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Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Cumprimento Provisório de Sentença. 
Cumprimentos de Sentença. Processo 
de Execução
Livro Eletrônico
2 de 123www.grancursosonline.com.br
Thiago Cordeiro Pivotto
Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação . ............................................................................................................................3
Cumprimentos de Sentença (Fazer, Não Fazer, Entregar e Pagar); Cumprimento 
Provisório de Sentença; Processo de Execução (Fazer, Não Fazer e Entregar) . ...............5
Disposições Gerais ao Cumprimento da Sentença. ................................................................5
Cumprimento Provisório da Sentença de Pagar Quantia Certa . ..........................................17
Cumprimento Definitivo de Sentença de Pagar Quantia Certa . ..........................................24
Cumprimento de Sentença de Fazer ou de Não Fazer . .......................................................32
Cumprimento de Sentença de Entregar Coisa . ....................................................................45
Processo de Execução para Entregar Coisa .........................................................................46
Processo de Execução para Fazer ou Não Fazer . ................................................................47
Resumo .....................................................................................................................................49
Questões de Concurso . .......................................................................................................... 58
Gabarito . ................................................................................................................................. 82
Gabarito Comentado . ..............................................................................................................83
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Thiago Cordeiro Pivotto
Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ApresentAção
Olá, tudo bem com você?
Vamos nos aventurar no maravilhoso mundo do Processo Civil e eu terei a honra de auxi-
liar você nessa caminhada.
Eu sempre adotei, na minha trajetória de estudos, um material base com o qual eu pudes-
se contar e ler sempre antes de fazer as provas. Acredito que seja fundamental você ter suas 
anotações/cadernos e sempre poder revisá-los nas semanas que antecedem a prova.
DICA!
É fundamental você ter um caderno apenas. Uma fonte para 
cada matéria. Não faça a besteira de ter três ou quatro ano-
tações esparsas da mesma matéria. Condensar tudo em um 
mesmo material é muito importante para fins de organização. 
Por isso, utilize este material em PDF e monte seus cadernos 
a partir deles, ou, caso você já tenha seus cadernos, alimen-
te-os com as informações que você verá aqui. O importante é 
você não ter uma pluralidade de materiais, porque se fizer isso 
você vai acabar se perdendo.
Minha trajetória de estudos começou em 2010 e, desde então, eu acompanho todas as 
notícias diárias que são publicadas no STF e no STJ, bem como todos os informativos sema-
nais dos dois tribunais, sem perder nenhum.
O diferencial deste material, portanto, é justamente este: abordarei com você o conteúdo 
básico de cada disciplina, mas irei aprofundar com a jurisprudência mais atual e mais diver-
sificada sobre o assunto, além de apresentar questões sobre as matérias.
As provas, atualmente, cobram muita letra de lei, mas também muito entendimento juris-
prudencial, por isso eu acredito que com esta leitura você ficará preparado(a) para alcançar 
seu objetivo no mundo dos concursos públicos, pois terá todo o conteúdo mais atualizado 
possível.
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Thiago Cordeiro Pivotto
Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Com esse método, fui aprovado e exerci os cargos de técnico administrativo no MPU, ana-
lista judiciário no TJ-DFT, juiz de direito no TJ-MT e juiz federal no TRF-1ª. Se eu consegui, 
você também consegue!
Em Processo Civil, ficarei responsável por 14 pontos que estão divididos conforme o cro-
nograma a seguir. Não vejo a necessidade de uma leitura ordenada dos pontos, portanto, você 
pode começar com provas (aula 12) e depois ler sobre juizados especiais (aula 28), por exem-
plo. Eu acho importante apenas que você leia o ponto inteiro antes de partir para o próximo.
Aula Conteúdo
7 Atos Processuais; e Vícios dos Atos
8 Tutela Provisória
9 Formação, Suspensão e Extinção do Processo; e Petição Inicial
10 Audiência de Mediação e Conciliação; Respostas do Réu; e Revelia
11 Providências Preliminares e Julgamento conforme o Estado do Processo; e Audiência de Instrução e 
Julgamento
12 Provas
13 Sentença; Liquidação de Sentença; e Coisa Julgada
16 Execução; Princípios, Sujeitos e Competência da Execução
17 Título Executivo; e Responsabilidade Patrimonial
18 Cumprimento Provisório de Sentença; Cumprimentos de Sentença (Fazer, Não Fazer, Entregar e 
Pagar); Processo de Execução (Fazer, Não Fazer e Entregar)
19 Processo de Execução de Pagar Quantia; Execuções Especiais
20 Defesas do Executado; Suspensão e Extinção do Processo de Execução
27 Mandado de Segurança; Ação Popular; Ação Civil Pública; e Ação de Improbidade Administrativa
28 Juizados Especiais; Processo Eletrônico
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CUMPRIMENTOS DE SENTENÇA (FAZER, NÃO FAZER, 
ENTREGAR E PAGAR); CUMPRIMENTO PROVISÓRIO 
DE SENTENÇA; PROCESSO DE EXECUÇÃO (FAZER, NÃO 
FAZER E ENTREGAR)
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os arts. 513 ao 527, 536 ao 538 e 806 ao 823 do 
Código de Processo Civil. Fique tranquilo(a) porque sempre que o artigo for muito importante, 
eu irei transcrevê-lo. Sempre que houver algum julgado importante, também transcreverei a 
ementa para que seu estudo fique dinâmico.
Disposições GerAis Ao Cumprimento DA sentençA
O cumprimento de sentença demanda a existência de um título executivo judicial para 
seu início. Já vimos em materiais anteriores algumas diferenças cruciais entre o processo de 
execução e a fase de cumprimento de sentença.
A despeito de algumas diferenças existentes, o Código permite a aplicação subsidiária 
das regras do processo de execução à fase de cumprimento de sentença, no que couber.
Diferentemente do cumprimento de sentença que reconheça as obrigações de fazer, não
fazer e entregar coisa, que podem ser iniciadas de ofício ou a requerimento da parte, no cum-
primento de sentença que reconhece o dever de pagar quantia, seja provisório ou definitivo, 
não será possível o início de ofício pelo juiz, havendo a necessidade de requerimento do exe-
quente-credor.
O devedor, portanto, é intimado para cumprir a sentença mediante várias hipóteses pos-
síveis, a depender do estado do processo. Perceba que não há citação, porque diante do pro-
cesso sincrético e da necessidade prévia de um pronunciamento judicial, presume-se já ter 
ocorrido a citação e a integração processual.
No caso da sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral e senten-
ça estrangeira homologada pelo STJ (bem como a decisão interlocutória estrangeira com 
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Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVILexequatur), não haverá processo sincrético, ou seja, haverá processo de execução autônomo
com títulos executivos judiciais!
É um processo autônomo de execução, mas o procedimento é de cumprimento de sentença!
Salvo a petição inicial e a citação, o procedimento é o cumprimento de sentença (TJMT/
P2/2014).
Dessa forma, a execução segue o rito do cumprimento de sentença, com multa de 10% caso 
não haja o pagamento espontâneo em 15 dias contados:
• da juntada do mandado de citação devidamente cumprido, no caso de sentença 
líquida; ou
• da intimação do devedor, na pessoa do seu advogado, por publicação no DJe, no caso 
de sentença ilíquida (porque, nesse caso, a citação já ocorreu na fase de liquidação 
prévia).
STJ. REsp 1102460/RJ. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA – 
ACÓRDÃO ESTADUAL DANDO PROVIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO DA SOCIE-
DADE EMPRESÁRIA EXECUTADA, POR CONSIDERAR DESCABIDA A INCIDÊNCIA DA 
MULTA DO ARTIGO 475-J DO CPC NO ÂMBITO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ARBI-
TRAL. INSURGÊNCIA DOS EXEQUENTES. 1. Para efeitos do artigo 543-C do CPC: No 
âmbito do cumprimento de sentença arbitral condenatória de prestação pecuniária, 
a multa de 10% (dez por cento) do artigo 475-J do CPC deverá incidir se o executado 
não proceder ao pagamento espontâneo no prazo de 15 (quinze) dias contados da jun-
tada do mandado de citação devidamente cumprido aos autos (em caso de título execu-
tivo contendo quantia líquida) ou da intimação do devedor, na pessoa de seu advogado, 
mediante publicação na imprensa oficial (em havendo prévia liquidação da obrigação 
certificada pelo juízo arbitral). 2. O Código de Processo Civil, assim como a Lei da Arbi-
tragem, confere a natureza de título executivo judicial à sentença arbitral, distinguindo 
apenas o instrumento de comunicação processual do executado. Com efeito, em se tra-
tando de cumprimento de sentença arbitral, a angularização da relação jurídica proces-
sual dar-se-á mediante citação do devedor no processo de liquidação ou de execução 
em vez da intimação promovida nos processos sincréticos (nos quais ocorrida a citação 
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no âmbito de precedente fase de conhecimento). Eis, portanto, a única diferença proce-
dimental entre o cumprimento da sentença proferida no processo civil e o da sentença 
arbitral. 3. Nessa ordem de ideias, à exceção da ordem de citação (e não de intimação 
atinente aos processos sincréticos), a execução da sentença arbitral condenatória de 
obrigação de pagar quantia certa observa o mesmo procedimento previsto para as sen-
tenças civis de idêntico conteúdo, qual seja, o regime previsto nos artigos 475-J a 475-R 
do CPC. 4. A multa de 10% (dez por cento) prevista no artigo 475-J do CPC (aplicável no 
âmbito do cumprimento de título representativo de obrigação pecuniária líquida) tem por 
objetivo garantir a maior efetividade e celeridade na prestação jurisdicional, tornando 
onerosa a recalcitrância do devedor em desobedecer o comando sentencial ao qual 
submetido. 5. Consequentemente, o afastamento da incidência da referida sanção no 
âmbito do cumprimento de sentença arbitral de prestação pecuniária representaria um 
desprestígio ao procedimento da arbitragem (tornando-a um minus em relação à juris-
dição estatal), olvidando-se de seu principal atrativo, qual seja, a expectativa de célere 
desfecho na solução do conflito. […]. 7. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao 
rito do artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008. (Rel. Ministro MARCO BUZZI, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 17/06/2015, DJe 23/09/2015).
Caso o devedor tenha advogado constituído nos autos, sua intimação ocorrerá por Diário 
da Justiça. Por outro lado, se o requerimento de cumprimento de sentença for formulado após 
um ano do trânsito em julgado da sentença, haverá a necessidade de intimação por carta com 
aviso de recebimento.
Caso o devedor não tenha advogado constituído nos autos, sem ser revel, ou seja, repre-
sentado pela Defensoria Pública, haverá a necessidade de intimá-lo por carta com aviso de 
recebimento.
Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públi-
cas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrôni-
cos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferen-
cialmente por esse meio. Com base nessa regra, utiliza-se o meio eletrônico para intimação, 
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caso não haja procurador constituído nos autos, pois, neste caso, a intimação ocorrerá pela 
regra geral (via Diário da Justiça).
Por fim, no processo de conhecimento, quando o réu for desconhecido ou incerto, ou mes-
mo quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar, terá ocorrido a ci-
tação por edital. Na fase de cumprimento de sentença, caso o réu revel citado por edital não 
tenha constituído advogado, haverá a necessidade de intimação por edital.
Nas situações em que o réu revel sem advogado nos autos, o réu representado pela De-
fensoria Pública ou as empresas públicas e privadas com cadastro no sistema de processo 
em autos eletrônicos tiverem mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, consi-
dera-se realizada a intimação no endereço antigo, como se válido fosse.
O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado
ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento.
Limite subjetivo é a eficácia inter pars da coisa julgada, regra no sistema processual. A coisa 
julgada vincula o autor, réu e terceiros intervenientes.
Exceções:
• assistente simples suporta a eficácia da intervenção;
• em ação de usucapião, por se tratar de reconhecimento de direito real, a sentença tem 
efeito erga omnes;
• em sucessão, pois o sucessor assume a posição do sucedido na relação jurídica dedu-
zida no processo;
• em dívidas condominiais em que, na fase de conhecimento, figurou o locatário do bem, 
é possível, na fase de cumprimento de sentença, penhorar o imóvel, mesmo sem a pre-
sença do proprietário do imóvel no polo passivo.
STJ. REsp 1829663/SP. DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. 
PENHORA DO IMÓVEL GERADOR DOS DÉBITOS CONDOMINIAIS NO BOJO DE AÇÃO DE 
COBRANÇA NA QUAL A PROPRIETÁRIA DO BEM NÃO FIGUROU COMO PARTE. POSSIBI-
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
LIDADE. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. 1. Embargos de terceiro opostos pela proprietária 
do imóvel, por meio dos quais se insurge contra a penhora do bem, realizada nos autos 
de ação de cobrança de cotas condominiais, já em fase de cumprimento de sentença, 
ajuizada em face da locatária. 2. Ação ajuizada em 22/03/2011. Recurso especial con-
cluso ao gabinete em 30/06/2016. Julgamento: CPC/73. 3. O propósito recursal é definir 
se a proprietária do imóvel gerador dos débitos condominiais pode ter o seu bem penho-
rado no bojo de ação de cobrança, já em fase de cumprimento de sentença, da qual não 
figurou no polo passivo, uma vez que ajuizada, em verdade, em face da então locatária 
do imóvel. 4. Em se tratando a dívida de condomínio de obrigação propter rem e par-
tindo-se da premissa de que o próprio imóvel gerador das despesas constitui garantia 
ao pagamento da dívida, o proprietário do imóvel pode ter seu bem penhorado no bojode ação de cobrança, já em fase de cumprimento de sentença, da qual não figurou no 
polo passivo. 5. A solução da controvérsia perpassa pelo princípio da instrumentalidade 
das formas, aliado ao princípio da efetividade do processo, no sentido de se utilizar a 
técnica processual não como um entrave, mas como um instrumento para a realização 
do direito material. Afinal, se o débito condominial possui caráter ambulatório, não faz 
sentido impedir que, no âmbito processual, o proprietário possa figurar no polo pas-
sivo do cumprimento de sentença. 6. Em regra, deve prevalecer o interesse da coleti-
vidade dos condôminos, permitindo-se que o condomínio receba as despesas indis-
pensáveis e inadiáveis à manutenção da coisa comum. 7. Recurso especial conhecido 
e provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/11/2019, 
DJe 07/11/2019).
STJ. REsp 775.841/RS. […]. – Nos termos do art. 472 do CPC, a regra é que a imutabili-
dade dos efeitos da sentença só alcance as partes. Contudo, em determinadas circuns-
tâncias, diante da posição do terceiro na relação de direito material, bem como pela 
natureza desta, a coisa julgada pode atingir quem não foi parte no processo. Entre essas 
hipóteses está a sucessão, pois o sucessor assume a posição do sucedido na relação 
jurídica deduzida no processo, impedindo nova discussão sobre o que já foi decidido. 
[...]. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 
26/03/2009).
STJ. REsp 1421034/RS. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS DECORRENTES DA MORTE DE GENITOR EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. PRE-
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
MISSA FÁTICA ADOTADA EM DEMANDA INDENIZATÓRIA ANTECEDENTE. COISA JUL-
GADA. INEXISTÊNCIA. 1. No Código de Processo Civil de 1973, os limites subjetivos da 
coisa julgada encontravam-se, expressamente, insertos no artigo 472, segundo o qual “a 
sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem preju-
dicando terceiros”. 2. Nada obstante, além de alcançar quem efetivamente figura como 
parte em uma dada relação jurídica processual, a autoridade da coisa julgada também 
se estende ao seu sucessor, “porque todo fenômeno de sucessão importa sub-rogação 
em situações jurídicas e aquele é sempre um prolongamento do sucedido como centro 
de imputação de direitos, poderes, obrigações, faculdades, ônus, deveres e sujeição”
(DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do Processo Civil Moderno. Tomo II, 6ª 
ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p.1.145-1.146). 3. Versando, contudo, a demanda sobre 
direito próprio do herdeiro – indenização pelo dano moral causado pela morte prematura 
de seu genitor em acidente de trânsito –, sua posição, em relação à demanda antece-
dente ajuizada em face da citada vítima fatal, era mesmo de terceiro e não parte. Logo, 
a coisa julgada formada anteriormente, no âmbito da ação ajuizada pelo ora réu em face 
do espólio, não se revela extensível ao herdeiro (ora recorrido), nem para o prejudicar 
nem para o beneficiar. 4. É certo que, a partir da vigência do CPC de 2015, a coisa julgada 
pode favorecer terceiros. Contudo, tal regramento somente pode ser aplicado àquelas 
decisões judiciais de mérito transitadas em julgado sob sua égide, nos termos do artigo 
14 do novel codex. 5. Ademais, o conteúdo do artigo 469 do CPC de 1973, sobre os limites 
objetivos da coisa julgada, também inviabiliza a adoção da premissa fática firmada em 
ação precedente em benefício do herdeiro da vítima do sinistro. Isso porque os motivos 
(a exemplo da causa de pedir), ainda quando relevantes para o comando concreto pro-
nunciado pelo juiz na decisão, somente fazem coisa julgada se conectados ao pedido, 
isto é, como elemento da situação jurídica definida pelo dispositivo. 6. Da mesma forma, 
a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença ou do acórdão, não se 
recobre do manto da intangibilidade da res judicata. “De tal sorte, um fato tido como ver-
dadeiro em um processo pode muito bem ter sua inverdade demonstrada em outro, sem 
que a tanto obste a coisa julgada estabelecida na primeira relação processual. Natural-
mente, o segundo julgamento, embora baseado no mesmo fato, há de referir-se à lide 
ou questões diversas, porquanto não será lícito reabrir-se o processo sobre o que já 
foi decidido e se acha acobertado pela ‘res iudicata’”. (THEODORO JÚNIOR, Humberto. 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Artigo “Coisa julgada: limites objetivos e eficácia preclusiva (CPC atual e Código proje-
tado)”. In: O direito de estar em juízo e a coisa julgada: estudos em homenagem a The-
reza Alvim. Coordenadores Arlete Inês Aurelli. (et al.). São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2014, p. 768-769). 7. Assim, não se reveste da imutabilidade da coisa julgada a premissa 
fática (culpa concorrente pelo acidente de trânsito) adotada, na demanda anterior, como 
fundamento para a condenação do espólio do de cujus (genitor do ora recorrido) ao 
pagamento de indenização pelos danos materiais causados ao ora recorrente, quando 
dissociada do pedido deduzido naqueles autos. 8. Desse modo, tanto em razão dos limi-
tes subjetivos quanto dos objetivos, não é possível reconhecer, na espécie, coisa julgada 
vinculativa da atividade jurisdicional, afigurando-se correta, portanto, a decisão profe-
rida pelo magistrado de piso, que, analisando o caderno probatório, apontou a culpa 
exclusiva do de cujus pelo acidente de trânsito e, consequentemente, julgou improce-
dente a pretensão indenizatória ajuizada pelo ora recorrido. 9. Recurso especial conhe-
cido em parte e, nessa extensão, provido. (Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 17/05/2018, DJe 08/06/2018)
Como dito, para se dar início à fase de cumprimento de sentença há a necessidade de o 
credor possuir um título executivo judicial, existindo um rol de títulos dessa espécie no Códi-
go, de natureza taxativa, diante do princípio da tipicidade dos títulos executivos.
São títulos executivos judiciais as decisões proferidas no processo civil que reconheçam 
a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
Também são considerados títulos judiciais a decisão homologatória de autocomposição 
judicial e a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza. 
A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação 
jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Quando o antigo art. 475-N permitia a homologação de matéria não posta em juízo, queria 
dizer que a matéria está em juízo, ou seja, há lide. Daí a razão de utilizar a palavra “posta”. 
Afirmava-se que “o Poder Judiciário não pode ser utilizado como mero cartório que incluirá, 
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Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
em documentos submetidos à sua sumária avaliação, um mero selo, que sequer pode ser 
chamado selo de qualidade, porque não é submetido, do ponto de vista substancial, a seu 
controle efetivo” (Notícias do STJ de 22/11/2012).
A nova redação do atual CPC, contudo, afirma que a autocomposição judicial pode envolver 
relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo, dando a entender que haveria interesse 
processual na homologação judicial de acordo mesmo sem existir qualquer demanda ajuiza-da. O tema, contudo, é bastante tormentoso.
STJ. REsp 1.184.267 / MS. PROCESSO CIVIL. TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL. HOMOLO-
GAÇÃO. LEI 9.099/95. ART. 57. IMPOSSIBILIDADE. 1. É imprescindível preservar o escopo 
da Lei 9.099/95, criada para facilitação de acesso ao Poder Judiciário pelos titulares de 
direitos relacionados a lides de menor complexidade. 2. O art. 57 da Lei 9.099/95 tem, 
em princípio, eficácia transcendente à Lei dos Juizados Especiais. Essa norma, contudo, 
teria o papel de regular provisoriamente a matéria, até que ela encontrasse regulação 
específica nos diplomas adequados, a saber, o Código de Processo Civil e o Código Civil. 
3. Na última alteração a que se sujeitou o CPC, incluiu-se o art. 475-N, que em lugar de 
atribuir eficácia de título executivo judicial à sentença que homologue acordo que verse 
sobre matéria não posta em juízo, passou a falar em transações que incluam matéria 
não posta em juízo. 4. Uma transação que inclua matéria não posta em juízo pressupõe 
a existência prévia de uma lide, admitindo apenas sua maior amplitude de conteúdo que 
o dessa lide posta. Assim, a transação para ser homologada teria de ser levada a efeito 
em uma ação já ajuizada. 5. Recurso especial não provido. (Rel. Min. Nancy Andrighi, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2012).
É título executivo judicial o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. Perceba que, nes-
se caso, há uma limitação da abrangência dos sujeitos.
Também o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários 
tiverem sido aprovados por decisão judicial é título executivo judicial.
É título executivo judicial a sentença penal condenatória transitada em julgado. Perceba 
que é possível o juízo penal fixar desde logo o valor da indenização, tornando o título líquido. 
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Caso contrário, a sentença penal permitirá o início da liquidação de sentença, para fixação do 
quanto é devido.
A sentença arbitral também é título executivo judicial.
Por fim, a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça, bem como 
a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo 
Superior Tribunal de Justiça, são títulos executivos judiciais.
Como dito acima, nos casos de sentença penal condenatória transitada em julgado, sen-
tença arbitral, sentença estrangeira homologada pelo STJ e decisão interlocutória estrangei-
ra, após a concessão do exequatur, haverá citação do devedor no juízo cível para cumprimen-
to da sentença ou para a liquidação, no prazo de 15 dias.
O cumprimento de sentença efetua-se perante os tribunais, nas causas de competência 
originária ou perante o juízo que decidiu a causa em primeiro grau de jurisdição.
Também é atribuído ao juízo cível competente o cumprimento de sentença quando se 
tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de 
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Fora a hipótese de cumprimento de sentença nos tribunais, o exequente poderá optar pelo 
juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos 
à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não 
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
O credor pode optar pela remessa dos autos ao foro de domicílio do executado mesmo após 
o início do cumprimento de sentença.
STJ. REsp 1776382/MT. […]. 5. Em regra, o cumprimento de sentença efetua-se perante 
o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição. Contudo, nos termos do 
art. 516, parágrafo único, do CPC/2015, o exequente passou a ter a opção de ver o cum-
primento de sentença ser processado perante o juízo do atual domicílio do executado, 
do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou do local onde deva ser exe-
cutada a obrigação de fazer ou não fazer, casos em que a remessa dos autos do pro-
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cesso será solicitada ao juízo de origem. 6. Como essa opção é uma prerrogativa do 
credor, ao juiz não será lícito indeferir o pedido se este vier acompanhado da prova de 
que o domicílio do executado, o lugar dos bens ou o lugar do cumprimento da obriga-
ção é em foro diverso de onde decidida a causa originária. 7. Com efeito, a lei não impõe 
qualquer outra exigência ao exequente quando for optar pelo foro de processamento do 
cumprimento de sentença, tampouco dispondo acerca do momento em que o pedido 
de remessa dos autos deve ser feito – se antes de iniciada a execução ou se ele pode 
ocorrer incidentalmente ao seu processamento. 8. Certo é que, se o escopo da norma
é realmente viabilizar a efetividade da pretensão executiva, não há justificativa para se 
admitir entraves ao pedido de processamento do cumprimento de sentença no foro de 
opção do exequente, ainda que o mesmo já tenha se iniciado. 9. A remessa dos autos ao 
foro da Comarca de São Paulo/SP é medida que se impõe. 10. Recurso especial parcial-
mente conhecido e, nessa extensão, provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 03/12/2019, DJe 05/12/2019).
A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, 
depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário de 15 dias. Para tanto, o exequente 
deve apresentar certidão de teor da decisão, que deve ser fornecida no prazo de três dias, com 
a indicação do nome e qualificação do exequente e do executado, número do processo, valor 
da dívida e data do decurso do prazo para pagamento voluntário.
Na rara hipótese em que pender ação rescisória para impugnar a decisão exequenda, pode 
o executado pedir a anotação de tal informação à margem do título protestado.
Comprovada a satisfação integral da obrigação, a requerimento do executado, o protesto 
será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo 
de três dias, contado da data de protocolo do requerimento.
Sentença judicial condenatória transitada em julgado pode ser protestada, dada a restrição
ao crédito que ela acarreta, obrigado o devedor a adimplir sua obrigação. Esse entendimento 
existia antes mesmo do CPC de 2015.
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É certo que a sentença não precisa da publicidade nem da prova inequívoca do inadim-
plemento, que são, em última análise, o escopo do protesto. A publicidade é inerente aos 
atos judiciais e a prova do inadimplemento vem de simples certidão do juízo, informando 
a propositura da ação de execução. Contudo, além desses escopos, o protesto causa 
efeito negativo na vida do devedor recalcitrante. A publicidade específica, que causa a 
restrição ao crédito, leva o devedor a adimplir sua obrigação, tão logo quanto possível, 
para livrar-se da restrição creditícia. (ITA do REsp 750805/RS).
STJ. REsp 750805/RS. RECURSO ESPECIAL. PROTESTO DE SENTENÇA CONDENATÓRIA, 
TRANSITADA EM JULGADO. POSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA DE QUE REPRESENTE OBRI-
GAÇÃO PECUNIÁRIA LÍQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL. 1. O protesto comprova o inadimple-
mento. Funciona, por isso, como poderoso instrumento a serviço do credor, pois alerta 
o devedor para cumprir sua obrigação. 2. O protestoé devido sempre que a obriga-
ção estampada no título é líquida, certa e exigível. 3. Sentença condenatória transitada 
em julgado, é título representativo de dívida – tanto quanto qualquer título de crédito. 
4. É possível o protesto da sentença condenatória, transitada em julgado, que repre-
sente obrigação pecuniária líquida, certa e exigível. 5. Quem não cumpre espontanea-
mente a decisão judicial não pode reclamar porque a respectiva sentença foi levada a 
protesto. (Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 
14/02/2008, DJe 16/06/2009).
Lei b. 9.492/1997 (Define competência, regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títu-
los e outros documentos de dívida e dá outras providências):
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de 
obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
STJ. REsp 1126515/PR. 1. Trata-se de Recurso Especial que discute, à luz do art. 1º da 
Lei 9.492/1997, a possibilidade de protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA), título exe-
cutivo extrajudicial (art. 586, VIII, do CPC) que aparelha a Execução Fiscal, regida pela Lei 
6.830/1980. […]. 4. No regime instituído pelo art. 1º da Lei 9.492/1997, o protesto, insti-
tuto bifronte que representa, de um lado, instrumento para constituir o devedor em mora 
e provar a inadimplência, e, de outro, modalidade alternativa para cobrança de dívida, 
foi ampliado, desvinculando-se dos títulos estritamente cambiariformes para abranger 
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todos e quaisquer “títulos ou documentos de dívida”. Ao contrário do afirmado pelo Tri-
bunal de origem, portanto, o atual regime jurídico do protesto não é vinculado exclusiva-
mente aos títulos cambiais. […]. 16. A interpretação contextualizada da Lei 9.492/1997 
representa medida que corrobora a tendência moderna de intersecção dos regimes jurí-
dicos próprios do Direito Público e Privado. A todo instante vem crescendo a publici-
zação do Direito Privado (iniciada, exemplificativamente, com a limitação do direito de
propriedade, outrora valor absoluto, ao cumprimento de sua função social) e, por outro 
lado, a privatização do Direito Público (por exemplo, com a incorporação – naturalmente 
adaptada às peculiaridades existentes – de conceitos e institutos jurídicos e extraju-
rídicos aplicados outrora apenas aos sujeitos de Direito Privado, como, e.g., a utiliza-
ção de sistemas de gerenciamento e controle de eficiência na prestação de serviços). 
17. Recurso Especial provido, com superação da jurisprudência do STJ. (Rel. Ministro 
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/12/2013, DJe 16/12/2013).
A prescrição da pretensão executória de título cambial não enseja o cancelamento automáti-
co de anterior protesto regularmente lavrado e registrado.
Protestar o título já prescrito não pode.
STJ. REsp 813.381/SP. RECURSO ESPECIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. NOTA PROMIS-
SÓRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. PROTESTO REGULARMENTE LAVRADO. AJUIZA-
MENTO DE AÇÃO EXECUTIVA. PRESCRIÇÃO DO TÍTULO. AÇÃO DE CANCELAMENTO DO 
REGISTRO DO PROTESTO FUNDADA EM MOTIVO DIVERSO DO PAGAMENTO DO TÍTULO 
(LEI 9.492/97, ART. 26, § 3º). NECESSIDADE DE DECISÃO JUDICIAL. RECURSO PROVIDO. 
1. De acordo com o art. 26, § 3º, da Lei 9.492/97, o cancelamento do registro do pro-
testo advém, normalmente, apenas em razão do pagamento do título. Por qualquer outra 
razão, somente poderá o devedor obter o cancelamento mediante decisão judicial favo-
rável. 2. Como esclarece FRAN MARTINS: “o protesto cambial não cria direitos. Meio de 
prova especialíssimo, próprio dos títulos cambiários, ele apenas atesta um fato, a falta
ou recusa do aceite ou do pagamento.” Portanto, o protesto não se prende imediata-
mente à exequibilidade do título ou de outro documento de dívida, mas sim à inadim-
plência e ao descumprimento da obrigação representada. Como estas não desaparecem 
com a mera prescrição do título executivo não quitado, o protesto não pode ser cance-
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lado simplesmente em função da inaptidão do título prescrito para ser objeto de ação de 
execução. 3. Recurso especial provido. (Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, 
julgado em 20/11/2014, DJe 20/05/2015).
Destaque-se que, ao contrário dos registros em cadastros de inadimplentes, não há prazo fixado para 
que o protesto seja cancelado, isto é, o decurso do prazo não é motivo suficiente para o cancelamen-
to do protesto. O efeito da inscrição em cadastros de inadimplentes terá a duração de 5 anos ou até 
a prescrição da cobrança da obrigação, mas isso não cancela, por si só, o protesto realizado. Nem 
a prescrição da eventual pretensão executória é motivo para o cancelamento do protesto. (Marlon 
Tomazette, Curso de Direito Empresarial. Vol. 2, 4ª ed., São Paulo: Atlas, 2013, p. 167 e p. 175).
Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e 
dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e 
nestes serão decididas pelo juiz.
Cumprimento provisório DA sentençA De pAGAr QuAntiA CertA
Para se ter um cumprimento provisório de sentença que reconheça a exigibilidade de obri-
gação de pagar quantia certa, há a necessidade de a causa não ter transitado em julgado, 
caso contrário se estaria em cumprimento definitivo, bem como de o recurso interposto não 
ter sido recebido com efeito suspensivo, o que obsta o cumprimento provisório.
O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito sus-
pensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, porém com algumas 
adaptações.
O cumprimento provisório corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se 
obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido.
Da mesma forma, o cumprimento provisório fica sem efeito, sobrevindo decisão que mo-
difique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e 
liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos.
Claro que se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada ape-
nas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução.
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A restituição ao estado anterior não implica o desfazimento da transferência de posse ou 
da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, 
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
Os danos causados a partir da execução de tutela antecipada (assim também a tutela caute-
lar e a execução provisória) geram responsabilidade objetiva também.
STJ. REsp 1191262/DF. […]. 2. Recurso especial interposto por Mozariém Gomes do 
Nascimento: 2.1. Os danos causados a partir da execução de tutela antecipada (assim 
também a tutela cautelar e a execução provisória) são disciplinados pelo sistema pro-
cessual vigente à revelia da indagação acerca da culpa da parte, ou se esta agiu de 
má-fé ou não. Basta a existência do dano decorrente da pretensão deduzida em juízo 
para que sejam aplicados os arts. 273, § 3º, 475-O, incisos I e II, e 811 do CPC. Cuida-se 
de responsabilidade objetiva, conforme apregoa, de forma remansosa, doutrina e juris-
prudência. 2.2. A obrigação de indenizar o danocausado ao adversário, pela execução 
de tutela antecipada posteriormente revogada, é consequência natural da improcedên-
cia do pedido, decorrência ex lege da sentença e da inexistência do direito anteriormente 
acautelado, responsabilidade que independe de reconhecimento judicial prévio, ou de 
pedido do lesado na própria ação ou em ação autônoma ou, ainda, de reconvenção, bas-
tando a liquidação dos danos nos próprios autos, conforme comando legal previsto nos 
arts. 475-O, inciso II, c/c art. 273, § 3º, do CPC. Precedentes. 2.3. A complexidade da 
causa, que certamente exigia ampla dilação probatória, não exime a responsabilidade do 
autor pelo dano processual. Ao contrário, neste caso a antecipação de tutela se eviden-
ciava como providência ainda mais arriscada, circunstância que aconselhava conduta de 
redobrada cautela por parte do autor, com a exata ponderação entre os riscos e a como-
didade da obtenção antecipada do pedido deduzido. 3. Recurso especial do Condomínio 
do Shopping Conjunto Nacional não provido e recurso de Mozariém Gomes do Nasci-
mento provido. (Quarta Turma. Rel. Min. Luis Felipe Salomão. Julgado em 25/09/2012).
A obrigação de indenizar o dano causado pela execução de tutela antecipada posteriormente
revogada é consequência natural da improcedência do pedido.
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STJ. REsp 1767956/RJ. [...]. 5. Esta Corte Superior compreende que a obrigação de inde-
nizar o dano causado pela execução de tutela antecipada posteriormente revogada é 
consequência natural da improcedência do pedido, dispensando-se, inclusive, pedido da 
parte interessada. 6. A sentença de improcedência, quando revoga tutela concedida por 
antecipação, constitui, como efeito secundário, título de certeza da obrigação de o autor 
indenizar o réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor exato será pos-
teriormente apurado em liquidação nos próprios autos. Precedente: REsp 1.548.749/RS, 
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Segunda Seção, DJe 6/6/2016. 7. Recurso espe-
cial parcialmente provido. (Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
23/10/2018, DJe 26/10/2018).
O ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória posterior-
mente revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que 
possível, deverá ser liquidado nos próprios autos.
STJ. REsp 1770124/SP. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESIS-
TÊNCIA DA DEMANDA APÓS A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA. EXTINÇÃO DO 
FEITO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA FORMULADO PELA 
PARTE RÉ PLEITEANDO O RESSARCIMENTO DOS VALORES DESPENDIDOS EM RAZÃO 
DO DEFERIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA. CABIMENTO. DESNECESSIDADE DE PRO-
NUNCIAMENTO JUDICIAL PRÉVIO NESSE SENTIDO. OBRIGAÇÃO EX LEGE. INDENIZA-
ÇÃO QUE DEVERÁ SER LIQUIDADA NOS PRÓPRIOS AUTOS. ARTS. 302, CAPUT, INCISO 
III E PARÁGRAFO ÚNICO, E 309, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. 
REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO QUE SE IMPÕE. RECURSO PROVIDO. 1. A questão 
jurídica discutida consiste em definir se é possível proceder à execução, nos próprios 
autos, objetivando o ressarcimento de valores despendidos a título de tutela anteci-
pada, posteriormente revogada em virtude de sentença que extingue o processo, sem 
resolução de mérito, por haver a autora desistido da ação. 2. O Código de Processo 
Civil de 2015, seguindo a mesma linha do CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, 
ao estabelecer que o beneficiado com o deferimento da tutela provisória deverá arcar 
com os prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for desfavo-
rável; ii) a parte requerente não fornecer meios para a citação do requerido no prazo de 
5 (cinco) dias, caso a tutela seja deferida liminarmente; iii) ocorrer a cessação da eficá-
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cia da medida em qualquer hipótese legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou pres-
crição da pretensão do autor (CPC/2015, art. 302, caput e incisos I a IV). 3. Em relação 
à forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da 
tutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015 é claro ao estabelecer que 
“a indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre 
que possível”, dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma para esse fim. 
4. Com efeito, a obrigação de indenizar a parte adversa dos prejuízos advindos com o 
deferimento da tutela provisória posteriormente revogada é decorrência ex lege da sen-
tença de improcedência ou de extinção do feito sem resolução de mérito, como no caso, 
sendo dispensável, portanto, pronunciamento judicial a esse respeito, devendo o res-
pectivo valor ser liquidado nos próprios autos em que a medida tiver sido concedida, em 
obediência, inclusive, aos princípios da celeridade e economia processual. 5. Recurso 
especial provido. (Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 21/05/2019, DJe 24/05/2019).
Exceção à responsabilidade objetiva por danos decorrentes de provimento cautelar, execução 
de tutela antecipada e execução provisória: Verba alimentar é irrepetível.
O que foi pago, não volta. Mesmo com dolo da parte que recebeu (STJ).
STJ. REsp 412684/SP. RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano moral. Marido enganado. Ali-
mentos. Restituição. 1 – A mulher não está obrigada a restituir ao marido os alimentos 
por ele pagos em favor da criança que, depois se soube, era filha de outro homem. 2 – 
A intervenção do Tribunal para rever o valor da indenização pelo dano moral somente 
ocorre quando evidente o equívoco, o que não acontece no caso dos autos. Recurso 
não conhecido. (Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 
20/08/2002, DJ 25/11/2002, p. 240).
Uma das principais diferenças em relação à execução definitiva repousa no fato de que 
o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de 
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave 
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dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e 
prestada nos próprios autos.
Essa caução, contudo, poderá ser dispensada nos seguintes casos: quando o crédito for 
de natureza alimentar, independentemente de sua origem; quando o credor demonstrar situ-
ação de necessidade; quando pender agravo contra decisão do presidente ou vice-presidente 
do tribunal que inadmitir RE ou REsp; ou quando a sentença a ser provisoriamente cumprida 
estiver em conformidade com súmula do STF ou do STJ ou com acórdão proferido no julga-
mento de casos repetitivos.
Ainda nessas hipóteses em que é possível dispensar a caução, deverá o juiz analisar a 
possibilidade de essa dispensa resultar manifesto risco de grave dano ou de difícil ou incerta 
reparação, ocasião em que poderá, ainda assim, manter a necessidade da caução.
Proposto o cumprimento provisório da sentença, que será formulado em petição dirigida 
ao juiz competente, o executado poderá apresentar impugnação nos próprios autos, em 15 
dias, independentemente de garantia.
Tenha em mente que se há a pendência de um recurso, o processo principal está em outra 
instância, por isso há a necessidade da petiçãoautônoma, que será dirigida ao juiz que seria 
responsável pelo cumprimento definitivo.
Na hipótese de se tratar de processo físico, a petição deve ser acompanhada de cópias da 
decisão exequenda, da certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo, 
de procuração outorgada pelas partes, da decisão de habilitação se for o caso e, facultativa-
mente, de outras peças processuais necessárias.
Todas as peças nominadas acima são obrigatórias. Veja que, se o processo for eletrônico, 
não haverá a necessidade de juntada de tais documentos, nem mesmo os obrigatórios.
Saiba que é possível o cumprimento provisório de sentença que reconheça a obrigação de 
fazer, não fazer ou dar coisa, aplicando-se, no que couber, estas regras.
No cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa
também são devidos a multa e os honorários referentes ao cumprimento definitivo.
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Quer isso dizer que o executado será intimado para pagar o débito, no prazo de 15 dias. 
Não havendo o pagamento nesse prazo, o débito será acrescido de multa de 10% e honorários 
de 10%. Transcorrido esse prazo é que se tem início novo prazo de 15 dias para a impugnação.
Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isen-
tar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto.
O autor da APP não se submete à caução para executar provisoriamente o julgado (TRF2/2012).
STJ. RMS 2366/MG. […]. 2. COMO SUBSTITUTO DO PODER PUBLICO, O AUTOR DA AÇÃO 
POPULAR NÃO ESTA OBRIGADO A PRESTAR CAUÇÃO AO REQUERER A EXECUÇÃO PRO-
VISORIA DO JULGADO. […]. (Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 02/10/1995, DJ 11/03/1996, p. 6599).
O STJ vai um pouco além nas hipóteses de dispensa que o legislador estipulou:
STJ. REsp 1125582. […]. 7. […]. Advirta-se, entretanto, que a prestação de garantia não
deve inviabilizar o acesso à justiça, permitindo-se, casuisticamente, ao juiz que a dis-
pense nos casos em que a sua exigibilidade obsta a promoção da execução. Ademais, 
a caução reclama avaliação pelo juízo de eventuais e possíveis prejuízos com a reversão 
do julgado, por isso que onde não houver risco não se impõe, podendo iniciar-se o pro-
cesso sem caução a garantia.”. (FUX, Luiz. Curso de direito processual Civil. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, pág. 1281 – grifo nosso) […].
Houve um caso, inclusive, em que o STJ admitiu que a ex-esposa pudesse sacar sem cau-
ção R$ 8 milhões em indenização devida ao ex-marido.
A Quarta Turma do STJ assegurou a uma mulher o direito de sacar, sem prestação de caução, 
metade da indenização paga ao ex-marido em processo de dissolução de sociedade comercial. 
O ex-marido integrava o quadro societário durante o casamento em regime de comunhão parcial 
de bens.
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O casamento durou de 1992 a 2000, quando houve a separação de corpos, e em 2004 houve o di-
vórcio. Durante a união em regime de comunhão parcial de bens, o homem integrava a sociedade. 
A indenização pela dissolução parcial da sociedade, no valor total de R$ 16 milhões, integrou os 
bens objeto do inventário e foi bloqueada para assegurar a divisão. (Notícias do STJ de 23/02/12).
STJ. REsp 1.283.796 – RJ. […]. 3. A impossibilidade de reversão da decisão (em fase de 
execução), que reconheceu o direito do ex-cônjuge varão à percepção de indenização 
em processo de dissolução de sociedade comercial, cumulada com apuração de have-
res, somada ao direito incontroverso da ex-mulher à meação desses valores, legitima 
seu levantamento pela recorrida, máxime tendo em vista que o patrimônio do casal é 
suficientemente expressivo para cobrir qualquer diferença porventura apurada em favor 
de um ou de outro, nos autos do inventário e partilha, consoante consignado pelo tribu-
nal de origem (fl. 191). Infirmar tal decisão é vedado pelo óbice erigido pela Súmula 7 do 
STJ. 4. Ademais, sendo o escopo precípuo da caução prevenir provável risco de grave 
dano de difícil ou incerta reparação a que exposto o executado com o prosseguimento 
da execução, ressoa inequívoca a prescindibilidade desta garantia no caso em julga-
mento, ante o expressivo vulto do patrimônio partilhável. […]. (Julgado em 14/02/2012).
“Consumidora do Rio Grande do Sul que alega ter adquirido compulsão para o jogo, após 
ingestão de medicamento, deve continuar prestando caução em favor da empresa fabricante 
do remédio, a qual lhe paga pensão mensal determinada por liminar.” (Notícias do STJ de 
09/03/2012).
No caso específico, a pensão adquiriu natureza híbrida, ora garantindo a necessidade 
de subsistência, ora representando mera antecipação da indenização por dano material, por 
essa razão foi mantida a necessidade de caução para levantamento dos valores, mesmo em 
razão da irrepetibilidade dos alimentos, pois essa irrepetibilidade circunscreve-se unicamen-
te à verba necessária à subsistência digna.
STJ. REsp 1.252.812 – RS. 1. A apuração da necessidade de prestação de caução para 
garantia de restituição do pagamento, feito em antecipação de tutela recursal, de verba 
alimentar vinculada a obrigação de natureza civil, coloca em confronto dois princípios: 
o primeiro, de natureza material, é o da irrepetibilidade dos alimentos. O segundo, de 
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natureza processual, é o da impossibilidade de um provimento cautelar ou antecipatório 
gerar prejuízos para a parte a quem se reconheça razão, ao final do processo. 2. Sendo 
corolário de um valor fundamental da sociedade brasileira – a proteção da dignidade da 
pessoa humana – o princípio da irrepetibilidade dos alimentos deve preponderar. Con-
tudo, diante da seriedade de tal medida e da possibilidade de se causar à parte inocente 
significativos prejuízos, é necessário ao judiciário, especialmente em causas não vin-
culadas a direito de família, atenção redobrada ao fixar uma prestação de natureza ali-
mentar em provimento antecipatório. 3. A verba alimentar deve estar restrita às neces-
sidades do apelando. Nas inúmeras decisões proferidas até o momento no processo, 
há elementos dando conta de que a tutela antecipada aqui discutida adquiriu natureza 
híbrida, ora garantindo a necessidade de subsistência da autora da ação, ora represen-
tando mera antecipação da indenização por dano material cujo pagamento, porventura, 
poderá ser determinado ao final do processo. Essa natureza híbrida se reforçou quando 
a tutela antecipada foi mantida não obstante a comprovação do retorno da autora às 
suas atividades profissionais, e também pelo montante fixado a título de pensão mensal 
na maior parte do tempo em que esteve vigente a obrigação: R$ 7.500,00. 4. A obrigação 
alimentar é irrepetível. Mas o processo civil deve ser campo de distribuição de justiça, 
não terreno de oportunidades. O montante que deverá ser considerado irrepetível ao 
final do processo, na hipótese de julgamento de improcedência, deve ser exclusivamente 
o valor pago para a subsistência digna da autora da ação, conforme demonstrarem as 
provas do processo. Determinar a irrepetibilidade e qualquer montante que supere esse 
valor implicaria causar injustificado prejuízo ao réu, caso se lhe reconheça razão ao final 
da demanda. Poresse motivo, a caução determinada deve ser mantida, ainda que o res-
pectivo valor não seja majorado. 5. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, 
parcialmente provido. (Terceira Turma, julgado em 07/02/2012).
Cumprimento Definitivo De sentençA De pAGAr QuAntiA CertA
No cumprimento definitivo de sentença de pagar quantia certa, executado é intimado para 
pagar o débito no prazo de 15 dias, acrescido de custas, se houver, tudo a depender do reque-
rimento do exequente.
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Esse cumprimento ocorre quando houver condenação em quantia certa, quando já houver 
a fixação da quantia em liquidação ou no caso de execução de parcela incontroversa.
Ultrapassado o prazo de 15 dias para pagamento voluntário, caso não haja sua realização, 
o débito será acrescido de multa de 10% e de honorários de advogado de 10%. No caso de 
cumprimento parcial, esses percentuais incidirão na parcela remanescente.
Para incidência da multa do art. 523, § 1º, do NCPC, é preciso a efetiva resistência do execu-
tado ao cumprimento de sentença.
Se o executado depositar o valor alegando que se trata de garantia do juízo para posterior 
atribuição de efeito suspensivo à impugnação, mas, no final das contas, não apresentar a 
impugnação, não há a multa!
STJ. REsp 1834337/SP. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL EM 
FASE DE CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE 
DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA. PAGAMENTO VOLUNTÁRIO. INCIDÊNCIA 
DE MULTA. CRITÉRIOS. INTEMPESTIVIDADE. RESISTÊNCIA MEDIANTE IMPUGNAÇÃO. 
DEPÓSITO INTEGRAL NO PRAZO DE 15 DIAS ÚTEIS SEM RESISTÊNCIA DA PARTE EXE-
CUTADA. NÃO APLICAÇÃO DA MULTA. 1. Ação ajuizada em 2/5/17. Recurso especial 
interposto em 28/5/18. Autos conclusos ao gabinete em 28/6/19. Julgamento: CPC/15. 
2. O propósito recursal consiste em dizer da violação do art. 523, §1º, do CPC/15, acerca 
do critério de quando deve incidir, ou não, a multa de dez por cento sobre o débito, além 
de dez por cento de honorários advocatícios. 3. São dois os critérios a dizer da inci-
dência da multa prevista no art. 523, §1º, do CPC, a intempestividade do pagamento
ou a resistência manifestada na fase de cumprimento de sentença. 4. Considerando o 
caráter coercitivo da multa, a desestimular comportamentos exclusivamente baseados 
na protelação da satisfação do débito perseguido, não há de se admitir sua aplicação 
para o devedor que efetivamente faz o depósito integral da quantia dentro do prazo legal 
e não apresenta impugnação ao cumprimento de sentença. 5. Na hipótese dos autos, 
apesar de advertir sobre o pretendido efeito suspensivo e da garantia do juízo, é incon-
troverso que a executada realizou tempestivamente o depósito integral da quantia per-
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seguida e não apresentou impugnação ao cumprimento de sentença, fato que revela, 
indene de dúvidas, que houve verdadeiro pagamento do débito, inclusive com o respec-
tivo levantamento pela exequente. Não incidência da multa prevista no art. 523, §1º, do 
CPC e correta extinção do processo, na forma do art. 924, II, do CPC. 6. Recurso especial 
conhecido e não provido. (Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 03/12/2019, DJe 05/12/2019).
Na ausência do pagamento voluntário, expedem-se desde logo os mandados de penhora 
e avaliação, prosseguindo-se para os atos de expropriação.
Esse requerimento de cumprimento de sentença referente ao pagamento de quantia certa 
deve ser instruído com o demonstrativo atualizado e discriminado do crédito, além de neces-
sariamente conter o nome completo, o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do exequente
e do executado; o índice de correção monetária adotado; os juros aplicados e as respectivas 
taxas; o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; a periodici-
dade da capitalização dos juros, se for o caso; especificação dos eventuais descontos obriga-
tórios realizados; e indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
O juiz pode entender que a execução está sendo realizada em valor excessivo, ainda as-
sim, deve-se permitir o início do cumprimento pelo valor pretendido, mas pode o juiz limitar a 
penhora ao valor que entende adequado.
No âmbito executivo, o excesso de execução é matéria não conhecível de ofício.
STJ. REsp 1196342/PE. [...]. 4. A inexigibilidade parcial do título e excesso de execu-
ção são típicas matérias de defesa, e não de ordem pública, que devem ser alegadas 
pelo executado ou pelo terceiro a quem aproveita. [...]. (Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 10/12/2010).
STJ. AgRg no AREsp 150035/DF. [...]. 3. A petição apresentada após os embargos à 
execução não pode ser conhecida, porquanto o suposto excesso de execução é típica 
matéria de defesa, e não de ordem pública, a qual deve ser alegada pelo executado a 
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quem aproveita. Precedentes: AgRg no REsp 1.067.871/SE, Rel. Ministro Marco Aurélio 
Bellizze, Quinta Turma, DJe 16.4.2013; EDcl no Ag 1.429.591/PE, Rel. Ministro Bene-
dito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 12.9.2012; REsp 1.270.531/PE, Rel. Ministro Mauro 
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 28.11.2011; REsp 1.196.342/PE, Rel. Ministro 
Castro Meira, Segunda Turma, DJe 10.12.2010. [...].(Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 05/06/2013).
O juiz pode se valer do contador do juízo para verificação dos cálculos, estipulando o Có-
digo o prazo de 30 dias para a verificação.
Sempre que a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou
do executado, o juiz pode requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
Na hipótese de o executado recusar-se, sem justificativa, a apresentar a documentação, 
é possível reputar como corretos os cálculos apresentados pelo exequente com base nos 
dados de que dispõe.
Vimos que há um prazo de 15 dias para pagamento voluntário. Após esse prazo, iniciam-
-se novos 15 dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, 
apresente sua impugnação ao cumprimento de sentença nos próprios autos.
O prazo previsto no art. 523, caput, do CPC, para o cumprimento voluntário da obrigação, pos-
sui natureza processual, devendo ser contado em dias úteis.
STJ. REsp 1708348/RJ. RECURSO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. INTIMA-
ÇÃO DO DEVEDOR PARA PAGAMENTO VOLUNTÁRIO DO DÉBITO. ART. 523, CAPUT, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. PRAZO DE NATUREZA PROCESSUAL. CONTAGEM 
EM DIAS ÚTEIS, NA FORMA DO ART. 219 DO CPC/2015. REFORMA DO ACÓRDÃO RECOR-
RIDO. RECURSO PROVIDO. 1. Cinge-se a controvérsia a definir se o prazo para o cumpri-
mento voluntário da obrigação, previsto no art. 523, caput, do Código de Processo Civil 
de 2015, possui natureza processual ou material, a fim de estabelecer se a sua conta-
gem se dará, respectivamente, em dias úteis ou corridos, a teor do que dispõe o art. 219, 
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caput e parágrafo único, do CPC/2015. 2. O art. 523 do CPC/2015 estabeleceque, “no 
caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão 
sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requeri-
mento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 
(quinze) dias, acrescido de custas, se houver”. 3. Conquanto o pagamento seja ato a ser 
praticado pela parte, a intimação para o cumprimento voluntário da sentença ocorre, 
como regra, na pessoa do advogado constituído nos autos (CPC/2015, art. 513, § 2º, 
I), fato que, inevitavelmente, acarreta um ônus ao causídico, o qual deverá comunicar 
ao seu cliente não só o resultado desfavorável da demanda, como também as próprias 
consequências jurídicas da ausência de cumprimento da sentença no respectivo prazo 
legal. 3.1. Ademais, nos termos do art. 525 do CPC/2015, “transcorrido o prazo previsto 
no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o 
executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios 
autos, sua impugnação”. Assim, não seria razoável fazer a contagem dos primeiros 15 
(quinze) dias para o pagamento voluntário do débito em dias corridos, se considerar o 
prazo de natureza material, e, após o transcurso desse prazo, contar os 15 (quinze) dias 
subsequentes, para a apresentação da impugnação, em dias úteis, por se tratar de prazo 
processual. 3.2. Não se pode ignorar, ainda, que a intimação para o cumprimento de 
sentença, independentemente de quem seja o destinatário, tem como finalidade a prá-
tica de um ato processual, pois, além de estar previsto na própria legislação processual 
(CPC), também traz consequências para o processo, caso não seja adimplido o débito no 
prazo legal, tais como a incidência de multa, fixação de honorários advocatícios, possi-
bilidade de penhora de bens e valores, início do prazo para impugnação ao cumprimento 
de sentença, dentre outras. E, sendo um ato processual, o respectivo prazo, por decor-
rência lógica, terá a mesma natureza jurídica, o que faz incidir a norma do art. 219 do 
CPC/2015, que determina a contagem em dias úteis. 4. Em análise do tema, a I Jornada 
de Direito Processual Civil do Conselho da Justiça Federal – CJF aprovou o Enunciado 
n. 89, de seguinte teor: “Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art. 523 do CPC”. 5.
Recurso especial provido. (Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 25/06/2019, DJe 01/08/2019).
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Nessa impugnação, o executado pode alegar diversas matérias: falta ou nulidade da ci-
tação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; ilegitimidade de parte; inexe-
quibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; penhora incorreta ou avaliação errônea; 
excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; incompetência absoluta ou re-
lativa do juízo da execução; qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à 
sentença.
No que se refere à inexigibilidade da obrigação, o Código considera como um exemplo o 
título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo 
STF ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo STF como 
incompatível com a Constituição, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso, 
desde que a decisão do STF seja anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda, uma 
vez que, se for após o trânsito, restará apenas a via da ação rescisória, que terá como prazo o 
trânsito em julgado da decisão do STF.
O reconhecimento da constitucionalidade ou inconstitucionalidade pelo STF deve ter ocorrido 
em data anterior ao trânsito em julgado da sentença que se impugna.
O tema veio expresso no NCPC.
Informativo 916, STF
São constitucionais as disposições normativas do parágrafo único do art. 741 do Código 
de Processo Civil (CPC), do § 1º do art. 475-L, ambos do CPC/1973, bem como os cor-
respondentes dispositivos do CPC/2015, o art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, o art. 535, § 5º. 
São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado 
da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo com 
eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade qualificado, 
assim caracterizado nas hipóteses em que a) a sentença exequenda esteja fundada em 
norma reconhecidamente inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja 
por aplicar norma em situação ou com um sentido inconstitucionais; ou b) a sentença 
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exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional; e c) desde 
que, em qualquer dos casos, o reconhecimento dessa constitucionalidade ou a incons-
titucionalidade tenha decorrido de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) rea-
lizado em data anterior ao trânsito em julgado da sentença exequenda. […]. (PLENO, RE 
611503/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 
20.9.2018).
Não há a relativização da coisa julgada ilegal.
Não cabe rescisória contra decisão proferida antes da pacificação de tese no STJ.
STJ. REsp 736650/MT. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. PRAZO DECADEN-
CIAL. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA ÚLTIMA DECISÃO PROFERIDA NOS 
AUTOS. ART. 495 DO CPC. SÚMULA N. 401/STJ. COISA JULGADA “POR CAPÍTULOS”. 
INADMISSIBILIDADE. SFH. UTILIZAÇÃO DO IPC (84,32%) NO MÊS DE ABRIL DE 1990. 
ADOÇÃO DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 
(LEI N. 8.177/1991). VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. ART. 485, V, DO CPC. 
SÚMULA N. 343/STF. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A violação 
do art. 535 do CPC não se configura na hipótese em que o Tribunal de origem, ainda que 
sucintamente, pronuncia-se sobre a questão controvertida nos autos, não incorrendo 
em omissão, contradição ou obscuridade. 2. O prazo decadencial de 2 (dois) anos para 
a propositura da ação rescisória inicia com o trânsito em julgado da última decisão 
proferida no processo, que se aperfeiçoa com o exaurimento dos recursos cabíveis ou 
com o transcurso do prazo recursal, a teor do que dispõe a Súmula n. 401/STJ: “O prazo 
decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do 
último pronunciamento judicial”. 3. É incabível o trânsito em julgado de capítulos da sen-
tença ou do acórdão em momentos distintos, a fim de evitar o tumulto processual decor-
rente de inúmeras coisas julgadas em um mesmo feito. 4. A ação rescisória, fundada no 
art. 485, V, do CPC, pressupõe violação frontal e direta de literal disposição de lei, sendo 
certo, ainda, que a adoção pela decisão rescindenda de uma dentre as interpretações 
cabíveis não enseja a rescisão do decisum. Incidência da Súmula n. 343/STF: “Não cabe 
ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se 
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”. 5. No caso 
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concreto, diversamente da atual jurisprudência, o acórdão rescindendo (transitado em 
julgado em 19/12/2001), embasado em uma das interpretações possíveisà época do 
julgamento (15/8/2000), decidiu pela aplicação do BTNf para a correção monetária do 
saldo devedor dos contratos do SFH no mês de março de 1990, no percentual de 41,28% 
(quarenta e um inteiros e vinte e oito centésimos percentuais), bem como pela impos-
sibilidade de aplicação da TR nos contratos de financiamento habitacional celebrados 
antes da Lei n. 8.177, de 1º de março de 1991, sob pena de locupletamento. 6. A pacifi-
cação da jurisprudência desta Corte em sentido contrário e posteriormente ao acórdão 
rescindendo não afasta a aplicação do enunciado n. 343 da Súmula do STF. 7. Firmado 
o posicionamento deste Tribunal Superior quanto à interpretação de determinada norma 
infraconstitucional, torna-se cabível a ação rescisória contra julgado proferido em data 
posterior à pacificação, desde que contrário ao entendimento que se consolidou no STJ, 
afastando-se, em tal hipótese, a incidência do referido enunciado sumular. 8. Recurso 
especial conhecido e parcialmente provido. (Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 20/08/2014, DJe 01/09/2014).
Sempre que a alegação for a de excesso de execução, deve o executado demonstrar de 
imediato o valor que entende correto, com demonstrativo discriminado e atualizado de seu 
cálculo. Se não houver essa demonstração, a impugnação será liminarmente rejeitada na 
hipótese de ser seu único fundamento. Caso haja outros fundamentos, a impugnação é pro-
cessada, mas o tema afeto ao excesso de execução não será apreciado pelo juiz.
Como visto, a impugnação ao cumprimento de sentença não depende de garantia do juízo 
e, como regra, não possui efeito suspensivo, o que implica na possibilidade de prosseguimen-
to dos atos executivos, inclusive os de expropriação.
É possível que o juiz conceda efeito suspensivo à impugnação, total ou parcialmente, des-
de que haja requerimento do executado e garantia do juízo com penhora, caução ou depósito 
suficientes, aliado à análise da relevância dos fundamentos e da ocorrência de grave dano de 
difícil ou incerta reparação na hipótese de prosseguimento da execução.
Mesmo com o efeito suspensivo concedido, é possível efetuar atos de substituição, refor-
ço ou redução da penhora e de avaliação dos bens. Além do mais, caso o exequente ofereça 
nos próprios autos caução suficiente e idônea, pode haver o prosseguimento da execução.
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A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não 
suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento 
disser respeito exclusivamente ao impugnante.
É claro que é possível que surjam questões a serem dirimidas após o prazo para ofereci-
mento da impugnação. Para tais temas, o Código permite a arguição via simples petição, no 
prazo de 15 dias em qualquer caso, contados da ciência do fato ou da intimação do ato.
Antes mesmo da intimação para o cumprimento da sentença, pode o réu comparecer em 
juízo e oferecer o pagamento do valor que entender devido. O autor é ouvido em 5 dias e pode 
impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento da quantia incontroversa. Se o 
juiz concluir pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão a multa e os honorários
antes tratados, cada um em 10%.
Cumprimento De sentençA De fAzer ou De não fAzer
Diferentemente do que ocorre quanto à obrigação de pagar quantia certa, no cumprimento 
de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer o juiz poderá 
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente de ofício ou a requerimento.
Dentre outras medidas, pode o juiz determinar a imposição de multa, a busca e apreensão, 
a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade noci-
va, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente des-
cumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência.
A sistemática de defesa (impugnação) é a mesma vista anteriormente para o cumprimen-
to de sentença consistente em obrigação de pagar quantia certa.
No que tange à multa (astreintes), aduz o Código que poderá ela ser aplicada na fase de co-
nhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja sufi-
ciente e compatível com a obrigação e que se determina um prazo razoável para cumprimento.
De ofício ou a requerimento o juiz pode modificar o valor da multa ou a sua periodicidade. 
Além do mais, tal valor é devido ao exequente.
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A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada 
em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável 
à parte.
Descumprir obrigação de fazer, não fazer ou entregar – juiz impõe, majora ou reduz como 
quiser (astreintes).
No caso abaixo, o juiz de primeiro grau determinou, em decisão liminar, que a empresa pa-
gasse o tratamento do autor, no total de R$ 31.650 – incluindo cirurgia plástica, uso de apa-
relho dentário e medicação –, mediante a apresentação, pelo autor, dos laudos e orçamentos.
Após a manifestação da empresa contra os orçamentos apresentados, o magistrado de 
primeiro grau intimou-a a fazer o depósito do montante no prazo de 24 horas, sob pena de 
multa de R$ 150 por dia de atraso.
O relator do recurso especial no STJ, ministro Antonio Carlos Ferreira, concluiu que não 
se trata de obrigação de pagar quantia certa. Segundo ele, o autor pediu que fosse imposta à 
empresa obrigação de fazer.
“O depósito da quantia objeto dos orçamentos apresentados constitui mera fase para que 
o autor possa se submeter aos tratamentos necessários à restauração de sua saúde, cum-
prindo a ré, assim, a obrigação de fazer”, explicou o relator.
Segundo o ministro Antonio Carlos, o autor não pediu a simples quitação de dívida ou 
o reembolso de um valor pago anteriormente. Como a empresa não atua na área de saúde, 
o valor depositado servirá para pagar os profissionais que irão realizar os tratamentos médi-
co e odontológico, viabilizando a recuperação do autor. “Somente assim o cumprimento da 
obrigação de fazer – a prestação de um fato, representado pelo custeio da cirurgia e do trata-
mento odontológico – estará concretizado”, completou.
STJ. REsp 1002297. [...]. 2. Quanto à cirurgia médica e ao tratamento odontológico, 
incluindo aí o fornecimento de aparelho e dos medicamentos respectivos, a serem reali-
zados futuramente, o custeio de tais procedimentos tem natureza de obrigação de fazer, 
viabilizando a fixação de multa diária disciplinada no art. 461, § 5º, do CPC na deci-
são que concede a tutela antecipada. [...]. (Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, 
QUARTA TURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 07/04/2015).
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Thiago Cordeiro Pivotto
Cumprimento Provisório de Sentença. Cumprimentos de Sentença. Processo de Execução
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Quem pode sofrer astreintes? Quem for parte no processo.
STJ. REsp 1633295/MG. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
ASTREINTES. AGENTE PÚBLICO. RESPONSABILIDADE PESSOAL PELO PAGAMENTO. 
POSSIBILIDADE, QUANDO É PARTE NA AÇÃO. DESCABIMENTO NA HIPÓTESE. 1. Não é 
possível a responsabilização pessoal do agente público pelo pagamento das astrein-
tes quando ele não figure

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