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Teorias do Emprego segundo o Enfoque do Capital

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129
Teorias do Emprego segundo o Enfoque do Capital
Humano, da Segmentação e dos Mercados
Internos
Ivanilda Silva*
O
 texto pretende discutir, sob o ponto de vista econômico, as
teorias do emprego sob o enfoque de três vertentes que, em
bora distintas, se complementam. Segundo a Teoria do Capi-
tal humano, o progresso é alavancado pelo investimento em pessoas,
representado pelo conjunto de capacitações que as pessoas adquirem
através da educação, de programas de treinamento e da própria expe-
riência profissional. A idéia central é de que investimento em educa-
ção é o grande instrumento que dar oportunidade de mobilidade
ocupacional, e consequentemente, de aumento salarial. A Teoria da
Segmentação, ao invés de dar ênfase ao papel da educação na explica-
ção dos diferenciais de salários, desloca o foco da questão para o local
onde a renda dos trabalhadores é gerada: o mercado de trabalho. Se-
gundo esta teoria, o mercado de trabalho é dividido em dois segmen-
tos: primário e secundário. Tais segmentos são definidos segundo as
características dos postos de trabalho. O papel da educação, nesse
contexto, é o de fornecer credenciais (diplomas) e “sinais” que deter-
minam a que mercado de trabalho a pessoa vai ter acesso. A análise
dos Mercados Internos, por sua vez, concentra a atenção num aspecto
particular do mercado dual: o mercado primário. A preocupação bá-
sica é explicar o processo de alocação e remuneração da mão-de-obra
em situações caracterizadas pela estabilidade de emprego. Pode-se
dizer que todos os enfoques, embora de forma distinta, se debruçam
sobre uma questão básica e fundamental para a teoria econômica,
qual seja, como se comporta em realidade o mercado de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Capital Humano; Educação, Segmentação;
Mercado Interno.
R
e
su
m
o
Revista da Fapese v. 2. n.2, p.129-140, jul./dez. 2006
* Graduada em Administração de Empresas e Mestre em Economia pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora do curso de
Administração da UFS/Itabaiana – Campus Universitário Professor Alberto
Carvalho. E-mail: ivanilda.silva@gmail.com.
130130
Revista da Fapese, v. 2, n. 2, p. 129-140 jul./dez. 2006
Ivanilda Silva
Introdução
A relação entre educação como investimento, e
renda, não é uma discussão recente. Desde a Rique-
za das Nações, de Adam Smith, encontra-se referên-
cia à educação como ferramenta que expande as ha-
bilidades e a produtividade do trabalhador e, conse-
quentemente, sua renda.
“(...) A aquisição destas habilidades para
a manutenção de quem as adquiriu duran-
te o período de sua formação, estudo ou
aprendizagem, sempre custa uma despesa
real, que constitui um capital fixo e como
que encarnado na sua pessoa. (...) A des-
treza de um trabalhador pode ser enqua-
drada na mesma categoria que uma má-
quina ou instrumento de trabalho que fa-
cilita e abrevia o trabalho e que, embora
custe certa despesa, compensa essa despe-
sa com lucro” (Smith, 1983, p. 248).
Embora o conceito de capital humano esteja
subtendido, a expressão “capital humano” foi utili-
zada pela primeira vez por Marshall em sua obra
“Princípios de Economia” ao fazer referência ao tra-
balho infantil. Segundo o autor, a correção desses
males (o trabalho infantil), se daria por meio da pro-
dução de melhor capital humano, através do inves-
timento em educação. (conf. Marshall, 1982, p. 206)
O tema, entretanto, parece não ter despertado a
devida atenção até a década de 60 do século passa-
do, quando a idéia de educação como investimento
aflorou em forma de diversas pesquisas empíricas,
tendo entre os pioneiros os nomes de Schultz (1961
e 1967), Mincer (1958) e Backer (1975).
Assim como os economistas clássicos, os neoclássicos
admitiam, por hipótese, a homogeneidade da mão-de-
obra, isto é, que todos os trabalhadores têm as mesmas
qualificações. Na realidade, entretanto, a força de traba-
lho é heterogênea e esta heterogeneidade interfere dire-
tamente na remuneração dos trabalhadores.
A teoria do capital humano, desenvolvida por
Schultz, é inovadora à medida que as qualificações
dos trabalhadores passam a ser tratadas como uma
variável endógena, ao contrário dos modelos anteri-
ores, em que eram tratadas de forma exógena, ou seja,
eram consideradas como dadas e não necessitavam
de maiores explicações.
Para Schultz, há uma relação direta entre capital
humano e distribuição de rendimentos.
“Alterações de investimentos no capital
humano são um fator básico na redução
das desigualdades da distribuição pessoal
de renda” (Schultz, 1967, p. 82).
A idéia subjacente é de um mercado de trabalho
contínuo, ou seja, um mercado onde não existem
barreiras à mobilidade ocupacional.1
As críticas a teoria do capital humano levaram a
construção de um modelo alternativo, onde o mer-
cado de trabalho pode apresentar barreiras à mobili-
dade e estas não são reflexos apenas de diferentes
níveis de educação e habilidades por parte do traba-
lhador. A existência da descontinuidade é conheci-
da como segmentação do mercado de trabalho.
A teoria da segmentação do mercado de tra-
balho diferencia-se da teoria do capital hu-
mano em dois aspectos básicos: primeiro
não admite que haja uma indiscutível rela-
ção direta entre educação e nível de renda
e, segundo, as descontinuidades são consi-
deradas variáveis endógenas ao modelo.
1 Para a teoria do capital humano, descontinuidades no mercado de trabalho são explicadas como desajustes
temporários das condições de concorrência perfeita, que tenderiam a desaparecer no longo prazo com resultado de
pressões competitivas.
131Teorias do emprego segundo o enfoque do capital humano, da segmentação e dos mercados internos
Revista da Fapese, v.2, n. 2, p. 129-140, jul./dez. 2006
Dois dos principais representantes desta corren-
te de pensamento são Peter Doeringer e Michael Pio-
re. No modelo desenvolvido por eles, o tipo de tra-
balho se divide, de forma geral, em duas categorias:
mercado de trabalho primário e mercado de traba-
lho secundário, ambos com características bem es-
pecíficas quanto aos postos de trabalho.
As especificidades de cada um dos mercados ge-
ram, por sua vez, dois tipos diferenciados de traba-
lhadores: os que pertencem ao mercado primário e
os que pertencem ao mercado secundário. No mer-
cado primário encontram-se, ainda, os mercados in-
ternos de trabalho.
O estudo dos mercados internos de trabalho nada
mais é do que uma análise ‘por dentro’ do mercado
primário. Sua preocupação básica é entender como
se desenvolve o processo de alocação e remunera-
ção dos trabalhadores em empregos caracterizados
pela estabilidade.
1. Teoria do capital humano
Na teoria econômica, principalmente na
microeconomia, o salário é determinado pela
interação das curvas de oferta e da demanda de tra-
balho. Naturalmente, isto pressupõe a homogenei-
dade da mão-de-obra considerada. Muito embora,
pela mera observação casual, se pudesse constatar a
evidente existência de disparidades salariais.
Os economistas clássicos e seus seguidores mais
recentes, contentavam-se com uma ligeira explica-
ção sobre a existência de mão-de-obra de diferentes
qualidades e davam por superado o problema da
heterogeneidade.2
E foi assim até a década de 60 do século passado,
quando tomou impulso a Teoria do Capital Humano.
Theodore W. Schultz, um dos principais expoen-
tes dessa teoria, retoma a concepção do capital hu-
mano lançado por Marshall em seus “Princípios”, e
elabora um corpo de idéias que passou a ser conhe-
cido como Teoria do Capital Humano.3
Segundo Schultz (1973), os gastos pessoais em
educação é um investimento cujas características são
semelhantes àquelas do investimento em capital fí-
sico.
Os adeptos da teoria do capital humano acredi-
tam que os acréscimos na educaçãode indivíduos
correspondem, em média, a aumento nos seus salá-
rios. Educação constitui, assim, o grande instrumento
que dá oportunidade de mobilidade ocupacional.4
Desde então, podia-se dizer algo mais sobre as
diferentes qualidades de mão-de-obra e explicar
melhor os diferenciais de salários. Diferentes pesso-
as incorporam diferentes quantidades de capital –
capital humano.5 Este capital é fruto de investimen-
to, especialmente em educação, e este investimento
2 Segundo a teoria neoclássica, as desigualdades salariais determinadas pelo lado da demanda são transitórias. As
desigualdades relevantes são aquelas atribuídas às habilidades inatas ou pela adquirida através de treinamento,
ou seja, pelo lado da oferta.
3 Além de Schultz, a Teoria do Capital Humano foi introduzida na moderna teoria econômica por dois outros autores:
Jacob Mincer (1958) e Gary Backer (1975), ambos ganhadores do prêmio Nobel de economia.
4 Ao adotar a via educacional como forma de crescimento econômico, alguns economistas brasileiros reproduziram o
modelo teórico elaborado dentro do contexto dos países desenvolvidos. Mário Henrique Simonsen, um dos principais
representantes dessa vertente analítica no Brasil, afirma, em seu livro “Brasil 2001”, estar convencido de que o
“nosso progresso nos próximos trinta anos dependerá, em grande parte, dos recursos que forem destinados ao
sistema educacional, e da produtividade que se conseguir extrair de tais recursos” (1976, p. 168).
5 O que diferencia o capital humano do conceito tradicional de capital (estruturas físicas, máquinas e equipamentos)
é que ele é parte do ser humano. “É humano porquanto se acha configurado no homem, e é capital porque é uma
fonte de satisfação futura, ou de futuros rendimentos, ou de ambas as coisas” (Schultz, 1973).
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Revista da Fapese, v. 2, n. 2, p. 129-140 jul./dez. 2006
Ivanilda Silva
é resultado de decisões racionais que envolvem a
comparação de taxas de retorno e taxas de juros de
mercado, como qualquer outro investimento.
Na medida em que o investimento em capital
humano é realizado sobretudo em educação (formal)
as diferenças de qualidade de mão-de-obra são vis-
tas principalmente como diferenças em habilidade
cognitiva. Desta forma, estabelece-se uma relação
direta envolvendo habilidade cognitiva e produtivi-
dade da mão-de-obra.
Estabelecida esta relação, torna-se possível dizer
que a uma dada distribuição de habilidade cognitiva
deve corresponder uma distribuição semelhante de
salários. Basta, para isso, que o mercado de trabalho
funcione nos moldes neoclássicos, isto é, remune-
rando os fatores de acordo com a sua produtividade
marginal. Resolveu-se, desse modo, o problema da
determinação de salários e a questão de sua distri-
buição numa situação em que a mão-de-obra não é
homogênea.
Com relação à ligação entre investimento em ca-
pital humano e o funcionamento do mercado de tra-
balho, as premissas do modelo são que:
a) O mercado de trabalho é contínuo;
b) A maior habilidade cognitiva (equivalente a
maior produtividade) corresponde maior sa-
lário.
Segundo Lima (1980), a idéia de continuidade de
trabalho impede que se pense na existência de pos-
síveis barreiras à mobilidade: aumentando-se a ha-
bilidade cognitiva de um indivíduo via educação for-
mal ou treinamento, não há porque este indivíduo
deixe de alcançar rendas mais altas através de au-
mentos salariais em um dado emprego ou, mais fre-
quentemente, através de mudanças para outro em-
prego ou tipo de tarefa.
O ponto de vista que defende que capital huma-
no é subretudo o resultado de investimento em edu-
cação ou em treinamento, tem como conseqüência a
escolha, por parte dos que adotam esta idéia, da taxa
de retorno a esses investimentos como a variável
crucial na determinação do número de anos que uma
pessoa vai à escola, e consequentemente – segundo
os economistas neoclássicos – para a determinação
da distribuição da renda.
A premissa básica adotada pelos neoclássicos é
de que os indivíduos são seres racionais. Assim, gros-
so modo, a decisão de investir em educação é toma-
da com base no seguinte critério: se os custos de um
ano a mais de estudo forem inferiores à estimativa
das receitas a serem auferidas após o período adicio-
nal de estudo, o indivíduo decide investir em mais
educação. Caso contrário, ele pára de estudar.
Diversas pesquisas empíricas feitas ao longo do
tempo comprovam que na medida em que o nível
educacional de um indivíduo cresce (em relação a
outro indivíduo ou grupo de pessoas), cresce tam-
bém sua renda.6
Portanto, vale a pena repetir que o raciocínio da
teoria do capital humano é o seguinte:
a) As pessoas se educam;
b) A educação tem como principal efeito mudar
suas habilidades e conhecimentos;
c) Quanto mais uma pessoa estuda, maior sua
habilidade cognitiva e maior sua produtivida-
de; e
d) Maior produtividade permite que a pessoa
perceba maiores rendas.
6 Segundo Pereira, “a influência da educação no rendimento do trabalho tem sido objeto de estudo de vários
pesquisadores focalizando três importantes características. A maioria dos trabalhos tenta identificar a educação
como principal determinante dos rendimentos sob a ótica do capital humano. Uma parte considerável tenta testar
a teoria do capital humano vis-a-vis a visão da escola credencialista e da sinalização; enquanto a parte restante tem
procurado aperfeiçoar os métodos de estimação das equações salários, visando corrigir o viés de estimação inerente
aos modelos do capital humano” (2001, p. 23).
133Teorias do emprego segundo o enfoque do capital humano, da segmentação e dos mercados internos
Revista da Fapese, v.2, n. 2, p. 129-140, jul./dez. 2006
Este raciocínio foi quebrado a partir de conclu-
sões de estudos feitos nos Estados Unidos, onde se
comprovou que a forte relação positiva entre renda e
educação independe (ou depende muito pouco) do
aumento de habilidade cognitiva dos estudantes, que
supostamente é o que as escolas produzem.
2. Teoria do mercado segmentado de trabalho
A partir principalmente do fim da década de 60 e
do início da de 70 do século XX, a intensidade das
críticas à teoria do capital humano cresceu bastante,
embora sem que daí surgisse uma teoria alternativa.
Tratava-se de reparar alguns aspectos mais frágeis
ou de contestar certas premissas da teoria. Porém,
nas últimas décadas do século, o corpo de uma nova
teoria – a teoria do mercado dual (ou segmentado)
de trabalho – desenvolveu-se com vigor crescente,
estabelecendo uma maneira alternativa de explicar a
determinação de salários e a mobilidade ocupacional.
A teoria da segmentação surgiu, basicamente, de
análises desenvolvidas no mercado de trabalho ame-
ricano, o que se justifica por ser a economia dos Esta-
dos Unidos uma das mais desenvolvidas do mundo.
A teoria do mercado dual de trabalho, ao invés
de dar ênfase ao papel da educação (e treinamento)
na determinação da distribuição da renda através dos
vínculos que relacionam habilidade cognitiva com
produtividade, e esta com salários, preocupa-se com
o funcionamento do local exato onde a renda dos
trabalhadores é gerada: o mercado de trabalho. O
papel da educação na determinação da distribuição
da renda é bastante limitado na teoria do mercado
dual de trabalho, embora seu papel na alocação de
trabalhadores em diferentes mercados (ou segmen-
tos) possa ser muito importante, isto é, em uma situ-
ação em que o mercado de trabalho não é contínuo,
a indivíduos com diferentes níveis educacionais es-
tão associados diferentes “sinais” que determinam
acesso a mercados de trabalho (ou segmentos) dife-
rentes.7
No modelo dual, o principal papel da educação é
dar acesso a certos segmentos. As escolas reforçam
certas características determinadas previamente, quer
pela própria família, quer pelo meio ambiente em
que vive. Elas também fornecem credenciais (diplo-mas) e “sinais” que determinam a que mercado de
trabalho a pessoa vai ter acesso.
“Assim, a educação formal funcionaria
mais como um critério de seleção ou como
uma maneira de distribuir os “postos” de
trabalhos existentes entre um número mai-
or de interessados” (Macedo, 1982, p. 132).
Os autores que mais se destacaram no desenvol-
vimento da teoria do mercado segmentado de traba-
lho (dualismo) foram Doeringer e Piore. Segundo
análise dos citados autores, o mercado de trabalho
pode ser dividido em dois segmentos: primário e se-
cundário. Tais segmentos são definidos segundo as
características dos postos de trabalho.
O mercado primário é caracterizado por
“hábitos de trabalho e empregos estáveis,
salários relativamente altos, progresso
técnico, produtividade alta e pela exis-
tência de canais de promoção
ocupacional dentro das próprias firmas,
pelo oferecimento de treinamento no pró-
prio trabalho (‘on the-job training’), pro-
moção por antiguidade, etc.” (Calabi e
Zaghen, 1976, p. 3).
7 “O nível de educação formal funcionaria em grande parte como um certificado de que o indivíduo apresenta
determinados traços que o identificam como adequado para o preenchimento do posto de trabalho, dentre eles, a
capacidade de aceitação do treinamento, a persistência no alcance de objetivos, e o grau de sucesso que alcançou
quando seu desempenho foi observado no sistema educacional” (Macedo, 1982, p. 132).
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Revista da Fapese, v. 2, n. 2, p. 129-140 jul./dez. 2006
Ivanilda Silva
É comum que os empregados neste mercado es-
tejam associados a firmas grandes, às vezes
oligopolistas, com alta relação capital/produto.
A determinação dos salários não depende tanto da
produtividade dos trabalhadores como de certos “pro-
cedimentos habituais” das firmas do setor que, em ge-
ral, servem a dois propósitos: de um lado, os trabalha-
dores estão protegidos contra a insegurança e, de outro,
os empregadores estão comprando uma certa quanti-
dade de proteção contra greves, interrupções do pro-
cesso produtivo, bem como uma espécie de lealdade
dos trabalhadores para com a empresa empregadora.
2.1. O MERCADO SECUNDÁRIO
“é caracterizado por alta rotatividade da
mão-de-obra, salários relativamente bai-
xos, más condições de trabalho, baixa pro-
dutividade, estagnação tecnológica e níveis
relativamente altos de desemprego” (Lima,
1980, p. 235-236).
Os trabalhadores têm oportunidade mínima de
aumentarem sua renda por promoção, e em geral não
são organizados em sindicatos. Os empregos secun-
dários acham-se concentrados em pequenas firmas
competitivas, que operam em mercados restritos e
de demanda instável, que enfrentam ausência quase
total de acesso ao capital, que não geram lucros sufi-
cientes para promoverem programas de qualificação
de mão-de-obra e aquisição de tecnologia moderna.
O impacto de inovações tecnológicas nos diferen-
tes mercados de trabalho é assimétrico. No mercado
primário, o próprio fato de os salários serem relati-
vamente altos estimula os empresários a adotarem
inovações poupadoras de mão-de-obra. Eles também
terão interesse em investir na qualificação dos em-
pregados, já que isto é uma exigência natural do pró-
prio processo de aprimoramento tecnológico. A maior
qualificação e o fato de trabalharem com capital
moderno aumentam a produtividade dos trabalha-
dores e também seus salários. E o ciclo continua.
No mercado secundário, os salários relativamen-
te baixos desestimulam a adoção de técnicas poupa-
doras de mão-de-obra, há estagnação tecnológica,
baixa produtividade e mercados estagnados. Portan-
to, a tendência dos salários no primário é de cresce-
rem, enquanto no secundário é de permaneceram
estagnados.
Três grupos principais de autores – três correntes
teóricas – identificam diferentes causas para o pro-
cesso de segmentação, que culmina com a divisão
do mercado de trabalho nos dois segmentos caracte-
rizados acima.
Embora sejam três caminhos teóricos diferentes,
ao invés de concorrentes, são de fato complementa-
res e constituem-se nos pilares fundamentais de sus-
tentação da teoria da segmentação do mercado de
trabalho.
Para Doeringer e Piore, são as características
pessoais dos trabalhadores (raça, sexo, escolariza-
ção, experiência no emprego, etc.) que determinam
o tipo de mercado em que eles serão alocados. Além
disso, esses autores atribuem um grande peso para
o potencial que treinamento e participação em mer-
cados internos representam para a obtenção de me-
lhores rendas e mobilidade ocupacional. Ao da-
rem tanta importância a estas características,
enfatizam uma dimensão da estratificação do mer-
cado de trabalho baseada no “lado da oferta” de
mão-de-obra.
Um enfoque diferente é encontrado num conjun-
to de trabalhos de Barry Bluestone, Bennet Harrison
e de Thomas Vietorisz. A preocupação aqui é com o
comportamento da estrutura industrial; focalizam-
se as características dos empregos, das firmas que os
oferecem e a interação entre eles. É dada maior aten-
ção aos defeitos do sistema de mercado, que cerceia
os mais pobres na realização de suas potencialida-
des. São realçadas as características da demanda de
mão-de-obra que podem ser responsáveis pela
segmentação.
135Teorias do emprego segundo o enfoque do capital humano, da segmentação e dos mercados internos
Revista da Fapese, v.2, n. 2, p. 129-140, jul./dez. 2006
Segundo Rosemberg,
“Bluestone e Harrison separam a econo-
mia em um ‘centro’ oligopolista e uma pe-
riferia competitiva. As firmas do “centro”
são caracterizadas por baixa rotatividade,
grandes lucros, utilização intensa de capi-
tal, grande incidência de traços
monopolistas e um alto grau de
sindicalização. Por sua vez, as firmas ‘pe-
riféricas’ – concentradas na agricultura, em
indústrias de bens não-duráveis, em comer-
cialização e em serviços ‘subprofissionais’
– caracterizam-se por serem pequenas, uti-
lizarem processos produtivos intensivos em
mão-de-obra, terem lucros modestos, bai-
xa produtividade, intensa competição no
mercado de seus produtos e ausência de
sindicalização de seus empregados”
(Rosemberg, apud Lima, 1980, p. 239).
 O centro oligopolista seria caracterizado por pro-
gresso técnico, enquanto as firmas da “periferia” so-
freriam de estagnação tecnológica.
Harrison e Victorisz afirmam que o dualismo tec-
nológico, resultante da concentração capitalista, re-
força grandemente a segmentação do mercado de tra-
balho.
Uma outra linha de pensamento (desenvolvida
por Reich, Gordon e Edwards), enfatiza a existência
de diferentes classes sociais e na conseqüência disto
para a segmentação do mercado de trabalho; é tam-
bém destacada a responsabilidade do sistema edu-
cacional na manutenção de uma relativa imobilida-
de ocupacional (e social) intergerações.
A adoção de novas técnicas e os desenvolvimen-
tos divergentes que implicam em diferentes segmen-
tos do mercado de trabalho são vistos como resulta-
do de um processo histórico que permite a um certo
grupo o controle dos meios de produção, a determi-
nação da taxa de acumulação do capital e a diferen-
ça das participações de capital e trabalho no produ-
to final. Ou seja, o dualismo no mercado de trabalho
teria raízes na evolução histórica do capitalismo
americano. Até 1880 o capitalismo era essencialmen-
te competitivo, os produtos tinham um grau de dife-
renciação muito pequeno, o que implicava em um
mercado de trabalho sem maiores diferenciações; ou
seja, havia certa homogeneidade em termos de mão-
de-obra, o que reforçava as características e interes-
ses comuns dos trabalhadores.
Entretanto, no período entre 1890 a 1920, essa
tendência foi interrompida. A estrutura econômica
do capitalismo se transforma de capitalismo compe-
titivo para o capitalismo monopolista (grandes em-
presas). O capitalismo competitivoficou relegado a
funções periféricas, mas sua subrevivência deu ori-
gem a um capitalismo dual, monopolista-
concorrencial. Esse dualismo na estrutura produtiva
acabou por gerar um dualismo no mercado de traba-
lho. Acrescido ao dualismo, se associou os precon-
ceitos de raça e sexo já existentes, solidificando o
processo de segmentação. Tal processo de
segmentação, segundo essa corrente de pensamen-
to, emergiu como parte de uma estratégia visando
minar a unidade da classe trabalhadora, dividindo-a
em vários segmentos:
“de tal forma que as experiências vividas
pelos trabalhadores seriam diferentes e a
base de sua oposição comum aos capita-
listas seria desgastada” (Reich, Gordon e
Edwards, 1975 apud Macedo, 1982, p.148).
As conclusões dessa terceira linha de abordagem
de segmentação são mais abrangentes: a estrutura
de classe de todo o sistema é o foco de sua atenção.
O aspecto de mercado de trabalho que é ressaltado
não é tanto a dicotomização em segmentos quanto a
funcionalidade da segmentação que lhe deu origem
e a perpetuou. É funcional porque facilita a opera-
ção das instituições capitalistas e, assim, ajuda a re-
produzir a hegemonia capitalista, de três maneiras
principais:
136136
Revista da Fapese, v. 2, n. 2, p. 129-140 jul./dez. 2006
Ivanilda Silva
a) Dividindo trabalhadores, diminui o poder de
barganha destes frente a seus empregadores;
b) Estabelecendo barreiras quase intransponíveis
à mobilidade entre segmentos, limita as aspi-
rações dos trabalhadores; e
c) Estabelecendo a divisão dos trabalhadores em
segmentos, legitima diferenças de controle e
autoridade entre superiores e subordinados.
Em suma, o desenvolvimento do modo capitalis-
ta de produção gerou a dicotomização da estrutura
industrial, que, por sua vez, originou e intensificou
comportamentos diferentes na força de trabalho.
Estas diferenças constituem barreiras efetivas à mo-
bilidade. Dificultam o acesso de trabalhadores do
secundário aos empregos do primário, ajudam a sus-
tentar o desenvolvimento divergente do ciclo de pro-
dução técnica e facilitam a operação das instituições
capitalistas.
Em síntese, a partir desta exposição, pode-se in-
ferir as principais diferenças entre os dois tipos de
modelos. De um lado – a Teoria do Capital Humano
– considera-se exclusivamente um aspecto da ques-
tão, a oferta de mão-de-obra com a conseqüência de
todas as políticas que daí advém serem voltadas para
mudanças nas características – especialmente nos
“defeitos” – dos trabalhadores. As medidas sugeridas
– mais educação, mais escolas, mais programas de
treinamento e aperfeiçoamento da mão-de-obra – são
de fácil aceitação política e virtualmente “indolores”,
visto não exigirem nem mudanças estruturais nem
esforços de financiamento que recaiam com mais
peso em algum dado segmento da sociedade. Além
disso, contam com apoio adicional devido ao fácil
consenso que se pode conseguir em torno da idéia
de que “educação é bom” e de que “educação é o
mais eficaz instrumento de mobilidade social ascen-
dente”. De outro lado – a Teoria da Segmentação do
Mercado de Trabalho – ainda que não negue uma
relativa importância da educação como meio de as-
cender-se socialmente, desmistifica-se o poder das
políticas parciais, que só afetam a oferta de vagas
nas escolas e a quantidade de treinamento ofereci-
do, mostrando-se a necessidade de se considerar todo
o sistema econômico e apontando, particularmente,
para o fato de que os salários têm mais a ver com os
tipos de empregos a que se tem acesso – e com a
forma de organização do trabalho nas fábricas, nos
escritórios, etc. – que com as características do tra-
balhador. Daí as proposições de política desta teoria
terem que atacar as barreiras concretas à mobilidade
ocupacional e as formas de organização do trabalho
que separam, às vezes por mais de uma geração, aque-
les que têm acesso aos bons e aos maus empregos,
muitas vezes independentemente da escolaridade
alcançada. Este tipo de política não pode ser coloca-
do em prática sem a participação crescente dos mai-
ores interessados na sua implementação: os traba-
lhadores. A eliminação das barreiras à mobilidade
ocupacional entre segmentos requer uma mudança
na organização do trabalho dentro das empresas, que,
por sua vez, exige uma organização sindical que pro-
picie a quebra da divisão dos trabalhadores que a
segmentação do mercado engendra. Essa união tam-
bém é necessária para que se eliminem outras bar-
reiras à ascensão social: o acesso diferenciado, de
acordo com o tipo de emprego, ao crédito pessoal, à
educação de níveis mais altos, às conquistas sociais
do tipo habitação, estabilidade no trabalho, seguro-
desemprego, previdência social em geral, participa-
ção nos lucros e na gestão das empresas, etc. Assim,
as políticas derivadas desta teoria afetam estruturas
que as orientações voltadas para a redistribuição da
renda, via mais educação, mais treinamento, mais
capital humano, enfim – baseadas na idéia da
equalização das oportunidades educacionais, sobre-
tudo – nem de longe arranham.
3. Os mercados internos de trabalho
A análise dos mercados internos de trabalho é,
essencialmente, um aspecto da análise do mercado
primário, já que é característico deste mercado a es-
tabilidade no emprego. Sua análise concentra-se num
aspecto particular do dualismo, ou seja, como é de-
senvolvido o processo de alocação e remuneração
da mão-de-obra em situações caracterizadas pela es-
tabilidade da relação de emprego.
137Teorias do emprego segundo o enfoque do capital humano, da segmentação e dos mercados internos
Revista da Fapese, v.2, n. 2, p. 129-140, jul./dez. 2006
O desenvolvimento deste aspecto particular do
mercado primário, também é comumente atribuído a
Doeringer e Piore, haja vista serem eles os principais
autores da teoria da segmentação do mercado de tra-
balho. Para eles, o mercado interno de trabalho é
“uma unidade administrativa, tal como
uma planta do setor manufatureiro, den-
tro da qual a remuneração e a alocação
da mão-de-obra é governada por um con-
junto de regras e procedimentos adminis-
trativos” (Doeringer e Piore, 1971 apud
Macedo, 1982, p. 136-137).
O importante na análise dos mercados internos é
a natureza da estrutura hierárquica e das regras e
procedimentos que regem a alocação e a remunera-
ção da mão-de-obra estável dentro dela.
A análise do processo pelo qual surge um merca-
do interno de trabalho, centra-se inicialmente no
papel desempenhado por três condicionantes: os
econômicos (para as empresas uma alta rotatividade
entre seus membros pesaria muito mais do que os
custos de reposição), os tecnológicos e os referentes
aos costumes. Dois outros fatores a serem conside-
rados é o papel dos sindicatos dos trabalhadores e os
controles gerenciais, que muito embora tenham ob-
jetivos diferentes, vão solidificando a estrutura do
mercado interno.
Com efeito, ao considerar a estrutura do mercado
interno, fica claro que as lutas sindicais por melho-
res salários, oportunidades de treinamento, estabili-
dade no emprego, etc, embora em linhas gerais não
sejam os interesses dos empregadores, fortalecem os
interesses da administração, uma vez que, assim agin-
do, os sindicatos criam um segmento privilegiado,
com todas as vantagens, mas que, por outro lado,
permite as empresas a adoção de práticas adminis-
trativas (o controle gerencial, que valendo-se da hie-
rarquia, busca solidificar regras e procedimentos,
assegurando, assim, o controle da mão-de-obra) que
contraditoriamente descoletivizam o trabalho, mi-
nando os interesses comuns dos trabalhadores.
Outro aspecto importante é a forma como o trei-
namento é percebido pelos trabalhadores. Ao ofere-
cer treinamento aos seus funcionários, a empresa está
sinalizando, na percepção do trabalhador, estabili-
dade no emprego e perspectivas de promoção.
 “Isso funcionacomo uma garantia das “re-
gras”, dentro do qual essa colaboração se
traduz em vantagens econômicas para os
trabalhadores” (Macedo, 1982, p. 141).
Quanto às influências que essa estrutura salarial
recebe do mercado de trabalho externo à empresa,
podem ser citadas: as pesquisas salariais que as em-
presas realizam periodicamente para comparar os
níveis de seus salários com os de outras empresas e
a avaliação de postos de trabalho (interno às empre-
sas), que periodicamente é comparada com as infor-
mações da pesquisa de salários voltadas para o mer-
cado externo. Muito embora seja muito complexa a
determinação dos salários por ter um grande núme-
ro de fatores mobilizadores e da maneira como esses
fatores agem e interagem.
Ainda analisando os mercados internos, Macedo
(1982) ressalta que Piore destinguiu duas camadas
no mercado primário: a camada superior e a camada
inferior. Na camada superior encontram-se os geren-
tes e profissionais de nível superior, com alta mobi-
lidade e rotatividade que representam avanços de
carreira profissional. Na camada inferior, o avanço
vem com a estabilidade. Nessas condições, pode-se
dizer que a análise dos mercados internos é mais
voltada para a camada inferior do primário.
Ainda segundo Macedo (1982), Doeringer e Piore
admitem que, mesmo no mercado secundário, po-
dem ocorrer algumas estruturas rudimentares de
mercados internos, mas com muitos postos de en-
trada, seqüências de mobilidade restritas e com re-
muneração baixa e/ou abrangendo um tipo de traba-
lho desagradável. Fora disso, o mercado secundário
seria constituído de postos de trabalho desarticula-
dos, não pertencentes a nenhum mercado interno,
mas que, eventualmente, se localizam perto do mes-
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Ivanilda Silva
mo, pois algumas empresas frequentemente apresen-
tam um mercado com as características do primário
ao lado de outro do tipo secundário.
4. Conclusão
A guisa de conclusão, pode-se dizer que as análi-
ses do mercado de trabalho a partir dos enfoques da
Teoria do Capital Humano, da Segmentação e do
Mercado Interno constituem um avanço teórico em
relação à análise Neoclássica Ortodoxa, na medida
em que tentam se aproximar ao máximo da realida-
de, deixando de lado, em certa medida, a preocupa-
ção com a pureza e o rigor dos modelos. Além disso,
esses enfoques se debruçam sobre uma questão bá-
sica e fundamental para a teoria econômica, ou seja,
como se comporta em realidade o mercado de traba-
lho, haja vista que este mercado, além de influenciar
a distribuição de renda, é a porta que dar acessibili-
dade e a garantia de permanecer dentro do sistema
econômico.
Vimos que cada enfoque procura responder a
questão da diferenciação salarial no mercado de tra-
balho de forma distinta, embora as três teorias anali-
sadas partam de uma mesma matriz teórica, que não
reconhece a exploração do capital sobre o trabalho
como sendo o fundamento e a lógica do sistema ca-
pitalista. Nesse sentido, é de fundamental importân-
cia que seja incorporada à discussão do mercado de
trabalho, a dinâmica do capital em cada região espe-
cífica e em cada contexto histórico, assim como uma
análise diferenciada entre os países, para que se possa
captar a maior complexidade do mercado de traba-
lho. Com isso, pretende-se dizer que as análises teóri-
cas elaboradas para os países industriais de ponta nem
sempre se aplicam as realidades dos países periféri-
cos, caracterizados pela miscigenação de postos de
trabalho e de categorias de trabalhadores.
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Referências Bibliográficas

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