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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 1/10 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 22. EQUILÍBRIO QUÍMICO Reações Químicas e Reversibilidade Normalmente na aula inaugural de qualquer curso de química básica os professores costumam perguntar aos alunos o que eles entendem ser um fenômeno químico. As respostas são muitas, mas é recorrente a idéia de que os fenômenos químicos provocam alterações permanentes na matéria, ou seja, para uma parcela significativa dos estudantes que chegam ao ensino médio (e até na universidade) os fenômenos químicos são irreversíveis. De fato vemos no diaadia uma série de situações em que mudanças químicas ocorrem irreversivelmente. A queima de combustíveis, a degradação de monumentos pela chuva ácida, o cozimento dos alimentos e, atualmente, acidentes com produtos cosméticos (alisantes para cabelo, cremes dermatológicos, etc.) parecem ser bons exemplos da irreversibilidade de algumas reações. Há que se destacar, no entanto, que a grande maioria das transformações químicas pode ocorrer tanto no sentido direto (formação de produtos) quanto no sentido inverso (recomposição dos reagentes), principalmente aquelas que regulam o funcionamento da natureza e, em especial, o nosso corpo. Representação da fotossíntese. Mesmo reações que cotidianamente reconhecemos como irreversíveis podem acontecer “ao contrário” sob condições especiais. Quando queimamos combustível, por exemplo, transformamos uma substância orgânica, como a gasolina, em água e gás carbônico produzindo uma grande quantidade de energia. Se você lembrar as aulas de biologia vai perceber que a reação de combustão é muito semelhante à reação que descreve a respiração celular, sendo a gasolina substituída por outro combustível orgânico, a glicose: Talvez você já tenha percebido que esta reação acima é o inverso do que conhecemos como fotossíntese: A única diferença (além do fato de uma ser o inverso da outra) é que na respiração a energia produzida é armazenada na forma de ATP, enquanto que a energia necessária para a fotossíntese vem a luz do sol. O mais interessante disto tudo é que as plantas verdes, as que possuem clorofila em suas folhas, são capazes de fazer fotossíntese durante o dia e de respirar à noite, revertendo o sentido da reação em função da quantidade de luz disponível. Este processo é muito complexo e sofisticado e a humanidade ainda não consegue reproduzilo em laboratório, mas este exemplo serve para uma coisa: comprovar que mesmo processos aparentemente irreversíveis podem ser revertidos sob condições específicas. O Equilíbrio Químico 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 2/10 A esta altura você deve estar se perguntando o que uma mulher andando de bicicleta tem a ver com equilíbrio químico, não é? Pois bem, fora as centenas de reações bioquímicas que se encontram em equilíbrio dentro do corpo humano e são absolutamente necessária para que este indivíduo possa andar de bicicleta a “única” coisa em comum entre a foto e o tema deste capítulo é o equilíbrio dinâmico. Para se manter equilibrado sobre uma bicicleta é necessário que esta esteja em movimento. Isto ocorre porque a força que projeta este objeto para frente compensa a força que o puxa para baixo e que faria o ciclista cair. Dizemos então que o sistema está em equilíbrio dinâmico, ou seja, as forças estão atuando sobre o sistema, mas não modificam o seu estado. O conceito de equilíbrio é extremamente importante para a compreensão deste tópico. Em especial a idéia de equilíbrio dinâmico. É muito comum imaginarmos que uma determinada reação química se desenvolve por um tempo até que seja concluída. Mas o que significa dizer que uma reação foi completada, ou o que caracteriza o fim de uma reação química? A resposta mais óbvia seria: “A reação acaba quando a concentração de um dos reagentes se torna igual a zero”. Sem dúvida o consumo completo de um reagente encerraria a reação, como um descontrole no estoque de matériaprima de uma indústria pode paralisar uma linha de produção. Todavia, nem sempre isto de fato acontece. Na verdade uma reação química dificilmente chega ao fim, o mais comum é que ela atinja um estado estacionário o qual chamamos de equilíbrio químico. Nesta situação a reação continua a ocorrer, só que em dois sentido opostos simultaneamente e com a mesma velocidade, de modo que as concentrações das espécies químicas presentes no sistema permanecem inalteradas. Equilíbrio Químico pode ser entendido, portanto, como o estado em que duas reações químicas opostas ocorrem simultaneamente com a mesma intensidade, uma anulando os efeitos da outra. Isto quer dizer que, apesar de não haverem modificações nos valores das concentrações de reagentes e produtos, o fenômeno químico não é interrompido, mas uma reação inversa anula os efeitos da reação direta, mais ou menos como as forças que mantêm a bicicleta em movimento. Em outras palavras, reagentes tornamse produtos sem deixarem de ser ainda reagentes e viceversa, chamamos isto de reversibilidade das reações. Este processo é representado graficamente pela seta dupla na equação química como mostra a equação abaixo para uma reação genérica. A + B « C + D (Equação 1) A extensão de uma reação: O significado da Constante de Equilíbrio Já discutimos no capítulo sobre cinética a ação das concentrações na velocidade das reações. Como foi observado, a velocidade de uma reação varia ao longo tempo e isto pode ser atribuído à própria variação nas concentrações dos reagentes à medida em que a reação se desenvolve. Uma das coisas que aprendemos com a cinética química é que quanto maior a concentração dos reagentes maior a velocidade de uma reação. Veremos neste tópico que as condições de equilíbrio de uma reação química também dependem das concentrações de reagentes e produtos. Esta dependência é conhecida como Lei de ação das massas e foi descoberta em 1866 por Guldberg e Waage. Lei de ação das massas: se voltarmos um pouco às leis de velocidade vistas no capitulo de cinética veremos que as concentrações dos reagentes determinam o quão rápido uma reação se propaga. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 3/10 Avanço de uma reação química A figura acima mostra a variação das concentrações de produtos e reagentes ao longo do tempo. É óbvio que à medida que os produtos vão sendo gerados, a concentração dos reagentes diminui, até que a aproximadamente 10 min depois do início da reação o sistema atinge o estado estacionário e concentrações permanecem constantes. Tanto o comportamento dos reagentes quanto o dos produtos pode ser descrito por uma lei de velocidade, como aquelas apresentadas no capítulo sobre cinética. Se imaginarmos que os produtos de uma reação qualquer podem reagir entre si formando novamente os reagentes originais esta lei de velocidade pode ser aplicada para os dois sentidos do processo (explicitados pela seta dupla na equação abaixo). Podemos, portanto escrever duas equações de velocidade para a mesma reação, uma para o sentido direto (Reagentes –Produtos), outra para o sentido inverso (ProdutosReagentes). Para a reação genérica: aA + bB ⇔ cC + dD (Equação 2) As leis de velocidade serão: A lei de ação das massas pode ser representada matematicamente como sendo a razão entre estas duas equações como mostra equação: Onde Q é a expressão da lei de ação das massas, também chamado quociente de reação. Basicamente Q representa o grau de avanço da reação, ou seja, quanto de reagentefoi convertido em produto. Quanto maior o valor de Q maior a concentração de produtos gerados em relação à concentração restante de reagentes. Já falamos que o equilíbrio dinâmico é o estado em que as duas reações se anulam mutuamente. Se encaramos este fato sob o ponto de vista da cinética vamos entender que neste ponto as velocidades das duas reações são idênticas, por isso não há modificação na concentração das espécies. Para atingir o equilíbrio → vdireta = vinversa Igualando as equações 3 e 4 verificamos, à partir do gráfico mostrado na figura acima que a razão entre as concentrações de regentes e produtos no equilíbrio tem valor constante e depende das respectivas constantes de 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 4/10 velocidade. Sendo KC chamada de constante de equilíbrio (o índice C corresponde o fato desta constante ser uma função das concentrações em mol/L). A Constante de Equilíbrio A constante de equilíbrio é a representação da lei de ação das massas quando a reação alcança o equilíbrio químico. A exemplo das constantes de velocidades K corresponde a um valor determinado experimentalmente, todavia, como o estado de equilíbrio não depende do mecanismo de reação, mas do resultado final, a expressão de K pode ser deduzida usando os coeficientes estequimétricos da equação química que representa a reação, como mostram as equações 5 e 6. Uma interpretação mais criteriosa da constante de equilíbrio pode nos dar informações importantes sobre a natureza da reação em estudo, por exemplo, valores altos de K significam que até atingir o equilíbrio a maior parte dos reagentes deve ser convertida em produto, ou seja, a reação tem alto rendimento. Valores muitos baixos de K, por outro lado, indicam que no equilíbrio pouco reagente foi formado, indicando que a reação direta é menos favorecida que a reação inversa. Reação pouco favorecida no sentido direto. No equilíbrio a concentração de reagentes é maior que a de produtos. Para reações no estado gasoso a constante de equilíbrio é mais adequadamente representada como uma função das pressões parciais dos gases participantes da reação. Isto é possível porque esta grandeza é diretamente proporcional à quantidade de matéria presente num sistema gasoso. Para a reação: A constante de equilíbrio seria: O Princípio de Le Chatelier A constante de equilíbrio, como o nome sugere, não pode ter seu valor alterado a não ser pela temperatura (Por 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 5/10 isso as tabelas de dados termodinâmicos precisam especificar a temperatura na qual o valor daquela constante foi estabelecido, normalmente a 25°C). Isto implica que qualquer tentativa de modificar a concentração de um reagente ou produto vai provocar uma reação do sistema no sentido contrário, para que o quociente produtos/reagentes apresente sempre o mesmo valor. A constatação deste fenômeno foi sistematizada por Henry Louis Le Chatelier, em 1888, e é um dos mais importantes conceitos químicos. Quando um sistema em equilíbrio é submetido a qualquer perturbação exterior, o equilíbrio deslocase no sentido contrário a fim de minimizar esta perturbação. Influência da concentração no deslocamento do equilíbrio Vejamos a equação de equilíbrio para a seguinte reação. Se não houver modificação na temperatura o valor de K é constante. Isto implica que se a concentração de N2 for aumentada o valor das outras concentrações devem ser alterados até que K volte ao seu valor inicial. Matematicamente isto pode ser alcançado diminuindo o valor do denominador (produto das concentrações dos reagentes) e aumentando o valor do numerador. Na prática isto significa que um aumento na concentração de componente da mistura reacional forçará o sistema a deslocar o equilíbrio da reação no sentido de consumir o excesso deste componente. A expressão deslocamento do equilíbrio sugere que o sistema químico vai se “movimentar” no sentido oposto ao da perturbação até que uma nova posição de equilíbrio seja estabelecida, ou seja, até que o quociente reacional atinja novamente o valor de K. Efeito da pressão e do volume sobre o equilíbrio O efeito da pressão, em reações envolvendo gases, é semelhante ao efeito da concentração em soluções líquidas. Como já vimos nestes casos o equilíbrio pode ser expressado como Kp, no qual as pressões parciais substituem as concentrações em mol/L. À temperatura constante uma variação na pressão num sistema gasoso implica numa variação do volume (Lei de Boyle) (Em sistemas condensados como sólidos e líquidos a variação de pressão não modifica significativamente o volume e portanto não influencia o equilíbrio). No módulo (Forças Intermoleculares e Estados de Agregação da Matéria) já definimos a pressão de um gás como sendo proporcional ao nº de choques das moléculas com as paredes do recipiente. Ao aumentarmos a pressão do sistema o princípio de Le Chatelier prevê que o mesmo tentará deslocar o equilíbrio com o objetivo de minimizar esta perturbação, ou seja, baixar novamente a pressão, isto pode ser alcançado deslocando o sistema no sentido da reação que gera um menor número de partículas. A diminuição da quantidade de partículas no meio reacional provoca redução no número de colisões e consequentemente a pressão tende a voltar aos valores originais. Considere o seguinte exemplo: Considerando que cada mol de N2O4 produz dois mols de NO2, o volume ocupado pelo reagente é duas vezes menor que o ocupado pelos produtos. Se a pressão sobre o sistema for aumentada o equilíbrio será deslocado para a direita, uma vez que diminuindo o número de moléculas diminuise também o número de choques com a parede do recipiente e consequentemente das pressões parciais dos gases reagentes. Quando a pressão é aumentada ou o volume é diminuído o equilíbrio deslocase para a reação que produz um número menor de partículas, quando a pressão é diminuída ou o volume é aumentado o equilíbrio se desloca para a reação que produz um número maior de partículas. Adição de gás inerte Poderíamos imaginar que o aumento de pressão proporcionado pela adição de um gás inerte iria deslocar o equilíbrio na direção da reação que produza um menor número de moléculas. No entanto nada acontece quando um gás inerte é adicionado a um sistema gasoso. De fato a pressão aumenta, mas mantido o volume constante, as concentrações de reagentes e produtos permanecem as mesmas e conseqüentemente suas pressões parciais. Em outras palavras o valor de Kp permanece constante e o sistema não é perturbado. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 6/10 Efeito da temperatura sobre o equilíbrio Como foi discutido em cinética as constantes de velocidade variam com a temperatura. Sendo KC uma razão entre estas grandezas o seu valor também varia com a temperatura. A conseqüência imediata é que mudanças de temperatura deslocam o equilíbrio até que este alcance o novo valor de K. Podemos observar este fenômeno quando escrevemos as reações incluindo o seu balanço energético (equação termoquímica ). Consideremos, portanto o que aconteceria com a reação proposta abaixo nestas condições. Como mostra a equação termoquímica a reação entre N2 e H2 é exotérmica (libera calor para o ambiente), tendo como produtos o NH3 mais 92,0 kJ de energia. De acordo com o princípio de Le Chatelier se aumentarmos a temperatura o sistema reagirá a esta interferência numa tentativa de minimizála.Isto pode ser feito consumindo o excesso de calor, ou seja, deslocando o equilíbrio da reação no sentido endotérmico (esquerda). Quando a temperatura é aumentada o equilíbrio deslocase para a reação endotérmica, quando a temperatura é diminuída o equilíbrio deslocase para a reação exotérmica. Efeito de um catalisador sobre o equilíbrio O catalisador não altera o equilíbrio de reação, uma vez que ele não modifica os estados inicial e final de uma reação. O catalisador age diminuindo a energia de ativação da reação sem alterar as características de reagentes e produtos (Ver Capítulo de cinética química). Como a energia de ativação diminui tanto para a reação direta quanto para a reação inversa a velocidade diminui de igual modo para ambas. Em função disto a única conseqüência da adição de um catalisador num sistema é que o equilíbrio será alcançado mais rapidamente, uma vez que a reação global será acelerada. FIQUE ATENTO De acordo com o Principio de Le Chatelier, podemos afirmar que para um sistema em equilíbrio: ⇒ Um aumento de temperatura favorece o sentido da reação endotérmica; ⇒ Um abaixamento de temperatura favorece o sentido da reação exotérmica; ⇒ Um aumento de concentração de uma substância favorece o sentido da reação em que tal substância é consumida; ⇒ A retirada de alguma substância favorece o sentido da reação em que tal substância é produzida; ⇒ Um aumento de pressão favorece o sentido da reação no qual há menor quantidade de matéria de substâncias gasosas; ⇒ Uma diminuição de pressão favorece o sentido da reação no qual há maior quantidade de matéria de substâncias gasosas. Equilíbrio ÁcidoBase Já discutimos no módulo II os principais conceitos ácidobase atualmente utilizados pela química para explicar uma série fenômenos. Neste tópico vamos voltar a esta discussão, agora sob o ponto de vista do equilíbrio químico. Constante de dissociação (ionização) Considere o Ácido Acético, CH3COOH. Como qualquer ácido de Arrhenius em solução aquosa esta espécie química se dissocia (ou ioniza) em contato com a água gerando como único cátion o íon hidrônio (H3O+ ou simplesmente H+). Se considerarmos que se trata de um ácido fraco, então podemos supor que o ácido acético não chega a se dissociar completamente, ou seja, quando o estado de equilíbrio é alcançado a maior parte do composto se encontra na forma de moléculas, não dissociada. Podemos descrever este fenômeno quantitativamente por meio da constante de equilíbrio desta reação: 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 7/10 Ka é constante de dissociação ácida e o seu valor pode ser determinado para definir a força de um ácido, no caso do acético o valor tabelado é de 1,8x105, ou 0,000018. Este valor muito pequeno indica que no equilíbrio a quantidade de CH3COOH ionizado é muito pequena de modo que este composto pode ser considerado um ácido fraco. Ácidos como Clorídrico e Nítrico são tão fortes que o valor de suas constantes pode atingir valores da ordem de dezenas ou centenas, o que significa que praticamente todo o composto está dissociado. Ácidos com mais de um hidrogênio ionizável terá um Ka para cada H+ liberado em solução, veja o exemplo: Podese expressar também uma constante de dissociação para uma base (Kb), no entanto, apenas bases moleculares como amônia e outras bases orgânicas terão seus equilíbrios adequadamente quantificados desta forma. O motivo é que a maioria das bases de Arrhenius são compostos iônicos e, portanto têm seus graus de dissociação associados com a solubilidade. Produto iônico da água pH e pOH O que chamamos de água pura é na verdade uma mistura de H2O, H+ e OH. Isto por que a água sofre um processo chamado autoprotólise, ou seja, a água espontaneamente se dissocia em seus íons fundamentais. A equação química que representa esta reação é a seguinte: Podemos expressar a constante de equilíbrio da água da seguinte forma: Como a água é o próprio solvente da reação e considerando que as concentrações dos íons são muito menores que da própria água (solvente) podemos admitir que a concentração do solvente permanece praticamente constante, ou seja, a produção de H+ e OH não altera significativamente a concentração de H2O. Esta 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 8/10 consideração nos permite introduzir [H2O] no valor de K gerando outra constante: Kw, ou constante de autoprotólise da água. A 25°C Kw é 1,0x1014. Isto quer dizer que as concentrações de H+ e OH na água pura a 25°C são iguais a 1,0x10 7 mol/L. Se calcularmos o logaritmo negativo da concentração de H+ (–log[H+]), ou o logaritmo negativo da concentração OH (log[OH]) o resultado será 7,0 para ambos. Como sabemos (ver capítulo sobre ácidos e bases) –log[H+] é o pH, enquanto que log[OH] é o pOH. É por causa do valor de Kw que consideramos neutro um ambiente químico que, a 25°C, apresenta pH ou pOH igual a 7,0, isto significa que as concentrações dos íons hidrônio e hidroxila são exatamente iguais. Hidrólise Algumas bases e sais têm uma constante de dissociação tão baixa que os seus sais podem reagir com a água recompondoos. Veja o exemplo: Como todos os compostos estão em solução é mais apropriado escrevemos a equação apenas com os íons dissolvidos: Como podemos perceber os íons bicarbonato (HCO3), derivado do ácido carbônico, quebra a molécula de água reconstituindo o seu ácido (o ácido carbônico é pouco estável e posteriormente se decompõe em água e CO2). Isto não aconteceria com um ânion derivado de ácido forte, porque a constante de dissociação seria alta o suficiente para manter todo o ácido na forma ionizada. Este fenômeno é chamado de hidrólise, por que um íon (cátion derivado de base fraca ou ânion derivado de ácido fraco) quebra as moléculas de água. Como resultado o pH do meio é alterado pela liberação de OH (sal de ácido fraco) ou H+ (sal de base fraca). Veja abaixo a hidrólise do cloreto de amônio (NH4Cl). Ou usando a equação iônica, Teoria ácidobase de BrönstedLowry Outra constatação importante que podemos fazer destas reações é que o bicarbonato de sódio e o cloreto de amônio, apesar poderem ser classificados como sais, alteram o pH do meio. Ou seja, estes compostos apresentam comportamento de base e ácido respectivamente. Este tipo de fenômeno estimulou o desenvolvimento de novas teorias para definir o que é de fato um ácido ou uma base. Uma das mais utilizadas pela química, além da teoria de Arrhenius, é a teoria ácidobase de BrönstedLowry, segundo a qual um ácido é qualquer espécie química capaz de doar prótons (doar cargas positivas) enquanto base seria a espécie capaz de receber próton. Nos exemplos dados acima podemos constar que (1) o bicarbonato aceita o próton hidrogênio da água e (2) o íon 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 9/10 amônio doa um próton (carga positiva) à água à água quando esta libera o íon OH. Segundo BrönstedLowry o bicarbonato seria uma base enquanto o íon amônio teria comportamento ácido. Uma peculiaridade desta teoria é que ácidos e bases formam sempre pares conjugados, neste caso, ácido conjugado do bicarbonato seria o próprio ácido carbônico enquanto que a base conjugada do íon amônio seria o hidróxido de amônio. Como você deve ter percebido a água, que para Arrhenius é uma substância neutra, para Bronsted e Lowry tem comportamento anfótero,isto é, a depender da situação pode ter propriedades ácidas ou alcalinas. Produto de Solubilidade Estalactites em caverna A figura acima mostra uma formação muito comum em cavernas. As estalactites são formadas de calcário, um mineral composto principalmente por carbonato de cálcio (CaCO3). Este sal é praticamente insolúvel em água, mas isto não significa que a água não possa dissolver uma pequena quantidade. Quando a água da chuva permeia o teto das cavernas ela arrasta uma quantidade ínfima de calcário. No teto dos grandes salões subterrâneos a água goteja lentamente, de modo que enquanto a gota está pendurada, parte da água evapora. Pois bem, durante a evaporação a concentração de calcário aumenta (pela diminuição do volume do solvente) a ponto de supersaturar a solução e provocar a precipitação deste excesso de soluto. Todo este processo demora muito tempo, mas pode ser quantificado pelas equações do equilíbrio químico. Representação da dissolução do NaCl em água A figura acima mostra uma solução saturada de sal de cozinha em água, fato evidenciado pela pequena quantidade de NaCl presente no fundo do recipiente (corpo de fundo). Aplicando os conceitos de equilíbrio podemos interpretar uma solução saturada como sendo o estado no qual cada partícula solubilizada provoca a precipitação de outra que estava em solução, isto é, o NaCl continua a ser dissolvido pela água, mas por causa desta ter chegado ao limite de sua capacidade de solubilização, o excesso de sal em solução deve precipitar. Podemos descrever este processo da seguinte forma: A expressão do equilíbrio, portanto, seria: Acontece que a concentração de NaCl sólido (representado por [NaCl]) permanece constante, uma vez que no estado sólido só alteramos a massa, mantendo as proporções constantes. Assim, do mesmo modo que fizemos com a água, podemos introduzir [NaCl] no valor de K e gerar outra constante, a constante do produto de solubilidade, Kps. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102359/ 10/10 Quanto maior o Kps maior a solubilidade do sal. No caso do CaCO3 o Kps é igual a 4,5x109, um valor tão pequeno que propicia a formação de estalactites e estalagmites em grutas e cavernas. Efeito do íon comum Observe a equação que descreve a dissolução do NaCl em água. Imagine que após dissolver este sal em água você acrescente um pouco de HCl. Como um bom ácido forte o HCl libera uma grande quantidade de H+ e também de Cl na solução. Pelo Princípio de Le Chatelier podemos prever que o equilíbrio desta reação será alterado, uma vez que estamos aumentando a concentração de um dos produtos da dissolução do cloreto de sódio. Como consequência o equilíbrio deve ser deslocado para a esquerda e, se a solução já estiver saturada de NaCl poderemos observar a precipitação de um pouco do sal. O deslocamento da reação para a direita (sentido da inverso da reação) foi motivado pela adição de um íon que já estava em solução, por isto este fenômeno é conhecido como efeito do íon comum. É claro que o NaCl é muito solúvel e seria necessário uma grande adição de Cl para precipitálo, mas de forma geral a adição de um íon comum diminui a solubilidade de um sal.
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