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Aula-Nação

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NAÇÃO
Para muitos autores a nação não pode ser satisfatoriamente definida, porque, como afirma Sestan, ela ostenta “caráter fugaz, plurissignificante e até equívoco”. 
Certo, porém, é que a nação não se confunde com o Estado, pois este envolve um conceito eminentemente jurídico, ao passo que aquela envolve um conceito sociológico. Com efeito, o Estado pode surgir abruptamente, mantendo-se graças à coação exercida sobre os cidadãos ou súditos, mas a nação somente se forma mediante a demorada gestação. Existe no Oriente uma Nação Palestina, mas não existe um Estado. Os curdos também formam uma nação espalhados pelo Iraque, Irã, Turquia e outros. Portanto, a nação pode existir sem Estado. País Basco, Tibet e mesmo Israel antes da criação do Estado.
 Possuir glórias comuns no passado e vontade comum no presente; ter realizado grandes obras em conjunto e querer realizá-las ainda, eis a condição para ser um poço.
O conceito de Nação é essencialmente de ordem subjetiva, enquanto o conceito de Estado é necessariamente objetivo�. Queiroz Lima define; O Estado é a Nação politicamente organizada.
Para a existência da nação, devem comparecer motivos de ordem social, moral e histórica, por via dos quais os indivíduos humanos, devidamente agrupados, apresentam aquilo que se convencionou chamar de “parentesco espiritual”�. De fato, nos seios da nação, os elos aproximativos são tão fortes, evidentes e poderosos, que acabam por determinar a unidade grupal.
Inicialmente, principalmente depois do DNA, deve-se descartar a raça como elemento importante. Na verdade, não há só uma raça pura e, como adverte Renan, “assentar a política na análise etnográfica é pretender assenta-la sobre uma quimera”.
Os alemães falavam em raça ariana, raça pura, superior as demais, mas mesmo o líder do nazismo não era o típico loiro, alto e de olhos azuis.
A Nação é realidade eminentemente sociológica, que se forma com o passar do tempo, até que se sedimente aquele espírito nacional oriundo das tradições e costumes comuns. Por isso, Hans Kelsen distingue, com sutileza entre o povo e nação: “a noção de povo não se refere às qualidades físicas ou psíquicas dos homens" . O povo, como objeto de estudo da Teoria Geral do Estado, é entidade puramente normativa. 
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ELEMENTOS FORMADORES PRÉ-JURÍDICOS:
Elementos naturais: língua, nação e território. O idioma é importante para a formação de algumas nações, mas para outros não. A Índia, por exemplo, tem 12 línguas oficiais e cerca de 225 dialetos, enquanto que a Suíça tem quatro: francês, italiano, romani e alemão. O Canadá, por sua vez, é bilíngüe, adotando como idiomas oficiais o inglês e o francês. Todavia, o português foi muito importante para a formação da nação brasileira, como o inglês para a construção dos Estados Unidos da América do Norte, onde antes mesmo da criação do Estado, as 13 colônias tinham no rei e no idioma um ponto importante, juntamente com a religião. No caso da Alemanha, a tradução da Bíblia por Martinho Lutero foi de fundamental importância para a criação de um Estado, que tem duas religiões: católicos e protestantes.
O território ainda não está delimitado, mas mesmo os índios que mudam suas malocas, como os Yanomami delimitam seu espaço mínimo de sobrevivência. Tanto que a Constituição assegura um dispositivo sobre as terras indígenas.
A própria nação é elemento natural, pois esse sentimento vai surgir naturalmente, impulsionado por diferentes fatores.
Elementos históricos: costumes, tradições, religião e leis.
A palavra costume deriva do latim “consuetudo”, designando o vocábulo tudo que se estabelece por força do hábito ou do uso�. Embora se tente fazer diferença entre uso e os costumes, tecnicamente, revelam-se equivalentes, sendo sinônimos. Contudo, costume aplica-se mais especialmente aos procedimentos particulares das pessoas, em cujo sentido se diz “bons costumes ou maus”. O costume vem a ser demonstrar princípio ou regra não escrita que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de todas as pessoas que admitem a sua força como a norma a ser seguida para determinados atos.
A palavra tradição tem origem no latim “traditio”, de tradere, que significa dar em mão, entregar e passar a outro�. É a transmissão, ou a passagem de fatos, ou de coisas, de pessoas. Em regra, a tradição importa na transmissão de fatos ou revelações das coisas pela memória, traduzindo assim o etimológico sentido: tradere – dar em mão, transmitir oralmente. 
	Religião – Para algumas nações, a religião foi o elo de ligação. Exemplo disto é a Índia, que inclusive depois do Império Britânico, se dividiu em três estados, pois existiam duas ou três nações. Os hindus eram maioria, mas existiam também muçulmanos, que acabaram sendo divididos em duas nações e depois dois Estado Bangladesh e Paquistão. Os primeiros falavam “bangalin” e os paquistaneses “urdu”.
	
Leis – Vale ressaltar que o rei João Sem terra quando assinou a Magna Carta Libertatum reconheceu entre outros direitos dos nobres, o julgamento pela lei da terra.
Elemento psicológico: consciência nacional ou aspirações comuns.
� Maluf, Said. Teoria Geral do Estado, p.15.
� Menezes, Aderson de. Teoria Geral do Estado,, p.136.
� Silva, De Plácido. Vocabulário Jurídico, Editora Forense, 1999, 16.ª ed. , p. 228.
� Silva, De Plácido. Vocabulário Jurídico, Editora Forense, 1999, 16.ª ed. P,. 825.

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