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�siologi� d� Sistem� Digestóri� 1. Função: - Tem como principal função abastecer o organismo com água, eletrólitos, vitaminas e nutrientes continuamente, por isso, é necessária a movimentação do alimento pelo TGI, a secreção de soluções digestivas, a digestão dos alimentos, a absorção de água, eletrólitos, vitaminas e a circulação sanguínea para o transporte das substâncias absorvidas 2. Anatomia fisiológica - As camadas, da mais externa para a mais interna são: a serosa, a muscular lisa longitudinal, a muscular lisa, a submucosa e a mucosa 3. Controle Neuronal - O TGI tem um sistema nervoso próprio, o sistema nervoso entérico, localizado inteiramente na parede intestinal, desde o esôfago até o ânus, com aproximadamente 100 milhões de neurônios - É composto por dois plexos: - O plexo mioentérico ou de Auerbach, responsável pelo controle de quase todos os movimentos gastrointestinais, estende-se por toda a parede intestinal entre as camadas longitudinal e circular do músculo liso. Quando estimulado, causa tônus da parede intestinal, o aumento na intensidade das contrações, aumento no ritmo das contrações e na velocidade de condução das ondas excitatórias. Não é totalmente excitatório, pois alguns neurônios são inibitórios (esfíncteres pilórico e da valva ileocecal) - O plexo submucoso, ou de Meissner, responsável pela secreção gastrointestinal e pelo fluxo sanguíneo. Sua função é de controle local na parede interna de cada região do intestino. Os sinais sensoriais do epitélio gastrointestinal são integrados no plexo submucoso para o controle da secreção, absorção e contração local do músculo submucoso. - Os neurônios entéricos secretam acetilcolina, norepinefrina, trifosfato de adenosina, serotonina, dopamina, colecistocinina, substância P, polipeptídeo intestinal vasoativo, somatostatina, leuencefalina, metencefalina e bombesina. - A inervação parassimpática estimula a atividade gastrointestinal, e a simpática inibe a atividade -> em geral - As fibras nervosas sensoriais aferentes que se originam no intestino sofrem estimulação pela irritação da mucosa, pela distensão exacerbada do intestino e pela presença de determinadas substâncias químicas, que pode causar a estimulação ou a inibição de secreção e da motilidade - Reflexos gastrointestinais: - Reflexos completamente integrados na parede intestinal, que controlam a maior parte da secreção gastrointestinal, do peristaltismo, das contações de mistura e dos efeitos inibidores locais - Reflexos do intestino para os gânglios, que retornam ao intestino - Reflexo gastrocólico, do estômago, que causa a evacuação do cólon - Reflexo enterogástrico, do estômago e do duodeno para a inibição da secreção e da motilidade do estômago - Reflexo colonoileal, do conlon, que inibe o esvaziamento do íleo no cólon - Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral - do estômago e do duodeno, que controlam as atividades secretoras e motoras gástricas - reflexos de dor, que causam a inibição geral do TGI - reflexos de defecação, que vão do cólon e do reto até a medula espinal e retornam, produzindo as contrações necessárias para a defecação 4. Controle Hormonal: - Os hormônios gástricos são liberados na circulação porta e tem seu efeito produzido através da ligação com células alvo. - A gastrina é secretada no antro do estômago pelas células G, estimuladas pela refeição, distensão estomacal e pela digestão de proteínas. Ela é responsável pela estimulação da secreção de ácido gástrico e pelo crescimento da mucosa gástrica - A colecistoquinina é secretada pelas células I do intestino, estimulada pela digestão de gorduras, ácidos graxos e monoglicerídeos no intestino. É responsável pelo esvaziamento da vesícula biliar e pelo retardamento da saída de alimentos do estômago. - A secretina é secretada pelas células S da mucosa duodenal, estimulada pelo esvaziamento do estômago no duodeno. Tem um efeito pequeno na motilidade, e é responsável pela secreção pancreática de bicarbonato, que neutraliza o ácido no intestino delgado - O peptídeo inibidor gástrico (GIP) é secretado pelas células K na mucosa do intestino delgado superior estimulado pelos ácidos graxos, aminoácidos, e pelos carboidratos (em menor extensão). É responsável pela secreção insulínica e pela inibição da motilidade gástrica. - A motilina é secretada pelas células M de maneira cíclica, e é responsável pela estimulação da motilidade durante o jejum, sendo inibida após a ingestão de alimentos. 5. Movimentos do TGI - Peristaltismo - movimentos propulsivos: - é a prioridade inerente a muitos tubos de músculo liso sincicial. - é estimulado pela distensão abdominal, ou seja, quando há acúmulo de alimento em qualquer parte do intestino, a distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico, que contrai a parede 2 ou 3 centímetros atrás do ponto onde o alimento se encontra, empurrando-o a diante. O estímulo também pode partir de irritações físicas ou químicas às paredes intestinais, além de sinais parassimpáticos. - onde não há plexo mioentérico (ausência congênita), o peristaltismo é fraco ou não ocorre, assim como em pacientes tratados com atropina (bloqueio da ação dos terminais colinérgicos do plexo mioentérico) - o movimento das ondas peristálticas é unidirecional, a partir da boca, em direção ao ânus - o reflexo mioentérico ou peristáltico é considerado a lei do intestino, que consiste no relaxamento receptivo, que permite a facilidade do impulsionamento do alimento na direção anal - Movimentos de mistura: - podem ser causados pelas ondas peristálticas ou por contrações constritivas intermitentes, dependendo da região em que a mistura ocorrerá 6. Fluxo sanguíneo gastrointestinal - circulação esplâncnica - essa circulação inclui o fluxo sanguíneo do intestino, do baço, do pâncreas e do fígado, no qual todo esse fluxo passa pelo fígado através da veia porta. - no fígado, esse sangue passa pelos sinusóides hepáticos e deixa o órgão por meio das veias hepáticas - os nutrientes não lipídicos e hidrossolúveis são absorvidos no intestino e são transportados para o fígado, cujas células hepáticas armazenam de ½ a ¾ dos nutrientes e são responsáveis pelo processamento químico intermediário dos mesmos. - em condições normais, o fluxo sanguíneo está associado à atividade, como após a refeição, em que o fluxo sanguíneo aumenta por conta da grande atividade motora, secretora e absortiva no local. - esse fluxo também é aumentado pela ação de várias substâncias vasoativas, como hormônios peptídicos, calidina, bradicinina e adenosina (devido à menor quantidade de oxigênio) 7. Mastigação - a mastigação é o processo de trituração do alimento pelos dentes (os incisivos cortam e os molares trituram), ocorre na boca, onde os alimentos sofrem ação da ptialina ou amilase salivar, que inicia a digestão do glicogênio - os músculos da mastigação são inervados pelo ramo motor do quinto nervo cefálico, e a mastigação é controlada por núcleos no tronco encefálico. - os movimentos rítmicos da mastigação são causados pela estimulação de áreas específicas nos centros de paladar do tronco cerebral, assim como áreas no hipotálamo,na amígdala e no córtex - o processo de mastigação é causado pelo reflexo da mastigação, que ocorre a partir da presença do bolo alimentar na boca, que desencadeia uma inibição reflexa dos músculos da mastigaçÃo, abaixando a mandíbula inferior, que inicia o reflexo de estiramento da musculatura mandibular, levando a mandíbula e fazendo com que os dentes se cerrem. - a mastigação é muito importante para prevenir escoriações no TGI, facilitar o transporte e digerir, principalmente, frutas e vegetais crus 8. Deglutição - é dividida em 3 estágios 1. Fase voluntária: Quando o alimento está pronto para a deglutição, ele é voluntariamente comprimido e empurrado para trás, em direção à faringe, empurrado para cima pela pressão da língua e contra o palato para trás. A partir disso, o processo passa a ser involuntário 2. Fase faríngea: Ao chegar naparte posterior da cavidade bucal, a faringe estimula os receptores epiteliais da deglutição (situados ao redor da abertura faríngea), fazendo com que o palato seja empurrado para cima fechando a parte posterior da cavidade nasal, as pregas palatofaríngeas aproximam-se medialmente formando a fenda sagital por onde o alimento passa até a faringe posterior, as cordas vocais se aproximam e a laringe vai para cima e para frente pela musculatura do pescoço, que fazem com que a epiglote vá para trás em direção à abertura da laringe, a movimentação da laringe dilata a abertura do esôfago e relaxam a musculatura do esfíncter esofágico superior, para que o alimento se mova livremente da faringe para o esôfago. Entre as deglutições, esse esfíncter permanece fechado para que não entre ar no esôfago. Na elevação da laringe e no relaxamento do esfíncter esofágico, a parede muscular da faringe se contrai de cima a baixo, impulsionando o alimento por peristalse. 3. Fase esofágica: O esôfago tem como função levar, rapidamente, o alimento da faringe até o estômago, através das ondas peristálticas primárias (reflexo da faringe), e se não derem conta, através das secundárias, provenientes da dilatação esofágica pelo próprio alimento. Quando as ondas peristálticas chegam no estômago, o sistema nervoso mioentérico transmite ondas de relaxamento, provocando o relaxamento da musculatura estomacal para o recebimento do bolo alimentar. O esfíncter gastroesofágico impede o refluxo do bolo alimentar e das secreções gástricas, exceto em condições anormais. 9. Funções do estômago - O estômago armazena os alimentos ingeridos até que sejam processados pelos órgãos do TGI. Tem a capacidade de armazenar até 0,8 - 1,5L em seu relaxamento completo - Ao chegar no estômago, o alimento sofre a ação dos sucos digestivos, secretados pelas glândulas gástricas, e entram em contato diretamente com o alimento próximo à mucosa. Enquanto tiver alimento no estômago, são iniciadas as ondas de mistura, iniciadas pelo ritmo elétrico básico da parede, nas porções média e superior da parede do estômago, e se deslocam em direção ao antro. Os anéis de constrição são importantes para a mistura do conteúdo gástrico, pois quando uma onda peristáltica se aproxima do piloro, o músculo pilórico se contrai, impedindo que haja o esvaziamento, lançando grande parte do conteúdo gástrico na direção do corpo do estômago, causando a retropulsão. - O quimo é como o bolo alimentar é chamado após sofrer a digestão gástrica, ou seja, o quimo passa para o intestino delgado. Tem textura geralmente semi líquida e pastosa, dependendo da quantidade e tipo de alimentos, quantidade de água, secreções gástricas e do grau de digestão. - O estômago também produz contrações de fome, que são mais intensas em pessoas mais jovens, saudáveis, com tônus gi elevados e quando a pessoa tem glicose sanguínea abaixo do normal. Ocorre quando o estômago fica vazio por muitas horas, e pode ser acompanhada por brandas dores epigástricas, as pontadas de fome. - O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas no antro gástrico, e, ao mesmo tempo, é reduzido pela resistência do piloro. As contrações são mais intensas na porção média do estômago e progridem no sentido caudal. Essas contrações se tornam mais fortes, formando os anéis de contriçÃo, que causam o esvaziamento estomacal, e, conforme o estômago é esvaziado, essas ondas vão mais proximalmente, levando o alimento que está no corpo do estômago para se misturar com o quimo no antro estomacal. O piloro é a abertura distal do estômago, na qual o esfíncter pilórico relaxa ou contrai, regulando a passagem para o duodeno. Os sinais do duodeno para o controle do esvaziamento são mais fortes que os do estômago. Quanto maior o volume de alimentos, maior será o esvaziamento por conta da dilatação da parede gástrica que desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam a atividade da bomba pilórica e, ao mesmo tempo, inibem o piloro. A gastrina, liberada pela mucosa gástrica, tem efeito sobre o suco gástrico, sobre as funções motoras e intensifica a atividade da bomba pilórica, e consequentemente, do esvaziamento gástrico. Quando o quimo entra no duodeno, diversos reflexos nervosos são desencadeados e voltam para o estômago, retardando ou interrompendo o esvaziamento gástrico, seja diretamente da parede do duodeno para a do estômago através do sistema nervoso entérico ou através dos nervos extrínsecos ou pelos nervos vagos. Podem desencadear reflexos inibitórios o grau de distensão do duodeno, a irritação da mucosa, o grau de acidez e de osmolaridade do quimo e a presença de produtos da degradação proteica e gordurosa. Os reflexos inibitórios são especialmente sensíveis à presença de ácidos e de irritantes, ativados em menos de 30 segundos. Líquidos hipertônicos e hipotônicos também provocam reflexos enterogástricos inibitórios, evitando o f;uxo rápido de líquidos não isotônicos para o intestino delgado. Os hormônios inibitórios são estimulados, basicamente, pela entrada de gordura no duodeno. Esses hormônios são transportados para o estômago pela corrente sanguínea, inibindo a bomba pilórica e aumentando a força de contração do esfíncter pilórico. O hormônio aparentemente mais potente na inibição do estômago, pois bloqueia o aumento da motilidade gástrica causado pela gastrina. 10. Movimentos do intestino delgado - Quando a parede do intestino delgado é distendida pela presença do quimo, o estiramento da parede intestinal provoca contrações localizadas, as contrações de mistura, que segmenta o intestino delgado. Essas contrações segmentadas misturam o quimo de duas a três vezes com as secreções. A frequência dessas contrações é determinada pela frequência das ondas elétricas lentas na parede intestinal. As contrações ficam extremamente fracas quando a atividade excitatória do sistema nervoso entérico é bloqueado pela atropina. - O quimo é impulsionado ao longo do intestino delgado, em direção ao ânus, através das ondas peristálticas. A peristalse é causada pela distensão da parede intestinal e pelo reflexo gastroentérico. A gastrina, a CCK, a insulina, a motilina e a serotonina são hormônios que intensificam a motilidade intestinal, enquanto a secretina e o glucagon inibem a motilidade. A peristalse também tem como função a distribuição do quimo por todo o intestino, intensificando a entrada de mais quimo no duodeno. Quando o quimo chega na válvula ileocecal, é retido lá por várias horas, até que seja feita outra refeição, quando o quimo será impulsionado para o intestino grosso. - Os movimentos de segmentação servem para impulsionar o alimento ao longo do intestino. - O surto peristáltico ocorre em situações anormais, como na diarréia infecciosa, fazendo com que a peristalse fraca se transforme em um movimento intenso e rápido, com o intuito de aliviar a irritação e a distensão. É desencadeado por reflexos no plexo mioentérico da parede do trato intestinal e por reflexos do sistema nervoso autônomo e do tronco cerebral. - A válvula ileocecal evita o refluxo do conteúdo fecal do cólon para o intestino delgado, assim como o esfíncter ileocecal, que faz com que o quimo permaneça mais tempo no intestino delgado facilitando a absorção. Imediatamente após a refeição, o reflexo gastroileal intensifica o peristaltismo no íleo lançando o conteúdo no ceco. O grau de contração do esfíncter ileocecal e a intensidade do peristaltismo no íleo terminal são controlados por reflexos originados no ceco. Na distensão cecal e na contração do esfíncter intensa, o peristaltismo ileal é inibido, retardando o esvaziamento de mais quimo no ceco. Qualquer tipo de irritação no ceco causa o retardo do esvaziamento, como a apendicite. O reflexo cecal é mediado pelo plexo mioentérico e pelos nervos autônomos extrínsecos. 11. Movimentos do cólon - O cólon tem como principal função a absorção de água e eletrólitos para a formação das fezes e o armazenamento das fezes. - Os movimentos de mistura do cólon são movimentosde segmentação, que formam as tênias cólicas (contraído) e as haustrações (relaxado). Essa movimentação é importante para que todo o material fecal entre em contato com a mucosa intestinal, para que haja a estimulação da dissolução progressiva de líquidos e substâncias para a formação das fezes. - As contrações haustrais lentas fazem com que o quimo leve de 8 a 15h para se mover da válvula ileocecal pelo cólon, transformando o material semilíquido em semissólido. Os movimentos de massa são um tipo de peristalse modificada, e fazem propulsão em surtos, que ocorre três vezes ao dia. O movimento de massa é facilitado pelos reflexos gastrocólicos e duodenocólicos, resultantes da distensão do estômago e do duodeno, também podendo ser causados pela irritação do cólon, como na colite ulcerativa. Esses movimentos só não ou raramente ocorrem se há uma remoção dos nervos autônomos extrínsecos ao cólon. - Na maior parte do tempo, o reto fica vazio, e quando o movimento de massa leva o conteúdo fecal até o reto, ocorre a vontade de defecar, ocorrendo a contração reflexa do reto e o relaxamento dos esfíncteres anais. Existem dois esfíncteres, o anal interno e o anal externo, que é controlado voluntáriamente. A defecação é iniciada pelos reflexos de defecação. Um deles é o reflexo intrínseco, mediado pelo sistema nervoso entérico, quando as fezes entram no reto, a distensão da parede retal desencadeia sinais aferentes, que se propagam pelo plexo mioentérico, estimulando a peristalse no cólon, sigmóide e reto. Quando as fezes se aproximam do ânus, os esfíncter anal interno se relaxa, e o externo é relaxado voluntariamente. O reflexo de defecação parassimpático, originado nos nervos pélvicos, também intensificam os movimentos de massa, que relaxam o esfíncter anal interno. Os sinais que entram na medula espinhal causam diversos efeitos, como a inspiração profunda, o fechamento da glote, a contração abdominal e o relaxamento e a projeção para baixo do assoalho pélvico. 12. Funções secretoras do TGI - As secreções do TGI tem como função a digestão, através das enzimas digestivas e a lubrificação dos órgãos, através do muco. - A presença de alimento nas regiões do TGI fazem com que as glândulas ali presentes produzam sucos. Esse efeito também é resultante da estimulação nervosa das glândulas, pelo sistema nervoso entérico, a partir da distensão da parede, da irritação química e da estimulação tátil. A estimulação dos nervos parassimpáticos também aumentam a secreção das glândulas gástricas, salivares, esofágicas, de Brunner e do pâncreas, além de algumas glândulas distais do intestino grosso. - A estimulação simpática das glândulas causa a estimulação da produção de muco, mas, se já estiver produzindo muco suficiente a partir de outros estímulos, a vasoconstrição causada pelos estímulos simpáticos reduz a secreção. - A secreção glandular também é regulada por hormônios, que são liberados em resposta à presença de alimentos, e são reabsorvidos e mandados para as glândulas através da corrente sanguínea, estimulando a secreção dos sucos. - A saliva é produzida pelas glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais, e tem como função a secreção de ptialina, que digere o amido e a secreção de mucina, que serve para a lubrificação e proteção das superfícies. A saliva contém íons de potássio e bicarbonato. Os ácinos produzem a secreção primária que contém ptialina e/ou mucina numa solução de íons. Quando essa secreção flui para os ductos, os íons de sódio são reabsorvidos, os íons de potássio são secretados e os íons de bicarbonato secretados pelo epitélio vão para o lúmen do ducto, causado pela troca de bicarbonato por íons cloreto. A saliva também tem uma função muito importante na higiene oral, pois lava a boca das bactérias patogênicas, destrói bactérias e contém anticorpos. - O estômago secreta ácido clorídrico, fato intrínseco, pepsinogênio e muco através das células oxínticas ou gástricas,e secreta muco e gastrina pelas células pépticas. - O pâncreas é responsável pela secreção de diversas enzimas digestivas através dos àcinos pancreáticos. A tripsina e a quimotripsina são responsáveis pela hidrólise de proteínas e peptídeos, e a carboxipolipeptidase cliva alguns peptídeos e aminoácidos essenciais. A amilase pancreática hidrolisa amidos, glicogênios e carboidratos (exceto a celulose), para a formação de dissacarídeos e trissacarídeos. A lipase pancreática hidrolisa gorduras neutras, ácido graxos e monoglicerídeos, a colesterol esterase hidrolisa ésteres de colesterol e a fosfolipase cliva os ácidos graxos dos fosfolipídeos. - A bile é responsável pela absorção e digestão de gorduras, pois emulsifica a gordura ingerida e ajuda na absorção dos produtos finais da digestão de gorduras através da mucosa intestinal.É secretada pelo fígado. Tem início nos hepatócitos e depois é levada para os canalículos biliares, depois para os ductos terminais, ducto hepático e ducto biliar comum, onde vai para o duodeno ou fica armazenada na vesícula biliar. - No duodeno, as glândulas de Brunner secretam muco alcalino em resposta à estímulos táteis ou irritativos, à estimulação vagal e à hormônios, especialmente a secretina. Esse muco é responsável pela proteção da parede duodenal contra o suco gástrico. As criptas de Lieberkün, entre as vilosidades, tem células caliciformes responsáveis pela secreção de muco, e os enterócitos, que secretam água e eletrólitos. Os enterócitos da mucosa contém as enzimas digestivas, as peptidases que hidrolisam pequenos peptídeos e aminoácidos, sucrase, maltase, isomaltase e lactase que hidrolisam dissacarídeos e monossacarídeos e pequenas quantidades de lipase intestinal responsável pela clivagem de gorduras neutras em glicerol e ácidos graxos. Os reflexos nervosos entéricos locais, desencadeados pelos estímulos táteis ou irritantes do quimo são os principais responsáveis pela regulação secretória. - Nas criptas de Lieberkün do intestino grosso é secretado apenas muco, e sua liberação é regulada pela estimulação tátil direta das células epiteliais e por reflexos nervosos locais que estimulam as células mucosas. A diarréia é causada, quando há irritação do intestino, pela liberaçÃo de água e eletrólitos além do muco normal, fazendo com que haja um maior movimento das fezes em direção ao ânus, para a eliminação dos fatores irritativos e recuperação rápida. 13. Digestão e absorção de macronutrientes - Metade das calorias da ingestão alimentar é proveniente de carboidratos, os principais são amido e sacarose, mas tem o glicogênio, a celulose, a lactose, a maltose, a glicose e a frutose. Os carboidrato são digeridos em monossacarídeos, e o glicogênio geralmente é degradado no cozimento. No intestino delgado, os polissacarídeos e dissacarídeos são convertidos em monossacarídeos.A amilase da saliva e do pâncreas digere a maltose. Para sua absorção, a glicose e a galactose usam uma proteína de transporte apical Na+glicose e o transportador de difusão facilitada basolateral GLUT-2, e a frutose é absorvida por difusão facilitado com o GLUT-5. Na boca, a digestão dos carboidratos tem início pela amilase, que digere maltose e pequenos polímeros de glicose. No estômago, continua por uma hora e o pH ácido inibe a amilase salivar. A amilase do pâncreas digere maltose e pequenos polímeros. - O organismo é incapaz de digerir a celulose, por isso, ela se torna a fibra. - As proteínas são digeridas como pequenos peptídeos ou aminoácidos e são digeridas igualmente. As enzimas para a digestão proteica são divididas em dois tipos: as endopeptidases e as exopeptidases. O pepsinogênio presente no suco gástrico se transforma em pepsina, e o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio são sintetizados no pâncreas e no intestino se transformam em tripsina e quimiotripsina. - A maioria dos aa livres são carregados por proteínas co-transportadoras Na+dependentes. Os di e tripeptídeos são carregados por co-transportadores H+dependentes. No duodeno e no jejuno, a absorção proteica é rápida, já no íleo élenta. - Os ácidos nucleicos não tem papel significativo na dieta, e são digeridos por enzimas pancreáticas e intestinais. - As gorduras encontradas na dieta são os triglicerídeos (responsáveis por 90% das calorias ingeridas), o colesterol, os fosfolipídeos, os ácidos graxos de cadeia longa e as vitaminas lipossolúveis. A digestão enzimática das gorduras é feita pelas lipases salivar, gástrica e pancreática. No intestino delgado, as gorduras entram em forma de emulsão (gotas suspensas num líquido), que é encoberta de sais biliares para a estabilização. A lipase pancreática é responsável pela digestão dos TAG na emulsão em monoglicerídeos e ácidos graxos livres, que formam pequenas micelas ao longo da digestão. As gorduras são absorvidas através da difusão simples na membrana apical das células intestinais. O colesterol tem um transportador dependente de energia. Os ácidos graxos com menos de 10 átomos de carbono (ácidos graxos livres não esterificados) transitam até alcançarem a membrana basolateral e cair no interstício do sangue portal. Os ácidos graxos com mais de 10 átomos de carbono são reesterificados a TAG no retículo endoplasmático liso. A maioria do colesterol é esterificada em éster de colesterol. TAG + colesterol + proteína formam os quilomícrons presentes na linfa.Os ácidos graxos de cadeia curta (acetato,propionato e butirato) são sintetizados no cólon pelas bactérias. 14. Digestão e absorção de micronutrientes - A vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) são absorvidas junto com a gordura, as hidrossolúveis são absorvidas pelo transporte mediado e a vitamina B12 é absorvida no íleo ligada ao fator intrínseco. - No intestino, 5,5 L de fluidos e alimentos e 3,5 L de secreções entram diariamente, dos quais 7,5 L são reabsorvidos no jejuno. A absorção dos nutrientes orgânicos cria um gradiente osmótico para a absorção da água. No intestino, as vias transcelular e paracelular são as principais para a absorção passiva da água, que depende da absorção dos íons de Na+ e Cl-. A fluidez do conteúdo intestinal é importante para a propulsão, a digestão e a absorção. O sódio é ativamente transportado na membrana intestinal, a aldosterona aumenta a absorção de sódio. - Cloreto: difusão na parte superior do TGI e por trocador de cloreto-bicarbonato na borda em escova dos epitélios do íleo e intestino grosso - Bicarbonato: indireto (duodeno e jejuno)-íons sódio absorvidos e íons hidrogênio secretado, estes se combinam com os íons bicarbonato formando ácido carbônico que se dissocia em água e dióxido de carbono que é rapidamente absorvido. Secreção de íons bicarbonato pela troca na absorção de íons cloro - Ferro, Cálcio, Potássio, Magnésio e Fosfato: transporte ativo