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Vamos começar nosso estudo enfatizando que 
evidentemente o ambiente acadêmico se encontra, neste 
momento, em plena ebulição, causada por uma série de 
fatores que vêm se acumulando ao longo dos últimos 
anos. (Munhoz, 2019) 
Se antes da pandemia muito já se falava sobre a 
substituição das metodologias tradicionais pelas novas, 
que inserem intensivamente as Tecnologias de 
Informação e Comunicação (TICs) no ambiente 
educacional e que levam em conta as características e 
peculiaridades de cada ser humano, após o período de 
ensino remoto, ao qual estudantes e professores foram 
submetidos durante a pandemia que se instalou no mundo 
em 2019, chamada de SARS-CoV-2, a Covid-19, no 
retorno ao ensino presencial, ainda mais explora-se o 
assunto, principalmente porque agora, de uma forma ou 
de outra, ainda que sem escolha, os docentes tiveram 
contato com uma nova forma de educar e tiveram que se 
(re)adequar e se reinventar para continuar ensinando aos 
seus alunos de suas casas, em isolamento, para tentar 
manter a educação em continuidade. 
Na verdade, foi a única forma que o mundo encontrou para 
que crianças, jovens e adultos não precisassem 
interromper seus estudos durante um período que era 
desconhecido em extensão (e em gravidade, diga-se de 
passagem). A dúvida que pairava no ar era: como manter 
os alunos estudando? Como continuar desenvolvendo a 
educação, em todos os níveis, em um momento tão 
incerto? 
E a decisão foi inserir, sem prévio aviso ou preparo, (não 
houve tempo para isso) alunos e professores no ensino 
remoto (vale ressaltar que falaremos sobre a diferença 
TEMA 1 Metodologias Ativas versus Aprendizagem Ativa
entre o ensino remoto e o ensino a distância mais adiante 
na disciplina). Porém, agora, estamos novamente diante 
de um ‘novo’ ensino presencial, e digo ‘novo’ porque mais 
uma vez estamos nos (re)adequando. Aliás, muitos 
docentes dizem que estão tendo que reaprender a 
ensinar, visto que muita coisa mudou nesse período, 
como veremos ao longo de nossas aulas. 
Portanto, vamos aprender nesta disciplina sobre o que de 
fato são as metodologias ativas, qual a sua importância, 
como elas foram e estão sendo inseridas no sistema 
educacional, e principalmente quais os tipos de 
metodologias ativas que podem ser utilizadas nas práticas 
pedagógicas a fim de construir, verdadeiramente, 
uma aprendizagem significativa, focada no novo perfil 
estudantil e nas necessidades da sociedade do século 
XXI, levando em consideração um período de pós-
pandemia, porque ainda estamos nos recuperando das 
perdas e mudanças ocorridas. 
Então, a partir de agora, está convidado a me acompanhar 
neste percurso! 
APRENDIZAGEM ATIVA OU METODOLOGIA 
ATIVA? SERÁ QUE EXISTE DIFERENÇA? 
Há muitos renomados autores que vêm pesquisando e 
debatendo sobre metodologias ativas há alguns anos… ou 
será que estão discutindo sobre aprendizagem ativa? 
Será que existe diferença entre os conceitos? 
Boa parte da literatura considera as metodologias ativas 
como estratégias pedagógicas que colocam 
o estudante como foco no processo de ensino e 
aprendizagem, contradizendo a abordagem pedagógica 
tradicional, que sempre esteve centrada no professor 
como único e melhor transmissor de informação aos seus 
alunos, que geralmente adotavam uma atitude passiva, de 
meros recebedores de conhecimento. O fato de essas 
novas estratégias serem caracterizadas como ativas tem 
a ver com a execução de práticas pedagógicas que 
envolvam os estudantes, que os engajem em atividades 
práticas e mais lúdicas, dentro do possível, nas quais 
eles são os protagonistas do seu aprendizado. 
Pode-se dizer, então, que as metodologias ativas 
procuram criar situações de aprendizagem em que os 
alunos fazem coisas, colocam conhecimentos em prática, 
pensam e conceituam o que fazem, criam saberes sobre 
os conteúdos vistos nas atividades, e também 
desenvolvem estratégias cognitivas, capacidade crítica e 
de reflexão sobre suas ações, dão e 
recebem feedback sobre as atividades realizadas, 
aprendem sobre a importância de interagir com seus 
colegas e professores e exploram atitudes e valores 
pessoais e sociais (Berbel, 2011; Morán, 2015; Pinto et 
al., 2013, como citados em Valente, Almeida & Geraldini, 
2017). 
No que se refere ao termo ‘aprendizagem ativa ’, muitos 
estudiosos o têm usado para caracterizar situações de 
aprendizagem em que o aluno tem uma postura ativa, 
denominada, na língua inglesa, de active learning (aliás, 
denominação que era usada desde 1991). 
Barbosa e Moura (2013) relatam que, de maneira geral, a 
expressão aprendizagem ativa, (que também pode ser 
compreendida como ‘aprendizagem significativa’,como 
será estudado mais adiante), vem sendo usada de 
maneira vaga e imprecisa, visto que, de forma intuitiva, 
professores consideram que toda aprendizagem é, de 
certa forma, inerentemente ativa porque o estudante 
sempre está ativamente envolvido enquanto assiste a uma 
aula, ainda que ela seja expositiva. Entretanto, pesquisas 
indicam que o aprendiz deve fazer algo a mais em sala 
de aula, e não apenas ouvir, para ter uma aprendizagem 
realmente efetiva. 
Ele precisa ler, escrever, perguntar, debater ou resolver 
problemas e desenvolver projetos. Também deve realizar 
atividades mentais de alto nível, como analisar, sintetizar 
e avaliar informações, portanto, as estratégias que geram 
aprendizagem ativa podem ser definidas como aquelas 
atividades que fazem com que o estudante faça, 
realmente, alguma coisa e, 
simultaneamente, reflita sobre ela. 
Então, infere-se que a aprendizagem ativa ocorre sempre 
que o estudante interage com o assunto estudado, 
ouvindo, falando, questionando, debatendo, fazendo e 
ensinando (por que não?), sendo estimulado a construir o 
seu saber ao invés de somente recebê-lo passivamente 
do professor. No ambiente de aprendizagem ativa, o 
docente assume a função de orientador, de supervisor, de 
intermediador e de facilitador do processo de ensino-
aprendizagem. 
Em outras palavras, pode-se dizer que a característica 
fundamental de um ambiente de aprendizagem ativa é a 
atitude ativa da inteligência, em contraposição à atitude 
passiva encontrada nos métodos tradicionais de ensino. 
Ressalta-se ainda que, sentir o que está fazendo é tão 
importante quanto pensar sobre. Shah e Nihalani (2012 
como citado em Barbosa & Moura, 2013) asseveram que 
a participação dos sentimentos no processo de 
aprendizagem é um fator muito relevante na fixação do 
conhecimento. Pode-se dizer que o bom humor, a boa 
disposição e a alegria são as bases da compreensão, do 
engajamento e do aprendizado. 
Entende-se, portanto, que a aprendizagem ativa diz 
respeito às estratégias que são empregadas para ativar o 
aluno. Sendo assim, o docente deve (ou deveria) adotar 
uma postura ativa ao ministrar suas aulas, porque precisa 
estudar, selecionar informação, empregar a melhor 
terminologia a ser usada com seus educandos, explicar 
um conteúdo de diferentes maneiras, bem como fazer 
relações, comparações, e analogias. 
Fica subentendido que, se o docente adotar o mesmo 
plano de aula várias vezes, sem inovar, é provável que 
sua exposição se torne rotineira, monótona, automática e, 
consequentemente, terá um caráter passivo e não ativo. 
Sobre a diferença (ou não) entre os termos ‘metodologia 
ativa’ e ‘aprendizagem ativa’, Valente, Almeida e Geraldini 
(2017) explicam que ‘aprendizagem ativa’ é uma 
expressão redundante, em vista do que se sabe 
atualmente sobre o processo de ensino-aprendizagem, 
mas principalmente sobre o funcionamento do cérebro. 
A aprendizagem ocorre em função da ação do sujeito e em 
sua interação com o meio. Ainda que ela se limite à 
memorização de informação, entende-se que o aprendiz 
precisa ser ativo, realizando atividades mentais. Assim, 
não é possível compreender que um indivíduo aprenda 
algo sem sero professor organiza a apresentação das hipóteses. Esses 
debates auxiliam os alunos a pensarem em soluções para os problemas levantados; 
A avaliação deve ser feita individualmente e por pares, ou seja, os próprios 
componentes dos grupos atribuem notas para os colegas da equipe e cada aluno se 
auto avalia, o que estimula a autocrítica e a crítica construtiva aos demais. (Mello, 
Neto & Petrillo, 2019) 
Em resumo 
Vimos ao longo desta aula que a ABProj. pode ser considerada como um conjunto de 
experiências de aprendizagem e de tarefas que levam o estudante a investigar um 
problema central, resolvendo-o ou encontrando um desafio. Tem como foco o 
aprender fazendo, com a orientação do professor que guiará todo o processo, porém, 
cabe aos estudantes desenvolverem o projeto e apresentarem os resultados. É uma 
metodologia que vem sendo muito utilizada em todo o mundo com vistas a reduzir a 
evasão e ter alunos autônomos em seu processo de 
 
 
 
 
Introdução 
A aprendizagem Baseada em Problemas (ABP ou ABProb para diferenciar da 
Aprendizagem Baseada em Projetos, ou ainda PBL) é, sem dúvida nenhuma, uma 
metodologia inovadora no contexto educacional, na qual, em linhas gerais, o professor 
apresenta um problema e os alunos precisam encontrar a solução, usando suas 
habilidades e conhecimentos, com autonomia e responsabilidade. 
 
A ideia é que seja um processo simples, seguro e eficaz para que o currículo se 
desenvolva com a solução de problemas semelhantes aos que o aprendiz enfrenta na 
sua vida profissional, procurando aproximar o estudante da pessoa que o mercado 
deseja e precisa. Vale ressaltar que diariamente surgem no mercado de trabalho 
problemas que precisam ser resolvidos e muitas vezes o colaborador recém 
contratado tem pouca ou nenhuma vivência profissional. 
 
É um método de instrução que usa a lógica e o raciocínio, baseados em um conteúdo 
relevante e em extenso trabalho para encontrar a solução de problemas do mundo real 
com uma proposta de aprender fazendo. 
 
Sabemos que o ser humano costuma ser curioso e adora desafios, e resolver um 
problema real representa, com certeza, um desafio para os alunos, o que deve tornar 
o momento da aula mais dinâmico e agradável. 
 
Quando o estudante precisa resolver um problema em conjunto, por meio de uma 
aprendizagem independente, baseada na colaboração, na cooperação e com um 
objetivo em comum, a formação de grupos passa a ser algo natural, podendo-se 
transformar em um profissional do conhecimento, como o mercado espera. (Munhoz, 
2019) 
 
Estivemos vendo em aula anterior a Aprendizagem Baseada em Projetos, e esta 
metodologia que está sendo estudada agora apresenta bastante semelhança, porém 
a diferença é que enquanto a ABProb. trabalha com fatos isolados a ABProj. inclui 
cenários completos e a evolução deles até a finalização do projeto. É indicado usar a 
ABProb. quando o conteúdo não é sequencial e são necessárias abordagens pontuais. 
Já a ABProj. considera assuntos sequenciais. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
 
Agora vamos conhecer com um pouco mais de profundidade essa metodologia 
inovadora. 
 
Origem, conceito e características da PBL 
A ideia de trabalhar com problemas como forma de aprender e ensinar não é nova, 
pelo contrário, conhece-se a história do filósofo Confúcio (500 a.C.), que só auxiliava 
os seus seguidores com a resposta para um problema ou dúvida depois que eles 
tivessem feito algum esforço procurando a solução. (Barbosa & Moura, 2013) 
 
Também pode-se dizer que tem base na teoria de Charles Maguerez, no Método do 
Arco, cujo foco é promover o ensino e a aprendizagem com base na realidade. Foi 
inserida na formação para o mercado de trabalho de analfabetos de países africanos 
que migraram para países em desenvolvimento visando trabalhar nas indústrias, 
usinas de petróleo e agricultura. Em síntese esse método tinha como premissa 
observar a realidade, descobrir os problemas e escolher um de cada vez para resolver. 
 
 Planejamento do Arco da Problematização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No entanto, a sistematização, de fato, da PBL surgiu na década de 1960, 
na McMaster University, no Canadá, tendo sido aplicada nos cursos de 
medicina, aliás, muitas escolas de medicina em todo o mundo continuam 
usando essa metodologia. Hoje em dia é aplicada na administração, na 
arquitetura, nas ciências da computação, nas ciências sociais, na economia, 
nas engenharias e na matemática. 
Podemos dizer que no Brasil ela apareceu na década de 1990 em escolas 
de São Paulo e do Paraná. Em 2005, esta metodologia foi inserida no 
currículo de dez cursos de graduação da Escola de Artes, Ciências e 
Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH/USP, nas disciplinas 
de Resolução de Problemas. 
A PBL se baseia na apresentação de um problema real por parte do docente, 
e na investigação desse problema pelos estudantes, levando em conta suas 
causas e efeitos, para chegar à solução. Não é um método que resolve o 
problema em si, ele projeta possíveis soluções conforme a situação que 
foi exposta pelo professor. 
Já estudamos que a PBL parte de uma situação-problema tirada da realidade 
do estudante, porém não pode apresentar um grau de dificuldade muito alta, 
porque pode desmotivar o aluno, mas também não pode ser muito fácil a 
ponto de apresentar uma solução muito óbvia (o que também vai 
desmotivar). 
Deve ter o estudante como centro do aprendizado, estimular o pensamento 
crítico, o trabalho em grupo, a capacidade de resolução de problemas e o 
poder de argumentação. 
Ela tem como característica ser uma atividade ativa, centrada no aluno, que 
possibilita que ele saia da teoria e adentre na prática, fazendo com que 
tenha um sentimento de pertencimento com relação ao conhecimento que 
está sendo assimilado (de forma individual ou coletiva) . 
É uma metodologia que ativa a memória de longo prazo visto que quando o 
professor gera as reflexões para que os alunos cheguem à resposta, eles 
entendem a aplicação do assunto, relacionam com suas vidas e tendem a 
reter na memória a real aprendizagem. 
Uma outra característica é estimular o pensamento crítico, visto que nos 
grupos de discussões ocorre a análise das situações e a proposta de 
resoluções. Nesse contexto, o aluno precisa praticar a escuta ativa, prestar 
atenção ao colega, e expor a sua concordância ou não. 
O estudante passa a ter um profundo conhecimento sobre a área 
estudada visto que quando se depara com um problema, e ainda real, ele 
precisa estudar, pesquisar, analisar, debater e unir teoria e prática, 
entrando, efetivamente, no mundo do problema para conseguir encontrar 
uma solução adequada. 
Mais uma característica desta metodologia é fortalecer o hábito da pesquisa, 
a ABP fomenta no aluno conhecer a forma correta de realizar uma pesquisa, 
pois ele sabe que não é qualquer conteúdo que irá servir. Ele precisa 
reconhecer as fontes seguras e confiáveis e descartar aquelas sem 
garantias. 
Ainda pode-se dizer que esta metodologia desenvolve competências, 
habilidades e atitudes nos estudantes, o famoso CHA, porque será colocado 
diante de situações que demandam a realização de diálogos, melhorando 
seu processo de comunicação, o exercício da liderança, o trabalho em 
equipe, o espírito de negociação, e o desenvolvimento da capacidade de 
influenciar pessoas. (Herarth, 2020) 
 
 Etapas e estratégias de aplicação da PBL 
Esta metodologia permite sequências de trabalho que podem variar segundo o 
nível e o tipo de ensino, a área de conhecimento e os objetivos de aprendizagem 
que se quer atingir. Em linhas gerais apresenta as seguintes etapas: 
 
Figura 2 - Etapas da Aprendizagem Baseada em Problemas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos perceber que a cada etapa o aluno se envolve com umatarefa que 
propicia a assimilação e a fixação do conhecimento, partindo da compreensão 
inicial do problema, passando pela análise e pela busca de uma solução, até 
apresentar o trabalho e as análises dos resultados. 
 
O foco não é ter sempre o problema resolvido na etapa final, mas enfatizar o 
processo que foi seguido pelo grupo na busca de uma solução, valorizando a 
aprendizagem autônoma e cooperativa. (Barbosa & Moura, 2013) 
 
Mello, Neto e Petrillo (2019) reiteram essa informação apresentando as estratégias 
de aplicação da Aprendizagem Baseada em Problemas. São elas: 
 
Montagem de grupos de no máximo 10 alunos; 
Apresentação pelo professor de um problema ou caso pré montado; 
Leitura do problema junto com os alunos para dirimir possíveis dúvidas; 
Os alunos juntam-se para formular hipóteses; 
Os estudantes passam a formular os objetivos para identificar o que precisam 
estudar; 
Os alunos estudam individualmente os conteúdos necessários; 
De posse dos conhecimentos obtidos e com a supervisão do professor começam 
as discussões e as análises, sintetizam-se as soluções encontradas e prepara-se 
a apresentação que será feita para a turma e para o professor; 
Ao finalizar a atividade os estudantes avaliam o processo, o produto, o trabalho em 
equipe e o seu desempenho individual, assim como o dos demais integrantes. Essa 
avaliação dos pares e a autoavaliação proporcionam a capacidade metacognitiva 
e o aprendizado independente e contínuo. 
Vantagens e desvantagens 
Dentre algumas das vantagens da Aprendizagem Baseada em Problemas, 
podemos citar: 
 
O desenvolvimento da autonomia do estudante; 
A interdisciplinaridade envolvida na resolução do problema proposto; 
O vínculo entre teoria e prática 
O desenvolvimento do senso crítico e das habilidades de comunicação. 
Porém, como nem sempre tudo é positivo, ela também apresenta algumas 
desvantagens. Vejamos: 
 
Como é centrado no estudante, não há transmissão tradicional de conhecimento, 
o que pode causar desconforto nos professores que não tiverem preparo para essa 
nova modalidade de ensino. 
A dificuldade em se institucionalizar uma inovação e o medo de mudanças pode 
inviabilizar a sua aplicação, não só pelos professores, mas os alunos também 
podem se mostrar resistentes, visto que nem todos são ou querem ser proativos. 
(Borges et al., 2014 como citados em Souza, Baião & Veraszto, 2018). 
Objetivos e TICs que podem ser utilizadas 
Mello, Neto e Petrillo (2019) trazem como contribuição os objetivos desta 
metodologia, que em alguns casos se assemelham com as vantagens. Dentre elas, 
eles elencam: 
 
Desenvolver o pensamento crítico, assim como a capacidade de argumentação e 
de análise; 
Ampliar o senso de responsabilidade dos estudantes que precisam se engajar no 
estudo por conta própria; 
Propiciar a leitura, o raciocínio lógico e os debates; 
Estimular a investigação dos problemas levantados buscando soluções; 
Incentivar o trabalho em equipe e colaborativo; 
Possibilitar o vínculo entre as diferentes disciplinas e a troca de informações; 
Propiciar que o aluno tenha contato com a profissão escolhida enquanto ainda 
estuda. 
Com relação às TICs, já sabemos que hoje em dia, o tempo todo, nos deparamos 
com pessoas que estão com um celular nas mãos, mexendo em algum aplicativo, 
mandando e recebendo mensagens, olhando a hora, o clima ou fazendo uma 
ligação. 
 
A Aprendizagem Baseada em Problemas procura inseri-las em seu contexto 
educacional. Mesmo nas escolas em que ainda não há muitas ferramentas 
inseridas, o uso do celular pelos alunos no chamado mobile learning (ou 
aprendizagem móvel) viabiliza pesquisas on-line e com isso possibilitam o 
aprofundamento dos estudos. 
 
Sendo assim vamos citar algumas tecnologias que podem ser usadas enquanto 
ocorre a prática da PBL dentro e/ou fora da sala de aula. Os alunos podem: 
 
visualizar vídeos como fonte de consulta e postar os seus vídeos, reportagens, 
entrevistas, etc. nos canais do YouTube; 
ver filmes como forma de aprimoramento sobre o problema que está sendo 
analisado; 
analisar fotos e imagens em sites específicos; 
explorar e criar blogs nos quais podem postar fotos, comentários, abrir debates, 
atualizar o status, dentre outras atividades importantes para o PBL. 
criar e usar grupos de WhatsApp, Telegram ou outro aplicativo para realizar 
discussões e trocar informações em tempo real; 
criar uma mailing list, uma lista personalizada de e-mails, que possibilita a 
distribuição de conteúdos, otimizando o tempo; 
usar o Google Classroom que possibilita que o professor poste atividades, 
cronogramas, reflexões e nele os alunos podem enviar mensagens para os demais 
usuários; 
usar aplicativos de mapas mentais para organizar e conectar as ideias que estão 
sendo debatidas, estimulando a criatividade; 
usar diversos aplicativos e ferramentas como o Edmodo, que permite a criação de 
comunidades para o compartilhamento de material, textos, fotos, etc., em tempo 
real; 
usar aplicativos como o Hangouts Meet para realizar videoconferências gratuitas, 
alinhando as ideias, gravando entrevistas e reportagens, ampliando os debates 
sobre os assuntos que estão sendo estudados. 
Todos esses exemplos podem ser usados, e muitos outros também, porém é 
necessário relembrar que não são as TICs que fazem a Aprendizagem Baseada 
em Problemas visto que já sabemos que as metodologias ativas não dependem 
das tecnologias. 
 
Em resumo 
Conhecemos, ao longo desta aula, um pouco sobre a origem da PBL e 
compreendemos que ela existe desde a origem do Método do Arco, da teoria de 
Charles Maguerez. Trata-se de uma metodologia que tem como estratégia que os 
alunos, antes da aula, tomem conhecimento sobre determinado assunto, anotando 
suas dúvidas, e na aula ocorrem as discussões sobre os problemas levantados, 
transformando os estudantes em sujeitos ativos de suas aprendizagens. Pudemos 
conhecer sobre suas etapas, vantagens e desvantagens, compreendendo que ela 
gera uma maior autonomia para os estudantes, desenvolvendo o pensamento 
crítico e vinculando teoria e prática, porém, em alguns casos, ainda existe certa 
resistência visto ser uma práxis moderna e inovadora. Espero que tenha gostado. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
A Aprendizagem Baseada em Equipes é uma metodologia de ensino 
colaborativa que está baseada em um ciclo com algumas etapas que 
serão conhecidas ao longo desta aula, podendo ser utilizada no 
ensino presencial, no on-line e no híbrido. 
Na educação, pode ser empregada nos diferentes níveis de ensino, 
incluindo a graduação, a pós-graduação e as escolas 
profissionalizantes, sendo que em algumas instituições foi adaptada 
para o currículo completo. 
A Team-Based Learning (TBL) é uma estratégia educacional que foi 
desenvolvida na década de 1970 pelo professor Larry Michaelsen, da 
Universidade de Oklahoma, e que procura proporcionar 
oportunidades para obter os benefícios advindos do trabalho em 
equipe, por meio de tarefas realizadas por pequenos grupos de 
aprendizagem. (Veraszto & Simon, 2018) 
Vamos conhecê-la um pouco mais. 
HISTÓRIA 
Larry Michaelsen, no ano de 1979, percebeu que o tamanho de sua 
turma havia triplicado. Passará de 40 para 120 alunos. Ele precisava 
identificar uma forma de ministrar a sua aula sem deixar de atender a 
todos os estudantes. 
Naquele momento, estava utilizando uma metodologia de ensino 
socrática, baseada em casos que possibilitavam discussões para a 
resolução de problemas e ele sabia que tinha dois grandes desafios: 
o primeiro era engajar uma turma grande para resolver os problemas 
propostos de forma eficaz, e o segundo era dar aos estudantes 
um motivo para se aprofundarem no assunto antes do momento 
presencial em sala de aula. 
Foi, então, que desenvolveu uma metodologia muito parecida com a 
estrutura que a TBL usa atualmente. 
Ele estruturou a atividadede forma que os estudantes chegassem à 
sala de aula preparados. Para tanto foi testada individualmente, em 
um primeiro momento, e depois em equipes. Michaelsen percebeu 
que os alunos estavam discutindo ativamente o material proposto, que 
poderia ter sido abordado em uma palestra, e foi então que ele criou 
a estrutura dos ‘4S’ para a realização da atividade em sala de aula. 
Nela, os alunos mergulhavam seus estudos em um problema 
significativo, para o qual tinham que fazer uma ‘escolha específica’, e 
um ‘relatório simultâneo’. 
Michaelsen descobriu que essa metodologia de resolução de 
problemas em sala de aula auxiliou, de fato, a engajar os alunos no 
conteúdo e a entender como aplicar o seu aprendizado. (Team-Based 
Learning Collaborative, n.d.) 
 
 
Conceito e Características da Aprendizagem Baseada em Equipes 
A TBL é uma metodologia educacional embasada em um conjunto de 
práticas sequenciadas de ensino e aprendizagem que tem como foco 
favorecer o desenvolvimento de equipes de aprendizagem com alto 
desempenho e propiciar a essas equipes a oportunidade de imergir 
em atividades que contemplem aprendizagem verdadeiramente 
significativa. 
 
É uma estratégia educacional por meio da qual os estudantes são 
divididos em grupos que precisam trabalhar no mesmo espaço físico 
(geralmente na sala de aula). Há registros de aplicação dessa 
metodologia em turmas com mais de 100 estudantes, assim como em 
turmas de 25 estudantes. 
 
Em equipes, os alunos precisam desenvolver uma atividade que é 
proposta pelo professor em que fica evidenciada a necessidade de 
construção e elaboração do conhecimento de forma conjunta. 
(Munhoz, 2019) 
 
Uma das características mais importantes da TBL é que os alunos 
precisam estar preparados antecipadamente para as aulas, visto que 
podem ser lançados desafios para as equipes antes, durante ou 
depois das aulas. 
 
Vale ressaltar que não é preciso que os estudantes tenham 
conhecimento prévio sobre como trabalhar em equipes, visto que a 
própria metodologia já prevê o uso de atividades que desenvolvam 
essas habilidades. 
 
É uma metodologia que está fundamentada no construtivismo, e 
espera-se que o professor atue como um facilitador da aprendizagem 
em um ambiente igualitário e democrático. (Veraszto & Simon, 2018) 
 
Objetivos 
Dentre os objetivos da Aprendizagem Baseada em Equipes, podemos 
citar: 
 
Proporcionar um processo de ensino e aprendizagem participativo; 
Favorecer a interação, o debate, a argumentação, a negociação, o 
diálogo e a síntese das ideias; 
Desenvolver nos estudantes a habilidade de realizar análises, 
aplicações, avaliações e ser criativo. 
Como essa metodologia tem como um de seus objetivos desenvolver 
nos alunos níveis avançados de aprendizagem, como realizar 
análises, aplicações, avaliações e ser criativo (último objetivo citado 
acima) há 4 aspectos que são essenciais para que eles sejam 
atingidos: (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
 
Criar equipes permanentes, montadas de forma estratégica, e com 
condução adequada; 
Responsabilizar os estudantes pela qualidade desenvolvida no 
trabalho individual e grupal; 
Fornecer com frequência o feedback, de forma imediata e oportuna; 
Propor tarefas para a equipe que promovam aprendizado individual e 
em equipe. 
 
Estratégias de Aplicação 
Na TBL, cada macrounidade (assim chamadas por Michaelsen) que 
será trabalhada pelas equipes apresenta 3 etapas que incluem vários 
processos. São elas: 
 
Preparo (Preparation): esta etapa é realizada extraclasse e consiste 
no preparo prévio por parte dos alunos de uma tarefa proposta pelo 
professor. Nesta etapa, são realizadas leituras, são vistos filmes, são 
feitos experimentos, entrevistas, etc. É importante que o professor 
indique os materiais mais adequados, mas também cabe às equipes 
ampliar a pesquisa. 
Garantia do Preparo (Readiness Assurance): esta etapa é realizada 
inicialmente em sala de aula e consiste em um teste individual (a 
aplicação de um questionário, por exemplo) que posteriormente é 
aplicado em equipe, com feedback (fundamental visto seu impacto 
positivo na aprendizagem), com a possibilidade de pedir revisão da 
avaliação (apelação) e uma breve apresentação realizada pelo 
professor. Logo no início o professor passa as ‘regras do jogo’, ou 
seja, como deverão ser as respostas, o tempo, o formato da entrega, 
etc. 
Aplicação dos Conceitos (Application Of Course): consiste na 
realização pela equipe de várias tarefas propostas pelo professor, que 
visam a resolução de problemas na maioria das vezes, e a tomada de 
decisão, seguidos pela apresentação e pelo feedback. Esta etapa é a 
mais importante para que o conhecimento seja consolidado e possa 
durar entre 1 e 4 horas. O importante é que as tarefas levem em conta 
situações semelhantes àquelas que os estudantes viverão em seus 
ambientes de trabalho, e devem desafiá-los a fazer interpretações, 
calcular, comparar, prever cenários, analisar, avaliar e sintetizar 
situações, visando fazer uma escolha em equipe. Se for solicitado, 
cada equipe deverá defender a decisão tomada. Também recomenda-
se que o grau de dificuldade das propostas aumentem com o passar 
do tempo, indo das mais simples às mais complexas. 
Vamos a mais algumas informações relevantes sobre o processo. 
 
Com relação à formação das equipes, aconselha-se que tenham um 
número ímpar de participantes para facilitar o desempate caso seja 
necessário, e que seja formada por 5 a 7 componentes, de forma a 
favorecer a aprendizagem ativa e aumentar a troca de saberes. 
 
Conforme já foi explicado, o ideal é que as equipes constituídas 
permaneçam inalteradas ao longo dos módulos no semestre ou no 
ano, porque é apenas com o passar do tempo, com as diversas 
interações, que os membros das equipes conseguem atingir uma 
aprendizagem efetiva, em conjunto. 
 
Entende-se que com o passar do tempo os alunos passam a se 
conhecer melhor, perdem a timidez e ficam mais à vontade para expor 
a sua opinião e assim a equipe passará a se desempenhar melhor. 
 
Uma outra informação que precisa ser ressaltada é que para que a 
fase da resolução do problema se dê de modo eficiente, é necessário 
que se baseie nos ‘4S’ mencionados no começo desta aula. Eles 
representam o Significant (Significante), o Same (Igual), o Specific 
(Específico) e o Simultaneous (Simultâneo). 
 
Isso significa que o problema, questão, situação deve ser relevante, 
significante, autêntica e deve ser vinculada com situações que podem 
ser vivenciadas na vida real e/ou com aspectos importantes para os 
próximos níveis de estudo. 
 
Mais uma informação importante é que a proposta deve ser a mesma 
para todas as equipes para que possa existir debates entre elas 
também, no momento das apresentações, e não apenas dentro de 
cada uma e as apresentações das escolhas devem ser simultâneas, 
tendo um feedback imediato, com possibilidade de discussão e defesa 
das escolhas. 
 
Essa exposição simultânea pode ser feita com placas, com cartões 
coloridos ou numerados, com dispositivos eletrônicos que juntem as 
respostas em histogramas projetados para toda a sala, pode ser com 
a fixação das respostas nas paredes da sala, ou seja, há diversas 
maneiras, mais e menos tecnológicas para que as escolhas sejam 
expostas. 
 
Também existe um momento para a apelação, que acontece quando 
alguma equipe pede ao professor para reescrever a questão de forma 
mais clara, ou então quando expõe os motivos para que sua resposta 
seja considerada tão correta quanto a dos demais grupos. 
 
O tempo para cada exercício de aplicação (3ª etapa) deve ser de 
cerca de 30 minutos, com 20 minutos para cada equipe discutir e 
esboçar a solução e 10 minutos para a discussão com a sala toda. 
 
Para finalizar, vale ressaltar que todos os processos são avaliados. 
Há uma avaliação do desempenho individual, uma da equipe,uma 
avaliação dos pares da equipe e portanto a avaliação final será a 
somatória das várias avaliações realizadas. (Mello, Neto & Petrillo, 
2019) 
 As fases de uma ‘macrounidade’ da TBL 
 
Em resumo 
Conforme vimos, ao longo das aulas, a Aprendizagem Baseada em 
Equipes é uma metodologia embasada em um conjunto de práticas 
sequenciadas de aprendizagem que tem como foco favorecer o 
desenvolvimento de equipes de aprendizagem com alto desempenho 
e propiciar a essas equipes a oportunidade de realizar atividades que 
contemplem aprendizado verdadeiramente significativo. O professor 
faz uma proposta para todas as equipes, que simultaneamente, após 
uma série de etapas, precisam apresentar suas soluções e debater a 
respeito. Em síntese, essa metodologia visa desenvolver nos 
estudantes a habilidade de realizar análises, aplicações, avaliações e 
ser criativo, além de trabalhar em equipe e respeitar as ideias dos 
demais, treinando, inclusive a apelação. Espero que tenha gostado 
de conhecer esta metodologia. 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
A Aprendizagem Baseada em Pares ou Peer Instruction, é uma 
metodologia que foi desenvolvida pelo professor de física aplicada, 
Eric Mazur, na Universidade de Harvard. Atualmente é considerada 
uma das metodologias ativas mais usadas em todo o mundo. 
Mazur propôs esse método durante uma aula em que fazia a revisão 
de um conteúdo, logo depois que percebeu, pelo olhar dos alunos, 
que eles não estavam entendendo absolutamente nada . Aliás, 
quem nunca percebeu ao ministrar uma aula, ou fazer uma palestra, 
ou uma apresentação para os colegas na empresa onde trabalha, 
aquele monte de olho virado para o teto querendo dizer: “meu Deus, 
o que tudo isso significa? Não estou entendendo nada! ” 
Outro fator que levou Mazur a aplicar o método foi porque ele também 
não conhecia outra forma (ou uma forma melhor) de explicar o 
conteúdo. Foi então que pediu aos estudantes que se juntassem com 
os colegas mais próximos para discutir sobre o assunto e procurar 
soluções. 
Depois da divulgação dessa experiência, outros professores adotaram 
e adaptaram esse método e atualmente há muitas variações que não 
são exatamente iguais à proposta original, mas que são adotadas. 
Podemos dizer que a Peer Instruction tem como objetivo aumentar a 
produtividade na sala de aula, ampliando o interesse dos alunos, 
motivando-os, a partir de uma discussão entre colegas sobre 
conteúdo ministrado. (Veraszto & Simon, 2018) 
ORIGEM DA INSTRUÇÃO ENTRE PARES 
A Instrução pelos pares surge depois da compreensão do conceito de 
Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), de Vygotsky. Ao estudar a 
aprendizagem do ser humano, ele identificou que existem coisas que 
as pessoas aprendem a fazer sozinhas, coisas que aprendem com o 
auxílio de outras pessoas e coisas que elas ainda não conseguem 
aprender (em determinado momento), nem com a ajuda de outras 
pessoas. 
Então, ele organizou essas 3 etapas da seguinte maneira: 
1. Zona de Desenvolvimento Real: são as coisas que as pessoas 
conseguem fazer sozinhas ou cuja aprendizagem já está consolidada. 
2. Zona de Desenvolvimento Proximal: são as coisas que as pessoas 
não sabem fazer sozinhas, mas conseguem aprender com a ajuda de outras, 
ou saberes emergentes que precisam da ajuda de alguém que tenha mais 
conhecimento. 
3. Fora da ZDP: são as coisas que as pessoas não podem fazer, mesmo 
tendo a ajuda de outras pessoas. 
É importante ressaltar que a medida que uma aprendizagem proximal 
vira real, algo que a pessoa só aprenderia com a ajuda de alguém, se 
transformou em algo que ela já sabe fazer sozinha, e a medida que 
isso se repete, ela se torna mais capaz. 
A função do professor nessa situação é auxiliar o estudante a 
aprender coisas que ele não conseguiria aprender sozinho. 
Levando em consideração que a maior parte das salas de aula é 
lotada e também diversificada, exige maior habilidade dos estudantes, 
visto que são poucos os recursos disponíveis para atender às 
necessidades individuais. 
Então, uma solução encontrada é que os próprios estudantes se 
transformem em recursos de trocas de saberes - de instrução - (daí 
o nome desta metodologia ativa), e dessa forma os próprios 
alunos ’ensinam’ para os demais. (Bacarin, 2020) 
 
CONCEITO E OBJETIVOS 
Mazur (1996, como citado em Munhoz, 2019), o criador do método, 
define a Peer Instruction como uma metodologia ativa que tem como 
objetivo incentivar o processo de ensino-aprendizagem, levando ao 
aumento da participação e do interesse do aluno, visto que nesta 
proposta, ele é estimulado a ler, a pensar e a refletir antes da aula, 
assim como ocorre na sala de aula invertida. 
A Instrução entre Pares é uma das possibilidades de metodologias 
ativas bem específica, utilizada para aulas mais teóricas, portanto, 
é preciso escolher bem os conteúdos a serem ministrados nesta 
modalidade, porque nem todos funcionam bem. 
Rocha (2017, como citado em Bacarin, 2020) considera que consiste 
em uma modificação da aula teórica tradicional, 
acrescentando perguntas que são elaboradas procurando engajar os 
alunos a atingirem as dificuldades do conteúdo, por meio do uso de 
recursos diferenciados e mais lúdicos para transmitir as respostas . 
Nesse caso, em vez de um professor fazer uma pergunta de maneira 
geral para a sala, sendo que provavelmente apenas um responda (e 
geralmente o mesmo sempre), ele consegue ter a turma toda 
respondendo ao mesmo tempo. 
 
 
Com relação aos objetivos, Mello, Neto e Petrillo (2019) detalham os 
seguintes: 
• Favorecer a interação em sala de aula de forma a envolver os alunos e 
trabalhar aspectos críticos da disciplina; 
• Aumentar a produtividade dos alunos, assim como o seu interesse pelas aulas; 
• Estimular os alunos a aprenderem com fontes de estudo primárias; 
• Proporcionar o feedback constante entre os alunos e o professor. 
 
 ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO 
A Instrução entre Pares começa antes da aula, quando os estudantes 
recebem as indicações sobre o conteúdo que deve ser estudado, e 
estudam sozinhos. No momento da aula, o professor faz uma breve 
exposição do conteúdo a ser abordado. Na sequência, ele 
apresenta uma questão de múltipla escolha (Concep Test) para que 
os alunos reflitam e respondam de forma individual. 
Caso boa parte dos alunos erre a questão, o docente pode pedir que 
se reúnam em pequenos grupos para discutirem sobre ela e tentar 
convencer os colegas de que a resposta escolhida é a certa. No final, 
o professor avalia novamente as respostas, explica a correta e 
eventuais dúvidas que ainda existam. (Bacarin, 2020) 
Em resumo, a atividade pode ser desenvolvida em alguns momentos, 
como: 
1. O professor faz uma breve explanação oral sobre um conceito ou uma 
teoria - aproximadamente 20 minutos; 
2. Logo ele lança uma pergunta de múltipla escolha, geralmente conceitual 
(Teste Conceitual) sobre o assunto explanado; 
3. Os alunos têm de 1 a 2 minutos para pensar sobre a pergunta, em 
silêncio e individualmente; 
4. Eles registram suas respostas, de forma individual, e mostram ao 
professor usando algum sistema de respostas como clickers (são sistemas 
pessoais de resposta como um controle remoto) ou flashcards (pequenos 
cartões respostas), votação on-line, etc. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
 
 Na sequência, a partir do nível de acertos e erros dos alunos a 
aula toma diferentes rumos: 
• Menos de 30% de acerto: o professor repete a sua apresentação, com 
algumas diferenças, para fazer com que os alunos compreendam melhor; 
• Entre 30% e 70% de acerto: o professor cria grupos de 3 a 4 alunos para 
discutirem a questão entre eles por 1 ou 2 minutos. Os estudantes registram 
de novo suas respostas e mostram ao professor, usando o mesmo sistema. 
Na sequência o professor analisa de novo as respostas a partir das 
discussões realizadas eapresenta os resultados para todos. 
• Acima de 70% de acerto: o professor explica brevemente a resposta à 
questão e pode apresentar uma nova questão sobre o mesmo conceito ou 
sobre o próximo tema, voltando ao primeiro passo. (Mello, Neto & Petrillo, 
2019) 
CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS 
Com esta metodologia, desperta-se nos alunos o sentimento de 
participação, de comprometimento, de percepção da capacidade 
(competência) e de valorização dos seus conhecimentos prévios, 
atingindo-se, desta maneira, o objetivo das aprendizagens ativas que 
é, além da satisfação pessoal, promover a autonomia dos 
estudantes, aumentando a influência pedagógica visto que valoriza 
o papel do docente como orientador e guia. 
Mazur (1996, como citado em Munhoz, 2019), explica que o professor, 
nesta metodologia, se comunica ativamente com seus alunos, tanto 
pelas redes sociais quanto em sala de aula. Os assuntos tratados 
estão focados nas dúvidas que os estudantes tiveram enquanto liam 
os conteúdos em seus estudos independentes, tanto por meio do 
material multimídia entregue, quanto por meio dos links com artigos 
associados ao conteúdo de interesse. 
Portanto, o método é simples, porém precisa de disciplina em sua 
aplicação e, principalmente, a participação ativa de todos os alunos . 
Ressaltamos que o problema/questão é colocado para toda a sala , 
o que diferencia esta metodologia da ABP, em que cada grupo 
escolhe o problema que lhe interessa mais. 
E mais, sempre que há mudança de tema deve ser feito um relatório, 
no qual fica registrada a evolução de cada aluno, gerando um registro 
do progresso de toda a turma, o que corresponde a uma avaliação 
formativa. 
O ideal seria que o estudo e aprendizagem com este método fosse 
interdisciplinar e que um problema fosse sendo somado a outro 
problema, e que agregasse todo o curso, mas na prática não é o que 
acontece, e alguns professores terminam empregando esta 
metodologia por vontade própria. 
Com relação às vantagens, Mazur (1996, como citado em Munhoz, 
2019) considera o engajamento mental dos aprendizes, visto que são 
estimulados a pensar, a participar do debate coletivo e com seus 
pares. Afirma que o trabalho feito entre os alunos (entre os pares) 
melhora a capacidade de reflexão, o desenvolvimento conceitual, 
estimulando o aprender fazendo, com resultados mais concretos. 
Os alunos, por sua vez, consideram como vantagem o retorno 
(feedback), pois o monitoramento feito pelo computador (ou 
aplicativo, ou sistema) tende a ser mais exato e a estatística pode ser 
aplicada para emitir relatórios mais efetivos. (Munhoz, 2019) 
EM RESUMO 
Compreender nesta aula que a Instrução entre Pares é uma 
metodologia ativa que modifica a forma de ministrar uma aula 
expositiva, conceitual. Ela começa antes mesmo da aula, quando os 
estudantes recebem as indicações sobre o conteúdo a ser estudado, 
e estudam sozinhos. Em sala de aula, o professor faz uma breve 
exposição do conteúdo e apresenta uma questão de múltipla escolha 
(Concep Test) para que os alunos reflitam e respondam de forma 
individual. Conforme o nível de acertos e de erros, a aula vai tomando 
outros rumos, até o fechamento, no qual o professor resume a 
resposta correta para a sala toda e emite um relatório com a evolução 
dos estudantes. Ela favorece a interação em sala de aula, estimula o 
debate sobre os temas mais difíceis do conteúdo, aumenta a 
produtividade e o interesse dos alunos, e 
proporciona feedback constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
A Aprendizagem Colaborativa tem como base os trabalhos em equipe, e sabemos que esse 
tipo de modalidade de atividade não é nova. Além disso, também sabemos que as redes estão 
mais do que presentes no nosso dia a dia, e claro que no ambiente de aprendizagem não seria 
diferente. Vale ressaltar que a evolução tecnológica prevê um aumento ainda maior nos 
próximos anos. 
 
Sendo assim, no ambiente educacional há uma tendência a não mais diferenciar as formas 
como os cursos são oferecidos, e o b-learning, com certeza, será efetivado como a modalidade 
padrão de ensino, isso porque a cada dia que passa mais metodologias inovadoras e que fazem 
uso de tecnologias (mais ou menos avançadas) estão sendo incorporadas nos currículos. 
(Munhoz, 2019) 
 
Esse novo contexto potencializa a cooperação e a colaboração, como forma de melhorar ainda 
mais as práticas educacionais, e esse será o foco de nossa aula a partir de agora. 
 
A origem das práticas colaborativas 
Conforme já comentado, aplicar atividades colaborativas no contexto educacional não é algo 
novo. A prática da colaboração já era conhecida na Grécia antiga, e foi sendo usada ao longo 
do tempo, até os dias atuais. 
 
Torres e Irala (2014, como citados em Garcia, 2020) listam vários momentos nos quais as 
metodologias colaborativas foram sendo usadas ao longo do tempo. 
 
Na Antiga Grécia: há registros da prática de atividades de ensino não formais com 
metodologias colaborativas; 
No século XII: menciona-se a filosofia da aprendizagem como base colaborativa e cooperativa 
para os trabalhos em grupos com foco na realidade profissional; 
No século XVIII: citam-se as experiências realizadas na Universidade de Glasgow com técnicas 
de elaboração de textos colaborativos, inserindo técnicas de comunicação e do trabalho em 
grupos; 
No século XIX: constam as experiências realizadas na Lancaster School, com atividades 
colaborativas feitas pelos estudantes em escolas públicas; 
No século XX: citam-se as experiências nas escolas de artes e ofícios na Inglaterra, com 
propostas de atividades de cooperação. Na Alemanha constam as ‘Escolas de Trabalho’ (Arbeit 
Schulen) e na Itália o Movimento di Cooperazione Educativa que aplicava em sala de aula os 
princípios da cooperação. 
 
Consta, ainda, que John Dewey em sua obra ‘Democracia e Educação’ propunha atividades em 
pequenos grupos, para a resolução de problemas e a vivência de interações. 
 
Após a 1ª Guerra Mundial, surgem práticas colaborativas propostas por Freinet, Cousinet, 
Montessori e Ferrière, da Escola Nova que propunham métodos colaborativos e cooperativos. 
 
A psicologia Gestalt enfatizava dinâmicas de grupos e interdependência social. 
 
Também são desse século os pressupostos do construtivismo de Piaget e do 
sociointeracionismo de Vygotsky que incluem questões colaborativas e interativas nas 
metodologias educacionais, seguidos pelo cognitivismo de Bruner e pelo behaviorismo de 
Skinner, que também destacam a influência da colaboração em suas teorias. 
 
Com o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação, surgem os Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem (AVA) que valorizam as atividades interativas disseminando o conceito de 
comunidades de aprendizagem, chats e fóruns de debates, ferramentas que possibilitam 
discussões em grupos, já sejam síncronas ou assíncronas. 
No século XXI: observa-se, nas salas de aula, a aplicação de práticas colaborativas como forma 
de combater preconceitos raciais, étnicos e contra pessoas com deficiências. A vida vai se 
transformando cada vez mais em digital, dentro e fora do ambiente escolar. 
 
Torna-se contínuo o uso de tecnologias móveis que apresentam aplicativos que possibilitam 
interações diárias com grupos de interesse e em redes sociais, como o WhatsApp, o Instagram 
e o Facebook. (Garcia, 2020) 
Colaboração versus Cooperação 
A cooperação pode ser entendida como uma ação intencional que tem a finalidade de oferecer 
ajuda personalizada a alguém, de forma individual ou em grupos, sem que ocorra o 
compartilhamento de responsabilidade e a obrigatoriedade. 
 
Ela é consensual, pois todos os envolvidos concordam com o diálogo e o objetivo é a 
transferência de conhecimentos e ideias. Não tem interesses financeiros e nem pessoais, 
visando o aumento da satisfação pessoal, do amor próprio e de outros sentimentos. 
 
Um exemplo é a criação de RecursosEducacionais Abertos (REA), que é a oferta de conteúdos 
em grandes repositórios, por meio da computação em nuvem. 
 
Podemos ressaltar que a admiração por atitudes cooperativas surge porque nos dias atuais as 
pessoas não se preocupam muito umas com as outras, visto que vivemos, geralmente, em 
sociedades individualistas, portanto, o desenvolvimento de atividades e atitudes cooperativas 
permite a superação dos interesses individuais, privilegiando belas atitudes sociais e 
emocionais nos ambientes de ensino e aprendizagem. (Munhoz, 2019) 
 
Na educação, a cooperação procura identificar nos grupos o que cada componente pode fazer 
de melhor, e quais habilidades podem ser usadas para realizar determinada função. Por 
exemplo, ao se propor desenvolver uma reportagem em campo, dentre as experiência e 
talentos de cada integrante, quem seria melhor para editar o texto, quem poderia fazer as 
fotos, etc. e assim o trabalho seria executado conforme as diferentes habilidades dos 
integrantes. 
 
Já a colaboração é mais abrangente. Apesar do ritmo de cada membro, da forma de expressão, 
das habilidades, das experiências e gostos, por exemplo, a colaboração procura construir o 
projeto, determinando como alcançar o objetivo comum. 
 
Fazendo uma analogia com um time de futebol, pode-se dizer que cada jogador tem sua 
função, como goleiro, centroavante, atacante, defensor, porém, quando alguém marca um gol, 
todos vibram, porque o gol é a representação do trabalho colaborativo e participativo, fruto de 
uma equipe coesa, em que cada um, de forma cooperativa, desempenha o seu papel com 
responsabilidade. (Garcia, 2020) 
 
Figura 1 - Analogia com uma engrenagem para atingir um objetivo comum 
 
A colaboração se refere ao ambiente, isso significa que nele as pessoas se reúnem para 
desenvolver tarefas de interesse comum, como as redes sociais, e podem verificar se o 
trabalho desenvolvido irá conduzir ao resultado que era esperado e as relações colaborativas 
ocorrem na base da igualdade. 
 
Podemos dizer que a aprendizagem colaborativa é mais do que uma técnica aplicada a uma 
atividade em que se reúnem várias pessoas em torno de um objetivo, ela é uma forma de 
mobilizar pessoas em torno de interações, discussões, construção de novos conhecimentos e 
usos de diferentes habilidades em contextos coletivos. 
 
A Aprendizagem Colaborativa 
A Aprendizagem Colaborativa é identificada pelas ações que são realizadas pelos estudantes 
quando percebem que a aprendizagem junto com o outro é mais enriquecedora e soma 
conhecimentos, em vez de dividir. 
 
As atividades colaborativas vencem as barreiras do preconceito e favorecem o respeito à 
opinião e às soluções em conjunto. Para tanto, desenvolve-se o espírito crítico, a atenção, a 
troca, o debate, etc. à medida que o professor estimula essas ações colaborativas em suas 
atividades. 
 
Considerando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) inseridas no processo de 
ensino e aprendizagem, os chats e fóruns abertos para determinados grupos de estudantes, 
assim como as videoconferências já são uma realidade no dia a dia estudantil, assim como as 
áreas de wiki, que são aqueles espaços abertos para que um grupo de alunos construa junto 
um texto, por exemplo. 
 
No entanto, para que a aprendizagem colaborativa funcione verdadeiramente, o professor 
precisa seguir várias recomendações: 
 
Ao propor a aprendizagem colaborativa, é necessário enxergar o conhecimento como uma 
construção social; 
É necessário trabalhar com a montagem de pequenos grupos; 
É importante escolher um problema cuja resolução atinja o conhecimento estipulado no 
currículo; 
É preciso pensar previamente sobre a estratégia para a solução do problema, que será a 
primeira atividade; 
Fazer é a primeira atividade do grupo; 
Como duas cabeças pensam melhor do que uma, e três melhor do que duas, todos os 
membros do grupo devem colaborar com ideias, por meio do brainstorming (chuva de ideias), 
por exemplo; 
A interação com o professor, ao menos no início da atividade, precisa ser intensa, diminuindo 
com o passar do tempo; 
Nos grupos, deve haver distribuição de funções, gerenciamento do tempo e gestão de 
conflitos; 
O ideal é que não haja liderança, para que todos juntos possam controlar o processo; 
Os participantes que não trabalhem conforme as regras estabelecidas pelo grupo devem ser 
eliminados; 
Sempre que possível a solução deve ser direcionada para um estudo de caso, prestando 
atenção ao tempo de execução da atividade proposta. 
Vale ressaltar que várias dessas recomendações também valem para a Aprendizagem em 
Grupos, visto que a Aprendizagem Colaborativa é, normalmente, realizada em grupos. 
 
Quanto à avaliação, é no momento da entrega do resultado da atividade, em uma 
apresentação, que ela é realizada, sendo a etapa final de uma aula, de uma lição ou até 
mesmo da disciplina. (Munhoz, 2019) 
 
Princípios da Aprendizagem Colaborativa 
Além das recomendações aos professores na hora de propor atividades colaborativas, seguem 
alguns princípios que precisam ser observados. 
 
O conhecimento vai sendo construído por meio de redes de interação social; 
O conhecimento vai sendo trabalhado e elaborado coletivamente. Ele não é dado pronto e 
acabado; 
O aprendiz precisa ser ativo e reflexivo, apresentar habilidades na expressão comunicativa e de 
letramento digital, para realizar as trocas de informações; 
O conhecimento de mundo dos estudantes é muito importante porque possibilitará que vejam 
sentido nas interações pessoais e no seu papel na equipe; 
O espírito colaborativo enfatiza a inteligência interpessoal do aluno. 
Dessa forma, o processo de ensino e aprendizagem não deve ser preso ao docente, mas 
aberto, aceitando as diversas formas de pensar sobre determinada questão, uma pesquisa, um 
argumento, sobre a formatação de uma mensagem, sobre uma linguagem, etc.. (Garcia, 2020) 
 
Exemplos de Práticas Colaborativas 
Para que as práticas colaborativas tenham consistência, é preciso que exista uma inter relação 
entre o Plano do Sistema de Educação, que contempla as diretrizes que devem ser seguidas de 
todas as esferas governamentais, o Plano da Instituição, que traz o DNA da escola e o Plano de 
Aula que contempla o que o professor pretende abordar sobre aquele conhecimento que 
precisa ser transmitido. Portanto, devem ser coerentes com o contexto educacional. 
 
Vejamos algumas metodologias ativas que podem ser colaborativas: 
 
Aprendizagem Baseada em Projetos: nela o estudante é levado a elaborar indagações, a 
levantar problemas, a propor, a prototipar, a testar e também a avaliar soluções para uma 
aprendizagem mais profunda. Proporciona o crescimento cognitivo, social, afetivo e 
emocional. 
Aprendizagem baseada em investigações em grupos: favorece a interação e a procura por 
processos investigativos, discutindo a qualidade da informação encontrada e com a coautoria 
da produção de conteúdos novos. 
Fóruns de debate e discussão: propiciam o aprofundamento sobre o conteúdo das questões 
debatidas, estimulando o respeito à diversidade de opinião. 
Na sala de aula colaborativa, o professor não dá nenhum treinamento sobre técnicas de 
trabalho em grupo, as atitudes são naturais, visto que entende-se que os estudantes já 
possuem as habilidades sociais necessárias para trabalhar com pares. (Garcia, 2020) 
 
Em resumo 
Vimos, ao longo desta aula, que a aplicação das atividades colaborativas no contexto 
educacional já era realizada na Grécia antiga e foi sendo usada e melhorada ao longo do 
tempo, até os dias atuais. Ela se caracteriza pelas ações que os estudantes praticam quando 
percebem que a aprendizagem com o outro é mais enriquecedora e soma conhecimentos. 
Também aprendemos que as atividades colaborativas vencem as barreiras do preconceito e 
favorecem o respeito à opinião e às soluções em conjunto. Para tanto, desenvolve-se o espíritocrítico, a atenção, a troca, o debate, etc. à medida que o professor estimula essas ações 
colaborativas em suas atividades. Nela, o conhecimento vai sendo construído à medida em 
que ocorrem as interações entre os estudantes, o professor e o conteúdo a ser estudado. 
Espero que tenha aproveitado este conteúdo. Continue estudando. 
 
 
Introdução 
Sabemos que ser professor não é uma tarefa fácil, e a cada dia que passa essa tarefa vem 
trazendo cada vez mais desafios e exigindo cada vez mais preparo e capacitação. É uma função 
exercida, geralmente, de forma solitária, em sala de aula, num ambiente repleto de surpresas, 
incertezas, novidades, que requer que o planejamento seja sempre revisto e melhorado. 
 
As instituições de ensino englobam o trabalho de muitas pessoas, porém, raramente esse 
trabalho é entendido como realizado em equipe. Na maior parte das vezes, cada um tenta 
resolver as dificuldades que encontra individualmente, conforme suas experiências, porém, a 
prática mostra que nas diferentes áreas, quando decisões são tomadas em conjunto a 
probabilidade de sucesso é muito maior. 
 
Nesse contexto, a sala de aula compartilhada pode ser um grande suporte para a prática 
pedagógica, visto que significa a ação de duas ou mais pessoas assumindo juntas o comando 
de uma mesma turma, em alguns momentos, como co responsáveis pela elaboração do 
planejamento da aula, pelo seu desenvolvimento e pela avaliação, ou seja, pelo todo. 
 
Os objetivos podem ser variados como inserir uma nova metodologia, dar suporte a um 
professor com menos experiência que precise de ajuda, auxiliar um colega que esteja tendo 
dificuldades com alguma turma, ampliar um projeto, obter conhecimento de áreas diferentes, 
observar conjuntamente alguma turma, testar projetos inovadores, dentre outros. 
 
Esse compartilhamento pode ser feito entre professores, entre eles e seus coordenadores 
pedagógicos ou orientadores educacionais, entre professores e outros profissionais da escola e 
até mesmo entre professores e alunos, conforme as necessidades e o foco da atividade. 
 
Porém, é necessário que exista a vontade de querer compartilhar a aula e as ideias, e que haja 
uma disponibilidade da instituição para fornecer o espaço e o tempo para essa troca de 
conhecimentos. (Braga et. al, n.d.) 
 
A experiência denominada de Sala de Aula Compartilhada que será narrada agrupou, no 
espaço físico de uma única sala de aula, alunos de três semestres diferentes, que foram 
mediados por dois professores, em um curso de licenciatura em matemática, em uma 
faculdade privada, dedicada à formação de professores. 
 
Contextualização da Sala de Aula Compartilhada 
O avanço da tecnologia vem transformando o mundo e a forma como fazemos tudo aquilo que 
precisamos fazer, em qualquer âmbito e a qualquer momento. Barreiras de tempo e espaço se 
romperam e hoje temos informações disponíveis, em grandes quantidades, em qualquer 
momento e lugar. 
 
Com relação à educação, não foi diferente e vale ressaltar que até pouco tempo atrás a 
transmissão de conhecimentos era quase que exclusividade da escola. Aprender era possível 
ao frequentar uma escola e ensinar era função precípua do professor. 
 
Atualmente o estudante vem sendo colocado no papel de sujeito ativo, responsável por seu 
processo de aprendizagem, resolvendo problemas, desenvolvendo projetos e o professor vem 
sendo visto como um mediador, um guia, um auxiliar no processo de construção desse 
conhecimento pelo aprendiz. 
 
Hoje em dia não é mais necessário que o estudante se desloque até uma biblioteca para 
pesquisar informações, e também não se pode mais concebê-lo como alguém que não sabe 
nada, visto que é capaz de pesquisar, a qualquer tempo, o que quiser, porque a informação 
está ao alcance de suas mãos. Basta querer, e saber fazê-lo, porque muitas vezes o aluno tem 
acesso à informação, porém não sabe diferenciar uma informação útil e verdadeira de uma 
fake news ou uma informação ultrapassada. 
 
Nesse contexto, as concepções de professor, de aluno e do processo de ensino e 
aprendizagem precisam ser diferentes das tradicionais e incorporar as necessidades 
contemporâneas. Cabe ao docente formar grupos de trabalho, deixar os objetivos da aula bem 
claros, e organizar um programa coletivamente em um ambiente de confiança entre docente e 
alunos. 
 
Assim, as metodologias ativas usam experiências reais ou simulações de experiências reais que 
propiciam um maior aprendizado e significado para o aluno. 
 
Essa mudança no papel do docente e as possibilidades de acesso digital a vídeos, textos, 
mapas, a comunicação por meio de AVAs, e-mails, blogs e redes sociais, possibilitam o uso de 
uma série de metodologias ativas em sala de aula, e dentre elas da sala de aula invertida que 
já foi explicada em nossa disciplina. (Gonçalves & Silva, 2018) 
 
Funcionamento da Prática 
Foi seguindo essas novas concepções de aluno e de professor, com o uso da sala de aula 
invertida e de plataformas digitais que surgiu a ideia de juntar, em uma mesma sala, 
licenciados em matemática de diferentes níveis de formação (do primeiro, segundo e terceiro 
semestres do curso), mediados por dois professores do curso de licenciatura em matemática. 
 
Por ser uma prática inovadora em um curso de licenciatura e por permitir a troca de 
conhecimentos e informações entre professores de diferentes áreas, foram usados os relatos 
de cinco professores, que trabalharam nesse formato no segundo semestre de 2015 e/ou 
primeiro semestre de 2016, do coordenador do curso e de sete alunos que participaram da 
prática. 
 
As turmas tinham acesso à plataforma Moodle, assim como aos materiais de suas disciplinas e 
os professores tinham sob sua responsabilidade uma ou duas turmas por aula. 
 
A disciplina ‘Práticas de leitura e escrita’ era parte da grade dos estudantes do primeiro 
semestre, ministrada pelo Professor A, que também era o responsável pela disciplina 
‘Princípios de uma escola democrática’ ministrada à turma que estava no segundo semestre do 
curso. Paralelamente a turma do terceiro semestre tinha a disciplina ‘Geometria’ com o 
Professor B. 
 
Sobre o espaço físico da sala de aula, o coordenador do curso o descreveu como um ambiente 
em que a disposição das mesas e cadeiras incentiva a colaboração entre professores e alunos, 
visto que as mesas se encaixam, possibilitando que se reorganize o espaço conforme a 
necessidade. 
 
Vale ressaltar que para que metodologias ativas possam ser aplicadas em sala de aula 
efetivamente as salas precisam ser multifuncionais, de maneira a atender atividades em 
grupos, atividades de plenário e também as atividades individuais. E precisam estar 
conectados em redes sem fio, o que leva à necessidade de ter boa internet. 
 
Um dos grandes objetivos desta prática é promover um espaço de colaboração, que 
estabeleça relações entre os sujeitos e o objeto de conhecimento, estimulando o diálogo, a 
cooperação, a troca de informações e conhecimentos, além do confronto de pontos de vista 
diferentes. 
 
Na sala de aula compartilhada, os estudantes podem criar trocas entre os pares e acompanhar 
o trabalho em colaboração que ocorre entre os docentes. Frequentemente, se percebe a 
flexibilidade curricular e a possibilidade de integração entre diversas disciplinas, o que 
possibilita a participação em projetos com metodologia de trabalho integrado. 
 
Todos os envolvidos puderam perceber com esse trabalho colaborativo a existência da 
interdisciplinaridade e a possibilidade de uma trans ou multidisciplinaridade. 
 
Na sala de aula compartilhada, os professores e os estudantes são colocados diante de 
situações nas quais podem conviver e vivenciar as vantagens de trabalhar em grupos. Essa 
interação permite que dois docentes dialoguem e interajam com as turmas em determinado 
momento, para aprofundar algum conteúdo que algum deles domine mais. (Gonçalves& Silva, 
2018) 
 
Estratégias Utilizadas 
Para que o ensino híbrido fosse desenvolvido de forma plena nesta prática, algumas 
estratégias tiveram que ser previamente planejadas e utilizadas pelos professores. Eles 
empregaram o ambiente Moodle para o contato prévio dos estudantes com os temas 
abordados na sala de aula, por meio da indicação de vídeos, de textos, de objetos de 
aprendizagem sonoros, de infográficos, de Webquest, do uso de sites e softwares de 
sensoriamento remoto e digital, do laboratório de construção e utilização de instrumentos de 
medição e do uso de algumas ferramentas do Microsoft Office, como o Sway e o OneDrive, 
entre outras. 
 
As tecnologias digitais facilitaram a organização dos materiais necessários para a prática, que 
foram postados diretamente no Moodle, nas disciplinas ministradas para cada turma, 
permitindo ao professor acompanhar se o estudante acessou a plataforma, por quanto tempo, 
se ele postou alguma atividade, dentre outras interações com o ambiente virtual (a chamada 
curadoria). 
 
Neste tipo de metodologia, os alunos são estimulados a assumir uma postura mais proativa, 
cientes de que seu conhecimento virá de sua própria dedicação, esforço e colaboração com os 
demais participantes, como os gestores, os professores, outros alunos e a sociedade. 
 
Os estudantes descobrem a necessidade de gerenciar o tempo e de prepararem as leituras, 
verem os vídeos, participarem dos fóruns, ou seja, percebem que precisam se organizar 
previamente para que a aula ocorra, uma verdadeira aula ativa, prática, colaborativa e, de 
fato, significativa. 
 
Cito como exemplos duas atividades. Na primeira, discutimos a escala cartográfica e foi 
proposto a confecção de uma planta baixa de parte do prédio da faculdade. Este material foi 
produzido a partir do levantamento planimétrico que os alunos realizaram com instrumentos 
de medição construídos durante as aulas, fornecendo dados para o cálculo da escala ideal para 
a representação. Já na atividade sobre curvas de nível, os graduandos construíram o conceito 
da representação altimétrica por isolinhas a partir do desenvolvimento da atividade. Esses dois 
exemplos deixam clara a postura ativa do aluno na construção dos conceitos. (fala de um dos 
professores envolvidos nessa prática, o Professor 1) 
 
Com relação à gestão do tempo, o modelo da sala de aula compartilhada possibilitou a 
realização de atividades simultâneas para 3 turmas diferentes, em um mesmo espaço e ao 
mesmo tempo. Portanto, o planejamento e a gestão correta do tempo e do espaço são 
prioritários para que a proposta funcione adequadamente. (Gonçalves & Silva, 2018) 
 
Resultados obtidos na experiência da Sala de Aula Compartilhada 
Os autores puderam ressaltar algumas conclusões da prática aplicada. São elas: 
 
A sala de aula compartilhada, inserida no modelo de ensino híbrido ‘Flex’ e a sala de aula 
invertida, proporcionam uma experiência diferenciada, com opiniões positivas por parte dos 
participantes; 
A gestão do tempo e espaço da sala de aula como um ambiente colaborativo são fatores 
essenciais para que se possa ter um ambiente de colaboração entre os pares, além de 
acompanhar o trabalho colaborativo entre os docentes. 
A flexibilidade curricular e a interdisciplinaridade das disciplinas permitiu a todos os envolvidos 
perceberem a prática do desenvolvimento de projetos como uma metodologia de trabalho 
integrado. 
Outro aspecto interessante foi notar que a sala de aula compartilhada, com atividades 
diferentes sendo realizadas pelos alunos de forma colaborativa, permite novas possibilidades 
de ensino para a inclusão de alunos com mais dificuldades de aprendizagem e também de 
alunos com necessidades educacionais especiais, visto que é possível conhecer melhor cada 
aluno. 
Vale ressaltar, por fim, que o currículo que possibilita o uso de Tecnologias Digitais de 
Informação e Comunicação (TDICs) amplia as estratégias e flexibiliza os tempos e os espaços 
da escola, assim como potencializa novas formas de aprender, de ensinar e de lidar com o 
saber. 
 
De maneira geral, foi possível perceber que a aplicação desta metodologia apresentou pontos 
positivos, mas também desafios, e que ainda está em andamento e traz a possibilidade de 
ousar, e como toda inovação, deverá continuar sendo analisada, testada, ajustada, para que 
funcione cada vez melhor e possa expandir horizontes. (Gonçalves & Silva, 2018) 
 
Em resumo 
Conhecemos, ao longo desta aula, uma prática inovadora ainda em andamento, a sala de aula 
compartilhada, que pode ser um grande suporte para a prática educativa, porque representa a 
ação conjunta de duas ou mais pessoas, que assumem o comando de um mesmo grupo de 
indivíduos (várias turmas unidas em uma), reunidos em um espaço comum, como co 
responsáveis pela elaboração do planejamento da aula, pelo seu desenvolvimento e pela 
avaliação. Essa prática pode ser desenvolvida para inserir uma nova metodologia, para ajudar 
um professor com menos experiência, para auxiliar um colega que esteja tendo dificuldades 
com alguma turma, para ampliar um projeto, para obter conhecimento de diferentes áreas, 
para observar conjuntamente alguma turma, para testar projetos inovadores, dentre outras 
finalidades. Tem como um dos grandes objetivos criar um espaço de colaboração entre os 
sujeitos e o objeto de conhecimento, estimulando o diálogo, a cooperação, a troca de 
informações e conhecimentos, além do confronto de pontos de vista diferentes. Agora é com 
você. Ouse e tente também. 
 
INTRODUÇÃO 
STEAM é um acrônimo em inglês para as 
disciplinas Science, Technology, Engineering, Arts & 
Design e Mathematics (Ciências, Tecnologia, Engenharia, 
Artes & Design e Matemática). Para começar nosso 
estudo, vejamos o que cada disciplina representa. 
S: Science/Ciências: leva em conta os conceitos 
científicos necessários para compreender os diferentes 
fenômenos naturais, sociais e tecnológicos existentes. 
T: Technology/Tecnologia: diz respeito às ferramentas 
necessárias para obter, organizar, analisar e compartilhar 
informações, assim como recursos para desenvolver 
soluções, como a robótica e a programação. 
E: Engineering/Engenharia: favorece a construção do 
raciocínio lógico para planejar e gerar soluções, ou para 
construir um produto. 
A: Art/Artes & Design: propicia o desenvolvimento da 
expressão artística, criatividade e habilidades 
socioemocionais como a empatia, a colaboração e a 
comunicação entre as pessoas. 
M: Mathematics/Matemática: possibilita aprender a medir, 
calcular, analisar dados, etc. relacionados à investigação, 
ao desenvolvimento de projetos e à solução de problemas. 
Inspirada no movimento maker, é uma das tendências 
mais atuais em matéria de educação. A ideia é que uma 
aprendizagem integrada, interdisciplinar, é mais atrativa e 
eficiente, afinal, em nosso dia a dia os problemas e 
situações são complexas e precisam de várias 
capacidades para solucioná-las. Isso sem falar no fato de 
colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem. 
Esta metodologia precisa de crianças e jovens com papel 
ativo ao estimular a investigação e a interação com os 
colegas, visto que o objetivo central é desenvolver o 
letramento científico, tecnológico, matemático e 
artístico, compreendendo o que cada área traz para a 
interpretação do mundo e como solucionar problemas e 
situações levando em conta essas diferentes 
visões. (Rico, 2019) 
Figura 1 - Diagrama do STEAM 
 
Fonte: Yakman, 2008, p. 347, como citado em Lorenzin, Assumpção & Bizerra, 2018, p. 
372 
ORIGEM 
Criado nos Estados Unidos pela National Academy of 
Sciences, o STEAM é um acrônimo em inglês para as 
disciplinas Science, Technology, Engineering, Arts & 
Design e Mathematics (Ciências, Tecnologia, Engenharia, 
Artes & Design e Matemática). Sua criação partiu da 
constatação de que há um desinteresse de alunospelas 
ciências exatas e procura integrar essas diferentes áreas 
de conhecimento para potencializar as experiências de 
aprendizagem dos alunos. 
Na década de 1990, nos Estados Unidos, foi constatada 
uma carência de profissionais qualificados em algumas 
carreiras ligadas à área de exatas, como Ciências, 
Tecnologia, Engenharia e Matemática. Levando em conta 
que o interesse dos estudantes por essas áreas também 
era baixo, iniciou-se um movimento para torná-las mais 
atrativas. Foi batizado inicialmente de STEM, sem o A, 
visto que ainda não inseriu as Artes e o Design. 
O movimento colocou em xeque o modelo tradicional de 
ensino, e a opção metodológica mais utilizada para mudar 
o cenário nas escolas, naquele momento, foi a 
aprendizagem baseada em projetos, (já estudada por nós) 
em que crianças e jovens aprendem a resolver 
coletivamente problemas e desafios. 
Um pouco mais adiante surgiu o termo STEAM para 
integrar as Artes e o Design nas propostas de 
interdisciplinaridade, visto que ela ativa o lado mais 
criativo do cérebro. No entanto, vale ressaltar que a ideia 
é sempre estabelecer relações efetivas entre as 5 
áreas. Não é para centralizar o processo em uma delas 
apenas. 
O aluno deve ser inserido em situações nas quais precisa 
olhar além de uma explicação linear e usar a imaginação 
para buscar soluções mais inovadoras. (Rico, 2019) 
O PROFESSOR NO CURRÍCULO STEAM 
Como o objetivo é somar as particularidades das 5 áreas, 
o ideal é que o processo seja conduzido por vários 
professores de forma colaborativa , visto que a troca de 
conhecimentos e experiências enriquece o processo, 
facilitando o planejamento da prática, dando um olhar 
mais abrangente para cada área do conhecimento. 
É necessário, no entanto, ressaltar que o trabalho 
interdisciplinar nas escolas ainda é um tabu, visto que 
muitos docentes não têm tempo para conversar com os 
colegas, e para que esta prática funcione efetivamente é 
necessário que gerenciem o tempo e que planejem em 
conjunto, contando com a ajuda da coordenação para 
promover esses momentos de trocas e colaboração. 
O professor precisará deixar de lado aquela postura de 
único sabedor do conhecimento, expositor do conteúdo, 
para assumir um papel de orientador, porém ele precisará 
lidar com a diversidade de interesses e soluções 
possíveis, assim como com os imprevistos. 
Para iniciar a proposta, é preciso estabelecer o caminho 
a seguir para os alunos: no momento da pesquisa, quais 
serão os meios necessários? Quanto tempo os alunos 
precisarão para o planejamento e para a execução do 
projeto? Será necessário realizar oficinas para que eles 
aprendam algo que ainda não conhecem? 
O docente precisará ainda pensar em como criar os 
grupos, orientar sobre a organização das tarefas, 
acompanhar o andamento do processo e mostrar aos 
estudantes que os erros fazem parte. 
Ainda é necessário cuidado na divisão de tarefas para 
que todos tenham as mesmas chances de executar 
qualquer parte dela, como a montagem de robôs e a 
decoração. 
Também é importante que o docente saiba e planeje as 
tarefas sem a obrigatoriedade do uso de equipamentos e 
materiais avançados e caros. Ele pode propor atividades 
que usem sucata, kits móveis de eletrônica, simuladores 
virtuais, aplicativos e outras ferramentas mais simples. 
(Rico, 2019) 
Apesar do cunho tecnológico, para desenvolver o 
currículo STEAM é preciso mais do que equipamentos. 
Somente inserir tecnologia em uma atividade de ensino 
não a faz uma proposta STEAM. É necessário um 
profundo desenvolvimento profissional dos professores 
para que compreendam a conexão que deve haver entre 
os conteúdos das áreas relacionadas. 
Isso não diz respeito apenas à escolha das estratégias e 
dos materiais, mas também à organização do currículo e 
ao planejamento colaborativo que insira as contribuições 
de cada uma das áreas envolvidas, para que ocorra 
uma aprendizagem efetiva. (Lorenzin, Assumpção & 
Bizerra, 2018) 
 
O FUNCIONAMENTO DO CURRÍCULO STEAM 
Já sabemos que o STEAM é uma metodologia que integra 
diferentes áreas e se baseia em projetos, com o objetivo 
de formar pessoas que tenham diversos conhecimentos, 
para que possam desenvolver diferentes habilidades, e 
que trabalhem questões socioemocionais, preparando-se 
para os desafios futuros. 
A sua adoção nas escolas propõe a interdisciplinaridade 
de áreas de conhecimento, despertando a criatividade, a 
inventividade, a empatia, e o desenvolvimento dos 
conhecimentos, habilidades e atitudes necessár ias para 
vida moderna, como o pensamento computacional e o 
espírito da cultura maker que propõe o ‘faça você 
mesmo’. 
Nos Estados Unidos, na maior parte das vezes, a 
aplicação da metodologia STEAM em sala de aula é 
realizada como programa extracurricular, geralmente 
voltada para as séries iniciais da educação básica. 
No entanto, podemos entender que inserir essa proposta 
ao currículo escolar, é uma grande oportunidade de mudar 
o ensino de ciências, trazendo práticas mais ativas, 
lúdicas e interessantes, porém é um grande desafio visto 
que mudanças curriculares exigem pesquisas, 
investimentos e transformações nas concepções sobre o 
processo de ensino-aprendizagem . (Lorenzin, 
Assumpção & Bizerra, 2018) 
Vejamos como a metodologia pode ser desenvolvida. 
O STEAM pode ser realizado em 5 etapas: 
Figura 2 - Etapas do currículo STEAM 
 
Fonte: Garofalo, 2019. n.p. 
Ao longo dessas etapas, usadas para o desenvolvimento 
de um projeto, os estudantes podem trabalhar com 
ludicidade diversas habilidades e competências, tais 
como: 
Figura 3 - Habilidades e competências 
 
Fonte: Garofalo, 2019. n.p. 
O STEAM propicia a aprendizagem por experimentação. 
Aplicando metodologias ativas, o aprendiz consegue 
estudar Matemática, Ciências, Artes, Engenharia e 
Tecnologia de forma criativa, sem perder o foco 
investigativo. 
Mas afinal, o que pode ser feito nesta 
prática? Investigação científica, trabalho com projetos, 
aprendizagem de programação, de robótica, 
o movimento maker, o learning by doing (o aprender 
junto) são práticas que fazem parte das propostas do 
STEAM. (Garofalo, 2019) 
E o que deve ser levado em conta na hora de planejar a 
prática? 
1. A questão geradora: é preciso criar um contexto para o 
projeto, um desafio inicial, que motivará os alunos a buscar 
soluções criativas e quanto mais estiver relacionado a um 
problema da realidade deles, mais estimulante será. 
2. A investigação: é a base para o desenvolvimento do 
projeto e o que vai favorecer a participação ativa dos estudantes. 
As etapas precisam estar conectadas, com objetivos claros e 
com orientações para as ações investigativas. 
3. A interdisciplinaridade: é o diferencial. O principal desafio 
é pensar em conjunto sobre o processo, com seus pares e 
juntando as diferentes áreas de conhecimento para interligar as 
diferentes habilidades e competências. 
4. O trabalho em grupo: potencializa o aprendizado, pois 
estimula a troca de saberes, a colaboração, a empatia e o poder 
de argumentação, gerando autonomia na turma, desenvolvendo 
habilidades socioemocionais. 
5. O produto final: irá concretizar o processo de 
aprendizagem. A escolha do que será feito depende dos 
objetivos do projeto e dos recursos disponíveis. 
6. A avaliação: deve ocorrer durante todo o processo. (Rico, 
2019) 
RESULTADOS EXPOSTOS PELOS PROFESSORES 
Professores que tiveram a oportunidade de trabalhar a 
metodologia STEAM relatam que transformaram suas 
concepções sobre o ensino de ciências e sobre suas 
experiências em sala de aula, levando à realização de 
mudanças em sua prática docente. 
Dentre os resultados comentam sobre a abertura para o 
protagonismo dos alunos, aulas menos dirigidas, com 
novas maneiras de interagir e intervir do professor, 
cuidado com a contextualização dos conhecimentos 
necessários, preocupação em inserirconteúdos próximos 
à realidade dos estudantes como motivação para a 
aprendizagem, elaboração de novas estratégias de 
ensino, ampliação da percepção sobre o conhecimento, 
integração de dinâmicas realizadas no STEAM em outras 
disciplinas e ainda um maior compartilhamento de 
experiências entre os pares. (Lorenzin, Assumpção & 
Bizerra, 2018) 
EM RESUMO 
Aprendemos, nesta aula, que STEAM é um acrônimo para 
as disciplinas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes 
& Design e Matemática, e vem sendo utilizada como forma 
de inserir nas práticas pedagógicas a 
interdisciplinaridade, que sabemos, ainda ser um tabu no 
ensino. Essa prática é mais uma que coloca o aluno como 
centro do processo de aprendizagem, estimulando a 
criatividade, o aprender fazendo, o trabalhar em equipes, 
desenvolvendo as habilidades socioemocionais tão 
importantes nos dias atuais. Enfim, por meio de uma 
proposta de investigação, aguça a criatividade dos 
estudantes, que conectando disciplinas de diferentes 
áreas, procuraram desenvolver um projeto que será 
apresentado e avaliado. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Design thinking (DT) é o nome que se dá à apropriação 
por outras áreas da metodologia usada 
pelos designers para criar ideias, aprimorá-las e pensar 
em soluções, com criatividade e de maneira colaborativa, 
fomentando a inovação e a ação, na prática. 
Em 2009 a designer Kiran Bir Sethi (Índia) mostrou a 
todos a sua inspiração no DT para transformar as 
diretrizes da sua escola, surgindo o movimento Design for 
Change. 
Em 2011, a empresa de design IDEO publicou um material 
específico para a educação, sistematizando a DT de 
maneira simples e possível de ser experimentada por 
instituições de ensino. 
No caso do Brasil, as primeiras experiências surgiram em 
2012 tornando o design thinking uma poderosa prática de 
transformação das relações e dos desafios cotidianos do 
ambiente educacional. (Rocha, como citado em Bacich & 
Morán, 2018) 
Vamos a ela. 
ORIGEM E CONCEITO DO DESIGN THINKING 
O conceito do DT foi criado em 1973 por Rolf Faste 
(docente da Stanford University que o definiu e 
popularizou) e David Kelley (também de Stanford) um dos 
fundadores da empresa de design IDEO que foi a 
responsável por difundir o termo e que continua 
desenvolvendo projetos no mundo todo. 
Em 2009, Tim Brown, o diretor executivo (CEO) da 
consultoria de inovação da IDEO, escreveu um livro sobre 
DT no qual o define como uma abstração do modelo 
mental empregado há muito tempo pelos designers para 
dar vida às ideias. 
Por sua vez a Ted Talk da designer Kiran Bir Sethi, em 
2009, tornou conhecida no mundo todo sua inspiração no 
DT para a realização de práticas pedagógicas em sua 
escola, a Riverside School, convidando outras instituições 
para que se unissem ao movimento Design for Change, 
cujo diferencial estava na intervenção na realidade por 
meio da perspectiva do design. 
Em 2011, a IDEO criou um material voltado para a 
educação (Design thinking para educadores), que tem 
como base as experiências de diversos professores 
da Riverdale Country School (Estados Unidos) em sala de 
aula. 
Mas afinal o que significa design? É uma área do 
conhecimento que diz respeito à concepção, à 
idealização, à criação e ao desenvolvimento de 
ferramentas e de serviços e experiências, reunindo 
estratégia, técnica e criatividade de forma a resolver um 
problema. Na empresa, visa o desenvolvimento de 
competências e habilidades que transformem 
os colaboradores em ‘solucionadores de problemas ’. 
Já o design thinking é uma metodologia inspirada em 
como os designers fazem para resolver 
problemas, propondo soluções que se baseiam nas 
necessidades das pessoas e nos contextos, desfazendo a 
visão associada ao design como desenvolvimento de 
produtos esteticamente diferenciados. (Rocha, como 
citado em Bacich & Morán, 2018) 
CARACTERÍSTICAS DO DESIGN THINKING 
Na educação, pode ser utilizado como uma estratégia de 
ensino e aprendizagem que visa inovar e solucionar 
problemas complexos trabalhando em equipe, ou seja, 
favorece a colaboração e a cooperação entre os alunos 
que ‘aprendem fazendo’, juntando a teoria à prática, 
preparando os alunos para as competências necessárias 
para o século XXI. 
Podemos dizer que as vantagens da aplicação do DT em 
sala de aula dizem respeito a: 
• Buscar a resolução de problemas com base em 
diferentes perspectivas; 
• A solução é encontrada com o trabalho colaborativo; 
• Favorece a criatividade; 
• Usa várias formas de pensar sobre o futuro; 
• Propicia a capacidade de síntese; 
• Estimula a inteligência coletiva. (Mello, Neto & 
Petrillo, 2021) 
PRINCÍPIOS E ETAPAS DO DT 
Para compreendermos mais sobre as contribuições 
do Design Thinking para o processo educativo precisamos 
conhecer um pouco sobre os princípios e os processos a 
ele inerentes. Não podemos esquecer que as pesquisas 
acadêmicas sobre o DT na educação ainda são bastante 
escassas. 
Figura 1 – Princípios do Design Thinking 
 
Fonte: Rocha, como citado em Bacich & Morán, 2018, p. 293. 
Vamos entender um pouco mais sobre cada um desses 
princípios e suas contribuições para o DT. 
1. Empatia: uma das características mais marcantes do DT é 
colocar o estudante no centro de seu processo de ensino e 
aprendizagem, e ‘colocar-se no lugar do outro’ faz toda a 
diferença nesta metodologia. É uma inteligência emocional que 
se conecta uns com os outros de forma profunda. O DT 
humaniza o processo, pois se entende que são pessoas criando 
soluções para outras pessoas e com pessoas, criando uma 
‘escuta ativa’. 
2. Colaboração: é um dos pilares do DT. Os estudantes 
aprendem a extrair o melhor dos grupos, compreendendo os 
problemas e desafios de forma profunda, visto que as diversas 
percepções ajudam a compreender melhor o que se pretende 
resolver, até a criação de soluções e propostas inovadoras. O 
compartilhamento de ideias, de visões de mundo, de 
percepções, aliado à escuta ativa faz com que a experiência 
de resolver problemas seja mais efetiva. 
3. Criatividade: o DT ajuda as pessoas a recuperarem 
a confiança criativa, muitas vezes deixada de lado, visto que a 
criatividade faz parte da essência do ser humano e é algo que 
todos têm. 
4. Otimismo: para criar soluções inovadoras precisamos 
ver o mundo com um novo olhar, e para isso é preciso dedicação 
e vigilância para deixarmos de pensar que os problemas não são 
possíveis de se resolver. O DT permite que a criatividade de 
cada um junto com a inovação possibilite resolver problemas 
improváveis de terem uma resolução. Inserem-se problemas 
reais, contextualizados na realidade dos estudantes, propiciando 
o pensar globalmente e o agir localmente. 
Quanto às etapas do Design Thinking, elas juntam 
métodos da engenharia e do design, combinados com 
ideias advindas das artes, com os procedimentos das 
ciências sociais e com os insights do mundo dos 
negócios. 
Vale ressaltar que essas etapas não precisam ser 
lineares, o que significa que pode ser necessário retomar 
alguma etapa para seu aprofundamento, assim como o 
ciclo também pode se repetir por completo mais de uma 
vez. Cada ciclo completo recebe o nome de iteração. 
(Rocha, como citado em Bacich & Morán, 2018) 
São elas: 
Figura 2 - Etapas do Design Thinking 
 
Fonte: Rocha, como citado em Bacich & Morán, 2018, p. 299. 
1. Etapa Empatizar 
 
Para a resolução dos problemas reais, complexos, propostos no 
DT cria-se uma equipe, formada basicamente por: um designer 
thinker, o líder do projeto, vários design thinkers, que são as 
pessoas que participam do grupo, alguns stakeholders, que são 
as partes interessadas que serão impactadas pelo resultado do 
projeto, dentre outras que forem necessárias. 
 
Logo, o líder deve definir um cronograma com os prazos e as 
estratégias para a realização das atividades. 
 
Então, o primeiro passo é compreender oativo, e nesse sentido, a expressão 
‘metodologias ativas’ parece ser mais adequada ao 
caracterizar práticas criadas pelo docente visando que o 
aprendiz tenha um papel mais significativo no seu 
aprendizado. 
COLOCANDO A APRENDIZAGEM ATIVA EM 
PRÁTICA 
Estudos indicam que a aprendizagem ativa é uma 
estratégia de ensino muito eficaz quando comparada com 
os métodos tradicionais como a aula expositiva comum. 
Quando estão diante de métodos ativos, os estudantes 
guardam um maior volume de conteúdo, retêm a 
informação por mais tempo e aproveitam as aulas com 
maior engajamento, satisfação e prazer. 
A experiência mostra que a aprendizagem ocorre de forma 
mais significativa quando realizada com metodologias 
ativas, isso porque os alunos vão adquirindo 
mais confiança em suas decisões e na aplicação do 
saber em situações práticas. Eles melhoram a inter 
relação com os colegas, aprendem a se expressar melhor, 
e ainda adquirem gosto pela resolução de problemas, 
reforçando sua autonomia no pensar e agir. (Barbosa & 
Moura, 2013) 
MAS AFINAL, O QUE É APRENDIZAGEM ATIVA? 
Há um provérbio chinês que diz: “O que eu ouço, eu 
esqueço; o que eu vejo, eu lembro; o que eu faço, eu 
compreendo.” Essa frase foi dita pelo filósofo Confúcio e 
tem relação direta com o conceito de aprendizagem ativa. 
Silberman (1996, como citado em Barbosa & Moura, 2013, 
p.10) modificou esse provérbio para ajudar na 
compreensão do que são métodos ativos de 
aprendizagem, dando a ele a seguinte redação: 
• O que eu ouço, eu esqueço; 
• O que eu ouço e vejo, eu me lembro; 
• O que eu ouço, vejo e pergunto ou discuto, 
eu começo a compreender; 
• O que eu ouço, vejo, discuto e faço, 
eu aprendo desenvolvendo conhecimento e 
habilidade; 
• O que eu ensino para alguém, eu domino com 
maestria 
Essa citação resume os princípios das metodologias 
ativas e se a prática docente possibilitar ao aluno saber 
ouvir, ver, questionar, debater, fazer e ensinar, estaremos 
no caminho da aprendizagem ativa. 
EM RESUMO 
Nesta aula, tivemos a oportunidade de conhecer as 
expressões Metodologia Ativa e Aprendizagem Ativa, que 
indicam que o conhecimento precisa ser assimilado pelo 
aprendiz por meio do uso de algumas competências como 
o saber ouvir, o questionar, o debater, o fazer e o ensinar, 
gerando engajamento, comprometimento e criticidade, 
transformando-o em um ser autônomo, independente, e 
dono do seu processo de aprendizagem. Levando em 
conta que cada pessoa tem seu ritmo de aprendizagem e 
suas necessidades, o uso de metodologias ativas propicia 
a aquisição de conhecimentos deveras significativos. 
 
Com a chegada de uma nova geração de estudantes aos 
bancos escolares, mais dinâmicos, hiperativos, e 
principalmente conectados, mudanças precisaram 
acontecer no processo de ensino e aprendizagem, visto 
que essas crianças e jovens não estão mais dispostos a 
ficar horas sentados nas carteiras ouvindo aulas 
expositivas enfadonhas, afinal, as informações que eles 
encontram nas palmas de suas mãos (literalmente) hoje 
em dia, com certeza são muito mais interessantes e 
divertidas do que as que são trazidas por esses 
professores tradicionais. 
No ensino tradicional ainda predomina o 
aspecto coercitivo imposto pelo docente, instituições de 
ensino que insistem em tentar provar que são o único 
lugar no qual as pessoas podem realmente aprender, 
professores como seres supremos, detentores de todo o 
conhecimento que pode ser transmitido e ainda práticas 
arcaicas que não levam em conta os interesses e 
necessidades dos educandos. 
Apesar de esse estilo de ensino ainda existir, e muitas 
vezes até predominar, alunos e, diga-se de passagem, 
boa parte da sociedade, não o aceitam mais, e exigem 
que conhecimentos e práticas ultrapassadas sejam 
substituídas por novas formas de ensinar, que sejam mais 
condizentes com o mundo conectado e globalizado que 
hoje impera no mundo. 
Por meio dos trabalhos de muitos estudiosos, estamos 
diante de uma modernização do conceito de estudar (e 
ensinar), baseado em metodologias que se alicerçam em 
tecnologias de informação e comunicação (TICs), que se 
mostram muito mais próximas de ideias pragmáticas que 
procuram compartilhar conhecimentos úteis, superando 
TEMA 2 A Aprendizagem Significativa
o imobilismo reinante em boa parte das instituições de 
ensino. (Munhoz, 2019) 
Vamos estudar, então, um pouco desse processo de 
mudança e conhecer com mais profundidade a ideia de 
aprendizagem significativa. 
UM NOVO OLHAR PARA O PROCESSO DE 
ENSINO-APRENDIZAGEM 
Devemos observar atentamente que um novo olhar vem 
sendo lançado, ainda que aos poucos, sobre velhas 
propostas e práticas educacionais, (re)adequando-as a 
um ambiente repleto de tecnologias, criatividade e 
inovação. 
Além da mudança nas formas de ensinar e aprender, aos 
poucos a educação aberta vem se firmando, 
possibilitando que todas as pessoas interessadas em 
aprender possam fazê-lo, escolhendo o que desejam 
aprender, da forma como desejam aprender, quando e 
onde quiserem aprender, ampliando em todos os aspectos 
as possibilidades de assimilar novos saberes. 
A evolução constante e rápida das tecnologias associada 
à presença, cada vez maior, de computadores e outras 
ferramentas tecnológicas nos ambientes escolares (e 
empresariais também), traz a possibilidade de se expandir 
a aprendizagem adaptativa. 
No que se refere ao ambiente empresarial, os jogos de 
empresas, também chamados de small games e good 
games, vêm sendo cada vez mais utilizados em atividades 
educacionais realizadas por organizações antenadas na 
tecnologia. 
Esse mesmo mercado já está de olho na chamada 
aprendizagem rápida (rapid learning) visando aumentar 
consideravelmente a velocidade na aquisição de novas 
competências e habilidades organizacionais, motivando a 
criatividade, a inovação e a capacidade de iniciativa dos 
seres humanos. 
Voltando para os bancos escolares cada dia mais vem 
ocorrendo uma fuga das salas de aula para 
ambientes semi presenciais (b-learning), não 
presenciais (e-learning), por meio de dispositivos 
móveis (m-learning) e de forma ubíqua (u-learning), esta 
última ocorrendo quando a pessoa desenvolve seu 
aprendizado de forma paralela a outras atividades. 
Todos esses ambientes propiciam o aprendizado por meio 
de metodologias inovadoras e mais lúdicas, como a sala 
de aula invertida, a aprendizagem baseada em projetos, a 
aprendizagem baseada em problemas, a gamificação (que 
une o entretenimento e a aprendizagem, chamada 
de edutainment), que devolvem ao processo de ensino e 
aprendizagem suas origens, (re)transformando o 
processo em uma atividade agradável e prazerosa em 
todos os sentidos. Pelo menos essa é a ideia. 
Ambientes com essas características transformam a 
aprendizagem ativa apoiada pelas tecnologias em um 
campo que mistura o tecnicismo, o didático e o 
pedagógico de forma natural e espontânea. 
Tornar agradável a tarefa de ensinar e aprender, 
recuperando o prazer e a vontade dos estudantes pela 
aquisição do saber é o grande foco da educação moderna. 
Efetivar a aprendizagem ativa possibilita atingir os 
diferentes estilos de aprendizagem de nossos alunos, 
flexibilizando o ambiente educativo. Possibilita 
exercitarmos a proposta de colocar em prática o aprender 
a aprender, o aprender pelo erro e o aprender fazendo, 
que somados resultam na aprendizagem significativa. 
(Munhoz, 2019) 
APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA VERSUS APRENDIZAGEM 
MECÂNICA 
Por falar em aprendizagem significativa, ela pode ser 
comparada com a aprendizagem mecânica. Enquanto a 
primeira diz respeito à associação que pode ser feita 
entre uma nova informação recebida e o conhecimento 
prévio do estudante, na segunda, a mesma nova 
informação recebida não interage com aquela já 
existente na estrutura cognitiva do aluno. 
Portanto, um estudante que precisa memorizarproblema (desafio), e 
identificar os stakeholders, e essa compreensão se dá 
pela empatia, ou seja, entendendo o problema a partir do outro 
(momento de imersão). Aqui surgem os insights. 
2. Etapa Definição do Problema 
 
Este é o momento de definir qual o problema que irá dar base 
ao projeto. Quanto mais claro, mais chances há de os design 
thinkers pensarem em soluções eficazes. 
3. Etapa Idear 
 
É o processo de cocriação de uma ou de várias soluções para o 
problema, realizado com a elaboração 
de workshops e brainstorming de forma que a equipe possa 
determinar o melhor caminho para resolver o problema. Junta-
se um repertório de ideias que serão analisadas para determinar 
as ‘melhores ideias’. No final da etapa a equipe decide qual 
ideia deverá ser prototipada. 
4. Etapa Prototipar 
 
Nesta etapa o produto começa a ser prototipado e a 
prototipagem pode ser de coisas físicas ou de coisas intangíveis 
(serviços, um sistema organizacional, etc.) e é sempre 
inspiracional. Exemplos de protótipos podem ser storyboards, 
diagramas, filmagens, peças de teatro, maquetes, páginas 
da internet e programas para computador. 
5. Etapa Testar 
 
Assim que criado, o protótipo precisa ser testado e apresentado 
aos stakeholders, destacando os pontos positivos e os que 
precisam ser aperfeiçoados 
Figura 3 - Resumo das Etapas 
 
Fonte: Mello, Neto e Petrillo, 2021, p. 13 
Após a testagem é chegada a hora de colocar em prática 
a implementação, pensando nos recursos tecnológicos e 
materiais que serão necessários para a sua viabilidade. 
(Mello, Neto & Petrillo, 2021) 
EM RESUMO 
Vimos, nesta aula, que o Design thinking corresponde à 
apropriação por outras áreas da metodologia usada 
pelos designers para criar ideias, aprimorá-las e pensar 
em soluções, com criatividade e de maneira colaborativa, 
fomentando a inovação e a ação, na prática. Na educação, 
pode ser utilizado como uma estratégia de ensino-
aprendizagem para inovar e solucionar problemas 
complexos trabalhando em equipe, com colaboração e 
cooperação, de forma a ‘aprender fazendo’, com empatia, 
colaboração, criatividade e otimismo, em 5 etapas não 
lineares que são empatizar, definir, idear, prototipar e 
testar, de forma a entregar o produto para 
os stakeholders. Espero que tenha gostado de conhecer 
esta metodologia tão diferente. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Sabemos que nos dias atuais há uma geração de 
estudantes digitais que têm diferentes formas de 
aprender, conforme suas necessidades e também que 
apresentam diferentes maneiras de se comunicar com 
seus colegas. 
Levando em conta a falta de adaptação desses nativos 
digitais aos ambientes tradicionais de ensino, (res)surge 
a necessidade do uso de jogos em educação. Não dá para 
ignorar o fato de que os alunos consideram a sala de aula 
atual chata, e isso termina por desmotivar a ida deles às 
escolas, causando inclusive evasão. 
Atualmente, nossos alunos não aguentam ficar mais do 
que 15 minutos ouvindo um professor passar o conteúdo 
teórico, visto que consideram que as informações que 
encontram nos seus aparelhos celulares são muito mais 
interessantes, como músicas, uma conversa com um 
colega, um jogo de futebol ou até mesmo joguinhos de 
carta ou de caça a algum objeto. 
Então, faz-se necessário tentar tornar o ambiente escolar 
um espaço mais divertido, mais lúdico e mais agradável, 
e assim, vem surgindo uma série de metodologia 
inovadoras, conforme estamos aprendendo em nossas 
aulas. 
Observando crianças, jovens e adultos enquanto estão em 
frente aos seus videogames, percebe-se que eles ficam 
quase que ‘grudados’ às telas, absortos em seu game, 
portanto, é possível aproveitar esse encantamento que os 
jogos oferecem, também em sala de aula. (Munhoz, 2019) 
CARACTERÍSTICAS, NECESSIDADES E 
BENEFÍCIOS DOS JOGOS PEDAGÓGICOS 
Vale ressaltar que para que os jogos em sala de aula 
deem resultado, é preciso que os docentes passem por 
uma alfabetização tecnológica, visto que muitos não têm 
a mínima ideia de como podem aplicar a estratégia do uso 
de games em suas práticas. 
Os jogos usados para o aprendizado não podem ser 
apenas uma diversão. Então o que é necessário para que 
eles surtam efeito? 
É preciso desenvolver habilidades afetivas, que podem 
ser usadas como motivação para que os alunos aprendam 
o que precisam saber para dominar determinada função 
em certa área do conhecimento. 
Há que se ressaltar que existe uma certa má vontade por 
parte dos alunos (os imigrantes digitais) com a leitura e 
permanência digital, portanto, também há que se superar 
essa má vontade e escolher uma estratégia que agrade a 
todos, o máximo possível. 
Também é preciso destacar que para que os jogos possam 
ser, de fato, inseridos no ambiente escolar precisamos 
de laboratórios preparados para tal feito, e nos quais o 
acesso às comunidades virtuais seja possível. 
O analfabetismo digital e a exclusão social ainda 
funcionam como limitadores para muitos estudantes que 
não têm acesso aos jogos em rede fora da escola. 
Vale a pena enfatizar também que com o uso dos jogos 
digitais há várias habilidades que podem ser estimuladas 
como a persistência, aprender a assumir riscos, a 
colaboração, a solução de problemas, dentre outras. 
No entanto não há mais como fugir dessa realidade visto 
que os currículos escolares vêm sendo repensados tendo 
como base essa nova perspectiva, e os docentes vêm 
sendo estimulados a desenvolver, em seus processos de 
formação permanente e continuada (lifelong learning) 
nivelamentos para o uso de jogos em educação. 
O progresso no uso de jogos no ambiente corporativo 
pode servir de motivação para que os alunos aprendam 
não apenas a jogar, mas também a desenvolver jogos 
educativos, porém, não se pode esquecer, como já 
comentado, que muitos docentes ainda não apresentam 
amplo conhecimento em mídias digitais e tecnologias 
educativas, isso porque os cursos de formação, muitas 
vezes, não contemplam essa possibilidade. 
Como benefícios do uso de jogos em educação, estão o 
fato de podermos verificar como está o progresso do 
estudante na aquisição de conhecimentos, o retorno 
imediato do aluno à sala de aula, diante da motivação que 
a inserção de jogos causa e ainda o fato de entregar o 
controle do processo de ensino e aprendizagem a ele. 
(Munhoz, 2019) 
 
OBJETIVOS DOS JOGOS EM EDUCAÇÃO 
Conforme já vimos, os jogos usados no ambiente 
educacional favorecem o aprendizado de forma lúdica e 
prazerosa, porém vale ressaltar que eles devem ser 
usados como material de apoio, reforçando os conteúdos 
apreendidos anteriormente. 
Essa ferramenta deve ser instrutiva, gerando 
uma disputa divertida e que consiga desenvolver um 
processo correto de aquisição de saber, portanto, é 
fundamental que exista o vínculo com o conteúdo que 
precisa ser passado aos alunos, com envolvimento tanto 
deles quanto do professor, que experimentarão o prazer 
pelos resultados alcançados. 
Como objetivos para promover uma aprendizagem lúdica 
e desafiadora, que leve o aprendiz a aprender e aplicar os 
conceitos e teorias passados, têm-se: 
• Estimular a criatividade, sociabilidade e as múltiplas 
inteligências; 
• Propiciar que o aluno aprenda a jogar e a ter uma 
participação ativa; 
• Favorecer e estimular o relacionamento entre os 
estudantes; 
• Reforçar os conteúdos que já foram apreendidos; 
• Adquirir algumas habilidades novas; 
• Aprender a lidar com os resultados; 
• Aceitar e respeitar as regras estabelecidas; 
• Fazer novas descobertas ‘brincando’; 
• Desenvolver a personalidade dos estudantes 
tornando-os mais colaborativos e espontâneos; 
• Ampliar a interação (colaboração e cooperação) 
entre os alunos; 
• Aprender a lidar com as frustrações; 
• Gerar autoconfiança e poder de concentração. 
(Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO 
Como algumas das estratégias deaplicação temos: 
1. Antes da aula: o docente precisa testar o jogo evitando 
surpresas desagradáveis durante sua execução. Ele deve 
analisar se as questões estão corretas e se as demais etapas e 
partes do jogo estão bem completas. Também deve definir o 
número de grupos e de componentes que participarão dessa 
atividade. 
2. Em sala de aula: o professor deve fazer uma síntese dos 
conteúdos inseridos em cada jogo, ainda que eles já sejam 
conhecidos pelos alunos. É importante ter certeza que os alunos 
conhecem os conteúdos e que os reafirme. 
3. Checagem das regras: para que os alunos não percam o 
interesse pelo jogo, o professor deve reforçar as regras, 
deixando-as bem claras e sem muita complexidade, para que 
eles queiram participar do desafio com a intenção de ganhar. 
4. A pontuação: vale ressaltar que a pontuação serve de 
motivação e estímulo para que os estudantes se engajem, 
gerando um certo sentimento de competição, e assim, por não 
querer ‘perder’, ele se esforça para participar, resolver o 
problema e ganhar. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
EM RESUMO 
Aprendemos, nesta aula, que os jogos pedagógicos 
favorecem o aprendizado dos estudantes de maneira mais 
lúdica, divertida e prazerosa, pois geralmente, muito tem 
a ver com essa geração de alunos digitais do século XXI, 
porém não se pode esquecer que eles devem ser usados 
como material de apoio, reforçando os conteúdos 
apreendidos anteriormente, visto que do contrário podem 
deixar os aprendizes sem entender o que, exatamente, 
estavam estudando. Esse game precisa ser instrutivo e 
gerar uma disputa divertida e que cause aquisição de 
conhecimento de forma significativa e para tanto é 
fundamental que exista um vínculo com o conteúdo que 
precisa ser passado aos alunos, e que se estimule o 
envolvimento tanto deles quanto do professor, que 
experimentarão, juntos, o prazer dos resultados 
alcançados. Espero que tenha gostado. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Ao longo desta Unidade, veremos que não é necessário o 
uso de super tecnologias digitais para aplicarmos 
metodologias ativas em sala de aula. Existe uma ideia 
errada no ‘ar’ que insinua que para que as metodologias 
ativas sejam aplicadas precisam usar modernas 
tecnologias e recursos de ponta, preferencialmente, o que 
não é verdade. 
É certo que as metodologias ativas proporcionam 
uma aprendizagem participativa, colaborativa que está 
focada na dinâmica moderna de uma sociedade que se 
atualiza continuamente, o tempo todo, afinal, usando 
tecnologias o professor pode potencializar a sua aula, 
desenvolvendo diferentes atividades, captando a atenção 
dos alunos, de uma forma que a aula expositiva tradicional 
não possibilita. 
Há que se reforçar que a sociedade contemporânea exige 
uma formação docente que o transforme em um 
profissional que desenvolva estudantes polivalentes, 
com uma visão crítica e que aprendam continuamente, 
que estejam aptos a solucionar problemas, tomar 
decisões, trabalhar em equipe e aceitar e se adaptar a 
mudanças, e para que isso ocorra o docente precisa 
trabalhar uma pedagogia interativa. 
No entanto, há também metodologias ativas mais simples, 
que não requerem tantos recursos e ferramentas para 
fazerem acontecer em sala de aula. A proposta desta 
Unidade é conhecermos um pouco sobre elas, então te 
convido, venha comigo e espero contribuir para que a 
prática cotidiana dos docentes seja mais lúdica. 
AULA EXPOSITIVA E DIALOGADA 
É um estilo de aula que nos remete ao modelo antigo de 
ensino, porém, é muito diferente. Neste tipo de aula a 
característica mais marcante é a exposição do conteúdo 
realizada pelo docente, porém com a participação ativa 
contínua dos estudantes, que questionam, interpretam e 
discutem o que está sendo transmitido. 
Cada vez que um deles (ou todos) tiver uma contribuição 
a fazer, baseado em seu conhecimento, em suas dúvidas 
ou em alguma curiosidade ele ‘interfere’ na exposição. 
Neste estilo de aula, deve haver um planejamento por 
parte do docente que leve em 
consideração articulações de informações que os alunos 
podem fazer em função de seus conhecimentos prévios. 
Para estas aulas podem ser usados recursos como 
apresentações com slides, vídeos, ou ambos. E essas 
ferramentas podem ser usadas com infográficos, com 
apresentações interativas e com efeitos de transição. 
Hoje em dia há várias ferramentas on-line para a 
elaboração de slides. O docente pode preparar sua 
apresentação e compartilhar por meio do e-mail ou de um 
grupo de whatsapp do qual faça parte com os alunos, ou 
ainda pelo envio de um link, previamente, ou mesmo no 
momento da aula. 
Figura 1 - Modelo de apresentação on-line no Google Slides ou Google Apresentações 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 41 
O professor, com seu smartphone, também consegue 
elaborar e enviar o arquivo para os discentes utilizando 
o software Canva. 
Figura 2 - Exemplo de apresentação e imagens como infográficos pelo Canva 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 41 
 
As apresentações podem ter interações, podem 
conter zoom em determinadas partes do texto ou 
imagens, e efeitos de continuidade. Também é 
interessante inserir em algum momento da aula uma 
ferramenta que possibilite ao professor colocar questões 
e aplicá-las aos alunos, com resposta em tempo real. Um 
exemplo é o Mentimeter. 
Figura 3 – Exemplo de pergunta inserida pelo professor 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 42 
Figura 4 - Visualização das opções pelos alunos 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 42 
Na aula expositiva e dialogada, o conhecimento é uma 
criação compartilhada, colaborativa entre o professor e os 
alunos, sendo o ponto forte o diálogo constante . 
Os objetivos são: 
• Possibilitar ao aprendiz a aquisição do saber de 
forma participativa e reflexiva; 
• Proporcionar a mobilização das estruturas mentais 
dos estudantes e a verbalização dos seus pontos de 
vista; 
• Favorecer o pensamento crítico e a argumentação. 
Com relação às estratégias de aplicação, são elas: 
1. Antes da aula: durante o planejamento, o docente escolhe 
o tema e organiza a sua fala e exposição considerando não 
apenas o conteúdo a ser ministrado mas também os recursos 
que ajudarão a dinamizar a aula e propiciar o diálogo, 
estabelecendo como o conteúdo vai captar a participação ativa 
dos alunos, suas contribuições, envolvimento e síntese. 
2. Na aula: o professor apresenta claramente os objetivos da 
aula, mostrando a aplicabilidade do conteúdo. Na sequência, 
contextualiza o assunto, mobilizando as estruturas mentais dos 
estudantes. Durante toda a explanação o professor precisa 
manter o aluno motivado e curioso, raciocinando junto com ele e 
com os colegas. Pode usar recursos como mapas conceituais e 
esquemas em powerpoint ou lousa. (Mello, Neto & Petrillo, 
2019) 
 
O ARCO DE MAGUEREZ 
Esta metodologia é um esquema originado por Bordenave 
e Pereira (1989) que parte da realidade social do 
estudante, e após a análise efetiva do assunto, 
levantamento das hipóteses e reflexão sobre as possíveis 
soluções, retorna-se à realidade. 
As consequências dessas reflexões e estudos provocam 
novas ações, agora com mais informações capazes de 
causar algum tipo de transformação nessa realidade. É um 
tipo de prática que pode ser aplicada em disciplinas que 
analisam situações que ocorrem na realidade do aprendiz, 
como ética, legislação, dentre outras que requeiram 
leituras, análises e reflexões críticas. 
Os objetivos desta prática são: 
• Estimular o entusiasmo dos estudantes para que 
realizem, por sua própria iniciativa os 
esforços intelectuais e morais que o aprendizado 
exige; 
• Observar os problemas na realidade na qual 
acontecem deveras; 
• Voltar ao campo observado com as soluções; 
• Guiar o estudante a uma prática de ação-reflexão-
ação, assimilando os conteúdos de forma crítica e 
reflexiva,preparando-o para que possa agir em 
sociedade e melhorá-la. 
Com relação às estratégias de aplicação, são elas: 
1ª etapa: observar a realidade social dos 
estudantes. Os alunos serão guiados pelo professor 
para observar com atenção e registrar o que 
perceberem sobre a realidade a ser estudada. Esta 
etapa possibilitará aos aprendizes identificar 
possíveis problemas a serem solucionados. Então, 
um ou vários problemas são colocados em estudo 
nos vários grupos. O docente ajuda na redação do 
problema. 
2ª etapa: é a etapa do levantamento dos pontos-
chave. Os alunos refletirão sobre as possíveis 
causas do problema na sociedade, assim como 
sobre as variáveis menos diretas que também 
interferem no problema. Deve ser um estudo crítico 
e reflexivo que leve-os a encontrar a solução. 
Assim, os alunos devem elaborar uma síntese dos 
pontos-chave que deverão ser estudados. 
3ª etapa: é nela que se realiza a teorização, ou 
seja, a investigação, de fato. Os alunos buscam 
informações sobre o problema, dentro de cada 
ponto-chave. Essa pesquisa pode ser realizada na 
biblioteca (física ou virtual), com entrevistas feitas 
com especialistas no assunto, ou por meio da 
observação em campo, dentre outras 
possibilidades. Tudo deve ser registrado. 
4ª etapa: nela pensa-se nas hipóteses para a 
solução. Depois de todo o estudo feito por todos os 
ângulos os alunos devem elaborar possíveis 
soluções para o problema, de forma crítica e 
criativa. 
5ª etapa: é a etapa da aplicação. Nela, as decisões 
tomadas devem ser executadas ou encaminhadas. 
Esta parte é o compromisso dos estudantes com a 
realidade observada. 
Neste método, parte-se do levantamento da 
realidade dos estudantes e a ela se retorna com as 
soluções, procurando transformá-la, de alguma forma. 
(Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
Figura 5 - Ideia do Arco de Maguerez 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 69 
EM RESUMO 
Aprender que a aula expositiva e dialogada é um estilo de 
aula que nos remete ao modelo antigo de ensino, porém, 
neste tipo de aula a característica mais marcante é a 
exposição do conteúdo realizada pelo docente, com a 
participação ativa e contínua dos estudantes, que 
questionam, interpretam e discutem o que está sendo 
transmitido, a todo instante, ajudando a construir o 
conhecimento. Com relação ao Arco de Maguerez, 
observamos que é uma prática que parte da realidade 
social dos estudantes, e após a análise efetiva do assunto, 
sob todos os ângulos, levantamento das hipóteses e 
reflexão sobre as possíveis soluções, retorna-se à 
realidade a fim de transformá-la de alguma forma. O mais 
importante foi percebermos que para aplicá-las em nosso 
dia a dia não são necessárias tecnologias de ponta, não é 
mesmo? Vamos conhecer mais algumas? 
 
 
INTRODUÇÃO 
Uma metodologia muito interessante que pode e deve ser 
utilizada em sala de aula, em todos os níveis de 
escolaridade, é o Portfólio. É uma forma que os alunos 
têm de registrar e arquivar todas as suas produções 
acadêmicas, possibilitando evidenciar todo o processo de 
aprendizagem de um conceito. 
Caso a instituição disponibilize um Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA), esse arquivo pode ser feito nele, 
que facilitará a organização e a disponibilização das 
atividades em diferentes formatos de arquivo, que podem 
ser: arquivos de texto, de imagens, de vídeos, 
de podcasts, de infográficos, de apresentações, de 
documentos de edição de tabelas e gráficos, de 
elaboração de histórias em quadrinhos, de respostas a 
questionários, entre outras atividades. 
Alguns sites apresentam ferramentas de arquivamento 
em nuvem, que são compartilhados pela internet, e 
de backup dos arquivos, das fotos, dos vídeos e demais 
tipos, e essas informações podem ser acessadas de 
qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de instalar 
programas. 
Figura 1 - Criação de armazenagem na nuvem 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 44. 
A construção de blogs também pode ser feita pelos 
estudantes (um para a turma), trazendo a experiência do 
que foi vivenciado, no relato ou registro de diferentes 
momentos, deixando anotado todo o processo, podendo 
ser avaliado pelo professor, de forma contínua, conforme 
a Figura 2. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
Figura 2 - Criação de Blog utilizando o Webnode 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 45 
CARACTERÍSTICA DO PORTFÓLIO 
A palavra portfólio tem como base a palavra 
latina portare, que significa transportar, e o 
substantivo foglio que significa folhas. Portanto, pode-se 
entender o portfólio como a organização dos diferentes 
tipos de documentos, de anotações, de experiências 
realizadas em sala de aula, de tarefas pontuais, de forma 
a evidenciar o que foi realizado, explicitando as 
construções dos estudantes. 
É uma construção dos alunos, com o auxílio do docente, 
como propositor, guia e mediador, que vai 
sendo desenvolvido ao longo de todo o processo de 
ensino e aprendizagem. 
Cada vez mais ele vem sendo utilizado em sala de aula 
como instrumento de avaliação, condizente com o que se 
espera do aprendizado dos adultos: reflexão em ação e 
andragogia ou aprendizagem autodirigida baseada na 
experiência. 
E quais são os objetivos? 
• Colocar o aluno como o principal responsável pelo 
desenvolvimento do seu trabalho e da construção 
dos seu conhecimento; 
• Permitir que o aluno faça suas próprias 
escolhas na seleção das informações que quer 
assimilar. Assim, à medida que os alunos vão 
montando seus portfólios, entende-se que é um 
convite para realizar uma pesquisa, uma 
investigação, uma avaliação, registrando seu 
processo de aprendizagem e ao mesmo tempo sua 
avaliação processual. 
Sobre as estratégias de aplicação, podemos dizer que 
apresentam 4 passos, que são: 
1. O docente determina os objetivos e competências a serem 
desenvolvidas e avaliadas; 
2. Os estudantes coletam o material com intenção e com um 
propósito; 
3. Existe o planejamento sobre como os trabalhos serão 
organizados e onde eles deverão ser arquivados; 
4. Há um processamento da escolha e da avaliação das 
atividades realizadas. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
O ENSINO SOB MEDIDA (ESM) 
Também chamado de Just-in-Time Teaching (JiTT) é uma 
ferramenta pedagógica baseada na interação entre os 
conhecimentos prévios adquiridos, aqueles advindos de 
pesquisas e as atividades interativas que são realizadas 
em sala de aula. 
Gregor Novak propôs esta estratégia visando ensinar 
física aos estudantes que não tinham muito interesse ou 
que se sentiam inseguros. 
No JiTT, os aprendizes estudam em casa, previamente, 
por meio de leitura indicada, ou pesquisa 
na internet e respondem a perguntas sobre o 
conteúdo, chamadas de Warm Up. 
Vale ressaltar que o sucesso da aplicação da estratégia 
está condicionado à motivação dos alunos. É uma 
metodologia que requer que os estudantes estejam 
ativamente envolvidos e que sejam independentes em 
seus estudos, diferente do que ocorre com as aulas 
tradicionais. 
Outra característica que leva ao sucesso é criar 
um ambiente cooperativo em sala de aula , no qual os 
alunos se sintam livres para dialogar, refletir, questionar e 
defender suas ideias. 
E quais são então os objetivos do JiTT? 
• Proporcionar a leitura e pesquisa extraclasse, 
buscando, de forma autônoma o conhecimento e 
aumentando a responsabilidade dos estudantes por 
seu aprendizado; 
• Estimular o hábito do estudo fora do período da aula 
formal; 
• Fomentar a busca livre e autônoma por 
conhecimentos; 
• Propiciar aos alunos a possibilidade de verificar o 
quanto conseguem compreender durante as leituras 
ou pesquisas; 
• Ajudar os estudantes a identificarem quando não 
entendem algum conceito, quando não conseguem 
responder alguma pergunta, ou quando não 
conseguem tirar alguma dúvida de seus colegas 
durante um debate em sala de aula, mostrando queprecisam (ou não) melhorar sua argumentação; 
• Propiciar o desenvolvimento do raciocínio e do 
desempenho; 
• Estimular a interação entre professor e alunos, e 
entre os alunos tornando a aula mais eficaz; 
• Organizar o tempo dentro e fora da sala de aula; 
No que se refere às estratégias de aplicação, podemos 
elencar as seguintes: 
1. Antes da aula: os alunos realizam leituras e pesquisas 
prévias sobre o assunto indicado pelo professor. Este é o 
responsável por elaborar questões sobre o conteúdo (Warm 
Up), que deverão ser respondidas pelos estudantes e recebidas 
de novo pelo docente para que ele consiga preparar a aula em 
tempo hábil. 
2. Na sala de aula: o professor, a partir das respostas 
recebidas previamente, esclarece os pontos nos quais existam 
dúvidas e aprofunda as discussões a respeito, por meio de 
curtas explanações orais, demonstrações e atividades 
experimentais (estas, dependendo da matéria ministrada). Na 
sequência ele insere exercícios (como Puzzles) ou testes 
conceituais, que, conforme a frequência das respostas poderão 
ser encaminhadas para debates em equipes. 
Figura 3 - Modelo de aula utilizando o Ensino sob Medida 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 73 
EM RESUMO 
Ao longo desta aula, foi possível conhecer o Portfólio, que 
é uma forma que os alunos têm de registrar e arquivar 
todas as suas produções acadêmicas, possibilitando 
evidenciar todo o processo de aprendizagem, permitindo 
que o professor o conheça também e avalie. É uma 
poderosa ferramenta para registrar tudo que o estudante 
realiza ao longo de sua vida estudantil (se ele quiser). 
Além disso, pudemos aprender que o JiTT é uma 
ferramenta pedagógica que está baseada na interação 
entre os conhecimentos prévios adquiridos, aqueles 
advindos de leituras e pesquisas e as atividades 
interativas que são realizadas em sala de aula pelos 
estudantes. O professor vai elaborando perguntas que vão 
sendo respondidas pelos alunos e dão lugar a novos 
questionamentos e debates em equipes, estimulando a 
argumentação e raciocínio. Foi possível perceber que 
muitas das metodologias ativas que estão sendo vistas ao 
longo desta disciplina se parecem ou apresentam 
características em comum. O diferencial está nos detalhes 
e no maior ou menor uso de tecnologias de informação e 
comunicação mais modernas e inovadoras. Continuemos 
a conhecê-las. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Começando pelo modelo de Rotação por Estações, 
precisamos saber que os estudantes são organizados em 
equipes, e irão passando pelas diferentes estações, 
que são pontos específicos da sala de aula, para aprender 
determinado conteúdo. 
Esta estratégia pode ser usada para ministrar uma 
disciplina como a Matemática, ou então para passar algum 
conteúdo específico de certa matéria. 
Para que funcione, o docente precisará organizar a sala 
de aula com pontos específicos e com uma programação 
fixa, para que os aprendizes possam fazer 
um rodízio nesses pontos, com um tempo determinado 
previamente pelo professor ou até que os alunos cumpram 
com o que está proposto para determinada estação. Essa 
decisão fica a critério do professor e da turma. 
Um desses pontos precisará ser para ao menos um 
aprendizado on-line e os outros podem incluir atividades 
como: algumas instruções para pequenos grupos ou para 
toda a turma, projetos em equipes, ou também tarefas 
escritas, conforme o planejamento do docente. (Andrade 
& Souza, 2016) 
Figura 1 - Modelo de Rotação por Estações com 3 estações 
 
Fonte: Staker & Horn, 2012 como citado em Andrade & Souza, 2016, p. 6 
Vamos conhecer um pouco mais sobre essa interessante 
metodologia ativa. 
CARACTERÍSTICAS DO MODELO DE ROTAÇÃO 
POR ESTAÇÕES 
Nesta prática pedagógica, conforme já mencionado, os 
estudantes são organizados em equipes e cada uma 
realiza uma tarefa diferente, conforme o planejamento do 
professor para determinada aula. 
Podem ser estipuladas atividades com textos e com 
leituras, em propostas presenciais e on-line, e neste caso 
estas podem não ter o acompanhamento simultâneo do 
professor. Um dos pontos fortes é valorizar os momentos 
em que os alunos podem trabalhar de forma 
colaborativa, mas também tarefas em que possam 
mostrar seu potencial de conhecimento 
individualmente. 
Em uma das estações o docente pode estar 
acompanhando de forma mais próxima, principalmente no 
caso de alunos que precisam de maior atenção. 
Podem ser usados diferentes recursos como textos, 
leituras e vídeos, favorecendo a personalização do 
ensino, já que, em geral, os alunos apresentam ritmos de 
estudo diferentes e necessidades também diferentes. 
Após certo tempo os alunos trocam de estação e depois 
novamente, até que todos os grupos tenham passado por 
todas as estações. A quantidade de estações deve estar 
ligada à quantidade de estudantes da turma, considerando 
equipes de no máximo 5 alunos para que o aprendizado 
seja efetivo. 
Então, vejamos quais são os objetivos desta metodologia 
de aprendizagem: 
• Estimular a autonomia dos estudantes; 
• Propiciar aos alunos aprenderem um mesmo 
conteúdo de várias maneiras, o que possibilita 
respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem; 
• Favorecer mudanças na ação do professor; 
• Possibilitar o respeito à diversidade de estilos de 
aprendizagem; 
• Estimular um feedback mais assertivo sobre o 
aprendizado realizado. 
Sobre as estratégias de aplicação, é importante que 
previamente se estabeleça a quantidade de estações de 
trabalho que serão necessárias, o tempo destinado para 
cada estação, como será feita a avaliação e quais 
recursos tecnológicos (ou não) serão necessários. Vamos 
conhecer agora as diferentes etapas do processo. 
1. Antes do início da rotação: o professor deixa por escrito em 
cada estação os objetivos a serem atingidos, a tarefa a ser 
realizada e o tempo para a realização. Tratando-se de ensino 
híbrido deve haver pelo menos uma estação com alguma tarefa 
que precise de conexão com a internet. 
2. O professor divide os estudantes em grupos e sorteia as 
estações iniciais para cada um, dando as instruções necessárias 
para a tarefa a ser realizada. 
3. Após o tempo estabelecido para cada estação, os grupos 
trocam de ponto, observando que tenham a oportunidade de 
aprender o conteúdo da aula em cada uma das estações, 
estudando de diferentes formas. 
4. A avaliação deve ser formativa, com o acompanhamento 
e mediação do professor. Devem ser avaliados aspectos 
individuais como a interação com a equipe, o entendimento da 
atividade, e a participação na sua conclusão. Dentre os aspectos 
do trabalho colaborativo deve ser observada a organização e a 
execução da tarefa. Para cada item devem ser atribuídas notas 
(por exemplo de 0 a 5) que serão somadas para cada tarefa 
formando a nota total de cada aluno. (Mello, Neto & Petrillo, 
2019) 
 
LEITURA DE ARTIGO CIENTÍFICO COM A 
TÉCNICA DO SERROTE 
Esta metodologia é usada para permitir a leitura, pelos 
estudantes, do mesmo artigo, de uma forma um pouco 
diferente da tradicional. Muitas vezes trabalhar com leitura 
em sala de aula se faz muito cansativo visto que ou o 
docente faz a leitura completa, o que causa um certo tédio 
nos alunos, ou cada aluno lê uma parte do texto, o que faz 
com que muitos percam a concentração, ou faz-se a 
leitura silenciosa em grupos e todos leem o texto de ponta 
a ponta ficando, muitas vezes, com várias dúvidas sobre 
o conteúdo. 
Esta técnica transforma o ato de ler em sala de aula em 
uma atividade mais prazerosa e interessante, 
possibilitando a reflexão e compreensão à medida que a 
aula avança. Para compreendermos melhor, vejamos 
quais são os objetivos desta prática. 
• Estimular a leitura de textos pelos estudantes de 
uma maneira diferente, mais motivadora e 
agradável; 
• Permitir a leitura de um mesmo texto, em partes, ao 
longo do período da aula; 
• Treinar atividadesem equipe; 
• Estimular a elaboração de sínteses e o 
compartilhamento de ideias e informações entre 
pares. 
Agora que já conhecemos os objetivos, vejamos como 
pode ser aplicada, de fato, em sala de aula. 
1. ANTES DA AULA: 
a. O docente escolhe o texto que será lido na aula. 
b. Logo, divide esse texto em partes, conforme as subdivisões 
do conteúdo e conforme o número de grupos que poderá ser 
formado na turma que trabalhará a proposta. 
c. Na sequência, calcula o tempo que será necessário para a 
leitura das diferentes partes pelas equipes; 
d. E também calcula o tempo que será preciso para que os 
grupos elaborem a síntese do conteúdo lido; 
e. Finalmente, calcula o tempo para que as equipes criem o 
comentário final. 
2. NA AULA: 
a. O professor divide a sala nos grupos já pensados; 
b. Distribui as partes do texto para cada equipe; 
c. Explica a cada grupo a proposta de leitura da parte 
recebida e elaboração da síntese do conteúdo; 
d. Inicia, após o período dado para a tarefa, a explanação das 
sínteses por cada grupo, na ordem do texto, de modo que a sua 
leitura propicie a compreensão do texto por todos, como um 
todo, com começo, meio e fim. 
e. Na sequência, o docente faz um comentário final, 
destacando os pontos mais relevantes das leituras, explicando 
com mais detalhes algum ponto que não tenha sido bem 
compreendido. 
Esta é uma metodologia bem simples, que não requer 
praticamente nenhuma metodologia digital ou inovadora, 
a menos que o docente queira explorá-la utilizando 
recursos digitais. Ao compreender a metodologia percebe-
se que é possível adequá-la para o ambiente virtual sem 
muita dificuldade e pode ser usada nos diversos níveis de 
ensino. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
EM RESUMO 
Pudemos aprender ao longo da aula em que consiste a 
metodologia da Rotação por Estações. Nela o docente 
estabelece diferentes pontos na sala de aula, sendo um 
deles (pelo menos) para tarefa on-line, os estudantes são 
organizados em grupos e cada um realiza uma tarefa 
diferente, conforme o planejamento do professor para 
determinada aula, visando aprender sob diferentes 
ângulos um mesmo conteúdo, trocando de estação a cada 
período. No caso do método de leitura de artigos 
científicos com a técnica do serrote o propósito é 
transformar o momento de leitura de um texto, importante 
para a compreensão do conteúdo que será abordado, de 
forma mais motivadora e atrativa para os alunos, 
estimulando o desenvolvimento do poder de síntese e 
compreensão coletiva de um texto. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Adquirir conhecimentos não é tarefa fácil. Dentre as várias 
habilidades é necessário principalmente ler e interpretar 
textos. Levando isso em consideração é possível 
compreender que a leitura significativa é aquela que faz 
com que o aluno entenda o quê, para quê e por quê ler, 
de modo que consiga identificar quais os sentidos 
inseridos no texto, qual a intenção do autor ao redigir 
aquele texto e quais são as relações que podem ocorrer 
entre o texto e o conhecimento de mundo que o estudante 
tem, assim como quais os propósitos do texto. 
O estudante, para adotar uma postura autônoma e ativa 
no seu processo de ensino e aprendizagem, precisa 
desenvolver a capacidade de ler e de interpretar, 
compreendendo aquilo que está sendo transmitido. 
No entanto, é preciso destacar que o leitor proficiente não 
nasce pronto, ele vai adquirindo capacidades ao longo do 
tempo, com o treino, e para tanto é preciso ter prática de 
leitura fundamentada em teorias sobre o ensino da leitura. 
Isto posto, entende-se que leitura e aprendizado são 
realidades próximas e que não se dissociam visto que 
uma interfere na outra, continuamente. Vejamos então um 
pouco mais sobre em que consiste a leitura significativa, 
e porque ela é considerada uma metodologia ativa. (Mello, 
Neto & Petrillo, 2019) 
A LEITURA SIGNIFICATIVA 
Para compreendermos um pouco melhor esse mundo da 
leitura significativa e qual a sua diferença com a leitura 
normal precisamos conhecer os seus objetivos. 
• Incentivar a leitura e a proficiência na interpretação 
de textos; 
• Propiciar o desenvolvimento de uma postura ativa, 
dinâmica e crítica no estudante, com relação ao 
conhecimento que está sendo assimilado; 
• Estimular a capacidade analítica e também a 
argumentação. 
Com relação às estratégias de aplicação, vamos 
começar conhecendo quais são as motivações inerentes 
e quais as necessidades de conhecimento prévio. 
1. Motivação: antes de iniciar a leitura de cada texto é 
fundamental que o docente desenvolva uma atividade que 
motive essa leitura, e que busque ativar o conhecimento 
prévio dos estudantes. 
2. Desenvolvimento do conhecimento prévio - agente 
professor: uma vez elaborada a motivação, chega o 
momento de ativar o conhecimento prévio. Para que a 
compreensão real de um texto ocorra é necessário 
resgatar o conhecimento anterior dos aprendizes, visto 
que eles usam na leitura o que já conhecem com relação 
ao seu saber linguístico, textual e de mundo adquiridos no 
decorrer da vida, e é por meio das inter relações entre 
esses diversos níveis de conhecimento que o estudante 
consegue achar o sentido do texto. 
Então, antes da leitura propriamente dita o docente deverá 
explicitar a importância dos elementos lexicais, sintáticos, 
semânticos e estruturais do texto e checar o conhecimento 
dos alunos com relação ao assunto ou elementos 
presentes, e, se for o caso, falar sobre eles antes de 
solicitar a leitura, de fato 
Dentre os elementos que devem ser considerados no 
conhecimento prévio dos alunos estão: 
• Os conhecimentos linguísticos, que englobam os 
aspectos do léxico, da sintaxe, da semântica e da 
pragmática, focando na coerência e na coesão 
textual; 
• Os conhecimentos textuais, que incluem o gênero, 
as espécies, os tipos e a estrutura, que por sua vez 
engloba os títulos, os parágrafos, a epígrafe, etc.; e 
• Os conhecimentos de mundo, que inserem os dados 
sobre os autores, o contexto no tempo e no espaço, 
os conceitos gerais sobre o assunto, dentre outros. 
3. Os objetivos e a formação das hipóteses: na 
sequência, professor e alunos devem estabelecer os 
propósitos e os objetivos da leitura que será realizada, 
para que consigam formular as hipóteses. Essas tarefas 
são consideradas metacognitivas, ou seja, de controle do 
próprio conhecimento. 
4. Momento da leitura propriamente dita: é importante 
ressaltar que para que a leitura propicie a compreensão 
do texto é necessário que 
seja individual, silenciosa e global. 
5. Momento da construção dos significados: a partir da 
leitura é fundamental que ocorram, de forma ordenada, 
algumas ações indicadas pelo professor, que ajudarão os 
estudantes a ler empregando um modelo com objetivos 
pré-determinados, até que eles consigam ler com 
autonomia. 
• Momento extraclasse: de forma individual e em 
silêncio cada aluno deve ler o texto completo. 
Depois de uma leitura global ele já terá uma noção 
da ideia central. Logo, deverá fazer uma nova leitura 
de partes do texto, anotando (ou por meio de 
resumo, ou por palavras-chave, ou com o uso de 
mapas conceituais ou alguma outra ferramenta 
semelhante) às ideias de cada parte. Já tendo 
conhecimento da ideia central e do assunto, 
elabora, também individualmente, 
um resumo sobre o que entendeu. 
• Em sala de aula (em classe): o professor deverá 
estimular atividades que possibilitem verificar se os 
alunos conseguiram compreender o texto 
(entendimento lexical, sintático, e principalmente 
semântico). As atividades devem ser realizadas em 
grupos de até 5 alunos, de formas variadas, como 
utilizando questionários, casos problema, 
verdadeiro ou falso, etc. 
6. Momento do Feedback: finalmente, no final de todo o 
processo, o docente deve apresentar aos estudantes 
um feedback de todos os momentos da atividade, 
fornecendo uma síntesecom as ideias centrais do texto 
que precisavam ser identificadas e que tenham sido, ou 
não, elencadas pelos alunos. 
7. Momento de ampliação do tema: este é um 
momento opcional. O professor pode querer ainda 
enriquecer a aula ampliando o conteúdo do texto lido 
pelos alunos. Para tanto, poderá trazer outros textos, de 
gêneros diferentes do primeiro, como histórias em 
quadrinhos, tirinhas, tabelas, gráficos, músicas, 
vídeos, podcasts, mapas conceituais e mentais, 
documentários, com o mesmo tema apresentado 
anteriormente, para que os estudantes consigam aprender 
por outros ângulos. 
Quando realizadas, essas novas leituras precisam ser 
analisadas, debatidas e associadas com o tema principal, 
de forma a realizar uma aprendizagem mais ampla e 
significativa, que insira diferentes estilos de 
aprendizagem no momento de estudo. (Mello, Neto & 
Petrillo, 2019) 
A DRAMATIZAÇÃO 
Trabalhar com dramatização é tirar os alunos do contexto 
tradicional da aula expositiva. Qualquer temática pode ser 
trabalhada com dramatização, desde que os propósitos e 
coordenadas sejam bem passados aos estudantes. Não 
se pode achar que a dramatização é uma mera 
brincadeira. As diretrizes precisam estar bem claras para 
que a atividade, de fato, funcione. 
É uma metodologia que possibilita integrar diversas 
áreas, misturando a arte com a ciência. É 
uma representação teatral a partir de um tema que 
precisa ser desenvolvido. Pode-se, ainda, inserir na 
prática vídeos, idealizando, por exemplo, um noticiário, 
pode-se usar desenhos, fantoches e outras ferramentas 
que possibilitem um momento de aprendizagem mais 
lúdico. 
Vale ressaltar que é uma atividade que pode ser realizada 
no ensino presencial, mas também pode ser estimulada 
no ensino remoto, a distância e híbrido, visto que os 
alunos podem dramatizar e gravar vídeos, juntando os 
diferentes momentos daquela encenação. Basta 
ter criatividade e motivação para que lindos momentos 
surjam dessa prática. 
Vejamos, então, quais são os objetivos desta 
metodologia: 
• Criar aulas mais dinâmicas; 
• Desenvolver aulas mais motivadoras e lúdicas; 
• Propiciar momentos de entrosamento e 
descontração auxiliando os alunos a se 
identificarem com determinados conteúdos; 
• Fomentar a criação de ideias de forma coletiva; 
• Estimular a espontaneidade de criação; 
• Possibilitar a aprendizagem sobre hierarquia e a 
importância de se trabalhar em equipe; 
• Desenvolver a fluência verbal, a expressão oral e 
corporal e a criatividade, favorecendo a desinibição; 
• Estimular o desenvolvimento do planejamento, da 
organização e do poder de síntese; 
• Estimular a capacidade de pensar sobre os 
problemas, propor soluções e refletir sobre conflitos; 
• Favorecer, por meio da dramatização, uma 
aproximação com situações reais. 
ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO 
Na maioria das vezes, a dramatização requer o uso de 
uma série de recursos como a elaboração de um roteiro, 
figurino, cenário, maquiagem, iluminação, acomodação da 
plateia, telão, projetor, som, dentre outros, e para que seja 
desenvolvida a contento precisa seguir alguns passos, 
então, vamos conhecê-los: 
1. Escolher um tema a ser desenvolvido e verificar a 
viabilidade de inserção na modalidade de trabalho e aula; 
2. Estruturar os grupos; 
3. Determinar um objetivo a ser atingido com a apresentação; 
4. Elaborar o roteiro conforme cada grupo (cada parte): 
segundo o tipo de peça, a produção dos textos, as falas de cada 
personagem, etc. 
5. Idealizar o cenário, roupas, sonoplastia, iluminação, e 
demais recursos audiovisuais que sejam necessários (se forem 
necessários); 
6. Momento do ensaio e da apresentação; 
7. Finalização da atividade: neste momento o professor 
precisará fazer uma análise da apresentação e fornecer 
o feedback individual e coletivo, possibilitando uma reflexão 
entre todos e a conclusão do processo de maneira geral. (Mello, 
Neto & Petrillo, 2019) 
EM RESUMO 
Ao longo desta aula, foi possível entender que a leitura 
significativa possibilita que o aluno entenda o quê, para 
quê e por quê ler, de modo que consiga identificar quais 
são os sentidos que estão inseridos no texto, qual a 
intenção do autor e quais são as relações que podem 
ocorrer entre o texto e o conhecimento de mundo que o 
estudante tem, assim como quais os propósitos do texto. 
É uma forma de associar constantemente o conhecimento 
prévio do aluno com o novo saber. Sobre a dramatização, 
pudemos compreender que é uma metodologia que 
possibilita integrar diversas áreas do conhecimento e 
conteúdos, misturando a arte com a ciência, fazendo com 
que os alunos aprendam de forma mais lúdica. É uma 
representação teatral a partir de um tema que precisa ser 
desenvolvido, e que para tanto precisa que os alunos 
desenvolvam algumas competências como a 
desenvoltura, a espontaneidade, a reflexão e solução de 
problemas de forma imediata, criando e inovando, 
aprendendo a trabalhar em equipe. Espero que tenha 
gostado. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
É preciso começar este tema ensinando que foi Tony 
Buzan, uma das grandes personalidades e autoridades no 
estudo do cérebro, da memória e da aprendizagem, que 
idealizou o mapa mental, tendo como base o 
funcionamento do nosso cérebro. 
Buzan afirma que se gravam com mais facilidade 
informações que são transmitidas por meio de desenhos 
simples e palavras-chave, que resumem o conteúdo a ser 
assimilado. 
O Mapa Mental pode ser entendido como um diagrama 
simples, que tem como objetivo conectar informações em 
torno de um assunto central. É como uma árvore cujos 
galhos detalham informações concisas que partem de um 
eixo (tronco) principal. 
É uma poderosíssima ferramenta 
de brainstorm (tempestade de ideias) que facilita a 
memorização, a visualização, a associação de sentidos, o 
aprendizado, de maneira geral, de modo lúdico e 
motivador. 
Com ele, é possível organizarmos as ideias de forma 
lógica e simples, com visualização, o que facilita o 
processo de guarda de informação. 
Agora que já sabemos do que trata, vamos conhecer um 
pouco mais sobre esta riquíssima prática. (Mello, Neto & 
Petrillo, 2019) 
OS MAPAS MENTAIS 
Para nos aprofundarmos neste estudo, vamos conhecer 
os objetivos desta metodologia. 
• Estimular e propiciar o processo de memorização e 
compreensão; 
• Organizar e resumir as ideias; 
• Desenvolver a capacidade de planejamento; 
• Definir objetivos e conectar causas e efeitos 
Passemos às estratégias de aplicação: 
Primeiro o professor precisa apresentar em sala de aula 
certo conteúdo ou então escolher um texto para que os 
estudantes leiam previamente; 
Na sequência da leitura, os alunos começam a construir o 
mapa mental. Inicia-se pelo tema central, que vai 
evoluindo por meio dos ‘ramos’, gerando uma conexão 
com os diferentes subtópicos do tema que está sendo 
estudado. 
Para uma melhor visualização do conteúdo deve-se 
usar cores, setas e desenhos que auxiliam na 
associação e posterior memorização das informações. 
Devem-se usar palavras-chave curtas, construindo o 
fluxo do mapa, visto que frases longas podem tirar o foco 
ou confundir a visualização. 
A folha usada deve estar na posição ‘paisagem’ para que 
seja possível organizar melhor as informações e construir 
melhor os fluxos. 
Deve-se iniciar no centro da folha, com a ideia central, 
envolvendo-a com algum elemento visual, como um balão 
de ideias (desses que usamos nas histórias em 
quadrinhos) ou algum desenho que represente a palavra 
ou expressão, porém, deve-se tomar muito cuidado com 
a poluição visual. 
Caso seja necessário é melhor criar vários pequenos 
mapas mentais e não um super poluído de informações. 
As linhas devem ser encadeadas de forma decrescente, 
juntando os maiores com seus subtópicos e com o tema 
central, e os assuntos mais específicos devem ser ligados 
com linhas menores aos seus subtópicos. Essaslinhas 
também podem ser mais ou menos grossas, conforme a 
relevância da informação. 
Recomenda-se que as linhas sejam com curvas, assim 
prenderão mais a atenção do cérebro, visto que linhas 
retas deixam-no entediado. 
Finalmente, é necessário consultá-lo continuamente para 
que a linha de raciocínio não seja esquecida, haja vista 
que o cérebro precisa de um tempo para assimilar novas 
informações até que sejam naturais. (Mello, Neto & 
Petrillo, 2019) 
 
Vejamos um exemplo de Mapa Mental 
Figura 1 – Exemplo de Mapa Mental 
 
Fonte: Mello, Neto & Petrillo, 2019, p. 90 
O MAPA MENTAL DIGITAL 
Agora pensamos juntos… será que hoje em dia é possível 
criar mapas mentais on-line? Sim, existem atualmente 
vários aplicativos bem interessantes que possibilitam a 
criação de lindíssimos e dinâmicos mapas mentais. 
Apesar de a memorização e compreensão ocorrerem 
melhor quando o mapa mental é feito à mão, há várias 
excelentes ferramentas digitais que possibilitam e 
facilitam a sua criação. São elas: 
• O GoConqr (https://www.goconqr.com/pt-BR) 
https://www.goconqr.com/pt-BR
• O Coogle (https://coggle.it/) 
• O Mindmeister (https://www.mindmeister.com/pt/) 
• O Mindmaps (https://www.mindmaps.app/) 
Há ainda vários softwares que possibilitam a criação de 
mapas mentais. São eles: 
• O Mindnode (https://www.mindnode.com/) 
• O Free Mind 
(https://freemind.br.uptodown.com/windows) 
• O Xmind (https://www.xmind.app/) 
• O Freeplane (https://docs.freeplane.org/#/) 
• O Mindmanager 
(https://www.mindmanager.com/en/) (Mello, Neto & 
Petrillo, 2019) 
 
A TÉCNICA DOS SEMINÁRIOS 
A palavra seminário está ligada, originariamente, à ideia 
de sementeira, de vida nova, ideias novas. É uma 
metodologia para o treino da oralidade, visto que seu 
objetivo final é apresentar um assunto que foi estudado 
previamente. 
É uma apresentação oral, geralmente em equipes, sobre 
um conteúdo pré-estabelecido, que provoca nos 
estudantes a prática da crítica, da defesa de certo ponto 
de vista, desenvolvendo e aprimorando a competência 
discursiva e argumentativa, na oralidade e na escrita. 
É importante destacar que o seminário é uma técnica 
excelente para atingir os objetivos macro do ensino 
https://coggle.it/
https://www.mindmeister.com/pt/
https://www.mindmaps.app/
https://www.mindnode.com/
https://freemind.br.uptodown.com/windows
https://www.xmind.app/
https://docs.freeplane.org/#/
https://www.mindmanager.com/en/
superior, por exemplo, porque aprimora não apenas os 
conhecimentos técnicos que o estudante adquire, mas 
potencializa a sua formação intelectual e interativa . 
Marion (2009, como citado em Mello, Neto & Petrillo, 
2019) diz que o seminário proporciona um processo 
sistemático e profundo de leitura, de análise, de 
interpretação de textos de modo a formular um problema 
de pesquisa, uma hipótese, levando à investigação do 
tema e posterior apresentação. 
Vale ressaltar que esta metodologia pode ser aplicada no 
ensino presencial, porém também pode ser adaptada para 
o ensino remoto, a distância e para o blended learning. 
OS OBJETIVOS DO SEMINÁRIO 
Com relação aos objetivos desta prática didático-
pedagógica, são eles: 
• Criar e disponibilizar aulas mais estimulantes, 
motivadoras e participativas; 
• Estimular o aluno a produzir conhecimento; 
• Propiciar a comunicação, a organização, e ainda a 
criação de ideias; 
• Possibilitar aos alunos fazerem inferências e 
trabalhar em equipes, articulando ideias de forma 
espontânea no momento da apresentação; 
• Favorecer a competência discursiva e 
argumentativa, na apresentação oral e na 
elaboração da escrita; 
• Criar novos meios de avaliar os estudantes, de 
forma mais interativa, já que é possível criar um 
processo de avaliação que inclua os pares também. 
AS ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO 
Com relação à forma como esta prática pode ser 
desenvolvida, é necessário elencar algumas etapas. 
Vamos a elas. 
1. Preparação prévia: antecipadamente o professor 
apresenta o tema que será desenvolvido no seminário, faz a 
indicação da leitura que será necessária, organiza os grupos e 
detalha as regras que deverão ser seguidas por todos, como o 
tempo que os alunos terão para prepararem a apresentação, a 
ordem da apresentação, os recursos necessários ou disponíveis 
na instituição e a forma de avaliação. 
2. Indicação das leituras: todos os componentes dos grupos 
deverão ler os mesmos textos, na íntegra, de forma a se 
familiarizar com o assunto completo. Finalizadas as leituras e 
pesquisas extra pelas equipes, o docente detalha o tema geral e 
marca a data das apresentações. Nesse momento é importante 
que o professor defina quais as partes que serão 
desenvolvidas por cada equipe, mantendo uma sequência lógica 
ou de análise crítica sequencial na exposição oral. 
3. Apresentação do seminário: antes das apresentações o 
professor poderá escolher ou sortear o relator de cada equipe. 
Vale ressaltar que a exposição pode ser feita por todos os 
componentes da equipe também, esse é um ponto a ser definido 
pelo docente juntamente com os estudantes, de forma 
democrática. Os demais componentes do grupo (no caso da 
escolha de um relator) assistirão à exposição, pedindo a palavra 
ao professor caso queiram fazer alguma interferência na 
oratória. Aberta a discussão, cada participante exporá as 
informações que pesquisou, para enriquecer o debate, que será 
mediado pelo docente, que poderá, inclusive, 
lançar questionamentos, garantindo e estimulando a 
participação de todos, abrindo a participação para os demais 
alunos que não fazem parte daquela equipe. No final da 
exposição a intenção é que se dê o fechamento daquele 
assunto, trazendo uma nova abordagem e novos pontos de 
vista. 
4. Feedback: terminadas as exposições o professor avaliará 
as apresentações e se for preciso reforçará os pontos mais 
importantes do tema abordado. 
Com certeza é uma metodologia que pode ser muito 
explorada em sala de aula, nos diferentes níveis de 
ensino, estimulando os estudantes a interagir com a sala, 
a argumentar, a serem mais desinibidos e aprenderem a 
pensar de forma instantânea, visto que podem debater a 
respeito do que está sendo explanado. (Mello, Neto & 
Petrillo, 2019) 
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO 
DE METODOLOGIAS ATIVAS 
Conforme conversamos ao longo de nossa disciplina, há 
muitas metodologias que podem ser empregadas nos dias 
atuais, tanto no ensino presencial, quanto no ensino a 
distância e no ensino híbrido, e que não precisam, 
necessariamente, o uso de tecnologias de informação e 
comunicação muito modernas e inovadoras. 
Já aprendemos em nosso curso que tecnologias mais 
simples podem sim ser muito bem utilizadas e exploradas 
em sala de aula, portanto, cabe a cada professor observar 
as práticas dos colegas, trocar informações, participar de 
capacitações e treinamentos, mas principalmente tentar 
inserir em suas práticas metodologias que sejam capazes 
de motivar os alunos do século XXI, de modo que eles 
queiram estar em sala de aula, se preparando para o 
mercado de trabalho e para serem pessoas bem 
preparadas para conviver em sociedade. 
Espero que este conteúdo tenha aberto um pouco mais a 
sua mente, caro aluno, no afã de que perceba que muita 
coisa pode ser feita em sala de aula quando se tem 
vontade e determinação. É certo que muitos desafios 
precisam ser superados, porém, com o passar do tempo, 
e dando um passo por vez, chegaremos a um ponto em 
que a educação mundial será o ponto forte deste mundo 
globalizado. Pelo menos é isso que precisamos desejar. 
Boa sorte nessa jornada. 
EM RESUMO 
Aprendemos ao longo desta aula, que o Mapa Mental é 
como um diagrama simples, cujo objetivo é conectar 
visualmente informações em torno de um assunto central. 
É como uma árvore cujos galhos detalham informações 
concisas partindo de um tronco principal. É uma poderosa 
ferramentade brainstorm que facilita a memorização, a 
visualização, a associação de sentidos, o aprendizado, de 
maneira geral, de modo lúdico e motivador. Com relação 
ao Seminário, compreendemos que consiste em uma 
apresentação oral, previamente preparada, que 
geralmente ocorre em equipes, sobre um conteúdo pré-
estabelecido, que provoca nos estudantes a prática da 
crítica, da defesa de certo ponto de vista, desenvolvendo 
e aprimorando a competência discursiva e argumentativa, 
na oralidade e na escrita. É uma forma de treinar a 
expressão oral dos estudantes, preparando-os para o 
mercado de trabalho, visto que atualmente, muitas 
empresas exigem de seus profissionais explanações 
sobre o que está ocorrendo no setor.fórmulas, 
leis, informações colocadas em um resumo, etc. para 
fazer uma avaliação, provavelmente esquecerá tudo logo 
após sua realização, sem ter assimilado, realmente, 
aquele conhecimento. 
Ao passo que o estudante que em vez de decorar, 
compreender a informação, principalmente se tiver 
refletido sobre ela, provavelmente a terá assimilado e se 
for de seu interesse, e se atender às suas necessidades, 
não deverá esquecê-la brevemente. (Barbosa & Moura, 
2013) 
A EVOLUÇÃO DA APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA 
A tecnologia possibilita que a comunicação e a 
transmissão de informações seja ofertada de forma 
variada. Com a evolução dos telefones móveis 
(smartphones) e com o aumento de potência dos tablets, 
ampliou-se também, e de maneira exponencial, a 
mobilidade dos usuários do sistema educacional. 
Hoje é possível aprender o que quiser, de qualquer lugar 
e quando quiser, e com isso ampliaram-se as 
possibilidades de comunicações síncronas (em tempo 
real) e assíncronas (no tempo do aluno), independente da 
distância entre os interlocutores ou do momento em que 
esses encontros ocorrem, visto que atualmente muitos 
dos momentos síncronos são gravados para que todos os 
participantes possam assistir quando quiserem, caso não 
tenham podido participar, ou caso tenham interesse em 
ouvir novamente o que foi transmitido. 
É claro que hoje nos tornamos dependentes de uma boa 
conexão da internet e de boas ferramentas de 
transmissão de informações, porém, sendo utilizada de 
maneira adequada, a tecnologia pode potencializar a 
aprendizagem significativa. 
Para Gadotti (1994, como citado em Barbosa & Moura, 
2013) a aprendizagem significativa ocorre quando o 
aprendiz percebe que o conteúdo a ser estudado está 
conectado com os seus objetivos. O aprendizado torna-se 
mais fácil quando o estudante 
participa ativa e responsavelmente do seu processo. 
Quanto maior for o envolvimento do estudante com o seu 
processo de aprendizagem, vinculado aos seus objetivos, 
maiores serão as chances de que ocorra 
uma aprendizagem significativa e uma mudança 
conceitual efetiva e perene. (Aguiar, 1995 como citado 
em Barbosa & Moura, 2013) 
Portanto, a aprendizagem significativa acontece quando o 
aluno sabe o que está aprendendo, entende o motivo de 
estar aprendendo aquele conteúdo, relaciona o que está 
aprendendo com o que ocorre no ambiente empresarial ou 
social e consegue atingir os objetivos propostos. 
Vale ressaltar que para que a aprendizagem significativa 
ocorra verdadeiramente, é preciso que os conhecimentos 
prévios dos aprendizes sejam levados em consideração 
na hora de planejar o conteúdo que será transmitido. 
Ausubel (2000, como citado em Munhoz, 2019), criador 
do conceito de aprendizagem significativa , explica que 
quanto mais conhecimentos a pessoa adquire, mais 
facilidade ela tem para assimilar cada vez mais 
conhecimentos. 
EM RESUMO 
No decorrer desta aula, compreendemos que a 
aprendizagem significativa equivale a ampliar 
e reconfigurar conhecimentos já existentes na estrutura 
mental dos seres humanos, criando links e conexões com 
os novos saberes. Diferenciamos a aprendizagem 
significativa da aprendizagem mecânica que é realizada 
principalmente por meio da memorização de 
conhecimentos que logo serão esquecidos visto não haver 
nenhuma relação mais efetiva que faça com que esse 
saber seja assimilado. Portanto, frisamos a importância da 
inserção das tecnologias no contexto educativo, 
proporcionando um saber mais ativo e condizente com as 
necessidades do século XXI 
 
 
 
Hoje em dia estamos diante de uma explosão de novos 
recursos, ferramentas e tecnologias que surgem cada vez 
mais sofisticadas, e muitas vezes nem percebemos o 
caminhar ou a velocidade desse processo. A medida que 
os dias passam, vamos nos ocupando com nossas 
obrigações, que exigem cada vez mais dinamicidade e 
velocidade, a assim vamos nos readequando, nos 
modificando, assimilando inovações e novos saberes, 
adquirindo novas competências e habilidades, e nem 
percebemos o quanto éramos tecnologicamente ingênuos 
no início dos anos 1990. 
Houve um boom de novas tecnologias, o surgimento de 
uma infinidade de novos cursos e de novas profissões, 
cada vez mais midiáticas e complexas, e nos vimos 
submersos por esse mundo de informações globalizadas 
e digitais. 
Sob a ótica do professor e do pesquisador, muitas foram 
as adaptações e alterações necessárias em suas práticas, 
muito se aprendeu, muito se evoluiu, e muito se exigiu 
desses profissionais nos últimos dez anos. 
Preconceitos diante de super máquinas modernas foram 
superados e elas foram colocadas como ferramentas 
auxiliares que podem muito, mas não tudo. 
Os docentes aos poucos foram utilizando programas de 
computador e fazendo pesquisas na rede, passaram a 
assistir programas na TV a cabo e a 
empunhar handycams para fazer vídeos educativos. 
Passaram a trabalhar em conjunto na criação de home 
pages para cursos e instituições de ensino, participaram 
 TEMA 3 a docência digital
de listas de discussões, videoconferências, chats e outras 
conversas on-line. 
Foram aprendendo a não temer as máquinas e a não 
achar que elas poderiam substituir a figura docente em 
suas aulas. Certamente foi uma década de imenso 
aprendizado docente, de superação de medos e 
ansiedade, e imersão plena em novos conhecimentos e 
assimilação de conhecimentos midiáticos. 
Foi a década do saber fazer e do saber usar as novas 
tecnologias digitais de informação e comunicação como 
aliadas e não como concorrentes, não só em sala de aula, 
mas em todos os âmbitos, inclusive em seus lares. 
E agora é preciso que aprendam mais um pouco, visto que 
essas tecnologias avançam velozmente e as 
necessidades dos educandos mudam constantemente. 
Então, vamos acompanhar como se deu esse processo. 
(Kenski, 2015) 
A EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO DO NOVO 
PERFIL DOCENTE 
Com o passar do tempo, um pouco após o surgimento e 
expansão das tecnologias, o docente se depara com outro 
momento. Ainda não se tem muitos conhecimentos a 
respeito dessas novas tecnologias, mas fica claro que é 
preciso conhecê-las, compreendê-las e dominá-las. A 
cada dia que passa surgem inovações, e sempre há o que 
aprender. 
Ainda sente-se insegurança, mas de certa forma aprende-
se (ou exige-se) a ir além, a aprender a 
fazer, ou aprender pelo erro. Tentando, errando, 
ajustando, corrigindo, tentando novamente, errando 
novamente, até que aos poucos alcança-se o sucesso e 
seus intentos, no uso dessas novas tecnologias, começam 
a dar frutos, passam a fazer sentido, e aos poucos ganha-
se confiança. 
São pequenos passos que aos poucos vão levando o 
professor para a autonomia da ação de ensinar mediada 
pelas tecnologias, e surge então um perfil docente criador 
e construtor, jamais imaginado ou discutido nas literaturas 
e cursos, e, diga-se de passagem, ainda pouquíssimo 
discutido nos cursos de formação docente. 
Porém, não há mais tempo a perder, porque o futuro é 
agora e o estudante do século XXI precisa desse docente 
ativo, criativo, reativo, inspirador, mediador, motivador, 
modelo, que tem muito a transmitir, mas que precisa atrair 
a atenção de um novo público, praticamente nascido no 
ambiente tecnológico, e isso é assustador, mas 
também desafiador, e a verdade é que todo mundo gosta 
de desafios. 
Precisamos agora refletir mais profundamente sobre as 
novas práticas docentes e reconhecer as fragilidades 
técnicas e operacionais do ambiente de trabalho, ter 
consciência que a sociedade contemporânea exige uma 
educação para todos, que o governo está equipando as 
escolas cada vez mais para sua informatização e que está 
havendo uma reformulação na formação dos professores, 
porém o essencial ainda precisa ser feito, que é a 
conscientização sobre as fragilidades emocionais e 
tecnológicas de cada docente e de cada instituiçãoque 
ainda está longe de estar imersa, realmente, no contexto 
tecnológico. (Kenski, 2015) 
 
A ORIGEM DO DOCENTE DIGITAL 
Mas afinal quem é o docente digital e o que se espera 
dele? 
Aranha (2006 como citado em Munhoz, 2019) afirma que 
o bom docente digital: 
• Inspira esperança, estimula a imaginação e faz com 
que os seus alunos recuperem a vontade de 
aprender pela simples satisfação de adquirir 
conhecimentos; 
• É o responsável pela formação de profissionais de 
todas as áreas; 
• Sabe que a tecnologia nunca irá substituí-lo, e sabe 
também que aquele que a domina substituirá aquele 
que não o faz. 
• É aquele que corresponde aos desejos da 
sociedade moderna e que conduz a geração atual 
de aprendizes. 
A ideia do ‘docente digital’ surgiu porque a nova geração 
de estudantes, denominada digital, que vive e aprende de 
forma completamente diferente das antecessoras, não 
aceita mais os docentes tradicionais, de tradição jesuítica. 
Exige um perfil docente mais dinâmico e moderno, que 
insira em suas práticas as novas tecnologias e que leve 
em conta os seus anseios e desejos, criando ambientes 
educacionais mais híbridos, divertidos e empáticos. 
As tecnologias antigas como o giz e a lousa tradicional 
estão perdendo espaço para apontadores eletrônicos e 
lousas digitais, as imagens, recortadas de jornais e 
revistas estão sendo retiradas 
dos tablets, smartphones e notebooks, no entanto, a 
forma de passar os conteúdos permanece inalterada, e 
isso não tem sido mais aceito pelos alunos. 
As bases da educação permanecem as mesmas, visto que 
as mudanças estruturais normalmente demoram a ocorrer, 
e ainda existe um grande número de docentes e agentes 
educacionais que resistem a elas, porém não há mais 
tempo, e nem possibilidade de escolha, porque as 
necessidades modernas estão engolindo esses 
profissionais, deixando-os isolados, confusos e 
temerosos. 
Quase que diariamente os docentes se deparam com 
alunos que tiram de suas mochilas um iPad no lugar de 
um livro, um tablet no lugar de um caderno e seus olhos 
não se descolam de seu smartphone, que com certeza, 
tem informações muito mais interessantes do que as que 
o professor trouxe para a sala de aula, e ele, então, deve 
se perguntar: o que estou fazendo aqui se poderia estar 
em outro lugar muito mais interessante? E pior, muitas 
vezes enquanto um professor explica ele se pergunta: o 
que ainda estou fazendo aqui se para ler essa informação 
bastaria procurar no meu celular? 
É por esses e outros motivos que a sociedade atual exige 
uma virada de página (ainda que metaforicamente 
falando) e a inserção imediata de tecnologia nas salas de 
aula (ou fora delas), visto que muitas práticas vêm sendo 
executadas nos ambientes externos às salas como nas 
quadras poliesportivas, pátios, nos jardins e até mesmo 
do outro lado dos muros das escolas. 
Há um certo determinismo tecnológico que anseia por 
aulas mais agradáveis, e nesse sentido surgem as 
metodologias ativas que 
trazem inovações e criatividade para as práticas 
docentes, mas claro, que quando bem empregadas, posto 
que não basta a escola disponibilizar ferramentas 
tecnológicas se não tiver pessoal treinado para utilizá-las 
efetivamente. (Munhoz, 2019) 
O PERFIL (IDEAL) DO DOCENTE DIGITAL 
Quando se pensa no perfil ideal para o docente do século 
XXI, ou docente digital, ou ainda docente independente, 
muito ainda se debate, mas algumas ideias já podem ser 
esboçadas. 
Estudo feito por Munhoz (2019), com alunos de cursos de 
pedagogia oferecidos a distância em seu trabalho do 
mestrado, ajuda a definir algumas características que 
poderiam ser colocadas para esses docentes digitais. 
• Alta qualidade e especialização na área de 
conhecimento ministrada pelo professor; 
• Ótima expertise tecnológica que lhe permita 
trabalhar com segurança e domínio nos ambientes 
tecnológicos; 
• Capacidade para compreender que sua prática 
exige elevada responsabilidade social; 
• Capacidade de criar situações problema conectadas 
ao currículo que precisa desenvolver, avaliar o 
alcance desse problema na vida pessoal e 
profissional dos estudantes e finalmente apresentar 
as soluções e resultados desses problemas; 
• Elevado nível de profissionalismo em sua área de 
trabalho; 
• Produção de trabalhos acadêmicos com rigor 
científico; 
• Capacidade de envolver a comunidade nas práticas 
educacionais realizadas; 
• Alto nível de criatividade, senso crítico, inovação e 
iniciativa; 
• Busca constante por inovação tecnológica nas suas 
práticas; 
• Uso dos mais modernos meios de comunicação; 
• Estímulo aos alunos para que realizem leituras, 
interpretação de texto e escrita; 
• Elevado nível de comunicação interpessoal com 
todos os envolvidos no processo de ensino e 
aprendizagem; 
• Capacidade de avaliar objetiva e claramente as 
tarefas realizadas por seus alunos e de aplicar 
avaliações não punitivas; 
• Capacidade de desenvolver ações psicológicas e 
emocionais motivando o desenvolvimento mental e 
afetivo seu com o aluno e do aluno com os demais 
colegas e com a sociedade. 
E para trabalhar com tecnologias modernas, Munhoz 
(2019) complementa, detalhando que o professor deve 
ainda: 
• Ser capaz de desmotivar a memorização e o 
‘decoreba’ nos alunos e estimular um processo de 
assimilação do conhecimento do mais simples ao 
mais complexo; 
• Estar focado no futuro; 
• Transferir e compartilhar o seu saber com todos 
aqueles com os quais está vinculado; 
• Assumir papel de liderança diante de seu alto nível 
de conhecimento; 
• Ser capaz de refletir sobre e de aplicar 
continuamente novas formas de ensino; 
• Manter sempre um comportamento respeitoso e 
resiliente; 
• Ser persistente e idealista; 
• Proporcionar uma boa sinergia na interação entre as 
pessoas que estão desenvolvendo atividades em 
grupos, colaborativos e cooperativos; 
• Ser corajoso, imparcial e sistemático; 
• Ser sensível, confiável e ter a autoestima elevada; 
• Agir de forma objetiva e com foco; 
• Agir sempre democraticamente e ser tolerante; 
• Ser minucioso; 
• Assumir desafios; 
• Ser flexível e empreendedor; 
• Ser alegre e desenvolver sua tarefa sempre de 
forma agradável e divertida; 
• Ser capaz de gerenciar conflitos em grupos; 
• Ser capaz de desenvolver projetos de gestão do 
tempo; e ainda, 
• Ser capaz de pesquisar e desenvolver novos 
saberes na produção de textos e artigos em sua 
área de conhecimento. 
Essas habilidades e competências apresentadas no 
estudo são consideradas core 
competences (competências essenciais) para os 
docentes. 
EM RESUMO 
Foi possível estudarmos, nesta aula, que o aluno moderno 
exige um perfil docente mais dinâmico e atualizado, em 
constante capacitação, que insira em suas práticas as 
novas tecnologias e que leve em conta os seus anseios e 
desejos, criando ambientes educacionais mais híbridos, 
divertidos e democráticos. O estudo realizado por Munhoz 
com alunos do curso de pedagogia trouxe como respostas 
algumas características que os docentes digitais precisam 
ter para atuar neste mundo conectado e globalizado, como 
ter muito conhecimento em sua área de atuação e em 
tecnologias, ser criativo, inovador e ter iniciativa, ser 
persistente, assumir desafios, motivar seus alunos a 
deixarem de ser memorizadores de informações para 
refletirem sobre aquilo que aprendem, dentre várias outras 
características que precisam ser desenvolvidas, se ainda 
não foram. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
No final do ano de 2019, apareceu na China uma nova 
doença, assustadora e enigmática, que recebeu o nome 
de SARS-CoV-2. Era o início de mais uma transformação 
no universo educacional, dentro de uma transformação 
maior ainda que já vinha ocorrendo em função das 
inovações tecnológicas que obrigaram professores, 
alunos e instituições de ensino a se adequarem a uma 
nova realidade. 
A pandemia daCovid-19, ao expandir-se por praticamente 
todos os países do mundo, trouxe para os envolvidos no 
processo educacional uma emergência e necessidade de 
adaptação ao que foi chamado de ensino remoto 
emergencial (ERE), no intuito de estabelecer o 
distanciamento social e barrar a transmissão desse 
perigoso agente patogênico desconhecido, o que o 
transformou em ainda mais perigoso. (Santos & 
Zaboroski, 2020) 
Desde o início da pandemia, as aulas tiveram que ser 
interrompidas, de forma imediata e emergencial, e para 
continuarem funcionando e não deixar estudantes do 
mundo todo sem conhecimento, as escolas precisaram se 
adequar e professores e alunos passaram a assistir às 
aulas de suas casas. 
 TEMA 4 O Ensino Remoto e a Pandemia da Covid-19
Passado o susto inicial que não permitiu a ninguém pensar 
ou titubear, ou mesmo recusar, professores tiveram 
que reaprender a ensinar e a usar tecnologias com as 
quais não estavam (ainda) habituados, apesar do contexto 
mundial já vir inserindo novas tecnologias em todos os 
âmbitos da sociedade. 
Foi quase como uma avalanche de novos conhecimentos 
para os professores, que precisaram ser assimilados em 
questão de semanas, porque urgia retomar as aulas e 
inserir os estudantes nessa nova prática. Foi quase como 
trocar o pneu de um carro com ele em movimento. 
E para os estudantes não foi muito diferente, visto que 
sabe-se que boa parte da população mundial não tem em 
suas casas um bom computador ou uma internet de ponta 
que facilite assistir aulas on-line, e nem tem o hábito e o 
poder de concentração para em seu lar, local no qual 
estão acostumados a descansar ou se divertir, concentrar-
se o suficiente para ouvir aulas, fazer anotações e 
conviver com ruídos de todos os tipos a atrapalhar esse 
momento que deveria ser especialmente dedicado à 
assimilação de novos conhecimentos. (Santos & 
Zaboroski, 2020) 
Também há que se considerar que o currículo da maior 
parte das instituições de ensino não foi criado para ser 
aplicado de forma remota, e nem se refletiu sobre a 
possibilidade de isso ser necessário ao ser elaborado, o 
que dificultou, ainda mais, essa adaptação. (Behar, 2020) 
Mas não houve escolha, para ninguém. 
MAS AFINAL O QUE É O ENSINO REMOTO? 
Hodges et al. (2020, como citado em Santos & Zaboroski, 
2020) afirmam que o ensino remoto de emergência, 
diferente do que ocorre com as práticas que são 
planejadas diretamente para serem on-line, é uma 
mudança temporária na forma de ensinar e aprender para 
um modo alternativo devido a algum momento de crise, 
e foi o que aconteceu com a chegada da Covid-19. O 
objetivo é proporcionar um acesso temporário à 
educação de forma rápida, para que esteja disponível 
durante uma emergência. Sendo assim, é necessário 
separá-la do aprendizado on-line. 
Essa nova técnica de ensino frente à pandemia da Covid-
19, possibilita aulas virtuais por meio de plataformas on-
line de educação, aulas ao vivo pelas redes sociais e pelo 
envio de materiais digitais aos estudantes, com a 
presença (ainda que remota) do professor . 
Porém, é preciso ressaltar que essa nova técnica traz 
consigo muitas limitações de cunho social, estrutural e 
econômico que comprometem o ensino, visto alunos e 
instituições não estarem preparados para tal empreitada. 
Foi necessário montar novas plataformas de ensino, lidar 
com professores sem preparo para o trabalho remoto, e 
com alunos sem computadores e internet em casa. 
(Santos & Zaboroski, 2020) 
Vale a pena fazer um aparte e ressaltar também, conforme 
explica Nairim (2021), que o ensino remoto no contexto da 
pandemia também pode ocorrer sem muita tecnologia ou 
sem nenhuma tecnologia, mediado pelo envio de material 
impresso aos estudantes e por meio de aulas gravadas e 
transmitidas pela televisão ou pelo rádio, dentre outras 
estratégias que podem ser adotadas. 
É um estilo de ensino temporário, que tem a duração do 
período de calamidade e durante o qual os docentes 
continuam cumprindo com suas cargas horárias , 
interagindo, sempre que possível com seus aprendizes, 
solucionando suas dúvidas, dentro do horário de suas 
aulas. 
Quando comparado com as aulas presenciais, o ensino 
remoto é uma medida tomada de forma urgente para que 
as aulas presenciais interrompidas possam continuar 
durante o isolamento social, porém sem que sejam muito 
diferentes, em tese. 
Na prática, dentro do possível, por meio de plataformas 
virtuais de aprendizagem, os professores se encontram 
com os seus alunos nos mesmos dias e horas de suas 
aulas presenciais, utilizando softwares que possibilitam 
interações com o uso de vídeos, áudios, chats, 
compartilhamentos de telas e outras ferramentas 
interativas. Essa interação se chama ‘presença social’. 
A maior diferença é a ausência do ambiente físico 
escolar que permite o contato social direto, cara a cara, 
tirando isso, a ideia é que tudo se mantenha igual mesmo 
com os alunos em casa. Em tese, é claro, porque na 
prática os professores puderam sentir na pele as 
dificuldades emocionais, técnicas e de recursos (como 
computadores ultrapassados ou com memória insuficiente 
para se fazer o que era feito em casa antes do ERE). (Dau, 
2021) 
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ENSINO 
REMOTO 
Dentre as vantagens do ensino remoto podem-se citar: 
• A maior flexibilidade e liberdade de tempo para o 
estudo, o aumento do alcance geográfico e uma 
maior autonomia do discente. (Santos & Zaboroski, 
2020); 
• A economia de tempo com relação à locomoção de 
casa ou do trabalho (no caso dos alunos) para a 
escola e vice-versa, o compartilhamento de 
conteúdos e informações de forma imediata, a 
produção e o envio de atividades por e-mail, tirar 
dúvidas, ainda que on-line, diretamente com o 
professor, além da flexibilidade de horário e maior 
autonomia dos alunos, já citadas anteriormente. 
(Dau, 2021) 
E dentre as desvantagens estão: 
• As altas taxas de evasão, o sentimento de solidão 
dos alunos cada vez mais crescente, a preocupação 
em manter a qualidade das aulas e do estudo, a 
apreensão com relação às novas formas de 
avaliação, e ainda as dificuldades de acesso ligadas 
às diferenças socioeconômicas existentes entre as 
populações. (Santos & Zaboroski, 2020) 
• A perda de contato com os colegas, as inúmeras 
distrações existentes no lar (ou no local de trabalho, 
no caso de algumas pessoas), a queda de energia 
ou da conexão com a internet, isso sem contar com 
o fato de que nem todos (alunos e professores) têm 
equipamentos adequados como 
computadores, tablets ou smartphones. (Dau, 
2021) 
 
ENSINO REMOTO VERSUS EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA 
No ensino a distância, são usadas as tecnologias digitais 
de informação e comunicação e as atividades são 
realizadas pelos estudantes em tempos diferentes. No 
ensino remoto, os conhecimentos são transmitidos de 
forma síncrona, durante o período das aulas. 
Na EaD, o aluno tem acesso a um ambiente virtual de 
aprendizagem (AVA) que contém todos os materiais e 
recursos dos quais ele precisa, como fóruns e bibliotecas 
virtuais que ele acessa no tempo que quiser, onde quiser 
e como quiser, com aulas que ficam gravadas para que 
ele as possa assistir conforme sua escolha. (Dau, 2021) 
A educação a distância é uma modalidade de ensino na 
qual a mediação didático-pedagógica ocorre por meio das 
TICs, com estudantes, tutores (que fazem a mediação) e 
professores (que elaboram os conteúdos e avaliações) 
em lugares e tempos diversos para cada usuário. 
Na EaD, existe um modelo pedagógico, um planejamento 
estruturado, formado pelos aspectos organizacionais, de 
conteúdo, metodológicos, tecnológicos e pelas estratégias 
pedagógicas que serão executadas. 
Nessa modalidade de ensino, o aprendiz precisa reunir 
algumas características como ser (ou se tornar) 
comunicativo através da escrita (e da oralidade quando 
acontecerem aulas síncronas),e precisa ser automotivado 
e autodisciplinado para conseguir organizar seus estudos 
e definir horários fixos em casa ou no trabalho para se 
dedicar ao curso. 
No ensino a distância, é essencial levar em conta os 
aspectos sociais, emocionais e pessoais do estudante, 
portanto, recomenda-se a 
individualização/personalização do ensino baseado nas 
necessidades, nas preferências e nos interesses do aluno. 
(Behar, 2020) 
E O HOMESCHOOLING? 
Será que existe algum tipo de semelhança entre o ensino 
remoto, o ensino a distância e o homeschooling? Vamos 
começar compreendendo o que é esse ‘ensino em casa ’. 
No homeschooling, o processo de ensino-aprendizagem é 
feito completamente na casa do estudante, por seus pais, 
que é o responsável pelas aulas e pela educação formal 
da criança ou jovem, sem nenhum tipo de material enviado 
por alguma escola, e nem com o acompanhamento de 
algum educador. 
No entanto, esse acompanhamento pode ser feito caso 
haja a contratação de um professor particular, que possa 
auxiliar essa criança ou adolescente que não está 
matriculado em nenhuma instituição escolar. 
Essa educação domiciliar ou doméstica é permitida em 
mais de 60 países, como Austrália, Japão, Estados 
Unidos, Canadá, Paraguai, Portugal, França e Reino 
Unido, mas é proibida em outros países, como na 
Espanha, na Alemanha e na Suécia. 
No Brasil, ainda não há regulamentação sobre isso, 
apesar de estar sendo discutida. Sendo assim, pessoas 
que dizem ter estudado dessa forma não recebem 
nenhuma certificação. Conforme a Constituição Federal 
do Brasil e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a educação 
é “dever do Estado e da família”. 
Quadro 1 - Diferenças entre as modalidades de ensino 
ENSINO REMOTO 
• Medida extraordinária e temporária, restrita à 
pandemia 
• Professores e alunos localizados em espaços 
distintos – por exemplo, em suas próprias casas 
• Pode ser mediado ou não pela tecnologia 
• Inclui a adaptação do programa presencial à 
situação remota 
• A escola acompanha e apoia o estudante 
• Utilizado por todos os níveis de ensino, durante a 
pandemia, para viabilizar a continuidade do 
processo pedagógico 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
• Caráter permanente e não emergencial 
• Professores e alunos situados em espaços distintos 
- em geral, com os professores nas instituições de 
ensino onde gravam ou transmitem suas aulas, e os 
alunos, em suas casas ou ambientes profissionais 
• Faz uso de recursos tecnológicos, como o ambiente 
virtual de aprendizagem 
• Conteúdos e metodologias desenvolvidos 
especialmente para a modalidade a distância 
• Pode haver aulas gravadas (assíncronas) e 
transmitidas ao vivo (síncronas) 
• Estudante vinculado formalmente a uma instituição 
de ensino, mas espera-se uma maior autonomia 
dele no processo de aprendizagem 
• Mais comum no Ensino Superior (graduação e pós-
graduação) 
HOMESCHOOLING 
• No Brasil, ainda não é uma modalidade 
regulamentada 
• Pais ou responsáveis estão à frente do processo de 
ensino; educação ocorre no ambiente doméstico 
• Pode haver ou não o uso de recursos tecnológicos 
• Conteúdos e metodologias ficam a cargo das 
famílias 
• Não há interação com outros alunos e nem vínculo 
com uma instituição escolar; a princípio, enquanto 
não há regulamentação, os pais têm autonomia no 
processo educativo 
• Se regulamentada, seria adotada na Educação 
Básica 
Fonte: Nairim, 2021, n.p. 
EM RESUMO 
Foi possível conhecer um pouco sobre o ensino remoto e 
sua diferença com relação ao ensino a distância e 
o homeschooling. O primeiro é aquele que ocorreu, de 
forma emergencial, ao surgir no mundo a temível Covid-
19, que exigiu que toda a estrutura escolar fosse adaptada 
para trabalhar de sua própria casa, em isolamento. 
Professores, estudantes e demais agentes tiveram que se 
reinventar para que o processo educacional não fosse 
interrompido durante a pandemia. Já o ensino a distância 
é aquele que ocorre por decisão do aluno, que por 
questões de tempo e distância não quer se locomover até 
uma instituição de ensino e opta por estudar de forma 
mais autônoma, com a ajuda de tutores e a inter relação 
com ambientes virtuais de aprendizagem e as TICs. Por 
sua vez, o homeschooling é a modalidade de ensino 
adotada por alguns pais ou responsáveis por crianças ou 
jovens de forma a ministrar totalmente em casa e por sua 
conta os conhecimentos a esses estudantes. Espero que 
tenha gostado dessa experiência de conhecer novas 
modalidades de ensino 
 
 
INTRODUÇÃO 
Ao começar a pensar sobre a educação híbrida, também 
chamada de blended learning ou b-learning, é necessário 
entender que o professor se depara muitas vezes com 
questionamentos mesmo não lecionando nesse 
ambiente blended. Vira e mexe os alunos perguntam: 
professor, o sr. pode mandar o conteúdo por e-mail ou no 
grupo do Whatsapp? Professor, podemos postar o nosso 
trabalho nas redes sociais da escola?, dentre outras 
várias indagações nesse sentido. 
Portanto, o professor do século XXI precisa conhecer, ao 
menos um pouco, esse universo híbrido que possibilita o 
seu trabalho tanto no meio físico/físico quanto no meio 
físico/virtual. (Souza, Bailão, & Veraszto, 2018) 
Mas afinal o que é blended? Será que só tem um 
significado? Morán (2015) relata que na educação há 
vários tipos de blended: saberes e valores, quando 
conectamos várias áreas de conhecimento, blended de 
metodologias, quando docentes inserem diferentes 
desafios, atividades, projetos e games, em suas práticas. 
Também fala-se sobre tecnologias blended, que são 
aquelas que fazem parte das atividades propostas, 
juntando a sala de aula com as atividades digitais, e as 
presenciais com as virtuais. Blended também pode 
representar um currículo que seja mais flexível. 
Blended significa a conexão entre processos de ensino 
mais formais e informais, de educação aberta e em rede. 
TEMA 5 O Ensino Híbrido
E o blended ainda pode ser inserido em escolas mais 
estruturadas, mas também nas mais carentes, porque nem 
todas as atividades realizadas no ensino híbrido precisam 
de tecnologias de ponta. (Morán, 2015) 
Portanto, vamos conhecer um pouco mais sobre esta 
metodologia que vem ganhando cada vez mais espaço e 
importância na educação. 
CONCEITO DE BLENDED LEARNING 
Podemos definir o ensino híbrido como um tipo de 
programa educacional formal, que possibilita que o aluno 
realize suas tarefas integrando o on e o off-line, ou seja, 
o ambiente físico e o digital. 
Ao levarmos em conta que as pessoas não aprendem no 
mesmo ritmo e nem da mesma forma, para que todos os 
estudantes tenham sucesso na sua vida escolar, a 
personalização do ensino seria muito interessante, de 
forma a tentar atingir as diferentes necessidades de 
aprendizagem, e o ensino híbrido possibilita isso. 
Nesses moldes, aqueles alunos que já dominam 
determinado conteúdo, conseguem avançar sem 
prejudicar aqueles que precisam de um pouco mais de 
tempo para assimilá-lo. (Silva & Sanada, 2018) 
No ensino híbrido, parte do ensino ocorre em sala de 
aula, na qual os alunos conseguem interagir e trocar 
experiência entre si e com o tutor e parte ocorre pelos 
meios digitais, dando-lhes mais autonomia. 
Vale ressaltar que ambos se completam, visto que 
oferecem diferentes experiências de aprendizagem, e que 
para que o ensino híbrido ocorra de fato, tanto a 
aprendizagem presencial quanto a digital precisam ter o 
mesmo objetivo. (Bacarin, 2020) 
Uma outra definição de ensino híbrido o coloca como um 
programa de educação formal por meio do qual, pelo 
menos em parte, o aprendiz aprende na modalidade on-
line, controlando seus tempos, o lugar onde quer estudar, 
o ritmo que quer estudar, e em outra parte do tempo 
estuda em um ambiente físico, supervisionado, que não é 
sua casa. (Horn & Staker, 2015 como citado em Mello, 
Neto & Petrillo, 2019) 
CARACTERÍSTICAS DO B-LEARNINGEstá cada vez mais evidente que na contemporaneidade 
as pessoas usam as mais variadas tecnologias digitais 
para conseguir informações e conhecimentos, o que vem 
causando uma mudança cultural visto que essas pessoas 
sentem a necessidade e querem estar conectadas a todo 
momento. 
Isso posto, precisamos pensar sobre qual educação 
queremos oferecer aos estudantes hoje e no futuro, 
levando em conta tanto as necessidades do mercado de 
trabalho, quanto da sociedade globalizada e digital como 
um todo. 
Hoje em dia os ambientes semipresenciais ou mistos vem 
sendo mais e mais usados nos processos de ensino-
aprendizagem porque são disruptivos e facilitadores da 
transmissão de conhecimentos. 
Se observarmos as grandes universidades internacionais, 
elas estão adotando diferentes formas de ensinar como a 
presença conectada, o e-learning, m-learning e u-
learning. 
Vale ressaltar que a explosão do uso de tecnologias de 
ponta, como a 3D, a inteligência artificial, e a realidade 
aumentada e virtual, vem criando um conjunto das 
chamadas ‘melhores práticas ’, mas por outro lado vem 
deixando os professores bastante assustados, e criando 
em outros a ideia de que ‘essa forma de ensinar deixa 
tudo a cargo do aluno e o professor não faz nada ’. 
O que tem ocorrido também é que muitos professores, 
mesmo com medo e sem preparo, estimulados por um 
salário maior para ministrar aulas nesses ambientes mais 
tecnológicos, chegam às salas de aula sem mudar sua 
forma de atuar, obtendo resultados insatisfatórios. 
Mas o que deve ocorrer de fato? Essas novas 
modalidades de ensino, que incluem o ensino híbrido, vem 
estimulando que o docente seja colocado na posição de 
orientador, mediador e conselheiro, saindo da inércia da 
sua função puramente expositiva e detentora de todo o 
conhecimento. 
O blended learning exige do professor que mantenha 
contato com seu educando mesmo fora de seu tempo em 
sala de aula, isso porque algumas dessas ‘melhores 
práticas’ exigem a presença não física, mas social do 
educador, até que seu aprendiz atinja o estado de 
heutagogia, no qual ele atinge o grau de independência 
total de seus orientadores. (Munhoz, 2019) 
 
O PAPEL DO PROFESSOR NO ENSINO HÍBRIDO 
Há que se ressaltar que neste estilo de ensino, que 
mistura a sala de aula presencial e a eletrônica, o docente 
é o responsável total pelo planejamento da educação do 
aprendiz, o que é uma vantagem, e o trabalho conjunto 
com seus alunos permite fortalecer o vínculo perdido 
atualmente nos ambientes tradicionais, obtendo, com 
certeza, resultados mais efetivos. 
Sugere-se que ao longo do processo de ensino e 
aprendizagem o professor observe: 
• A capacidade do educando com relação à 
tecnologia que está sendo empregada, e se for 
preciso, pode-se realizar um nivelamento; 
• As formas individuais de aprendizagem, 
aproveitando a flexibilidade oferecida pelo b-
learning; 
• O gerenciamento do tempo para que as atividades 
sejam efetivamente desenvolvidas a contento; 
• O grau de satisfação dos estudantes, 
acompanhamento que deve ser rotineiro. (Munhoz, 
2019) 
O PAPEL DO ESTUDANTE NO ENSINO HÍBRIDO 
Com relação ao que se espera do aprendiz, a primeira 
coisa que ele deve saber e compreender é o grau de 
responsabilidade que terá sobre o seu aprendizado. O seu 
papel mudou e ele deixou de ter aquele ‘inculcador de 
informações’ para conviver com 
um orientador e mediador do conhecimento. 
Caso ele não leve em consideração isso, desistirá do 
estudo, visto que sua autonomia é colocada em xeque e 
espera-se que ele conduza o seu processo de ensino e 
aprendizagem conforme seus anseios e necessidades. 
No ambiente centrado no aluno, tudo precisa ser decidido 
em conjunto. 
Vejamos algumas características que o estudante deve ter 
para estudar em um ambiente semipresencial: 
• Objetivos bem estabelecidos; 
• Capacidade de participar de debates, 
apresentações e brainstormings; 
• Capacidade de desenvolver mapas conceituais e 
mentais; 
• Capacidade de realizar estudos independentes; 
• Capacidade de agir em cooperação e colaboração. 
Assim, os alunos devem ser vistos como sujeitos ativos, 
engajados e comprometidos com sua aprendizagem, 
definindo os rumos de sua educação de forma 
responsável, visando o futuro. (Munhoz, 2019) 
MELHORES PRÁTICAS NO B-LEARNING 
Para funcionarem efetivamente, os ambientes b-
learning precisam ser bastante interativos e os alunos 
precisam ter um feedback imediato (ou o mais próximo 
disso) no caso das comunicações assíncronas. Redes 
sociais também devem ser utilizadas e devem-se 
privilegiar as atividades nas quais se aprende fazendo, 
mediante oficinas e laboratórios nos momentos 
presenciais. 
Também aconselha-se o desenvolvimento de simulações, 
estudos de casos e técnicas de role-playing nos 
momentos de presença física em sala de aula. Os alunos 
também precisam produzir textos e utilizar 
o brainstorming. 
Deve-se sempre partir do conhecimento e das técnicas 
mais simples para as mais complexas, conforme sugerido 
por Bloom (Taxonomia de Bloom). 
O uso da aprendizagem ativa, com estratégias 
metacognitivas e suporte do aprendizado pelos pares, 
também deve ser explorada. 
EM RESUMO 
Aprendemos, neste tema, que o blended learning é aquela 
forma de aprendizagem que mistura o ensino on-line com 
o presencial, por isso é também chamado de ensino misto. 
Nele, o professor assume o papel de mediador, orientador 
do aprendizado, guiando o aluno tanto nos momentos 
presenciais quanto nos momentos assíncronos, dando seu 
respaldo a todo momento (dentro do possível), enquanto 
o papel do estudante é de se transformar em um sujeito 
autônomo e ativo, que organiza os seus tempos para 
estudar tanto presencialmente quanto de forma virtual. 
Pode-se dizer que essa modalidade pode vir a ser a forma 
de ensino e aprendizagem das gerações futuras 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Embora a Sala de Aula Invertida seja uma metodologia já em voga nos últimos anos, 
alguns autores ainda a consideram em construção. Tem sido a queridinha de alunos 
e professores porque é um processo simples que tem a ver com a entrega ou 
indicação de um conteúdo por meio de texto, vídeos, podcasts ou qualquer outro 
recurso com o qual o estudante aprenderá de forma independente, quando e onde 
quiser, em momento extra sala de aula (on-line), e no momento in classroom o 
aluno desenvolverá a atividade proposta pelo docente, tendo como base aquele 
conhecimento que foi previamente adquirido. 
Aquela tarefa que antes era chamada de ‘dever de casa’ passa a ser desenvolvida 
em sala de aula, com o suporte do professor, que será um mediador entre o 
estudante e o material, estimulando debates, sessões de perguntas e respostas, 
apresentação de dúvidas e dos resultados desenvolvidos. 
É necessário, para essa prática, que o estudante tenha acesso ao conteúdo de 
forma antecipada, e ainda é fundamental que ele se engaje e que esmiúce esse 
material antes do momento no qual estará em sala de aula, já seja de forma física, 
conectada ou virtual. (Munhoz, 2019) 
 
Então, vamos conhecê-la um pouco mais! 
 
Características da Sala de aula invertida ou Flipped classroom 
Apesar de alguns estudiosos entenderem a sala de aula invertida como uma 
metodologia inovadora, outros não a veem do mesmo modo. Alguns autores a 
consideram apenas como uma forma diferente de desenvolver o conteúdo para 
motivar o aluno. 
 
Nessa metodologia, o conteúdo não é mais entregue ao aluno pelo professor, via o 
texto de um livro ou de outra bibliografia. Passa a ser ‘entregue’ por indicações de 
pesquisas, bibliotecas virtuais, ou links (por meio de um ambiente virtual de 
aprendizagem) e novos materiais podem (e devem) ser acrescentados, até a sua 
completa compreensão. 
 
Vale ressaltar que geralmente, quando a proposta é inicialmente passada aos 
alunos, causa certa surpresa e até mesmoum certo pânico, visto ser diferente e os 
alunos serem desafiados a fazer algo novo, a ‘sair da caixinha’ como se diz. 
 
Nessa situação, o aluno precisa assumir o papel central nessa ‘imersão’ no material 
e o professor passa a assumir um papel de orientador, o que não é fácil, porque ele 
também é desafiado a ensinar de forma diferente, estimulando outras formas de 
assimilação do conhecimento. 
 
O processo tem alguns aliados de peso, como o conectivismo, a aprendizagem 
baseada em problemas (ABProb.) e a aprendizagem em grupo, que serão vistas 
mais adiante, e várias outras aprendizagens ativas visando aproximar as 
metodologias atuais à geração digital. (Munhoz, 2019) 
 
vale ressaltar que para que a aprendizagem realmente ocorra é essencial que os 
docentes insiram os quatro pilares fundamentais que formam a sigla FLIP, ou seja, 
é preciso que a prática ocorra em ambiente flexível (F - Flexible Environment), que 
esteja focada na cultura da aprendizagem (L - Learning Culture), que seja proposto 
com um conteúdo dirigido (I - Intentional Contents) e que o educador seja 
profissional (P - Professional Educator). 
 
Pilares da Aprendizagem Invertida 
 
 
É uma abordagem pedagógica na qual a aula tradicionalmente expositiva se 
transforma de uma abordagem grupal para uma aprendizagem individual, 
proporcionando ao ambiente presencial restante um momento de aprendizado 
flexível, dinâmico e interativo. 
 
É necessário perceber que não basta pedir aos alunos que leiam um texto ou 
assistam um vídeo previamente. Muitos professores devem ter pedido isso aos 
seus alunos em algum momento de suas práticas. É fundamental que os alunos se 
engajem e que esgotem as pesquisas sobre o assunto, com uma preparação prévia, 
anotando suas dúvidas para que sejam sanadas coletivamente, no momento do 
encontro presencial (ou síncrono, no caso das aulas a distância), antes de que 
ocorra efetivamente o desenvolvimento da tarefa proposta. 
 
Morán (2015, como citado em Bacarin, 2020), um dos estudiosos da educação mais 
conceituados, considera a sala de aula invertida como uma das metodologias mais 
interessantes da atualidade para misturar tecnologias e práticas de ensino, porque 
concentra no virtual a aquisição da informação mais básica e deixa para o 
presencial (ou síncrono no caso do ensino a distância) as atividades mais criativas 
e supervisionadas, que combinam desafios, projetos, problemas reais e jogos. 
 
Como não há um modelo único para a inversão em sala de aula, o docente pode 
inserir diversas atividades práticas e/ou ainda permitir que os alunos trabalhem em 
atividades diferentes, ao mesmo tempo, que estudem em grupos ou de forma 
individual e que sejam avaliados quando se sentirem preparados. 
Objetivos da Flipped Classroom 
Para que a prática funcione efetivamente, estudiosos elencam alguns objetivos que 
precisam ser atingidos. São eles: 
 
Propor aulas menos expositivas, que sejam mais produtivas e participativas, que 
façam com que o aprendiz se engaje em relação com o conteúdo a ser estudado, 
transformando a sala de aula em um ambiente colaborativo; 
Proporcionar um ambiente mais interativo entre professor e alunos, alunos e 
alunos, e ainda entre alunos e material, gerando a assimilação do conteúdo de 
forma efetiva; 
Favorecer uma melhor otimização do tempo em sala de aula (e fora dela também); 
Permitir que alunos com dificuldade de aprendizagem tenham um melhor 
aproveitamento; (Mello, Neto e Petrillo, 2019) 
Estratégias de Aplicação 
Antes da Aula 
 
1. O docente determina os objetivos a serem atingidos, prepara o material que o 
estudante precisa ler/ver/ouvir extra sala de aula e o disponibiliza ou faz as 
indicações; 
 
2. O estudante lê, vê e/ou ouve os materiais em um momento extra sala de aula 
escolhido por ele, de onde quiser. 
 
Na sala de aula 
 
3. Nos primeiros minutos, o professor/orientador cede um tempo para que os 
estudantes tirem as dúvidas que tiveram ao estudar o material, e na sequência 
usam os conceitos/conteúdos aprendidos para resolver os 
problemas/questionamentos propostos pelo professor em sala de aula. As 
atividades realizadas na sala de aula devem estimular atividades cognitivas mais 
complexas como aplicar, criar, analisar, avaliar, idear, tendo o apoio dos colegas e 
do professor. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
 
Regras básicas para inverter a sala de aula 
Além de conhecermos os objetivos e as estratégias de aplicação da sala de aula 
invertida, ainda precisamos assimilar quais são as suas regras básicas, ou cairemos 
no erro de apenas criar uma atividade diferenciada no mesmo contexto tradicional, 
sem uma aprendizagem significativa. Então, vejamos o que o Relatório Flipped 
Classroom Field Guide (Valente, 2018) diz a esse respeito. 
 
As atividades que ocorrem no momento in classroom devem envolver 
questionamentos, a resolução de problemas e outras atividades de aprendizagem 
ativa que levem o estudante a recuperar, aplicar e aumentar o material apreendido 
extra classe (on-line); 
Os aprendizes precisam receber o feedback logo após a realização das atividades 
presenciais; 
Os estudantes precisam ser estimulados a participar tanto das atividades on-line 
como das in classroom, tendo ciência que ambas as participações valerão nota e 
farão parte da avaliação; 
Tanto o material a ser explorado extraclasse quanto os ambientes de aprendizagem 
de sala de aula (presenciais ou não) precisam ser muito bem estruturados e 
planejados. 
Vale ressaltar que não é para o professor passar aos seus estudantes textos 
enfadonhos ou vídeos longos, visto que os alunos costumam reclamar que a aula 
expositiva é muito chata e cansativa. A ideia não é substituir uma aula ‘chata’ 
presencial por uma pesquisa ‘chata’ on-line. O propósito é explorar outros recursos 
como animações, simulações, estudos de caso, integrando as Tecnologias de 
Informação e Comunicação (TICs) com as atividades curriculares. 
 
O ideal é que o professor possa acessar as informações dos alunos nas plataformas 
de ensino, observando as pesquisas realizadas, as auto avaliações feitas, 
observando os pontos críticos que precisam ser fortalecidos e que precisam ser 
retomados em sala de aula. 
 
O Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Universidade de Harvard 
adotaram a estratégia da sala de aula invertida em algumas disciplinas e com isso 
elas têm inovado seus métodos de ensino, adequando-os para que possam usar os 
avanços das TICs e diminuir a evasão. (Valente, 2018) 
 
A grande vantagem da junção da Sala de Aula invertida e da Aprendizagem Ativa é 
fomentar o aprendizado no Ensino Híbrido, possibilitando ao professor 
compreender e trabalhar quase que de forma individual o aprendizado de cada 
aluno. (Souza, Baião & Veraszto, 2018) 
 
Em resumo 
Conhecemos um pouco mais sobre a famosa sala de aula invertida compreendendo 
que não é simplesmente uma metodologia por meio da qual o professor passa o 
conteúdo para o aluno aprender sozinho em casa. Para que a aprendizagem ocorra 
efetivamente é preciso engajamento, planejamento prévio, inserção do material 
pelo docente no ambiente virtual, de forma que o aluno tenha acesso a ele de onde 
quiser e quando quiser e é fundamental que no momento presencial (ou síncrono 
no caso de aulas a distância) esse conhecimento previamente assimilado seja 
trazido de volta e colocado em prática pela aplicação de atividades que envolvam 
debates, análises, aplicações de ações, ou qualquer outra prática que gere 
aprendizagem significativa. Espero que tenha gostado. 
 
 
 
 
 
Introdução 
Para começarmos a entender do que trata esta metodologia moderna, precisamos 
compreender que projetos são ações finitas que apresentam objetivos bem 
delimitados e que nascem de um problema, de uma necessidade, de uma 
oportunidade ou ainda de algum interesse de uma pessoa, de um conjunto de pessoas 
ou de uma empresa.Podem ser de intervenção, de desenvolvimento, de pesquisa, de ensino e de 
aprendizagem, e neste caso focaremos nos de aprendizagem que são os que estão 
vinculados aos aprendizados significativos. 
 
Vale ressaltar que a origem da ideia de se trabalhar com projetos na educação vem 
do final do século XIX, a partir de ideias de John Dewey, em 1897, autor estudado na 
disciplina Principles of Curriculum Design. Entretanto, quando se fala sobre a 
Metodologia de Projetos (MP), especificamente, a origem advém do final do século 
XVII na Itália, com uma perspectiva de ensino profissionalizante, na área da 
Arquitetura. 
 
Dewey e Kilpatrick (autores já estudados por nós), ambos do início do século XX, são 
considerados os precursores da chamada Aprendizagem Baseada em Projetos. Para 
Kilpatrick, o projeto com fins educacionais apresenta 4 fases principais, que são: a 
intenção, o planejamento, a execução, e o julgamento. 
 
Por sua vez, Dewey considerava que os projetos idealizados pelos estudantes 
precisavam do auxílio de um docente capaz de garantir o processo de aprendizagem 
e de crescimento de forma a promover a aprendizagem significativa. (Barbosa & 
Moura, 2013) 
 
Vamos então conhecer melhor o seu conceito e algumas de suas características. 
 
Conceito e características da ABProj. 
Esta metodologia pode ser considerada como um conjunto de experiências de 
aprendizagem e de tarefas que levam o estudante a investigar por meio de um 
problema central, resolvendo-o ou encontrando um desafio. Seu foco, geralmente, é 
a criação de um produto, mas isso não é regra. 
 
 
Tem como objetivo construir um conhecimento coletivo interdisciplinar e focado no 
aluno, incluindo atividades que desafiam intelectualmente o estudante a criar algo 
com foco na leitura, na pesquisa, no debate, na escrita e na apresentação oral, como 
as realizadas por meio de vídeos digitais, da elaboração de portfólios, da gravação de 
podcasts, da criação de websites, entre outros. (Souza, Baião & Veraszto, 2018) 
 
Uma das bases desta metodologia é considerar situações reais que devem estar 
conectadas com o objeto central do projeto a ser desenvolvido, visando formar 
indivíduos com uma visão abrangente e global da vida, associando a aprendizagem 
com a realidade, preparando-os para o aprendizado ao longo da vida. 
 
Algumas características que a ABProj. precisa ter são: 
 
Realizar projetos em grupos, com um número de participantes definido para cada 
atividade (Ex.: 3 alunos por grupo). 
Determinar o tempo para a realização do projeto. (Ex.: de 2 a 3 meses). 
Escolher o tema em conjunto, entre estudantes e professores. 
Ter uma finalidade útil para que os aprendizes percebam o sentido real do projeto 
proposto. 
Utilizar diversos recursos, inclusive aqueles que os próprios alunos conseguem 
providenciar mais facilmente, dentro ou fora do ambiente escolar. 
Compartilhar os resultados em diversos meios, como a própria sala de aula, a escola 
e a comunidade em geral, de forma física ou digital. (Barbosa & Moura, 2013) 
Nesta metodologia, o foco está no ‘aprender’ e no ‘fazer juntos’, explorando o 
contexto real do estudante, a comunicação entre os pares e a criação a partir do 
conhecimento descoberto. Finaliza sempre com a produção de resultados 
enriquecidos com o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e os 
estudantes organizam suas descobertas em formatos multimídia, com o 
desenvolvimento de gráficos, tabelas, vídeos, aplicativos, ferramentas, ou qualquer 
outro recurso que seja aplicável. 
 
Deve-se levar em consideração que é um tipo de metodologia que exige tempo para 
que deveras seja bem executada. 
 
Não é tarefa do docente expor o conteúdo, cabe aos estudantes buscar o 
conhecimento necessário para atingir seus objetivos, com a orientação do professor. 
(Veraszto & Simon, 2018) 
 
Categorias, elementos e passos dos Projetos 
Há 3 categorias de projetos que os estudantes podem desenvolver em sua vida 
acadêmica. São eles: 
 
Projeto construtivo: é aquele que procura construir algo novo, com alguma inovação, 
ou nova proposta de solução. Caracteriza-se pela inventividade na função, forma ou 
processo. 
Projeto investigativo: é aquele que se destina a desenvolver uma pesquisa sobre 
algum tema ou situação utilizando o método científico. 
Projeto didático ou explicativo: é aquele que visa responder questionamentos como 
‘Como funciona? Para o que serve? Como foi construído?’ procurando explicar o 
funcionamento de objetos, de mecanismos, de sistemas, etc. (Barbosa & Moura, 
2013) 
Além das categorias, podemos elencar alguns elementos que são essenciais para o 
desenvolvimento de projetos. São eles: 
 
Escolher um conteúdo relevante; 
Desenvolver diversas competências; 
Motivar o espírito da investigação; 
Gerar a necessidade de saber mais a respeito; 
Dar oportunidade de voz e de escolha a todos os envolvidos; e 
Incluir a revisão e a reflexão sobre o resultado alcançado. 
Podemos elencar também os 7 passos que devem ser executados para que a ABProj. 
seja eficiente. 
Passos da metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos. 
 
 
 
aprendizagem Objetivos da Aprendizagem Baseada em Projetos 
Para que a ABProj. ocorra de fato é imprescindível que se desenvolva uma 
aprendizagem que motive o estudante a participar da realização do projeto proposto, 
que estimule sua autonomia no processo de ensino e aprendizagem, criando um 
senso crítico, reflexivo e a capacidade de resolver problemas, e ainda que estimule a 
interação contínua entre os alunos e o professor, que esteja baseada na participação 
ativa dos alunos e na cooperação. 
 
Dentre os objetivos para que essa metodologia ocorra, estão: 
 
Estimular a capacidade de ‘aprender a aprender’, levando os estudantes a assumirem 
um papel ativo e responsável; 
Conscientizar os aprendizes acerca do que eles sabem e do que precisam aprender, 
motivando-os a buscar informações novas; 
Estimular os estudantes a explorarem e investigarem seus interesses, e o que eles 
gostariam de aprender; 
Estabelecer uma relação estreita entre a aprendizagem, a vida e a experiência dos 
alunos. 
Rejeitar a ideia de que todos precisam aprender as mesmas coisas, da mesma forma, 
no mesmo ritmo e no mesmo momento, ignorando suas necessidades, interesses, 
aptidões e estado de espírito. Deve-se compreender que cada um tem um ritmo, um 
estilo, um gosto, que deve ser respeitado. (Mello, Neto & Petrillo, 2019) 
Estratégias de Aplicação 
As atividades desta metodologia envolvem várias áreas de conhecimento, que são 
chamadas de projetos interdisciplinares, e que são desenvolvidos em torno de um 
problema real e significativo, de forma que os estudantes consigam obter um produto 
final, com a realização de pesquisas. 
 
A escolha do projeto deve motivar os estudantes na busca por novas descobertas, 
lembrando que se trata de um esforço temporário para criar um produto, serviço ou 
um resultado, com um começo e uma finalização bem definidos, com a aplicação de 
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas que atendam os requisitos 
necessários. 
 
É preciso que o docente, no papel de orientador, desafie os aprendizes a fazerem 
parte de uma equipe, e esse método exige planejamento, elaboração de 
cronogramas, o estabelecimento de estratégias de gerenciamento de tempo e a 
finalização com a avaliação dos resultados. 
 
Vejamos então algumas estratégias necessárias para sua aplicação: 
 
Apresentação dos objetivos da atividade, do método, do critério de avaliação e dos 
prazos pelo professor, que deverá determinar os conteúdos necessários para a 
execução do projeto, e que pode ser construído de forma colaborativa com os alunos; 
A partir da escolha do tema (ou temas), os estudantes deverão estabelecer os objetos 
de estudo e o problema vinculado a ele, para hipóteses posteriores que precisarão 
ser elencadas; 
A partir das pesquisas

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