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AN02FREV001/REV 4.0 
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SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 HISTÓRICO 
3 BIOSSEGURANÇA 
4 BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
4.1 BIOEFEITOS GERAIS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
4.1.1 Efeitos Térmicos 
4.1.2 Indução Elétrica e Efeitos Cardíacos 
4.1.3 Efeitos Neurológicos 
5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRIOGÊNIO 
5.1 CONSIDERAÇÕES ELÉTRICAS EM UM RESFRIAMENTO (QUENCH) 
6 BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS DE GRADIENTE 
7 BIOEFEITOS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RADIOFREQUÊNCIA 
7.1 BIOEFEITOS GERAIS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICO DE 
RADIOFREQUÊNCIA 
8 IMAGENS DE RM E EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO DE RADIOFREQUÊNCIA 
8.1 ÓRGÃOS TERMOSSENSÍVEIS 
8.1.1 Testículos 
8.1.2 Olho 
8.2 RADIAÇÃO DE RF “PONTOS QUENTES” 
9 ORIENTAÇÕES DA FDA NORTE-AMERICANA PARA APARELHOS DE 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
10 IMAGENS DE RM E RUÍDO ACÚSTICO 
11 INVESTIGAÇÕES DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS IMAGENS DE RM 
12 IMPLANTES E DISPOSITIVOS ATIVADOS ELÉTRICA, MAGNÉTICA OU 
MECANICAMENTE 
12.1 PACIENTE COM IMPLANTES E CORPOS ESTRANHOS METÁLICOS 
12.1.1 Clipes de Aneurisma e Hemostáticos 
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 4 
12.1.2 Clampes Vasculares da Artéria Carótida 
12.1.3 Dispositivos e Materiais Dentários 
12.1.4 Valvas Cardíacas 
12.1.5 Implantes Oculares 
12.1.6 Implantes, Materiais, e Dispositivos Ortopédicos 
12.1.7 Implantes Otológicos 
12.1.8 Chumbo Projéteis de Arma de Fogo e Estilhaços 
12.1.9 Implantes Penianos e Esfíncteres Artificiais 
12.1.10 Abertura de Acesso Vascular (Ports) 
12.1.11 Outros Implantes Metálicos 
12.1.12 Orientações Gerais 
12.1.13 Triagem de Pacientes com Corpos Estranhos Metálicos 
13 IMAGENS DE RM DURANTE A GRAVIDEZ 
14 CLAUSTROFOBIA, ANSIEDADE E DISTÚRBIOS DE PÂNICO 
15 MONITORIZAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DURANTE IMAGENS 
DE RM 
16 TÉCNICAS PARA MONITORIZAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS 
16.1 PRESSÃO ARTERIAL 
16.2 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, OXIGENAÇÃO E TROCA GASOSA 
16.3 FLUXO SANGUÍNEO CUTÂNEO 
16.4 FREQUÊNCIA CARDÍACA 
17 PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
18 CONTRAINDICAÇÕES PARA O EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
MÓDULO II 
 
19 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE RESSÔNANCIA MAGNÉTICA 
19.1 MAGNETO PRINCIPAL 
19.1.1 Magnetos Permanentes 
19.1.2 Eletromagnetos Solenoides 
19.1.2.1 Magnetos de resistência 
19.1.2.2 Magneto supercondutor 
19.2 BOBINAS HOMOGENIZADORAS “SHIM COILS” 
2
 
 
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19.3 BOBINAS DE GRADIENTE “GRADIENTE COILS” 
19.4 BOBINAS DE RADIOFREQUÊNCIA 
20 SISTEMA DE COMPUTADOR E PROCESSAMENTO DE IMAGEM 
21 INTRODUÇÃO À FÍSICA E QUÍMICA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
21.1 PRECESSÃO 
21.2 A RESSONÂNCIA 
21.3 EXCITAÇÃO 
21.4 O SINAL DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
21.5 DECAIMENTO LIVRE DA INDUÇÃO (DLI) 
22 FATORES QUE INFLUENCIAM AS IMAGENS EM RM 
22.1 FATORES INTRÍNSECOS 
22.1.1 Densidade de prótons 
22.1.2 Tempo de relaxamento T2 
22.1.3 Tempo de relaxamento T1 
22.1.4 Magnetização no voxel 
22.1.5 Susceptibilidade magnética 
22.1.6 Efeitos de fluxo 
22.2 FATORES EXTRÍNSECOS 
22.2.1 Tempo de Repetição (TR) 
22.2.2 Tempo de Eco (TE) 
22.2.3 Flip angle (Ângulo de excitação) 
22.2.4 Formação de Imagens 
22.2.5 Seleção de Cortes 
22.2.6 Codificação de fase 
22.2.7 Matriz 
 
 
MÓDULO III 
 
23 ARTEFATOS E AS TÉCNICAS PARA SUA REDUÇÃO 
23.1 ARTEFATOS DE MOVIMENTOS 
23.2 SINCRONISMO CARDÍACO 
23.3 SINCRONISMO RESPIRATÓRIO 
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23.4 REDUÇÃO DE ARTEFATO POR CODIFICAÇÃO DE FASE (PEAR – Phase 
Encoded Artifact Reduction) 
24 SEQUÊNCIAS DE PULSO 
24.1 SPIN-ECO 
24.2 FAST SPIN-CHO 
24.3 SEQUÊNCIA TURBO-SPIN-ECO-TREM DE ECO 
24.4 STIR (Short TI Inversion- Recovery) 
24.5 FLAIR 
24.6 SPIR (Spectral Presaturation With Inversion Rcovery) 
24.7 SEQUÊNCIA ECO DE GRADIENTE OU FAST FILD ECHO (FFE) 
24.8 ECO-PLANAR 
24.9 GRASE (GRADIENTE AND SPIN-ECHO) 
25 ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
25.1 REALCE RELACIONADO AO FLUXO (FLOW RELATED ENHACEMENT) 
25.2 ARM POR TEMPO DE VOO- TOF 
25.2.1 Técnica de influxo (Inflow) 
25.2.2 TOF 2D 
25.2.3 TOF 3D 
25.2.4 Transferência de Magnetização 
25.2.5 Contraste de fase 
25.2.6 ANGIO-RM 3D com gadolíneo 
25.2.7 Tempo de circulação (Timming) 
25.2.8 Delay - Tempo de espera 
26 TÉCNICAS ESPECIAIS 
26.1 COLANGIOPANCREATOGRAFIA POR RM (COLANGIORESSONÂNCIA) 
26.2 RM FUNCIONAL: ATIVAÇÃO CEREBRAL, PERFUSÃO E DIFUSÃO 
26.3 ANGIORRESSONÂNCIA 
26.4 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CORAÇÃO 
26.5 ESPECTROSCOPIA 
26.6 URORRESSONÂNCIA 
26.7 MAMOGRAFIA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
26.8 OUTROS AVANÇOS 
 
4
 
 
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MÓDULO IV 
 
27 PLANEJAMENTO, SEQUÊNCIAS E SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS EM RM 
27.1 CABEÇA E PESCOÇO 
27.1.1 Encéfalo 
27.1.1.1 Tumores 
27.1.1.2 Lesões inflamatórias e infecciosas 
27.1.1.3 Acidente Vascular Encefálico Isquêmico 
27.1.1.4 Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico 
27.1.1.5 Lesões degenerativas 
27.1.1.6 Doença da Substância Branca 
27.1.1.7 Traumas (Sequela) 
27.1.1.8 Sintomas Inespecíficos (Cefaleia, Tonturas, RDNPM) 
27.1.1.9 Epilepsia 
27.1.1.10 Pares Cranianos 
27.1.1.11 Avaliar Mielinização 
27.1.1.12 Angiorressonância (Hemorragia, MAV, Aneurisma) 
27.2 FACE E PESCOÇO 
27.2.1Tumor de Pescoço 
27.2.2 Laringe - Bobina de Superfície 
27.2.3 Ouvido 
27.2.4 Órbita (Tumoral e Inflamatório) 
27.2.5 Hipófise 
27.2.5.1 Lesões Pequenas 
27.2.5.2 Lesões Grandes 
27.2.6 ATM 
27.3 COLUNA VERTEBRAL 
27.3.1 Coluna cervical 
27.3.2 Coluna torácica 
27.3.3 Coluna lombar 
27.4 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
27.5 MAMA 
27.6 ABDOME 
5
 
 
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27.7 PELVE 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Os fundamentos da ressonância magnética (RM) aplicada à medicina são 
basicamente explicados pela física clássica e da física quântica. Para os 
profissionais da área da saúde, a navegação por este universo tão complexo é muito 
difícil, pois na prática clínica e cirúrgica apenas os apaixonados por estes temas 
poderiam desenvolver esta especial aptidão. 
O objetivo do presente trabalho é oferecer apenas, por meio dos conceitos 
básicos expostos de maneira bem simples, informações para aqueles que, de uma 
maneira ou de outra, necessitem alcançar um nível de entendimento adequado para 
uma avaliação das imagens obtidas por esse meio diagnóstico. 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
 
As primeiras publicações a respeito do fenômeno da ressonância magnética 
(RM) foram feitas por dois grupos de cientistas americanos independentes: Felix 
Bloch e colaboradores, da Universidade de Stanford, e Edward Purcell e 
colaboradores, da Universidade de Harvard. 
Em 1952, ambos ganharam o Prêmio Nobel de Física por esta descoberta 
que basicamente reside no fato de que núcleos precessando (movimento que um 
pião faz quando está parando de rodar) em uma faixa fina de radiofrequência podem 
emitir um sinal capaz de ser detectado por um receptor de rádio. 
O valor de tal descoberta foi notado alguns anos mais tarde, quando foi 
demonstrado que a frequência precisa, com a qual ocorre a RM é uma função do 
meio químico específico no qual o núcleo reside (chemical shift). 
7
 
 
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 10 
Durante os anos 50 e 60, a RM foi utilizada como um método analítico por 
Químicos e Físicos para determinação das estruturas químicas, configuração 
atômica e processos de reação. 
A primeira aplicação biológica foi proposta por Jasper Johns que obteve 
sinais de animais vivos somente em 1967. Entretanto, foi Paul Lanterbur, em 1973, 
quem modificou os espectrômetros para fornecer sinais espaciais codificados pela 
variação linear do campo magnético e, assim, se obteve as primeiras imagens de 
um objeto não homogêneo - dois tubos de água; sendo assim, as primeiras 
demonstrações de imagens por RM. A partir daí, a evolução da RM aplicada à 
medicina foios pés do indivíduo em vez de colocar primeiro a 
cabeça no “scanner”. 
 Espelhos montados no “scanner” ou vidros espelhados ou prismáticos 
no “scanner” permitem que o paciente veja do lado de fora. 
 Um grande foco de luz em uma das extremidades do “scanner” diminui 
a ansiedade por estar em um local escuro e longo. 
 Uma venda ajuda a mascarar o ambiente próximo do paciente. 
 Técnicas de relaxamento, como respiração controlada e imaginação, 
também são úteis. Também, vários relatos de casos mostraram que a hipnoterapia é 
eficaz na redução de claustrofobia e ansiedade relacionada à RM. 
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 Usar técnicas de dessensibilização psicológica antes do exame por 
RM. 
Vários pesquisadores recentemente tentaram comparar a eficácia destas 
técnicas na redução de ansiedade ou claustrofobia induzida pela RM. Um destes 
estudos demonstrou que o fornecimento de informações detalhadas sobre o 
procedimento de RM, além de exercícios de relaxamento, reduziu com sucesso o 
nível de ansiedade de um grupo de pacientes antes e durante a RM. 
A redução semelhante da ansiedade não poderia ser demonstrada em 
pacientes que receberam apenas informações ou aconselhamento para redução do 
estresse. 
Métodos de relaxamento também mostraram diminuir significativamente a 
ansiedade durante outros procedimentos médicos. Alguns sistemas de RM que 
utilizam campo magnético vertical oferecem desenho mais aberto que poderia 
reduzir a frequência de problemas psicológicos associados a procedimentos de RM. 
 
 
15 MONITORIZAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DURANTE IMAGENS 
DE RM 
 
 
Como o sistema de RM típico é construído de tal forma que o paciente é 
colocado dentro de uma estrutura cilíndrica, observações e monitorização 
convencional dos sinais vitais não são tarefas triviais. 
O equipamento de monitorização convencional não foi projetado para operar 
no ambiente de RM onde campos eletromagnéticos estáticos, de gradiente e de RF 
podem afetar adversamente sua operação. 
Felizmente, foram desenvolvidos monitores compatíveis com RM que são 
comumente usados em centros de RM que atendem a pacientes internados e 
ambulatoriais. 
É necessária monitorização fisiológica para o uso seguro do exame por RM 
em pacientes sedados, anestesiados, comatosos, gravemente enfermos ou 
incapazes de se comunicar com o operador do sistema de RM. 
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Devem ser rotineiramente monitorizados durante o exame de RM e, 
considerando-se a disponibilidade atual de monitores compatíveis com RM, não há 
razão para se excluir estes tipos de pacientes das imagens por RM. 
Todo parâmetro fisiológico que pode ser obtido em circunstâncias normais 
na unidade de terapia intensiva ou sala de cirurgia pode ser monitorizado durante 
produção de imagens de RM, incluindo frequência cardíaca, pressão arterial 
sistêmica, pressão intracardíaca, concentração de dióxido de carbono corrente final, 
saturação de oxigênio, frequência respiratória, fluxo sanguíneo cutâneo e 
temperatura. 
Os monitores que contêm componentes ferromagnéticos (como 
transformadores ou revestimentos externos) podem ser fortemente atraídos por 
sistemas de RM de campo médio e alto, representando sério risco para o paciente e 
possível dano do sistema de RM. 
Como a intensidade do campo magnético estático padrão cai em razão da 
terceira potência da distância do magneto, a simples colocação do monitor a uma 
distância adequada do sistema de RM é suficiente para proteger a operação do 
dispositivo para ajudar e evitar que se transforme em um projétil em potencial. 
Se o equipamento de monitorização não estiver permanentemente fixado na 
posição, devem ser dadas instruções para toda a equipe apropriada acerca dos 
riscos de se aproximar muito este equipamento do sistema de RM. 
Além de serem influenciados pelo campo magnético estático, os monitores 
podem ser afetados adversamente por interferência eletromagnética dos pulsos de 
gradiente e RF do sistema de RM. 
Nesses casos, o aumento da extensão da interface paciente-monitor e o 
posicionamento do paciente fora da sala protegida para RF (na sala de controle, por 
exemplo) possibilitarão que o monitor funcione apropriadamente. 
Geralmente é necessário posicionar todos os monitores com os tubos de 
raios catódicos em um local no campo da orla magnética de forma que a exibição 
não seja curva ou distorcida. 
Alguns monitores emitem ruído eletromagnético espúrio que pode resultar 
em artefatos de imagem moderados a intensos. 
Podem, entretanto, ser modificados para funcionar durante exame por RM 
por meio da adição de cabos protegidos de RF, uso de transmissão dos sinais por 
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fibra óptica (que está se tornando, cada vez mais, o método de escolha no ambiente 
de RM), ou uso de um revestimento externo especial. Também, podem ser 
acrescentados filtros especiais ao monitor para inibir o ruído eletromagnético. 
Também causa preocupação o fato de que algum equipamento de 
monitorização pode ser potencialmente prejudicial para pacientes se não forem 
seguidas precauções especiais. Uma causa primária de interações adversas entre 
sistema de RM e monitor fisiológico foi a interface usada entre o paciente e o 
equipamento, porque essa geralmente requer um cabo condutor ou outro dispositivo. 
A presença de material condutor na área imediata do sistema de RM é uma 
preocupação de segurança devido à possibilidade de queimaduras relacionadas ao 
monitor. 
Houve um relato de acidente envolvendo paciente anestesiado que sofreu 
queimadura de terceiro grau do dedo associada ao uso de um oxímetro de pulso 
durante imagens de RM. 
A investigação deste incidente revelou que o cabo que seguia do oxímetro 
de pulso até a sonda no dedo pode ter feito uma alça durante a produção de 
imagens de RM, e os campos magnéticos de gradiente ou RF induziram corrente 
suficiente para aquecer excessivamente a sonda do dedo, resultando na 
queimadura. 
Esse problema também pode ocorrer com o uso de fios de derivação 
eletrocardiográfica ou qualquer outro cabo que possa fazer ou formar uma alça 
condutora que toque o paciente. 
As recomendações a seguir ajudam a evitar acidentes relacionados ao 
monitor: 
 
 O equipamento de monitorização só deve ser usado por pessoal treinado. 
 Todos os cabos e as derivações de dispositivos de monitorização que entram 
em contato com o paciente (a interface monitor-paciente) devem ser 
posicionados de modo a não se formarem alças condutoras. 
 Os dispositivos de monitorização que não parecem funcionar apropriadamente 
durante produção de imagens de RM devem ser imediatamente removidos do 
paciente e do ambiente magnético. 
 
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16 TÉCNICAS PARA MONITORIZAÇÃO DE PARÂMETROS FISIOLÓGICOS 
 
 
16.1 PRESSÃO ARTERIAL 
 
 
Os monitores de pressão arterial não invasivos utilizam a técnica 
oscilométrica para medir a pressão arterial, utilizando um transdutor de pressão 
conectado a um manguito de pressão arterial por um tubo de enchimento 
pneumático. 
Alguns monitores (como o Omega 1 400, In Vivo Research, Orlando, FL) 
possuem alarmes audíveis e visuais e também registradores em fita de papel. 
Ocasionalmente, a insuflação do manguito perturba pacientes levemente 
sedados, principalmente crianças, e assim pode causar o seu movimento e a 
distorção da imagem de RM. 
Por esta razão, o monitor de pressão arterial não invasivo pode não 
representar o instrumento ideal para obtenção de sinais vitais em todos os grupos de 
pacientes. 
Se necessária, a monitorização direta das pressões sistêmicas ou 
intracardíacas pode ser realizada utilizando-se um transdutor de pressão de fibra 
óptica feito totalmente de plástico. 
 
 
16.2 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, OXIGENAÇÃO E TROCA GASOSA 
 
 
A monitorização de parâmetros respiratórios durante produção de imagensde RM de pacientes sedados ou anestesiados é particularmente importante porque 
as medicações usadas para esses procedimentos podem produzir complicações de 
depressão respiratória. 
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Portanto, como padrão de assistência, deve-se usar sempre um oxímetro de 
pulso, capnógrafo para monitorizar pacientes sedados ou anestesiados durante 
produção de imagens de RM. 
Os monitores respiratórios usados com sucesso em pacientes pediátricos ou 
adultos sedados (como o Respiration Monitor modelo 515 e Capnometer modelo 
8800, Biochem International, Wauskesha) têm custo relativamente baixo e podem 
ser modificados para uso durante produção de imagens de RM pelo simples 
alongamento do tubo plástico que faz a interface com o paciente, de forma que os 
monitores possam ser colocados a no mínimo 2,5m do aparelho de RM não 
protegido. 
São usados oxímetros de pulso para registrar a saturação de oxigênio e a 
frequência cardíaca. Foram usados oxímetros de pulso modificados, disponíveis no 
comércio, que utilizam cabos de fio rígido para monitorizar pacientes sedados e 
anestesiados durante a produção de imagens de RM e o período de recuperação 
com sucesso moderado. 
Esses oxímetros de pulso tendem a funcionar intermitentemente durante a 
produção de imagem de RM devido à interferência dos campos eletromagnéticos de 
gradiente ou RF. 
Em determinados casos, os pacientes foram queimados, provavelmente em 
virtude da indução de corrente excessiva em cabos condutores que formam alças 
impróprias fixadas às sondas dos oxímetros de pulso dos pacientes. 
Atualmente, existem oxímetros de pulso de fibra ópticas portáteis 
desenvolvidas para uso durante procedimentos de RM. Quando se utiliza tecnologia 
de fibra óptica para obter e transmitir sinais fisiológicos de pacientes submetidos a 
imagens de RM, não há interferência eletromagnética relacionada à RM associada. 
É fisicamente impossível que um paciente seja queimado utilizando um 
monitor de fibra óptica durante imagens de RM porque não há vias condutoras 
formadas por quaisquer materiais metálicos. 
 
 
 
 
 
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16.3 FLUXO SANGUÍNEO CUTÂNEO 
 
 
O fluxo sanguíneo cutâneo pode ser monitorizado durante imagens de RM 
por meio da técnica de velocimetria Doppler com laser. Essa técnica de medida não 
invasiva utiliza luz laser que é administrada à região de interesse, e nela detectada, 
por fios leves de fibra óptica de índice graduada e flexível. 
A ampliação Doppler da luz do laser dispersa por hemácias em movimento 
no tecido é analisada em tempo real por um processador análogo que indica a 
velocidade sanguínea instantânea e o volume e fluxo sanguíneos efetivos. 
A pequena sonda circular pode ser fixada a qualquer superfície cutânea 
disponível. Áreas com um fluxo sanguíneo cutâneo relativamente alto, como a mão, 
dedo, pé, artelho ou orelha proporcionam os melhores resultados. 
Traçados impressos obtidos por velocimetria Doppler com laser podem ser 
usados para determinar a frequência cardíaca, frequência respiratória e fluxo 
sanguíneo cutâneo do paciente. 
Um sinal audível pode ser ativado para permitir ao operador ouvir as 
alterações do fluxo sanguíneo durante a monitorização. Essa técnica de 
monitorização fisiológica contínua é particularmente útil quando há preocupação em 
perturbar um paciente sedado porque é facilmente tolerada. 
 
 
16.4 FREQUÊNCIA CARDÍACA 
 
 
A monitorização do eletrocardiograma durante imagens de RM é necessária 
para estudo cardíaco, para controle para reduzir artefatos de imagem decorrentes do 
movimento fisiológico do líquido cerebrospinal no encéfalo e na coluna vertebral, e 
para determinar a frequência cardíaca do paciente. 
Os artefatos causados pelos campos eletromagnéticos estáticos, de 
gradiente e RF podem distorcer intensamente a morfologia do eletrocardiograma, 
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tornando a determinação do ritmo cardíaco, durante imagens de RM, extremamente 
difícil e não fidedigna. 
Embora possam ser usadas técnicas de filtragem sofisticadas para atenuar 
os artefatos dos campos de gradiente e RF, o campo magnético estático causa 
aumento da onda T, como mencionado anteriormente, e outras alterações 
inespecíficas da onda que são diretamente proporcionais à intensidade do campo e 
que não podem ser neutralizadas. 
Em alguns casos, as ondas T aumentadas induzidas por campo magnético 
estático podem ter maior amplitude que as ondas R, resultando em falsa deflagração 
e em determinação imprecisa do número de batimentos por minuto. 
Os artefatos do eletrocardiograma podem ser minimizados durante as 
imagens de RM por meio do uso de filtros especiais, de eletrodos de 
eletrocardiograma com quantidade mínima de metal, de seleção de fios de derivação 
com quantidade mínima de metal, de torção ou trancamento dos fios das derivações 
e de uso de posicionamentos especiais do chumbo. 
Os oxímetros de pulso descritos acima também podem ser usados para 
registrar com precisão a frequência cardíaca durante exames por RM. Esses 
dispositivos possuem sondas que podem ser fixadas ao dedo, artelho ou lobo da 
orelha do paciente. 
 
 
17 PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
 
 
Segue um exemplo de questionário prévio obrigatório para checar 
contraindicações do paciente ao exame de Ressonância Magnética. 
 
Responda SIM ou NÃO as perguntas abaixo: 
 
Marca-passo Cardíaco; 
Clipe de Aneurisma (Aneurisma Intracraniano); 
Foi submetido à cirurgia craniana; 
Válvula cardíaca; 
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Bomba de infusão; 
Filtros de Vasos Sanguíneos; 
Eletrodos; 
Aparelho de Audição; 
Implantes Cirúrgicos; 
Implantes Metálicos em Ossos, Articulações; 
Placas, parafusos, Hastes Metálicas; 
Tatuagem; 
Maquiagem Permanente; 
DIU; 
Próteses Dentárias Fixas; 
Foi atingido por projétil de arma de fogo. 
 
Caso trabalhe com atividade que envolva manipulação de metais e teve 
problemas de fagulha nos olhos, avise-nos. 
 
Explicação do Exame: 
 
 Tempo: A duração do exame é variável. Depende do local a ser 
examinado, da colaboração do paciente, da necessidade de usar contraste, entre 
outros fatores. Os exames duram entre 30 a 60 minutos. 
 
 Barulho: O exame de Ressonância Magnética emite ondas de 
radiofrequência (semelhante às ondas de rádio), ocasionando o barulho. 
 
 Tubo estreito: É importante informar ao paciente que o local do exame 
é um túnel, aberto, com uma contínua corrente de ar e luz. 
 
 Comunicação com o paciente durante o exame: A comunicação 
pode ser feita por meio de um sistema de circuito interno de TV, microfone e fones 
de ouvido. 
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 Campainha de Alarme: Sempre deixar na mão do paciente quando 
possível, para haver comunicação em qualquer circunstância de emergência. 
Tranquilizar o paciente. 
 
 
FIGURA 02 – DIMENSÃO DO TUBO 
 
 
 
 
 
 
Nessa imagem podemos verificar no aparelho de ressonância magnética a 
dimensão do tubo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 03 – RÁDIO COMUNICADOR OPERADOR 
 
 
 
 
Este aparelho fica sobre a mesa do operador e serve para o técnico de 
radiologia se comunicar com o paciente que se encontra realizando o exame. 
 
 
FIGURA 04 – VISÃO DO OPERADOR 
 
 
 
 
Visão do operador em relação ao paciente, da mesa de operação, por meio 
de um vidro fosco; nota-se que o paciente fica fechado em uma sala, chamada de 
“Gaiola”, que é feita de alumínio. 
 
 
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FIGURA 05 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 
 
 
 
 
 
 
Sinalização de segurança que contém na porta da sala de Ressonância 
Magnética. 
 
 
FIGURA 06 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NA PORTA DA SALA 
 
 
 
 
 
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Sinalização de segurança na porta da sala de máquina, onde contém o 
módulo de gradiente, bombade refrigeração, ductos de refrigeração, etc. 
 
 
18 CONTRAINDICAÇÕES PARA O EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
Seguem algumas contraindicações para o exame de ressonância magnética: 
 
 Implantes Otológicos: Os implantes cocleares contraindicam o exame de 
Ressonância Magnética, pois são deslocados quando expostos ao campo 
magnético e podem ser desativados eletronicamente. 
 
 Cateter de Swan-Ganz: A sua porção externa (entrada) contém agente 
ferromagnético que pode "derreter” quando exposto ao campo magnético. 
 
 Clips de Aneurisma Ferromagnético: contraindicam o exame. 
 
 Marca-passo: Contraindica o exame. 
 
 Stents Intravasculares: Tais materiais aderem à parede do vaso 4 a 6 
semanas após sua introdução, portanto após este período pode-se submeter 
o paciente ao exame. 
 
 Claustrofobia e reações psicológicas: Claustrofobia e outras reações 
psicológicas, incluindo ansiedade e doenças do pânico podem ser 
encontradas em até 5 a 10% dos pacientes. Essas sensações originam-se 
devido a vários fatores: dimensão do aparelho, duração do exame, barulho, 
condições ambientais no interior do tubo, etc. 
 
 
54
 
 
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 57 
 
O que fazer nessas situações: 
 
 
 Informe ao paciente a respeito dos aspectos específicos do exame, 
incluindo nível do ruído, as dimensões internas do aparelho, duração do exame, etc. 
 
 Deixe um familiar ficar com o paciente durante o procedimento. 
 
 Use fones de ouvido com músicas tranquilas para reduzir os ruídos. 
 
 Mantenha contato físico ou verbal com o paciente. 
 
 Coloque o paciente em decúbito ventral (quando possível). Nessa 
posição ele verá a abertura do túnel, aliviando assim a sensação de 
"encarceramento". 
 
 Outro método é introduzir o indivíduo no aparelho com os pés entrando 
primeiro e não com a cabeça. 
 
OBS: é contraindicado quando tiver dúvida sobre o posicionamento desses 
materiais ou se não estiverem firmemente aderidos. 
 
 
 Próteses Vasculares Cardíacas: Não contraindicam. 
 
 Próteses, balas, fragmentos de projéteis e outros: É contraindicado 
se o material estiver alojado próximo a uma estrutura neural, vascular ou tecido mole 
vital. 
55
 
 
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 58 
 
 Implantes, materiais e dispositivos ortopédicos: Não contraindicam o 
exame. 
 
 Implantes dentários fixos: Não contraindicam o exame. 
 
 Dispositivos de Acesso vascular (portocath, Intracath): Não 
contraindicam o exame. 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
56
 
 
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 61 
 
 
MÓDULO II 
 
 
19 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE RESSÔNANCIA MAGNÉTICA 
 
 
Os componentes de um sistema de ressonância magnética são: 
 
 Magneto principal; 
 Bobinas homogenizadoras “Shim Coils”; 
 Bobinas de gradiente “Gradient Coils”; 
 Bobinas de rádio frequência; 
 Sistema de computador e processamento de imagem. 
 
 
19.1 MAGNETO PRINCIPAL 
 
 
O magneto principal é composto pelos magnetos permanentes e solenoides. 
 
 
19.1.1 Magnetos Permanentes 
 
 
São produzidos por uma liga de alumínio, níquel e cobalto, conhecida como 
Alnico. A principal vantagem é que estes magnetos não necessitam de uma fonte de 
força, portanto ficam magnetizados permanentemente, proporcionando um baixo 
custo operacional. 
O campo magnético tem linhas de fluxo que correm verticalmente, do polo 
sul para o polo norte (de baixo para cima) do magneto, mantendo o campo 
magnético praticamente confinado à sala de exame. 
57
 
 
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 62 
Podem ser fabricados com configurações abertas, que apesar de baixas 
potências de campo e relação de sinal ruído mais baixo, se tornam benéficos para 
pacientes claustrofóbicos e obesos, estudos musculoesqueléticos dinâmicos e 
procedimentos intervencionistas, onde nas configurações fechadas, se tornam 
difíceis as realizações desses exames. 
 
 
19.1.2 Eletromagnetos Solenoides 
 
São constituídos por rolos de fio envoltos como uma mola, formando uma 
bobina eletromagnética. A corrente elétrica que passa pelo fio, induz a formação de 
um campo magnético. 
A potência do campo magnético é proporcional à corrente elétrica que passa 
pelo fio. A grande vantagem é que o campo magnético pode ser desligado 
imediatamente, porém tem alto custo operacional pelo grande consumo de energia 
elétrica. O campo magnético tem fluxo de direção horizontal, da cabeça aos pés do 
paciente. 
 
 
19.1.2.1 Magnetos de resistência 
 
 
A potência destes magnetos também depende da corrente elétrica induzida 
nos rolos de fio. O sistema de resistência tem peso mais leve que o magneto 
permanente, porém os custos operacionais são bastantes elevados, devido à grande 
quantidade de energia necessária ao campo magnético. 
Enfim, a potência máxima nesse tipo de sistema é inferior a 3.0T. O campo 
magnético tem fluxo de direção horizontal, da cabeça aos pés do paciente. 
 
 
 
 
 
58
 
 
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 63 
 
 
19.1.2.2 Magneto supercondutor 
 
 
São constituídos por fios de nóbio e titânio, denominados materiais 
supercondutores, pois apresenta resistência zero sob uma temperatura muita baixa 
de aproximadamente 4°K (Kelvin). 
Os fios são resfriados pelos criogênios (geralmente Hélio líquido à -269°C) 
para eliminar a resistência. O magneto supercondutor produz campos magnéticos de 
alta potência em torno de 0,5T à 4T. O fluxo do campo magnético tem direção 
horizontal, de cabeça para os pés do paciente. 
 
 
FIGURA 07 – MAGNETO SUPERCONDUTOR. 
 
 
 
 
19.2 BOBINAS HOMOGENIZADORAS “SHIM COILS” 
 
 
São bobinas eletromagnéticas menores, utilizadas para manter ou corrigir os 
distúrbios da homogeneidade do campo magnético, pois é praticamente impossível 
produzir um campo magnético perfeitamente homogêneo. 
 
 
59
 
 
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19.3 BOBINAS DE GRADIENTE “GRADIENTE COILS” 
 
 
São bobinas eletromagnéticas, com potência para provocar variações 
lineares no campo magnético, possibilitando a localização espacial do sinal de RM. 
As bobinas de gradiente produzem um fluxo de corrente em direções 
opostas ao campo magnético. A combinação desse sistema de bobinas de gradiente 
geram gradientes de campo lineares em cada um dos eixos ortogonais (x, y e z). 
Portanto, os gradientes são responsáveis pela seleção de cortes, formação 
de imagens, codificação de fase e codificação de frequência. Gradientes potentes 
possibilitam a aquisição de imagens de alta velocidade ou de alta resolução. A 
potência do gradiente é de expressa em G/cm ou MT/m. 
 
 
FIGURA 08 - MÓDULO DE GRADIENTE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60
 
 
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 65 
 
 
19.4 BOBINAS DE RADIOFREQUÊNCIA 
 
 
Emitem pulsos de radiofrequência em intervalos de tempo determinados, em 
regiões específicas do corpo do paciente, para medir a intensidade do sinal dos 
tecidos. 
 
Os tipos de bobinas são: 
 
 Bobinas de volume ou transceptoras: Transmitem e recebem pulsos de 
radiofrequência. A maioria são bobinas de quadratura, onde possuem dois pares de 
bobinas para transmitir e receber o sinal do tecido. São as bobinas de cabeça, 
corpo, quadratura e extremidades. 
 
 Bobinas de arranjo em fase ou PHASE ARRAY: Constituídas por 
bobinas e receptores múltiplos. O sinal captado pelo receptor de cada segmento é 
combinado para formar a imagem. Tem a vantagem de uma bobina pequena, pela 
melhor relação de sinal e ruído, e a vantagem de uma bobina de volume para 
estudar regiões maiores. Geralmente são utilizadas para estudos da coluna 
vertebral. 
 
 Bobinas de superfície: Apenas recebem o sinal dos tecidos. São 
utilizadas nas superfícies cutâneas. Imagens adquiridas com bobinas de superfície 
têm ótima relação/ruído, possibilitando adquirir imagens com maiores detalhes 
anatômicas. 
 
Principais tipos de bobinas usadas em aparelho da “Philips” de 1,5T de 
ressonância magnética são a Sense Head/NeckCoil e a Head Coil. 
 
 
 
61
 
 
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FIGURA 09 - SENSE HEAD/NECK COIL. 
 
 
 
 
FIGURA 10 - HEAD COIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 11 – BOBINA SENSE BODY COIL 
 
 
 
 
FIGURA 12 – BOBINA SENSE FLEX-M COIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 14 – BOBINA C1 
 
 
 
 
FIGURA 15 – BOBINA KNEE/FOOT COIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 16 – SUPORTE PARA BOBINA BODY COIL PARA EXAME DE MAMA 
 
 
 
 
FIGURA 17 – SUPORTE PARA BOBINA FLEX-M PARA EXAME DE ATM
 
 
 
 
Relação de outras bobinas utilizadas: 
 C4; 
 BREAST COIL; 
 ENDO-CAVITARY COIL; 
 EXTRMITY COIL E1; 
 MICROSCOPY COILS; 
65
 
 
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 70 
 Q-BODY COIL; 
 R1 COIL; 
 SENSE CARDIAC COIL; 
 SENSE HEAD COIL; 
 SENSE KNEE COIL; 
 SENSE NEUROVASCULAR; 
 SYNERGY PEDIZTRIC COIL; 
 SENSE PERIPHVASCULAR COIL; 
 SENSE XL TORSO COIL; 
 THIRD PARTY COIL; 
 TMJ COIL/ COIL HOLDER. 
 
 
20 SISTEMA DE COMPUTADOR E PROCESSAMENTO DE IMAGEM 
 
 
São utilizados para o armazenamento, processamento de dados e 
visualização das imagens em um monitor digital. 
Os sistemas computadorizados de RM consistem em: 
 
 Um microcomputador com capacidade de expansão; 
 Um processador do arranjo para transformada de Fourier; 
 Um processador de imagens que retira dados do processador do 
arranjo para formar uma imagem; 
 Driver de disco rígido para o armazenamento de dados brutos e dos 
parâmetros das sequências de pulsos; 
 Um mecanismo de distribuição de força para distribuir e filtrar a 
corrente alternada e direta. 
 
 
 
 
 
66
 
 
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 71 
 
 
FIGURA 18 – TELA DO MICROCOMPUTADOR DE OPERAÇÃO DA RM 
 
 
 
 
FIGURA 19 – VIEWFORUM, MICROCOMPUTADOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67
 
 
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 72 
 
 
FIGURA 20 – MÁQUINA DE IMPRESSÃO DAS IMAGENS DA RM 
 
 
 
 
FIGURA 21 – ESTABILIZADOR UTILIZADO PARA DAR SUPORTE PARA OS 
DOIS MICROCOMPUTADORES E MÁQUINA DE IMPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68
 
 
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 73 
 
 
21 INTRODUÇÃO À FÍSICA E QUÍMICA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
Sabemos que o átomo é uma estrutura constituída de um núcleo central e 
elétrons em órbita ao redor dele. Por sua vez, o núcleo é formado por partículas 
menores, prótons e nêutrons. Os elétrons têm carga elétrica negativa, os prótons, 
carga positiva, e, os nêutrons, como o nome sugere, não tem carga elétrica. 
A soma dos prótons de um núcleo determina o número atômico e o número 
de massa representa a somatória dos prótons e nêutrons. Um átomo eletricamente 
estável é aquele que tem um número de cargas elétricas negativas (elétrons) igual 
ao número de cargas elétricas positivas (prótons). 
Átomos eletricamente instáveis são aqueles que possuem maior ou menor 
quantidade de elétrons, em relação ao número de prótons. Átomos eletricamente 
instáveis são denominados íons. 
Na estrutura atômica podem-se observar outros movimentos, além do 
movimento dos elétrons ao redor do núcleo. São os movimentos dos elétrons 
girando sobre seu próprio eixo e dos núcleos girando também em torno de seus 
eixos. 
No fenômeno da RM tem especial importância o movimento do núcleo em 
torno do seu eixo, particularmente quando esse é colocado em um campo 
magnético, isto porque, como sabemos da física clássica, corrente elétrica em 
movimento através de um fio ou carga elétrica em movimento gera um campo 
magnético. O próton de hidrogênio, por exemplo, girando em torno do seu próprio 
eixo cria um minúsculo campo magnético. 
São denominados núcleos ativos em RM, aqueles que têm tendência a 
alinhar seu eixo de rotação a um campo magnético externo aplicado, graças às leis 
da indução eletromagnética. 
Esses núcleos possuem, portanto, carga efetiva e em rotação dentro de um 
campo magnético adquirem um momento magnético, ou momento angular, ou 
rotação “spin”. O alinhamento, ou a somatória dos momentos magnéticos dentro de 
um campo magnético, é expresso como um vetor somatório. 
69
 
 
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 74 
Para se produzir uma imagem por ressonância magnética, são necessários 
os processos de alinhamento nuclear, excitação dos prótons por radiofrequência, 
codificação espacial e formação de imagens. 
O magneto alinha os núcleos em estados de baixa energia (paralelo ao 
campo magnético) e alta energia (antiparalelo ao campo magnético). Uma fonte de 
radiofrequência excita o vetor longitudinal para o plano transversal, onde o sinal 
resultante é captado pela antena receptora de radiofrequência. 
Portanto, o sinal de RM, origina-se dos núcleos dos átomos de uma 
determinada região do corpo do paciente, em Ressonância, sob a ação de um 
campo magnético homogêneo e uniforme. 
Os átomos que produzem sinal na RM são o hidrogênio, sódio, fósforo e 
carbono, sendo o hidrogênio, aquele que produz a maior intensidade de sinal. O 
núcleo do hidrogênio é formado por um próton, apenas. Seu número atômico, 
portanto, é igual ao número de massa. 
Seu próton solitário lhe proporciona um momento magnético bem definido e, 
por ser abundante nos animais, constitui a base da imageologia por RM. O corpo 
humano, por exemplo, se constitui de 70 a 80% de água. 
Como já foi dito, toda vez que partículas elétricas se movem, elas criam um 
campo magnético. O hidrogênio, com o movimento rotacional de seu próton único, 
cria um campo magnético induzido à sua volta. 
Dessa forma, esta minúscula partícula funciona nada mais, nada menos, 
como um magneto de proporções infinitesimais provido de polos norte e sul, de igual 
intensidade. 
Os polos deste pequeno magneto são alinhados por um eixo que representa 
o momento magnético que tem as propriedades de um vetor: a direção do vetor é a 
direção do momento magnético e o comprimento do vetor é igual ao comprimento do 
momento magnético. 
Na natureza, apenas sob o efeito do campo magnético terrestre, os 
momentos magnéticos dos núcleos de hidrogênio não têm uma orientação definida. 
Porém, em ambientes de fortes campos magnéticos estáticos os momentos 
magnéticos dos núcleos de hidrogênio se alinham a este campo magnético, como 
uma agulha magnética se alinha ao campo magnético terrestre, a maior parte dos 
70
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
núcleos alinhando-se na mesma direção (paralela) e uma pequena parte na direção 
oposta (antiparalela) ao eixo do campo magnético. 
Os núcleos que alinham seu momento magnético na direção paralela são 
considerados de baixa energia ou de rotação positiva e os que alinham seu 
momento magnético na direção antiparalela (180º, na direção oposta) são de alta 
energia ou de rotação negativa. 
Dentro de um campo magnético forte e estático, os fatores determinantes do 
alinhamento do momento magnético para cima (paralelo) ou para baixo 
(antiparalelo) são a potência deste campo magnético e o nível de energia térmica 
dos núcleos, pois núcleos de baixa energia térmica não possuem energia suficiente 
para opor-se ao campo magnético na direção antiparalela. 
Núcleos de alta energia térmica, contudo, dispõem de um diferencial de 
energia térmica suficiente para opor-se ao campo magnético externo. Porém, se 
aumentarmos a potência do campo magnético externo, o número destes núcleos de 
alta energia diminuem progressivamente. 
Como o estado paralelo é de baixa energia, ele é mais estável que o estado 
antiparalelo, de alta energia, e dentro de um forte campo magnético o número de 
prótons apontando para cima (direção paralela) é maior do que o número de prótons 
apontando para baixo (direção antiparalela). Assim sendo, a diferença da somatória 
de prótons para cima e da somatória de prótons para baixo é representada por um 
vetor (resultante) cuja direção é a mesma do campomagnético. 
Em imageologia, o paciente é sempre colocado em um campo magnético 
externo de potência fixa e a resultante é representada por um único vetor 
denominado vetor de magnetização efetiva (VME). 
Portanto, o VME seria um vetor que representaria a diferença de energia 
entre a população de prótons de hidrogênio de baixas e altas energias e, quando 
este estado é alcançado, dizemos que os tecidos do paciente estão em equilíbrio e 
totalmente magnetizados. 
Pode-se provocar uma mudança na direção do VME de um determinado 
tecido do paciente, de um estado de baixa energia (paralela) para um estado de alta 
energia (antiparalela), bastando, para isso, acrescentar aos prótons em questão 
energia na forma de ondas de rádio. 
71
 
 
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 76 
À medida que uma maior quantidade de energia é acrescentada ao sistema, 
maior a quantidade de campos magnéticos protômicos que mudam para a direção 
oposta, de baixo para cima e maior, portanto, a intensidade do VME. 
Assim, o VME é tanto maior quanto maior o campo magnético em que está 
inserido o paciente. É por isso que, em campos de alta potência, os sinais obtidos 
são melhores. 
 
 
21.1 PRECESSÃO 
 
 
Quando o núcleo do hidrogênio está em um campo magnético de potência 
zero, teoricamente o mesmo encontra-se girando apenas em torno de seu eixo e a 
resultante dos vetores de todos os átomos de hidrogênio, o VME, por sua vez, deve 
também girar apenas em torno de seu eixo. 
Sob influência de um campo magnético, contudo, o VME apresenta uma 
rotação adicional em torno do eixo deste campo magnético. Esta rotação secundária 
é denominada de precessão e faz com que o VME descreva um movimento circular 
em torno do eixo do campo magnético. 
Este movimento de precessão dos eixos dos átomos de hidrogênio pode ser 
comparado ao movimento do pião. O número de movimentos de precessão na 
unidade de tempo é denominado frequência de precessão e a unidade da frequência 
de precessão é o mega-hertz (MHz). Um Hz equivale a um ciclo por segundo e um 
Mhz a um milhão de ciclos por segundo. 
A precessão dos núcleos de baixa energia se faz em movimentos circulares 
para cima e, os de alta energia, para baixo. O valor da frequência de precessão de 
cada átomo é obtido por meio da equação de Larmor. 
 
W₀= B₀. Y 
 
W₀= frequência de precessão. 
B₀= potencia do campo magnético. 
Y= razão giromagnética. 
72
 
 
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 77 
 
A razão giromagnética é a relação entre o momento angular e o momento 
magnético de cada núcleo ativo em RM. É uma constante para cada um destes 
núcleos ativos, para um campo magnético de 1.0 T. Dessa forma, ela é expressa em 
MHz /T. 1.0 Tesla (T) equivale a 10.000 Gauss (G). 
A razão giromagnética do hidrogênio é de 42,57 MHz /T. Em diferentes 
magnetos, com diferentes potências de campo, o hidrogênio apresenta frequências 
de precessão variáveis. 
A frequência de Larmor de um determinado próton é constante para um 
determinado campo magnético. Por exemplo, a 1.5 T, Wo do hidrogênio é de 63,85 
MHz (42,57 MHz X 1.5 T) e, a 0.5 T, Wo do hidrogênio é de 21,28 MHz (42,57 MHz 
X 0.5T). 
Percebe-se, portanto, que quanto menor a intensidade do campo magnético, 
menor a frequência de precessão e quanto maior a intensidade do campo 
magnético, maior a frequência de precessão do próton de hidrogênio. Portanto, Wo, 
também conhecida por frequência de Larmor, aumenta quando Bo aumenta e vice-
versa. 
 
 
21.2 A RESSONÂNCIA 
 
 
O fenômeno da ressonância ocorre quando um objeto é exposto a um 
ambiente no qual ocorre uma perturbação oscilatória de frequência próxima à 
frequência natural de oscilação deste objeto. 
Em se tratando de núcleos de qualquer tipo de átomos, quando esses são 
colocados em um meio que apresenta uma oscilação semelhante à sua própria 
frequência, esses ganham energia e, se a frequência desta oscilação for exatamente 
igual à sua frequência de precessão (Wo) eles entram em ressonância. 
O fenômeno da ressonância não ocorre se a energia é aplicada a uma 
frequência diferente da frequência de precessão do núcleo exposto a esta energia. 
Portanto, no caso do hidrogênio, para que ocorra o fenômeno da ressonância, 
quando examinamos um paciente, é preciso aplicar-se ao meio magnético no qual 
73
 
 
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ele encontra um pulso de radiofrequência exatamente igual à frequência de Larmor 
do VME do hidrogênio. 
Os outros núcleos ativos do corpo do paciente alinhados com o campo 
magnético não entram em ressonância porque sua frequência de precessão difere 
da frequência de precessão do hidrogênio (63,85 MHz, no caso de um magneto de 
1.5 T). 
 
 
21.3 EXCITAÇÃO 
 
 
Um pulso de radiofrequência que provoque o fenômeno da ressonância leva 
energia ao sistema e faz com que ocorra um aumento do número de núcleos de 
hidrogênio com rotação negativa (para baixo), em detrimento ao número de núcleos 
de hidrogênio com rotação positiva (para cima). 
Esse fenômeno recebe o nome de excitação e é devido exclusivamente à 
transferência de energia ao sistema, pela fonte de radiofrequência. A diferença de 
energia entre as populações de núcleos com rotação positiva e negativa 
corresponde à energia necessária para produzir ressonância por excitação. 
Em campos magnéticos de alta potência, a diferença de energia entre as 
duas populações de núcleos é grande, de tal modo que é preciso muito mais energia 
para produzir ressonância do que em campos magnéticos de baixa potência: 
magnetos de 1.5T requerem muito mais energia excitatória do que magnetos de 
0.5T, por exemplo. 
Como consequência do fenômeno de ressonância, observa-se que o VME 
afasta-se do alinhamento em relação à linha paralela de Bo (eixo plano-longitudinal), 
criando um ângulo entre ele e Bo. Esse ângulo é denominado ângulo de inclinação 
ou, em inglês, “flip angle”. A magnitude deste ângulo depende da amplitude e 
duração do pulso de radiofrequência. 
O ângulo de inclinação pode ser de 5º a 90º ou 180º. Inicialmente, vamos 
trabalhar com ângulos de 90º e voltaremos a explicar mais tarde porque o ângulo de 
90º é referencial. Portanto, para inclinar 90º, o VME deve receber energia suficiente 
74
 
 
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do pulso de radiofrequência para mover-se 90º em relação ao Bo e, neste caso, o 
VME passa para a posição transversa, efetuando rotação à frequência de Larmor. 
A partir daí, os momentos magnéticos dos núcleos de hidrogênio que se 
encontravam fora de fase, isto é, ao acaso, passam a entrar em fase, isto é, ficam 
em uma mesma posição na trajetória precessional, representados agora por um 
único VME no plano transverso girando à frequência de Larmor em torno do vetor 
Bo. 
 
 
21.4 O SINAL DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
Como foi explicada anteriormente, a soma dos momentos dos átomos de 
hidrogênio em fase é representada por um único vetor, o VME, que fica em 
precessão a um ângulo de 90º em torno de Bo. 
Este vetor representa também cargas elétricas em movimento girando de 
forma cíclica a uma frequência determinada, o que provoca o aparecimento de 
ondas eletromagnéticas. 
Pelas leis da indução de Faraday, uma onda eletromagnética induz certa 
voltagem em uma bobina receptora, ou simplesmente uma antena, quando esta é 
colocada nas proximidades daquela. 
Assim sendo, o VME em movimento coerente, isto é, em fase no plano 
transversal, gera, em uma bobina colocada em suas proximidades, uma corrente 
elétrica criada pela diferença de voltagem, diferença esta que é dependente da 
posição do VME. Esta voltagem constitui o sinal de ressonância magnética. 
A frequência deste sinal será a mesma da frequência de Larmor, no caso 
para o hidrogênio, e a magnitude deste sinal depende do grau de magnetização 
transversal, pois o sistema não consegue criar variações de voltagens com o VME 
em sua posição. 
 
 
 
 
75
 
 
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21.5 DECAIMENTO LIVRE DA INDUÇÃO (DLI) 
 
 
Enquanto permanece o pulso de RF aplicado ao VME, este se mantém a 90º 
em relação ao eixo Bo e permanece também a magnetização transversal. Ao 
desligar-se este pulso, os momentos dos átomos de hidrogênio que se encontra em 
fase passam a perder energia e, em consequência, começam a ficar fora de fase e 
os VME passam a sofrer influência de Bo, tentando, agora, realinhar-se com este. 
Esse processo pelo qual o VME perde energia e tenta se realinhar com o 
eixo Bo chama-se relaxamento e o grau de magnetização longitudinal aumenta 
gradualmente, (recuperação) em detrimento à magnetização transversal (declínio). 
Portanto, relaxamento significa desaparecimento da magnetização transversal e 
reaparecimento da magnetização longitudinal. 
Quando diminui o grau de magnetização transversa também diminui 
progressivamente a magnitude da voltagem induzida na bobina receptora que está 
ao redor do paciente, até zero. Este fenômeno é denominado declínio de indução 
livre (DIL). A recuperação da magnetização longitudinal é conhecida como 
recuperação T1 e o declínio da magnetização transversa denomina-se declínio T2. 
A razão da recuperação é um processo exponencial, com o tempo de 
recuperação constante denominado T1. Esse é o tempo necessário para a 
recuperação de 63% da magnetização longitudinal. A razão do declínio 
(relaxamento) é também um processo exponencial e representa o tempo necessário 
para perda de 63% da magnetização transversa (tempo T2). 
Logo após o pulso de 90° de RF, ocorre a defasagem ou decaimento da 
magnetização transversa, chamando efeito T2*. Esta perda de coerência de fase é 
resultado da perda da corrente induzida na bobina receptora de RF. 
Os prótons que entram em precessão fora de fase e frequência, emitindo um 
sinal menor detectado pela bobina de RF. Portanto, a defasagem da magnetização 
transversa é causada por fatores extrínsecos reversíveis (heterogeneidade do 
campo magnético) e fatores intrínsecos irreversíveis (defasagem intravoxel). 
 
76
 
 
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22 FATORES QUE INFLUENCIAM AS IMAGENS EM RM 
 
 
A obtenção de imagem por RM nas diferentes sequências de pulso 
dependem de uma combinação de fatores intrínsecos (característica do paciente) e 
fatores extrínsecos (parâmetros escolhidos), que influenciam na ponderação, 
resolução espacial e contraste da imagem. 
O contraste nas imagens por RM é dado pela diferença de intensidade de 
sinal (escala de cinza) entre dois tecidos. O contraste das imagens é consequência 
principalmente dos mecanismos de recuperação T1 e declínio T2. 
No tecido adiposo, por exemplo, os momentos magnéticos dos núcleos 
lipídicos relaxam e recuperam rapidamente sua magnetização longitudinal. O tempo 
T1 do tecido adiposo é, portanto, curto e sua característica é ser hiperintenso em T1. 
Ao contrário, na água os momentos magnéticos demoram mais para relaxar 
e recuperar a magnetização longitudinal e o tempo T1 da água é, portanto, longo e 
sua característica é de imagem hipointensa em T1. 
 
 
22.1 FATORES INTRÍNSECOS 
 
 
22.1.1 Densidade de prótons 
 
 Número de prótons (SPINS) móveis dentro de um voxel de um tecido. 
 Quanto > número de prótons > intensidade do sinal. 
 
a) Baixa densidade de prótons: Sinal de baixa intensidade. 
 
 Cálcio, ar, osso cortical, tecido fibroso, etc. 
 
77
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
b) Alta densidade de prótons: Aparência variável dependendo da 
sequência. 
 
 Tecido adiposo, líquido, tecido edemaciado, L.C.R., sangue, etc. 
 
 
22.1.2 Tempo de relaxamento T2 
 
 
É o tempo necessário para que a magnetização transversa diminua de 37% 
de seu valor inicial, imediatamente após o pulso de 90°. 
 
 
22.1.3 Tempo de relaxamento T1 
 
 
É o tempo importante para saber que os tecidos apresentam diferentes 
tempos de relaxamento denominados T1 e T2, devido aos seus diferentes 
ambientes macromoleculares. 
Esse tempo de relaxamento ocorre simultaneamente dentro do voxel de 
tecido excitado. A intensidade de sinal é medida no plano de magnetização 
transversa. A amplitude da magnetização transversa é diretamente proporcional à 
intensidade de sinal. 
Os efeitos relaxamento T1 e T2 trabalham em direção opostas, pois T1 é um 
processo de recuperação da magnetização transversa e T2 é um processo de 
decaimento da magnetização transversa. A intensidade de sinal é medida pela forma 
de pulso de RF é aplicado e medido pela bobina RF. 
A água e outras substâncias semelhantes como o L.C.R. tem um tempo de 
relaxamento T1 e T2 longos, portanto apresentam sinal hipointenso nas imagens 
ponderadas em T1 e sinal hiperintenso nas imagens ponderas em T2. 
Os lipídeos têm um pouco de relaxamento T1 curto e T2 intermediário a 
curto, portanto apresentam sinal hiperintenso nas imagens ponderadas T1, e sinal 
intermediário nas imagens ponderadas em T2. 
78
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
Líquidos puros como a água, quando adicionamos às soluções proteicas ou 
macromoléculas, levam a uma diminuição do tempo de relaxamento. Sequências 
com TR e TE curtos produzem uma imagem ponderada em T1, TR e TE longos 
produzem imagem ponderada em T2, e TR longo e TE curto produzem uma imagem 
ponderada em densidade de prótons. 
As imagens ponderadas em T1 fornecem mais detalhes anatômicos, 
enquanto nas imagens ponderas em T2 são melhores para demonstrar alterações 
de sinais patológicos. 
 
 
22.1.4 Magnetização no voxel 
 
 
 Tecidos apresentam diferentes tempos de relaxamento. 
 Os processos de relaxamento T1 e T2 ocorrem simultaneamente 
dentro do voxel. 
 T1: Processo de recuperação da magnetização longitudinal. 
 T2: Processo de decaimento da magnetização transversa (defasagem 
spin-spin). 
 
 
22.1.5 Susceptibilidade magnética 
 
 
 Capacidade de a substância tornar-se magnetizada. 
 Substâncias paramagnéticas ou ferromagnéticas. 
 
 Hemoglobina; 
 Melanina (Ga 3+); 
 Ferro (Fe+2, Fe+3); 
 Manganês (Mn+2). 
 
 
79
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
 
 
22.1.6 Efeitos de fluxo 
 
 
 Efeito da velocidade x fluxo: Quanto maior o fluxo maior a intensidade 
de sinal; ocorre uma redução de sinal em SPIN-ECO por ausência de fluxo. 
 Fluxo turbulento: Perda de sinal devido à defasagem intravoxel e a 
perda de coerência de fase (irreversível). 
 Defasagem intravoxel: Em algumas regiões pode ocorrer uma 
defasagem do sinal, como é no caso na região da bifurcação da carotídea. 
 Realce relacionado ao fluxo: Aumento da intensidade de sinal pela 
entrada de spins não saturados no plano de corte. 
 
 
22.2 FATORES EXTRÍNSECOS 
 
 
22.2.1 Tempo de Repetição (TR) 
 
 
É o intervalo de tempo entre um pulso de 90° (1ª excitação) e outro pulso de 
90° (2ª excitação). 
 
 T1 curto: Sinal de Alta Intensidade 
- Lipídeos, líquidos proteicos, sangramento subagudo (metemoglobina). Outras 
substâncias paramagnéticas com interações próton-elétron, dipolo-dipolo a baixas 
concentrações (gadolínio, melanina). 
 
 T1 Longo: Sinal de Baixa Intensidade 
- Neoplasias, edema, inflamações, líquidos, L.C.R. 
 
 
80
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
22.2.2 Tempo de Eco (TE) 
 
 
É o intervalo de tempo entre um pulso de 90° e a leitura do sinal (eco). 
 
 T2 Curto- Sinal de Baixa Intensidade 
- Depósito de ferro no fígado, efeito de suscetibilidade magnética 
(hemossiderina, desoxiemoglobina, ferretina). 
 
 T2 Longo- Sinal de Alta intensidade 
- Neoplasias, edema, inflamações, gliose, líquidos puros, L.C.R. 
 
OU SEJA: 
 
* IMAGEM PONDERADA EM T 2- TR LONGO E TE CURTO. 
* IMAGEM PONDERADA EM DP- TR LONGO E TE CURTO. 
* IMAGEM PONDERADA EM T 1- TR CURTO E TE CURTO. 
 
 
22.2.3 Flip angle (Ângulo de excitação) 
 
 
É o ângulo formado pelo desvio da imagem da magnetização longitudinal 
pelo pulso de RF para o plano de magnetização transversal. Controla o contrastenas imagens nas diferentes sequências de pulso. 
 
- FLIP ANGLE de 90°- Máxima amplitude de sinal. 
- FLIP ANGLEdados 
produzirão uma imagem do paciente. 
Na realidade, o espaço K funciona como uma fonte de armazenamento de 
dados até que uma aquisição completa termine; o que ocorre quando todas as linhas 
do espaço K estão preenchidas. 
85
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
Para uma determinada aquisição, o número de linhas do espaço K que são 
preenchidas é determinado pelo número de diferentes inclinações de codificação da 
fase que são aplicadas: uma vez preenchidas todas as linhas do espaço K 
selecionado, a aquisição de dados está completa, aquela parte do exame está 
terminada e os dados mantidos no espaço K são convertidos em imagens. 
Essa conversão é feita matematicamente por um processo conhecido como 
Transformada de Fourier Rápida (TFR). A TFR é um processo puramente 
matemático, e está além dos objetivos deste trabalho. 
 
 
22.2.7 Matriz 
 
 
A unidade base de uma imagem digital é um pixel. O pixel, portanto, é 
apresentado em duas dimensões e representa também a unidade de superfície de 
um determinado tecido do paciente. 
O voxel representa um volume unitário de tecido do paciente e é 
determinado pela área unitária de superfície (pixel) multiplicada pela espessura do 
corte. 
A área do pixel é determinada pelo tamanho do campo de visão (CDV) e 
pelo número de pixels no campo de visão ou matriz. O campo de visão relaciona-se 
à extensão da anatomia coberta e ele pode ser quadrado ou retangular. Dessa 
forma, a área do pixel pode ser determinada pela fórmula seguinte: 
 
Área do pixel= dimensões do CDV/ tamanho da matriz 
 
O tamanho da matriz é determinado por dois números. O primeiro 
corresponde ao número de amostras de frequência colhidas e, o segundo, ao 
número de codificações de fase efetuadas. 
Por exemplo, 512x256 indica que foram colhidas 512 amostras de 
frequência durante a leitura e foram feitas 256 codificações de fase. Uma matriz 
grosseira é aquela formada por um baixo número de pixels no CDV e uma matriz 
fina representa um número elevado de pixels no CDV. 
86
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 91 
Consequentemente, o mesmo raciocínio é válido para o voxel: uma matriz 
grosseira é formada por um baixo número de voxels e, uma fina, por um elevado 
número de voxels. 
Grandes voxels contêm mais núcleos de hidrogênio e, por conseguinte, 
maior número de spins para contribuir com um sinal mais forte do que os pequenos 
voxels. 
 
 
 
Resumo: 
 
Resolução espacial - detalhes anatômicos. 
 
 Quanto > o pixel > intensidade de sinal resolução. 
 Matriz pequena- diminui resolução espacial. 
 Matriz alta- Aumenta resolução espacial. 
 
 
Campo de visão (FOV- FIELD OF VIEW) 
 
 
 Quanto > FOV > tamanho do pixel resolução espacial. 
Área do pixel = FOV (mm) / Matriz (pixels). 
 
Exemplo: FOV 250/ matriz 256 x 256. 
 
Pixel- 0,97 mm x 0,97 mm 
FOV -250 = 100 % S/R Quanto > FOV > S/R 
FOV – 125= 75 % S/R Quanto Espessura > volume do voxel > S/R 
Quanto o número de NSA > Relação S/R > tempo 
 
Intensidade do campo magnético (B0) 
 
88
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
 Quanto maior potência do campo (B0) > a frequência de pressão do 
spin (W). 
 Quanto menor a potência do campo (B0)ou pelo uso de pré-saturação, ou pela sobre amostragem, isto é, 
o campo de visão é duplicado em uma direção, de modo a conter regiões maiores, 
as quais são ignoradas na reconstrução da imagem final. 
 
 
 
 Artefatos de deslocamento químico (CHEMICAL SHIFT) 
 
As diferentes frequências de ressonância do lipídeos e da água ocasionam 
um tipo de artefato chamado CHEMICAL SHIFT. A diferença entre essas 
92
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 99 
frequências de precessão dos lipídeos e da água, dependendo do TE escolhido, 
produz uma pequena intensidade de sinal. 
 
 Agentes paramagnéticos 
 
Como já foi comentado anteriormente, nas imagens ponderadas em T1 
tecidos com tempo de relaxamento T1 curto, por exemplo, tecidos adiposos 
aparecem hiperintensos e tecidos com tempo de relaxamento T1 longo, por 
exemplo, a água aparece hipointensos. 
Nas imagens ponderadas em T2, tecidos com declínio T2 curto, no caso 
tecido adiposo, aparecem hipointensos e tecidos com declínio T2 longo, no caso a 
água aparece hiperintensos. 
Foi mencionado também que, pela presença da água na maioria das lesões 
e nos tecidos a elas circundantes, as ponderações T2 são excelentes para detectar 
os “sinais” da presença das lesões e que as ponderações T1 são ótimas para a 
definição anatômica das mesmas. 
Como em qualquer método de imagem em medicina, também para a RM foi 
desenvolvido um meio de contraste que pudesse realçar as lesões, e não os tecidos 
normais, que facilitasse sua localização, características e diagnóstico diferencial. 
Os meios de contraste geralmente utilizados em RM, portanto, afetam 
seletivamente os tempos de relaxamento T1 dos diferentes tecidos, embora os 
tempos de recuperação T2 possam também ser alterados pela introdução de meios 
de contraste. 
Quando o efeito predominante é o encurtamento T1, as estruturas ou tecidos 
patológicos com relaxamento T1 reduzido aparecem claras, isto é, hiperintensas. 
O meio de contraste mais usado em RM é o gadolíneo. A água no corpo, 
como aquela encontrada nos tumores e processos inflamatórios, tem uma rotação 
muito mais rápida que a frequência de Larmor provocando um relaxamento 
ineficiente que é demonstrado por longos tempos de relaxamento T1 e T2, 
aparecendo nas imagens por RM como áreas hipointensas e hiperintensas 
respectivamente. 
Ao colocar-se uma substância com grau de momento magnético, como o 
gadolíneo que é uma substância paramagnética, na presença de prótons da água 
93
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
são criadas flutuações do campo magnético local que podem reduzir os tempos de 
relaxamento T1 do próton da água. 
Esse fenômeno provoca uma maior intensidade de sinal destes prótons nas 
imagens ponderadas em T1, tornando-os hiperintensos. O gadolíneo é, portanto, um 
meio de contraste T1. 
Os meios de contraste T2 não são usados rotineiramente no dia a dia dos 
serviços de imagem e fica por conta do leitor melhorar seus conhecimentos sobre os 
mesmos, pelos livros textos. 
O gadolíneo é um oligoelemento metálico (lantanídeo) classificado dentro do 
grupo dos metais pesados e com afinidade para se acumular locais do corpo 
humano como membranas, proteínas de transporte, enzimas, matriz óssea e órgãos 
em geral. 
O gadolíneo tem três elétrons livres, sendo, portanto, um íon metálico. 
Felizmente, existem substâncias na medicina que graças à sua afinidade por íons 
metálicos são capazes de se ligar a eles, colaborando na sua distribuição, circulação 
e excreção, evitando a deposição do mesmo por muito tempo nos tecidos humanos. 
Essa é a função dos quelantes (quelados). 
Os quelantes se fixam em alguns dos locais disponíveis do íon metálico, 
propiciando esta função importante. O quelante usado para o gadolíneo é o DTPA 
ou ácido dietileno triaminopentacético. 
Portanto, o resultado é o Gd-DTPA (gadopentetato) que é um meio de 
contraste hidrossolúvel bastante seguro para utilização clínica, sendo raros seus 
efeitos colaterais. 
Os mais comuns são: um aumento pequeno e transitório da bilirrubina e do 
ferro plasmáticos, cefaleias leves e transitórias (9,8 % dos casos), náuseas (4,1 % 
dos casos), vômitos (2,0 %), hipotensão, irritação gastrintestinal e erupções 
cutâneas em menos de 1 %. 
Até o presente, foram relatados dois casos de óbitos relacionados aos 
milhões de usuários do Gd-DTPA em todo o mundo, sendo esta estatística bastante 
diferente daquelas para o uso do contraste iodado utilizado em outros métodos 
radiológicos (1 / 20.000 a 40.000). 
Aproximadamente, 80% do gadolíneo utilizado em um exame são 
excretados pelos rins em três horas. Embora não haja contraindicações específicas 
94
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
para o seu uso, deve-se avaliar com critérios muito rígidos a necessidade do seu 
uso em pacientes com distúrbios hematológicos, particularmente nas anemias 
hematolítica e falciforme, no caso de gravidez, mães em fase de amamentação, 
distúrbios respiratórios, particularmente na asma, e história de alergia anterior ao 
contraste. 
 
* ADMINISTRAÇÃO: 0,2 ML/ KG Via Endovenosa. 
 
* Resumo do mecanismo de ação: O efeito predominante do gadolínio é 
reduzir o tempo de relaxamento T1 dos tecidos onde fica acumulado, utilizando-se 
sequências ponderadas em T1, para demonstrar aumento da intensidade de sinal 
pela impregnação nos tecidos e lesões. 
O Gadolínio atinge os tecidos patológicos pela barreira hematológica lesada 
(SNC), processos inflamatórios/infecciosos e traumáticos, bem como nos tumores e 
na evolução dos infartos. 
 
Obs: A foice, plexos coroides, dura-máter, hipófise e infundíbulo pituitário 
não possuem barreira hematoencefálica, portanto impregnam-se pelo contraste 
normalmente. 
 
 
24 SEQUÊNCIAS DE PULSO 
 
 
24.1 SPIN-ECO 
 
 
Utiliza-se um pulso de 90 graus seguido de um pulso de 180 graus para 
repolarizar os spins, gerando um eco. 
 
PONDERAÇÃO EM T1: 
 
 Um pulso de 180 graus gerando um eco. 
95
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
 TR curto e TE curto. 
 
 
FIGURA 22 – PONDERAÇÃO EM T1 
 
 
 
 
PONDERAÇÃO EM DENSIDADE DE PRÓTONS (DP) E EM T2: 
 
 Dois pulsos de 180 graus gerando dois ecos. 
 Ponderação em densidade de prótons. 
 TR longo e TE curto (primeiro eco) 
 
 
FIGURA 23 – PONDERAÇÃO EM DENSIDADE DE PRÓTONS E EM T2 
 
 
96
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
 
 
PONDERAÇÃO EM T2: 
 
 TR longo e TE longo (segundo eco) 
 
 
FIGURA 24 – PONDERAÇÃO EM T2 
 
 
 
PARÂMETROS: 
 
 PONDERAÇÃO EM T1 
TR curto: 300-600 ms 
TE curto: 10-20 ms 
 
 
 PONDERAÇÃO EM DP/T2 
 
TR longo: mais de 2000 ms 
TE curto: 20 ms(DP) 
TE longo: 70 ms (T2) 
 
Vantagens: 
 
97
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 104 
 Boa qualidade da imagem 
 T2 muito sensível à patologia 
 
 
Desvantagens: 
 
 Tempo de aquisição relativamente longo 
 
 
24.2 FAST SPIN-CHO 
 
 
Sequência FAST SPIN-ECHO diminuem o tempo de aquisição das imagens 
em relação às sequências SPIN-ECHO convencionais. 
Para conseguir essa redução de tempo, são utilizados vários pulsos de 
repolarização de 180°, chamados de trem de ecos. 
 
 
 
Vantagens: 
 
 Redução nos tempos de aquisições; 
 Matrizes de alta resolução e maior número de NEX; 
 Melhor qualidade das imagens; 
 
Desvantagens: 
 
 Gordura hiperintensa nas sequências T2; 
 Borramento das imagens. 
 
 
24.3 SEQUÊNCIA TURBO-SPIN-ECO-TREM DE ECO 
 
98
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 105 
 
É uma sequência de pulso, que se inicia com um pulso de inversão de 180°. 
Este pulso inverte o vetor de magnetização resultante, promovendo uma saturação 
completa. 
Um pulso de 90° é aplicado logo após o pulso de inversão de 180°, 
denominado de TI ou tempo de inversão. A imagem resultante é fortemente 
ponderada em T1, pois o pulso de 180° consegue uma saturação completa e 
promove uma grande diferença de contraste entre água e gordura. 
 
SEQUÊNCIA INVERSÃO- RECUPERAÇÃO 
 
 Ponderadaem T1 na sequência Inversão-Recuperação 
 
OBS: Para se obter recuperação completa do vetor de magnetização 
resultante, o TR deve ser mais longo do que 2000 ms. 
 
 
 
 
 
FIGURA 25 – SEQUÊNCIA INVERSÃO- RECUPERAÇÃO 
 
 
 
 PONDERAÇÃO EM T1 
 
99
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
* TI médio: 400 a 800 ms. 
*TE curto: 10 a 20 ms. 
*TR longo: > 2000 ms. 
 
 PONDERAÇÃO EM T2 
 
* TI longo: > 1800 ms. 
* TE curto: > 50 ms. 
* TR longo: > 2000 ms. 
 
 
Vantagens: 
 
 Relação sinal/ruído muito boa (TR longo). 
 Excelente contraste T1. 
 
 
 
 
FIGURA 26 – SEQUÊNCIAS TURBO 
 
 
 
 
100
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 107 
24.4 STIR (Short TI Inversion- Recovery) 
 
 
É uma sequência de pulso inversão-recuperação, que utiliza um TI curto, 
para que a gordura se recupere completamente na magnetização transversa. 
Quando o pulso de 90° é aplicado, o vetor da gordura é desviado de 90° para 180°, 
saturando completamente, eliminando o sinal de gordura. 
 
PONDERAÇÃO STIR: 
 
 TI curto: 150-170 ms 
 TE curto: 10-20 ms (T1) e > 50 ms (T2) 
 TR longo: > 2000 ms 
 
 
 
 
 
FIGURA 27 – PONDERAÇÃO STIR 
 
 
 
 
24.5 FLAIR 
 
 
Utiliza um pulso de inversão para saturar o sinal do L.C.R ou líquido livre. Ao 
101
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 108 
invés de saturar um lipídeo, essa aplicação requer um tempo de inversão longo, por 
volta de 2000 ms. 
 
 
24.6 SPIR ( Spectral Presaturation With Inversion Rcovery) 
 
 
É um método que utiliza a diferença em frequência de ressonância entre 
água e gordura. Um pulso de inversão seletivo excita os núcleos ligados a lipídios. 
Após um tempo apropriado entre o pulso de inversão e o início de uma sequência de 
Spin-Echo, uma imagem de água pura é gerada. 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 28 – SEQUÊNCIA SPIR 
 
 
 
 
24.7 SEQUÊNCIA ECO DE GRADIENTE OU FAST FILD ECHO (FFE) 
 
 
Ao invés de aplicar um pulso de 180° para refocalizar o spin eco, utiliza-se o 
102
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 109 
decaimento livre de indução (efeito T2) para detectar o sinal, por meio da aplicação 
do gradiente, chamados gradientes de reversão, refocalizando os spins e gerando 
um eco. 
Como não há um pulso de 180° para repolarização dos spins, o TR e TE 
podem ser reduzidos ao mínimo, porque “FLIP ANGLE” diferentes de 90° podem ser 
usados. 
Portanto, as sequências de pulso gradiente - eco possuem tempos de 
aquisição mais curtos em relação às sequências spin-eco. 
A desvantagem nas sequências gradiente - eco, é que não há compensação 
para heterogeneidade do campo magnético, gerando na maioria das vezes, artefatos 
de suscetibilidade magnética. 
As sequências de pulso GE já foram anteriormente discutidas, mas é 
importante lembrar que as sequências gradiente eco usam ângulos de inclinação 
variáveis, de modo que se pode usar um TR bem curto e o tempo de exame podem 
ser reduzidos, podendo-se usá-las em exames em apneia, do tórax ou abdômen, 
bem como imagens dinâmicas contrastadas e imagens angiográficas. 
 
 
CONTRASTE DA IMAGEM ÂNGULO DE EXCITAÇÃO TE (ms) 
 
T1 Grande (45°-90°) Curto (8-15) 
T2 Pequeno (5°-20°) Longo (30-60) 
DP pequeno (5°-15°) Curto (8-15) 
 
TR Longo 200 a 400- Recuperação do vetor de magnetização longitudinal. 
 
 
FIGURA 29 – SEQUÊNCIA ECO DE GRADIENTE 
103
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 110 
 
 
 
 
24.8 ECO-PLANAR 
 
 
É uma técnica que proporciona codificação espacial completa do sinal após 
uma única excitação, promovendo a coleção de ecos de gradientes com codificação 
de fases diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 30 – ECO-PLANAR 
 
 
 
104
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 111 
 
24.9 GRASE (GRADIENTE AND SPIN-ECHO) 
 
 
É uma sequência de pulso que combina as técnicas de TSE e EPI. 
Uma imagem em GRASE consiste de vários (fator turbo) echo de spin e 
(fator EPI) de ecos de gradiente. 
 
 
FIGURA 31 – GRASE 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: 
105
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 112 
 
 
 
25 ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
A angiografia por ressonância magnética (ARM) tem como grande vantagem 
não ser invasiva (sem cateter), não utilizar radiação nem contraste iodado, além de 
evitar os riscos de ocorrer hemorragias e/ou infecções. 
O sinal da ARM pode ser brilhante (vasos brancos) pelas técnicas 
GRADIENTE ECO ou escuro “FLOW-VOID”, pela técnica SE (SPIN-ECO). 
Essa intensidade de sinal do fluxo sanguíneo é proveniente dos núcleos dos 
átomos (H) previamente excitados pelos pulsos de radiofrequência. 
 
 
 
 
 
106
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 113 
25.1 REALCE RELACIONADO AO FLUXO (FLOW RELATED ENHACEMENT) 
 
 
É o aumento da intensidade do sinal do fluxo sanguíneo, devido à entrada 
de fluxo no primeiro corte não saturado (magnetização completa), com tecido 
estacionário adjacente parcialmente saturado. 
Devido à alta velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos, a turbulência em 
determinados locais (KINKING), e a defasagem intravoxel, onde os prótons não se 
movem com a mesma velocidade, por um gradiente de campo magnético (fora de 
fase), ocorre uma diminuição na intensidade do sinal (“FLOW-VOID”). 
São fatores que influenciam o fluxo: 
 
 Plano de corte; 
 TR/TE; 
 Número de ecos; 
 Espessura de cortes; 
 Sequência de pulso; 
 Potência do campo magnético. 
 
 
25.2 ARM POR TEMPO DE VOO - TOF 
 
 
Técnica gradiente eco, onde o sangue circulante que entra no corte 
examinado apresenta-se completamente magnetizado com sinal mais intenso que o 
tecido estacionário. 
Para se obter uma maior saturação de fundo (““ BACK GROUND”), utiliza-se 
curto TR e ângulo de Báscula (refocalização dos spins). 
Essa técnica utiliza o sinal proveniente dos SPINS MÓVEIS no interior dos 
vasos em relação aos SPINS estacionários dos tecidos adjacentes, que sofrem 
múltiplos pulsos de RF e tornam-se parcialmente saturados. 
O estudo arterial ou venoso é determinado por meio da técnica de pré-
saturação. 
107
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 114 
 
 
25.2.1 Técnica de influxo (Inflow) 
 
 
Diferença de saturação entre o tecido estacionário e o fluxo sanguíneo. 
 
 
25.2.2 TOF 2D 
 
 
Adquirido por uma série de cortes dentro de um volume. As estruturas 
vasculares são projetadas dentro de um plano desejado (AXIAL, CORONAL OU 
SAGITAL), utilizando a técnica de projeção de máxima intensidade. 
Quando o plano de corte for perpendicular ao vaso, maior o realce do vaso 
sanguíneo. Se a orientação do plano de corte for paralela ao vaso, menor o realce, 
onde múltiplos pulsos RF saturam os spins móveis no interior do vaso. 
As aplicações clínicas são: 
 
 Estudo dos vasos cervicais (Bifurcação/ S. Vertebrobasilar). 
 Estudos venosos do córtex cerebral. 
 Trombose venosa cerebral. Estudo das veias pélvicas e de membros 
inferiores. 
 
Vantagens: 
 
 Sensibilidade a fluxo lento. 
 Tempo de aquisição curto (5 a 8 minutos). 
 Efeitos mínimos de saturação para velocidades normais de fluxo. 
 
 
 
Desvantagens: 
108
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 115 
 
 Insensibilidade ao fluxo no plano da imagem. 
 Necessita de gradientes mais potentes para obter cortes finos. 
 Superestima as estenoses. 
 Realce relacionado ao fluxo por substância com T1 curto – meta-
hemoglobina. 
 
 
25.2.3 TOF 3D 
 
 
Os cortes do plano de imagem são adquiridos com um único volume ou uma 
série de grupos de cortes em “OVERLAPPING” (MOTSA - Multi Slice Overlaping 
Thin Slab Acquisition). As estruturas vasculares são projetadas no plano (AXIAL, 
CORONAL OU SAGITAL) pela projeção máxima intensidade. 
Essa técnica oferece uma relação Sinal/Ruído, podendo de obter cortes 
muito finos, fazendo com que não ocorra defasagem intravoxel. 
As aplicaçõesrápida. 
As primeiras imagens humanas foram descritas por Sir Peter Mansfield em 
1976, focalizando-se mais nas mãos e no tórax e, posteriormente, em 1977, na 
cabeça e no abdômen. Em 1983, depois de contínuas melhorias no software e 
hardware, os aparelhos de RM de corpo inteiro apresentavam um sistema capaz de 
realizar exames com imagens de ótima resolução espacial em poucos minutos. 
As imagens na medicina podem ser produzidas por diferentes fontes que 
interagem no tecido humano. O tecido biológico em geral é opaco à radiação de 
comprimento de onda intermediário, tais como as da ultravioleta, infravermelho e das 
micro-ondas (frequências inferiores a 150 Mhz). 
Entretanto, o corpo humano é relativamente transparente as radiações de 
comprimento de onda curto (por ex. raios-X) que interagem com os elétrons e as de 
comprimento de onda longo (ondas de rádio) que interagem com os núcleos. 
As técnicas radiográficas (raios x convencionais e tomografia 
computadorizada) produzem imagens resultantes da atenuação dos fótons dos 
raios-X pelo tecido corporal. As variações de contraste nestes casos se baseiam na 
variação das densidades de cada tecido que está sendo examinado. Imagens 
podem também ser produzidas por ultrassom, onde a clareza do sinal é o resultado 
da quantidade relativa de sinais refletidos. 
O ultrassom não utiliza a radiação ionizante contida no raio-X e na 
tomografia computadorizada (TC), porém oferece resolução espacial bastante 
inferior. Além disso, o ultrassom é limitado pela presença de uma janela acústica 
entre a superfície externa e a região de interesse. 
8
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
As imagens por RM, contudo, são obtidas de modo não invasivo, tem 
extraordinária resolução espacial, não emprega radiação ionizante e se baseia na 
resposta específica do próton de hidrogênio de absorver e refletir energia contida em 
ondas eletromagnéticas. 
Dessa forma, em função da abundância de prótons de hidrogênio no corpo 
humano, as imagens, em última instância, representam um mapeamento da 
distribuição dos mesmos, nos diferentes tecidos examinados, em um determinado 
tempo. Além disso, a RM é o único método de imagem que permite a obtenção dos 
três planos ortogonais (sagitais, coronais e axiais), sem reposicionamento do 
paciente. 
Em resumo, num exame de RM: 
 
 O paciente é colocado em um grande magneto, o que provoca a 
polarização dos seus prótons de hidrogênio que se alinham em um determinado eixo 
(paralelo ou antiparalelo), pois os prótons de hidrogênio funcionam na natureza 
como minúsculos ímãs. 
 Os prótons de hidrogênio, ainda, executam um movimento em torno do 
seu eixo longitudinal e outro circular, simultaneamente, como se imitassem um pião. 
Esse fenômeno chama-se precessão e tem uma frequência própria para cada 
campo magnético específico e depende da intensidade do campo magnético (por 
isso que, quanto maior a potência do magneto, melhor a qualidade da imagem e 
mais rápido o exame). 
 O alinhamento dos prótons se rompe com a aplicação de pulsos de 
radiofrequência aplicados ao paciente, fazendo com que os prótons de hidrogênio 
processem em sincronia, em fase. Isto cria um novo vetor magnético. 
 Quando o pulso de radiofrequência é subitamente desligado, os 
prótons de hidrogênio voltam à sua posição normal, se realinham, e nessa 
circunstância eles emitem um sinal que é captado por uma bobina localizada ao 
redor da área a ser examinada (por exemplo, bobina de crânio, de coluna, de joelho, 
de mama, da ATM, etc.). 
 O sinal emitido e captado pela bobina é utilizado pelo computador que, 
através de complexos princípios matemáticos, o transforma em imagens. 
9
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
No módulo II, passamos a explicar de forma mais sucinta alguns fenômenos 
físicos e químicos, para melhor entendimento do mecanismo de obtenção de 
imagens do corpo humano, por meio da ressonância magnética. 
 
 
FIGURA 01 – APARELHO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
 
 
3 BIOSSEGURANÇA 
 
 
Durante a realização do estudo por ressonância magnética (RM), o paciente 
é exposto a três formas diferentes de radiação eletromagnética: campo magnético 
estático, campos magnéticos de gradiente e campos eletromagnéticos de 
radiofrequência (RF). 
Todos podem causar bioefeitos significativos se aplicados em níveis de 
exposição suficientemente altos. Inúmeras investigações foram realizadas para 
identificar possíveis bioefeitos adversos do estudo por RM. Embora nenhum tenha 
identificado a presença de quaisquer riscos significativos ou inesperados, os dados 
10
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
não são suficientemente amplos para supor segurança absoluta. Além dos bioefeitos 
relacionados à exposição aos campos eletromagnéticos usados para estudo de RM. 
Portanto, esta discussão dos bioefeitos de campos estáticos, de gradientes e 
eletromagnéticos de RF é suplementada por uma visão geral de outras 
considerações de segurança e aspectos de tratamento do paciente relacionados a 
esta técnica de estudo. 
 
 
4 BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
 
 
4.1 BIOEFEITOS GERAIS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS ESTÁTICOS 
 
 
Há poucos dados acerca dos efeitos de campos magnéticos estáticos de alta 
intensidade em seres humanos. Algumas das investigações originais em seres 
humanos expostos a campos magnéticos estáticos foram realizadas por Vyalov, que 
estudou trabalhadores envolvidos na indústria de magnetos permanentes. 
Expostos a campos magnéticos estáticos que variam de 0,0015 a 0,35 T, 
relataram sintomas de cefaleia, dor torácica, fadiga, vertigem, perda de apetite, 
insônia, prurido e outros incômodos inespecíficos. 
A exposição ocupacional a outras condições ambientais potencialmente 
perigosas (como temperatura ambiente elevada, poeira metálica no ar ou substância 
química) pode ter sido parcialmente responsável pelos sintomas descritos nos 
indivíduos estudados. 
Como esta investigação não tinha um grupo de controle apropriado é difícil 
determinar se houve uma correlação ao campo magnético estático e as 
anormalidades descritas. Estudos subsequentes realizados com maior rigor 
científico não comprovaram muitos dos achados mencionados. 
 
 
 
 
11
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
4.1.1 Efeitos Térmicos 
 
 
Há declarações conflitantes na literatura acerca do efeito de campos 
magnéticos estáticos sobre as temperaturas corporal e cutânea de mamíferos. 
Alguns relatos indicam que os campos magnéticos estáticos aumentam ou 
aumentam e diminui a temperatura tecidual, dependendo da orientação do 
organismo no campo magnético estático. 
Outros artigos afirmam que os campos magnéticos estáticos não têm efeito 
sobre as temperaturas cutâneas e corporais de mamíferos. Nenhum dos 
pesquisadores que identificou efeitos do campo magnético estático sobre as 
temperaturas propôs um mecanismo plausível para esta resposta, nem este trabalho 
foi comprovado. 
Além disso, estudos que relatam alterações da temperatura cutânea ou 
corporal induzidas por campo magnético estático usaram animais de laboratório que 
têm temperaturas lábeis ou instrumentos que podem ter sido afetados pelos campos 
magnéticos estáticos. 
Uma investigação em seres humanos indicou que a exposição a um campo 
magnético de 1,5T não altera a temperatura cutânea e corporal. Esse estudo foi 
realizado utilizando um sistema de termômetro flurópico especial que demonstrou 
não ser perturbado por campos magnéticos estáticos de alta intensidade. 
Portanto, acredita-se que a temperatura cutânea e corporal de seres 
humanos não sejam afetadas por exposição a campo magnéticos estáticos de até 
1,5T. 
 
 
 
 
 
 
 
12
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 
 
4.1.2 Indução Elétrica e Efeitos Cardíacos 
 
 
Bioponteciais induzidos, algumas vezes durante exposição a campos 
magnéticos estáticos, são causados por sangue, um líquido condutor, fluindo atravésclínicas são: 
 
 Doenças oclusivas carotídeas; 
 Avaliação de aneurismas e MAV; 
 Demonstração das anomalias do desenvolvimento venoso (com 
contraste). 
 
Vantagens: 
 
 Alta resolução espacial; 
 Sensibilidade a fluxo rápido; 
 Tempo de exame relativamente curto; 
 TE curto; 
 Boa relação sinal/ruído. 
 
 
109
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 116 
Desvantagens: 
 
 Relativa insensibilidade a fluxo lento; 
 Baixa saturação da substância com T1 curto (Hematoma). 
 
 
25.2.4 Transferência de Magnetização 
 
 
 Melhora a saturação do fundo de imagem, fazendo com que a fase de 
magnetização transversa seja independente da velocidade do fluxo, pelo uso de 
gradientes de compensação de velocidade, melhorando a visualização vascular 
distal, diminuindo o sinal dos tecidos moles, Perivasculares ricos em água ligada. 
 Suprime 50% do tecido estacionário e 15% do fluxo. 
 Não altera o sinal do LCR e gordura, mas pode causar uma perda de 
sinal em regiões com fluxos turbulentos. (TE curto para compensar a perda de sinal). 
 
 
25.2.5 Contraste de fase 
 
 
Utiliza o desvio de fase, que ocorre no sinal de RM, devido ao movimento do 
sangue nos vasos. O sinal é proporcional velocidade induzida na mudança de fase. 
Portanto, pode-se alcançar total supressão do tecido estacionário (se houver 
velocidade, não há sinal). 
O controle da sensibilidade à velocidade da imagem é possível, 
selecionando fluxos rápidos ou lentos sobre uma área de interesse. 
A seleção de fluxo é possível pela utilização de gradientes de codificação de 
fluxo (FLOW SENSITIVE GRADIENTS), durante a aquisição de uma imagem de 
fase. 
Assim é possível correlacionar a fase do sinal com a velocidade de 
movimentação dos spins, por uma imagem chamada de mapa de velocidade de 
fase, na qual está “mapeada” para representar, as diferenças de velocidade nos 
110
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 117 
spins em movimento na região de interesse. 
 
ARTERIAL= +/- 50-100 cm/s 
VENOSO= +/- 10-15 cm/s 
MAV= +/- 20-30 cm/s 
 
Os spins estáticos de uma região selecionada, quando sujeitas a um 
gradiente reverso, geram uma fase nula, enquanto os spins em movimento, quando 
submetidos à aplicação de um gradiente reverso, geram uma fase não nula. A 
subtração da imagem de referência por aquela sensível à velocidade dentro do 
plano de imagem. 
 
Vantagens: 
 
 Codificação de múltiplas velocidades, permitindo selecionar fluxos 
lentos e rápidos. 
 Excelente supressão o fundo da imagem (saturação do tecido 
estacionário). 
 Intensidade de sinal relacionada à velocidade do fluxo. 
 
Desvantagens: 
 
 Tempo de eco longo. 
 Efeitos de turbulência. 
 Tempo de exame longo. 
 Sensibilidade a movimentos. 
 Artefatos e distorção (susceptibilidade). 
 
ARM por contraste de fase aplica-se tanto à aquisição bidimensional, quanto 
à tridimensional, A 2D é usada como imagem exploratória rápida, com espessura de 
plano grosso, para um exame 3D mais demorado. 
A 3D é utilizada para planos finos, contíguos ou sobrepostos, reduzindo a 
defasagem intravoxel, permitindo a observação de vasos em qualquer direção, com 
111
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 118 
completa supressão do fundo da imagem. 
 
Aplicações Clínicas: 
 
 Aneurismas cerebrais; 
 MAV; 
 Trombose venosa; 
 Estenoses vasculares. 
 Dissecção vascular. 
 
 
25.2.6 ANGIO-RM 3D com gadolíneo 
 
 
 Utiliza a técnica GRADIENTE ECO dinâmico 3D pelo método de influxo. 
 
O aumento do sinal ocorre devido ao agente paramagnético e diminuição da 
perda de sinal associado à saturação e defasagem intravoxel. 
 
 
25.2.7 Tempo de circulação (Timming) 
 
 
Cálculo feito para determinar quanto tempo o gadolíneo (agente 
paramagnético) leva para atingir sua máxima concentração (intensidade de sinal) em 
uma determinada região de interesse. Injeta-se +/- 2 a 3 ml de gadolíneo. 
 
 
 
 
 
 
 
112
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 119 
25.2.8 Delay - Tempo de espera 
 
 
É o tempo de espera entre a injeção de gadolíneo e o início da aquisição 
volumétrica 3D. 
Para calcularmos, utilizamos a seguinte regra: 
 
DELAY= TEMPO DE CIRCULAÇÃO – DURAÇÃO DO SCAN (CORTES) 
DIVIDIDO POR 2. 
 
EX: Angio RM carótidas 
TC=11,6 seg. 
Scan= 16 seg. 
Delay= 11,6 – 16/2 
D= 11,6 -8 
D= 3,6 
 
VALORES DE REFERÊNCIA PARA ANGIORESSONÂNCIA 3D COM 
GADOLÍNEO 
 
 Obtenção de imagens no plano sagital ou coronal 
 TRsinais da RM, pois são ricas em hidrogênio 
e em escala microscópica, muitas delas coexistem em movimentos incoerentes por 
velocidades e direções diferentes. 
Esse movimento ao acaso provoca o choque de uma molécula com a outra e 
é conhecido como movimento browniano. Por meio desses movimentos e em 
associação com as propriedades específicas da membrana celular ocorre o 
fenômeno da difusão da água pela mesma. 
As imagens ponderadas especificamente para os estudos de difusão 
baseiam-se na variação do coeficiente de difusão da água através das membranas 
das células cerebrais atingidas por qualquer patologia. 
Entre outras, a melhor aplicação das imagens ponderadas para o estudo da 
perfusão e difusão são os acidentes vasculares cerebrais, pois estas técnicas 
podem mostrar a presença de infartos hiperagudos, bem como alterações de volume 
e fluxo sanguíneos cerebrais. 
Com isso, abre-se uma poderosa janela diagnóstica para a investigação 
clínica dos acidentes vasculares cerebrais agudos e em consequência a aplicação 
dos vários métodos terapêuticos modernos cujo objetivo principal é a redução da 
morbidade e mortalidade dos pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 33 – DIFUSÃO 
116
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 34 - PERFUSÃO 
117
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 124 
 
 
 
 
26.3 ANGIORRESSONÂNCIA 
 
 
Permite avaliação de qualquer segmento vascular corporal (cérebro, 
pescoço, tórax, abdômen e membros) de forma rápida e com extraordinária 
resolução espacial, tornando este método absolutamente confiável nos aparelhos de 
1.5T. Quando se avalia os vasos cerebrais ou do pescoço, apenas em algumas 
circunstâncias especiais se utiliza o contraste paramagnético (Gadolínio) 
endovenoso e as imagens vasculares são obtidas por sequências especiais que são 
melhores quanto melhor a qualidade do aparelho. 
Contudo, recentemente foi desenvolvida uma "bomba injetora" do contraste 
paramagnético para o ambiente próprio da sala de ressonância magnética. Com 
essa nova tecnologia, conseguem-se por aparelhos de 1.5T excelentes imagens da 
aorta torácica e abdominal, artérias pulmonares, artérias renais, mesentéricas, 
sistema portal e artérias periféricas. 
Essa nova tecnologia não invasiva e que utiliza o contraste endovenoso sem 
a necessidade de cateterização arterial tem sido aceita e incorporada na prática 
118
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 125 
clínica de vários centros médicos do mundo, principalmente pela raridade de 
reações anafiláticas ao contraste (Gadolínio) e ausência de nefrotoxidade em 
exames que permitem a obtenção de imagens tridimensionais de excelente 
resolução espacial, semelhantes àquelas obtidas com a angiografia convencional e 
em tempo extremamente rápido. 
 
 
FIGURA 35 - ANGIORESSONÂNCIA DE ARTÉRIAS CEREBRAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 36 - ANGIORRESSONÂNCIA DA AORTA TORÁCICA E 
ABDOMINAL, ARTÉRIAS PULMONARES, ARTÉRIAS RENAIS, MESENTÉRICAS 
119
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 126 
 
 
 
 
FIGURA 37 - ANGIORRESSONÂNCIA DE MEMBROS INFERIORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26.4 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CORAÇÃO 
 
120
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 127 
 
Nos últimos vinte anos, as técnicas não invasivas de imagens do coração 
alcançaram seu auge por meio da ecocardiografia. Na grande maioria das vezes, 
era a ecocardiografia o único exame que podia fornecer dados sobre a morfologia e 
função cardíacas. 
A Ressonância Magnética (RM) foi introduzida no meio médico em 1985; 
porém, somente nos últimos dois ou três anos é que sua utilização na Cardiologia 
teve um extraordinário avanço, estabelecendo-se como método não invasivo de 
superior qualidade. 
A Ressonância Magnética oferece imagens cardíacas com detalhes de 
anatomia e função de uma forma totalmente segura, sem qualquer risco para os 
pacientes (a única contraindicação é o marca-passo cardíaco) e sem submetê-los 
aos inconvenientes das técnicas invasivas de cateterismo. 
E esta atuação da RM na Cardiologia será bem maior no futuro próximo, 
graças aos novos pacotes de softwares que introduzem técnicas de imagens 
ultrarrápidas que anulam os artefatos de movimento. 
A RM é essencialmente uma técnica de imagem tridimensional, daí porque 
ela é capaz de avaliar o volume cardíaco, sua superfície, as câmaras cardíacas 
(átrios e ventrículos), fornecendo informações não só de sua estrutura como também 
de sua contratilidade e do fluxo sanguíneo dentro destas câmaras. 
Estas informações são úteis para avaliar e quantificar a função dos 
ventrículos, a severidade das lesões das válvulas cardíacas e o grau de reserva do 
fluxo coronariano. 
Além disso, com as sequências ultrarrápidas, pode-se hoje obter 
informações sobre a difusão do meio de contraste utilizado em RM (Gadolinium-
DTPA) através do miocárdio, método que auxilia a avaliação da perfusão miocárdica 
regional e volume sanguíneo. 
A mais recente aplicação das sequências ultrarrápidas de exame diz 
respeito aos grandes vasos (artérias e veias) que entram e saem do coração e as 
artérias que nutrem o coração (as coronárias). 
Como tudo que se relaciona ao coração é dinâmico, as imagens obtidas pelo 
computador são enviadas aos médicos que solicitam o exame por meio de fitas de 
vídeo. 
121
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 128 
Dessa forma, eles podem examinar a anatomia e a função cardíaca com 
precisão extraordinária de detalhes não apenas pelos três planos ortogonais (axiais, 
sagitais e coronais) classicamente registrados nos filmes de raios-X, mas também 
por fitas de vídeo que propiciam a análise dinâmica tridimensional da anatomia e 
funções normais do coração, bem como de todas as doenças diagnosticadas. 
 
 
FIGURA 38 - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CORAÇÃO 
 
 
 
 
26.5 ESPECTROSCOPIA 
 
 
Desde a sua descoberta, há aproximadamente 50 anos, a espectroscopia 
por ressonância magnética tornou-se um método extraordinário para examinar 
átomos e moléculas. Seu uso nos laboratórios de física e química, portanto, tinha 
como finalidade principal a análise das interações moleculares e a identificação de 
compostos químicos. No campo clínico, a Ressonância Magnética acabou se 
convertendo em um método diagnóstico por imagem. 
Contudo, o mais importante dos objetivos da espectroscopia, isto é, a 
capacidade de desenvolver a identificação química das substâncias, era de difícil 
solução no processo de imagem por ressonância magnética. 
Nos anos mais recentes, com a melhoria do hardware e software dos 
aparelhos modernos, pode-se finalmente obter espectroscopia dos tecidos vivos. A 
122
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 129 
espectroscopia por ressonância magnética in vivo combina os métodos de imagem 
tradicionais da RM com a capacidade de análise química dos tecidos, tornando-se 
um método não invasivo para o estudo de processos bioquímicos cerebrais, 
hepáticos e musculares. 
As principais aplicações clínicas da espectroscopia cerebral são: acidentes 
vasculares cerebrais, tumores, demências, asfixia neonatal, epilepsia, infecções pelo 
HIV, doenças dos núcleos da base, esclerose múltipla. 
No caso dos tumores cerebrais, vários autores têm descrito curvas 
específicas dos metabólitos (mioinositol, creatina, colina, N-acetil-aspartato e outros) 
para determinados tipos de tumores. 
Assim, pode-se obter pelas curvas dos metabólitos obtidos pela 
espectroscopia dos tumores cerebrais a definição de malignidade ou benignidade. 
Entre os tumores malignos pode-se ainda ter uma noção aproximada de sua 
composição química, o que facilita na identificação de seu grau histológico e 
consequentemente o tipo de tumor. 
Além disso, uma das melhores utilizações da espectroscopia por 
ressonância magnética cerebral é a diferenciação entre recidiva tumoral e 
radionecrose, coisa que só era possível pelo PET (Tomografia por Emissão de 
Prótons) método extremamente caroe que não existe no Brasil, mas somente nas 
grandes universidades americanas e europeias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26.6 URORRESSONÂNCIA 
 
 
123
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 130 
Também por meio da técnica do “Single-Shot Fast Spin Echo”, a mesma 
utilizada para a colangiopancreatografia e aortagrafia, podem-se obter excelentes 
imagens do trato urinário. 
Dessa forma, o nível de uma obstrução ureteral, por exemplo, é facilmente 
detectado com sequências bastante rápidas por meio de imagens tridimensionais de 
excelente resolução espacial. 
 
 
26.7 MAMOGRAFIA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
O uso de uma nova bobina para mamas que possibilita à aquisição 
simultânea de imagens de ambas as mamas, imagens estas de alta resolução e 
grande homogeneidade, foi um dos grandes avanços da RM. 
A paciente é examinada em decúbito ventral, sem dor, desconforto ou 
pressão sobre as mamas. Desde a introdução da Ressonância Magnética (RM) para 
avaliação das patologias mamárias em 1986, este método tem recebido atenção e 
aceitação crescentes. 
Equipamentos de última geração com bobinas especialmente 
confeccionadas para a região mamária têm proporcionado avaliação tridimensional 
das mamas com elevada resolução espacial e temporal, possibilitando 
caracterização morfológica das lesões e estudo dinâmico pós-contraste. 
Comparada a outros métodos, a RM oferece novas informações que, 
combinadas à mamografia convencional, tem elevado o índice de detecção de 
lesões malignas da mama. O uso do contraste na avaliação das mamas por 
ressonância magnética é imprescindível, explorando o princípio da angiogênese 
necessária ao crescimento tumoral. 
A ressonância magnética das mamas sem a administração do contraste está 
indicada apenas na avaliação da integridade dos implantes de silicone, sendo para 
essa última indicação aceita como o melhor método disponível atualmente. 
Muitos estudos têm demonstrado que a RM pode contribuir com informações 
morfológicas similares à mamografia convencional nas lesões neoplásicas malignas 
invasivas, sem a limitação da sobreposição dos tecidos e, principalmente, permite 
124
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 131 
estudo dinâmico pós-contraste das lesões. Isso define tendências do padrão de 
realce que pode estabelecer a probabilidade de malignidade de uma determinada 
lesão. 
A mamografia por RM tem se revelado como um método de elevada 
acurácia dependendo, porém, de uma pré-seleção adequada das pacientes. É, 
portanto, um método complementar à mamografia convencional, não podendo ser 
considerada método de "screening", especialmente pela limitação da RM na 
identificação das lesões precoces que se manifestam por microcalcificações que são 
facilmente detectadas pela mamografia convencional. 
Por outro lado, em pacientes com fatores de risco para malignidade 
mamária, a RM pode, como nenhum outro método, detectar lesões iniciais que não 
se manifestem por microcalcificações, portanto inaparentes à mamografia 
convencional. 
Aproximadamente 99% das neoplasias invasivas da mama exibem algum 
realce pós-contraste, enquanto que 30% dos carcinomas in-situ apresentam realce 
atípico e 10 a 20% podem demonstrar mínimo ou nenhum realce, limitando a 
sensibilidade e especificidade do método na avaliação das neoplasias iniciais. 
Portanto, as novas informações obtidas com a ressonância podem ser de 
valor inestimável predominantemente no diagnóstico das neoplasias invasivas e 
ainda nas situações em que a mamografia tem papel limitado, ou seja: 
 
 Extensas alterações cicatriciais pós-cirúrgicas com ou sem radioterapia; 
 Exclusão e detecção precoce de neoplasia maligna após implantes de 
silicone; 
 Mama densa em pacientes com elevado risco para neoplasia de mama; 
 Caso-problema - resultados contraditórios por outros métodos; 
 Pré-operatório na detecção de multifocalidade, multicentricidade e 
avaliação da mama contralateral; acompanhamento da resposta tumoral 
à quimioterapia; 
 Avaliação da integridade dos implantes de silicone. 
Contudo, existem situações em que a ressonância pode não contribuir 
significativamente, são elas: 
 
125
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 132 
 Detecção de microcalcificações; 
 Avaliação de displasias, doenças inflamatórias e secretórias; 
 Pacientes assintomáticas sem fatores de risco para neoplasia maligna 
mamária. 
 
Como já foi mencionado, as microcalcificações são melhor detectadas pela 
mamografia convencional e nos casos das displasias mamárias, doenças 
inflamatórias e secretórias as alterações identificadas pela RM são inespecíficas, 
sobrepondo-se muitas vezes àquelas do parênquima mamário normal sob influência 
hormonal. 
Em torno de 30 % das pacientes jovens, assintomáticas e sem fatores de 
risco para malignidade, a ressonância magnética pode detectar inúmeras alterações 
benignas como adenose ou fibroadenoma, inaparentes por outros métodos de 
imagem. 
Isto pode causar dúvida diagnóstica, levando a paciente a se submeter a 
biópsias desnecessárias e a um excessivo número de estudos adicionais o que, sem 
sombra de dúvida, compromete a credibilidade do método. 
 
 
26.8 OUTROS AVANÇOS 
 
 
Outros avanços da ressonância magnética pelos aparelhos de 1.5T diz 
respeito à análise do fluxo liquórico, estudo das articulações temporomandibulares 
com bobina dupla, permitindo a avaliação das duas ATMs simultaneamente e a 
aplicação de bobinas do tipo "synergy" para a coluna. 
Essas bobinas permitem imagens amplas da coluna como um todo, evitando 
em alguns casos a necessidade de exames individuais da coluna cervical, torácica e 
lombar, particularmente nas crianças e indivíduos adultos de pequeno porte. 
 
 
 
 
126
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 136 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
27 PLANEJAMENTO, SEQUÊNCIAS E SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS EM RM 
 
 
27.1 CABEÇA E PESCOÇO 
 
 
 Encéfalo; 
 Face e pescoço; 
 Ouvido; 
 Órbita; 
 Hipófise; 
 ATM. 
 
 
Intensidade de sinal das substâncias, lesões, elementos e efeitos em relação 
ao encéfalo normal. 
 
 
 HIPERINTENSO EM T1 
 
- Gordura, hemorragia subaguda (meta-hemoglobina intra e extracelulares), 
melanina, fluidos hiperproteicos, colesterol líquido, impregnação pelo gadolínio (Gd-
DTPA ou Dd-DOTA), hemangioma, efeitos paramagnéticos, retinoblastoma, 
mielinização. 
 
 HIPOINTENSO EM T1 
 
- Calcificação, fluxo, água (moléculas livres- ex. liquor), água (moléculas 
127
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 137 
ligadas a proteínas- ex. edema), hematoma na fase aguda (desoxihemoglobina), 
hemossiderina, ferro, cisto, osso cortical, fibrose. 
 
 HIPERINTENSO EM T2 
 
- Água livre ou ligada a proteínas, hematoma na fase subaguda (meta-
hemoglobina extracelular), fluídos em geral. 
 
 HIPOINTENSO EM T2 
 
- Fluxo, calcificação, ferro, hemossiderina, hematoma na fase aguda 
(desoxihemoglobina), melanina, mielinização, osso cortical, fibrose, fungo ( Ca++, 
Mn ++). 
 
 ISOINTENSO EM T2 
 
- Pseudotumor, gordura, alguns estágios de hematoma, alguns melanomas, 
alguns linfomas, neurofibroma (Schwannoma), meningeoma, heteropatias de 
substâncias cinzentas. 
 
 
27.1.1 Encéfalo 
 
 
A utilização da RM na avaliação do encéfalo proporciona uma boa 
diferenciação entre os diferentes tecidos de “partes moles”. A ausência de radiação 
ionizante, a possibilidade de obtenção de múltiplos planos de corte, recursos de 
saturação de água e de gordura, o fato de ser um método pouco invasivo (apenas 
nos casos de injeção E.V. de contraste) e a possibilidade de se fazer angiografias 
por RM (angiorressonância), tornam um método com bastante sensibilidade. 
Em contrapartida é um método com pouca sensibilidade para detecção de 
calcificações, podendo ocorrer à degradação da imagem causada por artefatos de 
movimento ou pela presença de obturações ou próteses metálicas. 
128
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 138 
O abundante conteúdo hídricodo SNC torna-o muito adequado, porque os 
prótons são os responsáveis pelo sinal gerado durante a obtenção das imagens. 
Tecidos com grande conteúdo de água livre (LRC) têm tempo de 
relaxamento T1 e T2 prolongados, portanto geram pouca intensidade de sinal numa 
sequência ponderada em T1 (TR curto). 
Nas sequências ponderadas em T2, apresentam intensidade de sinal 
elevada (TR longo). 
Quando a água está ligada a proteínas, o tempo de relaxamento T1 diminui, 
e o tecido gera mais sinal na imagem ponderada em T1. 
Isso auxilia na diferenciação de estruturas simples que contêm líquidos (cisto 
aracnoides) de abscessos e cistos tumorais, que contém na maioria das vezes, um 
líquido mais proteico. 
Os edemas são facilmente percebidos em imagens ponderadas em T2. 
Imagens ponderadas em T1 são melhores na definição anatômica das lesões 
subjacentes que as imagens ponderadas em T2, principalmente após a 
administração de contraste. 
 
 
SEQUÊNCIAS DE ROTINA DO SERVIÇO 
 
 BOBINA UTILIZADA: Heard 
 FOV: 210-250 
 ESPESSURA DE CORTE: 6 mm 
 GAP: 0,6 mm 
 NSA(NEX): 1-6 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 
27.1.1.1 Tumores 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL OU CORONAL 
129
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 139 
 INJEÇÃO DE CONTRASTE 
 SE T1 NOS 3 PLANOS 
 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 
 Técnica supressão de gordura (tumores próximos às estruturas ósseas 
e tecido gorduroso). 
 FFE*AXIAL (pesquisa de hemorragia ou calcificação). 
 Sequência angiográfica (invasão vascular ou trombose). 
 
 
27.1.1.2 Lesões inflamatórias e infecciosas 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL OU CORONAL 
 SE T1 SAGITAL OU AXIAL 
 INJEÇÃO DE CONTRASTE 
 SE T1 NOS 3 PLANOS 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 FFE*T2 AXIAL (CALCIFICAÇÕES) 
 SEQUÊNCIA ANGIOGRÁFICA 
 DIFUSÃO/PERFUSÃO 
 
 
 
 
 
 
130
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 140 
 
 
27.1.1.3 Acidente Vascular Encefálico Isquêmico 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL OU CORONAL 
 SE T1 AXIAL 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 SE T1 COM CONTRASTE 
 SEQUÊNCIA ANGIOGRÁFICA DIFUSÃO/PERFUSÃO 
 
 
27.1.1.4 Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 SE T1 AXIAL E SAGITAL 
 FFE T2* AXIAL (angioma cavernoso) 
 FLAIR AXIAL 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
Injetar contraste nos três planos. 
 
 
27.1.1.5 Lesões degenerativas 
 
 
Demências ex.: Alzheimer, Parkinson, Coreia, Doenças Metabólicas, 
mitocondropatias, etc. 
 
131
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 141 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL E CORONAL 
 IR CORONAL 
 SE T1 SAGITAL 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 SE T1 COM CONTRASTE 
 
 
27.1.1.6 Doença da Substância Branca 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL 
 FLAIR SAGITAL FINO (cortes 3-4 mm) 
 FLAIR CORONAL com supressão de gordura para nervos ópticos 
 SE T1 COM MT (transferência de magnetização) 
 Injetar contraste 
 SE T1 AXIAL (MT) 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 IR CORONAL 
 SE T1 CORONAL 
 
 
27.1.1.7 Traumas (Sequela) 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL 
 SE T1 SAGITAL 
 FFE T2* (GRE) AXIAL 
132
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 142 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 SE T1 PÓS-CONTRASTE 
 
 
27.1.1.8 Sintomas Inespecíficos (Cefaleia, Tonturas, RDNPM) 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL 
 SE T1 SAGITAL 
 IR CORONAL e/ou TSE T2 CORONAL 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 SE T1 PÓS-CONTRASTE 
 
 
27.1.1.9 Epilepsia 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 FLAIR AXIAL 
 CORONAL FLAIR PARA HIPOCAMPO (cortes 3 mm) 
 CORONAL IR PARA HIPOCAMPO (cortes 3 mm) 
 SE SAGITAL 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
Crise convulsiva de início tardio: 
 
 SE T1 PÓS-CONTRASTE 
133
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 143 
 
 
27.1.1.10 Pares Cranianos 
 
 
 FLAIR e/ou TSE T2 AXIAL 
 TSE T2 AXIAL (cortes 3mm) 
 TSE T2 CORONAL (cortes 3 mm) 
 SE T1 AXIAL (cortes 3 mm) 
 
Injetar Contraste: 
 
 SE T1 AXIAL SPIR (cortes 3 mm) 
 SE T1 CORONAL SPIR (3 mm) 
 
 
27.1.1.11 Avaliar Mielinização 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 IR AXIAL 
 CORONAL FLAIR 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 FLAIR AXIAL 
 
 
 
 
 
 
 
134
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 144 
 
 
27.1.1.12 Angiorressonância (Hemorragia, MAV, Aneurisma) 
 
 TSE T2 AXIAL 
 SE T1 AXIAL (SE) 
 TOF 3D AXIAL (matriz 512 e cortes 0,5 a 0,7 mm) 
 PCA CORONAL 
 
Obs.: Calcular velocidade de fluxo 
 
 Arterial= 50 cm/s 
 Venoso= 15 cm/s 
 MAV= 30 cm/s 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 SE T1 SAGITAL 
 FLAIR AXIAL (HSA) 
 
FIGURA 39 – CORTE AXIAL 
 
 
 
 
 
 
135
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 145 
FIGURA 40 – CORTE CORONAL 
 
 
 
 
FIGURA 41 – CORTE SAGITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 146 
FIGURA 42 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
137
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 147 
27.2 FACE E PESCOÇO 
 
 
São utilizados bobinas de superfície para obtenção de imagens de maior 
resolução espacial. O uso da bobina apropriada é um fator essencial na RM da 
cabeça e pescoço. 
Para o estudo da face é utilizada uma bobina cefálica padrão; no pescoço 
podem-se utilizar bobinas cervicais. 
 
 Seios da face: A RM é utilizada na pesquisa de patologias inflamatórias, 
fibro-ósseas e na avaliação de lesões neoplásicas. São utilizadas sequências 
ponderadas em T1 e T2, nos vários planos de corte com espessura de 4 mm. 
 
 Nasofaringe, Espaço Parafaríngeo, Orofaringe, Cavidade Oral e Laringe: 
A RM é útil na investigação de processos infecciosos/inflamatórios graves e 
neoplasias, em que é possível a detecção de invasão dos tecidos adjacentes. 
Nesses exames são utilizadas sequências ponderadas em T1 e T2, nos 
vários planos de cortes com espessuras de 2 a 5 mm. 
 
 BOBINA UTILIZADA: bobina encéfalo (HEAD)/bobina cervical/ superfície 
(laringe). 
 FOV: 180-230 
 ESPESSURA: 2 a 5 mm 
 GAP: 0,2 a 0,5 mm 
 NSA (NEX): 1-6 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 -TSE T2 AXIAL 
 -TSE T1 AXIAL 
 -TSE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 Injetar Contraste 
 -SE T1 NOS 3 PLANOS COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
138
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 148 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
 DINÂMICA (massa vascular tumoral) 
 TSE T2 CORONAL 
 SE T1 SAGITAL 
 
 
27.2.1Tumor de Pescoço 
 
 
 TSE T2 AXIAL 
 SE T1 AXIAL 
 TSE T2 SAGITAL E CORONAL (extensão do tumor) 
 T1 PÓS-CONTRASTE COM SPIR 
 
27.2.2 Laringe - Bobina de Superfície 
 
 
 TSE T2 AXIAL (2 mm) 
 SE T1 AXIAL (2 mm) 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 AXIAL SPIR PÓS-CONTRASTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
139
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 149 
 
 
FIGURA 43 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
140
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 150 
 
 
 
 
 
27.2.3 Ouvido 
 
 
A RM é a melhor modalidade de imagens na detecção de tumores acústicos, 
devido sua capacidade de demonstrar a própria estrutura do nervo. Nesse exame 
são utilizadas sequências com cortes finos, ponderados em T1 e T2 e administração 
de contraste. 
O tumor acústico mais comum é o Schwannoma (Neurinoma do Acústico), 
seguido no meningeoma. 
 
 BOBINA UTILIZADA: HEARD 
 FOV: 150-200 
 ESPESSURA: 3 mm 
 GAP: 0,3 mm 
 NSA (NEX): 2-4 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 TSE T2 AXIAL (matriz 512) 
 TSE T1 AXIAL (3 mm) 
 TSE T2 CORONAL 
141
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 151 
 INJETAR CONTRASTE 
 SE T1 AXIAL 
 SE T1 CORONAL 
 
 
27.2.4 Órbita (Tumoral e Inflamatório) 
 
 
A RM é utilizada para avaliação de neoplasias e doenças inflamatórias. São 
utilizadas sequências ponderadas em T1 e T2, com cortes finos, nos diversos planos 
de aquisição. Pode utilizar sequências com supressão de gordura. 
 
 BOBINA UTILIZADA: HEARD/ SURFACE COIL 
 FOV: 180-200 
 ESPESSURA: 3 a 4 mm 
 GAP: 0,3 a 0,4 mm 
 NSA (NEX): 2-4 
 MATRIZ: 512- 256/512 
 
 SE TE AXIAL 
 SE T1 AXIAL 
 TSE T2 CORONAL 
 
Injetar Contraste: 
 
 SE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SE T1 CORONAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
Obs.: Se é tumor, também fazer SE T1 SAGITALCOM SUPRESSÃO DE 
GORDURA PÓS-CONTRASTE 
 
 
 
 
142
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 152 
 
FIGURA 44 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
143
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 153 
 
 
27.2.5 Hipófise 
 
 
A RM é utilizada principalmente no estudo de Micro e Macro Adenomas. 
Estes são tumores da glândula hipofisária, onde os Microadenomas medem 
menos de 10 mm e os Macroadenomas mais de 10 mm. 
Neste exame são utilizadas sequências com cortes finos, ponderadas em T1 
e T2. No estudo de micro adenomas é feito um estudo dinâmico com administração 
de contraste. 
 
 BOBINA UTILIZADA: HEARD 
 FOV: 150-200 
 ESPESSURA: 3 mm 
 GAP: 0,3 mm 
 NSA (NEX): 2-6 
 MATRIZ: 512- 256/512 
 
 
27.2.5.1 Lesões Pequenas 
 
 
 SE T1 SAGITAL (corte 3 mm) 
 TSE T2 CORONAL (corte 3 mm) 
 SE T1 CORONAL (corte 3 mm) 
 INJETAR CONTRASTE 
 DINÂMICO 
 SE T1 CORONAL 
 
 
 
 
144
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 154 
 
 
27.2.5.2 Lesões Grandes 
 
 
 SE T1 SAGITAL 
 SE T1 CORONAL 
 SE T2 CORONAL 
 INJETAR CONTRASTE 
 SE T1 nos três planos com supressão de gordura. 
 
 
FIGURA 45 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
145
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 155 
 
 
 
 
 
 
146
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 156 
 
27.2.6 ATM 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Flex Coil/ HEARD 
 FOV: 120- 150 
 ESPESSURA: 2- 3 mm 
 GAP: 0,2 -0,3 mm 
 NSA (NEX): 2-6 
 MATRIZ: 256/512 
 
 TSE T2 FFE SAGITAL (corte 2 mm) 
 SE T1 SAGITAL (corte 2 mm) 
 TSE T2 CORONAL (corte 2 mm) 
 DINÂMICO: Boca fechada, boca semifechada, boca aberta e abertura 
máxima. 
Obs.: Se possível, sempre gravar estudo dinâmico em CD ou DVD. 
 
 
FIGURA 46 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
147
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 157 
 
 
 
27.3 COLUNA VERTEBRAL 
 
 
Imagens sagitais ponderadas em T2 e T1 acompanhadas de imagens axiais 
T2 e T1 ou GRE são utilizadas para avaliar a coluna quanto às alterações 
degenerativas das vértebras e dos discos intervertebrais. 
Técnicas com supressão de gordura são usadas para avaliação de 
alterações primárias e metastáticas. Envolvimento meníngeo por infecção ou tumor 
é mais bem demonstrado quando se utiliza o agente para magnético. 
 
TÉCNICAS 
 
 Imagens sagitais e axiais ponderas em T2: Avaliação dos discos 
intervertebrais e detecção de anormalidades intramedulares. 
 Imagens sagitais ponderadas em T1: Avaliam o sinal da medula 
óssea. O contraste entre o tecido adiposo e as raízes nervosas do forame neural, é 
utilizado para avaliação da compressão de nervos e estreitamento dos foramens 
neurais. 
 Imagens Gradiente-Eco (GRE): São utilizadas para avaliar a presença 
de osteófitos e doenças degenerativas da coluna. As técnicas IN PHASE e OUT 
PHASE para avaliar a medula óssea. 
 Imagens axiais ponderadas em T1: Destacam o forame neural, as 
raízes nervosas e os gânglios da raiz dorsal e as articulações interapofisárias. 
 
148
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 158 
 
 
27.3.1 Coluna cervical 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Sinergia (Syn-Spine) 
 FOV: 230-280 
 ESPESSURA: 3 mm 
 GAP: 0,3 mm 
 NSA(NEX): 2-4 
 MATRIZ: 256/512 
 
 
Hérnia de disco 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 FFE T2 AXIAL 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 -TSE T2 AXIAL 
 
Trauma: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 FFE T2* SAGITAL 
149
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 159 
 
Inflamatório (abcesso): 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 INJETAR CONTRASTE 
 TSE T1 NOS 3 PLANOS 
 
 
Lesão Medular: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 FLAIR ou DP SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 
Injetar Contraste: 
 
 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
 
27.3.2 Coluna torácica 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Sinergia (Syn-Spine) 
 FOV: 300-350 
 ESPESSURA: 3 mm 
 GAP: 0,3 mm 
 NSA(NEX): 2-4 
150
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 160 
 MATRIZ: 512 
 
Hérnia de Disco: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
 
Trauma: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 FFE T2* SAGITAL 
 
Tumores: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 INJETAR CONTRASTE 
 TSE T1 SAGITAL E AXIAL 
 
 
 
 
151
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 161 
 
 
27.3.3 Coluna lombar 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Sinergia (Syn-Spine) 
 FOV: 340-370 
 ESPESSURA: 4 mm 
 GAP: 0,4 mm 
 MATRIZ: 512 
 
 
Hérnia: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
Pós-operatório: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T1 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
Injetar contraste: 
 
 TSE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 TSE T1 SAGITAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
 
152
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 162 
 
Processo Inflamatório: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
Injetar contraste: 
 
 TSE T1 AXIAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 TSE T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
Tumores 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
Injetar contraste: 
 
 TSE T1 AXIAL e SAGITAL COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
Trauma: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
 
 
153
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 163 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 FFE T2* SAGITAL 
 
Congênitas: 
 
 TSE T2 SAGITAL 
 TSE T1 SAGITAL 
 TSE T2 AXIAL 
 TSE T1 AXIAL 
 
 
SEQUÊNCIA OPCIONAL 
 
 
 SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
154
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 164 
 
FIGURA 47 – CORTES SAGITAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
155
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 165 
 
 
FIGURA 48 – CORTE AXIAL 
 
 
 
 
FIGURA 49 – SEQUÊNCIA DE CORTES NA COLUNA CERVICAL 
 
 
 
 
 
156
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 166 
 
 
 
 
FIGURA 50 – SEQUÊNCIA DE CORTES NA COLUNA DORSAL 
 
 
 
 
 
 
157
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 167 
 
 
 
 
FIGURA 51 – SEQUÊNCIA DE CORTES NA COLUNA LOMBAR 
 
 
 
 
 
 
158
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 168 
 
 
FIGURA 52 – SEQUÊNCIA DE CORTES NA SACROILÍACA 
 
 
 
 
 
 
 
 
159
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 169 
 
 
27.4 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
 
 
A RM fornece excelente contraste entre os tecidos moles e por apresentar 
uma boa resolução espacial é ótima para a avaliação anatômica das estruturas, 
assim como os processos patológicos que envolvem o sistema musculoesquelético. 
O processo inflamatório, devido à presença de edema, causa aumento da 
água nos tecidos, levando a um prolongamento nos tempos de relaxamento T1 e T2. 
As neoplasias sólidas, em razão do aumento de água nestes tecidos, levam 
a um tempo de relaxamento mais longo que os tecidos hospedeiros. Tecido fibroso 
por ter baixa densidade de prótons, tem pouco sinal e seu relaxamento T2 reduzido. 
A infiltração gordurosa do tecido muscular causa encurtamento de T1, com 
aumento da intensidade de sinal. As hemorragias intersticiais ou componentes de 
degradação do sangue, no músculo ou em tecidos, prolongam T1 e T2, 
consequentemente o processo inflamatório e o edema. 
Nos hematomas, o tempo de relaxamento é muito variável, dependendo da 
fase de movimentos respiratórios. A medula óssea amarela e o tecido celular 
subcutâneo apresentam intensidade de sinal elevada em T1 e diminuída em T2. 
A cartilagem do revestimento articular é de sinal intermediário nas várias 
sequências. O músculo apresenta intensidade de sinal intermediária nas duas 
ponderações. 
A presença de sinal em estruturas vasculares significa fluxo normal (lento ou 
trombose). O gadolíneo ajuda a distinguir os tecidos normais dos patológicos. 
 
 
PROTOCOLOS UTILIZADOS 
 
Joelho: 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobinade Superfície (kee-Foot) 
 FOV: 160-190 
160
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 170 
 ESPESSURA: 4 mm 
 GAP: 0,4 mm 
 NSA (NEX): 1-4 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 Rotina 
 
 SAGITAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 
 CORONAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 
 AXIAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 DP OBLÍQUO (para ligamento cruzado anterior) 
 
 
FIGURA 53 – CORTE SAGITAL/DP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
161
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 171 
 
FIGURA 54 – CORTE CORONAL/T1 
 
 
 
 
 
FIGURA 55 – CORTE CORONAL OBLÍQUO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
162
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 172 
 
FIGURA 56 – CORTE AXIAL/T2/SPIR 
 
 
 
 
FIGURA 57 – SEQUÊNCIA DE CORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
163
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 173 
 
Cotovelo: 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Superfície (kee-Foot) 
 FOV: 120-160 
 ESPESSURA: 3 a 4 mm 
 GAP: 0,3 a 0,4 mm 
 NSA (NEX): 1-4 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 SPIR 
 AXIAL DUPLO ECO (SE T2) 
 CORONAL T1 
 CORONAL FFE T2 SPIR 
 SAGITAL T1 
 CORONAL STIR 
 AXIAL SE T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 INJETAR CONTRASTE 
 AXIAL SE T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
164
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 174 
FIGURA 58 – SEQUÊNCIA DE CORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
165
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 175 
 
 
Pernas: 
 
 
FIGURA 59 – PERNAS 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 
 
 
 
 
 
 
166
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 176 
 
 
FIGURA 60 – SEQUÊNCIA DE CORTE 
 
 
 
 
167
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 177 
 
 
 
 
Tornozelo: 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Superfície (kee-Foot) 
 FOV: 120-160 
 ESPESSURA: 3 a 4 mm 
 GAP: 0,3 a 0,4 mm 
 NSA (NEX): 1-4 
 MATRIZ: 512-256/512 
 
 Entorses 
 
 SAGITAL STIR 
 SE AXIAL T1 
 AXIAL DP SPIR 
 CORONAL DP SPIR 
 
 Inflamatório ou Tumor 
 
 SAGITAL STIR 
 SE AXIAL T1 
 AXIAL DP SPIR 
168
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 178 
 CORONAL DP SPIR 
 AXIAL SE T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 INJETAR CONTRASTE 
 AXIAL SE T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
FIGURA 61 – CORTE CORONAL/T1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
169
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 179 
FIGURA 62 – CORTE AXIAL/SPIR 
 
 
 
 
 
FIGURA 63 – CORTE SAGITAL/STIR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
170
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 180 
FIGURA 64 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
171
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 181 
Pé: 
 
 
FIGURA 65 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
172
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 182 
 
 
 
 
 
Punho: 
 
 BOBINA UTILIZADA: Flex Coil ou Flex-M Coil 
 FOV: 120-160 
 ESPESSURA: 2 a 4 mm 
 GAP: 0,2 a 0,4 mm 
 NSA (NEX): 2-6 
 MATRIZ: 256/512 
 
 Túnel do Carpo, Tendinite e Instabilidade 
 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 SPIR 
 AXIAL DUPLO ECO (SE T2) 
 CORONAL T1 
173
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 183 
 CORONAL FFE T2 SPIR 
 SAGITAL T1 
 
 Necrose Asséptica 
 
 AXIAL T1 
 CORONAL T1 
 SAGITAL T1 
 CORONAL STIR 
 
SEQUÊNCIAS OPCIONAIS 
 
Injetar contraste: 
 
 AXIAL E SAGITAL T1 
 
 
FIGURA 66 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
174
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 184 
 
 
 
 
Falanges da mão: 
 
FIGURA 67 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
175
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 185 
 
 
 
 
Ombro: 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Flex Coil ou Flex-M Coil 
 FOV: 160-200 
 ESPESSURA: 4 mm 
 GAP: 0,4 mm 
 NSA (NEX): 2-6 
 MATRIZ: 512- 256/512 
 
 Impacto 
 
 AXIAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 
 CORONAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 Instabilidade 
 
 AXIAL FFE T2* 
 AXIAL DP SPIR 
176
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 186 
 CORONAL T1 
 CORONAL T2 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 Artrorressonância de ombro (Instabilidade) 
 
 AXIAL SE T1 
 CORONAL T2 SPIR 
 CORONAL T1 SPIR 
 SAGITAL T1 SPIR 
 FAZER NA POSIÇÃO ABER:- SE T1 CORONAL SPIR (2 a 3 mm) 
 
Obs.: sequências realizadas após o contraste “direto”. 
 
 
FIGURA 68 – CORTE CORONAL/T1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
177
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 187 
FIGURA 69 – Corte sagital/T1 
 
 
 
 
 
FIGURA 70 – CORTE AXIAL/T1/SPIR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
178
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 188 
FIGURA 71 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 72 – UPPER 
 
179
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 189 
 
 
 
 
 
Coxofemural: 
 
 BOBINA UTILIZADA: Body Coil (Bobina de corpo) 
 FOV: 340-380 
 ESPESSURA: 4 mm 
 NSA (NEX): 2-4 
 Matriz: 512-256/512 
 
 Rotina 
 
 AXIAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 
 CORONAL STIR 
 SAGITAL e/ou CORONAL FFE T2* (na articulação comprometida) 
 
 Tumor ou Processo Inflamatório 
 
 AXIAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 
 CORONAL STIR 
 SAGITAL e/ou CORONAL FFE T2* 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
180
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 190 
 INJETAR CONTRASTE 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 Lesão Muscular 
 
 SAGITAL STIR 
 AXIAL T1 
 AXIAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL DP COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
Obs: Injetar contraste para estadiar a lesão 
 
 Avaliação da medula óssea 
 
 AXIAL T1 
 CORONAL T1 
 SAGITAL STIR 
 AXIAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 FAZER TÉCNICA IN PHASE e OUT PHASE 
 
Obs.: Chamar o médico para ver a necessidade de injetar contraste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
181
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 191 
 
 
FIGURA 73 – CORTES CORONAL T1; AXIAL T1, T2, SPIR E FFE, SAGITAL T1 
 
 
 
 
 
 
 
182
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 192 
 
 
FIGURA 74 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
183
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 193 
 
 
Tórax: 
 
 
A RM tem sido considerada superior a outras modalidades de imagens na 
avaliação de anormalidades específicas do mediastino, hilos e parede torácica. 
Vantagens da RM em relação ao CT: 
 
 Alta sensibilidade ao fluxo sanguíneo (preferencial na avaliação de 
patologia vascular); 
 Não utilização de radiação ionizante; 
 Capacidade multiplanar; 
 Alta resolução de contraste (diferenciando com mais facilidade os 
limites das lesões comprometendo mediastino e parede torácica); 
 Possibilidade de caracterizar processos específicos, como fibrose, 
hemorragia e cistos com conteúdo proteico elevado. 
 
Porém há limites da RM no sentido de detectar calcificações e na avaliação 
do parênquima pulmonar comparando-se ao CT. O desafio na obtenção de imagens 
de boa qualidade técnica na RM do tórax é tentar superar os artefatos de 
movimentos cardíacos e respiratórios provenientes do fluxo sanguíneo, assim como 
do próprio paciente. 
Para prevenir os artefatos provenientes do coração, é necessária a 
“sincronização cardíaca” (Gating cardíaco). Essa pode ser sincronização periférica 
(PPU) ou eletrocardiográfica (ECG). 
Os artefatos determinados pelos movimentos respiratórios são prevenidos 
pela utilização da técnica Respiratory Compensation (Ganting Respiratory). O 
método de pré-saturação reduz o artefato do movimento sanguíneo dos vasos. 
No exame do mediastino são utilizadas sequências ponderadas em T1, que 
oferecem excelente contraste entre a gordura mediastinal (alto sinal), os linfonodos e 
massa mediastinais (sinal intermediário) e o Flow Void (vazio de fluxo) nos vasos 
sanguíneos. 
184
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 194 
Quando uma anormalidade é detectada ou suspeita, imagens ponderadas 
em T2 são utilizadas. 
 
 BOBINA UTILIZADA: BODY Coil (Bobina de corpo) 
 FOV: 340-380 
 ESPESSURA: 8 mm 
 GAP: 0,8 mm 
 NSA (NEX): 2-4 
 MATRIZ: 256/512 
 
 Mediastino (Tumores) 
 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 
 CORONAL T2 
 INJETAR CONTRASTE 
 CORONAL T1 
 AXIAL T1 
 SAGITALT1 
 
 Aorta 
 
 SAGITAL T1 OBLÍQUO (maior eixo da aorta) 
 AXIAL T1 
 CORONAL T1 
 AXIAL T2 
 
 
 
 
 
 
 
185
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 195 
 
 
FIGURA 75 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
Esterno: 
 
FIGURA 76 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
186
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 196 
 
 
27.5 MAMA 
 
 
A RM é utilizada na investigação de implantes mamários e de tumores, 
porém a avaliação deste último exige uma análise adicional das eficácias relativa 
aos custos, protocolos técnicos padronizados e seleções apropriadas dos pacientes. 
No caso dos implantes mamários, as complicações incluem principalmente: 
rupturas e vazamentos, contrações fibrosas e cálcicas e dor localizadas. 
Uma cápsula fibrosa sempre se forma em torno dos implantes mamários; 
quando esta se torna dura, a mama pode ter um contorno e textura à palpação 
indesejável. 
O exame da mama é realizado com uma bobina específica, em que o 
paciente fica deitado em decúbito ventral. São utilizadas sequências ponderas em 
T2 com supressão hídrica, sequências ponderadas em T1, com espessura de corte 
que variam de 3 e 5 mm. 
As sequências ponderadas em T2 (com TR 5000 e TE 200) são usadas para 
diminuir o sinal do tecido adiposo da mama e manter bem intenso o sinal do silicone. 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina de Quadratura (mama) 
 FOV: 260-300 
 ESPESSURA: 3 a 4 mm 
 GAP: 0,3 a 0,4 mm 
 NSA (NEX): 2-4 
 MATRIZ: 256/512 
 
 Prótese 
 
 SAGITAL SITR 
 AXIAL STIR 
 AXIAL T2 E T1 
 
187
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 197 
 Tumor 
 
 AXIAL T2 
 AXIAL T1 
 SAGITAL T1 
 INJETAR CONTRASTE 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
FIGURA 77 - CORTE SAGITAL 
 
 
 
 
 
FIGURA 78 – CORTE AXIAL 
 
 
 
 
188
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 198 
 
FIGURA 79 – CORTES AXIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
189
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 199 
 
 
 
FIGURA 80 – GRÁFICO DA INTENSIDADE DE SINAL DE UM NÓDULO DE MAMA. 
 
 
 
 
 
FIGURA 81 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
190
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 200 
 
 
 
 
27.6 ABDOME 
 
 
No estudo do abdome pela ressonância magnética, encontramos problemas 
significativos devido ao movimento. 
 
 Movimento do paciente: para evitá-lo deve-se oferecer o melhor 
conforto ao paciente e diminuir, sempre que possível, o tempo do exame. 
 Artefatos de pulsação vascular: utilizar pulsos de saturação vascular e 
compensação do movimento do fluxo sanguíneo. 
 Peristaltismo intestinal: pedir dieta leve 12 horas antes e fazer uso de 
um antiespasmódico E.V. (ex.: Buscopan simples). 
 Movimento de respiração: compensação da respiração (monitorização 
da respiração do paciente e ajuste da aquisição de acordo com o movimento 
respiratório). 
Outro método é utilizar a apneia (Breath Hold). O Objetivo desta técnica é 
fazer com que o tempo de scan possa ser mantido curto o suficiente durante a 
apneia, tentando consequentemente eliminar o artefato da respiração. 
O órgão mais estudado na RM abdominal é o fígado. 
Através da RM, obtendo aquisições multiplanares, conseguem-se maiores 
informações da lesão hepática em relação às estruturas adjacentes (diafragma, veia 
cava inferior, átrio direito). 
As imagens ponderadas em T1 oferecem melhor anatomia. O fígado normal 
191
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 201 
se apresenta hiperintenso ou isointenso em relação ao baço nesta aquisição. As 
imagens ponderadas em T2 definem melhor os processos patológicos 
(hemangioma, cisto, neoplasia), entretanto são mais susceptíveis aos artefatos de 
movimento. 
O fígado normal se apresenta hipointenso em relação ao baço. Ambas as 
sequências são necessárias para a identificação das lesões. 
 
Obs.: Quando há suspeita de hemangioma, deve-se fazer um estudo 
dinâmico do nódulo, administrando o contraste para avaliar o comportamento deste. 
 
 
 BOBINA UTILIZADA: Body Coil (bobina de corpo) 
 FOV: 350-400 
 ESPESSURA: 6 a 8 mm 
 GAP: 0,6 a 0,8 mm 
 NSA (NEX): 1-4 
 MATRIZ: 256/512 
 
 Fígado 
 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 ECO 80 COM SUPRESSÃO DE GORDURA (DETECTAR 
LESÃO) 
 AXIAL T1 SPIR 
 INJETAR CONTRASTE 
 AXIAL SPIR 
 
 Fígado (Hemangioma) 
 
 AXIAL T2 ECO 80 
 AXIAL T2 ECO 160 
 AXIAL T1 
 AXIAL DINÂMICO COM GADOLÍNEO 
192
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 202 
 
Obs.: no dinâmico obter fase pré-contraste, arterial, venosa, tardia. 
 
 Fígado (lesões hepáticas difusas) 
 
a) Esteatose 
 
 TÉCNICA INPHASE e OUT-PHASE 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 ECO 80 COM SUPRESSÃO DE GORDURA (DETECTAR 
LESÃO) 
 AXIAL T1 SPIR 
 
b) Estadiamento tumoral 
 
 AXIAL T2 
 AXIAL T1 
 CORONAL T1 
 CORONAL ou SAGITAL T2 (na lesão) 
 AXIAL DINÂMICO COM GADOLÍNEO 
 
Obs: no dinâmico obter fase pré-contraste, arterial, venosa, tardia. 
 
c) Massa hepática 
 
 AXIAL T2 
 AXIAL T1 
 CORONAL T2 (na lesão) 
 SAGITAL T2 (na lesão) 
 AXIAL DINÂMICO COM GADOLÍNEO 
 
Obs.: no dinâmico obter fase pré-contraste, arterial, venosa, tardia. 
 
193
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 203 
d) Tumor de Pâncreas 
 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T2 
 CORONAL ou SAGITAL T2 (massas grandes) 
 AXIAL DINÂMICO COM GADOLÍNEO 
 
Obs.: no dinâmico obter fase pré-contraste, arterial, venosa, tardia. 
 
 
FIGURA 82 – CORTE AXIAL QUE DEMONSTRA OS RINS E FÍGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
194
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 204 
 
 
FIGURA 83 – CORTE CORONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
195
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 205 
 
 
Vesícula biliar: 
 
FIGURA 84 – CORTE CORONAL 
 
 
 
 
 
 
Intestino: 
 
FIGURA 85 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
196
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 206 
 
 
Pâncreas: 
 
FIGURA 86 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
197
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 207 
 
Rins: 
 
FIGURA 87 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
198
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 208 
 
 
Urografia: 
 
FIGURA 88 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
Glândula adrenal: 
 
FIGURA 89 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
199
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 209 
 
 
FIGURA 90 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
Aorta abdominal: 
 
FIGURA 91 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
200
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 210 
 
 
 
 
 
Arteriais renais: 
 
FIGURA 92 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
201
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 211 
 
 
 
 
 
27.7 PELVE 
 
 
Na pelve feminina, a ressonância magnética é excelente na avaliação de 
anomalias congênitas e na classificação por estágios de diversas condições 
malignas pélvicas. 
É de extrema utilidade na avaliação de lesões expansivas pélvica na 
caracterização de sua natureza. O emprego na pesquisa de endometriose ovariana 
e de implantes na cavidade é importante, bem como no diagnóstico de adenomiose. 
Para diminuir o máximo de artefatos de movimentos a bexiga da paciente 
não deve estar totalmente cheia e deve-se utilizar um antiespasmódico para diminuir 
os movimentos peristálticos do intestino delgado e grosso. 
Esse exame é realizado com bobina de corpo. Na pelve masculina, a RM é 
utilizada principalmente no estudo de bexiga, vesículas seminais e próstata. São 
utilizadas sequências ponderadas em T1 e T2, nos vários planos de corte. 
De preferência o exame deverá ser realizado com bobina endorretal para um 
estudo mais detalhado da próstata e vesículas seminais. A bobina de corpo no 
estadiamento de adenomegalia da cadeia hipogástrica e aorta caval. 
 
202
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 212 
 
 BOBINA UTILIZADA: Body Coil (Bobina de corpo) 
 FOV: 250-300 
 ESPESSURA: 5 mm 
 GAP: 0,5 mm 
 NSA (NEX):2-4 
 MATRIZ: 256/ 512 
 
ou 
 
 BOBINA UTILIZADA: Bobina endorretal 
 FOV: 150 
 ESPESSURA: 3 a 5 mm 
 GAP: 0,3 a 0,5 mm 
 NSA +( NEX):2-4 
 MATRIZ: 256 
 
 Pelve feminina 
 
a) Rastreamento 
 
 AXIAL T1 
 AXIAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
b) Tumor 
 
 AXIAL T1 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
203
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 213 
 
Injetar contraste: 
 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
c) Endometriose 
 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL FFE T2* 
 
Injetar contraste: 
 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
d) Malformação congênita 
 
 AXIAL T1 
 SAGITAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T2 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 
Injetar contraste: 
 
204
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 214 
 AXIAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 CORONAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 SAGITAL T1 COM SUPRESSÃO DE GORDURA 
 
 Pelve Masculina 
 
# Bobina retal 
 
 - AXIAL T1 
 - AXIAL T2 SPIR 
 - SAGITAL T2 
 - CORONAL T2 
 
 
FIGURA 93 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
205
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 215 
 
 
Útero e vagina: 
 
 
FIGURA 94 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
206
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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Próstata: 
 
 
FIGURA 95 – SEQUÊNCIA DE CORTES 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
207
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 217 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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Sectional Anatomy By MRI. 2. ed. Copy 1995. 
 
 
MOELLER, T. & REIF, E. MRI Parameters and Positioning. Thieme; Prited in 
Germany, 2003. 
 
 
MONTANI, T.; EKHOLM, S. & WESTESSON, P.-L. Diffusion-Weighted MR 
Imaging of the Brain. Springer; Prited in Germany, 2003. 
 
 
MULTIMEDIA FORNECIDO POR FIALKOWSKI, V. Application specialist- Philips. 
SOLLER, D.W. Ressonância Magnética em Ortopedia e Medicina Desportiva. 
University of at San Francisco, Califórnia. Editora Guanabara. 2. ed. Copy, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO! 
 
208de um campo magnético. 
O biopotencial induzido é exibido como ampliação da amplitude da onda T e 
também por outras alterações da onda, inespecíficas, aparentes ao 
eletrocardiograma, que foram observadas em intensidades de campo magnético 
estático de apenas 0,1T. 
O aumento da amplitude da onda T está diretamente relacionado à 
intensidade do campo magnético. Em outras palavras, em baixas intensidades do 
campo magnético os efeitos não são tão predominantes quanto aquele de maiores 
intensidades do campo. 
Acredita-se que o efeito mais acentuado sobre a onda T seja causado 
quando o sangue flui pelo arco aórtico torácico. Essa mudança da amplitude da 
onda T pode ser suficientemente significativa para deflagrar falsamente a excitação 
de RF durante um exame de RM com sincronização cardíaca. Outras partes do 
eletrocardiograma também podem ser alteradas pelo campo magnético estático e 
isso varia com o posicionamento dos eletrodos de registro. 
Para facilitar estudos de controle cardíaco, podem ser usadas posições 
alternativas das derivações para atenuar as alterações eletrocardiográficas 
induzidas pelo campo magnético. Após cessar a exposição ao campo, estas 
anormalidades de voltagem eletrocardiográficas voltam ao normal. 
Como não há alterações circulatórias que pareçam coincidir com estas 
alterações eletrocardiográficas, não se acredita que haja riscos biológicos 
associados ao efeito magneto-hidrodinâmico que ocorre em conjunto com 
intensidades do campo magnético estático de até 2,0T. 
 
 
 
13
 
 
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4.1.3 Efeitos Neurológicos 
 
 
Teoricamente, a condução do impulso no tecido nervoso pode ser afetada 
por exposição a campos magnéticos estáticos. Entretanto, esta área na literatura 
sobre o bioefeitos contém informações contraditórias. 
Alguns estudos relatam efeitos significativos sobre função e a estrutura 
daquelas partes do sistema nervoso central que foram associadas à exposição a 
campos magnéticos estáticos, enquanto outros não mostraram quaisquer alterações 
significativas. 
São necessárias outras investigações de possíveis bioefeitos indesejados 
devido à ausência relativa de estudos clínicos neste campo que sejam diretamente 
aplicáveis ao estudo por RM. 
Atualmente, a exposição a campos magnéticos estáticos de até 2,0T não 
parece afetar significativamente as propriedades bioelétricas dos neurônios em 
seres humanos. 
Em resumo, não há evidências conclusivas de efeitos biológicos irreversíveis 
ou perigosos relacionados a exposições agudas em curto prazo de seres humanos a 
campos magnéticos estáticos de intensidades até 2,0T. 
Em 1996, havia vários sistemas de RM para todo o corpo de 3,0 e 4,0T 
operando em vários locais de pesquisa em todo o mundo. Um estudo preliminar 
indicou que trabalhadores e voluntários expostos a um sistema de RM de 4,0T 
haviam apresentado vertigem, náuseas, cefaleias, gosto metálico na boca e 
magnetofosfenos. 
Portanto, é necessária considerável pesquisa para estudar os mecanismos 
responsáveis por esses bioefeitos e para determinar possíveis meios, se houver, 
para neutralizá-los. 
 
 
 
 
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5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CRIOGÊNIO 
 
 
Todos os sistemas de RM supercondutores em uso clínico atualmente 
empregam hélio líquido. O hélio líquido, que mantém as bobinas do magneto em seu 
estado supercondutor, atingirá o estado gasoso (“Ebulição") a aproximadamente - 
268,93°C (4,22 K). 
Se a temperatura no interior do criostato aumentar subitamente, o hélio entra 
no estado gasoso. Nessa situação, o aumento acentuado de volume do criogênio 
gasoso versus líquido (com razões de volume gás-líquido de 760:1 para hélio e 
695:1 para nitrogênio) aumentará dramaticamente a pressão no criostato. 
Uma valva "pop-off" de carbono pressurosensível cederá, alguma saída de 
hélio gasoso do criostato. Em situações normais, esse gás deve ser removido da 
sala de exame para atmosfera externa. Entretanto, é possível que durante esta 
remoção algum gás hélio seja acidentalmente liberado para atmosfera ambiente da 
sala de exame. 
O hélio na forma gasosa é muito mais leve que o ar. Se houver liberação 
inadvertida de gás hélio na sala de exame, as dimensões da sala, sua capacidade 
de ventilação e a capacidade de ventilação e a quantidade total de gás liberado 
determinarão se o gás hélio chegará ao paciente ou ao profissional, que estão na 
parte inferior da sala. 
O vapor de hélio parece vapor d'água, sendo inodoro e insípido, mas pode 
ser extremamente frio. É possível haver asfixia e geladura se uma pessoa for 
exposta ao vapor de hélio por um longo período. 
Em um resfriamento do sistema, uma quantidade considerável de gás hélio 
pode ser liberada para sala de exame. A diferença de pressão resultante poderia 
causar secundariamente dificuldade em abrir a porta da sala. 
Nesse caso, a primeira resposta deve ser evacuar a área até que o vapor de 
hélio agressor seja adequadamente removido do ambiente da sala de exame e 
seguramente redirecionado para um ambiente externo distante de pacientes, 
pedestres e materiais termossensíveis. 
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Com o melhor design e isolamento do criostato, muitos dos novos magnetos 
supercondutores usam apenas hélio líquido. 
Entretanto, muitos magnetos em sistemas clínicos também usam nitrogênio 
líquido. O nitrogênio líquido no criostato age como um tampão entre o hélio líquido e 
a atmosfera externa, com ebulição a 77,3k. 
No caso de uma liberação acidental de nitrogênio líquido para atmosfera 
ambiente da sala de exame, há possibilidade de geladura, semelhante àquela 
encontrada na liberação de hélio na forma gasosa. 
O nitrogênio na forma gasosa tem aproximadamente a mesma densidade 
que o ar, sendo certamente muito menos flutuante que o gás hélio. No caso de uma 
passagem inadvertida de gás nitrogênio para sala de exame o gás poderia 
facilmente ficar próximo ao nível do solo; a quantidade de gás nitrogênio na sala 
continuaria a aumentar até a cessação do vazamento. 
A concentração total de gás nitrogênio contida na sala seria determinada 
com base na quantidade total de gás liberada para a sala, nas dimensões da sala, e 
na sua capacidade de ventilação (a existência e o tamanho de outras vias de saída 
como portas, janelas, dutos de ventilação e ventiladores). 
Um ambiente com nitrogênio puro é excepcionalmente perigoso, e 
geralmente ocorre inconsciência dentro de 5 a 10 segundos após a exposição. É 
imperativo que todos os pacientes e profissionais evacuem a área assim que se 
perceba a liberação de gás nitrogênio para a sala de exame, e ninguém deve 
retornar até que tenham sido tomadas medidas corretivas apropriadas para eliminar 
o gás. 
O armazenamento em "dewar" (recipientes para armazenamento de 
criogênio) deve ser realizado em área bem ventilada porque as taxas de ebulição 
normais aumentam a concentração de gás inerte na sala de armazenamento até um 
nível perigoso (J.E.Gray, PhD, comunicação oral, setembro de 1989). 
Pelo menos um relato de morte ocorreu em área industrial durante o 
carregamento de criogênio, embora saibamos que esta fatalidade nunca ocorreu na 
comunidade médica. 
Houve relato de perda súbita da consciência, inexplicada, em um tecnólogo 
saudável (sem episódios semelhantes prévios ou subsequentes) que estava 
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passando por uma área de armazenamento de criogênio onde havia múltiplos 
"dewars". 
Embora não haja verificação de alteração na concentração de oxigênio 
atmosférico ambiente para confirmar uma relação com os criogênios em si, a história 
é fortemente sugestiva desta relação. 
Os criogênios apresentam preocupação potencial na RM clínica apesar de 
seu registro extremamente seguro de uso em seus mais de 13 anos de utilização 
clínica. 
O manuseio e armazenamento apropriados de criogênios, assim como otreinamento da resposta apropriada no caso de vazamento, devem ser enfatizados 
em cada local. 
Um monitor de oxigênio com alarme audível, situado em altura apropriada 
em cada sala de exame, deve ser uma medida de segurança mínima obrigatória em 
todos os locais; a ligação e a ativação automáticas de um sistema de ventilação da 
sala de exame quando o monitor de oxigênio registrar abaixo de 18% ou 19% deve 
ser considerado em cada instalação do magneto. 
 
 
5.1 CONSIDERAÇÕES ELÉTRICAS EM UM RESFRIAMENTO (QUENCH) 
 
 
Além do potencial de liberação de criogênio, também há preocupação com 
as correntes que podem ser induzidas em condutores (como tecidos biológicos) 
próximos do campo magnético que se modifica rapidamente associado a um 
resfriamento. 
Em um estudo, foram realizadas monitorização fisiológica de um porco e 
monitorização do ambiente durante um resfriamento intencional a partir de 1,76T. 
Nesse estudo não pareceu haver efeito significativo sobre a pressão arterial, pulso, 
temperatura e medidas eletroencefalográficas no porco durante ou imediatamente 
após o resfriamento. 
Embora uma única observação não comprove a segurança para seres 
humanos expostos a um resfriamento, os dados sugerem que a experiência seria 
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semelhante e que não haveria efeitos elétricos prejudiciais em seres humanos 
submetidos à experiência e exposição semelhantes. 
 
 
6 BIOEFEITOS DOS CAMPOS MAGNÉTICOS DE GRADIENTE 
 
 
O estudo por RM expõe o corpo humano a rápidas variações de campos 
magnéticos, as quais são produzidas pela aplicação transitória de gradientes de 
campo magnético durante a sequência do estudo. 
Os campos magnéticos de gradiente podem induzir campos elétricos e 
correntes em meios condutores (incluindo tecido biológico) de acordo com a lei de 
indução de Faraday. 
O potencial de interação entre campos magnéticos de gradiente e tecido 
biológico é inerentemente dependente da frequência do campo fundamental, da 
densidade de fluxo máxima, da densidade média, da presença de frequências 
harmônicas, das características da onda do sinal, da polaridade do sinal, da 
distribuição da corrente no corpo e das propriedades elétricas e da sensibilidade da 
membrana celular específica. 
Para animais e seres humanos, a corrente induzida é proporcional à 
condutividade do tecido biológico e à velocidade de alteração da densidade do fluxo 
magnético. 
Teoricamente, as maiores densidades de corrente serão produzidas nos 
tecidos periféricos (isto é, no maior raio) e diminuirão linearmente em direção ao 
centro do corpo. 
A densidade da corrente será aumentada em frequências e em densidades 
do fluxo magnético das maiores e será ainda mais acentuada por um maior raio do 
tecido com uma maior condutividade do tecido. Os trajetos atuais que os tecidos 
com baixa condutividade (por ex., adiposo e osso) modificação do padrão da 
corrente induzida. 
Os bioefeitos das correntes induzidas podem ser devidos à energia 
depositada pelas correntes induzidas (efeitos térmicos) ou a efeitos diretos da 
corrente (efeitos não térmicos). Os efeitos térmicos devido a gradientes conduzidos 
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usados em RM são negligenciáveis e não se acredita que sejam clinicamente 
significativos. 
Os possíveis efeitos não térmicos das correntes induzidas são estimulação 
de células nervosas ou musculares, indução de fibrilação ventricular, aumento do 
espaço do manitol encefálico, potencial epileptogênico, estimulação de sensações 
de flash visual e alteração da consolidação óssea. 
As correntes limiares necessárias para estimulação do nervo e fibrilação 
ventricular são muito maiores que as densidades de corrente estimadas induzidas 
em condições de RM clínica de rotina. 
A produção de magnetofosfenos é considerada uma das respostas 
fisiológicas mais sensíveis ao campo magnético de gradiente. Acredita-se que os 
magnetofosfenos sejam causados por estimulação elétrica da retina e sejam 
completamente reversíveis, sem efeitos associados sobre a saúde. 
Foram produzidos por densidades de corrente de aproximadamente 
17µA/cm². Em contraste, as correntes necessárias para indução de potenciais de 
ação no nervo são de aproximadamente 3.000µA/cm², e aquelas necessárias para 
indução de fibrilação ventricular no tecido cardíaco saudável são calculadas em 100 
a 1.000µA/cm². 
Embora não saibamos de casos descritos de magnetofosfenos para campos 
de 1,95T ou menos, os magnetofosfenos foram descritos de 4,0T ou próximos. Além 
disso, gosto metálico e sintomas de vertigem também parecem ser associados aos 
movimentos rápido dentro do campo magnético destes sistemas de 4,0T. 
Testes em campos magnéticos de frequência baixa variável com o tempo 
estão associados a múltiplos efeitos, incluindo agrupamento e alteração da 
orientação dos blastos e também a aumento da atividade mitótica de fibroblastos e 
alteração da síntese de DNA. 
Também foram analisados possíveis efeitos em vários outros organismos, 
incluindo os seres humanos. Embora nenhum estudo tenha demonstrado efeitos 
carcinogênicos decorrentes por períodos variáveis a campos magnéticos de várias 
potências, vários relatos sugerem que uma associação entre os dois ainda é 
possível. 
 
 
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7 BIOEFEITOS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS DE RADIOFREQUÊNCIA 
 
 
7.1 BIOEFEITOS GERAIS DOS CAMPOS ELETROMAGNÉTICO DE 
RADIOFREQUÊNCIA 
 
 
A radiação é capaz de gerar calor em tecidos em virtude das perdas 
resistivas. Portanto, os principais bioefeitos associados à exposição à radiação de 
RF estão relacionados às qualidades termogênicas deste campo eletromagnético. 
A exposição à radiação de RF também pode causar alterações não térmicas, 
campo-específicas em sistemas biológicos sem aumento significativo da 
temperatura. 
Existem declarações acerca do papel dos campos eletromagnéticos na 
produção de câncer e anormalidades do desenvolvimento e nas ramificações destes 
efeitos. 
Um relato da United States Environmental Protection Agency afirmou que as 
evidências existentes nesta questão são suficientes para demonstrar uma relação 
entre exposições a campos eletromagnéticos de baixo nível e o desenvolvimento de 
câncer. 
Até hoje, não foram realizados estudos específicos de possíveis bioefeitos 
não térmicos das imagens de RM. Uma revisão no que se refere à RM foi publicada 
por Beers. 
Ao estudar preocupações acerca da deposição de energia de RF, os 
pesquisadores tipicamente quantificaram a exposição à radiação de RF pela 
determinação da taxa de absorção específica (TAE). 
A TAE é a taxa normalizada para massa em que a energia de RF é acoplada 
ao tecido biológico, sendo expressa em watts por quilograma. As medidas ou 
estimativas da TAE não são triviais, particularmente em seres humanos, e há vários 
métodos para determinar este parâmetro para dosimetria de energia de RF. 
20
 
 
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 23 
A TAE produzida durante RM é uma função complexa de inúmeras variáveis 
incluindo a frequência (que, por sua vez, é determinada pela intensidade do campo 
magnético estático), o tipo de pulso de RF (90° ou 180°), o tempo de repetição a 
largura do pulso, o tipo de bobina de RF usada, o volume de tecido na bobina, a 
resistividade do tecido e a configuração da região anatômica estudada. 
O aumento real da temperatura tecidual causado por exposição à radiação 
de RF depende do sistema termorregulador do indivíduo (envolvendo fluxo 
sanguíneo cutâneo, área de superfície cutânea, taxa de suor, e outros fatores). 
A eficiência e o padrão de absorção da energia de RF são determinados 
principalmente pelas dimensões físicas do tecido em relação ao comprimento de 
onda incidente. 
Portanto, se o tecido for grande em relação ao comprimento de onda, a 
energia é predominante, sendo absorvida na superfície; se for pequeno em relação 
aocomprimento de onda, há pequena absorção da energia de RF. 
Devido à relação entre energia de RF e dimensões físicas que acabamos de 
descrever, os estudos projetados para investigar os efeitos da exposição à radiação 
de RF durante RM no ambiente clínico exigem volumes teciduais e formas 
anatômicas comparáveis às de seres humanos. 
Além disso, os animais de laboratório não imitam ou simulam precisamente 
o sistema termorregulador ou as respostas dos seres humanos. Por estas razões, os 
resultados obtidos em experiências com animais de laboratório não podem ser 
simplesmente “calculados” ou extrapolados para seres humanos. 
 
 
8 IMAGENS DE RM E EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO DE RADIOFREQUÊNCIA 
 
 
Antes da realização dos estudos por RM, havia poucos dados quantitativos 
disponíveis sobre as respostas termorreguladoras de seres humanos expostos à 
radiação de RF. 
Os poucos estudos existentes não se aplicavam diretamente à RM porque 
estas investigações examinavam sensações térmicas ou aplicações terapêuticas de 
diatermia, geralmente envolvendo apenas regiões localizadas do corpo. 
21
 
 
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 24 
Foram realizados vários estudos de absorção de energia de RF durante RM, 
e esses forneceram informações úteis sobre o aquecimento de tecidos em seres 
humanos. 
Durante a produção de imagens de RM, o aquecimento tecidual resulta 
basicamente de indução magnética com uma contribuição negligenciável dos 
campos elétricos, de forma que o aquecimento ôhmico é maior na superfície do 
corpo e aproxima-se de zero no centro do corpo. 
Cálculos e medidas preditivos obtidos de forma fictícia e em seres humanos 
expostos a estudo por RM apoiam este padrão de distribuição da temperatura. 
Embora um estudo tenha relatado que a produção de imagens de RM 
produzia aumentos significativos da temperatura em órgãos internos, ele foi 
realizado em cães adultos conscientes devido a fatores relacionados às dimensões 
físicas e sistemas termorreguladores diferentes destas duas espécies. 
Entretanto, esses dados podem ter implicações importantes para o uso de 
RM em pacientes pediátricos porque esta população de pacientes é tipicamente 
sedada ou anestesiada para exames por RM. 
Uma investigação utilizando sondas de termometria fluróptica que não são 
perturbadas por campos eletromagnéticos demonstrou que seres humanos expostos 
a RM em níveis de TAE até 4,0 W/Kg (dez vezes maior que o nível atualmente 
recomendado pela United States Food and Drug Administration) não apresentam 
aumento estatisticamente significativos da temperatura corporal e apresentam 
elevações das temperaturas cutâneas que não parecem ser clinicamente perigosas. 
Estes resultados implicam que o nível de exposição sugerido de 0,4 W/Kg 
para radiação de RF durante RM é muito conservador para pessoas com função 
termorreguladora normal. 
Entretanto, são necessários outros estudos para avaliar as respostas 
fisiológicas de pacientes com condições que podem comprometer a função 
termorreguladora antes que estes sejam submetidos a procedimentos de RM que 
exigem altas TAEs. 
Esses pacientes incluem pessoas idosas: aquelas com condições 
subjacentes como febre, diabetes, doença cardiovascular ou obesidade; e os que 
usam medicamentos que afetam a termorregulação, como bloqueadores dos canais 
de cálcio, bloqueadores beta-adrenérgicos, agentes diuréticos e vasodilatadores. 
22
 
 
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8.1 ÓRGÃOS TERMOSSENSÍVEIS 
 
 
Alguns órgãos humanos que possuem capacidades reduzidas de dissipação 
do calor, como o testículo e o olho, são particularmente sensíveis a temperaturas 
elevadas. Portanto, são locais primários de possíveis efeitos prejudiciais se as 
exposições à radiação de RF durante RM forem excessivas. 
 
 
8.1.1 Testículos 
 
 
As investigações laboratoriais demonstraram efeitos prejudiciais sobre a 
função testicular (incluindo redução ou cessação da espermatogênese, 
comprometimento da motilidade dos espermatozoides e degeneração dos túbulos 
seminíferos), causados por aquecimento induzido por radiação de RF decorrente de 
exposições suficientes para aumentar as temperaturas teciduais escrotais ou 
testiculares até 38°C a 42°C. 
Em um estudo, a temperatura cutânea escrotal (que é um índice da 
temperatura intratesticular) foi medida em voluntários submetidos a estudo por RM 
em uma TAE média no corpo todo de 1,1 W/Kg. 
A maior alteração na temperatura cutânea escrotal foi 2,1°C e a maior 
temperatura cutânea escrotal registrada foi 34,2°C. Essas mudanças de temperatura 
estavam abaixo do limiar que compromete a função testicular. 
Entretanto, o aquecimento excessivo do escroto durante estudo por RM em 
pacientes que já são oligospérmicos poderia exacerbar determinados distúrbios 
preexistentes associados a aumento das temperaturas escrotal ou testicular (doença 
febril aguda e varicocele, por exemplo) e levar a possível esterilidade temporária ou 
permanente. 
23
 
 
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 26 
São necessários outros estudos para investigar estas questões, 
particularmente se os pacientes forem examinados em TAEs médias do corpo todo 
maiores que aquelas previamente avaliadas. 
 
 
8.1.2 Olho 
 
 
A dissipação de calor do olho é um processo lento e ineficiente devido à sua 
relativa ausência de vascularização. Exposições agudas de campo próximas à 
radiação de RF, caso sejam de intensidade e duração suficientes, dos olhos ou 
cabeças de animais de laboratório demonstraram ser cataratogênicas em virtude da 
ruptura térmica dos tecidos oculares. 
Entretanto, uma investigação realizada por Sacks e colegas, revelou que as 
imagens de RM em exposições muito acima dos níveis de estudo clínicos típicos 
não produziram efeitos discerníveis sobre os olhos de ratos. 
Entretanto, pode não ser aceitável extrapolar estes dados para seres 
humanos considerando-se o acoplamento da radiação de RF à anatomia e volume 
tecidual dos olhos de ratos de laboratório em comparação com os seres humanos. 
As temperaturas das córneas foram medidas em pacientes submetidos a 
estudo por RM do cérebro, utilizando uma bobina de emissão-recepção para cabeça 
TAEs locais de até 3,1 w/Kg. A maior modificação da temperatura da córnea foi de 
1,8°C e a maior temperatura média foi de 34,4°C. 
Como limiar da temperatura para cataratogênese induzida por radiação de 
RF em modelos de animais foi demonstrado entre 41°C e 55°C para exposições 
agudas, em campo próximo, não parece que a RM utilizando uma bobina para 
cabeça tenha o potencial de causar lesão térmica do tecido ocular. 
O efeito da RM em maiores TAEs e os efeitos em longo prazo da RM sobre 
os tecidos oculares ainda não foi determinado. 
 
 
 
 
24
 
 
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8.2 RADIAÇÃO DE RF “PONTOS QUENTES” 
 
 
Teoricamente, “pontos quentes” da radiação de RF causados por uma 
distribuição desigual da energia de RF podem surgir sempre que forem produzidas 
concentrações de corrente associadas a padrões condutivos restritivos. 
Alguns sugeriram que os pontos quentes da RF podem gerar pontos quentes 
térmicos em determinadas condições durante imagens de RM. Como a radiação de 
RF é absorvida principalmente pelos tecidos periféricos, foi usada termografia para 
estudar o padrão de aquecimento associado às imagens de RM em TAEs de corpo 
todo altas. 
Esse estudo demonstrou evidência de pontos quentes térmicos na superfície 
relacionados à RM em seres humanos. 
O sistema termorregulador aparentemente responde ao estímulo do calor 
distribuindo a carga térmica, produzindo um efeito de “espalhamento” das 
temperaturas superficiais. Todavia, há uma possibilidade de que possam surgir 
pontos quentes térmicos internos nas imagens de RM. 
 
 
9 ORIENTAÇÕES DA FDA NORTE-AMERICANA PARA APARELHOS DE 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
 
 
Teoricamente, “pontos quentes” da radiação de RF causados por RM foram 
reclassificados declasse III, na qual é exigida aprovação pré-comercialização, para 
classe II, que é regulada por padrões de desempenho desde que os aparelhos 
estejam dentro dos limites definidos descritos adiante. 
Após esta reclassificação, os novos aparelhos só tinham que demonstrar ser 
“substancialmente equivalentes” a qualquer aparelho classe II, trazido ao mercado 
utilizando o processo de notificação pré-comercialização (510[K]) ou a qualquer dos 
dispositivos descritos pelos 13 fabricantes de sistemas de RM que haviam solicitado 
reclassificação à FDA. 
25
 
 
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Foram identificadas quatro áreas relativas ao uso de sistemas de RM para 
as quais a FDA divulgou orientações de segurança. Incluem o campo magnético 
estático, os campos magnéticos de gradiente, a potência de RF do exame e as 
considerações acústicas. 
As orientações a seguir são extraídas do “Safety Parameter Action Levels” 
da FDA: 
 
Campo magnético estático: Intensidade do campo magnético estático que 
não ultrapassem 2,0T estão abaixo do nível de preocupação para o campo 
magnético estático. Caso a intensidade do campo magnético estático ultrapasse 
2,0T, o fabricante deve fornecer outras exigências de segurança. 
 
Campo magnético de gradiente: Limitar a exposição do paciente a campos 
magnéticos variáveis no tempo com intensidades menores que aquelas necessárias 
para produzir estimulação do nervo periférico ou outros efeitos. Há três alternativas: 
 
 Demonstrar que a taxa máxima de modificação do campo magnético 
(dB/dt) do sistema de 6T/s ou menos. 
 Demonstrar que para gradientes axiais, dB/dtespecífico de radiação eletromagnética que não são observadas em níveis abaixo 
ou acima daquela faixa. Foram descritas janelas de intensidade do campo e de 
frequência. 
Praticamente todas as experiências realizadas até hoje sobre efeitos 
biológicos da RM foram realizadas em janelas específicas e não se pode supor que 
os resultados sejam aplicados a todas as várias intensidades ou frequências de 
campo utilizadas nas imagens de RM clínica. 
Vários sistemas biológicos também foram usados para esta experiência. 
Como mencionado à eletromagnética aos tecidos biológicos é altamente dependente 
29
 
 
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 32 
do tamanho do organismo ou do indivíduo, de fatores anatômicos, da duração da 
exposição, da sensibilidade dos tecidos envolvidos e de outras variáveis, estudos 
realizados em preparações laboratoriais não podem ser extrapolados ou diretamente 
aplicáveis a seres humanos nem ao uso clínico de RM. 
Portanto, é aconselhável uma conduta cuidadosa para interpretação dos 
resultados destes estudos. 
 
 
12 IMPLANTES E DISPOSITIVOS ATIVADOS ELÉTRICA, MAGNÉTICA OU 
MECANICAMENTE 
 
 
A FDA exige colocação de etiquetas em sistemas de RM para indicar que o 
aparelho é contraindicado em pacientes com implantes ativados elétrica, magnética 
ou mecanicamente porque os campos eletromagnéticos produzidos pelo sistema de 
RM podem interferir com a operação desses dispositivos. 
Portanto, pacientes com marca-passos cardíacos internos, desfibriladores 
cardíacos implantáveis, implantes cocleares, neuroestimuladores, estimuladores do 
crescimento ósseo, bombas de infusão de drogas eletrônicas implantáveis e outros 
aparelhos semelhantes poderiam ser afetados adversamente pelos campos 
eletromagnéticos usados nos exames de RM. 
Entretanto, o teste in vivo de alguns destes implantes e dispositivos pode 
indicar que estes são, na verdade, compatíveis com a RM. 
Os riscos associados ao exame de pacientes com marca-passos cardíacos 
estão relacionados à possibilidade de movimento, fechamentos ou danos dos 
dispositivos de leitura, modificações do programa, inibição reversão para um modo 
de operação assicrônicos, interferência eletromagnética e corrente induzida nas 
derivações. 
Houve relatos de um paciente com marca-passo que foi examinado por RM 
sem incidente e de outro, que não era marca-passo-dependente, submetido a 
imagens de RM que teve seu marca-passo desabilitado durante o procedimento. 
Embora o procedimento tenha sido realizado sem desconforto aparente para 
o paciente nem danos para o marca-passo, não é aconselhável realizar este tipo de 
30
 
 
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manobra em paciente com marca-passos rotineiramente devido aos possíveis riscos 
mencionados acima. Houve uma morte relacionada à RM de um paciente com 
marca-passo. 
De particular preocupação é a possibilidade de que a derivação do marca-
passo ou outra configuração de fio intracardíaca semelhante possa agir como uma 
antena na qual os campos eletromagnéticos de gradiente ou de RF podem induzir 
corrente suficiente para causar fibrilação, queimadura ou outros eventos perigosos. 
Devido a esse efeito teoricamente prejudicial e imprevisto, pacientes com 
fios de marca-passo externo residuais, fios de marca-passo temporário, cateteres de 
termodiluição do cateter Swan-Ganz (cateter na artéria pulmonar com ponta em 
balão), ou outros tipos de fio condutor interno ou externo ou aparelho semelhante 
não devem ser submetidos a estudo por RM. 
Os implantes cocleares possuem um magneto de samariocobalto com 
intensidade do campo relativamente alta, usados em conjunto com um magneto 
externo, para alinhar e manter uma bobina transmissora de RF sobre a cabeça do 
paciente, ou são ativados eletronicamente. 
Imagens de RM são rigorosamente contraindicadas em pacientes com estes 
implantes devido à possibilidade de lesar o paciente ou danificar ou alterar a 
operação do implante coclear. 
Implantes que envolvem magnetos (ex., implantes dentários, esfíncteres 
magnéticos, tampões de estoma magnético, implantes oculares magnéticos e outros 
dispositivos semelhantes) podem ser desmagnetizados durante produção de 
imagem de RM, e pode ser necessário cirurgia para substituir o implante danificado. 
Portanto, se possível, tais implantes devem ser removidos do paciente antes 
do estudo por RM. Caso contrário, o estudo por RM não deve ser excluído do exame 
por RM, exceto se foi anteriormente demonstrado que o implante ou dispositivo 
específico não é afetado pelos campos magnéticos e eletromagnéticos usados. 
 
 
12.1 PACIENTE COM IMPLANTES E CORPOS ESTRANHOS METÁLICOS 
 
 
Devido à possibilidade de movimento ou deslocamento, imagens de RM são 
31
 
 
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contraindicadas em pacientes que possuem implantes, materiais ou corpos 
estranhos ferromagnéticos. 
Outros problemas que podem ser encontrados ao se examinar estes 
pacientes incluem indução de corrente elétrica no objeto, aquecimento excessivo do 
objeto e interpretação errada de um artefato produzido pela presença do objeto. 
Entretanto, estes últimos riscos possíveis são ou raramente encontrados ou 
insignificantes em comparação com a possibilidade de movimento ou deslocamento 
de um implante ou corpo estranho ferromagnético causado pelos campos 
magnéticos do sistema de RM. 
Inúmeras investigações avaliaram as qualidades ferromagnéticas de vários 
implantes, materiais ou corpos estranhos metálicos medindo-se as forças de 
deflexão ou movimentos associados aos campos magnéticos estáticos usados por 
"scanners" de RM. 
Esses estudos foram realizados para determinar o risco relativo de produzir 
imagens de RM em um paciente com objeto metálico em relação a se a atração 
magnética foi ou não suficientemente forte para produzir movimento ou 
deslocamento. 
Vários fatores devem ser considerados quando se avalia o risco relativo de 
realizar um procedimento de RM em pacientes com implante, material, dispositivos 
ou corpo estranho ferromagnético. 
Incluem a intensidade dos campos magnéticos estáticos e de gradiente, o 
grau relativo de ferromagnetismo do objeto, a massa e a geometria do objeto, a 
localização e a orientação do objeto in situ e o tempo em que o objeto permaneceu 
no local. 
Todos devem ser considerados antes de permitir que pacientes com objetos 
ferromagnéticos entrem no ambiente eletromagnético do sistema RM. 
 
 
12.1.1 Clipes de Aneurisma e Hemostáticos 
 
 
Dos diferentes clipes de aneurisma e vasculares estudados e relatados na 
literatura, muitos dos clipes de aneurisma e nenhum dos clipes vasculares foram 
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considerados ferromagnéticos. 
Portanto, apenas pacientes que definitivamente possuem clipes de 
aneurisma não ferromagnéticos devem ser expostos aos campos magnéticos 
usados para imagens de RM. Qualquer paciente com um dos clipes hemostáticos 
testados previamente pode ser submetidos com segurança a exame por RM. 
 
 
12.1.2 Clampes Vasculares da Artéria Carótida 
 
 
Todos os clampes vasculares da artéria carótida avaliados quanto à 
ferromagnetismo apresentaram forças de deflexão. Entretanto, apenas o clampes de 
Poppen-Bloalock (Codman, Randolph, MA) foi considerado contraindicado em 
pacientes submetidos à RM devido ao significativo ferromagnetismo exibido por este 
objeto. 
Outros clampes vasculares da artéria carótida são considerados seguros 
para imagens de RM devido às forças de deflexão mínimas relativas ao seu uso em 
uma aplicação in vivo (isto é, as forças de deflexão são insignificantes e, portanto, 
há pequena possibilidade de movimento ou deslocamento significativo do implante). 
 
 
12.1.3 Dispositivos e Materiais Dentários 
 
 
Vários dispositivos e materiais dentários foram testados quanto ao 
ferromagnetismo. Embora muitos tenham demonstrado forças de deflexão, apenas 
alguns representam um possível risco para pacientessubmetidos à RM, porque são 
dispositivos ativados magneticamente. 
 
 
 
 
 
33
 
 
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12.1.4 Valvas Cardíacas 
 
 
Muitas próteses valvares cardíacas disponíveis comercialmente foram 
testadas quanto ao ferromagnetismo. A maioria apresentou forças de deflexão 
mensuráveis, entretanto, as forças de deflexão foram relativamente insignificantes 
em comparação com a força exercida pelo coração que bate. Portanto, os pacientes 
com próteses valvares cardíacas podem ser submetidos com segurança às imagens 
de RM. 
 
 
12.1.5 Implantes Oculares 
 
 
Vários implantes oculares foram avaliados quanto ao ferromagnetismo. 
Desses, a mola palpebral de Fatio e tacha retiniana feitos de aço inoxidável 
martensítico apresentam forças de deflexão, associadas causariam movimento ou 
deslocamento de um implante, é possível que um paciente com um desses 
implantes sentisse desconforto ou sofresse uma pequena lesão durante o estudo por 
RM. 
 
 
12.1.6 Implantes, Materiais e Dispositivos Ortopédicos 
 
 
A maioria dos implantes, materiais e dispositivos ortopédicos testados para 
ferromagnetismo demonstrou ser de materiais não ferromagnéticos. Portanto, 
pacientes com estes implantes, materiais e dispositivos podem ser submetidos a 
exame de RM seguro. 
O parafuso de interferência Perfix (instrument Makar, Okemos,) usado para 
reconstrução do ligamento do cruzado anterior é composto de material 
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ferromagnético, mas não representa um risco para o paciente submetido a imagens 
de RM devido à força significativa que o matem in vivo. Entretanto, o artefato de 
imagem resultante impede a avaliação do joelho utilizando imagens de RM. 
 
 
12.1.7 Implantes Otológicos 
 
 
Imagens de RM são contraindicadas em pacientes com os implantes 
cocleares avaliados até hoje para ferromagnetismo. Além de serem atraídos por 
campos magnéticos estáticos, estes implantes também são ativados eletrônica ou 
magneticamente. 
Apenas um dos implantes otológicos testados apresentava forças de 
deflexão associadas. Este implante, a prótese do estribo em pistão McGee 
composta de platina e aço inoxidável cromo 17-níquel 4 (Richards Medical, 
Memphis, TN), foi produzido de forma limitada em meados de 1987 e foi recolhido 
pelo fabricante. 
Os pacientes com estes implantes otológico receberam cartões de 
advertência que os instruíram a não submeterem a imagem de RM. 
 
 
12.1.8 Chumbo Projéteis de Arma de Fogo e Estilhaços 
 
 
A maioria dos chumbos e projéteis de arma de fogo testados para 
ferromagnetismo é composta de material não ferromangnético. Tipicamente, a 
munição ferromagnética provinha de outros países ou era usada por militares. 
Os estilhaços geralmente contêm quantidades variáveis de aço e, portanto, 
representam um possível risco para imagens de RM. Além disso, como os chumbos, 
projéteis de arma de fogo e estilhaços podem ser contaminados por materiais 
ferromagnéticos, estes objetos representam contraindicações relativas para exame 
por RM. 
Os pacientes com estes corpos estranhos devem ser avaliados 
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individualmente, determinando se o objeto está posicionado próximo de uma 
estrutura neural, vascular ou de tecidos moles. Isso pode ser avaliado colhendo-se 
uma história cuidadosa e utilizando radiografia simples para determinar a localização 
do corpo estranho. 
 
 
12.1.9 Implantes Penianos e Esfíncteres Artificiais 
 
 
Um dos implantes penianos testados para ferromagnetismo apresentou 
forças de deflexão significativas. Embora seja improvável que este implante, o 
Omniphase (Dacomed, Minneapolis, MN), causasse lesão grave de um paciente 
submetido a imagens de RM, seria indubitavelmente desconfortável para o paciente. 
Portanto, este implante é considerado uma contraindicação relativa a 
imagens de RM. A maioria dos esfíncteres artificiais que já foram testados é feito de 
materiais não ferromagnéticos. 
Entretanto, ao menos um esfíncter artificial atualmente submetido a provas 
clínicas tem um componente magnético e, portanto, os pacientes com este 
dispositivo não devem ser submetidos a imagens de RM. 
 
 
12.1.10 Abertura de Acesso Vascular (Ports) 
 
 
Das várias aberturas de acesso vascular testadas para ferromagnetismo, 
duas mostraram forças de deflexão mensuráveis, mas as forças foram consideradas 
insignificantes em relação à aplicação in vivo destes implantes. 
Portanto, é considerado seguro produzir imagens de RM em um paciente 
que pode ter uma destas aberturas de acesso vascular testadas previamente. A 
exceção a isto é qualquer abertura de acesso vascular que seja programável ou 
ativada eletronicamente. Os pacientes com este tipo de abertura de acesso vascular 
não devem ser submetidos a imagens de RM. 
 
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12.1.11 Outros Implantes Metálicos 
 
 
Vários tipos de outros implantes, materiais e corpos estranhos metálicos 
também foram testados para ferromagnetismo. Desses, o conector do tubo da 
derivação ventricular cerebral (tipo desconhecido) e o expansor tecidual ativado 
magneticamente exibiram forças de deflexão que podem representar risco para 
pacientes durante um exame por RM. 
Uma arruela em “O” usada como marcador vascular também mostrou 
ferromagnetismo, mas foi determinado que a força de deflexão fosse mínima em 
relação ao uso deste dispositivo in vivo. 
Todos os diafragmas contraceptivos testados para ferromagnetismo exibiram 
forças de deflexão significativas. Entretanto, nós realizamos estudos por RM em 
pacientes com esses dispositivos que não queixaram de qualquer sensação 
relacionada ao movimento desses objetos. 
Portanto, não se acredita que o exame de pacientes com diafragmas seja 
considerado fisicamente perigoso aos pacientes. 
 
 
12.1.12 Orientações Gerais 
 
 
De acordo com as informações de Polices, Guidelines, and 
Recommendations for MR Imaging Safety and Pacient Management publicado pela 
Society for Magnetic Resonance Imaging Safety Committee, os pacientes com 
dispositivos elétrica, magnética ou mecanicamente ativados ou eletricamente 
condutores devem ser excluídos do estudo por RM, exceto se foi previamente 
demonstrado que o dispositivo específico (geralmente por procedimentos de teste in 
vivo) não é afetado pelos campos eletromagnéticos usados para imagens de RM 
clínica e não houver possibilidade de lesar o paciente. 
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Durante o processo de triagem para RM, os pacientes com tais dispositivos 
devem ser identificados antes do exame e antes da exposição a campos 
eletromagnéticos. Se o dispositivo ainda não fio testado quanto à compatibilidade 
com RM, não deve permitir que o paciente seja submetido a imagens de RM. 
 
 
12.1.13 Triagem de Pacientes com Corpos Estranhos Metálicos 
 
 
Pacientes que tiveram corpos estranhos metálicos como lascas, projéteis e 
arma de fogo, estilhaços ou outros tipos de fragmentos metálicos devem ser 
submetidos à triagem antes do exame por RM. 
O risco relativo de examinar estes pacientes depende das propriedades 
ferromagnéticas do objeto, de seu formato e dimensões e da intensidade dos 
campos magnéticos estáticos e gradientes do sistema de RM. 
Também é importante a intensidade com que o objeto está fixado no tecido e 
se está ou não posicionado em, ou adjacente a, uma estrutura neural, vascular ou 
de tecidos vital. 
Um paciente com um corpo estranho metálico intraocular está sob risco 
específico de lesão ocular significativa pelo campo magnético estático de um 
sistema de RM. Em um caso descrito, um paciente apresentava um fragmento 
metálico intraocular oculto (2,0 x 3,5 mm) que se deslocou durante estudo por RM 
em um “scanner” de 0,35T, resultando em hemorragia do vítreo que causou 
cegueira. 
Esse incidente enfatiza a importância de triagem adequada de pacientes 
comsuspeita de corpos estranhos metálicos intraoculares antes das imagens de 
RM. 
A pesquisa demonstrou que pequenos fragmentos metálicos intraoculares 
(de apenas 0,1 x 0,1 x 0,1mm) podem ser detectados utilizando-se radiografias 
simples padronizadas. 
Embora tenha sido demonstrado que a tomografia computadorizada em 
cortes finos (≤ 3mm) detecte corpos estranhos metálicos de apenas 0,15mm, é 
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improvável que um fragmento metálico deste tamanho seja deslocado durante 
estudo por RM, mesmo com um campo magnético estático de até 2,0T. 
Fragmentos metálicos de vários tamanhos e dimensões, variando de 0,1 x 
0,1 x 0,mm a 3,0 x 1,0 x 1,0 mm, foram examinados para determinar se foram 
movimentados ou deslocados dos olhos de animais de laboratório durante exposição 
a um sistema de RM de 2,0T. 
Apenas o fragmento maior (3,0 x 1,0 x 1,0 mm) rodou, mas mesmo isso não 
causou qualquer lesão discernível do tecido ocular. Portanto, o uso de radiografia 
simples pode ser uma técnica aceitável para identificar ou excluir um corpo estranho 
metálico intraocular que representa um possível risco para o paciente submetido a 
imagens de RM. 
Os pacientes altamente suspeitos de terem um corpo estranho metálico 
intraocular (por exemplo, um trabalhador com metal exposto a lascas metálicas com 
uma história de lesão ocular) devem ser submetidos a radiografias simples das 
órbitas para excluir a presença de fragmentos metálicos antes da exposição ao 
campo magnético estático. 
Se um paciente com suspeita de corpo estranho intraocular ferromagnético 
não apresenta sintomas e uma série de radiografias simples das órbitas não 
demonstra um corpo estranho radiopaco, o risco de realizar exame por RM é 
mínimo. 
O uso de radiografia simples para pesquisar corpos estranhos metálicos é 
uma forma sensível e de custo relativamente baixo de identificar pacientes não 
adequados para RM e também pode ser usada para triagem de pacientes que 
podem ter fragmentos metálicos em outros locais potencialmente do corpo. 
Cada local de imagens de RM deve estabelecer uma política padronizada 
para triagem de pacientes com suspeita de corpos estranhos. A política deve incluir 
orientações sobre que pacientes necessitam de estudo por procedimentos 
radiológicos, o procedimento específico a ser realizado (incluindo o número e tipos 
de incidências e a posição do paciente) e cada caso deve ser considerado 
individualmente. 
Essas precauções devem ser tomadas para todos os pacientes 
encaminhados para RM em qualquer tipo de sistema de RM, independentemente da 
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intensidade do campo, tipo de magneto, presença ou ausência de proteção 
magnética. 
 
 
13 IMAGENS DE RM DURANTE A GRAVIDEZ 
 
 
Embora imagens de RM não sejam consideradas perigosas para o feto, 
apenas alguns pesquisadores examinaram o potencial teratogênico desta 
modalidade de produção de imagem. 
Por comparação, foram realizados literalmente milhares de estudos para 
examinar os possíveis riscos da ultrassonografia durante a gravidez e ainda há 
controvérsia acerca do uso seguro desta técnica de imagens com radiação não 
ionizante. 
A maioria dos estudos iniciais realizados para determinar possíveis 
bioefeitos indesejáveis durante a gravidez mostrou resultados negativos. Mais 
recentemente, um estudo examinou os efeitos das imagens de RM em 
camundongos expostos no meio da gestação. 
Embora não fossem observados efeitos embriotóxicos, houve redução do 
comprimento cabeça-nádega. Em outro estudo realizado por Tyndall e Sulik, a 
exposição aos campos eletromagnéticos usados para um exame de RM clínico 
simulado causaram malformações oculares em uma cepa de camundongos com 
predisposição genética. Portanto, parece que os campos eletromagnéticos usados 
para RM possuem a capacidade de produzir anormalidades do desenvolvimento. 
Há vários mecanismos que podem produzir bioefeitos prejudiciais em 
relação ao feto em desenvolvimento e o uso de campos eletromagnéticos durante 
produção de imagens de RM. 
Além disso, sabe-se que as células que sofrem divisão, como no caso do 
feto em desenvolvimento durante o primeiro trimestre, são altamente susceptíveis a 
lesão por diferentes tipos de agentes físicos. 
Portanto, devido aos dados limitados disponíveis no momento, é 
recomendada uma conduta cautelosa para o uso de imagens de RM em gestantes. 
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As orientações atuais da FDA exigem identificação de aparelhos de RM para 
indicar que não foi estabelecida a segurança da RM quando usada para estudar o 
feto e o lactente. 
Na Grã-Bretanha, os limites aceitáveis de exposição para estudo por RM 
clínico recomendados pelo National Radiological Protection Board em 1983 
especificam que poderia ser prudente excluir gestantes durante os três primeiros 
meses de gravidez. 
De acordo com o Safety Commitee of the Society for Magnetic Resonance 
Imaging (informações também adotadas recentemente pelo American College of 
Radiology), o exame por RM é indicado para uso em gestantes, caso outras formas 
de estudos diagnósticos não ionizantes forem inadequadas ou se o exame fornecer 
informações importantes que exigiriam exposição à radiação ionizante (como 
exposição a raios-X ou tomografia computadorizada). 
Recomenda-se que as pacientes grávidas sejam informadas de que, até 
hoje, não houve indicação de que o uso de RM clínica durante a gravidez tenha 
produzido efeitos prejudiciais. 
Entretanto, como observado pela FDA, a segurança da RM durante a 
gravidez não foi comprovada. As pacientes grávidas, ou que suspeitam estar 
grávidas, devem ser identificadas antes de serem submetidas à produção de 
imagens de RM para avaliar os riscos versus os benefícios do exame. 
Outra preocupação relacionada às imagens de RM na gestante é que 
durante o primeiro trimestre de gravidez a taxa de abortos espontâneos é muito alta 
(maior que 30%) na população em geral. 
Possíveis implicações médico-legais relativas a abortos espontâneos exigem 
que haja cuidado específico no uso de imagens de RM durante esse período. 
 
 
14 CLAUSTROFOBIA, ANSIEDADE E DISTÚRBIOS DE PÂNICO 
 
 
Claustrofobia e várias outras reações psicológicas, incluindo ansiedade e 
distúrbios de pânico podem ser encontrados em até 5% a 10% das pacientes 
submetidas à produção de imagens de RM. 
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Essas sensações originam-se de vários fatores, incluindo as dimensões 
restritivas do interior do “scanner”, a duração do exame, os ruídos induzidos pelo 
gradiente e as condições ambientes dentro do orifício do “scanner”. 
Felizmente, as respostas psicológicas adversas à produção de imagens de 
RM geralmente são transitórias. Entretanto, houve um relato de dois pacientes sem 
história de claustrofobia que toleraram a RM com grande dificuldade e tiveram 
claustrofobia persistente que exigiu tratamento psiquiátrico prolongado. 
Como as respostas psicológicas adversas ao estudo por RM tipicamente 
retardam ou exigem cancelamento do exame, foram desenvolvidas as técnicas a 
seguir, que podem ser usadas para evitar estes problemas. 
 
 Informar ao paciente sobre os aspectos específicos do exame por RM 
incluindo o nível de ruído induzido por gradiente a esperar, as dimensões internas do 
“scanner” e a duração do exame. 
 Permitir que um parente ou amigo apropriadamente escolhido 
permanecesse com o paciente durante o procedimento. 
 Usar fones de ouvido com música calma para diminuir o ruído repetitivo 
criado pelas bobinas de gradiente. 
 Manter contato físico ou verbal com o paciente durante todo o exame. 
 Colocar o paciente em decúbito ventral com o queixo apoiado por um 
travesseiro. Nesta posição, o paciente é capaz de visualizar a abertura do orifício, o 
que ajuda a aliviar o sentimento de “estar trancado”. Outra forma de reduzir a 
claustrofobia é colocar primeiro

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