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Aula-Estado de Direito

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1.ª Aula – 2011. Prof. Sérgio Tibiriçá Amaral
	
Justificativa - Os motivos para estudarmos o Estado e de uma disciplina chamada Teoria Geral do Estado. 
Estudaremos o referido instituto, ou seja, o Estado porque vivemos em sociedades organizadas que estabelecem regras, até por sinais. As regras formam a tal teoria geral.
Uma placa de proibido estacionar é uma regra. Uma regra que, às vezes, não é obedecida, mas existem conseqüências, como as multas. Para entender o fenômeno estatal, tanto quanto para a compreensão da ciência jurídica, é necessário entender as relações entre o Estado e o Direito.
O serviço militar, por exemplo, estabelecido na CF, art. 5.o., VII e 15, IV. Ruim é só os homens servirem o Exército, vamos progredir no princípio da igualdade e colocar as mulheres nessa. Pagar os impostos, como os sobre a renda, de circulação de mercadorias, de propriedade urbana entre outros tributos, taxas, contribuições de melhorias e impostos.
Trabalhar como mesário ou apurador nas eleições, participar do tribunal do júri, usar cinto de segurança, pagar pedágio e ouvir a “Voz do Brasil” são outras determinações do Poder Estatal. O brasileiro só pode casar com uma mulher e mesmo assim nas condições que o Estado permitir. Existem impedimentos e vedações estabelecidos. Hoje, se discute a união estável de pessoas do mesmo sexo, que o Estado pode permitir dentro de pouco tempo
Temos que ter documento de identidade, título de eleitor e receber quitação de votação. Quando um Juiz comina pena, os jurados no Tribunal do Júri dão um veredicto, um fiscal de rendas impõe multa ao contribuinte faltoso ou o Polícia Militar aplica uma multa, sentimos o Poder do Estado. Quando há uma convocação para depor como testemunha ou atuar como mesário ou escrutinador, é o Estado, entidade imaterial, mediante seus órgãos concretos, como magistrados, promotores, fiscais e policiais, bem como outros servidores, além do Ministério Público, que faz valer a vontade da lei, à qual todos devem submeter-se.
Estado e Direito são, portanto, idéias que andam juntas, sendo a lei a formalização da vontade estatal. Ora, se o instrumento de trabalho do operador de Direito é a lei, necessário se faz levar ao acadêmico uma formação ética a respeito dos fundamentos do Estado, do Direito e da Sociedade.
Teoria Geral do Estado é especulativa, mas também prática. Fazemos inicialmente abordagens em abstrato, como instituição universal, sob os mais diversos pontos de vista e teorias. Assim, estudamos a origem dos Estados e sua evolução, organização e ideologias políticas. Mas, muitas vezes abandonamos o Estado como fenômeno social e histórico, para mostrar o Brasil.
O Estado não é somente um sistema normativo (teoria monista de Hans Kelsen), nem um fenômeno opuramente sociológico (teoria pluaralista), mas há uma corrente eclética (paralelística), de quilíbrio, que tem sua maior expressão na concepção cultarista do eEstado e do Direito, de Miguel Reale, que acredita ser o Estado?: “uma realidade cultural constituída historicamente em virtudade da própria natureza social do homem, que encontra a sua integração no orcdenamento jurídico”. Não se pode conceituar o Estado sem o Direito.
Na obra “A Cidade Antiga”, de Fustel de Coulange fica claro que na antiga Grécia, o Estado sufocava por inteiro a liberdade natural do indivíduo, a ponto de em algumas cidades-Estados helênicas, os homens serem obrigados a deixar a crescer a barba ou tirarem a barba; as mulheres não podiam levar na viagem mais que três vestidos. Mais: em algumas cidades, as mães que recebiam os filhos mortos em guerras, deviam mostrar alegria, mesmo forçada, pois, se chorassem, estariam cometendo crime contra o Estado.
Em Esparta, as crianças eram afastadas dos pais na tenra idade e passavam a fazer um treinamento militar. Vale lembrar que estamos no período chamado de “Liberdade dos Antigos” por Benjamin Constante de Rebec�. 
 Estado: origem, natureza, conceito e evolução histórica. 
A palavra “Estado” apresenta vários sentidos todos diferentes e que não podem ser confundidos. Semanticamente (ciência que dá o significa), é uma sociedade organizada e estabilizada num certo território num determinado tempo, com governo e povo (humanos). Mesmo no seu sentido jurídico: estado civil, Estado-membro e Estado-brasileiro.
Por isso, os elementos constitutivos do Estado são três: 1) povo(vinculação jurídico política com o Estado= nacionalidade), que é diferente de população, pois este usado pelo IBGE é um conceito humano também, mas mais amplo pois alcança os estrangeiros; 2) território, que envolve também o mar territorial de 12 milhas naúticas, embaixadas e navios de guerra; 3) Poder Soberano, que é o poder maior do Estado se organizar a partir das suas constituições e leis. 
 Em princípio, o termo surge do latim “status”, condição pessoal do indivíduo perante os direitos civis e políticos.
Etimologicamente (quanto à origem), a palavra de origem latina se prende ao verbo “stare”, que significa estar firme, estão em pé, estável: stand up, standish
Espécie de metonímia – traduz a idéia na sua origem de estabilidade. Metonímia é a idéia pela origem.
No direito romano a personalidade não era atributo de todo ser humano, era considerada privilégio que exigia certas condições decorrentes do status do indivíduo. E status “é a qualidade em virtude da qual o cidadão romano tem direitos: é a condição civil de capacidade. Status e caput são sinônimos em direito romano.”� Eram três os status dentro da sociedade romana: 
Status libertatis – pertencia a este estado o homem livre, aquele que não pertencia a outrem. O estado de liberdade podia ser adquirido com o nascimento ou por ato posterior. A criança que nascia de pais livres, casados legitimamente, passava a ser livre desde o momento do nascimento. Após o nascimento, a liberdade poderia ser alcançada pela alforria ou por outras formas estabelecidas em lei. Entre os homens livres havia ainda uma distinção entre os ingenui e os liberti, sendo os primeiros aqueles que nasceram livres e nunca deixaram de sê-lo, e os segundos aqueles que haviam sido escravos e conquistaram a liberdade. As pessoas dotadas de status libertatis, eram aptas a ter e exercer direitos. Porém, a partir da época romana clássica, aos escravos também era reconhecida a personalidade, mesmo tendo a liberdade pessoal limitada. A conquista da liberdade poderia ocorrer por trabalho ou dádiva gratuita do proprietário e prestação de serviço militar inclusive.
Contudo, a perda da liberdade (capitis deminutio máxima), que implicava na perda da capacidade jurídica, poderia ocorrer para qualquer pessoa.�
	Vale lembrar que em Roma existiam escravos, peregrines e outros estrangeiros, que poderiam até ser livres, mas não gozavam de um outro importante “status”, o civitatis.
Status civitatis – aqui era estabelecida a cidadania romana, essencial para a capacidade jurídica. Tanto os cidadãos (cives) quanto os estrangeiros (peregrini) podiam ser cidadãos, mas as normas do ius civile eram reservadas somente aos cidadãos romanos; os estrangeiros só podiam praticar atos do ius gentium (Direito das Gentes). 
A condição de cidadão, assim como a status libertatis, podia ser adquirida de duas formas, pelo nascimento ou por fato posterior. Criança nascida de cidadãos romanos também era cidadã, e, no caso de só a mãe se cidadã, a criança seguia a condição materna, qualquer que fosse a situação paterna.
Como era pressuposto para se ter o status civitatis que tivesse primeiramente o status libertatis, o cidadão romano podia perder o status civitatis (capitis deminutio media) caso se tornasse membro de cidade estrangeira ou fosse condenado a uma pena perpétua como exílio ou deportação.�
O status civitatis permitia participação nos banhos, festas (Deus Baco – bacanal), assistir as atrações do Coliseu(lutas e outros jogos de guerra) e ainda requerer o julgamento no Judiciário. É o caso do apóstolo Paulo, que pediupara ser julgando em Roma.
Status familiae – “Eram dois os sentidos empregados para o termo família para os juristas romanos. Em sentido amplo, abrangia o conjunto de pessoas que descendiam de um parente comum e sob cujo poder estavam caso ele estivesse vivo. Em sentido restrito, pra caracterizar o próprio status familiae: de um lado, existe o pater famílias, que não está subordinado a nenhum ascendente vivo masculino e, de outro, as filii famílias, que abrangem todas as demais pessoas que estavam sob a potestas do poder.”� Vê-se então a importância do estado familiar da pessoa para determinar sua capacidade jurídica, uma vez que a pessoa livre do pátrio poder, que não possuía nenhum ascendente masculino era o pater famílias , e sob seu poder de pater estavam todas as demais pessoas da família; estas não tinham diretos nem podiam adquiri-los para si.
No status familiae portanto, as pessoas se dividiam em independentes (sui juris, o pater famílias) e dependentes (alieni juris, as demais pessoas). 
Com relação ao parentesco havia duas formas: a agnatio (agnação), parentesco que se transmite apenas pelos homens, e a cognatio (cognação), parentesco transmitido pelo sangue, não levando em conta as linhas maternas ou paternas.
São agnatos, todos os que caíram sob o poder do pater, portanto, a mãe não é parente do deus dos filhos e dois irmãos adotivos do mesmo pai são parentes. “A agnação é o único tipo de parentesco reconhecido pelo direito civil romano, porque somente os agnatos entram na linha sucessória, sendo os únicos a herdar.”�
Poderia ocorrer a perda do estado de família (capitis deminutio mínima) quando uma pessoa independente se tornasse dependente, ou quando uma pessoa se transferisse de família ou se ausentasse dela.�
O bem de família presente no nosso ordenamento é uma herança desse tratamento que os romanos davam, pois na casa cultuavam seus deuses e ainda enterravam seus mortos.
Na obra “A Cidade Antiga”, de Numa Dennys Fustel de Coulange aprendemos muitas lições dos gregos e romanos: a impenhorabilidade do bem de família é explicada pelo fato de que a casa era inviolável, pois nela eram enterrados os antepassados e havia um culto aos mortos.
O casamento dos antigos se concretizava com o marido carregando no colo a esposa: uma introdução à religião doméstica ao pater familia. O casamento era baseado no afeto e não um “contrato” como no nosso direito.
No direito moderno, consideram-se pessoas tanto o homem, isoladamente como as entidades personificadas, isto é, certos grupos sociais que se denominam pessoas jurídicas�, essa personalidade se diferencia da pessoa em si, e pode ser entendida como a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
O primeiro a usar a palavra “Estado” foi florentino Nicolau Maquiavel (1568-1527) na obra denominada “O Príncipe”, em 1513. Todos os Estados que existem ou são repúblicas ou principados. Outro pioneirismo: duas formas republicana e monárquica. Em seguida o dramaturgo britânico William Shakespere na tragédia “Hamlet”, pela boca do personagem Marcelo que diz: “Há algo de podre no Reino(Estado) da Dinamarca”.
 O Estado é uma organização destinada a manter, a ordem pela aplicação do direito, as condições universais da ordem social.
Teoria Geral do Estado (Doutrina geral do direito público) por ser tomada ou como construção jurídica do Estado, das suas condições de existência e das suas manifestações vitais, ou (menos freqüentemente) como enquadramento do Estado na dupla perspectiva de realidade jurídica e realidade social� . Em qualquer dos casos, visa o Estado em, si ou, melhor, certo tipo de Estado, não este ou aquele Estado localizado.
Ambas estas disciplinas distinguem-se bem da Ciência do Direito constitucional, pois que não intentam reconstruir sistematicamente nenhum Direito constitucional positivo, nem perscrutar o sentido das suas normas para a aplicação aos casos concretos ou para delas tomem consciência os destinatários. Todavia, são com ela comunicáveis.
FORMAS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
	
O Estado constitui o mais alto grau na institucionalização do poder no plano interno de realidade política.
	Quadro de institucionalização nos planos internos e externos
	Plano interno de realidade política
Pré-estatal {Clã, Fátria e Tribo;
Estatal – Estado-Nação;
Subestatal { Colônia, Protetorado e Domínio;
Intraestatal { Partidos Políticos, Organizações Não-Governamentais, MST, Grupos religiosos;
Plano externo da realidade política
Interestatal {Nações Unidas, Organização dos Estados Americanos, Mercosul, Opep;
Supracional – União Européia; Cruz Vermelha, Crescente Vermelho, TPI;
Transnacional - Empresas multinacionais
ESTADO DE DIREITO
Atualmente se usa o nome “Estado democrático de direito” utilizado inicialmente pelo espanhol José Diaz, que previa a primeira fase em busca do comunismo, ou seja, preconizava como primeira etapa do socialismo na Constituição de Balanço�.
Onde houver sociedade haverá direito, disse Aristóteles há 2.500 anos. Tal assertiva é plenamente verdadeira. Vivendo em sociedade, o homem pode ficar privado do conforto material e das utilidades que a tecnologia oferece, como energia elétrica, automóvel e mesmo educação escolar ou emprego fixo. Com alguma dificuldade ele viverá. Sem um mínimo de ordem, porém, ou aquilo que Jeremias Bentham denominava “mínimo ético de convivência” a vida não seria possível por instante. A insegurança, a incerteza e os abusos destruiriam a sociedade quase na rapidez de um terremoto.
Por isso, dentre os atributos essenciais do Estado refulgem o poder amparado na força, e o Direito que modela o exercício desta.
Estado de Direito ou Estado Democrático de Direito, embora José Diaz tenha utilizado este último para o início da Constituição Dirigente na caminhada rumo ao socialismo.
A Constituição Brasileira entroniza um Estado Democrático de Direito (artigo 1.o., caput), cujas premissas serão encontradas em vários dispositivos, como o art. 4.o., cujos incisos II e VII preconizam, respectivamente, a prevalência dos direitos humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo, ou a soberania popular (art. 1.o., parágrafo único e 14). Uma ordem jurídica, já se vê, representa a cosmovissão do legislador constituinte num Estado em particular em dado momento histórico, não podendo haver duas ordens jurídicas idênticas sem prejuízo de identidade dos povos.
Assim, quando algumas Constituições adotam o sufrágio universal, como a brasileira (art. 14, caput), tal fato não desqualifica aquelas que na União norte-americana, adotam o sufrágio cultural.
Quando a maior parte das legislações ocidentais veda a poligamia, considerando-a, como crime, como faz o Código Penal (crime contra a família – art. 234), tal fato não pode servir de argumento para considerar o regime familiar do sultanato oriental, que permite aos homens a poligamia, desde que tenha condições financeiras. Baseados nas leis islâmicas, um muçulmano pode ter até quatro mulheres.
Existem alguns direitos humanos universais são violados por um suposto Direito, pois a questão merece uma melhor discussão.
De qualquer forma, podemos extrair alguns princípios da concepção dominante de Estado de Direito: 
princípio da supremacia da lei (rule of law), com a limitação do poder pelo direito positivo. Exemplo: no Brasil, a criação da pena de morte. Hierarquia normativa de Hans Kelsen: portaria da Faculdade ou a “Lei que proíbe o trem e apitar”
Legalidade e reserva legal (diferente da legalidade penal), mediante a qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei:
Irretroatividade da lei, para resguardo dos direitos adquiridos. Exceção é a lei penal;
Igualdade jurídica ou isonomia, pelo qual a lei vale para todos e, portanto, a todos deve ser aplicada. Princípio dos mais tormentosos no tocante a sua realização: idade para concurso: sexo para policial feminino: tamanho ou altura = Dragãozinho da independência:etnia para o concurso para o balé afro na Bahia.
Independência funcional dos magistrados, consolidado pelas garantias inerentes ao Judiciário: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos). 
A tais princípios acrescentem-se as garantias constitucionais de direitos: hábeas corpus e mandado de segurança e a responsabilidade dos agentes públicos quanto a prejuízos causados aos particulares.
O Hábeas Corpus garante a liberdade de locomoção. O direito
 declarado é a liberdade de ir, vir e ficar. Para assegurar esse direito existe o instrumento o remédio do art. 5. LXVIII – concerde-se-á Hábeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
	LXIX – Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoas jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O que é Direito? Sabemos que o vocábulo não é unívoco, mas plurívoco-analógo, ou seja, apresenta uma pluralidade de sentidos.
Por isso, a fim de conceituar Estado de Direito ou Estado Democrático de Direito, importa conceituar e justificar o que se entende por Direito.
Na origem: ius (de iustum), o que é por justiça devido a outrem. O direito para os romanos tinha o sentido de direção.
É preciso entender que a lei, Justiça e Direito nos tempos atuais. 
Sabemos que o Estado é uma sociedade necessária e condicionada das demais, e conhecemos, detalhadamente, sua evolução história. Como, porém, defini-lo? As definições são tantas quanto os autores que as formulam, a ponto de um grande publicista do século XIX, chamado Bastiat propor vultosa recompensa a quem formulasse um conceito de Estado unanimemente aceito.
 O próprio Hans Kelsen (1891-1973), inspirador da célebre doutrina pura do Direito, já advertia que a volumosa soma de definições do dificulta a precisão do termo, reduzindo-a mero juízo de valor, desprovido de caráter científico�.
Seja como for, não podemos deixar de fazer algumas referências a tais definições, colhendo-as na seara do próprio Direito ou da Sociologia.
Giorggio Del Vecchio define Estado, do ponto de vista jurídico, como “o sujeito da ordem jurídica, na qual se realiza a comunidade de vida de um povo”.
Para Georges Burdeau, eminente publicista, o Estado se forma quando o poder torna-se uma instituição, não se confundido mais com aquele que o encarna, mediante o fenômeno da institucionalização do p 
E o direito é o conjunto das condições existenciais da sociedade, que ao estado cumpre assegurar. 
O primeiro problema a ser enfrentado é o das relações entre Estado e Direito. 
Conceito de Estado – No Renascimento = sociedade política. É um produto histórico + fortes dominam. Desde os mais remotos tempos, seis mil anos atrás, na Pré-História, idade da pedra era dos metais existiam sociedades. Já o Estado Moderno, como visto, nasceu depois da Paz de Westfália, que colocou fim a Guerra dos 30 Anos. Em 1648, portanto, surge o Estado moderno.
Todos os indivíduos estão submetidos à regra de direito que se impõe aos governantes e governados.
As manifestações são legitimadas quando estão conforme o descrito. 
Fenômeno da coisificação do Estado – Hitler, Mussolini e Jozef Stalin.
Direito e Estado
Surgem duas teorias principais sobre as relações entre o Direito e o Estado.
Teoria dualística pela qual o Estado e o Direito são duas realidades distintas, não relacionadas, com dois mundos separados que se ignoram mutuamente;
Monística, que reduz o Estado e o Direito a uma só entidade, sendo ambos “unum et idem”. Esta teoria se biparte em outras duas, conforme seja o Direito considerado criador do Estado, como um “prius” deste.
Um jurista italiano, Santi Romano, afirmou a existência de uma pluralidade de ordens jurídicas, de um pluralismo jurídico. O Direito, diz Santi Romano, deve ser considerado não como um produto exclusivamente estatal, mas como um fenômeno verificável em toda as organizações, as quais, como o próprio Estado, são verdadeiros centros de produção de normas, mesmo porque onde houver sociedade, haverá direito. Para ele, ao lado do Estado existe uma pluralidade de outras instituições mais amplas ou mais restritas, assim ao lado do Direito Positivo ou Estatal se encontram o Direito Canônico (proíbe o divórcio, aborto – prevê pagamento de dízimo), os estatutos do PCC, máfia ou outros bandos organizados ou mesmo o MST ou MAST. Então prossegue Santi Romano, não só o Estado, mas qualquer grupo social, é fonte do Direito, e se o Direito estatal é Direito, nem por isso o Direito deve ser sempre e necessariamente estatal. Poder-se-ia acrescentar à tese de Santi Romano que o Estado somente aparece depois de um lento processo evolutivo, ao passo que as formas primitivas do Direito já regulavam a sociedade primitiva. 
O Estado surgiria tão-somente para servir e manter o Direito, portanto é o Direito que atribui e limita ao Estado seu poder de império. Depreende-se, da teoria de Santi Romano, que podem coexistir várias ordens jurídicas: um estatal, uma infra-estatal (sociedades civis e comerciais – cooperativas), uma supra-nacional (Mercosul, podemos viajar dentro da Argentina com RG; ONU, que muitas vezes impõe sanções ao Irã e Coréia do Norte por atividades nucleares; OEA – Tribunal Penal Internacional, que o Brasil é signatário por intermédio do Tratado de Roma e tem inclusive a participação efetiva com a Juíza Silvia Steiner) e uma paraestatal (indiferente ou contrária ao Estado). O MST estaria neste grupo quando contraria a lei, mas como cooperativa estaria sujeita a infra-estatal. ONGs, por exemplo, são para-estatais.
Contrário se posiciona a teoria monística, esposa, entre outros pelo filósofo Hans Kelsen e Alessandro Groppali.
Todavia, importante ressaltar que esses ordens infra, pára e supra estatais acabam influenciando: caso do aborto no Brasil, que é vedado pela Igreja(o divórcio foi aprovado as duras penas) e ainda a Emenda 45 que trouxe os tratados em nível Constitucional e ainda reconhece a jurisdição do Tribunal Penal Internacional, em Haia. Foram acrescentados dois parágrafos ao artigo 5. demonstrando que a ordem estatal é influenciada.
Kelsen que nasceu em Praga (austríaco da Checoslováquia, que fazia parte do Império Austro-húngaro da casas dos Habsburgos) – Teoria Pura do Direito afirma que Direito e Estado se confundem. O estudo do Direito e do Estado deve ser depurado, purificado de toda a contaminação emocional, ideologicamente livre, portanto desembaraçado de toda metafísica (conhecimento das causas primeiras e dos primeiros princípios; doutrina da essência das coisas; teoria das idéias; conhecimento geral e abstrato), não pode reconhecer a essência do Estado a não ser como uma ordem coercitiva de normas. Ora, se o Estado é um sistema normativo, não pode reconhecer a essência do Estado a não ser como uma ordem coercitiva de normas. Ora, se o Estado é um sistema normativo, não pode ser outra coisa que a própria ordem jurídica positiva (imposta), já que é impossível admitir a validade simultânea de várias ordens normativas igualmente coercitivas. O Estado vem a ser, como efeito, a personalidade da ordem jurídica.
A hierarquia normativa de Kelsen – a norma encontra seu fundamento de validade na norma anterior até chegar à Constituição, que ocupa o ápice da pirâmide. Há ainda a questão da norma hipotética fundamental.
Poderíamos complementar tal pensamento deduzindo o seguinte:
O Direito da sociedade arcaica, diluído no costume, se achava tão distante das formas claras, distintas e acabadas do o Direito atual, como sua organização estava longe do Estado moderno;
Nem por isso se negue o grande papel desempenhado pelo costume nas Constituições. Diga-se de passagem o costume pode influenciar a própria Constituição escrita orgânica, porexemplo, o caso célebre da reeleição, por uma terceira vez, dos presidentes da República nos EUA. Nos primeiros tempos de vigência da Constituição, o Presidente podia candidatar-se à reeleição quantas vezes quisesse. Bastos, contudo, que George Washington e, mais tarde Thomas Jefferson se recusassem a disputar uma terceira reeleição para que seus sucessores não se sentissem encorajados a fazê-lo. Quando, três quartos de séculos mais tarde, Ulysses Grant postulou sua reeleição pela terceira vez, sua candidatura fracassou. Tempo depois, uma exceção: Theodoro Roosevelt seria reeleito várias vezes, em face das vicissitudes da situação internacional. Depois disso, veio a Emenda XXII que vedaria expressamente o terceiro mandato.
O Direito é elaborado seguindo um roteiro traçado pelo Estado ou, pelo menos, reconhecido por este (processo de elaboração das leis – Brasil - arts. 59 e seguintes da Constituição – O Processo Legislativo) e processo judicial (na comow law – o precedente). Então, fora do Estado não pode haver direito;
A coercibilidade do Direito depende da atuação do Estado e, portanto, a atuação do Direito depende do Estado;
A formação originária do Direito nos tratados confederativos e na revolução triunfante tem por base os Estados contratantes ou Estado em que se impôs um novo regime político. Logo, tais fenômenos jurídicos supõem a existência do Estado.
Para Gropali fora do Estado não pode haver Direito. As normas que qualquer outra sociedade expedir para sua própria organização e funcionamento são normas de caráter meramente social, e somente se tornam jurídicas quando reconhecidas pelo Estado ou admitidas na ordem jurídica estatal.
Os grupos sociais menores que existem no Estado, diz Groppali, podem ser regulados por um sistema próprio de normas, mas estas somente serão consideradas como ordens jurídicas, válidas apenas no âmbito interno, pois, consideradas do lado de fora, isto é, do ponto de vista da ordem estatal, ficam imediatamente privadas de autonomia, pois se forem contrárias à ordem jurídica estatal, serão eliminadas.
Qualificar as normas como ajurídicas, antijurídicas ou jurídicas(derivado do latim juridicus, de jus (direito) e dicere (dizer), na significação em que é tido, como tudo o que é regular, que é legal, que é conforme o Direito.
A jurisdição indica a soma de atividades do juiz. Total competência ou poder do magistrado, encerra ou contém a compreensão de todos os elementos que a compõem: notio, coercio, judicium, imperium e executio.
O notio, entendida como o poder de conhecer a questão, derivada da competência do juiz, é a própria jurisdição, simplesmente considerada.
A coercio, a coerção judiciária, fundada no poder de conhecer a matéria e a julgar, entende-se o poder de sujeitar às regras legais o objeto da questão e as pessoas que delam participam.
O judicium, que promove praticamente o exercício da jurisdição, ou a atividade do Juiz ou da autoridade, mostra-se na formação da discussão, pela qual se promove o esclarecimento da demanda, para elucidação da verdade.
O imperium, elemento gerador da jurisdição, exprime a delegação do poder de julgar, provinda do Estado, pela qual se investe a autoridade administrativa ou judicial da atribuição e competência necessárias, para cumprir e realizar sua missão.
A executio, resultando do próprio poder de julgar conferido, é o poder de fazer cumprir a decisão tomada, em solução do que se levou ao conhecimento da autoridade, para seu julgamento.
As normas podem ser até análogas ao do Estado, uma quadrilha ou um movimento terrorista, mas nunca serão idênticas, pois não são verdadeiras, autênticas normas jurídicas. Ao contrário disso, são violações. Seus membros agem em aberto contraste com a ordem jurídica que tutela determinados valores sociais. Groppali diz que somente tendo como referência o Direito estatal é que podemos qualificar como ajurídicas, antijurídicas (descrição de uma conduta delitiva por parte do legislador) ou jurídicas nas várias ordens normativas existentes.
Em face de uma longa evolução histórica, ao cabo da qual seu poder tornou-se soberano (do latim superanus, supremacia), o Estado se impôs como entidade dotada de um poder incontrastável no âmbito interno, assegurando para si, com hegemonia, o monopólio da criação das normas jurídicas.Santi Romano afirmou serem jurídicas as normas do Direito Internacional e do Direito Canônico. Todavia, tem eficácia apenas para os fieis e olhe lá, mas serve de balizamento. Camisinha, controle da natalidade, homosexualismo, por exemplo. 
	No Brasil, há um Estado Democrático e Social de Direito, o que significa uma supremacia do direito, de acordo com a lição de Cezar Saldanha Souza Júnior: “acolhida na Constituição, por consenso da comunidade, de valores éticos supremos do direito como fins últimos da convivência política e – a partir daí – a sujeição ao ordenamento jurídico vigente, por meio de técnicas normativas adequadas, da organização e do funcionamento do Estado e de toda a vida social”.
Na tradição romano-canônica, comum nos países da Europa Ocidental (Itália, França, Alemanha e Espanha, por exemplo), o direito encontra a sua primeira e mais clara expressão na lei, em um ato formal promanado do Poder Legislativo, partindo-se de uma legitimação material da ordem jurídica, tendo como modelo o Corpus Iuris Civilis de Justiniano, donde se deduz, do abstrato ao concreto, o direito a ser observado. O instrumento de que se vale o jurista para tanto é a legislação, sendo a norma fundamental do sistema jurídico a legalidade. Portanto, o conceito de Estado Democrático de Direito Social deve ser entendido como uma estrutura jurídica e política, e como uma organização social e popular, na qual os direitos sociais e trabalhistas são tratados como direitos fundamentais. Os direitos sociais encontrar-se-iam sob a guarda de garantias institucionais, que os defendessem do interesse privado.
 
� A liberdade dos modernos somente será efetivada com as Revoluções dos Estados Unidos e da França, com as primeiras constituições.
� CRETELLA JÚNIOR , José. Ob. cit. .p. 49. 
� VENOSA, Silvio De Salvo. Ob. cit..p.132.
� CRETELLA JÚNIOR, José. Ob. cit.. p. 100. 
� VENOSA, Silvio De Salvo Ob. cit. .p.136.
� CRETELLA JÚNIOR, José Ob. cit. p. 108.
� VENOSA, Silvio De Salvo. Ob. cit. .p.137.
� VENOSA, Silvio De Salvo. Ob. cit..p.130
� Soares, Mário Lúcio Quintão. Teoria do Estado, p.29.
� Gomes Canotilho, José Joaquim. Constituição Dirigente e Poder Vinculador. 
� Kelsen, Hans. Teoria general del Estado, p. 3-4.
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