Básicos De Soldagem: Conceitos Gerais Ϙ INSPESOLDA. Disponível em: . Publicado em 2019. Acesso em REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92 2024. ZACARIAS, Alisson Teixeira. Análise de Flambagem - Viga de Içamento. Disponível em: . Acesso em: 30 abr. 2024. 5 dicas para elaborar um projeto de Estruturas Metálicas econômico sem fugir às normas. – O Calculista de Aço. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2024. 93 graduacaoead.faculdadeunica.com.br http://graduacaoead.faculdadeunica.com.br3.6 DIÂMETRO DOS FUROS DE CONECTORES.................................................................................................................................................................49 3.7 ÁREA DA SEÇÃO TRANSVERSAL LÍQUIDA....................................................................................................................................................................49 3.8 CISALHAMENTO DE BLOCO................................................................................................................................................................................................50 FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................................................................................................................................................52 UNIDADE 4 PEÇAS COMPRIMIDAS 54 4.1 FLAMBAGEM POR FLEXÃO....................................................................................................................................................................................................55 4.2 COMPRIMENTO DE FLAMBAGEM.....................................................................................................................................................................................56 4.3 CRITÉRIOS E DIMENSIONAMENTO DE HASTES EM COMPRESSÃO SIMPLES.............................................................................................57 4.4 FLAMBAGEM POR FLEXÃO E TORÇÃO DE PEÇAS COMPRIMIDAS................................................................................................................60 FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................................................................................................................................................62 UNIDADE 5 VIGA DE ALMA CHEIA 65 5.1 DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO.........................................................................................................................................................................................66 5.2 DIMENSIONAMENTO DA ALMA DA VIGA......................................................................................................................................................................72 FIXANDO O CONTEÚDO................................................................................................................................................................................................................77 8 UNIDADE 6 FLEXOCOMPRESSÃO E FLEXOTRAÇÃO 80 6.1 CONCEITO DE VIGA-COLUNA.............................................................................................................................................................................................81 6.2 RESISTÊNCIA DA SEÇÃO........................................................................................................................................................................................................81 6.3 VIGA-COLUNA SUJEITA À FLAMBAGEM.....................................................................................................................................................................82 6.4 DIMENSIONAMENTO..............................................................................................................................................................................................................85 6.5 SISTEMAS DE CONTRAVENTAMENTO...........................................................................................................................................................................86 FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................................................................................................................................................88 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................................................91 9 UNIDADE 1 A unidade I retrata os conceitos do processo de fabricação e propriedades estruturais do aço empregado na construção civil. Além de conceitos históricos fomentará também os aspectos teóricos das propriedades do aço. Ao final você irá compreender como realizar os ensaios de tração e cisalhamento, além de interpretar os gráficos do diagrama de tensão-deformação do aço, de forma a compreender as tensões atuantes no material. Nesta unidade é abordado ainda os métodos de cálculo empregados nas estruturas metálicas. UNIDADE 2 Nesta unidade serão apresentados os conceitos relacionados as ligações normalmente utilizadas em estruturas metálicas. Nesta seção serão apresentados as ligações: Conectores, solda e ligações em apoios. Dentre os conectores, você irá conhecer os rebites, parafusos comuns e de alta resistência. Aprendendo a dimensionar os conectores, calculando a resistência e distribuição dos esforços. Nesta unidade serão abordados ainda as emendas em coluna e viga. UNIDADE 3 Na unidade 03 você verificará os conceitos, aplicação e dimensionamento de peças tracionadas. Nesta unidade são apresentados os critérios construtivos, e você compreenderá a aplicação das peças em esforços de tração, e também como as tensões são distribuídas nelas. Além disso, você compreenderá os critérios de dimensionamento: limites, furos e áreas. UNIDADE 4 Através da unidade 4 serão abordados os conceitos de peças comprimidas. Nesta seção você compreenderá os conceitos de pilares, seus métodos de dimensionamentos e verificações às ações. UNIDADE 5 A unidade 05 contempla as vigas de alma cheia. Nesta unidade você compreenderá o dimensionamento e limitações deste tipo de elemento estrutural. C O NF IR A NO LI VR O UNIDADE 6 A unidade 06 irá subsidiar seu conhecimento em estruturas sujeitas a flexocomprensão e flexotração. Nesta unidade você compreenderá os conceitos de viga-coluna, além do dimensionamento, e também a calcular a resistência da seção. 10 INTRODUÇÃO E CONHECIMENTOS PRELIMINARES DO ESTUDO DE ESTRUTURAS METÁLICAS 11 1.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO E PRODUTOS SIDERÚRGICOS ESTRUTURAIS Os materiais ferrosos (principalmente ferro fundido e aço) foram empregados como elementos estruturais nas engenharias a partir de 1779, onde teve grande aplicação em pontes nos Estados Unidos da América. No Brasil a primeira ponte é datada em 1857, instalada sobre o rio Paraíba do Sul (RJ) com vão de 30 metros. As obras férreas tiveram grandes avanços no século XIX devido a expansão de trens de carga e bondes nos grandes centros urbanos. Até o século XX as construções utilizavam aços de 370 MPa, a partir de 1950 a evolução no processo de fabricação permitiu a obtenção de materiais com resistências mais elevadas, chegando nas décadas de 60 e 70 a obtenção de materiais com 1000 MPa. No Brasil, o primeiro prédio alto construído totalmente em aço foi o Edifício Avenida Central, inaugurado em 22 de maio de 1961 no Rio de Janeiro, detém 34 pavimentos, projetado pelo arquiteto Henrique Mindlin, foi por diversos anos o prédio mais alto da cidade, detentor de 1061 salas, sendo 200 lojas. O prédio Concordia Corporate Tower (MG) é o atual detentor do título de maior edifício em aço no Brasil, atingindo a marca de 172 m de altura que o coloca como maior prédio em aço da América latina também. Os seus 44 pavimentos de uso misto (residenciale comercial) conferem aos 60.000 m² em lajes metálicas a levezas. Atualmente diversas estruturas são construídas com o uso de aço estrutural: Edifícios, pontes, viadutos, aquedutos, torres (elétrica, telecomunicações, etc.), obras de artes especiais, aerogeradores (turbinas eólicas), elementos para painéis solares, pontes rolantes, pórticos, painéis de fechamento (acabamentos) e outras estruturas. O aço é um material ferroso atualmente mais empregado nas engenharias. O aço é um material oriundo de dois ou mais elementos, por isto é denominado liga, sendo obtido através da união de 97,89% a 99,992% de ferro com 0,008% até 2,11% de carbono (Chiaverini, 1996). Toda liga é obtida através da união de elementos distintos, onde pelo menos um deles é um metal. A utilização de carbono é para aumentar a resistência do aço, entretanto isto o torna mais frágil. Aços com teores de carbono baixo (exemplo 0,008%) tem baixa resistência a tração. Entretanto são mais dúcteis, ou seja, podem ser mais escoados quando tracionados. Enquanto que as ligas de 2,11% de carbono são mais resistentes à tração e apresentam menor ductilidade, o que pode acarretar a problemas na soldagem. Aços estruturais empregados na construção civil tem resistência medida em Mega Pascal (MPa), geralmente com resistência a tração oscilando entre 200MPa e 700 MPa, exemplificando-se o aço CA25, utilizado em estribos, cuja resistência é de 250 MPa, outro caso é o aço CA50 empregado no concreto armado, com resistência ao escoamento de 500MPa, e também o CA60 e CA70, com 600MPa e 700MPa respectivamente. A NBR 8800:2008 apresenta alguns exemplos desses, a figura aborda a tabela com os principais aços empregados na construção civil. Na figura, são apresentadas as resistências ao escoamento (fy) e ruptura (fu) de cada material. 12 Fi gu ra 1: P ro pr ie da de s m ec ân ic as d os a ço s es tr ut ur ai s pa dr ão A BN T (N BR 88 00 :2 00 8) Fo nt e: A BN T (N BR 8 80 0: 20 08 ) Quando a liga ultrapassa 2,1% e chega a 4,3% de carbono, o metal é denominado ferro fundido, hoje pouco utilizado comercialmente, mas muito utilizado na fabricação de grades. Sua característica é boa resistência à pressão, porém é um material quebradiço e por isso não pode ser utilizado em peças estruturais devido à sua baixa ductilidade. Dentre os produtos siderúrgicos estruturais destacam-se as chapas, barras, perfis laminados, fios treliçados, cordoalhas e cabos. Os produtos laminados podem ser: i) barras: produtos onde 2 dimensões são pequenas em relação a terceira ii) Chapas: uma dimensão (espessura) é bastante inferior as demais (largura e comprimento) iii) Perfis: geralmente através da combinação de mais de uma chapa ou barra detém formatos, comumente associado a letras do alfabeto: H, I, C, L, etc. Fi gu ra 2 : P ro du to s si de rú rg ic os la - m in ad os d e ut ili za çã o es tr ut ur al : a ) ba rr as ( qu ad ra da , r ed on da e c ha ta ), b) ch ap as , c ) pe rfi s es tr ut ur ai s la m i- na do s, d ) tr ilh o, e ) tu bo q ua dr ad o, f) tu bo re do nd o e g) p rin ci pa is p ar te s de u m p er fil . Fo nt e: P fe il e Pf ei l ( 20 21 ) 13 A Figura também mostra a estrutura do perfil, a alma é o elemento vertical e o painel é o elemento horizontal (no caso do aço). Na medição de seções transversais, a informação geométrica é muito importante, pois afeta a utilização do aço, o momento de inércia em todos os eixos, a capacidade de suportar pressões e tensões, bem como o fenômeno de instabilidade local. Esses atributos serão usados extensivamente em seções posteriores deste livro. Em uma viga biapoiada com seção T, a alma é responsável pelo esforço de tração, enquan- to que a mesa sofre compressão. Os perfis H, I e C são obtidos com altura (h) constantes e largura das abas (b) variá- vel. Os perfis C são denominados também de perfis U. Os perfis L, são denominados comer- cialmente de cantoneiras, sendo comprados como com diferentes espessuras e tamanhos de abas. Os perfis I e S (Standard Beam – Viga padrão) detém mesas de faces internas incli- nadas. Há também os perfis I com abas largas e H-W com mesas de face paralelas. A no- menclatura dos perfis guarda relação geométrica e física. Por exemplo: W150x13 é um perfil W com altura de 148 mm e massa de 13,0 kg/m. Já o perfil W200x15 detém altura de 200 mm e massa de 15 kg/m. O processo de trefilação é utilizado na fabricação dos aços e arames empregados na construção civil, principalmente em: molas, cabos (protensão) e cordoalhas. O processo de trefilação é empregado com o objetivo de fazer estruturas resistentes com menores pesos e custos de material (massa). VAMOS PENSAR? Figura 3: Produtos obtidos por trefilação Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) 1.2 TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS Os aços empregados nas estruturas destinadas aos elementos das engenharias podem ser em aço-carbono e aço de baixa liga. O aço-carbono detém percentuais máximos de outras substâncias, como: carbono (2,0%), silício (0,60%), manganês (1,65%) e cobre (0,25%). Em relação ao teor de carbono, o aço é classificado em alto carbono (0,60%constante leva este nome em homenagem ao cientista inglês Thomas Young (1773-1829). Na engenharia estrutural os aços empregados detém módulo de elasticidade (E) variando entre 200.000 e 210.000 MPa. 𝜎 = 𝐸 ⋅ 𝜀 A expressão 3 é denominada Lei de Hooke, e válida apenas para o comportamento elástico linear do material. O ensaio de tração simples é o mais comum aplicado para obter as propriedades mecânicas das estruturas metálicas. Uma barra tracionada terá uma região de redução da seção transversal, está minoração é denominada de estricção. A Figura 05 apresenta um caso típico de estricção em uma barra de aço tracionada. Assim como o comprimento inicialmente l0, sofreu um alongamento Δl, a seção transversal também será alterada (reduzida), então a área inicial A0 será minorada na região de estricção. Fi gu ra 5 : E st ric çã o do a ço Fo nt e: A BN T (N BR 8 80 0: 20 08 ) 16 A Figura apresenta os limites e situações do diagrama σ x ε do aço. Figura 6– Diagrama Tensão deformação do aço Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) O diagrama apresentado na figura destaca as regiões de um ensaio de tensão deformação, onde a primeira região mostra o comportamento elástico, que apresenta um limite de proporcionalidade, denominada lei de Hooke. Região está onde a maioria dos materiais metálicos empregados nas engenharias costuma se situar. Um corpo de provas cilíndrico, com diâmetro de 10mm (1cm) e comprimento de 40cm, foi ensaiado à tração. Após o ensaio, foi verificado que ele se alongou 0,5cm, e que a força apli- cada (indicada na prensa) foi de 1450N. Desta forma, pergunta-se: Qual a tensão de tração deste aço? Qual a deformação sofrida por ele? Qual o módulo de elasticidade deste material? Resposta: FIQUE ATENTO 𝜎 = 𝐹 𝐴 = 1450 𝜋. 0,012 4⁄ = 18.461.973,4𝑁 𝑚2 = 18,5𝑀𝑃𝑎 𝜀 = ∆𝑙 𝑙0 = 0,005 0,40 = 0,0125 = 1,25% 𝜎 = 𝐸. 𝜀 → 𝐸 = 𝜎 𝜀 = 18,5 0,0125 = 1.480 𝑀𝑃𝑎 Um elemento de metal que passa por uma junta soldada quando puxado quebrará próximo à junta soldada. A área próxima à solda sofrerá alterações de temperatura e isso alterará as propriedades do material, alterando as propriedades da peça, tornando-a mais frágil. Portanto, deve-se ter cuidado com as soldas, devido à fragilidade da área adjacente (sol- VAMOS PENSAR? 17 Faça uma linha gradual de aumento de etapas em um ensaio de tração para montagem do diagrama de tensão deformação, considerando que a carga sempre aumenta. Resposta: Baseado na Figura 06: 1 - Comportamento elástico a. Região elástica 2 - Comportamento plástico a. Escoamento b. Endurecimento por deformação c. Estricção (limite de resistência e tensão de ruptura) FIQUE ATENTO 1.4 PROPRIEDADES DOS AÇOS Segundo a NBR 8800:2008, os aços adotados nas estruturas empregadas nas engenharias possuem módulo de deformação longitudinal E=200.000 MPa, Módulo de elasticidade transversal de 77.000GPA, coeficiente de Poisson ν=0,30, coeficiente de dilatação térmica β=1,2x 10-5 °C-1 e massa específica ρ=7.850kg/m³. Você agora compreenderá algumas propriedades do aço, que serão referenciadas a partir da Figura 06. Ductilidade: capacidade do material se deformar quando sujeito a cargas. A Figura apresenta a comparação, percebendo que o material frágil resiste maiores tensões, entretanto suporta menores deformações. Já o material dúctil, resiste a maiores deformações e menores tensões. O vidro pode ser considerado um material pouco dúctil, sendo assim considerado um material frágil. da). Porém, deve-se ressaltar que atualmente a soldagem é utilizada com baixas tempera- turas de operação, principalmente a soldagem a laser. Podem ser utilizadas técnicas para congelar essas áreas, tais como: imersão da área adjacente em um líquido de resfriamento. Figura 07 – Comparação entre material frágil e dúctil Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Os aços A490 e A325 são menos dúctil que os aços A36 e A242, embora sejam mais resistentes. 18 O que aconteceria se utilizássemos pequenos materiais flexíveis na engenharia? Uma viga, por exemplo. Ele irá quebrar sem deformar, portanto, este material não pode ser utilizado para elementos estruturais, como vigas, pilares, terças, vigas e outros elementos que preci- sam ser “avisados” de deslocamentos e fissuras. A viga precisa ser severamente deformada para que o usuário possa inspecionar e intervir para reparar. VAMOS PENSAR? Fragilidade: como já apresentado anteriormente, é o oposto de ductilidade. Materiais dúcteis podem se tornar frágeis, a depender de mudanças de temperatura, como já abordado anteriormente no exemplo da solda. Em temperaturas baixas, os materiais também podem sofrer alteração na sua estrutura tornando-o frágil. Fato importante a ser considerado em regiões com baixas temperaturas: Aerogerador, navio, etc. Outras características também podem fragilizar um material: Efeito de encruamento, fragilização por hidrogênio e outros. Resiliência e tenacidade: ambas estão atreladas a capacidade do material de absorver energia. A resiliência é a capacidade de absorver a energia mecânica em regime elástico, e após a ação cessar, o equipamento retoma a sua posição atual. Imagine uma turbina eólica, que ao sofrer um vento extremo sofrerá uma deformação, ao reduzir a velocidade do vento, a torre retomará a sua posição inicial. Destaca-se que em estruturas estas deformações são sempre pequenas, no caso da turbina eólica, o deslocamento é da ordem de dezenas de centímetros, enquanto que a torre tem aproximadamente 100 metros de altura. A tenacidade é a energia total, elástica e plástica, absorvida pelo material, até a sua ruptura. Na análise gráfica, podemos avaliar a Figura 08 e verificar que a resiliência será a área sob a curva apenas na região elástica, já a tenacidade é a área total até a ruptura. A Figura apresenta os módulos de resiliência e tenacidade no diagrama de tensão deformação. Figura 08 – Módulo de a) resiliência (ur) e b)tenacidade (ut) Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Verifique que a energia despendida na resiliência do material é menor que na tenacidade, e na primeira, por estar em regime elástico, ao retirar a ação atuante, a estrutura retomará a sua condição inicial. Dureza: denomina-se a resistência ao risco ou abração. Comumente a dureza é 19 comparada a capacidade de um material de riscar o outro. Ex: O metal risca o plástico, enquanto que o vidro risca o metal. Existem diferentes ensaios de dureza, citando-se alguns: i) Dureza vickers: nesse método utiliza-se uma pirâmide comprimida contra o material a ser avaliado. Após isso, verifica-se a área marcada na superfície. ii) Dureza Rockwell: neste ensaio é possível avaliar a dureza de diversos materiais, desde os metais mais moles até os mais duros. É medida através da profundidade de penetração de uma pré-carga no material. iii) Dureza de Brinell: neste método comprime-se uma esfera de aço temperado contra uma superfície produzindo-se uma calota. Ao final, mede-se a profundidade da cavidade criada no material a ser testado. iv) Dureza de Knoop: este ensaio é utilizado em áreas pequenas. Utiliza-se um penetrador de diamante em formato de pirâmide, pressionado contra a superfície. Efeito de altas temperaturas: conforme já mencionado, a elevação da temperatura muda as propriedades do material. Ao dimensionar as estruturas, você precisa avaliar o uso daquele elemento para verificar qual a aplicação e consequentemente suscetibilidade a variação térmica. Exemplifica-se as situações a seguir: edifício em situação de incêndio, estrutura em uma fábrica com fonte de calor (caldeira por exemplo), ponte cujo pavimento atinja altas temperaturas, entre outras. Os cálculos empregados neste exemplo seguiram as normas NBR 8800:2008 e 14323:2013. Aço que ultrapassa a temperatura de 100°C reduz o limite de escoamento, tornando o diagrama tensão-deformação mais suave. Em temperaturas mais elevadas (200°C e 300°C), o aço se torna susceptível a fluência. Só para fins exemplificativos,tomando a norma de estruturas em situação de incêndio (NBR 8800/2008) apresenta-se abaixo uma situação de um edifício que está em situação de incêndio adotando o fogo pelo tempo de 90s e atingindo a temperatura máxima de 1200°C conforme a Figura 09. Nesta figura verifica-se que a temperatura do material aumenta com uma curva quase linear. A resistência a tração do metal é reduzida a partir dos 120s de incêndio, enquanto que a resistência a compressão decresce rapidamente a partir dos 90s atingindo menos de 10% da resistência inicial a partir de 240s. 20 Figura 09 – Simulação de estrutura em situação de incêndio Fonte: Autoria própria Veja mais exemplos e exercícios resolvidos no Capítulo 2 do livro Probabilidade e Estatística de Aline Purcote Quinsler Disponível em: https://shre.ink/DXyz. Acesso em: 09 abr. 2024. BUSQUE POR MAIS Fadiga - você já tentou partir um arame sem ter uma ferramenta? Provavelmente você ficou forçando para um lado e para o outro, repetidas vezes até ele partir, e depois de várias oscilações, você obteve sucesso. Os dimensionamentos de peças estruturais são conduzidos para análise estática. Entretanto esforços repetitivos podem alterar as propriedades de resistência do material. Isso denomina-se fadiga. Este efeito depende do número de ciclos, e também da carga. É bastante importante em carregamentos dinâmicos. Uniões por solda tornam o material mais susceptível a fratura por fadiga. Corrosão - este processo é uma reação química e exotérmica que ocorre no aço através da integração com elementos do ambiente, dentre eles o oxigênio. Dentre as consequências da corrosão cita-se a perda da seção que reduz a área útil e fazendo com que o material reduza a resistência e possa vir a ruptura. A corrosão inicia-se na formação de óxido de ferro, fazendo com que aja a redução de ferro do metal. A corrosão é uma das principais causas de danos às estruturas metálicas. Vários métodos podem ser utilizados para reduzir ou prevenir a corrosão, incluindo a mudança do material, a aplicação de uma camada de zinco na superfície do metal, a fabricação de uma placa, material comercialmente conhecido como aço inoxidável, que possui 21 alta resistência à corrosão. Outra forma de reduzir os efeitos da oxidação é o tratamento químico com tinta, película protetora, etc. Também existe uma forma de evitá-lo através do envoltório estrutural (encapsulamento) da edificação, mas é importante ressaltar que esse problema não deve ser ignorado e requer inspeção e manutenção regulares. O revestimento convencional é um revestimento de concreto utilizado em barras de aço, com a função de proteger objetos metálicos, dependendo das condições ambientais, o revestimento terá um tamanho grande. Em uma estrutura no mar (denominada offshore), por exemplo um píer, plataforma de pe- tróleo, embarcação, ou outra similar, adote que um elemento está parcialmente imerso, um pilar metálico, como um mastro. Haverá diferentes regiões: i) uma região que sempre ficará imersa, ii) outra que ficará sempre fora do contato com a água, e iii) outra região que ficará submersa em algumas horas (maré cheia), e em outros momentos ficará acima do nível da água (maré baixa). Dado esta situação real, vamos pensar juntos: Qual a região mais suscetível ao efeito da corrosão? E por quê? VAMOS PENSAR? 1.5 TENSÕES RESIDUAIS E DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE PERFIS SIMPLES OU COMPOSTOS Os elementos estruturais laminado simples ou compostos por solda, ao serem ensaiados, apresentam tensões residuais, oriundas dos resfriamentos heterogêneos de suas partes. Essas tensões conduzem a variação no diagrama de tensão-deformação durante a transição do regime elástico para o plástico. Denomina-se limite de proporcionalidade do aço, a tensão na qual o diagrama deixa de ser linear. A Figura apresenta a suavidade da transição da curva em perfis com tensão residual. Figura 10 – Tensão residual em perfis Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) 22 1.6 SISTEMAS ESTRUTURAIS EM AÇO Agora que você já compreendeu o processo de fabricação e propriedades do aço, nesta seção compreenderá os principais sistemas aplicados nas engenharias. Os elementos estruturais são baseados em: i) Elementos lineares: barras ou hastes As barras são elementos alongados em apenas uma dimensão: tirantes, pilares, escoras, vigas, eixos, pilares, elementos de contraventamento, etc. ii) Elementos bidimensionais (planos): placas ou chapas As placas são elementos que duas dimensões são superiores (bastante) a outra. Pode-se citar: grelha plana, pórtico plano, etc. iii) Acoplamento dos demais (planos e barras) formando elementos tridimensionais: pórticos espaciais, etc. Esses elementos têm variações dos esforços, podendo resistir a compressão, tração, torção, etc. Dentre eles, cita-se: torres de telecomunicações, edifícios e outros. Alguns livros abordam os tipos de estruturas onde elementos estruturais metáli- cos são empregados, dentre ela cita-se o livro de sistemas estruturais de Engel, Rapson e Zollinger (2001) Disponível em: https://shre.ink/DXFv. Acesso em: 24 abr. 2024. BUSQUE POR MAIS 1.7 MÉTODOS DE CÁLCULO O projeto das edificações visa o atendimento às normas nacionais e internacionais vigentes, além de documentos técnicos e manuais de procedimentos para garantir a segurança estrutural (estabilidade estrutural), garantindo uma proteção eficaz que permite que a estrutura atenda às condições de uso (deslocamentos, vibrações, danos, operação, etc.). O projeto inclui etapas conforme descrito abaixo. 1 - Anteprojeto, projeto preliminar ou projeto básico: etapa preliminar onde se define o sistema estrutural, materiais (disponíveis no mercado), otimização dos recursos, etc. 2 - Dimensionamento ou cálculo estrutural: fase onde se aplica as normas, fatores de segurança e características de desempenho, de forma a obter as dimensões dos elementos estruturais. No cálculo estrutural, mensura-se os limites de deslocamentos, aplicando as tolerâncias e imperfeições na execução, de forma a não alterar as características e gerar esforços não computados. Ainda no dimensionamento o projetista pode indicar testes, ensaios, e limitações de cargas. 3 - Detalhamento: etapa onde são elaborados os desenhos executivos de forma a permitir que a equipe de obra possa seguir suas plantas e desta forma montar a estrutura de maneira segura seguindo as especificações dos componentes. Ensaios e métodos construtivos são indicados, de forma a garantir a execução. Os estados limites de projetos utilizados no dimensionamento estrutural são: i) Estados limites últimos: esse estado é associado a carga excessiva e colapso 23 estrutural, por algum dos motivos: perda do equilíbrio, plastificação ou ruptura de um elemento estrutural ou seção, flambagem em regime elástico e ruptura por fadiga. ii) Estados limites de utilização: pode ocorrer devido a cargas em serviço: Deformação e vibração excessiva em relação àquela que foi inicialmente projetada a estrutura. Para dimensionar conforme as normas vigentes (NBR 8800:2008) utiliza-se o método das tensões admissíveis, neste método, a tensão máxima a qual a peça estará submetida (tensão solicitante) é inferior à tensão resistente (ou admissível 𝜎� ), minorada por um fator de segurança (γ). A Equação apresenta esta expressão. 𝜎𝑚á𝑥� � 𝐺𝑗 + 𝛾𝑔1𝑄1 + �𝛾𝑞1 � � 𝛹𝑗𝑄𝑗 Nesta expressão, Q1 é a ação variável para a combinação estudada, Qj representa as ações variáveis que atuam simultaneamente a Q1. γg e γq são coeficientes de segurança parciais, conforme a tabela 01 da NBR 8800/2008 oriunda da NBR 8681/2004 apontados na Figura. Ψj é o fator de combinação que reduz as ações variáveis devido a baixa probabilidade de ocorrência. Este valor é encontrado na Tabela 02 da NBR 8800/2008 e também a Tabela da NBR 8681/2004 conforme a Figura. Fi gu ra 11 – C oe fic ie nt es p ar ci ai s de s eg ur an ça : Ta be la 0 1 d a N BR 8 80 0/ 20 08 Fo nt e: A BN T (N BR 8 80 0: 20 08 ) 24 Fi gu ra 12 – F at or es d e co m bi na çã o: T ab el a 02 d a N BR 8 80 0/ 20 08 Fo nt e: A BN T (N BR 8 80 0: 20 08 ) As ações dependem da natureza e tipos de carga: vento, temperatura, carga móvel e carga dinâmica. E dependendo da finalidade de uso, a biblioteca não pode ser considerada um salão de banquetes. As combinações desses verbos são utilizadas em estruturas consideradas possíveis ao mesmo tempo. Veja o exemplo abaixo para fixar os conceitos de carregamento: Considerando que um elemento metálico de um edifício tem carregamento conforme os seguintes valores: G (peso próprio) + 200kN γg = 1,25 Q (sobrecarga) + 500kN γq = 1,5 Ѱ0 = 0,7 Q (vento) + 300kN γq = 1,4 Ѱ0 = 0,6 Pergunta-se: Segundo as normas vigentes, quais as combinações de carregamento? Resposta: Combinação 01 : Fd=1,25x200+1,5x500+1,4x0,6x300 = 1.252N Combinação 02; Fd=1,25x200+1,4x300+1,5x0,7x500 = 1.195N Desta forma a estrutura deve ser calculada para a força MAIOR 1.252N. Considere agora que o exercício anterior, a edificação passou por um vento extremo, e a carga do vento foi de 600KN. Resposta: Combinação 01 : Fd=1,25x200+1,5x500+1,4x0,6x600 = 1.504N Combinação 02; Fd=1,25x200+1,4x600+1,5x0,7x500 = 1.615N Em uma situação de vento extremo, a combinação a ser considerada é a segunda, desta forma a estrutura deve ser calculada para a força MAIOR 1.615N. FIQUE ATENTO 25 Ações permanentes e combinações de carga detém um assunto de grande im- portância no dimensionamento estrutural. Tudo inicia na combinação das ações. Você pode encontrar vídeos explicativos online Disponível em: https://shre.ink/DXRV. Acesso em: 27 abr. 2024. BUSQUE POR MAIS Similar às edificações de concreto, as estruturas metálicas possuem limites de deslocamentos para condições de serviço. A NBR 8800:2008 apresenta os limites para os principais elementos estruturais metálicos. Elemento estrutural Esforço / Ação γmáx Travessa de fechamento (ou tapamento) Flexão no plano do fechamento L/180 Flexão no plano perpendicular ao fechamento devido ao vento – valor raro L/120 Terça de cobertura em geral Combinação rara de serviço para cargas de gravidade + sobrepressão de vento L/180 Sucção de vento – valor raro L/120 Viga de cobertura Em geral Combinação quase-permanente L/250 Telhado de pouca declividade Combinação frequente Com forros frágeis Combinação rara de ações posteriores à colocação do forro Vigas de piso Em geral Combinação quase-permanente L/350 Com paredes sobre ou sob a viga Combinação rara de ações posteriores à colocação da parede L/350 e 11mm Edifícios de n pavimentos – deslocamento horizontal do topo em relação à base N=1: H/300 n≥2: H/400 Cada elemento estrutural detém um deslocamento máximo. Edifícios com mais de dois pavimentos tem deslocamento máximo como H/400. Sabendo que o limite máximo de deslocamento aceitável em estruturas metálicas é dado pela tabela da NBR 8800/2008, pergunta-se: Qual o deslocamento máximo em uma viga de cobertura de 10m de comprimento? Qual o deslocamento horizontal máximo em um edifício com 20 pavimentos (tendo cada um deles 3m de altura)? Resposta viga: FIQUE ATENTO Figura 13 – Deslocamento máximo aceitável em estruturas metálicas Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) 26 Resposta prédio: 𝑛 = 20 > 2 → 𝛾𝑚𝑎𝑥 = 𝐻 400 = 20𝑥 3𝑚 400 = 60𝑚 400 = 0,15𝑚 = 15𝑐𝑚 Ou seja, um prédio de 20 pavimentos (cada um tendo 3 metros) pode se deslocar 15 cm para cada lado, sem que isto impacte em problemas. 𝛾𝑚𝑎𝑥 = 𝐿 250 = 10𝑚 250 = 0,04𝑚 = 4𝑐𝑚 27 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Qual a principal razão de adicionar o carbono no ferro empregado nas estruturas metálicas? a) Evitar a corrosão b) Eliminar o patamar elástico do material c) Aumentar a resistência, principalmente a tração do material. d) Permitir a solda do material devido ao arco criado entre os gases do eletrodo e o carbono do metal. e) Permitir a dobra do material para confeccionar cantoneiras e perfis. 2. Qual a resistência de escoamento (fy) dos aços a seguir: CA25, CA50, CA60 e CA70: a) 25 MPa, 50 MPa, 60 MPa e 70 MPa b) 250 MPa, 500 MPa, 600 MPa e 700 MPa c) 2,5 Pa, 5,0 Pa, 6,0 Pa e 7,0 Pa d) 10 N, 7,5 N, 3,4 N e 7,47 N. e) 10 N, 20 N, 30 N e 50 N. 3. Marque V ou F para afirmações verdadeiras ou falsas respectivamente em relação aos materiais empregados nas estruturas metálicas: ( ) O aço carbono A36 é empregado em chapas com espessura menor que 200mm. ( ) O aço A572 é de baixa liga e alta resistência mecânica e empregado em barras e chapas com espessuras maiores que 175 mm. ( ) O perfil A242 é obtido a partir de aços temperados e empregados em chapas com resistência fu de 242 MPa. ( ) O A588 são aços de baixa liga e alta resistência à corrosão empregados em perfis e chapas. Nas chapas as espessuras são menores ou iguais a 200mm. Assinale a alternativa que indica a sequência correta: a) V-F-V-F b) F-V-F-V c) F-F-V-V d) V-V-F-V e) V-F-F-V 4. Quanto aos perfis, assinale a alternativa incorreta. a) O perfil I, S, e I possuem mesas com faces inclinadas. b) Perfis H, I e C possuem altura constante e larguras de abas variáveis. c) Perfis W, são denominados conforme a resistência de ruptura e espessura da mesa. Exemplo: o perfil W200x18 possui resistência de 200MPa e espessura de 18mm de mesa. d) Os perfis são criados a partir da combinação de uma ou mais barra, gerando formatos 28 H, I, L, etc. e) As cantoneiras também são conhecidas como perfis L. 5. Em relação as propriedades mecânicas dos aços estruturais, assinale a resposta verdadeira. a) Os aços para perfis laminados AR415 apresentam tensão de escoamento (fy) de 250MPa e tensão de ruptura (fu) de 100MPa. b) Os aços para chapas grossas CG-26 apresentam tensão de escoamento (fy) de 255MPa e tensão de ruptura (fu) de 410MPa. c) Os aços de baixa liga e alta resistência para chapas, Q-40 apresentam tensão de escoamento (fy) de 310MPa e tensão de ruptura (fu) de 380MPa. d) Os aços para chapas finas CFR-400 apresentam tensão de escoamento (fy) de 490MPa e tensão de ruptura (fu) de 370MPa. e) Perfis tubulares de seção circular B detém tensão de escoamento (fy) de 345MPa e tensão de ruptura (fu) de 317MPa. 6. O ensaio de tração em um elemento metálico determina diversas propriedades importantes no dimensionamento das estruturas. Ao submeter uma barra cilíndrica a uma prensa, realizando o esforço de tração, elemento rompeu quando o equipamento aplicou uma força de 100kN, sabendo que a barra tem um comprimento de 20cm, e diâmetro de 2cm, qual a tensão que este corpo de provas rompeu? a) 954,9 MPa b) 318,3 MPa c)15,9 MPa d) 6366 MPa e) 1,98MPa 7. Marque a sequência correta que ocorre no ensaio de tração de um corpo de provas metálico: a) Deformação elástica – Estricção – Fratura – Fadiga. b)Deformação plástica – Resistência – Corrosão – Tenacidade. c) Deformação elástica – Deformação plástica uniforme – Estricção – Fratura. d) Estricção – Resiliência – Tenacidade – Escoamento. e) Tensão – Deformação - Escoamento – Estricção – Fadiga. 8. Quanto as propriedades do material, assinale a alternativa correta: a) Ductilidade é a capacidade do material de se tornar tubos. b) Fragilidade é o oposto de ductilidade. Logo, indica a resistência do corpo a uma deformação quando submetidoa uma carga. O vidro é um exemplo de um material frágil. c) Resiliência é a capacidade do material de ultrapassar o limite de escoamento. d) Tenacidade é a energia elástica do material. Ou seja, é a energia transferida do início do escoamento até o ponto em que o material atinge o limite elástico. 29 LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS: CONECTORES, SOLDA E LIGAÇÕES NOS APOIOS 30 2.1 TIPOS DE CONECTORES E LIGAÇÕES: REBITES, PARAFUSOS COMUNS E PARAFUSOS DE ALTA RESISTÊNCIA Os conectores são componentes utilizados para garantir uma conexão precisa entre duas partes estruturais, eliminando o uso de processos complexos que poderiam enfraquecer o membro estrutural ou seus componentes, como por exemplo a soldagem. Dentre os tipos de parafusos, destacam-se os rebites como parafusos comuns e parafusos de alta resistência. Os rebites são parafusos, com duas cabeças, inseridos por material retrátil, primeiro aquecidos e depois resfriados por um curto período de tempo. Desta forma, os rebites são calculados pela força cortante aplicada ao eixo, conforme mostra a figura. Figura 14 - Rebite e chapas com furo para sua fixação Fonte: Autoria Própria As conexões roscadas padrão utilizam aço de baixo carbono, com cabeças hexagonais ou quadradas com possibilidade de utilização de roscas americanas ou métricas. A falta de controle para apertar os parafusos faz com que suas medidas precisem ser cortadas, semelhante aos rebites. Os parafusos mais resistentes são feitos de material tratado termicamente (geralmente aço ASTM A325). Seu tamanho ignora o deslizamento, o que significa que seu torque causa resistência e a torna uma conexão do tipo fricção. Ao omitir o slide, este objeto é utilizado apenas como base. Em ambos os casos, esses parafusos funcionam por prensagem, ou seja, os elementos são fixados na base e a tensão aplicada sobre eles faz com que o elemento segure as peças montadas e pressione contra o parafuso, o que elimina qualquer tração. 2.2 DIMENSIONAMENTO DOS CONECTORES E ELEMENTOS DE LIGAÇÃO Segundo a NBR 8800:2008 os conectores são dimensionados considerando efeitos de corte e tração. O conjunto conector-chapa pode romper (falhar) através de 4 formas: a) ruptura dos pinos, b) ovalização dos furos, c) rasgamento da chapa e d) tração da chapa. A Figura apresenta esses tipos de ruptura. 31 Figura 15 - Formas de rupturas do conjunto pino chapa Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) O dimensionamento a corte dos conectores, segundo a NBR8800/2008, considera a resistência de projeto dos elementos majorando a resistência nominal do plano de corte, (Rnv), dividindo eles pelo fator γa2, que é 1,35 para solicitações originadas de combinações normais de ações (NBR 8800:2008). Rnv é calculado como 0,6fu, sendo fu a tensão de ruptura à tração do aço. Parafusos em geral e barras rosqueadas tem a resistência calculada a partir de: Rnv=(0,7Ag)(0,6fu ) ≈ 0,40Agfu Se o diâmetro for superior a 12mm, a expressão é dada por Rnv=0,75Agfu. Parafusos de alta resistência com rosca fora do plano de corte é dimensionado conforme Rnv=0,50Agfu. Quando os conectores forem longos, com comprimento superior a 5 vezes o seu diâmetro, deve-se reduzir a resistência em 1% para cada 1,5 mm de excedente. Ao se calcular a resistência a tração dos parafusos, usa-se equação similar ao corte, entretanto considerando a resistência a tração: Rnv/γa2. Veja o exemplo abaixo em relação aos parafusos: Considere um parafuso com diâmetro de 20mm, qual a resistência ao corte deste parafuso, considerando que sua tensão de ruptura é de 400MPa? FIQUE ATENTO 𝑅𝑛𝑣 = 0,75𝐴𝑔𝑓𝑢 = 0,75 𝜋0,02² 4 𝑥400𝑥106 = 94.248𝑁 E quando há ação de tração e corte simultaneamente agindo nos parafusos? Neste caso utiliza-se a formulação elíptica: 𝑉𝑑 𝑅𝑛𝑣 𝛾𝑎2⁄ 2 + 𝑇𝑑 𝑅𝑛𝑡 𝛾𝑎2⁄ 2 ≤ 1 É necessário verificar o rasgamento da chapa, que pode ocorrer entre dois furos, ou entre um furo e um aborda. É calculado a partir da expressão: Rn/ γa2 , com Rn sendo o menor dos valores: Pressão de apoio (Rn=2,4dtfu) ou Rasgamento (Rn=1,2atfu). Sendo: a a distância entre borda do furo e extremidade da chapa medida na direção da força solicitante, ou distância entre a borda do furo e a borda do furo consecutivo. 32 d é o diâmetro dos conectores t é a espessura da chapa fu é a resistência a ruptura por tração da chapa Segundo o Sistema internacional de unidades (SI), as dimensões (a, d e t) são dadas em metros (m) enquanto que a força é medida em Pascal (Pa), entretanto comercialmente se encontra medidas em mm e resistência em MPa. O espaçamento máximo dos conectores segue as indicações da NBR 8800:2008, para chapas de espessura t sendo de 24 t para elementos pintados ou não sujeitos a corrosão, e 14 t para elementos sujeitos à corrosão. A distância de um conector a borda é de 12 t. Quando os elementos precisam ser ligados em situação de tração, deve-se conforme apresentado na Figura 16. Estes elementos têm a força distribuída conforme apresentado em Pfeil e Pfeil (2021) através da Figura. Fi gu ra 16 - E xe m pl o de li ga çã o de v ig as e m pi la re s. Fo nt e: S ar da ( 20 24 ) Figura 17 - Ligações com parafusos sujeitos à tração Fonte: Pfeil e Pfeil (2021). Claramente, estruturas ligadas por mais parafusos que a situação apresentada na Figura, apresentará relações similares, necessitando avaliação para distribuições dos esfor- ços. Ex: 4 conectores (F/4) ou 8 conectores (F/8). 33 Recomenda-se a leitura mais sobre a utilização de conectores nos livros de: Capítulo 2 do livro do Xerez Neto e Cunha (2020) Disponível em: https://shre.ink/DXwa. Acesso em: 09 abr. 2024. BUSQUE POR MAIS E também o capítulo 6 do livro do Pinheiro (2005) Disponível em: https://shre.ink/DX4h. Acesso em: 09 abr. 2024. 2.3 LIGAÇÕES COM SOLDA: TIPOS, QUALIDADE E SIMBOLOGIA A soldagem é um método de unir materiais metálicos, geralmente usando um material consumível chamado eletrodo, aplicado à superfície. O eletrodo deve ser separado do oxigênio circundante, de modo que o adesivo tenha o efeito de criar mais gás ao redor do circuito para soldagem. A soldagem usa energia elétrica para unir metais usando o calor causado por um arco elétrico. As máquinas de solda geralmente usam corrente contínua para passar pelo material de soldagem. A Figura mostra o processo de soldagem. Os metais possuem uma propriedade chamada soldabilidade, que é a forma mais fácil de se obter uma solda, garantindo a estabilidade e durabilidade do material. Aço com teor de carbono de até 0,25% C pode ser soldado sem tratamento especial. Metais com teor superior a 0,30% precisam ser pré-aquecidos e resfriados lentamente, evitando mudanças bruscas de temperatura. Diversos tipos de solda elétrica podem ser usados e vale a pena a leitura: Eletrodo revesti- do (SMAW), Solda Mig, Solda Mag, Solda TIG, Solda Plasma (PAW), Solda Laser, Oxigás, Arco submerso (SAW) e Arame tubular (FCAW) BUSQUE POR MAIS Tipos de processos de soldagem: conheça os principais para usar Disponível em: https://shre.ink/DXPs. Acesso em: 09 abr. 2024. Tipos de solda: diferenças e aplicações Disponível em: https://shre.ink/DXPc. Acesso em: 09 abr. 2024. 8 Tipos de Solda que Todo Soldador deve Conhecer Disponível em: https://shre.ink/DXPH. Acesso em: 09 abr. 2024. Tipos de Solda: quais são, diferenças e características Disponível em: https://shre.ink/DXPm. Acesso em: 09 abr. 2024. 34 Fi gu ra 18 - Pr oc ed im en to s de s ol da s Fo nt e: P fe il e Pf ei l ( 20 21 ). A qualidade da solda deve seguir mecanismos de controle conforme a norma americana AWS D1.1 (American Welding Society). A inspeção da solda adota controles visuais ou então equipamentos avançados: ultrassom, raio X, fluido de penetração, etc. Dentre os principais defeitos destaca-se: i) Fratura a frio: calor interno que pode afetar a microestrutura do material ii) Fratura a quente: ocorre através da solidificação da soldaem temperaturas mais baixas que a do aço. iii) Fusão incompleta e penetração inadequada: ocorre devido à insuficiência de corrente elétrica iv) Porosidade: ocorrência de bolhas de gás durante o resfriamento, ocorre devido a incorporação de gases durante a solda, oriunda da distância do eletrodo para a chapa. v) Inclusão de escória: ocorrência em soldas de várias camadas, onde entre uma e outra não se remove totalmente a escória. 35 As soldas podem utilizar diferentes técnicas, dentre elas a solda em I, U, V, filete, etc. A Figura apresenta algumas dessas técnicas de solda. Fi gu ra 19 - Ti po s de s ol da s Fo nt e: E ns in o (2 02 4) . A simbologia das soldas pode ser visualizada através das figuras. Figura 20 - Simbologia da solda Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) 36 Figura 21 - Nomenclatura das soldas Fonte: Adaptado de Símbolos (2024) disponível em: https://shre.ink/DCUz, acesso em 27/04/2024 As soldas são representadas através de plantas, no projeto estrutural permitindo ao engenheiro de campo, a compreensão de cada técnica, espessura, etc. BUSQUE POR MAIS ANSI/AWS A2.4-98 Símbolos de Soldagem Disponível em: https://shre.ink/DCUu. Acesso em: 09 abr. 2024. Simbologia de soldagem – Dimensões da solda Disponível em: https://shre.ink/DCU5. Acesso em: 09 abr. 2024. Capítulo 3 do livro do Xerez Neto e Cunha (2020) Disponível em: https://shre.ink/DCUt. Acesso em: 09 abr. 2024. Capítulo 9 do livro do Pinheiro (2005) Disponível em: https://shre.ink/DXPm. Acesso em: 09 abr. 2024. 37 Nos exemplos abaixo sobre solda, identifique a nomenclatura: FIQUE ATENTO Resposta: Filete em apenas um lado com 30mm de comprimento, e 60mm de espaçamento Resposta: Filete em ambos os lados com 30mm de comprimento, e 70mm de espaçamento Resposta: Filete em apenas um lado com 20mm de comprimento, e 100mm de espaçamen- to o filete terá 3mmx3mm. 2.4 RESISTÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DOS ESFORÇOS NA SOLDA Segundo a NBR 8800/2008, a resistência da solda é dimensionada através da área de solda (AMB=tel), medida em m², sendo te a espessura efetiva, em metros e l é o comprimento efetivo do filete, também dado em metros. A resistência em Newtons (N) do metal base é calculada a partir da NBR 8800:2008 através da expressão: 𝑅𝑑 = 𝐴𝑀𝐵𝑓𝑦 𝛾𝑎1 Enquanto que a resistência do metal solda é minorada através do fator 0,60 na Equação. As soldas resultam em esforços distribuídos conforme a Figura. 38 Figura 22 - Distribuição de esforços Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) A solda terá seus esforços conforme a área de contato entre os dois elementos e também a relação com a espessura da chapa. A escolha do filete (cordão) também influenciará na resistência do elemento. Avalie o exemplo: Uma solda foi realizada em um material com tensão fy de 250Mpa, sa- bendo que o filete de solda é de 3mm de espessura e 100mm de comprimento, calcule a resistência deste cordão, considerando o fator γa1 igual a 1,25. FIQUE ATENTO 𝑅𝑑 = 𝐴𝑀𝐵𝑓𝑦 𝛾𝑎1 = 0,003 𝑥 0,100𝑥250 𝑥 106 1,25 𝑅𝑑 = 60.000𝑁 = 60𝑘𝑁 2.5 APOIOS: CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAÇÕES NOS APOIOS Esta seção trata da fundação de estruturas metálicas. Podem ser blocos de fundação, sapatas e vigas. Mas é importante ressaltar que as ligações entre as vigas também servirão de base. Bem como conexão de vigas e colunas, separação de colunas, separação de vigas, suporte de colunas e conexão incluídas. 2.6 EMENDAS EM PILARES E VIGAS Os pilares são elementos estruturais cuja principal tensão é a compressão. As costuras utilizam painéis para permitir o contraste dos elementos verticais. A Figura mostra os principais componentes nas colunas. Para colunas altas (acima de 100m), devem ser utilizados parafusos de alta resistência. 39 Figura 23 - Emendas de pilares Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) Nesta figura em (a) os elementos verticais são iguais. Enquanto que em (b) há uma variação da espessura, mas que ainda assim, as almas coincidem, então é possível soldar ambos. Em (c) as estruturas não coincidem, necessitando de adaptações geométricas, nesta imagem, foi preciso uma chapa horizontal ortogonal ao eixo longitudinal da peça. Os pilares em (d) necessitam de superfície usinada e ligações parafusadas para resistir aos esforços cortantes e eventual tração (oriunda do momento fletor). Já nas vigas, as emendas são conduzidas através de solda de mesas, emenda de alma e também completar a solda de filete que liga a alma a mesa. A Figura apresenta as soldas necessárias na viga. Figura 24 - Emendas de vigas Fonte: Pfeil e Pfeil (2021) A Figura apresenta emenda em vigas de um prédio comercial situado na cidade do Recife – PE. A Figura apresenta a representação destas emendas no projeto. 40 Figura 25 - Exemplo de emendas em vigas de um prédio comercial Fonte: Acervo pessoal do autor (2024) Figura 26 - Representação projetual de emendas em vigas Fonte: 5 dicas (2024) A estratégia em Z deitado apresentado na Figura 26 é bastante empregada por possuir diversas vantagens, dentre elas: corte reto, desalinhamento do cisalhamento, apoio de uma viga sobre a outra, o que faz uma ruptura da solda imprimir compressão em uma região da viga inferior. 2.7 TIPOS DE LIGAÇÕES NOS APOIOS: FLEXÍVEIS, RÍGIDAS E COM PINOS As ligações entre pilares e vigas podem ser: i) Rígidas: quando há rigidez suficiente para que o esforço solicitante não modifique o ângulo entre as peças. Cita-se neste caso uma viga de pequenas dimensões e carregamento, fixada a um pilar de grandes dimensões e consequentemente um maior momento de inércia. ii) Flexível: quando a rotação é possível e as peças apresentam um comportamento similar a uma rótula, exemplifica-se treliças com pinos em alguns elementos. iii) Semirrígida: possui comportamento intermediário entre i) e ii). Permite que a estrutura sofra pequenas rotações. Destaca-se o caso de uma viga acoplada em um 41 pilar com pequenas dimensões. Estruturas usuais adotam ligações, que à primeira vista, são difíceis de reconhecer e identificar quais os tipos de ligações adotadas. Cita-se a edificação da Figura onde as vigas são ligadas aos pilares por parafusos. Figura 27 - Exemplo de ligações em um edifício comercial Fonte: Acervo pessoal do autor (2024) Na Figura, Marcon e Prévia (2012) apresentam os diferentes tipos de ligações em elementos estruturais. Figura 28 - Ligações em elementos estruturais metálicos Fonte: Marcon e Prévia (2012) A Figura destaca elementos e suas ligações através de conectores. Ressalta-se que essas emendas necessitam de cuidados com manutenção e aperto periódico com o uso de taquímetro e deve ser verificado com dados de projeto. 42 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Quais os critérios de dimensionamento adotados em conectores? a) Cisalhamento e fadiga. b) Corte e tração. c) Compressão da chapa e cisalhamento do conector. d) Esmagamento e fratura. e) Compressão do conector e protensão da chapa. 2. Você precisa fixar uma chapa em um pilar metálico. Adotando que você dimensionará o parafuso, qual a resistência nominal ao corte deste parafuso? Sabendo que fu é dado por 250MPa, e que a área do fuste do conector (Ag) deve ser calculada considerando seu diâmetro de 10mm. Considere que o fator de combinação γa2 é 1,35. a) 6.108 N b) 3.054 N c) 250N d) 7.480 N e) 8.247 N 3. Sobre a verificação ao rasgamento de chapa, é correto afirmar: a) No dimensionamento, se leva em consideração, a quantidade de carbono da chapa e também a força empregada pelo conector ao esmagamento. b) Deve ser considerado: pressão de apoio, rasgamento e fadiga. c) A resistência ao rasgamento considera o diâmetro do conector. d) Deve ser verificado considerando a ocorrência entre dois furos, ou entre um furo e uma borda. e) A pressão no apoio considera a distância entre borda do furo e extremidade da chapa medida na direção da força solicitante. 4. Sobre as soldas em estruturas metálicas é correto afirmar que: a) A solda é utilizada para unir metais diferentes através depinos e conectores. b) A solda elétrica utiliza a passagem da corrente contínua, enquanto que a solda oxi acetileno utiliza dois gases distintos para gerar a combustão: oxigênio (comburente) e acetileno (combustível). c) Em solda elétrica o eletrodo cria um arco que deve encostar-se ao material sempre com aumento da corrente elétrica. d) O revestimento dos eletrodos serve para dar um acabamento melhor ao cordão (filete). e) A soldabilidade do material está ligada ao consumo de carbono, níquel e boro pelo aço. 43 5. Sobre os defeitos da solda, é possível afirmar: a) Fratura a frio: Ocorre devido a alteração da microestrutura do material. Causada pelo calor interno. b) Fratura a quente: Ocorre devido ao superaquecimento do metal após o endurecimento do filete. c) A fusão incompleta ocorre devido a ausência de eletrodo (consumível). d) A porosidade é um defeito oriundo da ausência do procedimento de retirar a escória (cascalho). e) A inclusão de escória é um defeito oriundo das chapas com um alto grau de corrosão submetidos. 6. No exemplo da Autodesk Revit 2025, cita-se está solda abaixo: Baseado nesta simbologia, avalie as afirmações: 1) Deve ser realizada a solda em todo o contorno 2) Indica que haverá solda em campo 3) Pode-se afirmar que a solda será um filete 4) Esta solda não tem referência 5) O 2-6 representa o comprimento e distância entre centros de solda Assinale a alternativa que contém as afirmações verdadeiras: a) 1 – 2 – 3 – 5 b) 1 – 3 - 4 – 5 c) 2 - 4 – 5 d) Apenas 1 e) Nenhuma é verdadeira 7. Sobre as emendas em vigas e pilares e vigas é INCORRETO afirmar que: a) Em elementos com diferença entre almas e vigas, um transpassa dentro do outro para a correta emenda. b) Quando a peça precisa resistir a esforços cortantes e tração, superfícies usinada e ligações parafusadas são realizadas na peça. c) Em elementos verticais iguais, chapas adicionais são utilizadas (parafusadas ou soldadas). d) Vigas são unidas por solda na alma e mesa. e) É comum o uso de cortes descontinuados (em formato de Z deitado) para aumentar 44 a resistência e diminuir o esforço sobre a solda na alma da viga. 8. Sobre as ligações nos apoios, avalie: I) Rígida é aquela onde a rigidez dos elementos é suficiente para não modificar o ângulo entre as peças. II) Flexível é aquela que provoca a maleabilidade do material. Ex: Estrutura de ferro em fusão. III) Semirrígida apresenta pequenas deformações e rotações. Sobre a sequência I, II e III, considerando verdadeiro (V) ou falso (F), podemos afirmar: a) V – V – F. b) V – F – V. c) F – F – V. d) V – V – V. e) F – F – F. 45 PEÇAS TRACIONADAS 46 Estruturas utilizadas em engenharia são frequentemente submetidas a altas tensões. A Figura destaca elementos estruturais submetidos a esforços de tração. Dentre esses elementos, destacam-se: tirantes, pendurais, contraventamento de torre, armadura de viga ou pilar, tirantes de viga, armaduras de treliças (arames, diagonais e verticais), face de pilar suportando força horizontal. 3.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Figura 29 - Elemento estrutural com treliças, pilares e contraventamento Fonte: Chamberlain (2013) Os perfis mais utilizados em perfis grossos são barras redondas, barras planas, perfis laminados simples (L, U e I), perfis W e perfis compósitos. A Figura mostra esses perfis em uso. Figura 30 - Elementos empregados em regiões tracionadas: a) barra redonda, b) barra chata, c) cantoneira simples, e) seções compostas com duas cantoneiras, f) perfil U e g) pergil W Fonte: Chamberlain (2013) Esses elementos são unidos por soldagem, conectores e através de barras rosqueadas com o uso de rosca e porca. 3.2 ESTADO LIMITE ÚLTIMO E ESFORÇOS NORMAIS RESISTENTES As peças metálicas sujeitas aos esforços de tração são dimensionadas adotando os estados limites últimos e esforços normais resistentes. As peças são verificadas para duas condições: ruptura da seção com furos e escoamento generalizado da barra (ou placa) ao longo de seu comprimento. 47 3.3 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO As peças com furos são dimensionadas calculando a resistência de projeto (Rd), este valor é adotado a partir do que vai romper primeiro: A seção do furo, ou a área bruta. Desta forma, a NBR 8800:2008 aponta o cálculo de cada um dele, onde o projetista deve selecionar o menor para adotar como Rd. Seção com furo 𝑅𝑑𝑓 = 𝐴𝑛,𝑒𝑓𝑓𝑢 𝑦𝑎2 Escoamento da área bruta 𝑅𝑑𝑡 = 𝐴𝑔𝑓𝑦 𝑦𝑎1 Resistência de projeto (Rd) Rd= Menor valor entre (Rdf e Rdt) A resistência é calculada através do menor valor entre a resistência do furo, através da área líquida efetiva (An,ef) que é calculada a partir da área líquida aplicada na expressão An,ef = Ct Au. Sendo Ct um fator redutor, dado pelas expressões 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙 ≥ 0,60 , para perfis de seção aberta e 𝐶𝑡 = 𝐴𝑐 𝐴𝑔 em peças tracionadas ligadas por soldas. Em chapas planas ligadas por soldas longitudinais, o fator Ct é dada pela relação geométrica da chapa: comprimento lw e largura b. Resultando em: Ct =1,00 para lw≥2b Ct =0,87 para 1,5b≤lw