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Maquiavel 
Hobbes 
1. Estado de natureza 
O estado de natureza de Thomas Hobbes é onde os homens podem fazer todas 
as coisas e, para isso, utilizam-se de todos os meios para consegui-las. É desse poder 
de violência ilimitado que surge a memorável frase hobbesiana: “O homem é o lobo 
do homem”. Um homem apenas se impõe a outro por meio da força, sendo que a 
posse de algum objeto não pode ser dividida ou compartilhada. Ao disputar e vencer 
outro homem, o indivíduo utiliza-se novamente da força para manter a segurança do 
bem. Assim, não há regras que impeçam os homens de tomar o que é de outrem, nem 
que os impeçam de provocar sofrimento ao outro. Todo homem é potencialmente uma 
ameaça a outro homem. Fica claro que o estado de natureza hobbesiano é composto 
por guerra e discórdia, sendo necessária a criação de um contrato social para conter tal 
violência. 
 
2. Paz e Guerra no Leviatã 
 
3. Como se dá o pacto social para evitar o estado de guerra? 
Diante de um estado de natureza violento, onde os homens atentam contra o 
semelhante para garantir a posse de um bem, o pacto social marca o momento de 
transição desse estado de guerra para a sociedade civil. No pacto, os indivíduos abrem 
mão da própria liberdade, isto é, do direito de buscar lucro, segurança e reputação. 
Hobbes propõe um governo superior que controlaria as guerras e os conflitos 
humanos; o Estado teria todo o poder como governante, que seria transferido dos 
cidadãos diretamente para ele a fim de manter a vida e paz, além de controlar o 
“instinto de lobo” do homem. Essa autoridade com o poder absoluto seria o Leviatã. 
 
4. Direitos do soberano e dos súditos depois de firmar o pacto social 
 
5. Explicar o que é a liberdade e porque é necessário abrir mão dela para evitar o estado 
de guerra 
 A liberdade é o direito que os seres humanos possuem de correr atrás de 
lucros, da própria segurança e reputação; é, também, fazer o que quiser, com ausência 
de repressão. No estado de natureza hobbesiano, os indivíduos são dotados de 
liberdade e, por isso, não medem esforços em invadir a individualidade de outro para 
proteger-se. Para evitar o estado de guerra generalizado, os homens firmam um pacto 
social que marca a transição para o estado civilizatório. Nele, os homens abrem mão 
da própria liberdade, alienando-a para o Estado (o Leviatã), a fim de que ele garanta a 
paz entre os homens. 
 
6. Explicar por que apenas um Estado forte pode proteger a vida dos indivíduos 
 O estado de natureza hobbesiano é dotado de guerra e violência porque os 
seres humanos agem totalmente de acordo com suas paixões e instintos. Segundo 
Hobbes, “se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam inimigos”. 
Portanto, é necessário um pulso firme com os homens, a fim de que eles não se 
matem. Ao dar vida ao Estado Leviatã por meio do pacto social, os indivíduos têm 
sua liberdade terceirizada ao governante para que ele possa garantir a paz. 
 
7. Por que quando o Estado não protege mais a vida do indivíduo não deve mais haver 
submissão? 
 
8. Relação de semelhança Hobbes X Maquiavel 
A relação de semelhança se encontra na necessidade que esses autores veem 
de um Estado forte para controlar o caráter egoísta dos homens. Hobbes chama esse 
Estado forte de Leviatã, o único que pode conter um estado de guerra declarada. Já 
Maquiavel, após observar os fenômenos políticos, descreve os sistemas políticos nos 
seus próprios termos; A sua política consistia em conquistar e manter o poder. Isso só 
seria possível com uma figura autoritária, daí surgindo seu famoso pensamento de que 
“é melhor ser temido do que amado”. 
 
9. Conceitos de propriedade e Igualdade 
 Hobbes acredita que o direito da propriedade privada pertence ao soberano, 
não sendo, portanto, um direito natural; Cabe a ele a responsabilidade de distribuir a 
terra, concedendo seu usufruto para os súditos até o limite que o Leviatã 
determinasse. De acordo com a visão hobbesiana, não é a riqueza o maior bem de um 
homem, mas a sua honra. Portanto, a propriedade privada deve manter-se distante dos 
indivíduos. 
Conforme Hobbes, o homem é "o lobo do próprio homem" no estado de 
natureza. Isso quer dizer que ele é totalmente movido pelas suas paixões e instintos. 
Segundo Hobbes, “se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam 
inimigos”. Todos seriam livres e iguais para buscarem o lucro, a segurança e a 
reputação. A igualdade seria o fator que contribui para a guerra de todos contra todos, 
levando-os a lutar pelo interesse individual em detrimento do interesse comum. 
Portanto, a liberdade de acordo com Hobbes seria prejudicial à relação entre os 
indivíduos, pois na falta de “freios”, todos podem tudo, contra todos. 
 
c 
 
1. Estado de natureza e estado de guerra 
 Diferentemente de Hobbes, o estado de natureza lockiano é dotado de paz. Os 
indivíduos se submetem às leis da natureza, pois não há governo, o que é possível 
pois todos os homens nasciam como iguais, inclusive com o mesmos direitos. A 
garantia desses direitos naturais e inalienáveis é um dos principais motivos das 
pessoas buscarem entrar em um estado civil. O estado de natureza se difere do estado 
de guerra por este último ser temporário, apenas surgindo quando o direito natural do 
indivíduo está ameaçado, ou quando a convivência harmoniosa se desequilibra. O 
povo pode, então, declarar estado de guerra contra aquele que o oprimiu. 
 
2. Passagem do estado de natureza para o estado civil 
 A passagem do estado de natureza para o estado civil lockiano se dá pelo 
pacto social. No estado de natureza, os indivíduos gozam dos direitos naturais. Só é 
necessário firmar um pacto social para assegurar esses direitos naturais e inalienáveis. 
 
3. Propriedade 
 A propriedade para John Locke é um direito natural humano, isto é, todas as 
pessoas nascem com ele. O autor se utiliza de argumentos de ordem teológica para 
defender a existência da propriedade. Segundo Locke, o mundo e o homem são frutos 
do trabalho divino e, da mesma forma, toda riqueza que o homem fosse capaz de 
obter por meio de seu esforço individual deveria ser, naturalmente, de sua 
propriedade. O governo não pode violar tal direito, correndo risco de ser destituído 
pelo povo. 
 
4. Relação governo civil X poder legislativo 
No governo civil há duas possibilidades de exercer poder: por meio do 
legislativo e por meio do executivo. O poder legislativo (que é o que nos interessa 
aqui) é aquele que elabora leis ouvindo sempre as decisões populares e respeitando as 
individualidades. Portanto, o governo civil contará com o apoio desse poder para 
tornar possível a existência de "leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às 
propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de limitar o poder e mudar o 
domínio de cada parte e de cada membro da comunidade”. 
 
5. Direito de resistência 
 Se o governo falhar com a garantia dos direitos naturais, ou até mesmo 
invadi-lo, o povo tem direito de se rebelar e resistir. O povo pode destituir um 
governo e promover novamente a sua segurança por meio de um novo legislativo. 
Todo aquele que usa a força sem direito se coloca em estado de guerra com aqueles 
contra os quais usar a força. Todos têm, então, o direito de defender-se e de resistir ao 
agressor. O possível fim do governo representa o bem da humanidade. 
 
6. Diferenças entre Hobbes e Locke 
As diferenças entre Hobbes e Locke iniciam já na ideologia política: Enquanto 
Hobbes é absolutista, Locke é liberal. Seus estados de natureza também diferem-se 
quando Hobbes afirma que o estado de natureza é o estado puro da guerra, enquanto o 
estado de natureza lockiano é dotado de paz. Sobre a propriedade privada, Hobbes, 
como um absolutista, defende que fique nas mãos do governante; Locke afirma que a 
propriedade é um direito natural, e o Estado não pode interferir. O contrato social 
hobbesiano marca a entrega da liberdade dos indivíduos para um terceiro (o 
governante) para garantir que eles não entreem estado de guerra; Já o contrato social 
lockiano marca apenas a garantia dos direitos naturais, visto que o estado de natureza 
já é dotado de paz. 
 
7. O que pode levar ao fim da sociedade política? 
 O fim da sociedade política se dá de duas formas, de acordo com Locke. A 
primeira delas é a mais comum de ocorrer, e acontece de forma exterior, ou seja, 
quando um poder estrangeiro conquista o povo; A segunda é interior, por meio da 
interrupção, dissolução ou alteração do legislativo, isto é, quando o soberano coloca 
nas leis a sua vontade. 
 
8. Influência de Locke no meio político 
 John Locke foi um defensor do liberalismo muito importante da sua época, 
pois trouxe inovações para o campo político; Inovações essas que hoje são vistas 
como as bases liberais. 
 
Montesquieu 
1. Relação entre instituições políticas, leis e sociedade 
 
2. Vantagens do governo monárquico sobre a república 
3. As três formas de governo propostas por Montesquieu 
4. Como se dá a divisão dos poderes e quais seus objetivos? 
5. Leis da natureza 
6. Por que o governo monárquico não se baseia na virtude? 
7. Como se supre a virtude em um governo monárquico? 
8. Leis positivas 
9. Semelhanças e diferenças entre Locke e Montesquieu a respeito da divisão dos 
poderes 
10. Liberdade 
 
Rousseau 
1. Liberdade: Locke X Rousseau 
 Para Locke, a liberdade é um direito natural e inalienável; Todos os indivíduos 
o tem desde o nascimento. O Estado, portanto, não pode intervir. Inclusive, a 
sociedade, ao firmar o pacto social, está buscando assegurar esse direito natural. Caso 
haja violação, o povo tem total direito a decretar estado de guerra com o responsável. 
De forma semelhante, Rousseau tem a liberdade como um valor supremo. Ao 
renunciar à liberdade, o homem, nas palavras de Rousseau, abre mão da própria 
qualidade que o define como humano. Ele não está apenas impedido de agir, mas 
privado do instrumento essencial para a realização do espírito. 
 
2. Mudanças do estado de natureza para o estado civil 
No estado de natureza de Jean-Jacques Rousseau os homens eram bons e 
viviam em paz uns com os outros; havia liberdade e igualdade, sendo, o bom 
selvagem feliz longe de vícios, problemas e paixões. Entretanto, com o advento da 
propriedade privada, conflitos começaram a surgir e a necessidade da criação de um 
contrato social passou a ser gritante. Com esse contrato viria a surgir uma sociedade, 
mas não só isso: Um Estado também. Esse processo civilizatório era responsável por 
afastar o homem da sua bondade e da sua liberdade. Agora, a sociedade seria una, 
homogênea e indivisa; Todos compartilhavam dos mesmos bens, das mesmas crenças 
e ideias; Prevalecia a vontade geral sobre a vontade particular. Para Rousseau, a 
sociedade civil deveria ser o próprio Estado e o governante não poderia ser o 
soberano, e sim o representante da vontade coletiva. Os homens passaram a ser, 
portanto, cidadãos do Estado e súditos das leis. 
 
3. “A força não faz o direito” 
“O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor, se não 
transformar sua força em direito e a obediência em dever”. O direito do mais forte é 
aquele direito sustentado ironicamente na aparência, isto é, na força, toma a forma de 
um poder físico. A sociedade, ao ceder à força, age por necessidade, e não por 
vontade. E isso não deve acontecer, pois ao abrir mão da liberdade individual do 
estado de natureza, os indivíduos esperam ser governados por um representante da 
vontade geral da sociedade. O único poder válido é o legítimo, então não há 
necessidade de agir sob coerção ou força, mas sim por mero e espontâneo desejo. 
 
4. Estado de natureza 
 
5. Pacto social 
 
6. Por que a vontade do soberano não pode ser representada? 
 Segundo Jean-Jacques Rousseau, a vontade do soberano deveria ser a vontade 
coletiva. Ao firmar o contrato social, os homens abrem mão da liberdade natural a fim 
de terceirizá-la, como liberdade civil, ao conjunto do povo que compõe a sociedade. A 
vontade geral deseja o que há de melhor para cada um, tendendo a igualdade, 
enquanto a vontade particular tende para interesses particulares. 
7. Por que a soberania não pode ser alienada nem dividida? 
 A soberania, na obra de Jean-Jacques Rousseau, nada mais é que a vontade 
geral do povo tendendo ao bem comum. Assim, se houver alienação da soberania à 
outra pessoa, o corpo político se desintegra e deixa de existir, pois o ser coletivo só 
pode ser representado por si mesmo. Pelas mesmas razões, se houver divisão da 
soberania, a vontade geral também se degenera em vontade particular, causando a 
consequente destruição do sistema. 
 
8. “O direito do mais forte” 
 “O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor, se não 
transformar sua força em direito e a obediência em dever”. O direito do mais forte é 
aquele direito tomado ironicamente na aparência, isto é, na força, que é um poder 
físico. A sociedade, ao ceder à força, age por necessidade, e não por vontade. E isso 
não deve acontecer, pois o único poder válido é o legítimo. 
 
Tocqueville 
1. Democracia 
 Tocqueville define a democracia como a igualdade de condições. O processo 
democrático é o mesmo que um processo de igualização crescente que se dá ao 
mesmo tempo em que preserva a liberdade, isto é, quando a democracia se realiza 
com liberdade tem-se um momento de efetivação da vontade divina na história da 
humanidade. Para o autor, a democracia estava de fato acontecendo nos Estados 
Unidos por volta de 1830, e foi lá que ele iniciou seus trabalhos. Apesar disso, ele não 
se prendeu a descrever essa região, pelo contrário: Tocqueville buscava obter um 
conhecimento tão amplo do fenômeno de tal forma que poderia chegar a construir um 
conceito definidor de democracia. 
2. Diferenças hereditárias e suas implicações 
 
3. Definição de liberdade 
 A liberdade para Tocqueville é algo frágil que merece todo cuidado e atenção, 
em um tipo de constante vigilância, para que uma vez conquistada não seja retirada 
dos cidadãos. É um direito formalizado e institucionalizado através de leis e 
instituições e, ademais, a liberdade está sustentada na ação política dos cidadãos e na 
participação dos negócios públicos. Assim, para o autor, falar da liberdade é falar 
diretamente da democracia. 
4. “A liberdade é a ausência de arbitrariedade” 
 
5. Influência de Tocqueville para o liberalismo ocidental 
 
6. Igualdade social X Igualdade econômica 
 
7. Soberania: Rousseau X Tocqueville 
Para Jean-Jacques Rousseau, a soberania, ao invés de ser concentrada em uma 
só pessoa, deveria ser de todo o povo, ou seja, de todos os cidadãos que formavam o 
corpo político. Os indivíduos, que gozavam de liberdade e igualdade no estado de 
natureza rousseauniano, criaram a civilização e um Estado através do pacto social, 
abrindo mão da liberdade individual e de desejos particulares. Agora, a sociedade era 
soberana, e a vontade geral deveria prevalecer sobre as vontades particulares, pois a 
vontade geral deseja o que há de melhor para cada um, tendendo a igualdade, 
enquanto a vontade particular tende para interesses particulares. Além disso, seguindo 
a visão rousseauniana, a soberania não poderia ser alienada, uma vez que o corpo 
político se desintegraria e deixaria de existir, pois o ser coletivo só pode ser 
representado por si mesmo. Pelas mesmas razões, se houver divisão da soberania, a 
vontade geral também se degenera em vontade particular, causando a consequente 
destruição do sistema. A visão de Rousseau de onipotência popular assustava Alexis 
de Tocqueville. Tocqueville acreditava que a sociedade, de um lado, representada pela 
sua maioria, ao desenvolver cada vez mais sua situação de igualdade de condições, 
obriga os homens a se comportar igualmente. Por outro lado, essa situação de 
igualitarismo extremo, pode fazer nascer um Estado todo poderoso que obrigará, cada 
vez mais, o maior número de cidadãos, a simplesmente e igualitariamente, obedecer 
às regras e leis criadasunicamente por ele próprio. Por isso, o liberalismo proposto 
por Tocqueville oporá a um conceito de soberania "una e indivisível" e a um Estado 
todo poderoso. A soberania tocquevilleana deveria ser composta por um poder estatal 
descentralizado, dividido, mas sobretudo organizado em vários grupos ou associações 
de cidadãos agindo cívica e politicamente, ou seja, preocupados com a esfera pública. 
8. Perigos da democracia 
Mill 
1. Liberdade, liberdade civil X liberdade da vontade 
2. Relação entre governantes e governados 
3. Tipos de coerções exercidas pela sociedade contra o indivíduo 
4. Mecanismos de contenção do poder 
A maior preocupação de John Stuart Mill é limitar o poder da sociedade sobre 
o indivíduo. Não somente do governo sobre os indivíduos, mas de qualquer instituição 
social que exercesse uma limitação da liberdade individual. Segundo o autor, uma 
democracia absoluta soberana poderia gerar regimes capazes de cometer inúmeras 
atrocidades. Por exemplo, bastaria que a maior parte da população desejasse oprimir 
uma menor parte da sociedade para a tirania da maioria se estabelecer. Por isso, todo 
governo deveria ter por base o respeito aos indivíduos e, além disso, ter sua 
capacidade de ação severamente limitada por princípios naturais e filosóficos inscritos 
em uma constituição, por exemplo. Somente com um governo com poder limitado – 
que respeite os indivíduos e a liberdade de buscar-se a felicidade – a democracia seria 
possível. 
5. Visão de representação 
6. Liberdades invioláveis 
7. Por que o governo de muitos é preferível sobre o governo de poucos ou de um só? 
Marx 
1. Por que, e com base em quê o meio de produção burguês tornou-se um entrave ao 
progresso da sociedade? 
 O Manifesto coloca que a burguesia já não é capaz de manter o proletariado, 
mesmo que fosse em condições de escravidão. Há crises constantes, para as quais não 
se aplicam soluções efetivas, mas paliativas e limitadas - maior exploração dos 
mercados atuais e de novos mercados. Assim como a sociedade feudal se tornara 
incompatível com o mundo, em que o comércio exigia cada vez mais espaço e 
liberdade, a sociedade atual, com seus excessos de produção e subsequentes crises já 
não há sustento sob o modo de produção burguês. 
2. Fases de desenvolvimento do proletariado 
 A princípio, apenas operários isolados se empenham ativamente na luta, para 
depois ir se espalhando entre eles, progressivamente. Atacam não só as relações, 
como os instrumentos de produção, causando danos e alvoroço. Começam a se unir 
por influência da própria burguesia que, por viver em constantes conflitos, precisa do 
apoio do proletariado enquanto instrumento político. Nesse ponto, atacam os inimigos 
dos seus inimigos, os obstáculos que parecem mais diretos. 
 Colateralmente, a partir desse uso, o proletário começa a desenvolver alguma 
educação política, acrescentando-se a contribuição dos decaídos que vêm da pequena 
burguesia e dos campos. 
 Com o desenvolvimento da indústria, aumenta o número e a concentração do 
proletariado, o que favorece uma conscientização de sua força. Os salários vão se 
tornando cada vez mais instáveis e diminutos, à medida que avança a tecnologia, o 
que os leva à união contra os burgueses em associações permanentes. Em seguida, 
começam motins e eventuais triunfos efêmeros, mas a verdadeira vitória nessa fase é a 
maior união dos trabalhadores burocráticos que datavam a monarquia e que não 
sugeriam em nada a abolição das classes, o que foi remediado pela Comuna. A 
Revolução Francesa foi responsável por renovar o aparato burocrático de forma 
satisfatória, contrapondo-se, assim, ao império. A ocorrência de uma emancipação do 
trabalho auxilia a maior abertura e transformação das relações de produção, já que 
todo indivíduo torna-se trabalhador e, dessa forma, o trabalho produtivo deixa de ser 
um atributo reservado a determinado classe, universalizando-se. 
3. Relação entre os partidos operários e comunistas 
 As diferenças são basicamente duas: Os comunistas colocam acima de 
qualquer questão de nacionalidade os interesses comuns do proletariado e, através de 
todas as fases da luta, representam invariavelmente o movimento como um todo. Os 
comunistas são a fração mais teoricamente esclarecida sobre as condições e dos 
objetivos do movimento como um todo. Os objetivos imediatos de ambos são a 
constituição dos proletários em classe, a derrubada da supremacia portuguesa e a 
conquista do poder político pelo proletariado. 
4. Qual o argumento do Manifesto para a abolição da propriedade privada? 
 Nove décimos dos homens estariam atualmente abolidos da propriedade 
privada, em contrapartida ao um décimo que reclama de sua perda. Além do mais, o 
capital, ao ser formado por um esforço conjunto da sociedade, não deveria ser jamais 
considerado como privado e, portanto, ser furtado a essa condição. 
 O proletariado, que trabalha, não tinha direito a propriedade por esse motivo. 
O capital seria uma força social, não pessoal. Por isso não seria justo que fosse 
particular. 
5. Medidas propostas no Manifesto a serem aplicadas nos países mais adiantados depois 
de constituir o proletariado como classe dominante 
 Abolição do direito de herança, centralização do crédito e dos meios de 
transporte nas mãos do Estado, educação pública e gratuita de todas as crianças, 
abolição do trabalho infantil, etc. 
6. Influências de Marx sobre a necessidade de revolução 
 Marx foi profundamente influenciado pelos eventos da sua época, e 
especialmente pelo clima de revoluções na Europa. Marx foi um dos autores que 
melhor discerniu os grandes assuntos da sua época: A emergência da burguesia, o 
surgimento do capitalismo industrial, a consolidação do Estado-nação, o dinamismo 
modernizador. A partir desses fatos, ele fez uma crítica da sociedade dessa época, que 
não faria senso numa época diferente, pois ele sempre respondeu aos desafios do 
momento, bem como as desigualdades provocadas pela economia capitalista no 
contexto da Revolução Industrial etc. 
 O ponto mais importante que revela a importância do contexto histórico na 
obra de Marx é o ambiente de revoluções do século XVIII, seguidas por uma série de 
agitações e crises em toda a Europa, dando medo de novas revoluções. As revoluções 
do século passado, como a dos EUA, ou da França, foram uma fonte de esperança 
para Marx, que queria uma mudança total nas sociedades. Ele ansiava por revoluções 
como a da França, onde o poder foi confiscado pelo povo que decidiu, por sua vez, o 
novo regime. As crises do ano de 1857 também deram muita esperança a Marx sobre 
a possibilidade de uma revolução próxima, o ponto chave da sua teoria. 
7. De que maneira Marx se opôs às ideias de Hegel? 
 Marx sempre procurou materiais para criticar as ideias de Hegel, 
especialmente sobre a crítica da filosofia do Estado dele, além da filosofia do direito. 
Ao contrário de Hegel, Marx afirma a necessidade da revolução social. Na filosofia 
hegeliana, a liberdade do indivíduo é garantida pelo direito, ou seja, o direito e a 
liberdade existem de verdade, sendo o direito político a base de todos os outros 
direitos. Sobre o Estado, Hegel acredita que há uma dimensão histórica, o que quer 
dizer que eles se desenvolvem em contextos específicos; É separado da sociedade 
civil (baseado sobre os interesses coletivos); O Estado é mais importante que o 
indivíduo, porque o indivíduo deve querer a universidade, a única fonte de bem-estar. 
 Marx desqualificou também o status da burocracia como representante do 
universal definido por Hegel (e o substitui pelo proletariado). Marx tira do Estado a 
condição de demiurgo e coloca em seu lugar a sociedade civil. Além disso, Hegel 
achava que quem criava a “vida real” e o “ser dos homens” era a consciência e as 
ideias. Marx acredita que apenas os homens são criadores das ideias que surgem como 
emancipação direta do seu comportamento material. 
8. Como se daria o processo de instalação das comunas e que tipo de revoluçãoinstitucional elas trariam? 
O processo de instalação do sistema de comunas seria gradativo, iniciando em 
grandes centros industriais, passando para os menores e, por fim, tomando toda a 
região quando atingisse as propriedades rurais. 
 A revolução institucional se daria a partir da substituição das principais 
instituições do Estado pelo povo, sem que a influência das classes e a opressão 
governamental tomasse as rédeas da situação. No lugar do exército permanente, 
haveria a milícia formada pelo povo armado; A polícia e a burocracia teriam 
funcionários eleitos; A câmara, desfeita, teria em seu lugar conselhos municipais com 
oficiais eleitos pelo sufrágio universal; Todos os funcionários públicos teriam 
mandatos revogáveis e receberiam salários módicos. Por fim, o Estado confessional 
seria substituído pelo laico, incluindo a remoção de todos os bens da Igreja, e os 
padres vivem com a ajuda dos fiéis. 
9. Diferenças entre comunidade aparente e comunidade real 
Na comunidade aparente, apenas as pessoas de classe dominante, isto é, os 
detentores do poder, possuem liberdade e capacidade de desenvolvimento. Além 
disso, o homem é tratado como membro de uma determinada classe e esse título se 
sobrepõe ao que ele é como indivíduo. Tal fato não ocorreria em uma comunidade 
real, pois todos possuem liberdade e capacidade de desenvolvimento a partir do 
momento em que se associam, sendo vistos como seres individuais. 
10. Qual a importância da Comuna de Paris para Marx? 
A Comuna propôs uma verdadeira quebra com o Antigo Regime ao renovar 
todo o aparato democrático que vinha sendo realizado desde o império e estendeu-se 
até a era napoleônica. Sem essa mudança, não haveria possibilidade da tão sonhada 
abolição de classes, já que os moldes utilizados eram puramente absolutistas.

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