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FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA N°08 BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 DOSAGEM DE UREIA E CREATININA ADRIANE SANTOS ARIELY LIRIO S. LACERDA JOSÉ MARIA BARCELOS NAYANE BREDA S. GOMES RAISLANY AMARO G. CRUZ CARIACICA/ES 2015 FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 2 de 9 1. OBJETIVOS Dosar os níveis de ureia e creatinina em amostra de sangue humano. 2. INTRODUÇÃO A ureia é sintetizada pelo fígado a partir da amônia, possui baixo peso molecular e é um soluto permeável que uma vez formado, através do sistema vascular é transportado do fígado e se difunde passivamente e rápido para todos os compartimentos líquidos do corpo; tem uma concentração semelhante no líquido intracelular e extracelular, no soro, no plasma e no sangue. A ureia se difunde para a luz intestinal é hidrolisada em amônia por bactérias intestinais que produzem uréase, e a amônia é reabsorvida e convertida em uréia pelo fígado (OLIVEIRA, 2004). Para Almeida (2014) a ureia é o principal metabolismo nitrogenado derivado da degradação de proteínas pelo organismo, sendo que 90% do que é excretado pelos rins correspondem a aproximadamente 75% do nitrogênio não proteico excretado, o restante da uréia é eliminado basicamente pelo trato gastrointestinal e través da pele. Conforme Oliveira (2004) a creatinina é formada irreversivelmente pelo metabolismo não enzimático da fosfocreatina e da fosfocreatina no músculo, não é um produto resultante da quebra de aminoácidos como a uréia. Argemina e glicina são os aminoácidos que se combinam para formar guanidoacetato no pâncreas, intestino delgado e fígado. No fígado é fornecido pela metionina um grupo metil para conversão do guaninoacetato a creatinina. Ela circula na corrente sanguínea e é captada pelos músculos, onde armazena na forma de fosfocreatina a energia. Também está envolvida no metabolismo energético, principalmente na estabilização de ligações de fosfato de alta energia. A decomposição a creatina é a única reação catabólica sofrida por ela. Segundo ALMEIDA (2014) ”A avaliação da ureia e da creatinina realizada conjuntamente caracteriza sua importância clínica que auxiliam no diagnóstico de comprometimento renal.” FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 3 de 9 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1. UREIA A ureia é a principal forma excretada de nitrogênio proveniente do catabolismo proteico. É produzida no fígado e eliminada na urina por filtração renal. A dosagem da ureia constitui a forma mais grosseira de avaliação da função renal. Assim, a insuficiência renal de qualquer causa leva à elevação do valor normal desse exame. No entanto, a insuficiência hepática pode se manifestar com títulos inferiores aos valores normais. A dosagem de ureia é um exame normalmente solicitado na avaliação pré-operatória de pacientes e deve ser avaliada juntamente com a creatinina (KRIGER et al., 2013). 3.2. CREATININA A creatinina é eliminada do plasma por filtração glomerular, o que ocorre dentro do rim. Sua eliminação também ocorre de forma ativa quando seu nível sanguíneo aumenta consideravelmente. Assim, na insuficiência renal sempre ocorre o aumento da concentração de ureia de forma precoce ao aumento da creatinina, uma vez que esta é facilmente excretada. Porém, valores elevados de creatinina podem ser encontrados quando aproximadamente 50% da função renal tenha sido prejudicada (KRIGER et al., 2013). 4. MATERIAIS E MÉTODOS Kit Creatinina K; Kit Ureia; Espectrofotômetro; Pipetas e ponteiras; Centrifuga; Cronômetro; Tubos de ensaio; FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 4 de 9 Banho-maria. 4.1. PROCEDIMENTOS Antes da realização de todo procedimento para realização dessa técnica todos os materiais necessários foram separados cuidadosamente para que se tenha uma precisão e um bom manuseio de todo material, para que todos estejam em alcance. Primeiramente foram separados três tubos de ensaio em uma galeria, esses tubos foram identificados, além dos reagentes que foram colocados em cima da bancada juntamente com as pipetas e ponteiras para que todo procedimento seja bem sucedido e realizado com precisão. É de grande importância que todo o procedimento seja feito de acordo com a bula, a realização das pipetagens sempre devem ser realizadas com muita eficiência e as misturas dos reagentes com o mesmo tempo de intervalo, dessa forma pode-se garantir uma boa contagem pelo aparelho. 4.1.1. PREPARO DO PICRATO ALCALINO Misturar quatro volumes que corresponde 800 microlitros do reagente NaOH em um tubo de ensaio. Acrescentar um volume que corresponde 200 microlitros de Ácido Pícrico. 4.1.2. PROCEDIMENTO COM DESPROTEINIZAÇÃO Misturar 0,2 ml de soro juntamente com 0,4 ml de ácido pícrico. Agitar; Centrifugar durante 10 minutos em 3000 rpm. Em outro tubo de ensaio pipetar 0,8 ml do sobrenadante. Misturar e aspirar imediatamente. 4.1.3. PROCEDIMENTO DIRETO FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 5 de 9 Ajustar o fotômetro. Adicionar 0,10 mL de padrão ou amostra a 1,0 mL de picrato alcalino. Misturar e aspirar imediatamente. 5. RESULTADOS Obtivemos os seguintes resultadas da dosagem de cretina de 48 mg/dL, muito acima dos níveis considerados normais que são 0,4 a 1,4 mg/dl, é ate incompatível com a vida e o de uréia foi 36,75 mg / dL que também está acima do valores de referencia que são 0,60 a 1,30 mg/dL. Para se chegar a esses valores se fez três cálculos o de media de absorbância do padrão e media da absorbância da amostra e depois se dividiu a amostra pelo padrão e multiplicou pelo fator de calibração, os cálculos estão sendo demonstrado nas tabelas 1 de creatinina e 2 de uréia. Calculo 1 ( absorbância do padrão e amostra da creatinina ) ΔAp = A2 –A1:. 0,13-0,120 =0,010 ΔAa = A2 –A1:. 0,035-0,155=0,120 (creatinina não conjugada)= ΔAa/ΔAp x 4mg/dL :. 0,120/0,010 x 4 = 48mg/Dl (creatinina conjugada) = 48-0,25 = 47,75 mg/dL Tabela 1: se calculo tanto creatina conjugada como a não conjuga, pois se fez os dois tipos de procedimento. FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 6 de 9 Tabela 2: cálculos da uréia para se saber o valor da uréia da amostra. 6. DISCUSSÃO Creatinina e ureia: Os resultados desta análise apresentou um valor muito alto de acordo com o valor referência, que condiz ser incompatível com a vida. Provavelmente isto se deve ao manuseio errôneo durante a manipulação do exame, ou ainda uma leitura equivocada dos padrões, que são utilizados para os cálculos, e por ser um reagente vencido, influenciando diretamente nos resultados finais para as amostras. As amostras apresentam valor muito acima do valor de referência. Isto ocorreu, certamente, devido ao preparo errôneo das misturas padrões, ou pela modificação dasua qualidade, o que influenciou diretamente nos resultados. Elevações dos valores dessas duas substâncias são a principal forma de se diagnosticar precocemente doenças renais. Creatinina: Essa substância não é formada pelo metabolismo corporal, sendo apenas um resultado do metabolismo da creatina (proveniente dos músculos). Portanto, a creatinina relaciona-se diretamente com a massa muscular. A concentração da creatinina no Calculo 2 ( cálculos da uréia ) Uréia = 0,084 x Fc (1077) = 90,47 mg/dL Fc = (P) /p1 –p2 :. Fc = 70/0,160 = 437,50 Uréia = 0,084 x 437,50= 36,75 mg/dL Uréia (A1-A2/P1-P2) x (padrão) Uréia :. 0,084 / 0,160 x 70 mg/dL= 36,75 mg/dL FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 7 de 9 sangue de indivíduos normais é praticamente constante, apresentando uma variação em relação ao sexo e ao volume de massa muscular. Por isso, seus valores costumam ser maiores nos homens e nos atletas do que na mulheres, nas crianças e nos idosos. Normalmente, sua excreção não é afetada pela dieta. Seus níveis sanguíneos aumentam à medida que ocorre a diminuição da filtração do sangue pelos rins. Por isso, é utilizada como marcador da função renal. Se os rins não estão conseguindo eliminar a creatinina produzida diariamente pelos músculos, eles provavelmente também estarão tendo problemas para eliminar diversas outras substâncias do nosso metabolismo, incluindo toxinas. A creatinina está aumentada na insuficiência renal (falência aguda e crônica dos rins), doenças musculares (agudas e crônicas), por ação de medicamentos (anti-hipertensivos, antibióticos, ácido acetilsalicílico, entre outros), dietas ricas em carne vermelha, etc. Os valores da creatinina podem estar diminuídos durante a gestação e nas doenças hepáticas (agudas e crônicas). Geralmente, a creatinina sérica aumenta 1 a 2 mg/dia na lesão renal aguda, mas pode ultrapassar 5 mg/dia em pacientes com rabdomiólise grave em decorrência de decomposição maciça do músculo esquelético. Em pacientes com glomerulonefrite aguda e rapidamente progressiva, 90% da função renal pode ser perdida em algumas semanas a meses devido à destruição glomerular e se manifesta como um aumento "galopante" da creatinina sérica. Ureia A ureia é um produto da destruição de proteínas. Gerada no fígado, é a principal fonte de excreção do nitrogênio do organismo, sendo que a sua maior parte é excretada pela urina, sendo que pequenas quantidades podem ser excretadas pelo suor e degradadas por bactérias intestinais. Grande parte da ureia filtrada pelos rins é reabsorvida. No indivíduo saudável, sua concentração varia de acordo com diferentes fatores tais como o conteúdo de proteínas da dieta e a hidratação. Por isso, a ureia é um marcador de função renal, menos confiável que a creatinina. FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 8 de 9 A dosagem de ureia no avaliar a função renal porque a ureia é uma substância filtrada pelos rins. Quando nosso organismo quebra as moléculas de proteína que serão direcionadas aos músculos, ele também produz algumas substâncias que não são aproveitadas pelo corpo entre essas substâncias esta a ureia. A ureia é um combinado de substâncias como nitrogênio, carbono, hidrogênio e oxigênio. A ureia então percorre a corrente sanguínea até os rins, onde será filtrada e eliminada na urina e quando os rins não estão funcionando bem, a filtragem da ureia é comprometida. Isso quer dizer que boa parte da ureia produzida não será excretada na urina, permanecendo no sangue. Os valores de ureia estão aumentados insuficiência renal (falência aguda e crônica dos rins), dieta rica em proteínas, tumores, infarto do miocárdio, trauma, infecções, uso de cortiço esteroides, etc. Os valores de ureia poderão estar diminuídos em casos de desnutrição, dieta pobre em proteínas, insuficiência hepática, gestação, doença celíaca, etc. 7. CONCLUSÃO Concluímos que a verificação dos níveis de ureia e creatinina são essenciais para verificar a função renal de possíveis sinais patológicos. FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS BIOQUÍMICA CLÍNICA 2015/2 Página 9 de 9 8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALMEIDA, M.L.DOSAGEM DE UREIA E CREATININA EM SORO HUMANO TRAVÉS DA TÉCNICA DE ESPECTROSCOPIA RAMAN COMPARADA COM O MÉTODO BIOQUÍMICO. Dissertação (mestrado em Bioengenharia). 57p. São josé dos campos, universidade são Camilo Castelo Branco, 2014. OLIVEIRA, S.T. ALTERÇÕES DE COMPOSTOS NITROGENADOS NÃO- PROTÉICOS EM CÃES E GATOS.( transtornos metabólicos dos animais domésticos. Ciências veterinária).17 p. Rio Grande do Sul.UFRGS,2004. KRIGER, L; MOYSES, S.T; MOYSES, S.T. Semiotécnica, diagnostico e tratamento das doenças de boca. São Paulo: Artes Médica, 2013.