Buscar

N1 FISIO II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FISIOLOGIA II – FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL 
O Trato alimentar abastece o corpo com suprimento continuo de água, eletrólitos, vitaminas e nutrientes. Isso requer: 
Movimentação do alimento pelo trato alimentar;
Secreção de soluções digestivas e digestão de alimentos;
Absorção de água, diversos eletrólitos, vitaminas e produtos da digestão;
Circulação de sangue nos órgãos gastrointestinais para o transporte de substâncias absorvidas;
Controle de todas essas funções pelo sistema nervoso e hormonal locais.
A parede intestinal possui as seguintes camadas, de fora para dentro: Serosa, Camada muscular lisa longitudinal, Camada muscular lisa circular, submucosa e mucosa. Além disso encontramos feixes de fibras musculares lisas na muscular da mucosa. 
Pela disposição das fibras musculares no decorrer no tubo alimentar, cada camada muscular funciona como um sincício, ou seja, quando o potencial de ação é disparado em qualquer ponto na massa muscular, ele, em geral se propaga em todas as direções do músculo. 
Atividade Elétrica do Músculo Liso Gastrointestinal 
Esse músculo é excitado por atividade elétrica intrínseca, continua e lenta, nas membranas das fibras musculares. Essa atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas, são eles: 
Ondas lentas: Não são potenciais de ação, são variações lentas e ondulantes do potencial de repouso da membrana (por volta de -40 milivolts). As ondas lentas não causam, por si só, contração muscular por estarem abaixo do potencial de ação da membrana, mas estimulam o disparo dos potenciais em ponta, e estes, de fato, provocam a contração muscular. A causa delas é desconhecida, mas parecem ser causadas por interações complexas entre as células intersticiais de Cajal (marca-passo elétrico).
 Potencias de ponta: São verdadeiros potenciais de ação e ocorrem automaticamente quando o potencial de repouso da membrana do músculo liso gastrointestinal fica mais positivo que -40 milivolts. Portanto, toda vez que os picos de ondas lentas ficam mais positivo que -40 milivolts surgem os potencias em ponta. O ritmo de contração varia de acordo com a localização, sendo cerca de 3 contrações/min no corpo do estômago, 12 cont/min no duodeno e 8 cont/min no íleo. Sendo assim: Quanto maior o potencial das ondas lentas, maior a frequência dos potenciais em ponta.
Os potenciais de ação do músculo liso gastrointestinal são gerados por canais de cálcio-sódio, que permitem a entrada de grandes quantidades de íons cálcio para o interior da fibra muscular com pequenas quantidades dos íons sódio, abrindo-se e fechando-se mais lentamente que os canais rápidos de sódio. 
A lenta cinética de abertura e fechamento dos canais para cálcio-sódio é responsável pela longa duração dos potenciais de ação do músculo liso gastrointestinal.
A movimentação de quantidade de íons cálcio, para o interior da fibra muscular, durante o PA tem papel especial na contração das fibras musculares intestinais. Os íons cálcio, agindo por meio de mecanismo de controle pela calmodulina, ativam os filamentos de miosina na fibra, fazendo com que as forças de atração se desenvolvam entre os filamentos de miosina e actina, causando a contração muscular.
Mudanças na Voltagem do Potencial de Repouso da Membrana
Em condições normais, o potencial de repouso da membrana é, em média de -56Mv, mas diversos fatores podem alterar esse nível. Quando o potencial de repouso da membrana fica menos negativo, o que é denominado despolarização, as fibras musculares ficam mais excitáveis. Quando o potencial fica mais negativo, o que se chama de hiperpolarização, as fibras ficam menos excitáveis.
Fatores que despolarizam a membrana – fica mais excitável:
Estiramento do músculo;
Estimulação pela acetilcolina (neurotransmissor liberado pelas terminações nervosas parassimpáticas);
Estimulação por hormônios gastrointestinais específicos.
Fatores que hiperpolarizam a membrana – fica menos excitável:
Norepinefrina e epinefrina (neurotransmissores liberados pelas terminações nervosas simpáticas).
Estimulação de nervos simpáticos que secretam principalmente, norepinefrina em seus terminais.
Controle Neural da Função Gastrointestinal- SN ENTÉRICO
O trato gastrointestinal tem um SN próprio, se estende do esôfago ao ânus. O mesmo é composto por 02 plexos:
Plexo Nervoso Mioentérico ou de Auerbach (localizados entre os músculos circulares e longitudinais na camada muscular.). Controla quase todos os movimentos gastrointestinais. 
 Plexo Submucoso ou de Meissner (localizado na submucosa). Controla basicamente, a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo.
Embora o sistema nervoso entérico possa funcionar sem as fibras simpáticas e parassimpáticas, sua estimulação por essas fibras podem intensificar ou inibir em muito as suas funções.
	Plexo Mioentérico – Auerbach
	Plexo Submucoso – Meissner
	Como o plexo mioentérico se estende por todo o tubo digestivo, localizando-se entre os músculos circular e longitudinal, ele controla o aumento, a intensidade, o ritmo e a velocidade das contrações.
Controla a abertura do esfíncter pilórico (esvaziamento do estômago para o duodeno) e da válvula íleo-cecal (esvaziamento do intestino delgado para o ceco).
	Executa a função de controle de segmentos da parede interna do intestino como, por exemplo, a secreção intestinal local, a absorção local e a contração local do músculo mucoso. 
Existem muitos neurotransmissores que são secretados por neurônios entéricos, que ajudam a controlar o trato gastrointestinal. São eles: acetilcolina, norepinefrina, trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, substância P, polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP), somatostatina, leuencefalina, metencefalina e bombesina. Os de maior importância são:
Acetilcolina que excita a atividade intestinal.
Norepinefrina que inibe a atividade intestinal.
Controle Autônomo do Trato Gastrointestinal 
A estimulação parassimpática do intestino divide-se em cranianas e sacrais. Sendo que as cranianas estão quase todas no nervo vago. E a sacral se origina no 2º, 3º e 4º segmentos sacrais da medula espinhal e passa pelos nervos pélvicos para a metade distal no intestino grosso e daí até o ânus. Sendo que a estimulação parassimpática, através da acetilcolina aumenta a atividade do SN entérico.
A estimulação simpática se origina na medula espinhal, entre os segmentos T-5 e L-2. Esta por sua vez, com ação da norepinefrina e epinefrina inibe a atividade do SN entérico. A intensa estimulação do SNS pode inibir os movimentos motores do intestino, de tal forma que pode, literalmente, bloquear a movimentação do alimento pelo trato gastrointestinal. 
Os sistemas nervosos sensoriais ou aferentes podem ser estimulados por:
Irritação da mucosa intestinal, 
Distensão excessiva do intestino 
Presença de substâncias químicas específicas no intestino.
Reflexos Gastrointestinais 
Reflexo gastrocólico: desencadeado pela distensão do estômago, provocada pela ingestão de alimentos, que estimula a evacuação do cólon.
Reflexo enterogástrico: Reflexos do cólon e intestino delgado que inibem a motilidade e a secreção do estômago.
Reflexo colonoileal: Reflexos do cólon que inibe o esvaziamento de conteúdo do íleo para o ceco.
Reflexo da defecação: Emitido pelo cólon e reto produzindo poderosas contrações colônicas, retais e abdominais, necessárias à evacuação.
Controle Hormonal da Motilidade Gastrointestinal 
Os hormônios são liberados na corrente sanguínea e funcionam mesmo se todas conexões nervosas forem interrompidas (p. ex. tetraplégico). Os hormônios têm mais efeito sobre as secreções do que sobre a motilidade intestinal.
Tipos de movimentos no Trato Gastrointestinal
Existe dois tipos de movimentos: Propulsivos – Peristaltismo que fazem com que o alimento percorra o trato com velocidade apropriada para que ocorra a digestão e a absorção. E os movimentos de misturas que mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo.
O Movimento de Propulsão – Peristaltismo:
Segmentos adjacentesdo tubo digestivo se contraem e se relaxam alternativamente para que o alimento se mova ao longo do trato distal.
O peristaltismo também é encontrado nos ductos biliares, ductos glandulares, ureteres e ductos deferentes.
Quando certa quantidade de alimento se acumula em algum ponto do intestino, a distensão da parede estimula a contração 2 ou 3 centímetros atrás desse ponto, fazendo surgir um anel contrátil que inicia o movimento peristáltico.
Outros estímulos que podem deflagrar o peristaltismo incluem a irritação química ou física do revestimento mucoso do intestino ou intensos sinais nervosos parassimpáticos.
O peristaltismo efetivo requer a presença do plexo nervoso mioentérico para funcionar.
O peristaltismo pode ocorrer em ambas as direções mas cessa rapidamente quando em direção à boca. A onda peristáltica na grande maioria das vezes começa no lado oral do segmento distendido. A causa exata dessa transmissão ainda não é conhecida e é chamada de reflexo peristáltico.
Movimento de mistura:
Contrações constritivas intermitentes que ocorrem em regiões separadas por poucos centímetros e duram apenas de 5 a 30 segundos para então novas contrações ocorrerem em outro ponto do intestino.
Fluxo Sanguíneo Gastrointestinal - Circulação Esplâncnica
Todo o sangue que flui do baço, intestinos e pâncreas é direcionado imediatamente para a fígado através da veia porta. No fígado, as células retículo-endoteliais removem as bactérias e outras impurezas que podem ter entrado na corrente sanguínea através do intestino e os hepatócitos absorvem e armazenam os nutrientes. Quase todas as gorduras, absorvidas pelo trato intestinal, não são transportadas no sangue porta, mas sim, pelo sistema linfático intestinal e, então, são levadas ao sangue circulante sistêmico, por meio do ducto torácico, sem passar pelo fígado.
Fatores metabólicos no fluxo sanguíneo gastrointestinal
Durante a absorção dos nutrientes o fluxo sanguíneo pelas vilosidades aumenta cerca de oito vezes, da mesma maneira aumenta a atividade motora do intestino. A epinefrina diminui a motilidade intestinal, isso permite uma interrupção do fluxo sanguíneo gastrointestinal por breve período de tempo, quando órgãos mais nobres, como o coração e cérebro, precisam deste sangue. Quando o corpo está em risco de morte celular por falta de sangue, a estimulação simpática pode reduzir o fluxo sanguíneo esplâncnico por horas.
Propulsão e mistura dos alimentos no trato alimentar
A quantidade de alimento que a pessoa ingere é determinada, em grande parte, pelo desejo por alimento chamado fome. O tipo de alimento que a pessoa prefere é determinado pelo apetite. Esses mecanismos são, em si, sistemas reguladores automáticos, extremamente importantes para manter o suprimento nutricional, adequado para o corpo. Os mecanismos da ingestão são: mastigação e deglutição.
Mastigação: Os dentes incisivos cortam (força 25 kg), os dentes molares trituram (força 91 kg) e age quebrando os alimentos em partículas pequenas para facilitar a digestão. A maioria dos músculos da mastigação são inervados pelo ramo motor do NC 5, e o processo de mastigar é controlado pelos núcleos do tronco encefálico. 
Deglutição: Estágio oral (voluntário); Estágio faríngeo (involuntário); Estágio esofágico (involuntário). Sendo que o centro da deglutição inibe o centro respiratório durante o estágio faríngeo.
No esôfago
Conduz o alimento da faringe até o estômago através das ondas peristálticas.
A musculatura do terço superior do esôfago é composta por músculo esquelético enquanto os dois terços inferiores são compostos por músculo liso.
A inervação é feita basicamente pelo nervo vago (NC X) mas mesmo sem o suporte dos reflexos vagais o alimento introduzido através de sonda no esôfago é rapidamente conduzido ao estômago pela gravidade e por reflexo locais.
Na porção final do esôfago, o esfíncter esofágico inferior, relaxa com a aproximação do bolo alimentar e logo depois torna-se tonicamente contraído para evitar refluxo do conteúdo gástrico ácido para o esôfago.
No estômago
Capacidade de 0.8 a 1.5 litro.
Os sucos digestivos são secretados pelas glândulas gástricas.
As ondas peristálticas são mais fracas no terço médio do estômago e à medida que se aproximam do antro gástrico vão ficando mais intensas gerando uma pressão cada vez maior em direção ao piloro (bomba pilórica).
A abertura do esfíncter pilórico é pequena onde apenas alguns mililitros de mistura gástrica (quimo) passam através dele após cada onda peristáltica, assim, grande parte do conteúdo antral é lançado de volta para o corpo do estômago fazendo uma mistura constante do seu conteúdo.
Quando o estômago fica vazio por muitas horas, contrações sucessivas fortes são desencadeadas, denominadas contrações de fome.
No duodeno:
Quando o quimo entra no duodeno os reflexos nervosos enterogástricos e os feedbacks hormonais inibitórios (principalmente através da CCK), retardam ou interrompem o esvaziamento gástrico nos seguintes casos:
Se o volume do quimo no duodeno for excessivo.
Se no quimo tiver a presença de irritantes ou ácido demais (pH < 3.5). Até que o pH duodenal seja neutralizado por secreções pancreáticas.
Se houver proteínas e gorduras para serem digeridas no interior do quimo. Assegurando tempo suficiente para sua digestão.
Se o quimo for hipertônico. Prevenindo mudanças bruscas nas concentrações de eletrólitos do líquido extracelular durante a absorção.
Obs.: A irritação intensa da mucosa intestinal, como ocorre em casos graves de diarreia infecciosa, pode causar peristalse intensa e rápida, chamada de surto peristáltico. Essas intensas contrações peristálticas percorrem longas distâncias no intestino delgado em questão de minutos, varrendo o conteúdo do intestino para o cólon e aliviando o intestino delgado do quimo irritativo.
Função da válvula ileocecal
Evitar o refluxo do resíduo fecal do cólon para o intestino delgado.
O grau de contração do esfíncter ileocecal e a intensidade do peristaltismo no íleo terminal são controlados pelos reflexos originados no ceco. Quando o ceco se distende a contração do esfíncter se intensifica.
Movimentos do cólon
As funções do cólon são: (1) absorver água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas e (2) armazenar as fezes até que elas sejam eliminadas.
Movimentos de mistura-Os músculos longitudinais do cólon se reúnem em três faixas chamadas tênias cólicas que combinadas com a contração das faixas circulares fazem com que a porção não estimulada do cólon se infle em sacos chamados haustrações. Seus movimentos propulsivos são lentos e maiores no ceco e cólon ascendente e são chamados de contrações haustrais.
Movimentos propulsivos ou movimentos de massa - Ocorrem cerca de 1 a 3 vezes por dia por cerca de 15 minutos, é um tipo modificado de peristaltismo onde um anel constritivo de cerca de 20 cm se forma impulsionando o material fecal em massa para regiões mais adiante do cólon. Quando esses movimentos em massa chegam ao reto surge a vontade de defecar.
Os movimentos de massa são desencadeados por reflexos gastrocólicos e duodenocólicos, resultantes da distensão do estômago e do duodeno.
Reflexo da defecação
A passagem do material fecal pelo ânus é controlada pelos esfíncteres anais internos (involuntário) e externo (voluntário). À medida que a onda peristáltica se aproxima do ânus o EAI se relaxa e se o EAE estiver relaxado conscientemente ocorre a defecação.
Com a presença das fezes na ampola retal o reflexo da defecação ativa propositalmente a respiração profunda, o movimento do diafragma para baixo e a contração dos músculos da parede abdominal, aumentando a pressão abdominal, o assoalho pélvico então se relaxa e se projeta para baixo e, se o EAE estiver aberto, ocorre a defecação, se não for oportuno e o EAE estiver fechado, mais fezes se acumularão no reto.
Funções secretoras do trato alimentar
Muco
O muco é produzido pelas glândulas produtoras de muco ou glândulas mucosas, estão localizadas em todo o trato gastrointestinal, da boca atéo ânus.
O muco é uma secreção espessa formada a partir de água, eletrólitos e glicoproteínas.
Reveste a parede gastrointestinal evitando o contato direto do alimento com o revestimento epitelial (evitando danos escoriativos ou químicos ao epitélio).
Forma uma barreira física evitando o contato do ácido do estômago com as paredes do tubo digestivo (inclusive do próprio estômago).
Neutraliza o pH ambiente, pois contém pequenas quantidades de ácidos e álcalis.
Confere lubrificação, aderência e consistência às partículas de alimento.
Auxilia no deslizamento do bolo alimentar.
Resistente à digestão
Secreção salivar ou Saliva
Pode ser do tipo serosa e mucosa. Em que a serosa secreta Ptialina ou amilase salivar, com objetivo da digestão do amido. E a mucosa secreta Mucina que lubrifica e protege as superfícies. A estimulação das glândulas salivares é feita principalmente pelo sistema nervoso parassimpático (acetilcolina) em resposta à estímulos gustativos e locais (principalmente ao sabor azedo). Alguns locais do sistema nervoso central também podem estimular a salivação, como quando a pessoa vê ou sente o cheiro de um alimento que ela gosta muito. A salivação também acontece em resposta à reflexos originados do estômago e intestino superior quando da ingestão de alimentos irritativos e sensação de náusea. 
Secreção Esofágica 
A secreção esofágica é basicamente composta por muco, responsável pela lubrificação para a deglutição na sua porção superior e proteção da parede do esôfago distal do suco gástrico ácido.
Secreção Gástrica 
O estômago possui dois tipos de glândulas: Glândulas oxínticas localizadas no fundo e corpo gástrico, que produzem: 
Células mucosas – muco
Células parietais ou oxínticas - ácido clorídrico e fator intrínseco 
Células pépticas ou principais - pepsinogênio
Glândulas pilóricas localizadas no antro e piloro que produzem: Muco e Hormônio gastrina.
Produção do ácido clorídrico (HCl) pelas células parietais das glândulas oxínticas 
O ácido clorídrico ou ácido hidroclorídrico (HCl) tem pH 0.8 - (pH sanguíneo 7.35 - 7.45)
Isso significa que a concentração de H+ no suco gástrico é cerca de 3 milhões de vezes maior que no sangue.
Passo a passo da produção de Hcl:
A água, dentro das células parietais, se dissocia em H+ e OH- no citoplasma celular, por processo ativo, catalisado pela H+K+ATPase. Os íons potássio, pela bomba de Na+K+ATPase, na porção basolateral da membrana, tendem a vazar para o lúmen, mas são reciclados, de volta para a célula, pela H+K+ATPase. A Na+K+ATPase basolateral produz baixa de Na+ do lúmen dos canalículos. Assim, a maior parte do K+ e do Na+ nos canalículos e reabsordida para o citoplasma celular, e os ions hidrogênio tomam seus lugares nos canalículos. 
O bombeamento de H+ para fora da célula, pela H+K+ATPase permite que o OH- se acumule e forme HCO3-, a partir do CO2, formado tanto durante o metabolismo na célula quanto o que entra na célula, vindo do sangue. Essa reação é catalisada pela anidrase carbônica. O HCO3- é então, transportado através da membrana basolateral, para o fluido extracelular, em troca de ions cloreto para os canalículos, resultando em solução concentrada de acido hidrocloridrico, nos canalículos. O acido hidrocloridrico é, então, secretado para fora pela extremidade aberta do canalículo do lumen da glândula. 
A agua passa para os canalículos por osmose devido os ions extras secretados nos canalículos. Assim, a secreção final do canalículo contem água, acido clorídrico em concentração de aproximadamente 150 a 160 mEq/L, cloreto de potássio na concentração de 15 mEq/L e pequena quantidade de cloreto de sódio.
As células mucosas secretam muco alcalino que formam uma barreira na parede do estômago contra a ação o próprio ácido clorídrico secretado pela glândula.
Nas células parietais, além do ácido clorídrico, também é produzido o fator intrínseco que participa na absorção da vitamina B12 pelo íleo terminal.
As células pépticas são responsáveis pela produção do pepsinogêneo, que ao entrar em contato com o ácido clorídrico é clivado para a forma de pepsina e atua como enzima proteolítica (participando da digestão das proteínas).
	OBSERVAÇÃO: A acetilcolina excita a produção de pepsinogêneo pelas células pépticas, de ácido clorídrico pelas células parietais e de muco pelas células mucosas.
Glândulas pilóricas produzem muco e gastrina. Semelhante às glândulas oxínticas, contém poucas células parietais e pépticas, composta essencialmente de células mucosas que secretam uma camada gelatinosa de muco espesso, alcalino e viscoso.Secretam também o hormônio gastrina que tem papel crucial no controle das secreções gástricas.
Células semelhantes às enterocromafins (Enterocromafins-like cells – ECL)
São células localizadas na submucosa do estômago, bem próximas às glândulas oxínticas, mais especificamente próximas às células parietais. 
Elas secretam histamina que atua intensificando a produção de ácido clorídrico pelas células parietais.
Estas células são estimuladas pelo hormônio gastrina.
Hormônio gastrina
Hormônio secretado pelas células da gastrina ou células G localizadas no antro gástrico, mais especificamente nas glândulas pilóricas.
Liberado quando carne ou outros alimentos proteicos atingem a região antral do estômago.
A gastrina após secretada age sobre as células ECL que estimulam as células parietais para produção de mais ácido clorídrico.
Fases da secreção gástrica
Fase cefálica: Responsável por 30% da secreção gástrica.Através de reflexos vagais que ocorrem até mesmo antes na ingestão do alimento resultante da visão, do odor e da lembrança do sabor do alimento.
Fase gástrica: Responsável por 60% da secreção gástrica.A presença do alimento no estômago excita os reflexos vagais, os reflexos locais e a produção do mecanismo gastrina-histamina.
Fase intestinal: Responsável por 10% da secreção gástrica.A presença do alimento na porção superior do intestino delgado estimula a liberação de pequenas quantidades de gastrina.
Estímulos emocionais com frequência aumentam a secreção gástrica.
Inibição da secreção gástrica
Reflexo enterogástrico reverso: Iniciado pela distensão das paredes do intestino pela presença de ácido, proteínas ou irritantes no duodeno, retardando o esvaziamento do estômago.
Secretina: Hormônio liberado pela presença de ácidos, gorduras, proteínas, irritantes e líquidos hiper ou hiposmótico no duodeno, retardando o esvaziamento do estômago.
Peptídeo Inibidor Gástrico (PIG), Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIP), Somatostatina.
Secreção pancreática
O pâncreas possui dois tipos de células com funções distintas:
Ilhotas de Langerhans (Insulina e Glucagon)
Células acinares (amilase pancreática e bicarbonato- células ductais).
A secreção pancreática contém múltiplas enzimas que participam na digestão das proteínas, carboidratos e gorduras.
Proteínas 
tripsinogêneo (tripsina através da enzima enterocinase)
quimotripsinogênio (quimotripsina através da tripsina)
procarboxipolipeptidase (carboxipolipeptidase através da tripsina)
Carboidratos 
amilase pancreática
Gorduras
lipase pancreática
colesterol esterase
fosfolipase
Inibidor de tripsina
Íons bicarbonato (HCO3-)
A acetilcolina, liberada pela estimulação parassimpática, e o hormônio colecistocinina (CCK), estimulam a produção das enzimas pelas células acinares do pâncreas enquanto que o hormônio secretina estimula a secreção de grandes quantidades de bicarbonato pelas células ductais.
Fases da secreção pancreática
Fase cefálica: Responsável por 20% da secreção pancreática.Através de reflexos vagais que ocorrem antes na ingestão do alimento resultante da visão, do odor e da lembrança do sabor do alimento.
Fase gástrica: Responsável por 5 a 10% da secreção pancreática.A presença do alimento no estômago excita os reflexos vagais e os reflexos locais para produção da secreção pancreática.
Fase intestinal: Responsável por 70% da secreção pancreática. A presença do alimento na porção superior do intestino delgado estimulaa liberação de grandes quantidades de secretina pelas células S duodenais (quando o pH do quimo for inferior a 4.5) e colecictocinina (CCK) pelas células I duodenais (na presença de proteínas e gorduras no quimo). O efeito dos hormônios secretina e CCK é mais pronunciado que o efeito nervoso parassimpático mediado pela acetilcolina.
Secreção biliar
Funções da bile:
(1) emulsificar as partículas de gordura em partículas menores (agindo como se fosse um detergente) facilitando a sua digestão pelas lipases do suco pancreático 
(2) formar micelas (complexos físicos bem pequenos semissolúveis diluídos no quimo) para absorção das gorduras pelas vilosidades intestinais
Sem a presença da bile perderíamos pelas fezes 40% das gorduras ingeridas na alimentação.A bile é composta por sais biliares, colesterol, ácidos graxos, lecitina, bilirrubina, água e eletrólitos.A bile é produzida pelos hepatócitos a partir do colesterol e armazenada na vesícula biliar, onde é absorvida a água nela contida, formando um concentrado de sais biliares, colesterol e lecitina.O estímulo mais potente para a contração da vesícula biliar é o hormônio colecistocinina (CCK) que atua também no relaxamento do esfíncter de Oddi. O principal estímulo para a produção da CCK pelas células I duodenais é a presença de alimentos gordurosos no quimo. 
Cerca de 94% dos sais biliares são reabsorvidos para o sangue pelas vilosidades do intestino delgado, eles entram no sistema venoso esplâncnico que através da veia porta retorna ao fígado onde é absorvido pelo hepatócito e secretado de novo na bile. Desta maneira, os sais biliares recirculam cerca de 17 vezes antes de serem eliminados nas fezes, este mecanismo é denominado circulação êntero-hepática dos sais biliares.
Secreções do intestino delgado
As glândulas de Brunner estão localizadas no duodeno proximal (entre o piloro e a papila de Vater) e secreta muco alcalino com a função de proteger a parede duodenal do quimo ácido vindo do estômago. Além disso, o muco contém pequenas quantidades de íons bicarbonato que somados aos íons bicarbonato vindos da secreção pancreática e biliar, neutralizam o ácido clorídrico gástrico.
As glândulas de Brunner são inibidas por estimulação nervosa simpática (epinefrina e norepinefrina), deixando o bulbo duodenal desprotegido do ácido gástrico. Por isso, acredita-se que esse seja um dos fatores pelo qual pessoas muito tensas e estressadas desenvolvem habitualmente úlceras duodenais.
As criptas de Lieberkühn estão localizadas no fundo das vilosidades intestinais e contém:
(1) células caliciformes produtoras de muco que lubrificam e protegem a superfície intestinal 
(2) enterócitos que secretam grande quantidade de água e eletrólitos
(3) células de Paneth que produzem substâncias bactericidas e fungicidas ricas em lisozimas e defensinas.
As vilosidades intestinais são recobertas por enterócitos que contém enzimas digestivas:
peptidases
sucrase, maltase, isomaltase e lactase
lipase intestinal
Secreção de muco pelo intestino grosso
Rico em criptas de Lieberkühn, o intestino grosso não possui vilosidades, e sua função é: 
produzir muco que protege a parede intestinal contra escoriações e proporciona meio adesivo para o material fecal
proteger a parede intestinal contra microrganismos através de elementos bactericidas e fungicidas produzidos pelas células de Paneth.
Digestão dos alimentos
Carboidratos da dieta alimentar: Sacarose, Maltose, Lactose, Amido, Glicogênio, Álcool, Celulose...
Os Carboidratos são cadeias de Monossacarídeos (Polímeros) ligados entre si através de ligações glicosídicas.
A ptialina (amilase salivar) é secretada pelas glândulas salivares e sua função é hidrolisar o Amido no dissacarídeo Maltose e em outros pequenos Polímeros de glicose, porém o alimento permanece pouco tempo na boca e a ptialina não resiste ao ácido do estômago, de forma que no máximo 40% do Amido da alimentação consegue ser hidrolisado por essa enzima.
A amilase pancreática é secretada pelas células acinares do pâncreas diretamente no duodeno e sua função é a mesma da amilase salivar, porém, a ação da amilase pancreática é muito mais potente que a ação da amilase salivar, sendo responsável pela hidrólise de cerca de 60% do Amido.
As enzimas entéricas sacarase, lactase e maltase são secretadas pelos enterócitos que recobrem as vilosidades intestinais e são responsáveis pela hidrólise dos dissacarídeos Sacarose, Lactose e Maltose, respectivamente.
Produtos finais de carboidratos: Galactose, Glicose e Frutose.
Digestão das proteínas
As Proteínas são cadeias de Aminoácidos ligados entre si através de ligações peptídicas. 
A pepsina é a forma ativa do pepsinogêneo produzido pelas células pépticas das glândulas oxínticas do estômago. Sua função é hidrolisar as proteínas em Proteoses, Peptonas e outros Polipeptídeos menores. A pepsina é uma enzima importante pois uma de suas funções é a digestão do Colágeno, que confere adesão das outras proteínas da carne, portanto, para que as outras enzimas digestivas possam digerir as proteínas da carne, é preciso primeiro que as fibras de Colágeno que as adere sejam digeridas pela pepsina no estômago. 
Ao entrarem no duodeno as Proteoses, Peptonas e os Polipeptídeos menores digeridos pela pepsina são atacados pelas enzimas proteolíticas pancreáticas (tripsina, quimotripsina e carboxipolipeptidase), que as reduzirão à Polipeptídeos ainda menores e Aminoácidos.
As peptidases entéricas são secretadas pelos enterócitos que recobrem as vilosidades intestinais e são responsáveis pela hidrólise destes Polipeptídeos ainda menores em Aminoácidos.
Digestão das gorduras
As gorduras alimentares são os Triglicerídeos, o Colesterol e os Fosfolipídios, sendo que a mais abundante delas é o Triglicerídeo. 
A primeira etapa na digestão das gorduras é a quebra dos glóbulos de gordura em partículas pequenas, esse processo é executado pela bile, mais especificamente pelos sais biliares e pela lecitina, e é denominado emulsificação da gordura. 
A enzima mais importante para a digestão dos Triglicerídeos é a lipase pancreática, que quebra os Triglicerídeos em Monoglicerídeos e Ácidos graxos. Os enterócitos também secretam a lipase entérica, mas esta normalmente não é necessária devido ao alto poder de digestão da lipase pancreática.
A hidrólise dos Triglicerídeos é uma reação facilmente reversível, por esta razão, os sais biliares formam agregados cilíndricos ao redor dos Monoglicerídeos e dos Ácidos graxos (micelas), que permanecem estáveis até que a gordura seja absorvida pelas células intestinais.
Absorção do Alimentos
Estômago: Quase não há absorção por não apresentar vilosidades típicas e porque as junções estreitas entre suas células têm baixa permeabilidade.
Intestino delgado: Possui várias pregas denominadas válvulas coniventes que aumentam a área de superfície absortiva da mucosa por cerca de três vezes, estas válvulas são recobertas por milhões de vilosidades que aumentam a superfície absortiva por mais dez vezes. Por fim, cada célula epitelial da vilosidade intestinal possui até 1.000 microvilosidades, aumentando a área superficial absortiva por mais vinte vezes. A área absortiva total da mucosa intestinal é de cerca de 250 m2 o que equivalente, aproximadamente, à área total de uma quadra de tênis.
Absorção no intestino delgado: A água é absorvida pela membrana do enterócito através de difusão. A difusão obedece às leis da osmose, portanto, quando o quimo está diluído, a água é absorvida do lúmen do intestino para o sangue. Isso também ocorre de forma reversa para soluções pouco diluídas, onde a água é transmitida dos vasos para o lúmen do intestino em questão de minutos para tornar o quimo isosmótico ao plasma.
Os íons sódio são absorvidos pela membrana do enterócito de forma ativa no momento da absorção dos Aminoácidos e da Glicose através de cotransportadores (1) sódio-aminoácido, (2) sódio-glicose e (3) trocadores sódio-hidrogênio.
Os Monossacaríos (glicose, galactose e frutose) e os Aminoácidos são absorvidosda mesma maneira pelos enterócitos (através dos cotransportadores sódio-glicose e sódio-aminoácido, respectivamente).
O monossacarídeo mais abundante é a glicose (80%) decorrente da grande ingesta de Amido pela dieta.
Os íons cloreto são absorvidos pela membrana do enterócito através de difusão e de transporte ativo pelo (4) trocador de bicarbonato-cloreto.
As Gorduras estão digeridas em forma de Monoglicerídeos e Ácidos graxos ligados aos sais biliares em compostos chamados micelas. 
Os Monoglicerídeos e Ácidos graxos se difundem das micelas para a membrana dos enterócitos de forma passiva, o que é possível porque os componentes estruturais da parede da micela (lipídios) são também solúveis na membrana do enterócito.
Depois de entrar no enterócito os Monoglicerídeos e os Ácidos graxos são transportados sob a forma de quilomícrons para os ductos linfáticos das vilosidades intestinais.
Composição das Fezes:
3/4 de água
¼ de matéria sólida: 30% bactérias mortas; 20% gordura; 20% matéria inorgânica; 3% proteínas 30% restos ingeridos dos alimentos e sucos digestivos.
	Cor – estercobilina e urobilina (derivadas da bilirrubina)
Odor – indiol, escatol, mercaptanas e sulfeto de hidrogênio 	(produtos da ação das bactérias do cólon.
Beatriz César de Oliveira – 4º Período Medicina ITPAC PORTO NACIONAL

Continue navegando