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Química Volume 7 Livro do Professor ©Editora Positivo Ltda., 2015 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) B333 Batista, Fábio Roberto. Química : ensino médio / Fábio Roberto Batista ; ilustrações Divo, Jack Art. – Curitiba : Positivo, 2016. v. 7 : il. Sistema Positivo de Ensino ISBN 978-85-467-0376-0 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-0377-7 (Livro do professor) 1. Química. 2. Ensino médio – Currículos. I. Divo. II. Art, Jack. III. Título. CDD 373.33 Presidente: Ruben Formighieri Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy Autoria: Fábio Roberto Batista Supervisão Editorial: Jeferson Freitas Edição de Conteúdo: Milena dos Passos Lima e (Coord.) Gabriela Ido Sabino Edição de Texto: Juliana Milani Revisão: Chisato Watanabe, Fernanda Marques Rodrigues e Mariana Bordignon Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka Edição de Arte: Angela Giseli de Souza Projeto Gráfico: YAN Comunicação Ícones: ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Lightspring, ©Shutterstock/Chalermpol, ©Shutterstock/Macrovector e ©Shutterstock/Blinka Imagens de Abertura: ©Wikipedia Commons/D-Kuru e ©Shutterstock/Sabphoto Editoração: Studio Layout Ltda. Ilustrações: Divo e Jack Art Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão) e Lenon de Oliveira Araujo Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site : www.editorapositivo.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail : posigraf@positivo.com.br 2018 Contato editora.spe@positivo.com.br Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda. Equilíbrio químico .................................... 4 Estado de equilíbrio e a constante de equilíbrio ............................................. 6 Cálculo da constante de equilíbrio .......................................................................................................... 9 Deslocamento de equilíbrio ........................................................................... 15 Alteração na temperatura ...................................................................................................................... 16 Alteração na pressão .............................................................................................................................. 18 Alteração na concentração ..................................................................................................................... 18 Ação do catalisador ................................................................................................................................ 19 Equilíbrio iônico ........................................ 29 Equilíbrio iônico e o caráter ácido-base .......................................................... 30 Equilíbrio iônico da água ........................................................................................................................ 34 Equilíbrio iônico de ácidos e bases fracos ............................................................................................... 37 Hidrólise salina .............................................................................................. 44 Sistema-tampão .................................................................................................................................... 47 Produto de solubilidade ................................................................................. 52 Solubilidade e Kps ................................................................................................................................... 53 13 14 Sumário O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones: Fora de escala numéricaFormas em proporçãoColoração artificial Imagem ampliadaImagem microscópicaColoração semelhante ao natural Representação artísticaEscala numéricaFora de proporção Acesse o livro digital e conheça os objetos digitais e slides deste volume. Equilíbrio químico Ponto de partida 13 A descoberta de um processo industrial que converte o nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados como a amônia possibilitou que a Alemanha reduzisse o custo na fabricação de explosivos e, consequentemente, pro- longasse a Primeira Guerra Mundial. 1. Em 1908, o químico alemão Fritz Haber publicou o primeiro trabalho sugerindo a possibilidade técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos. Escreva a reação de síntese da amônia proposta por Haber. 2. Ao mesmo tempo que os períodos de guerra trouxeram uma enorme destruição ao mundo, a humanidade pre- senciou a maior revolução científica e tecnológica vista até então. Pesquise alguns acontecimentos científicos importantes na área da Química que ocorreram no período de 1914 a 1945. 1 ©Shutterstock/Everett Historical 4 O cientista Fritz Haber (1868-1934), nascido em Breslau, na então Prússia per- tencente à Alemanha, hoje Wroclaw, Polônia, desenvolveu um processo industrial chamado Fixação do Nitrogênio, que produzia compostos nitrogenados a partir do nitrogênio do ar. Tal descoberta não só permitiu que a Alemanha reduzisse considera- velmente o custo na fabricação de explosivos, e assim prolongasse a Primeira Guerra Mundial, como também possibilitou a produção de alimentos para bilhões de pessoas graças ao desenvolvimento de fertilizantes com menor custo. identificar o estado de equilíbrio pela análise de gráficos; compreender o significado da constante de equilíbrio e determinar os seus valores, com base em dados de concentração e vice-versa; identificar os principais fatores que podem alterar um sistema químico em equilíbrio, assim como prever o sentido do seu deslocamento, aplicando o Princípio de Le Chatelier. e de gráficos; equilíbrio e determinar os seus valores, com base em Objetivos da unidade: Carl Bosch foi presidente do complexo químico alem ão IG Farben, antes e durante o regime nazista. Nes se complexo, muitos judeus trabalharam como escravos e servira m de cobaias para experimentos químicos. Em 193 1, Bosch rece- beu o mesmo Prêmio Nobel de Química adquirido p or Haber em 1918. Esse prêmio foi dividido com Fri edrich Bergius. A possibilidade teórica prevista por Haber transformou-se em uma realidade prática com o trabalho de Carl Bosch (1874-1940), engenheiro metalúrgico da empresa Basf, que comprou a patente de Haber. Bosch aperfeiçoou o processo de Haber, aumentando a pressão do sistema, e, com isso, obteve altos rendimentos, permitindo que o processo se tornasse economicamente rentável. patente: (termo jurídico) título que assegura ao autor de uma invenção sua propriedade e uso exclusivos. La tin st oc k/ SP L Fritz Haber La tin st oc k/ A kg -I m ag es Carl Bosch Em 1918, Fritz Haber foi homenageado com o Prêmio Nobel de Química pela produção sintética de amônia a partir do nitrogênio e hidrogênio gasosos. Em razão da guerra, ele só recebeu o prêmio em 1920. Porém, tal acontecimento gerou indignação na comunidade científica, pois muitos o considera-vam um criminoso de guerra. Inclusive, vários ganhadores daquele ano se recusaram a participar da cerimônia de entrega do prêmio em sinal de protesto pela escolha de Haber. O processo desenvolvido por Haber-Bosch na síntese da amônia, mesmo com muitos efeitos negativos, é conside- rado por muitoscientistas a maior invenção do século XX e só foi possível em razão do grande empenho desses quí- micos na busca da compreensão sobre a reação química de síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos e dos fatores que pudessem melhorar o rendimento do processo. Até hoje, praticamente toda a produção mundial da amônia é proveniente dessa síntese, que em escala industrial ocorre pela manutenção de um sistema em equilíbrio entre gases: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g). 5 [...] Pode-se argumentar que a Primeira Guerra Mundial tornou-se possível devido à descoberta de Fritz Haber de um processo para fabricar amônia a baixo custo, matéria-prima com que eram feitos igualmente os fertilizantes sintéticos e os explosivos. Os fertilizantes tornaram a agricultura mais produtiva e com utilização de mão de obra menos intensiva, permitindo aos governos recrutar e manter exércitos cada vez maiores, como jamais ocorrera antes. Os explosivos baratos tornaram possíveis os grandes bombardeios de artilharia na frente ocidental. O impacto da ciência de Haber não passou despercebido pelos governos, que logo desenvolveram programas de pesquisa em química, rádio, aeronáutica, medicina (na Inglaterra, o Medical Research Council foi criado durante a Primeira Guerra Mundial) e, no devido tempo, em energia nuclear. Inicialmente, esses eram projetos, na maioria das vezes, militares. Entretanto, conforme o século avançava e os programas go- vernamentais de pesquisa se expandiam, cada vez mais projetos passavam para o setor civil. Após a Segunda Guerra Mundial, as nações vitoriosas deram início a vastos projetos governamentais de energia nuclear para uso pacífico. Essa seria também a era da “corrida espacial” entre os Estados Unidos e a União Soviética (mais tarde compartilhada em menor escala por outras nações). A tecnologia de foguetes tivera origem militar e a corrida para chegar à Lua e conquistar também “na frente” o espaço foi, pelo menos em parte, por motivos relacionados com a defesa, porém muitos dos programas espaciais americanos e russos estavam (e ainda estão) voltados para pesquisas científicas inteiramente pacíficas. A primeira metade do século presenciou uma enorme expansão nos campos da física e da química. A segunda metade viu a medicina e a biologia começar a alcançá-las. Historicamente, a pesquisa médica, dife- rentemente de outras ciências, era um trabalho para profissionais, mas, tal como ocorreu com outros setores científicos, recebeu pouquíssimos recursos até a segunda metade do século XIX, com o progresso ocorrendo de forma lenta e ocasional. No século XX, o grau de desenvolvimento cresceu bastante, e a “grande ciência” finalmente estendeu-se às ciências da vida, na década de 1930, quando uma equipe foi reunida na University of Oxford, sob a liderança do professor Howard Florey, a fim de encontrar um modo de tornar a recém-des- coberta penicilina um produto utilizável. Após a Segunda Guerra Mundial, a formação de grandes grupos de pesquisa tornou-se cada vez mais comum na biologia, como acontecia na física e na química. LEE, Rupert. Eureka!: 100 grandes descobertas científicas do século XX. Tradução de Gildarte Giambastiani da Silva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. • Grife no texto o trecho que destaca como o processo de fabricação da amônia interferiu nos campos de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. ConexõesConexões Estado de equilíbrio e a constante de equilíbrio No equilíbrio formado entre gases para a produção da amônia, há uma coexistência dinâmica entre os reagentes e o produto. Trata-se de uma reação reversível, em que os reagentes e o produto são consumidos e formados ao mesmo tempo, ou seja, a reação ocorre nos dois sentidos simultaneamente. Ao representar as reações reversíveis, reagente(s) e produto(s) são separados por uma dupla seta ( ). Quando o(s) reagente(s) dá(ão) origem ao(s) produto(s), tem-se a reação direta. Quando o(s) produto(s) reage(m) entre si, regenerando o(s) reagente(s), a reação é dita inversa. 1 2 reação direta (v ) reação inversa (v ) Reagente(s) Produto(s) De maneira geral, todas as reações são reversíveis. Porém, existem reações em que o sentido inverso ocorre em uma proporção tão baixa que são considera- das irreversíveis. 6 Volume 7 No início de um processo reversível, a reação ocorre no sentido de consumo do(s) reagente(s) e da formação do(s) produto(s). Nesse momento, a velocidade da reação dire- ta (v1) é máxima, pois a concentração do(s) reagente(s) é alta, e a velocidade da reação inversa (v2) é nula, pois ainda não foi(ram) formado(s) o(s) produto(s). À medida que há o processamento da reação e as moléculas do(s) produto(s) são formadas, a reação no sentido inverso começa a ocor- rer, diminuindo a velocidade da reação direta e aumentan- do a velocidade da reação inversa. Como as reações direta e inversa ocorrem simultaneamente, a diminuição de v1 e o aumento de v2 fazem com que em determinado instante as velocidades se igualem. Ou seja, a reação atinge o estado de equilíbrio, em que a temperatura é mantida rigorosamente constante. Em nível microscópico, ao se atingir o equilíbrio quí- mico, a reação continua a ocorrer nos dois sentidos, po- rém com a mesma velocidade. Dessa forma, diz-se que o equilíbrio é dinâmico e que as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) permanecem constantes no decorrer do tempo. Graficamente, tem-se a impressão de que a reação cessou em virtude de as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) permanecerem inalteradas. No entanto, as reações continuam ocorrendo; tão logo o(s) produto(s) seja(m) formado(s), começa(m) a reagir, produzindo nova- mente o(s) reagente(s). Uma reação química atinge o estado de equilíbrio químico no momento em que as velocidades das reações direta e inversa se igualam e as concentrações dos reagentes e dos produtos permanecem constantes, sob a mesma temperatura. Em resumo, uma das situações características do equilíbrio químico é o fato de manter constantes, com o passar do tempo, as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s). Isto é, à medida que as moléculas do(s) reagente(s) são con- sumidas, são também regeneradas na mesma proporção. Com essa característica pode-se definir a expressão matemática denominada quociente de reação (Q), que relaciona as concentrações em mol/L do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) no equilíbrio. 1 2 reação direta (v ) reação inversa (v ) x Reagente(s) y Produto(s) = y x [Produto(s)] Quociente de reação (Q) [Reagente(s)] Experimentalmente, comprovou-se que, quando uma reação atinge o equilíbrio, o quociente de reação (Q) apre- senta valor constante. Essa constante é denominada constante de equilíbrio (K). No equilíbrio: = = y x [Produto(s)] quociente de reação (Q) constante de equilíbrio (K) [Reagente(s)] A reação atinge um estado no qual as propriedades do sistema se estabilizam, como se não houvesse mais reação. V el o ci d ad e d a re aç ão tempo v direta Equilíbrio v = v direta inversa v inversa O equilíbrio é atingido no momento em que a velocidade da reação direta se iguala à velocidade da reação inversa. C o n ce n tr aç ão tempo Equilíbrio [Reagente(s)] [Produto(s)] Ao atingir o equilíbrio químico, as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) permanecem inalteradas. Daqui por diante, como os sistemas apresentados estarão em equilíbrio, a expres- são matemática será representada pela constante de equilíbrio (K). O quociente de reação e a constante de equilíbrio. 2 Química 7 A constante de equilíbrio expressa a relação entre as concentrações de produto(s) e de reagente(s) quando se atinge o equilíbrio químico, por isso seu valor informa a extensão com que ocorre uma reação química em dada tem- peratura, isto é, se o equilíbrio tende ao sentido direto ou inverso da reação. Assim, quanto maior o valor da constante, maior o rendimento dareação na formação do(s) produto(s), favorecendo o sentido da reação direta. E, quanto menor o valor da constante, maior o rendimento da reação na formação do(s) reagente(s), ou seja, favorece o sentido da reação inversa. O fato de o quociente da reação (Q) permanecer constante no equilíbrio, em razão da igualdade das velocidades das reações direta e inversa, permite que seja possível deduzir cineticamente a expressão matemática da constante de equilíbrio (K). 1 2 reação direta (v ) reação inversa (v ) x Reagente(s) y Produto(s) Considerando que as reações direta e inversa são elementares, aplica-se a Lei da Velocidade de Guldberg-Waage • para a reação direta: v1 = k1 ⋅ [Reagente(s)] x • para a reação inversa: v2 = k2 ⋅ [Produto(s)] y No equilíbrio: 1 2 x y 1 2 y 1 x 2 1 2 v v k . [Reagente(s)] k . [Produto(s)] k [Produto(s)] k [Reagente(s)] k Sendo K, então : k = = = = Pela expressão matemática da constante de equilíbrio obtida por meios termodinâmicos ou cinéticos, conclui-se que: • a(s) concentração(ões) do(s) produto(s) aparece(m) no numerador; • a(s) concentração(ões) do(s) reagente(s) aparece(m) no denominador; • cada concentração é elevada ao coeficiente estequiométrico da equação balanceada; • o valor da constante depende somente da temperatura. De acordo com a reação a que se referir, a constante receberá nomes específicos, porém sua representação mate- mática será sempre a mesma. Kc – constante de equilíbrio em termos da concentração Kp – constante de equilíbrio em termos da pressão parcial Ka – constante de ionização de ácidos Kb – constante de ionização de bases Kw – constante de autoionização da água Kps – constante do produto de solubilidade y c x [Produto(s)] K [Reagente(s)] = As constantes de ionização de ácidos e de bases podem ser representadas por Ki. Alterações na temperatura do sistema acarretam modificações no valor da constante de equilíbrio. Uma reação é dita elementar quando ocorre em u ma única eta- pa. A Lei da Velocidade para esse tipo de reação considera o(s) expoente(s) com o(s) mesmo(s) valor(es) do(s) coeficiente(s) do(s) reagente(s) da equação balanceada. É importante frisar que a constante cinética (k) é escrita com letra minúscula, e a constante de equilíbrio (K), em maiúscula. No decorrer deste volume, serão tratados os casos particulares das constantes de equilíbrio. Nesta unidade, são abordadas somente as constantes de equilíbrio em termos da concentração (Kc) e da pressão parcial (Kp). 8 Volume 7 Considere como exemplo a síntese de Haber-Bosch: N H NH v k N H e v k NH g g g2 2 2 1 3 1 1 2 2 3 2 2 3 2 2( ) ( ) ( ) [ ] [ ] [ ] + = ⋅ ⋅ = ⋅ 3 no equilíbrio ⇒ v1 = v2 então: k N H k NH k k NH N H K NH Nc 1 2 2 3 2 3 2 1 2 3 2 2 2 3 3 2 2 ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅ [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [[ ]H2 3 Substâncias puras líquidas e sólidas apresentam concentrações constantes e, por isso, não são representadas na Lei da Velocidade; por essa razão, não participam da expressão matemática da constante de equilíbrio Kc. Somente as substâncias que podem apresentar variações nas concentrações em quantidade de matéria, como as substâncias em solução aquosa ou no estado gasoso, é que são representadas na expressão da constante. Veja alguns exemplos: 2 NO2(g) 2 NO(g) + O2(g) K NO O NOc = ⋅[ ] [ ] [ ] 2 2 2 2 2 AgNO3(aq) + Zn(s) Zn(NO3)2(aq) + 2 Ag(s) K = [Zn(NO ) ] [AgNOc 3 2 3 ] 2 C(s) + O2(g) CO2(g) K CO Oc [ ] [ ] 2 2 Quando todos os participantes de um equilíbrio são substâncias no estado gasoso, é possível representar a cons- tante, em termos de pressões parciais, para cada componente. Observe os seguintes equilíbrios: 2 NO2(g) 2 NO(g) + O2(g) Kp NO O NO = ⋅( ) ( ) ( ) p p p 2 2 2 2 N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) Kp NH N H = ⋅ ( ) ( ) ( ) p p p 3 2 2 2 3 Com auxílio da Equação de Clapeyron e mediante deduções matemáticas, as constantes de equilíbrio Kc e Kp po- dem ser relacionadas pela expressão: K K p c (R T)= ⋅ Δn Em que: R = constante geral dos gases Para pressão em mmHg, R = 62,364 mmHg L mol–1 K–1 Para pressão em atm, R = 0,0821 atm L mol–1 K–1 T = temperatura absoluta Δn = variação da quantidade de matéria dos produtos e reagentes* *referente aos coeficientes estequiométricos presentes na equação Cálculo da constante de equilíbrio O valor da constante de equilíbrio é calculado pela expressão matemática que relaciona as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) no equilíbrio químico. Para exemplo do cálculo do valor da constante Kc, considere o equilíbrio estabelecido entre as substâncias gasosas: SO3, SO2 e O2. Química 9 Em determinadas condições de temperatura e pressão, encontram-se em equilíbrio: 3 mol L–1 de SO2(g), 2 mol L –1 de O2(g) e 2 mol L –1 de SO3(g), segundo a equação: 2 SO3(g) 2 SO2(g) + O2(g). Determine o valor da constante de equilíbrio em termos de concentração para essa reação. Resolução: Como as concentrações em mol/L estão no equilíbrio, o valor da constante Kc é diretamente calculado pela relação entre as concentrações dos produtos e do reagente. = = = 2 2 2 2 c c c2 2 3 (no equilíbrio) [SO ] . [O ] (3) .(2) K K K 4,5 [SO ] (2) Para o cálculo do valor da constante Kp, considere o seguinte equilíbrio: H2(g) + l2(g) 2 Hl(g). A certa temperatura, verifica-se que as pressões parciais do equilíbrio químico estabelecido entre os gases H2, I2 e HI são: pH2= 0,5 atm, pI2 = 0,4 atm e pHI = 0,6 atm. Tendo essas informações, determine o valor da constante de equilíbrio em termos de pressões parciais. Resolução: Como os valores das pressões parciais estão no equilíbrio, o valor da constante Kp é diretamente calculado pela relação entre as pressões do produto e do(s) reagente(s). = = = 2 2 HI p p p H I2 2 (no equilíbrio) (p ) (0,6) K K K 1,8 (p ). (p ) (0,5). (0,4) Quando as quantidades do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) não correspondem aos valores em equilíbrio, é neces- sário organizar as informações de cada participante em cada etapa do processo. Isso pode ser feito com auxílio de uma tabela. Reagente(s) � Produto(s) Quantidade no INÍCIO Quantidade que REAGE/Quantidade que se FORMA (de acordo com a proporção estequiométrica entre os participantes da reação) Quantidade no EQUILÍBRIO Para encontrar as quantidades no equilíbrio, é importante considerar que somente uma parte inicial do(s) reagente(s) se transforma em produto(s). A diferença entre essa quantidade inicial e a quantidade que efetivamente reagiu corresponde ao valor no equilíbrio. Considere o seguinte exemplo para essa situação: A necessidade de se obter energia limpa está cada vez mais evidente. Uma fonte energética bem-aceita e utilizada atualmente é a célula combustível do gás hidrogênio. Um dos processos de fabricação de H2(g) consiste em mistu- rar monóxido de carbono e vapor-d’água com catalisador adequado. A reação é representada segundo a equação: CO(g) + H2O(g) CO2(g) + H2(g). 10 Volume 7 Em um recipiente de 2 L foram colocados 6 mols de CO(g) e 6 mols de H2O(g). Após aquecimento até 430 ºC, verifi- cou-se a presença de 2 mol/L de combustível. Calcule a constante de equilíbrio Kc para essa temperatura. Resolução: Para calcular a constante de equilíbrio em termos de concentração, é necessário determinar os valores das concentrações dos reagentes e dos produtos no estado de equilíbrio. Entre os dados fornecidos, somente a concentração do H2(g) está no equilíbrio. As quantidades iniciais dos reagentes devem ser convertidas em mol/L. Cálculo da concentração inicial de cada reagente: 6 mols de reagente — 2 L x — 1 L x = 3 mols de reagente ∴ 3 mol/L para cada reagente Portanto, CO(g) H2O(g) � CO2(g) H2(g) Início 3 mol/L 3 mol/L Reage/forma Equilíbrio 2 mol/L Se no equilíbrio há 2 mol/L de H2 e inicialmente não existe nenhum produto, pode-se dizer que esse valor corres- ponde também à quantidade formada. CO(g) H2O(g)� CO2(g) H2(g) Início 3 mol/L 3 mol/L 0 0 Reage/forma 2 mol/L Equilíbrio 2 mol/L Com a quantidade formada de um dos produtos, pode-se determinar a quantidade formada do outro produto, assim como os valores das concentrações de cada reagente consumido seguindo a relação estequiométrica da equação (1 : 1 : 1 : 1). CO(g) H2O(g) � CO2(g) H2(g) Início 3 mol/L 3 mol/L 0 0 Reage/forma 2 mol/L 2 mol/L 2 mol/L 2 mol/L Equilíbrio 2 mol/L A diferença entre as concentrações iniciais e as quantidades que reagem fornece a concentração em equilíbrio para cada reagente, CO e H2O. A concentração do CO2, no equilíbrio, corresponde ao valor da quantidade formada. CO(g) H2O(g) � CO2(g) H2(g) Início 3 mol/L 3 mol/L 0 0 Reage/forma 2 mol/L 2 mol/L 2 mol/L 2 mol/L Equilíbrio 1 mol/L 1 mol/L 2 mol/L 2 mol/L Com as concentrações no estado de equilíbrio, calcula-se a constante Kc pela expressão: ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦= = = ⎡ ⎤ ⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎣ ⎦ 2 2 c c c 2 CO . H (2) . (2) K K K 4 CO . H O (1) . (1) Química 11 Para reforçar o cálculo da constante Kc quando as concentrações não estão no equilíbrio, considere mais um exemplo. As plantas contêm bactérias nas raízes capazes de retirar o nitrogênio do ar e fixá-lo em compostos conhecidos como nitratos, que são absorvidos por elas quando solubilizados em água. Outra forma de se obter nitrato é pela chu- va: os raios das tempestades fazem com que os gases nitrogênio e oxigênio reajam, produzindo o óxido de nitrogênio, que, em contato com a água, forma o nitrato. Observe a equação balanceada: N2(g) + O2(g) 2 NO(g) Calcule a quantidade de todos os participantes no equilíbrio sabendo que, a dada temperatura, a constante de equilíbrio é 1 ⋅ 10–6 e inicialmente havia 1 mol de N2 e 1 mol de O2 em um balão volumétrico de 1 L. Resolução: Sendo 1 L a capacidade do balão volumétrico, pode-se afirmar que, no início, há 1 mol/L de cada reagente. N2(g) O2(g) � 2 NO(g) Início 1 mol/L 1 mol/L 0 Reage/forma Equilíbrio Como no enunciado não há informações para determinar as concentrações no equilíbrio, utiliza-se pelo menos uma incógnita para estabelecer a relação entre os reagentes e o produto. N2(g) O2(g) � 2 NO(g) Início 1 mol/L 1 mol/L 0 Reage/forma x x 2 x Equilíbrio Com essas informações, obtêm-se as concentrações no equilíbrio dos reagentes e do produto. Para os reagentes, esse valor corresponde à diferença entre as concentrações iniciais e as quantidades que reagem. Para o produto, é a própria quantidade formada. N2(g) O2(g) � 2 NO(g) Início 1 mol/L 1 mol/L 0 Reage/forma x x 2 x Equilíbrio 1 – x 1 – x 2 x O valor de Kc fornecido permite determinar a incógnita utilizada e calcular as concentrações no equilíbrio. K O K 2x 1 x 1 x 1 c 2 2 2 c 2 = ⎡⎣ ⎤⎦ ⎡⎣ ⎤⎦ ⋅ ⎡⎣ ⎤⎦ = ( ) ( ) ⋅ ( ) = N N O – – –0 6 2x 1 x 1 2x 1 x 2 2 ( ) ( ) = ( ) – – –0 3 2 0 0 2 0 5 0 3 3 3 4 x x x x mol L = − = ≅ ⋅ 1 1 1 1 – – – – / Portanto, [N2] = 1 – x = 1 – 5 10 –4 ≅ 1 mol/L [O2] = 1 – x = 1 – 5 10 –4 ≅ 1 mol/L [NO] = 2 x = 2 5 10–4 = 1 10–3 mol/L Por ser um valor muito pequeno, comparado ao 2x, 10–3x é descon- siderado da equação. É importante destacar que a proporção estequiométrica en- tre os participantes da equação é de 1 : 1 : 2. Os exemplos correspondem a cálculos para a constante de equilíbrio em termos de concentração (Kc). No entanto, são válidos também para determinar o valor das outras constantes de equilíbrio.12 Volume 7 Grau de equilíbrio (α) Na reação química, as substâncias reagem entre si em proporção estequiométrica, definida pelos coeficientes da equação balanceada. Porém, em uma reação reversível, deve-se considerar que apenas certa quantidade efetivamente reage até atingir o equilíbrio químico. Esse valor é indicado pelo grau de equilíbrio (α), calculado pela relação: quantidade dematériaque reagiu quantidade dematéria inicial α = Observe o cálculo de constante que envolve o grau de equilíbrio por meio da questão a seguir. O pentacloreto de fósforo (PCℓ5) é um reagente bastante utilizado em laboratórios de Química Orgânica e pode ser preparado por meio de um processo reversível de cloração do gás tricloreto de fósforo (PCℓ3) em fase gasosa, de acordo com a equação: PCℓ3(g) + Cℓ2(g) PCℓ5(g). Em um recipiente fechado de 1 L foram adicionados 2 mols de PCℓ3 e 2 mols de Cℓ2. Determine a constante de equilíbrio dessa reação sabendo que o grau de equilíbrio é de 75%. Resolução: Com o grau de equilíbrio, calcula-se a quantidade de matéria que efetivamente reagiu. α = = = ∴ quantidade de matéria que reagiu x 0,75 quantidade de matéria inicial 2 x 1,5 mol 1,5 mol/L Ou 2 mols de reagente — 100% x — 75% x = 1,5 mol de reagente ∴ 1,5 mol/L (que reage) Com a quantidade que reage, encontram-se as concentrações no equilíbrio e calcula-se a constante Kc. PCℓ3(g) Cℓ2(g) � PCℓ5(g) Início 2 mol/L 2 mol/L 0 Reage/forma 1,5 mol/L 1,5 mol/L 1,5 mol/L Equilíbrio 0,5 mol/L 0,5 mol/L 1,5 mol/L K PC PC C K 15 5 5 K 6 c 5 3 2 c c = ⎡⎣ ⎤⎦ ⎡⎣ ⎤⎦ ⋅ ⎡⎣ ⎤⎦ = ⋅ = , , ,0 0 ℓ ℓ ℓ Atividades 3 Gabaritos. 1. Em uma reação, o equilíbrio é atingido no momento em que a velocidade da reação direta se iguala à velocidade da reação inversa. Isso ocorre quando as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s), sob temperatura constante, não se alteram. Por meio de representações gráficas, demonstre a situação de equilíbrio. V el o ci d ad e d a re aç ão tempo v direta v = v direta inversa v inversa Equilíbrio Equilíbrio C o n ce n tr aç ão tempo [Reagente(s)] [Produto(s)] Química 13 2. Represente a expressão da constante de equilíbrio em termos de concentração e de pressão parcial para as reações reversíveis: a) 2 H2S(g) + 3 O2(g) 2 H2O(g) + 2 SO2(g) K H O SO H S O Kc H O SO H S O = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ [ ] [ ] [ ] [ ] ( ) ( ) ( ) ( 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 p p p p p ))3 b) CaCℓ2(aq) + H2SO4(aq) CaSO4(s) + 2 HCℓ(aq) K = [HC ] [CaC [H SO c 2 2 2 4 ℓ ℓ ⋅ c) CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) K CO Kc CO[ ] ( )2 2p p d) FeO(s) + CO(g) Fe(s) + CO2(g) K CO CO K p c CO CO [ ] [ ] ( ) ( ) 2 2 p p e) Ca(HCO3)2(aq) CaCO3(s) + H2O(ℓ) + CO2(aq) K = [CO ] [Ca(HCO c 2 3 2) ] 3. Com a expressão da constante de equilíbrio represen- tada em cada item, escreva a reação reversível à qual está relacionada. a) K NO O NO c = ⋅[ ] [ ] [ ] 2 2 2 2 [ ]2 2 NO2(g) 2 NO(g) + O2(g) b) = 3 2 5 PC C p PC (p ) . (p ) K (p ) ℓ ℓ ℓ 5 PCℓ5(g) PCℓ3(g) + Cℓ2(g) c) K HI H I p p p p = ⋅ ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 H2(g) + I2(g) 2 HI(g) d) K CO CO O c = ⋅ [ ] [ ] [ ] 2 2 2 2 2 2 CO(g) + O2(g) 2 CO2(g) e) Kp CO H O H CO = ⋅ ⋅ ( ) ( ) ( ) ( ) p p p p 2 2 2 2 2 H2(g) + CO2(g) H2O(g) + CO(g) f) K NO N O p p p ( ) ( ) 2 2 4 2 N2O4(g) 2 NO2(g) 4. Os valores da constante de equilíbrio são influenciados diretamente pela temperatura em que ocorre uma rea- ção química. Observe os dados da tabela para a reação hipotética: A + B C + D. Temperatura (ºC) 25 100 300 500 1 000 Constante de equilíbrio (Kc) 10–3 10–2 1,02 1,2 1,8 Com base nessas informações, responda às questões. a) A reação direta é um processo endotérmico ou exo- térmico? Por quê? 14 Volume 7 b) Quais substâncias predominam a 25 ºC? Justifique sua resposta. c) Em qual temperatura as concentrações dos reagentes e dos produtos são praticamente as mesmas? Justifi- que sua resposta. d) Escreva a expressão da constante de equilíbrio em termos de concentração. 5. (UNIRIO – RJ) Um dos graves problemas ambientais que enfrenta a sociedade é, sem dúvida, a poluição causada por poluentes oriundos da queima de com- bustíveis fósseis, originando assim precipitação de chuvas ácidas. Um dos equilíbrios envolvidos na forma- ção deste tipo de poluição pode ser representado pela equação: 2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g). Considerando, hipoteticamente,uma situação atmosférica onde estão presentes em equilíbrio: 3 mol/L de SO2, 4 mol/L de O2 e 4 mol/L de SO3, o valor da constante de equilíbrio seria: a) 9 4 c) 1 2 e) 1,0 b) 2 3 X d) 4 9 6. (UEG – GO) Quando um sistema atinge o equilíbrio, reagentes e produtos estão presentes no sistema. No entanto, a equação química que representa a reação não informa quanto de cada substância está presente no equilíbrio. Essa informação pode ser obtida através do cálculo da constante de equilíbrio da reação. A reação X + Y W + Z, em equilíbrio, apresenta o seguinte diagrama de concentração para reagentes e produtos numa determinada temperatura: C on ce nt ra çã o 1 3/4 1/4 X + Y W + Z tempo A constante desse equilíbrio, a essa temperatura, é: a) 42 c) 32 X e) 1 32 b) 3 22 d) 3 4 2 2 7. (UEG – GO) Diz-se que uma reação reversível atinge um equilíbrio químico quando as velocidades das reações direta e inversa se igualam. É importante notar que toda reação reversível sempre chega a um equilíbrio, embo- ra isso possa demorar um tempo maior ou menor. De acordo com a teoria de equilíbrio químico, foi elabo- rado o seguinte problema: Em um recipiente de 1 litro são introduzidos 5,0 mol de N2O4, que se transformam em NO2. Uma vez atin- gido o equilíbrio, N2O4(g) 2 NO2(g), resta no sistema 1,3 mol de reagente. Faça o que se pede: a) Dê a expressão da constante de equilíbrio da equa- ção acima. b) Calcule a constante de equilíbrio (Kc) desse experi- mento. Sugestão de atividades: questões de 1 a 11 da seção Hora de estudo. Deslocamento de equilíbrio Quando investigamos a natureza ou as propriedades de um ser por vários métodos de ensaio, quando aplicamos forças ou colocamos algumas causas em ação, observando quais efeitos elas produzem, esse tipo de observação é chamado de experimento. Isaac Watts Qualquer reação reversível tende a um estado de equilíbrio que é atingido quando a velocidade da reação direta se iguala à velocidade da reação inversa. Nesse instante, as concentrações do(s) reagente(s) e do(s) produto(s) permane- cem constantes. Assim, uma vez atingido o equilíbrio, caso não sofra a ação de nenhum agente externo, a tendência é que permaneça indefinidamente nessa situação. Porém, em alguns casos é possível, e até mesmo necessário, perturbar o Química 15 equilíbrio por uma ação externa como a temperatura, a pressão ou a concentração, para que seja possível uma maior produção ou um maior consumo de determinada substância até retornar ou atingir um novo estado de equilíbrio. No ano de 1888, o químico e engenheiro francês Henri Louis Le Chatelier (1850-1936) enunciou o princípio geral que resume a ideia de como cada um dos fatores externos atua em um sistema em equilíbrio. Quando ocorre alguma perturbação externa em um siste- ma em equilíbrio, ele se desloca no sentido de minimizar essa ação para retornar ao estado de equilíbrio anterior ou atingir uma nova situação de equilíbrio. Posteriormente, esse enunciado ficou conhecido como Princípio de Le Chatelier. A síntese da amônia, desenvolvida por Haber du- rante a Primeira Guerra Mundial, é um exemplo de reação em que foi necessário o entendimento teórico da natureza dinâmica do equilíbrio e de ideias bem- -sucedidas de como perturbá-lo. Princípio é um enunciado que expressa uma regularidade da natureza, após muitas observa- ções experimentais. © Sh u tt er st oc k/ N iv el le n 77 A amônia é um dos mais importantes compostos industriais. Além de ser usada como fertilizante, é matéria-prima para a fabricação de vários produtos. Alteração na temperatura Cineticamente, o aumento da temperatura afeta as velocidades das reações direta e inversa, pois provoca uma maior agitação nas moléculas, acelerando a reação em ambos os sentidos. Porém, experimentalmente, verifica-se que qualquer alteração na temperatura em um sistema em equilíbrio modifica as concentrações das substâncias presentes e origina um novo estado de equilíbrio que está associado ao conteúdo energético dessas substâncias. O aumento da temperatura favorece a substância com maior conteúdo de energia; a diminuição da temperatura, ao contrário, favore- ce a substância com menor conteúdo energético. De maneira geral, pode-se dizer que: • o aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido ENDOtérmico (ΔH > 0). • a diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido EXOtérmico (ΔH < 0). Uma das estratégias vislumbradas por Fritz Haber para favorecer a produção da amônia consistiu na alteração da temperatura em que a reação é executada. N2(g) + 3 H2(g) 2 NH 3(g) H = –92,2 kJ Em uma reação reversível, se a reação direta é endotérmica, a reação inversa é exotérmica e vice-versa. G et ty Im ag es /R og er V io lle t/ M ar tin ie Le Chatelier contribuiu significativamente para o desenvolvimento da Termodinâmica. A amônia (NH3) é um gás tóxico de cheiro irritante. Os processos químicos nem sempre resultam em uma produção economicamente satisfatória. Por isso, o en- tendimento sobre como as reações químicas ocorr em é de grande importância para o mercado de trabalho . Pro- fissionais como engenheiros de produção, por exe mplo, assumem o compromisso de garantir a reproduçã o em série de um produto com menos desperdício possív el de matéria-prima e mais rendimento para o processo . 16 Volume 7 De acordo com a equação, a reação descrita irradia energia na forma de calor. Assim, o abaixamento na temperatura do sistema absorveria, genericamente, o calor, possibilitando um aumento no rendimento dessa reação. O decréscimo na temperatura favo- rece, então, o deslocamento do equilíbrio no sentido do NH3(g). Por meio de investigações experimentais, observou-se que, além de deslocar o equilíbrio químico, a variação na temperatura é a única ação externa que pode aumentar ou diminuir o valor da constante de equilíbrio de uma reação. A elevação da temperatura provoca aumento no valor da constante de equi- líbrio para as reações endotérmicas ( H > 0) e diminui esse valor para as reações exotérmicas ( H < 0). Experimento O efeito da temperatura no equilíbrio de ionização da amônia Como o experimento proposto envolve a queima, deve-se tomar cuida- do com a chama, já que podem ocorrer acidentes e há risco de incêndio se houver a manipulação incorreta do fogo. Materiais 1 béquer de 250 mL; 1 tubo de ensaio; bico de Bunsen; 1 conta-gotas; solução alcoólica de fenolftaleína; solu- ção amoniacal para limpeza; recipiente com mistura gelo/água. Como fazer 1. Coloque 200 mL de água no béquer. 2. Adicione 10 gotas da solução amoniacal e algumas gotas da solução alcoólica de fenolftaleína. 3. Observe. 4. Transfira um pouco dessa solução para um tubo de ensaio, ocupando no máximo um terço do volume do tubo. 5. Aqueça, cuidadosamente, o tubo na chama do bico de Bunsen. 6. Observe. 7. Coloque o tubo de ensaio no banho de gelo. 8. Observe. Resultados e conclusão Considerando que o equilíbrio de ionização da amônia pode ser descrito conforme equação NH3(aq) + H2O(ℓ) NH4 + (aq) + OH – (aq) H < 0 cor rosa responda às questões a seguir. a) O que foi observado após o aquecimento do tubo de ensaio? Explique o ocorrido pelo deslocamento do equilíbrio químico. b) O que foi observado após o resfriamento do tubo de ensaio? Explique o ocorrido pelo deslocamento do equilíbrio químico. 4 Gabaritos. O experimento proposto deve ser testado antecipadamente, pois a concentra- ção da amônia nos agentes de limpeza pode variar bastante. Concentrações elevadas, por exemplo, não permitem o deslocamento adequado do equilíbrio para que seja possível a verificação da descoloração do sistema. Descarte O material utilizado poderá ser descartado diretamente na pia, visto que as concentrações são reduzidas. Em Química, esse símbolo é utilizado quando uma ativida- de envolve riscode incêndio. Porém, a temperatura não pode ser muito b aixa, pois o número de colisões efetivas para a obtenç ão da amônia seria pequeno. E também não pode ser m uito alta, pois, de acordo com o Princípio de Le Chate lier, a elevação da temperatura favoreceria a decomposiç ão da amônia. Empiricamente, uma temperatura consid erada ideal está associada a outros fatores que podem tam- bém alterar o equilíbrio químico inicial. Para a sínte se da amônia, determinou-se que a temperatura ideal oscila em torno de 400 ºC a 500 ºC. Química 17 Alteração na pressão No início do século XIX, o químico e físico francês Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850) realizou uma série de experi- mentos medindo o volume de gases envolvidos em reações químicas. Com base em suas observações, estudou as rela- ções entre os volumes das substâncias no estado gasoso e, em sua tese, publicada em 1808, enunciou a Lei de Gay-Lussac. Quando medidos nas mesmas condições de temperatura e pressão, os volumes das substâncias gasosas têm entre si uma proporção fixa expressa por números inteiros e pequenos em uma reação. Na tentativa de explicar os resultados obtidos por Gay-Lussac, Avogadro complementou a lei sugerindo que o volume de um gás é proporcional à quantidade de moléculas. Essa proporcionalidade está relacionada à quantidade de matéria representada pelos coeficientes estequiométricos de uma equação química. De forma simplificada, tem-se que: • o aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido da reação em que há diminuição na quanti- dade de matéria das partículas gasosas presentes no sistema, isto é, no sentido da contração do volume. • a diminuição da pressão desloca o equilíbrio no sentido da reação em que há aumento na quan- tidade de matéria das partículas gasosas presentes no sistema, isto é, no sentido da expansão do volume. A alteração na pressão foi outro fator estratégico utilizado por Haber para garantir a produção da amônia. N2(g) + 3 H2(g) 2 NH 3(g) 4 volumes 2 volumes De acordo com a equação, a quantidade de moléculas gasosas dos reagentes (1 mol de N2 e 3 mols de H2) é maior que a do produto (2 mols de NH3). Uma vez que cada molécula ocupa aproximadamente o mesmo volume, o aumento na pressão do sistema possibilita maior produção de amônia. Em outras palavras, a elevação da pressão favorece o deslocamento do equilíbrio no sentido de menor volume, pois aumenta o número de colisões efetivas entre as moléculas. Em reações reversíveis, nas quais não há variação na quantidade de partículas gasosas, não ocorre o deslocamento do equilíbrio pela alteração na pressão do sistema. Observe o exemplo: N2(g) + O2(g) 2 NO(g) 2 volumes 2 volumes Alteração na concentração Ao considerar a teoria das colisões na Cinética Química, verifica-se que, quanto maior a frequência de choques entre as partículas, maior a probabilidade de colisões efetivas e, consequentemente, mais rápida a reação. Sendo as- sim, um dos fatores que alteram a velocidade de uma reação é o número de partículas das substâncias, normalmente indicado pela concentração da solução. Assim, ao adicionar ou retirar certa quantidade de determinada substância em uma reação química reversível, ou seja, ao aumentar ou diminuir sua concentração em um sistema em equilíbrio, ocorre uma perturbação para minimizar o efeito e restabelecer o equilíbrio. A variação na pressão não provoca alterações perceptíveis de volume em sistemas nos quais estão presentes apenas sólidos e/ou líquidos. O único problema, na época, era o fato de que a pressão não poderia superar as utilizadas em reatores químicos. Substâncias puras líquidas e sólidas apresentam concentração constante e, dessa forma, não alteram o equilíbrio. A variação na pressão influencia de forma significativa apenas equilíbrios químicos que apresentam partículas (moléculas ou átomos) no estado gasoso, sob temperatura constante. 18 Volume 7 aclimatação: ato ou efeito de aclimatar(-se); adaptação, ajustamento, aclimação. Em resumo: • a adição de uma substância ao sistema, isto é, o aumento da sua concentração, desloca o equilíbrio no sentido de consumir parte da quantidade adicionada. • a remoção de uma substância ao sistema, isto é, a diminuição da sua concentração, desloca o equilíbrio no sentido de repor parte da quantidade retirada. Para o processo de Haber-Bosch, o sistema em equilíbrio foi alterado com a retirada de NH3(g). N2(g) + 3 H2(g) 2 NH 3(g) Dessa maneira, a diminuição da concentração do produto desloca o equilíbrio no sentido de repor parte da quan- tidade retirada, formando mais amônia. ConexõesConexões No corpo humano, um exemplo de reação reversível influenciada pela concen- tração é o transporte de oxigênio no sangue pela hemoglobina, representada pela equação: Hemoglobina + O2(g) oxi-hemoglobina O fornecimento contínuo de oxigênio ao organismo é necessário para a manutenção da integridade e função normal das diversas células. Por isso, antes de subir a grandes altitudes, por exemplo, é necessária a correta aclimatação. Para disponibilizar mais oxigênio às células, o próprio corpo estimula uma série de mecanismos, aumentando, por exemplo, a respiração e a pulsação. Aos poucos, o organismo pode se adaptar favorecendo a produção da oxi- -hemoglobina (reação direta) e minimizando a sensação de mal-estar. Porém, quando ocorrem sintomas mais graves, é necessário buscar auxílio médico e iniciar imediatamente a descida para um local com menor altitude possível. Ação do catalisador A rapidez de uma reação pode ser alterada com o uso do catalisador – reagente que fornece um caminho alter- nativo mais simples para que a reação se efetive sem ser modificada, qualitativa ou quantitativamente. Nesse novo mecanismo, a energia de ativação diminui, e a velocidade aumenta. Energia de ativação (Ea) é a mí- nima quantidade de energia ne- cessária para romper as ligações entre os átomos no(s) reagente(s) e formar novas ligações entre os átomos no(s) produto(s). E n er g ia E (direta) a com catalisador E (direta) a sem catalisador Reagente(s) �E a E (inversa) a com catalisador E (inversa) a sem catalisador Caminho da reação Produto(s) �H ccen- a ©S hu tte rst oc k/M ika du n Os alpinistas, quando têm de realizar uma escalada muito alta, normalmente, passam alguns dias se aclimatando no local para diminuir os desconfortos provocados pela falta de oxigênio em grandes altitudes. 5 Interferência da altitude no organismo. Química 19 O aumento na velocidade da reação direta, assim como da inversa, permite concluir que a adição do catalisador não interfere no equilíbrio químico da reação nem no rendimento do processo. O único efeito provocado pelo catalisador é a diminuição do tempo necessário para que seja atingido o equilíbrio. C o n ce n tr aç ão e m q u an ti d ad e d e m at ér ia p o r vo lu m e Produto(s) Reagente(s) 1 C o n ce n tr aç ão e m q u an ti d ad e d e m at ér ia p o r vo lu m e Produto(s) Reagente(s) 2 tempo tempot eq t eq t eq t eq 21 < Reagente(s) Produto(s) (sem catalisador) Reagente(s) Produto(s) (com catalisador) De modo contrário ao catalisador, age o inibidor catalítico, cuja função é diminuir a velocidade de ocorrência de uma reação. Ao interagir com as moléculas dos reagentes, o inibidor fornece um caminho alternativo que exige mais energia para que a reação se efetive, e a presença de um inibidor adequado diminui a velocidade da reação em ambos os sentidos. Organize as ideias De acordo com os fatores externos que podem perturbar o equilíbrio, complete o quadro com o efeito dessa perturbação. Perturbação Efeito sobre o deslocamento no equilíbrio Adição de reagente* No sentido do(s) produto(s) Adição de produto* No sentido do(s) reagente(s) Remoção de reagente* No sentido do(s) reagente(s) Remoção de produto* No sentido do(s) produto(s) Aumento da pressão**No sentido da contração de volume (menor quantidade de matéria) Diminuição da pressão** No sentido da expansão de volume (maior quantidade de matéria) Aumento da temperatura No sentido da reação endotérmica (absorve calor) Diminuição da temperatura No sentido da reação exotérmica (libera calor) Adição de catalisador Não desloca o equilíbrio *Não se aplica quando se adiciona reagente líquido ou sólido. **Para equilíbrios químicos que envolvem gases. 20 Volume 7 Atividades 1. As lâmpadas halógenas, como as dicroicas, apresen- tam o mesmo princípio que as lâmpadas incandescen- tes comuns. Porém, em termos de economia, oferecem mais luz com potência menor ou igual. A luz mais bran- ca, uniforme e brilhante, possibilita realçar as cores e os objetos com maior eficiência energética. © Sh u tt er st oc k/ n sm Essas lâmpadas incandescentes apresentam um fila- mento de tungstênio contido em um bulbo com gás inerte e uma pequena quantidade de halogênio, iodo ou bromo. A presença de um desses elementos diminui a deposição de tungstênio, que se desprende do filamen- to durante a passagem de corrente elétrica, conforme o equilíbrio químico: W(s) + 3 I2(g) WI6(g) ΔH < 0 Com base nessas informações, indique o sentido do deslocamento do equilíbrio quando ocorre o resfria- mento do bulbo. Justifique sua resposta. 2. (IFCE) O monóxido de carbono é formado, quando o dió- xido de carbono reage com o carbono sólido (grafita). CO2(g) + C(grafita) 2 CO(g) H o = 172,5 kJ Que é mais favorável à formação do monóxido de car- bono, a temperatura elevada ou a temperatura mais baixa? Justifique a resposta. 3. (UFRJ) A reação de síntese do metanol a partir de mo- nóxido de carbono e hidrogênio é: CO(g) + 2 H2(g) 1 2 � ⇀�↽ �� CH3OH(g). Admita que a ental- pia-padrão dessa reação seja constante e igual a –90 kJ/mol de metanol formado e que a mistura reacional tenha comportamento de um gás ideal. A partir de um sistema inicialmente em equilíbrio, expli- que como aumentos independentes de temperatura e pressão afetam o equilíbrio dessa reação. ( 4. O ácido sulfúrico é utilizado como matéria-prima na fa- bricação de fertilizantes, detergentes, explosivos, papel, corantes, cosméticos e baterias de automóveis. Tem uso intenso nas indústrias metalúrgicas, petroquímicas e de galvanoplastia. Em virtude dessa intensa aplicabilidade, é considerado o mais importante entre os ácidos. Tem ação altamente desidratante e corrosiva. Sua manipu- lação deve ser sempre cautelosa, pois, uma vez em contato com a pele, pode provocar graves queimaduras. Uma das etapas da fabricação desse ácido consiste na reação do dióxido de enxofre com o oxigênio para for- mar o trióxido de enxofre. Entalpia (H) 2 SO + O2(g) 2(g) 2 SO3(g) Caminho da reação (tempo) Pela análise do diagrama, responda às questões. a) Com o objetivo de favorecer o rendimento da rea- ção, que alteração deve ser realizada com a tempe- ratura do sistema? Justifique sua resposta. Como a variação de entalpia é negativa, a reação é exotér- mica no sentido da reação direta. Portanto, para aumentar a concentração de SO3(g), é necessário diminuir a temperatura do sistema. b) Ao manter a temperatura constante e diminuir a pressão do sistema, para qual sentido o equilíbrio é deslocado? Justifique sua resposta. A diminuição da pressão desloca o equilíbrio no sentido da reação em que ocorre o aumento da quantidade de matéria dos gases, ou seja, para a expansão do volume. Nesse caso, no sentido da reação inversa. 6 Gabaritos. Química 21 5. O principal minério de ferro encontrado no Brasil é a hematita (Fe2O3), considerada de boa qualidade em razão dos baixos índices de fósforo e enxofre. A partir desse minério, é possível obter ferro em fornos siderúrgicos, conforme a equação: Fe2O3(s) + 3 CO(g) 2 Fe(s) + 3 CO2(g) Determine o sentido do deslocamento do equilíbrio quando: a) for adicionado CO(g) ao sistema; b) for retirado CO2(g) do sistema; c) houver aumento na pressão sobre o sistema. Justifique sua resposta. 6. (UFES) Compostos nitrogenados são utilizados em diversos segmentos da sociedade. Na produção agrícola, por exem- plo, NH3, NH4NO3, (NH4)2SO4 e H2NCONH2 são utilizados como adubos. Para suprir a demanda desses compostos, Fritz Haber e Carl Bosh desenvolveram um processo industrial que converte o nitrogênio atmosférico em amônia. Esse processo, conhecido como Haber-Bosh, pode ser representado através da equação química: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) H = –92,4 kJ/mol Dado: Kc = 1,5 10 –5 (500 °C) De acordo com os dados acima, a) escreva a expressão da constante de equilíbrio (Kc) para essa reação e explique o efeito da temperatura sobre o equilíbrio; b) explique por que o processo Haber-Bosh é mais vantajoso, industrialmente, quando são utilizadas pressões elevadas. 7. A flatulência é a saída de gases intestinais produzidos principalmente pela digestão dos alimentos. Entre os vários gases intestinais que podem ser produzidos durante a digestão encontram-se gases sem cheiro, como o dióxido de carbono (CO2), o oxigênio (O2), o nitrogênio (N2) e o metano (CH4). O odor desagradável da flatulência é decorrente das bactérias existentes no intestino, que liberam pequenas quantidades de compostos contendo enxofre, como o gás sulfídrico (H2S), o metanotiol (H3C–S–H), o dimetil sulfeto (H3C–S–CH3) e mercaptanas. O sistema gasoso envolvendo alguns gases intestinais é dado pela seguinte expressão da constante de equilíbrio: Kc CH H S CS H = ⎡⎣ ⎤⎦⋅⎡⎣ ⎤⎦ ⎡⎣ ⎤⎦⋅⎡⎣ ⎤⎦ 4 2 2 2 2 4 De acordo com essa informação, responda às questões. a) Qual é a equação química que representa o sistema em equilíbrio? b) Qual é o efeito do aumento da pressão total sobre esse sistema? 8. (UEPA) O trióxido de enxofre constitui um dos poluentes atmosféricos proveniente da queima de derivados de petróleo, como a gasolina e o óleo diesel, que possuem enxofre como impureza. Sua formação se dá segundo as etapas: Etapa 1: S(s) + O2(g) → SO2(g) H = –296,8 kJ Etapa 2: SO2(g) + 1 2 O2(g) SO3(g) H = –97,8 kJ Com base na análise das etapas 1 e 2, responda ao que se pede: a) Na etapa (1), que efeito provoca na energia de ativação a adição de um catalisador? b) Cite 3 fatores que na etapa (2), alterando o estado de equilíbrio, provocam aumento da concentração de SO3. c) Em qual etapa a reação é mais exotérmica? Sugestão de atividades: questões de 12 a 26 da seção Hora de estudo. 22 Volume 7 Química em foco O período compreendido entre o final do século XIX e o início do século XX foi de intensas transformações na agricultura, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. As diversas descobertas científicas, como o uso de fertili- zantes químicos para aumentar a eficiência na produção de alimentos, aliadas ao grande desenvolvimento tecnológico impuseram um novo padrão de evolução nessa área. Com o conhecimento de que a amônia poderia ser utilizada como matéria-prima básica para a produção de fertilizantes nitrogenados, alguns cientistas começaram a desenvolver processos para a sua obtenção a partir dos gases nitrogênio e hidrogênio: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH 3(g) H < 0 A equação anteriormente descrita parecia a maneira óbvia para se conseguir um suprimento estável de nitrogênio fixo – a amônia. Porém, o rendimento da produção do composto, em pressão e temperatura ambientes, era baixo, e a elevação da temperatura não contribuía de forma significativa para aumentar a síntese. Para resolver esse problema, o cientista alemão Fritz Haber utilizou-se de estratégias que envolviam a apreciação da natureza dinâmica do equilíbrio químico e de ideias sobre como perturbar essa condição de equilíbrio. Mais tarde, os problemas técnicos para a produ- ção industrial foram resolvidos por Carl Bosch. Até hoje a indústria química sintetiza a amônia pelo processo conhecido como Haber-Bosch, para aprodução de fertilizantes nitrogenados. NH3 + HNH3 + H2SO4 + CO2 + H3PO4 + H2O Nitrato de amônio – NH4NO3 Sulfato de amônio – (NH4)2SO4 Ureia – (NH2)2CO Fosfatos de amônia – MAP, DAP Hidróxido de amônio – NH4OH Produção de alguns fertilizantes nitrogenados comercializados no Brasil. Com base no conhecimento sobre o assunto, responda às questões: a) Estudos da Cinética comprovam que o aumento na temperatura de um sistema aumenta a rapidez de uma reação, independentemente se é exotérmica ou endotérmica. No entanto, a elevação da temperatura para a síntese da amônia não contribuía de forma significativa para aumentar a sua produção. Por quê? b) Embora a diminuição da temperatura favoreça o rendimento da produção da amônia, é necessário o aquecimento para que ocorra a síntese dessa substância, pois, a baixas temperaturas, a reação se processa lentamente, o que torna sua produção economicamente inviável. Consequentemente, para compensar o fato de o aquecimento di- minuir o rendimento da produção de NH3(g), utiliza-se alta pressão. Explique o que ocorre com o equilíbrio químico quando há um aumento de pressão no sistema. c) Para favorecer o processo de produção da amônia, Haber utilizou estratégias para perturbar o equilíbrio químico. Uma dessas ideias estava relacionada com a própria substância de interesse. Que alteração na amônia foi vislum- brada pelo cientista alemão e como essa mudança influencia, de acordo com o Princípio de Le Chatelier, o processo dinâmico proposto por ele? d) Se a presença do catalisador não altera um sistema em equilíbrio nem o seu rendimento, qual a importância da sua utilização em reações reversíveis? 7 Gabaritos. Química 23 Hora de estudo 1. (UFPE) Quando o equilíbrio químico é alcançado por um sistema: a) as concentrações de todas as espécies reagentes e produtos tornam-se iguais. X b) os produtos reagem com a mesma velocidade na qual são formados. X c) ambas, as reações direta e inversa, continuam após o equilíbrio ser atingido, com a mesma velocidade. X d) as concentrações das espécies nos reagentes e pro- dutos permanecem constantes. e) todas as espécies químicas param de reagir. 2. (UFRN) O equilíbrio químico se caracteriza por ser uma dinâmica em nível microscópico. Para se ter uma infor- mação quantitativa da extensão do equilíbrio químico, usa-se a grandeza constante de equilíbrio. Considere a tirinha a seguir. FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química, volume único. São Paulo: Moderna, 1996. p. 351. [Adaptado] Aplicada ao equilíbrio químico, a ideia que o persona- gem tem sobre equilíbrio a) é correta, pois, no equilíbrio químico, metade das quantidades sempre é de produtos, e a outra meta- de é de reagentes. X b) não é correta, pois, no equilíbrio químico, as con- centrações de produtos e as de reagentes podem ser diferentes, mas são constantes. c) é correta, pois, no equilíbrio químico, as concen- trações de reagentes e as de produtos sempre são iguais, desde que o equilíbrio não seja perturbado por um efeito externo. d) não é correta, pois, no equilíbrio químico, as con- centrações dos produtos sempre são maiores que as dos reagentes, desde que o equilíbrio não seja afetado por um fator externo. 8 Gabaritos. 3. (UFG – GO) Os seguintes gráficos representam variá- veis de uma reação química. Co nc en tr aç ão 0 t1 t2 1 2 tempo Ve lo ci da de 0 t1 t2 3 4 tempo Os gráficos indicam que a) no instante t1, a velocidade da reação direta é igual a da inversa. b) após t2, não ocorre reação. c) no instante t1, a reação atingiu o equilíbrio. X d) a curva 4 corresponde à velocidade da reação inversa. e) no ponto de intersecção das curvas 3 e 4, a concen- tração de produtos é igual à de reagentes. 4. (UEPG – PR) Sobre as características de uma reação que atinge o estado de equilíbrio químico, a uma dada temperatura, assinale o que for correto. (01) A temperatura do sistema em que ocorre a reação permanece igual à do ambiente. X (02) As reações direta e inversa apresentam, no esta- do de equilíbrio, a mesma velocidade. (04) Os participantes da reação em equilíbrio encon- tram-se todos na mesma fase: aquosa, gasosa ou sólida. X (08) No estado de equilíbrio, as concentrações dos participantes da reação não se alteram. X (16) Trata-se de uma reação reversível que ocorre si- multaneamente nos dois sentidos. A resolução das questões desta seção deve ser feita no caderno. 24 Volume 7 5. (UFS – SE) Para a reação química representada por: C6H5COOH 1 2 (C6H5COOH)2 (monômero) (dímero) obteve-se, a dada temperatura, o seguinte diagrama que dá a variação das concentrações (em mol/L) do monômero e do dímero, em função do tempo de reação. Nesse diagrama: ( F ) C4 indica a concentração do dímero no tempo zero. ( V ) A curva Y dá a concentração do dímero em função do tempo. ( F ) Em cada tempo, o decréscimo na concentração do monômero é igual ao acréscimo na concentração do dímero. ( F ) No tempo t3 foi atingido o equilíbrio: monômero 1 2 dímero. ( V ) Em cada instante, até atingir o equilíbrio, a veloci- dade de formação do dímero é a metade da velo- cidade de desaparecimento do monômero. 6. (UEM – PR) Em um recipiente de 500 mL, encontram- -se, em condições de equilíbrio, 10 mol/L de H2(g) e 0,01 mol/L de I2(g). Qual é a concentração do HI(g), sa- bendo-se que, nas condições do experimento, a cons- tante de equilíbrio (Kc) é 10 –3? H2(g) + I2(g) 2 HI(g) a) 50 mol/L b) 100 mol/L c) 0,1 mol/L d) 5 mol/L X e) 0,01 mol/L 7. (UFPE) Quando glicose (açúcar do milho) e frutose (açúcar da fruta) são dissolvidos em água, se estabele- ce o seguinte equilíbrio: frutose glicose Um químico preparou uma solução de frutose 0,244 M a 25 °C. Ao atingir o equilíbrio, a concentração de fru- tose diminuiu para 0,113 M. A constante de equilíbrio para a reação a 25 °C será: a) 2,16 b) 0,113 c) 0,46 d) 46 X e) 1,16 8. (UFERSA – RN) Partindo de PCℓ5(g), com concentração 4,0 mol/L, verifica-se que o processo PCℓ5(g) PCℓ3(g) + + Cℓ2(g) é atingido com um grau de equilíbrio de 20%. Nessas condições, a constante de equilíbrio é igual a X a) 0,2 b) 0,8 c) 1,6 d) 3,2 9. (UESPI) Se 1 mol de H2 e 1 mol de I2 em recipiente de 1 L, atingirem a condição de equilíbrio a 500 °C, a concentração de HI no equilíbrio será: Dado: Kc = 64 a) 1,60 b) 1,80 c) 3,60 d) 2,54 X e) 0,80 10. (UFAC) Considere uma reação em equilíbrio como mos- trada a seguir: 2 H2(g) + O2(g) 2 H2O(g) Se 4 mols de moléculas de O2 são injetados em um equipamento com capacidade volumétrica de 4 litros contendo 5 mols de moléculas de hidrogênio em con- dições experimentais que permitam que apenas 60% das moléculas de O2 reajam, pergunta-se: qual o valor aproximado da constante de equilíbrio (Kc) para a for- mação de água? a) 700 b) 4 000 c) 660 d) 2 000 X e) 1 440 11. (UFPA) A uma certa temperatura, a constante de equilí- brio, Kc, para a reação representada abaixo, é igual a 9,0. NO2(g) + NO(g) N2O(g) + O2(g) Suponha que 0,06 moI de cada um dos reagentes es- tão misturados com 0,10 moI de cada um dos pro- dutos, em um recipiente de 1,0 litro de capacidade. Assim, quando a mistura alcançar o equilíbrio, na tem- peratura do experimento, a massa de N2O, em gramas, obtida será igual a Dados: Massas molares (g/mol): N = 14; O = 16 X a) 5,28 b) 32,4 c) 88,0 d) 126,5 e) 200,8 25Química 12. (UFAC) Considere que a seguinte reação da fotossínte- se esteja em equilíbrio em uma célula vegetal: 6 CO2(g) + 6 H2O(ℓ) C6H12O6(s) + 6 O2(g) A diminuição da concentração de oxigênio nas redon- dezas da célula: X a) desloca o equilíbrio da esquerda para a direita, favo- recendo a ocorrência da fotossíntese. b) aumenta a concentração de gás carbônico nas re- dondezas da célula. c) desloca o equilíbrio da esquerda para a direita,dimi- nuindo a concentração de oxigênio. d) aumenta a concentração de água. e) não afetará o equilíbrio da reação. 13. (IFTO) De acordo com Princípio de Le Chatelier “Quando um sistema em equilíbrio sofre a ação de forças exter- nas, o sistema tende a se deslocar no sentido de mini- mizar a ação da força aplicada, procurando uma nova situação de equilíbrio.” Entre os equilíbrios abaixo, o que não sofre deslocamento por aumento de pressão é: a) SO2Cℓ2(g) SO2(g) + Cℓ2(g) X b) FeO(s) + CO2(g) Fe(s) + CO2(g) c) H2(g) + 1 2 O2(g) H2O(g) d) H2(g) + 3 N2(g) 2 NH3(g) e) 2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g) 14. (UFV – MG) O metanol usado como combustível pode ser obtido industrialmente pela hidrogenação do monóxido de carbono, de acordo com a equação representada abaixo: CO(g) + 2 H2(g) CH3OH(g) H < 0 Assinale a afirmativa incorreta: a) A diminuição da temperatura favorece a produção do metanol. X b) O aumento da pressão total sobre o sistema favore- ce a produção do monóxido de carbono. c) O aumento da concentração de H2 aumenta a con- centração de metanol no equilíbrio. d) Trata-se de uma reação exotérmica. 15. (UNIMONTES – MG) Quatro substâncias gasosas − HCℓ, I2, HI, Cℓ2 − são misturadas em um balão fecha- do, deixadas em repouso, resultando o equilíbrio da reação à temperatura constante. 2 HCℓ(g) + I2(g) 2 HI(g) + Cℓ2(g) Alterações realizadas nessa mistura podem ter efeitos que resultam em mudanças nesse equilíbrio. Ação e efeito estão corretamente relacionados em: Ação Efeito X a) Adição de HCℓ Aumento da quantidade de HI b) Adição de I2 Redução da quantidade de Cℓ2 c) Remoção de Cℓ2 Não altera o equilíbrio d) Remoção de HI Aumenta o valor de Kc 16. (UFPR) Considere o equilíbrio abaixo, que representa a síntese industrial da amônia. N2(g) + 3 H2(g) catalisador� ⇀����↽ ������ 2 NH3(g) H < 0 Para aumentar o rendimento da reação, basta deslocar o equilíbrio para a direita. Um aluno propôs os seguin- tes procedimentos para que isso ocorra: I. Aumento da temperatura, sob pressão constante. II. Aumento da pressão, sob temperatura constante. III. Adição de mais catalisador ao sistema reacional. IV. Remoção da amônia, à medida que for sendo formada. O deslocamento do equilíbrio para a direita ocorre com os procedimentos descritos: a) somente em I e II; b) somente em I e III; c) somente em I e IV; X d) somente em II e IV; e) somente em III e IV. 17. (UEMG) Halogênios reagem com hidrogênio formando hidretos, em reações reversíveis que atingem o equilí- brio químico em sistema fechado. Abaixo, estão repre- sentadas as equações termoquímicas da formação do hidreto de cloro e do hidreto de iodo. H2(g) + Cℓ2(g) 2 HCℓ(g) H = –185 kJ H2(g) + I2(g) 2 HI(g) H = +52 kJ Considerando essas equações, após atingirem o equi- líbrio químico, é correto afirmar que: a) a variação da temperatura não desloca o equilíbrio químico; X b) a variação da pressão não desloca o equilíbrio químico; c) a variação da concentração dos hidretos não deslo- ca o equilíbrio químico; d) a variação da concentração dos halogênios não des- loca o equilíbrio químico. 26 Volume 7 18. (UFES) A constante de equilíbrio Kc é igual a 10,50 para a seguinte reação, a 227 °C: CO(g) + 2 H2(g) CH3OH(g) O valor de Kc para a reação abaixo, na mesma tempe- ratura, é 2 CO(g) + 4 H2(g) 2 CH3OH(g) a) 3,25 b) 5,25 X c) 10,50 d) 21,00 e) 110,25 19. (UERN) O engenheiro metalúrgico e químico, Henry Louis Chatelier, 1850-1936, foi professor da Escola de Minas de Paris, em 1877. Ao estudar as reações químicas, percebeu que era possível prever a formação de um novo estado de equilíbrio químico a partir das alterações da velocidade da reação direta ou da reação inversa por meio de modificações nas concentrações de reagentes ou de produtos. O resultado desse estudo passou a ser conhecido como Princípio de Le Chatelier. Assim, a partir da análise do sistema em equilíbrio quí- mico representado pela equação química, de acordo com esse Princípio, é correto afirmar: 2 H2S(g) + 3 O2(g) 2 H2O(g) + 2 SO2(g) Hº = –1 037,0 kJ (01) O aquecimento do sistema em equilíbrio químico provoca aumento da velocidade da reação direta. (02) A diminuição da concentração de oxigênio, no sistema, acarreta diminuição da concentração de H2S(g) na reação química representada. X (03) A remoção de H2S(g) do sistema implica diminui- ção da concentração de H2O(g) e de SO2(g). (04) O aumento da pressão total do sistema não causa alteração no estado de equilíbrio. 20. (UESPI) A chuva ácida pode destruir estátuas, prédios ou monumentos da cidade. O principal constituinte dos mármores, utilizados na construção de prédios e mo- numentos, é o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) que reage com os ácidos presentes na chuva ácida. Considerando a reação CaCO3(s) + H2SO4(aq) CaSO4(aq) + H2CO3(aq) em um sistema fechado e o Princípio de Le Chatelier, se for adicionado mais carbonato de cálcio à reação, a constante de equilíbrio X a) não será afetada. b) aumentará, e a reação deslocará para esquerda. c) aumentará, e a reação deslocará para direita. d) diminuirá, e a reação deslocará para esquerda. e) diminuirá, e a reação deslocará para direita. 21. (UFPE) Industrialmente, a síntese da amônia é realizada através da reação: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) Assumindo que esta reação tenha atingido o equilíbrio, podemos dizer que: X (0-0) a adição de mais nitrogênio provocará a formação de mais amônia. X (1-1) a remoção de amônia provocará a formação de mais amônia. (2-2) a adição de um catalisador irá provocar a forma- ção de mais amônia. (3-3) um aumento de temperatura irá favorecer a rea- ção no sentido exotérmico. X (4-4) uma diminuição do volume reacional irá provocar a formação de mais amônia. 22. (UFC – CE) A amônia (NH3), utilizada em refrigeração e em diferentes processos químicos industriais, atual- mente se tornou uma das matérias-primas fundamen- tais. O processo catalítico industrial Haber-Bosch para sua produção é conduzido a 550 ºC e 200 atm. De acor- do com a reação química N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g), assinale a alternativa correta. a) A taxa de consumo de N2 é desfavorecida em altas pressões. b) A taxa de formação de NH3 é favorecida em baixas pressões. c) A taxa de consumo de H2 é igual à taxa de formação do NH3. d) A taxa de consumo de N2 é três vezes superior à taxa de consumo do H2. X e) A taxa de formação de NH3 é duas vezes superior à taxa de consumo do N2. 27Química 23. (IFSul – RS) No antigo Egito, por aquecimento do es- terco de camelo, era obtido um sal que ficou conhe- cido como sal amoníaco (NH4Cℓ), em homenagem ao deus Amon. Na decomposição desse sal, forma-se a amônia (NH3), que é utilizada como matéria-prima para a fabricação de, entre outras coisas, produtos de limpeza, fertilizantes, explosivos, náilon e espumas para colchões. A síntese da amônia se dá pelo seguin- te processo: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) H = –91,8 kJ Em relação ao equilíbrio acima, é correto afirmar que a) se aumentarmos a pressão sobre o sistema, dimi- nuiremos o rendimento da reação. b) se adicionarmos catalisador, deslocaremos o equilí- brio favorecendo a reação direta. c) ao reagirmos 6 mols de gás hidrogênio, produzire- mos cerca de 34 g de amônia. X d) a formação de NH3 é favorecida pela diminuição da temperatura do sistema. 24. (UFAL) O monóxido de dinitrogênio, ao ser inalado em pequenas doses, produz uma espécie de euforia e por isso é chamado de gás hilariante. Ele pode ser obtido por meio da decomposição do nitrato de amônio, de acordo com a equação química: NH4NO3(s) N2O(g) + 2 H2O(g) ΔH = –36,03 kJ/mol Com relação a essa reação em equilíbrio, para aumen- tar a quantidade de: a) monóxido de dinitrogênio deve-se adicionar água. b) nitrato de amônio deve-se diminuira temperatura. c) água deve-se adicionar monóxido de dinitrogênio. X d) monóxido de dinitrogênio deve-se diminuir a tempe- ratura. e) monóxido de dinitrogênio deve-se adicionar um ca- talisador. 25. (UNIFAL – MG) Assinale a alternativa correta. a) A presença do catalisador aumenta a velocidade da reação, pois aumenta a sua entalpia. b) Após atingir o equilíbrio, as velocidades das reações direta e inversa são iguais a zero. c) Na reação 2 A(g) B(g) + C(g), um aumento na pres- são desloca o equilíbrio para a esquerda. d) Na decomposição do tetróxido de nitrogênio em dió- xido de nitrogênio, há o consumo de 28,3 kJ mol–1. Nessas condições, pode-se afirmar que a reação é exotérmica. X e) A reação C(s) + O2(g) CO2(g) é um exemplo de reação de formação. 26. (UDESC) O processo industrial de produção de amônia (NH3) envolve o seguinte equilíbrio químico: N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g). O gráfico abaixo mostra, aproximadamente, as porcentagens de amônia em equilíbrio com os gases nitrogênio e hidrogênio na mis- tura da reação. Pe rc en ta ge m d e am on ía co De acordo com o gráfico e as informações acima, ana- lise as proposições: I. A formação da amônia é favorecida em condições de alta pressão e baixa temperatura. II. A reação de formação da amônia é um processo endotérmico. III. Em um recipiente fechado, à pressão constante, o aumento da temperatura favorece a decomposição da amônia. IV. Um aumento na concentração de gás nitrogênio causará um deslocamento do equilíbrio químico no sentido dos reagentes. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. X e) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. 28 Volume 7 Equilíbrio iônico Ponto de partida 14 Inúmeros processos químicos que ocorrem ao nosso redor dependem da análise do caráter ácido-base, como o preparo do solo para o plantio. A coloração das hortênsias, por exemplo, varia conforme a acidez do solo: a cor azul predomina em valores de pH menores que 5,5, e a cor rosa, em pH maior que 6,5. 1. Qual é o caráter do solo (ácido, básico ou neutro) quando a cor azul predomina nas hortênsias? 2. Ao adquirir uma muda de hortênsia, após um tempo, há mudança na coloração de suas flores. Por que isso pode ocorrer? 3. Além de influenciar na coloração das hortênsias, a acidez do solo também está relacionada com a sua produtivi dade. Para neutralizar o pH do solo, é costume dos agricultores queimar a terra após grande exploração. Por que esse procedimento pode corrigir o excesso de acidez? 1 © Sh u tt er st o ck /O rh an C am 29 determinar os valores de pH e pOH, com base nas concentrações dos íons correspondentes, clas- sificando os sistemas em ácido, básico ou neutro; escrever as equações de ionização dos ácidos e de dissociação das bases e representar as ex- pressões da constante de equilíbrio Ka e Kb, associando os valores à força dos ácidos e das bases, respectivamente; analisar os principais casos envolvendo hidrólise salina; interpretar o Princípio de Le Chatelier para equilíbrios iônicos e heterogêneos; compreender o conceito de produto de solubilidade. e nas concentrações dos íons correspondentes, clas- eutro; Objetivos da unidade: A acidez dos solos brasileiros é reconhecidamente um dos principais fatores para a sua baixa produtividade, sendo necessária a sua correção para aumentar o pH. A faixa ideal de pH nos solos brasileiros é de 5,8 a 6,2, ou seja, ligeira- mente ácido. Equilíbrio iônico e o caráter ácido-base O potencial hidrogeniônico, representado pelo símbolo pH, é uma importante grandeza química que serve, por exemplo, para avaliar as condições de um solo – ácido, neutro ou alcalino. A disponibilidade de nutrientes essenciais para o desenvolvimento de uma plantação, inclusive, tem influência direta sobre esse potencial. Em geral sob temperatura ambiente, a escala de pH varia de 0 (soluções muito ácidas) a 14 (soluções muito bási- cas), sendo neutra a solução com pH igual a 7. 1,0 2,0 2,4 2,5 2,9 3,5 4,5 5,0 5,5 < 5,6 6,5 7,0 6,5 – 7,47,3 – 7,5 8,0 9,0 – 10 11,5 12,5 13,5 Ác id o cl or íd ric o 0 Ác id o de b at er ia Su co g ás tri co Su co d e lim ão Re fri ge ra nt e de c ol a Vi na gr e Su co d e la ra nj a Ce rv ej a Ca fé Ch á Ch uv a ác id a Le ite Ág ua p ur a Sa liv a hu m an a Sa ng ue Ág ua d o m ar Sa bo ne te Am ôn ia Cl or o Hi dr óx id o de s ód io Em Funções Inorgânicas, estudou-se que: Ácidos são substâncias que, quando dissolvidas em água, aumentam a concentração de íons H+. Bases são substâncias que, quando dissolvidas em água, aumentam a concentração de íons OH–. É possível dizer que o aumento na concentração de íons H+ identifica substâncias ou soluções ácidas, assim como o aumento na concentração de íons OH– indica substâncias ou soluções básicas. O “p” vem do alemão potenz, que significa poder de concentração, o “H” é a indicação para o íon hidrogênio (H+), assim como o “OH” se refere ao íon OH–. Embora difíceis de serem medidas experimentalmente, há soluções com pH abaixo de 0 (ou seja, pH negativo) e, também, soluções com pH acima de 14. Alguns valores comuns de pH 30 Volume 7 Com o intuito de quantificar os valores das concentra- ções dos íons H+ e OH– para soluções diluídas, em geral de 10–1 mol/L a 10–14 mol/L, o bioquímico dinamarquês Sören Peter Lauritz Sörensen (1868-1939), no ano de 1909, propôs o uso da função logarítmica para expressar a con- centração e facilitar a indicação numérica da acidez e da alcalinidade das soluções. Matematicamente, esses potenciais são definidos da seguinte forma: Durante sua pesquisa, Sörensen visava me- lhorar os métodos de controle de qualidade em indústrias de fermentação, uma vez que a concentração de íons hidrogênio tem papel fundamental nas reações enzimáticas. La tin st oc k/ SP L Sören Sörensen ficou famoso por suas pesquisas sobre as proteínas. ConexõesConexões Para relembrar, de forma geral, a função logarítmica, seguem algumas informações matemáticas. O logaritmo x, de um número N, é o expoente a que se deve elevar um número a para que a igualdade ax = N seja verificada. ax = N ⇔ loga N = x (com N > 0, a > 0 e a ≠ 1) Em que: N = antilogaritmo ou logaritmando a = base x = logaritmo Dessa forma, para M > 0, N > 0, a > 0 e a ≠ 1, são válidas as propriedades: • Logaritmo do produto loga (M ⋅ N) = loga M + loga N • Logaritmo do quociente loga M N ⎛ ⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ = loga M – loga N • Logaritmo da potência loga M n = n ⋅ loga M No caso da Química, a base é decimal (a = 10). Recordar que log 1 = 0. Os valores das concentrações dos íons H+ e OH– e, consequentemente, o pH e o pOH da solução, podem ser uti- lizados para classificar um meio em ácido, neutro ou básico. No entanto, para facilitar a classificação utiliza-se como referência a escala dos valores correspondentes ao pH. Observe os exemplos a seguir: a) [H+] = 1 10–5 mol/L pH = –log [H+] pH = –log 10–5 pH = –(–5) log 10 1 pH = 5 Quando [H+] = 1 10–x, em que x é um número inteiro de 0 a 14, o valor do pH é simplesmente x. A relação pH = x ∴ [H+] = 10–x mol/L também é válida. Simplificadamente, [H+] = 10–5 mol/L pH = 5 ∴ meio ácido pH + pOH = 14 pOH = 14 – 5 pOH = 9 Os alunos já estudaram esse tema em Matemática. Porém, para os conceitos químicos, será utilizado somente o logaritmo decimal (base 10). pH = –log [H+] pOH = –log [OH –] Química 31 b) [OH–] = 1 10–13 mol/L pOH = –log [OH–] pOH = –log 10–13 pOH = –(–13) log 10 1 pOH = 13 Quando [OH–] = 1 10–y, em que y é um número inteiro de 0 a 14, o valor do pOH é simplesmente y. A relação pOH = y ∴ [H+] = 10–y mol/L também é válida. c) [H+] = 5 10–4 mol/L;
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