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VICTOR GRISÓLIA - MÓDULO EXECUÇÃO - PUCSP - COGEAE - PARCELAMENTO DO ARTIGO 745-A VERSUS CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE DIREITO 
COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, 
APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO 
 
 
 
 
VICTOR HUGO GRISÓLIA DA CONCEIÇÃO 
 
 
 
 
PARCELAMENTO DO ARTIGO 745-A VERSUS CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
A (in) aplicabilidade do parcelamento na execução de título judicial 
Aspectos Doutrinários e Jurisprudenciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
2013/2 
2 
 
 
 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE DIREITO 
COORDENADORIA GERAL DE ESPECIALIZAÇÃO, 
APERFEIÇOAMENTO E EXTENSÃO 
 
 
 
 
VICTOR HUGO GRISÓLIA DA CONCEIÇÃO 
 
 
 
 
PARCELAMENTO DO ARTIGO 745-A VERSUS CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
A (in) aplicabilidade do parcelamento na execução de título judicial 
Aspectos Doutrinários e Jurisprudenciais 
 
 
 
Trabalho apresentado à coordenadoria do 
curso de Especialização em Direito Processual 
Civil, em andamento por essa Instituição de 
Ensino Superior, como requisito para a 
conclusão do módulo “Processo de Execução” 
– Turma C. 
 
 
São Paulo/SP 
2013/2 
3 
 
Sumário 
Considerações Iniciais ............................................................................................................. 4 
Parcelamento versus Cumprimento de sentença .................................................................... 6 
Pela aplicação do parcelamento ......................................................................................... 6 
Pela não aplicação do parcelamento ................................................................................... 7 
Pela aplicabilidade condicional à anuência do credor ......................................................... 9 
Considerações Finais............................................................................................................. 11 
Referências bibliográficas ..................................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Considerações Iniciais 
 
Na historia do direito processual civil, observa-se que várias foram as mudanças no 
intuito de tonar mais célere e efetiva a prestação jurisdicional. 
Nesse ínterim, observa-se que desde o direito romano, no período da legis actiones, 
quando ainda o procedimento era oral e ao final da oitiva das partes, o magistrado decidia a 
quem cabia o direito, após o prazo de 30 dias para “cumprimento voluntário”, iniciava-se a 
execução pessoal forçada, sem qualquer meio de defesa para o descumpridor da obrigação. 
Após vários anos, infere-se que mesmo com as modificações no direito romano, ainda 
persistiam as ideias da actio iudicati, necessitando-se de nova ação para executar a sentença 
condenatória. Em contrapartida, o direito germânico, no intuito de tornar o processo cada vez 
mais célere, passou a permitir a execução do julgado diretamente com os atos executivos
1
. 
Contudo, o ordenamento jurídico brasileiro, em pleno século XX passou a reproduzir o 
modelo romano, no qual se separava a fase de cognição da executiva, apresentando certo retorno 
ao medievalismo já superado em muitos modelos processuais, fato duramente criticado pela 
doutrina como se vê pelas alegações suscitadas pelo Ilustre Humberto Theodoro Junior: 
Em pleno século XX, voltou-se a presenciar o mesmo fenômeno da Idade 
Média: o inconformismo com a separação da atividade jurisdicional de 
cognição e de execução em compartimentos estanques, e a luta para eliminar 
a desnecessária figura da ação autônoma de execução de sentença (a velha 
actio iudicati do direito romano)2. 
Adiante, com a edição da Lei 11.232, de 22/12/2005, o processo tornou-se bifásico (fase 
de cognição e, na sequência, fase de cumprimento de sentença) nas ações que reconheçam 
obrigações de fazer, não fazer, de dar, conforme alteração imposta pelas Leis 8.952, de 13 de 
dezembro de 1994, e Lei 10.444, de 07 de maio de 2002, bem como nos feitos que seja 
reconhecido o pagamento de quantia certa. 
A partir de então, o processo de execução de título judicial deixou de ser autônomo, 
conforme dicção do artigo 475-I do Código de Processo Civil. Com a reforma, o cumprimento 
de sentença passou a ser a fase seguinte após a prolação da sentença condenatória, dentro da 
mesma relação processual, o que foi denominado de processo sincrético. Assim, aduz Sérgio 
Shimura: 
 
 
1
 THEODORO JÚNIOR, Humberto. O cumprimento da sentença e a garantia do devido processo legal: antecedente histórico da 
reforma da execução de sentença, ultimada pela lei n. 11.232, de 22.12.2005. 2ª ed. Belo Horizonte: Mandamentos, 2006a. p. 102. 
2
 THEODORO JÚNIOR, Humberto. As novas reformas do código de processo civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 104. 
5 
 
O cumprimento da sentença passa a ser fase subseqüente à decisão 
condenatória, uma etapa final, agora de efetivação do comando judicial. Não 
se há mais falar em “processo” de execução, despregado e autônomo do de 
conhecimento. De conseguinte, dá-se a fusão de dois processos em uma única 
relação jurídica processual (sincretismo processual), pelo menos quando o 
título executivo judicial se consubstanciar em a sentença condenatória 
proferida no processo civil, sentença homologatória de conciliação, transação 
ou formal ou certidão de partilha3. 
 
Diante desse quadro, várias foram as inovações legislativas, com o fito de atender ao 
chamado sincretismo processual, na tentativa de tornar cada vez mais efetiva a prestação 
jurisdicional, mormente quando se trata de sentença condenatória, que pressupõe um processo 
cognitivo exauriente. 
Nessa toada, em 2006 o legislador inovou ao introduzir no ordenamento jurídico 
brasileiro dispositivos que até então não haviam sido previstos, como o artigo 745-A do Código 
de Processo Civil, inserido pela Lei n. 11.382. Referido texto de lei criou a possibilidade de o 
devedor, atendidas às exigências legais (reconhecimento do crédito do exequente no prazo para 
interpor embargos e, ainda, depósito de 30% do valor da dívida, acrescida de custas e honorários 
advocatícios), requerer o parcelamento do débito em até seis parcelas mensais. Entretanto, como 
toda inovação traz questionamentos, aqui não foi diferente. 
A principal problemática que surgiu com a inovação legislativa supracitada e que persiste 
ainda nos dias de hoje entre os estudiosos do direito, diz respeito à (im)possibilidade de se 
aplicar o parcelamento do artigo 745-A do CPC na fase de cumprimento de sentença. 
Buscar-se-á aqui levantar os argumentos das correntes existentes, a fim de se 
compreender seus motivos e concluir para qual delas caminha nossos tribunais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 SHIMURA, Sérgio. Aspectos Polêmicos da Nova Execução de títulos judiciais – Lei 11.232/2005 - 3. Coordenação Teresa 
Arruda Alvim Wambier. 1ª ed., 2ª tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 560. 
6 
 
Parcelamento versus Cumprimento de sentença 
 
Conforme alhures aduzido, com a edição da lei 11.382/2006, foi introduzido no 
ordenamento brasileiro o parcelamento do débito, exigindo-se, segundo Montenegro Filho, os 
seguintes requisitos cumulativos: 
a) Requerimento expresso do devedor; 
b) Que o requerimento seja feito no prazo para a oposição dos embargos 
do devedor, reconhecendo a dívida e, portanto, por meio da preclusão lógica, 
retirando-lhe o direito de embargar em momento posterior;c) Depósito do valor do sinal (30% da dívida) sem necessidade de 
autorização judicial
4
. 
Diante desse contexto, passou-se a questionar a possibilidade de reconhecimento do novo 
instituto do parcelamento ao condenado a uma obrigação (dar, fazer, não fazer, pagar) 
reconhecida em uma sentença condenatória. 
Para melhor compreensão, mister aludirmos aos argumentos suscitados pelos estudiosos 
do tema. 
Pela aplicação do parcelamento 
O maior argumento daqueles que defendem a possibilidade de se aplicar o parcelamento 
ao cumprimento de sentença funda-se no artigo 475-R do CPC que faculta a aplicação 
subsidiária na fase de cumprimento das disposições regentes do processo executivo de título 
extrajudicial. 
Marinoni, defensor da corrente em comento, aduz que em atenção ao princípio da 
efetividade, mormente por se tratar de uma técnica de incentivo ao cumprimento da obrigação, 
nada teria de incompatível com o procedimento previsto para a fase do cumprimento de 
sentença, pelo que seria perfeitamente possível seu reconhecimento em favor do devedor do 
título executivo judicial
5
. 
Nesse sentido, colaciona-se a ementa de dois julgados, oriundos das 12ª e 17ª Câmaras 
Cíveis do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, respectivamente, que 
sustentam pela aplicabilidade do parcelamento no cumprimento de sentença, litteris: 
 
 
4
 MONTENEGRO FILHO, Misael. InFILIAR, Rodrigo José. Parcelamento do art. 745-A do CPC e sua aplicação na 
fase de cumprimento de sentença e na execução fiscal - Revista Jus Navigandi, disponível em 
<jus.com.br/artigos/17778/parcelamento-do-art-745-a-do-cpc-e-sua-aplicacao-na-fase-de-cumprimento-de-sentenca-e-
na-execucao-fiscal/>, acessado em 10/11/2013, às 11h15. 
5 MARINONI, Luiz Guilherme. Apud FILIAR, Rodrigo José. Parcelamento do art. 745-A do CPC e sua aplicação 
na fase de cumprimento de sentença e na execução fiscal - Revista Jus Navigandi 
<jus.com.br/artigos/17778/parcelamento-do-art-745-a-do-cpc-e-sua-aplicacao-na-fase-de-cumprimento-de-sentenca-e-
na-execucao-fiscal/> acessado em 10/11/2013, às 11h15. 
7 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
PARCELAMENTO DO DÉBITO EXEQUENDO. POSSIBILIDADE. 
ARTS. 475-R E 745-A DO CPC. 
O art. 475-R do CPC possibilita a aplicação subsidiária, ao cumprimento de 
sentença, no que couber, das normas que regem o processo de execução de 
título extrajudicial. Situação em que a devedora, ora agravante, dispõe-se a 
quitar o débito de forma parcelada, utilizando-se da faculdade prevista no art. 
745-A do CPC. Viabilidade, na medida em que não apresentado, pela 
credora, motivo justo e fundamentado para o indeferimento do pedido de 
parcelamento. Precedentes desta Corte e do STJ. AGRAVO PROVIDO. 
(Agravo de Instrumento Nº 70053663092, Décima Segunda Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jose Aquino Flores Camargo, Julgado 
em 25/04/2013) (grifei) 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONDOMÍNIO. AÇÃO DE COBRANÇA 
DE COTAS CONDOMINIAIS. FASE DE CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA. PARCELAMENTO DO DÉBITO. POSSIBILIDADE NO 
CASO CONCRETO. DECISÃO AGRAVADA REFORMADA. Possível o 
parcelamento do débito também em fase de cumprimento de sentença, 
mediante incidência do art. 745-A, do CPC. Isso porque, nos termos do art. 
475-R, do mesmo diploma, aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento de 
sentença as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial. 
Precedentes desta Corte. Ademais, o valor do débito condominial é ínfimo, 
relativamente ao valor do imóvel, com o que há de se levar em conta o modo 
menos gravoso para o devedor, devendo o direito à moradia -consagrado na 
Constituição da República - ser sopesado. AGRAVO PROVIDO, POR 
MAIORIA. (Agravo de Instrumento Nº 70048086243, Décima Sétima 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, 
Julgado em 22/08/2012) 
 
Observa-se, portanto, que, conforme alhures mencionado, os que sustentam a presente 
corrente prezam pela literalidade da lei, admitindo inexistir qualquer incompatibilidade com a 
previsão do parcelamento e a fase de cumprimento de sentença. 
 
Pela não aplicação do parcelamento 
 
Lado outro, há os que afirmam ser impossível que o condenado da sentença condenatória 
tenha reconhecido em seu favor o direito ao parcelamento. 
Isso porque, a ordem insculpida no artigo 475-J do CPC prevê que o devedor deverá 
efetuar o pagamento no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de multa, o que afastaria por 
completo a incidência do artigo 745-A do CPC na fase de cumprimento de sentença, 
notadamente pela incongruência existente entre referido artigo e aquela previsão do 475-J do 
CPC. 
Vale trazer à baila a eminente lição do Professor Humberto Theodoro Junior, que ao 
defender a presente corrente assim leciona: 
“O parcelamento concebido pelo art. 745-A é um incidente típico da 
execução por quantia certa fundada em título extrajudicial, que se apresenta 
como uma alternativa aos embargos do executado. Figura dentre os 
dispositivos que regulam os embargos, ação que nem sequer existe na 
execução de sentença. Aliás, não teria sentido beneficiar o devedor 
condenado por sentença judicial com novo prazo de espera, quando já se 
valeu de todas as possibilidades de discussão, recursos e delongas do 
8 
 
processo de conhecimento. Seria um novo e pesado ônus para o credor, que 
teve de percorrer a longa e penosa via crucis do processo condenatório, ter 
ainda de suportar mais seis meses para tomar as medidas judiciais executivas 
contra o devedor renitente. O que justifica a moratória do art. 745-A é a sua 
aplicação no início do processo de execução do título extrajudicial. Com o 
parcelamento legal busca-se abreviar, e não procrastinar, a satisfação do 
direito do credor que acaba de ingressar em juízo. O credor por título judicial 
não está sujeito à ação executiva nem tampouco corre o risco de ação de 
embargos do devedor. O cumprimento da sentença desenvolve-se 
sumariamente e pode atingir, em breve espaço de tempo, a expropriação do 
bem penhorado e a satisfação do valor da condenação. Não há, pois, lugar 
para prazo de espera e parcelamento num quadro processual como esse.6” 
 
Como se observa, admitir o reconhecimento do parcelamento ao devedor de uma sentença 
condenatória de célere e efetivo nada teria, tendo em vista que já teve a oportunidade de 
apresentar todos os meios de defesa possíveis e, mesmo com o trânsito em julgado da decisão, 
não cumpriu a obrigação voluntariamente. Seria penalizar duplamente o Autor/credor que teve 
de se submeter à demora do processo de conhecimento, principalmente pela necessidade de se 
exaurir todas as teses e meios processuais possíveis e, agora, que tem seu direito 
definitivamente reconhecido, lhe seria imposto receber de forma fracionada. 
Ao compulsar a jurisprudência, observa-se uma vasta quantidade de julgados nesse 
sentido, senão vejamos dois julgados oriundos das 5ª e 11ª Câmara Cíveis do E. Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, respectivamente, litteris: 
 
AGRAVO INTERNO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA. INAPLICABILIDADE DO ART. 745-A. O 
PAGAMENTO DE TÍTULO JUDICIAL DEVE SER FEITO DE FORMA 
INTEGRAL 1.Da decisão que julga monocraticamente o agravo de 
instrumento cabe o agravo previsto no art. 557, § 1º, do C.P.C., e não agravo 
regimental. 2.Por outro lado, segundo o princípio da fungibilidade recursal, 
não havendo erro grosseiro, preenchidos os demais requisitos do recurso que 
seria o correto e dentro do prazo legal deste, é possível o recebimento do 
agravo regimental como agravo interno. 3. É inaplicável a possibilidade 
prevista no artigo745-A do CPC ao parcelamento de débito lastreado em 
sentença condenatória transitada em julgado, estando esta modalidade 
especial de pagamento restrita aos títulos executivos extrajudiciais. 4. Assim, 
em que pese o artigo 475-R estabelecer a aplicação subsidiária ao 
cumprimento de sentença, no que couber, das normas que regem o processo 
de execução, há manifesta incompatibilidade entre o artigo 475-J - o qual 
prevê pagamento integral e imediato do débito - e o artigo 745-A - que 
faculta o pagamento de 30% da dívida e o parcelamento do restante em seis 
prestações em caso de reconhecimento do débito pelo credor -, não se 
cogitando, na hipótese dos autos, de aplicação subsidiária do regramento 
previsto para a execução de título extrajudicial quanto há norma expressa em 
sentido contrário para o judicial. 5. Os argumentos trazidos no recurso não se 
mostram razoáveis para reformar a decisão monocrática. Negado provimento 
ao agravo interno. (Agravo Regimental Nº 70050029313, Quinta Câmara 
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, 
Julgado em 29/08/2012) 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL EM 
ACIDENTE DE TRÂNSITO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PEDIDO 
DE PARCELAMENTO DA DÍVIDA. ART. 745-A DO CPC. 
 
6
 TEODORO JUNIOR, Humberto. A Reforma da Execução do Título Extrajudicial, Ed. Forense, 2007, p. 217. 
9 
 
IMPOSSIBILIDADE. A possibilidade de parcelamento da dívida, previsto no 
art. 745-A do CPC, é aplicável somente ao processo de execução de título 
extrajudicial, não sendo possível aplicar tal dispositivo, de forma subsidiária, 
ao pedido de cumprimento de sentença, tendo em vista que incompatível, já 
que o art. 475-J do CPC prevê a imediata satisfação do crédito exequendo, 
inclusive, sob pena de multa de 10%. Precedentes deste Tribunal de Justiça. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 
70050198159, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil, Julgado em 28/11/2012) 
Pela aplicabilidade condicional à anuência do credor 
Finalmente, o moderno processualista Fredie Didier Jr. sustenta um posicionamento 
intermediário. Propõe que caso haja concordância de ambas as partes com o parcelamento, deve 
ser deferido, o que equivaleria a verdadeira avença homologada em juízo e não no parcelamento 
puro do artigo 745-A do CPC. Isso porque 
 Conferir ao executado, no cumprimento de sentença, o direito potestativo ao 
parcelamento equivaleria a esgarçar a coisa julgada e a impor ao exequente a 
aceitação de um direito de que o executado não desfruta. Nada impede, 
contudo, que o exequente concorde com alguma proposta do executado de 
parcelar a dívida, mas aí haverá um acordo ou uma transação entre as partes, 
não se tratando de direito potestativo do executado, que deverá ser obedecido 
necessariamente7. 
 
Vários são os julgados do E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul nesse 
sentido: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA. PARCELAMENTO DA DÍVIDA. AUSÊNCIA DE 
PREVISÃO LEGAL. ART. 475-L DO CPC. Em sede de cumprimento de 
sentença, inexiste autorização legal para o parcelamento da dívida. Incidência 
do art. 745-a do CPC apenas sobre a execução de título extrajudicial. 
oposição do credor que inviabiliza a pretensão ao parcelamento da dívida. 
Precedentes jurisprudenciais. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO. 
(Agravo de Instrumento Nº 70044407930, Nona Câmara Cível, Tribunal de 
Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em 
15/08/2011) 
 
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA. PLEITO DE PARCELAMENTO DO VALOR DEVIDO - 
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO ART. 745-A DO CPC AO 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ART. 475-R. INCOMPATIBILIDADE 
QUE NÃO PERMITE, SEM A CONCORDÂNCIA DO CREDOR, A 
APLICAÇÃO DA NORMA. AGRAVO DESPROVIDO. (Agravo Nº 
70043766963, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Marilene Bonzanini Bernardi, Julgado em 10/08/2011) 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
PARCELAMENTO DA DÍVIDA. APLICAÇÃO DO ART. 745-A 
COMBINADO COM ART. 475-R, AMBOS DO CPC. VIABILIDADE DA 
CONCESSÃO DA "MORATÓRIA" TAMBÉM PARA O CUMPRIMENTO 
DE SENTENÇA, CONDICIONADA À ACEITAÇÃO PELO CREDOR. 
 
7 CUNHA, Leonardo José Carneiro da, DIDIER JR, Fredie et al. Curso de Direito Processual Civil. Execução, 
v.5, Salvador: JusPodivm, 2009, p. 388. 
 
10 
 
AGRAVO PROVIDO. UNANIME. (Agravo de Instrumento Nº 
70039359344, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Bernadete Coutinho Friedrich, Julgado em 16/12/2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Considerações Finais 
 
Diante dos contextos fático, legal, doutrinário e jurisprudencial ora apresentados, 
observamos que os julgados dos tribunais pátrios tem caminhado na direção da corrente 
intermediária adotada por Fredie Didier Jr e alguns outros doutrinadores modernos, que em 
atenção ao princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, buscam simplificar o 
procedimento, viabilizando uma efetiva prestação jurisdicional. 
Nos parece que impor ao Autor/credor da ação cognitiva que gerou o título executivo 
espere por mais tempo o adimplemento da obrigação e, ainda, de forma parcelada, seria 
verdadeira afronta aos princípios reitores do ordenamento jurídico brasileiro. Em contrapartida, 
não se infere nenhum óbice para que as partes convencionem o pagamento da condenação de 
forma parcelada, privilegiando-se sempre a efetividade do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Referências bibliográficas 
 
 CUNHA, Leonardo José Carneiro da, DIDIER JR, Fredie et al. Curso de Direito 
Processual Civil. Execução, v.5, Salvador: JusPodivm, 2009. 
 SHIMURA, Sérgio. Aspectos Polêmicos da Nova Execução de títulos judiciais 
– Lei 11.232/2005 - 3. Coordenação Teresa Arruda Alvim Wambier. 1ª ed., 2ª 
tiragem. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. 
 THEODORO JÚNIOR, Humberto. O cumprimento da sentença e a garantia 
do devido processo legal: antecedente histórico da reforma da execução de 
sentença, ultimada pela lei n. 11.232, de 22.12.2005. 2ª ed. Belo Horizonte: 
Mandamentos, 2006. 
 TEODORO JUNIOR, Humberto. A Reforma da Execução do Título 
Extrajudicial, Ed. Forense, 2007. 
 ARAÚJO, Ericka Patricia Ribeiro. Da necessidade de anuência do credor no 
parcelamento da execução previsto no artigo 745-A do CPC e da possibilidade de 
ser deferido em fase de cumprimento de sentença. In: Âmbito Jurídico, Rio 
Grande, XIV, n. 93, out 2011. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10496&revista_c
aderno=11>, acessado em 10/11/2013, às 11h30. 
 FILIAR, Rodrigo José. Parcelamento do art. 745-A do CPC e sua aplicação na 
fase de cumprimento de sentença e na execução fiscal. Jus Navigandi, Teresina, 
ano 15 (/revista/edicoes/2010), n. 2685 (/revista/edicoes/2010/11/7), 7 
(/revista/edicoes/2010/11/7) nov. (/revista/edicoes/2010/11) 2010 
(/revista/edicoes/2010) . Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/17778>, 
acessado em 10/11/2013, às 11h15.

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