Prévia do material em texto
Engenharia de Controle e Automação Disciplina: Fenômenos de Transporte Cinemática dos Fluidos Prof. Dr. Carlos Augusto Bauer Aquino Cinemática dos Fluidos DEFINIÇÃO É a ramificação da mecânica dos fluidos que estuda o comportamento de um fluido em uma condição de movimento. ➢ É um dos ramos mais complexos da Mecânica dos fluidos. ➢ Situações de importância prática podem ser representados por modelos idealizados. Cinemática dos Fluidos REGIMES OU MOVIMENTOS VARIADO E PERMANENTE Regime Permanente: é aquele em que as propriedades dos fluidos são invariáveis em cada ponto com o passar do tempo. ✓ As propriedades dos fluidos podem variar de ponto para ponto, desde que não haja variação com o tempo. ✓ Apesar do fluido estar em movimento, a configuração de suas propriedades em qualquer instante permanece a mesma Cinemática dos Fluidos ➢ REGIME PERMANENTE: Nível Constante Cinemática dos Fluidos REGIMES OU MOVIMENTOS VARIADO E PERMANENTE Regime Variado: é aquele em que as condições do fluido em alguns pontos ou regiões de pontos variam com o passar do tempo. Cinemática dos Fluidos ESCOAMENTOS LAMINAR E TURBOLENTO Para definir esses dois tipos de escoamento, recorremos a experiencia de Reynolds. Cinemática dos Fluidos ESCOAMENO LAMINAR • As partícula movimentam-se sem agitações transversais. • Ocorrem a baixas velocidades e em fluidos com grande viscosidade • As partículas se deslocam em laminas individualizadas, sem troca de massa entre elas. • É o menos comum na prática, pode ser visualizado num filete de água de uma torneira pouco aberta. Cinemática dos Fluidos ESCOAMENO TURBULENTO • É caracterizado por movimentos aleatórios macroscópico, isto é, a velocidade apresenta componentes transversais ao movimento do conjunto do fluido. • Movimento desordenado das partículas de fluido. Cinemática dos Fluidos NÚMERO DE REYNOLDS • Reynolds verificou que o fato do movimento ser Laminar ou Turbulento depende do valor adimensional que corresponde a razão entre as forças de inércia e as forças devido a viscosidade. • O número de Reynolds relativo ao escoamento de um liquido pode ser calculado em função do coeficiente de viscosidade dinâmico e a massa especifica do líquido. Cinemática dos Fluidos NÚMERO DE REYNOLDS 𝑹𝒆 = 𝑫. 𝝆𝑽 𝝁 𝑹𝒆 = 𝑫. 𝑽 𝒗 D = diâmetro da tubulação 𝝆 = densidade (massa específica) V = velocidade 𝝁 = viscosidade absoluta 𝒗 = Viscosidade cinemática Cinemática dos Fluidos UTILIZAÇÃO DO NÚMERO DE REYNOLDS • É usado como critério para definir se o tipo de escoamento é laminar ou turbulento. Re 2400 → Escoamento Turbulento Cinemática dos Fluidos TRAJETÓRIA E LINHA DE CORRENTE ▪ Trajetória é o lugar geométrico dos pontos ocupados por uma partícula em instantes sucessivos. Cinemática dos Fluidos TRAJETÓRIA E LINHA DE CORRENTE ▪ Linha de corrente num escoamento é uma linha tal que a velocidade em todos os seus pontos é tangente à linha. Cinemática dos Fluidos TUBO DE CORRENTE ▪ É a superfície de forma tubular formada pelas linhas de corrente que se apoiam numa linha geométrica fechada qualquer. Propriedades dos Tubos de Corrente a) São fixos quando o regime é permanente. b) São impermeáveis à passagem de massa, isto é, não existe passagem de partículas de fluido através do tubo de corrente. ▪ Os tubos são fixos quando o regime for permanente. Cinemática dos Fluidos ➢ ESCOAMENTO UNIDIMENSIONAL • É unidimensional quando uma única coordenada é suficiente para descrever as propriedades do fluido. Para que isso aconteça, é necessário que as propriedades sejam constantes em cada seção. Cinemática dos Fluidos ➢ ESCOAMENTO UNIDIMENSIONAL • A velocidade é a mesma em qualquer ponto, sendo suficiente fornecer seu valor em função da coordenada x para obter sua variação ao longo do escoamento. (escoamento uniforme) • Ocorre nos fluidos ideais ( sem viscosidade, não tem aderência) Cinemática dos Fluidos ➢ ESCOAMENTO BIDIMENSIONAL • A variação da velocidade é função das coordenadas x e y. Nesse escoamento, o diagrama de velocidades repete-se identicamente planos paralelos ao plano x,y. Cinemática dos Fluidos ➢ ESCOAMENTO TRIDIMENSIONAL Cinemática dos Fluidos VAZÃO – VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO ▪ Representa a quantidade de liquido que atravessa secção do escoamento por unidade de tempo. Define-se vazão em volume Q como o volume de fluido que atravessa uma certa seção do escoamento por unidade de tempo. Cinemática dos Fluidos VAZÃO – VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO ▪ Representa a quantidade de liquido que atravessa secção do escoamento por unidade de tempo. A vazão pode ser medida em: • VOLUME (Q) • MASSA (Qm) • PESO (QG) Cinemática dos Fluidos VAZÃO EM VOLUME (Q) 𝑸 = ∀ ∆𝒕 ∀ = volume 𝑸 = 𝑨. 𝒅 ∆𝒕 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑉𝑚 = 𝑑 ∆𝑡 𝑸 = 𝑽𝒎 . 𝑨 ▪ Volume de Fluido que atravessa uma certa seção do escoamento unidade de tempo. Cinemática dos Fluidos VAZÃO EM MASSA (Qm) 𝑸𝒎 = 𝒎 ∆𝒕 Cinemática dos Fluidos VAZÃO EM PESO (QG) 𝑸𝑮 = 𝑮 ∆𝒕 Cinemática dos Fluidos RELAÇÃO ENTRE VAZÃO EM VOLUME (Q), MASSA (Qm) e PESO (QG) 𝑸𝒎 = 𝒎 ∆𝒕 𝑸𝒎 = 𝝆. ∀ ∆𝒕 𝑸𝒎 = 𝝆. 𝑸 𝑸𝑮 = 𝑮 ∆𝒕 𝑸𝑮 = 𝒎. 𝒈 ∆𝒕 𝑸𝑮 = 𝒈 . 𝑸𝒎 𝑸𝑮 = 𝒈 . 𝑸𝒎 𝑸𝑮 = 𝒈 . 𝝆 . 𝑸 𝑸𝑮 = 𝜸 . 𝑸 Cinemática dos Fluidos VAZÃO – VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO A equação Q = v . A, seria verdadeira se a velocidade fosse constante na seção. • Na maioria das situações o escoamento não é lineal (unidimensional). • A velocidade vai de zero, em contato com as paredes da tubulação, até um valor máximo no centro da tubulação. Introdução a Cinemática dos Fluidos COMO CALCULAR A VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO ? 𝒅𝑸 = 𝑽 𝒅𝑨 • Vazão no elemento de área dA. integrando න 𝑨 𝒅𝑸 = න 𝑨 𝑽𝒅𝑨 𝑸 = න 𝑨 𝑽𝒅𝑨 (Vazão total) 𝑸 = 𝑨 𝑽 𝒅𝑨 = 𝑽𝒎é𝒅 . 𝑨 Cinemática dos Fluidos VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO 𝑸 = න 𝑨 𝑽 𝒅𝑨 = 𝑽𝒎 . 𝑨 Dessa igualdade surge a expressão para o cálculo da velocidade média na seção: 𝑽𝒎é𝒅. = 𝑽𝒅𝑨 𝑨 Cinemática dos Fluidos VELOCIDADE MÉDIA NA SEÇÃO - EXEMPLOS 1 – Determinar a velocidade média correspondente ao diagrama de velocidades a seguir. Supor que não haja variação da velocidade segundo a direção normal ao plano da figura (escoamento bidimensional). Cinemática dos Fluidos PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA MASSA • Em um tubo de corrente num escoamento permanente , onde não existam no seu interior fontes ou sumidouros. • A massa de liquido que entra e a que sai do tubo no mesmo tempo são iguais. • A massa no interior do tubo permanece constante. Cinemática dos Fluidos EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE PARA REGIME PERMANENTE • No tubo massa na entrada igual a massa na saída, no mesmo intervalo de tempo. Qm1 = Qm2 (vazão mássica) ρ1. Q1 = ρ2.Q2 ρ1. V1.A1 = ρ1. V2.A2 (ρ1 = ρ2 → constante e fluido incompressível) V1.A1 = V2.A2 Cinemática dos Fluidos - Exemplos EXEMPLOS 2 – Um gás escoa em regime permanente no trecho de tubulação da figura. Na seção (1), tem-se A1 = 20 cm², ρ1 = 4 kg/m³ e v1 = 30 m/s. Na seção (2), A2 = 10 cm² e ρ2 = 12 kg/m³. Qual é a velocidade na seção (2)? Cinemática dos Fluidos - Exemplos 3 – O Venturi é um tubo convergente/divergente, como é mostrado na figura. Determinar a velocidade na seção mínima (garganta) de área 5 cm², se na seção de entrada de área 20 cm² a velocidade é 2 m/s. O fluido é incompressível. Cinemática dos Fluidos - Exemplos 4 – No escoamento laminar de um fluido em condutos circulares, o diagrama de velocidade é representado pela equação: 𝑣 = 𝑉𝑚𝑎𝑥 1 − 𝑟 𝑅 2 , onde Vmax é a velocidade no eixo do conduto, R é o raio do conduto e r é um raio genérico para o qual a velocidade v é genérica.Verificar que (Vm/Vmax) = 0,5, onde Vm = velocidade média na seção. Cinemática dos Fluidos - Exemplos 5 – Um gás (γ = 5 N/m³) escoa em regime permanente com uma vazão de 5 kg/s pela Seção A de um conduto retangular de seção constante de 0,5 m por 1 m. Em uma seção B, o peso específico do gás é 10 N/m³. Qual será a velocidade média do escoamento nas seções A e B? (g = 10 m/s²) Cinemática dos Fluidos - Exemplos 6 – Um tubo admite água (ρ = 1000 kg/m³) num reservatório com uma vazão de 20 L/s. No mesmo reservatório é trazido óleo (ρ = 800 kg/m³) por outro tubo com vazão de 10 L/s. A mistura homogênea formada é descarregada por um tubo cuja seção tem uma área de 30 cm². Determinar a massa específica da mistura no tubo de descarga e sua velocidade. Cinemática dos Fluidos - Exemplos 7 – O tanque maior da figura abaixo permanece em nível constante. O escoamento na calha tem uma seção transversal quadrada e é bidimensional, obedecendo à equação V = 3y². Sabendo que o tanque (B) tem 1m³ e é totalmente preenchido em 5 segundos e que o conduto circular tem 30 cm de diâmetro, determinar: a) A velocidade média na calha quadrada; b) A vazão no conduto circular de 30 cm de diâmetro; c) A velocidade máxima na seção do conduto circular de 30 cm de diâmetro. Fenômenos de Transporte Referencias - Fenômenos de transporte – Eduardo Emery Cunha Quites - Fenômenos de transporte – Centro Universitário Catolico, UniSalesiano. - Dequi.eel.usp.br/~cortez/Mec_Flu_Aula-1.pdf - http://www.engbrasil.eng.br Slide 1: Engenharia de Controle e Automação Disciplina: Fenômenos de Transporte Cinemática dos Fluidos Slide 2: Cinemática dos Fluidos Slide 3: Cinemática dos Fluidos Slide 4: Cinemática dos Fluidos Slide 5: Cinemática dos Fluidos Slide 6: Cinemática dos Fluidos Slide 7: Cinemática dos Fluidos Slide 8: Cinemática dos Fluidos Slide 9: Cinemática dos Fluidos Slide 10: Cinemática dos Fluidos Slide 11: Cinemática dos Fluidos Slide 12: Cinemática dos Fluidos Slide 13: Cinemática dos Fluidos Slide 14: Cinemática dos Fluidos Slide 15: Cinemática dos Fluidos Slide 16: Cinemática dos Fluidos Slide 17: Cinemática dos Fluidos Slide 18: Cinemática dos Fluidos Slide 19: Cinemática dos Fluidos Slide 20: Cinemática dos Fluidos Slide 21: Cinemática dos Fluidos Slide 22: Cinemática dos Fluidos Slide 23: Cinemática dos Fluidos Slide 24: Cinemática dos Fluidos Slide 25: Cinemática dos Fluidos Slide 26: Introdução a Cinemática dos Fluidos Slide 27: Cinemática dos Fluidos Slide 28: Cinemática dos Fluidos Slide 29: Cinemática dos Fluidos Slide 30: Cinemática dos Fluidos Slide 31: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 32: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 33: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 34: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 35: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 36: Cinemática dos Fluidos - Exemplos Slide 37: Fenômenos de Transporte