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A confiança é essencial para 
sair da zona de conforto
EQUILIBRE AS
EXPECTATIVAS
Aprenda a lidar melhor 
com as frustrações
PRATIQUE O 
DESAPEGO
Supere as mágoas 
e falhas do passado
CORAGEM
PARA MUDAR
Recomeçar é uma atitude íntima que nasce do
autoconhecimento, da autocrítica e do amor próprio.
Chegou a sua vez de florescer em um caminho diferente! 
COMECE UMA
NOVA HISTÓRIA
R$ 9,90Ler & Saber, 
Ano 2 - Nº26
Telegram @clubederevistas
FEVEREIRO
LaranjaRoxo
Combate à leucemia e
incentivo a doação de
sangue ou medula
óssea
Conscientização do
Lúpus, Fibromialgia
e Mal de Alzheimer
Para participar do
nosso grupo no
TELEGRAM, clique
no ícone ao lado
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Um novo
caminho!
A
tualmente, muito se fala sobre mudança de vida: cursos de coach, 
livros de autoajuda, grupos de apoio ou até mesmo canais do You-
Tube tratam do tema. Mas o que isso realmente significa? Para 
algumas pessoas, o processo de recomeço tem relação com uma 
vida mais saudável, um novo emprego, o fim de um relacionamen-
to abusivo ou mesmo mudar tudo que estava planejado por conta de fatalidades 
inesperadas ou porque aquilo já não condiz com os anseios mais íntimos.
Se você se encaixa em uma dessas situações ou quer alterar a trajetória do 
“trem da vida”, as próximas páginas foram desenvolvidas especialmente para 
tranquilizar a viagem. Nesta edição de Ler & Saber, mostramos como os 
erros podem ser grandes mestres na arte da evolução, a importância de se 
desapegar de sentimentos ruins e de que forma você deve equilibrar as expec-
tativas sobre o futuro. Ensinamos ainda a grande arte do autoconhecimento, 
por meio de perguntas simples a respeito da sua imagem interior e exterior.
Todavia, há algo que você precisa saber: nada disso será possível sem co-
ragem. Para mudar o curso de sua história, você terá que confiar na própria 
capacidade de se reconstruir e florescer diferente em um novo caminho. 
Então, desenvolvemos uma reportagem especial sobre esse assunto!
Por último, ensinamos como traçar metas, a importância da felicidade para 
a saúde e apresentamos depoimentos reais de pessoas que saíram da zona de 
conforto para buscar uma vida melhor.
Boa leitura!
A redação
Telegram @clubederevistas
CAPA
Imagem Getty Images
 Perdas e ganhos
Enquanto as escolhas 
certas nos satisfazem, as 
erradas nos ensinam a viver
 Receio, 
preocupação… 
covardia?
Como os medos explicam 
a nossa personalidade e o 
modo como lidamos com as 
dificuldades cotidianas
 Expectativas
A dose certa entre 
sonhar demais e evitar 
possíveis frustrações
ÍN
D
IC
E Coragem é a
palavra
Entenda como ser destemido 
para alcançar a nova vida que 
tanto deseja
 Deixa pra lá!
Desapegar-se dos 
sentimentos e lembranças 
ruins faz parte do processo 
de mudança
 Quem é você?
Aprenda a reconhecer 
suas qualidades e defeitos 
a partir do processo de 
autoconhecimento
 Metas
Recomeçar exige parar 
e pensar nos próximos passos. 
Saiba o que mais vem com o 
planejamento
 Sorriso que
muda tudo
Uma dose de felicidade e uma 
pitada de bom humor fazem 
um bem danado para a saúde
 reais
Depoimentos
Histórias de pessoas que 
tiveram coragem para começar 
outra vez
Telegram @clubederevistas
Faz parte!
Escolher, errar e se arrepender. Um caminho 
natural que temos que aprender a lidar
SUPERAÇÃO
Telegram @clubederevistas
“O
diabo desta vida é que 
entre cem caminhos 
temos que escolher 
apenas um, e viver com 
a nostalgia dos outros 
noventa e nove”. A frase do escritor e cro-
nista brasileiro Fernando Sabino ref lete 
uma situação que sempre nos deparamos 
em nossa trajetória. Pode parecer clichê, 
mas viver é fazer escolhas e todas elas im-
plicam em perdas. Todos os dias somos co-
locados em situações que exigem decisões, 
e pesquisas apontam que esse contexto no 
qual somos inseridos não causa apenas nos-
talgia, como ressalta Sabino, mas também 
Errar é bom
Quando existe a consciência e a confirma-
ção de que uma escolha foi errada, ou não foi a 
mais acertada entre tantas outras, que aquilo 
que deixamos era melhor do que recebemos, a 
atitude mais adequada e aconselhável é a posi-
tiva. Uma falha pode – e deve – ser vista como 
uma oportunidade para tomar decisões mais 
conscientes no futuro. “Aprender com os er-
ros é uma das capacidades que nos torna mais 
adaptativos a ambientes complexos”, ressalta 
André Luiz Moreno, psicólogo especialista em 
terapia cognitivo-comportamental. Apesar de 
sempre ouvirmos que errar é ruim, a maneira 
com que olhamos para essa situação aparen-
temente negativa pode mudar tudo. 
Viés científico
O cérebro tem duas reações rápidas quan-
do fazemos algo errado. Primeiro, o sinal que 
reconhece o equívoco e, logo em seguida, acon-
tece aquele que conscientiza o indivíduo do 
erro e indica que ele já está pensando em como 
consertá-lo. Essas duas respostas cerebrais 
acontecem cerca de um quarto de segundo 
depois da falha. 
Baseados nessas informações, cientistas da 
Michigan State University, em um artigo pu-
blicado na Psychological Science, afirmaram 
que a atitude de uma pessoa frente a um erro 
pode dizer como esse influenciará em tenta-
um mal muito popular nos dias de hoje: a 
ansiedade. 
Apesar disso, a sabedoria popular está 
do nosso lado nesse caso. “Há males que 
vem para bem”. “Não adianta chorar pelo 
leite derramado”. Quem nunca ouviu essas 
frases de consolo em momentos de nervo-
sismo? Pois tenha em mente que elas po-
dem ser verdadeiras, só depende de você. O 
processo de escolha, que traz perdas como 
consequência e exige que se abra mão de 
alguma coisa, é natural e erros acontecem 
– os seres humanos são imperfeitos. Não
adianta chorar: sofrer pelo o que já foi ape-
nas ocupará o tempo presente.
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Uma lição para não se esquecer
A australiana Bronnie Ware lançou o livro The Top Five Regrets of the Dying (Os cinco principais arrependimentos de pessoas 
à beira da morte, em tradução livre). Bronnie é enfermeira e especialista no trabalho com pacientes terminais, por isso 
resolveu publicar uma obra que reunisse suas experiências de anos lidando com relatos de pessoas que estavam encarando 
a realidade da morte. Segundo ela, essas confissões podem ser resumidas em cinco grandes arrependimentos: 
1. Queria ter tido coragem para fazer o que realmente queria, e não o que esperavam que eu fizesse
2. Queria não ter trabalhado tanto
3. Queria ter tido coragem de falar o que realmente sentia
4. Queria ter retomado o contato com os amigos
5. Queria ter sido mais feliz
O livro passa a mensagem que a eminência da morte faz com que as pessoas reavaliem suas vidas, mas que não existe a 
necessidade dessa situação para uma reflexão. Assim, deve-se aproveitar cada oportunidade para ser feliz.
Jogo da vida
Abrir mão é necessário, não dá pra ganhar 
sempre. Essa é uma das regras para que pos-
samos conviver diariamente. “A culpa e o per-
feccionismo, quando excessivos, são maneiras 
disfuncionais que utilizamos para lidar com a 
ansiedade. Ambos estão relacionados a formas 
de lidar com a incerteza gerada pela complexi-
dade de decisões e desfechos dessas decisões”, 
observa André. E também não adianta julgar e 
olhar para o passado com os olhos de hoje. “No 
presente, temos consciência dos desfechos re-
sultantes de nossos comportamentos. Porém, 
no passado, quando tomamos a decisão, não te-
ríamos como saber de todas as consequências 
das possíveis decisões, devido à complexidade 
do ambiente”, conclui o psicólogo. 
tivas futuras – ou seja, se o erro servirá como 
ensinamento ou não. A investigação foi feita 
quando voluntários receberam alguns testes, 
como aqueles de atenção, simples, mas que por 
serem feitos repetidamente acabam por deixar 
as pessoas mais suscetíveis ao erro.
De acordo com as reações cerebrais dos 
voluntários, os pesquisadores concluíram: 
quem pensava que ainteligência poderia ser 
desenvolvida e acreditava no aprendizado 
extraído de erros tinha aquela segunda rea-
ção – de aceitar o deslize e já pensar em cor-
rigi-lo – em maior intensidade. Dessa forma, 
nos próximos testes, o índice de acerto dessas 
pessoas era bem maior.
S
hu
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SUPERAÇÃO
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emoçõesNão tema suas
MEDO
De grande necessidade para nossa sobrevivência primitiva, 
o medo muitas vezes é um obstáculo que diz muito sobre 
nós mesmos e nosso entendimento de mundo
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C
apaz de congelar sua fala e até 
de paralisar seus movimen-
tos, o medo é uma reação na-
tural e espontânea, que teve 
papel importante na evolução 
do ser humano. As situações em que o perigo 
é evidente levam a uma decisão imediata: 
sair correndo, gritar, ou simplesmente fi-
car imóvel para evitar contato são atitudes 
instintivas que visam impedir que o nosso 
corpo seja afetado pelas ameaças. Entretan-
to, muitas vezes o temor pode ultrapassar o 
receio de estar em perigo e gerar angústias 
na vida pessoal e profissional, podendo pro-
vocar dificuldades.
O que é o medo?
 Segundo Joana Singer, psicóloga e dire-
tora do Centro Paradigma de Ciências do 
Comportamento, o medo se caracteriza 
por uma série de reações do organismo 
frente a uma ameaça. Essencial para 
a preservação da nossa espécie, o 
mecanismo pode ter consequên-
cias negativas. “Ainda hoje, o medo 
nos predispõe a comportamentos que nos 
protegem de morte ou de lesões a nossa 
integridade física. Entretanto, sabemos 
também que frequentemente pagamos 
um preço alto por essa herança filoge-
nética: sentimos medo, muitas vezes, sem 
que haja uma ameaça real. É como se res-
pondêssemos por uma ‘sobra’ biológica”, 
elucida a psicóloga.
Como pode atrapalhar
É importante ressaltar que sentir medo 
não é algo ruim, contudo, em níveis excessi-
vos, ele pode gerar pânico mesmo em situa-
ções controladas, superestimando o risco 
naquele momento. As fobias, por exemplo, 
costumam fazer o indivíduo desacreditar 
em sua capacidade de enfrentar o proble-
ma, ocasionando o pavor excessivo e uma 
angústia antecipatória.
Uma boa amostra disso é o medo de an-
dar de avião, que resiste fortemente aos da-
dos estatísticos, que dizem que o meio de 
transporte é um dos mais seguros. Ver-se 
dentro de um veículo que voa a milhares 
de metros de altura pode causar, natural-
mente, um grande desconforto. No entanto, 
essa sensação deixa de ser saudável quando 
somos incapazes, física e emocionalmente, 
de tentar encará-lo. “O medo se torna um 
problema quando interfere na vida profis-
sional, social, afetiva, familiar ou nas ações 
cotidianas. Por exemplo: um indivíduo pode 
ter medo de cachorro, evitar ficar perto, etc. 
Porém, se a pessoa deixa de sair na rua em 
função do medo de encontrar cachorros, po-
demos falar em algo mais sério, que merece 
intervenção”, explica a psicóloga.
Conheça a si mesmo
Com a complexidade alcançada das re-
lações sociais e do próprio conhecimento 
humano, os medos foram além da busca por 
segurança física. Deixaram de ser desenca-
deados pelo perigo incontestável e passaram 
a ter significados simbólicos e muito pes-
soais. Dessa forma, o medo pode ser uma 
maneira de compreender melhor nosso in-
terior. Segundo William Ferraz, terapeuta 
e especialista em inteligência emocional, 
MEDO
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existem maneiras diferentes de entendê-lo. 
“Algumas pessoas precisam simplesmente 
ressignificar o medo para entender que ele 
tem uma intenção positiva de proteção. Ou-
tras precisam trabalhar e entender como e 
porque ele foi construído”, explica.
Muitas vezes somos incapazes de admitir 
que o medo esteja ali e evitamos nos apro-
fundar nas causas e consequências de seu 
desencadeamento, mas é importante saber 
que a intenção do mecanismo é positiva e 
visa nos proteger. De acordo com Joana Sin-
ger, “o ideal é que a pessoa aprenda a reco-
nhecer o tamanho do medo frente às reais 
ameaças da vida. Um bom trabalho terapêu-
tico deve ajudá-la a se aproximar dos estí-
mulos temidos de forma segura e paulatina”.
Durante certos períodos da vida, o receio 
de fracassar, de ser ridicularizado ou coloca-
do de lado pode aparecer. Na adolescência, 
período no qual o mundo começa a ser en-
tendido de maneira mais profunda, muitos 
desses bloqueios surgem e, nesse caso, têm 
efeitos negativos ao bem-estar. Frequente-
mente, esses pavores aparecem devido às 
experiências negativas, que geralmente são 
acompanhadas de outras sensações, dando 
complexidade a essas emoções. “Quando fa-
lamos em ‘medo de rejeição’, por exemplo, 
estamos empregando a palavra ‘medo’ para 
falar de uma série de sentimentos (como an-
gústia, apreensão, etc.). Tratam-se de ‘me-
dos’ mais complexos. Uma intervenção fo-
cada não é suficiente”, completa a psicóloga.
Filtre positividade
O medo se agrava quando imaginamos o pior, então, por mais 
que exista realmente um risco, pensar somente nos destinos 
trágicos que aquilo pode ter irá consumir sua capacidade de 
lidar com o que apavora você. “Quanto mais nutrirmos nossos 
pensamentos com boas notícias ou boas informações, mais 
experiências que podem fortalecer um estado de espírito 
positivo e saudável serão criadas. Da mesma forma que 
quanto mais nutrimos nossos pensamentos com informações 
pessimistas ou de violência, mais teremos respostas de 
medo e stress”, finaliza William Ferraz.
CONSULTORIAS 
Joana Singer, psicóloga 
e diretora do Centro 
Paradigma de Ciências 
de Comportamento;
William Feng, 
terapeuta e 
especialista em 
inteligência emocional
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expectativas
Precisamos falar sobre
FRUSTRAÇÕES
Na dose certa, se empolgar e sonhar com determinadas situações 
pode ser saudável. Mas é preciso ter consciência de que as coisas 
nem sempre acontecem conforme o planejado ou desejado – 
especialmente no que diz respeito a outras pessoas
Telegram @clubederevistas
F
alar sobre expectativas não é ta-
refa das mais fáceis. Isso porque, 
embora seja parte da natureza 
humana, elas estão condiciona-
das a uma imaginação muito fér-
til, o que faz com que os desejos excedam a 
compreensão sobre a realidade em diversas 
oportunidades. Além disso, temos a tendência 
de projetar nossos anseios nos outros – por 
vezes até nos comportando de forma egoísta.
Assim, é inevitável: quando rola uma en-
trevista de emprego, logo já nos vemos cal-
culando os benefícios do novo salário, or-
ganizando a nova rotina e sonhando com o 
impacto que aquele novo cargo pode causar 
em nossa carreira profissional. Já quando 
ficamos ou nos apaixonamos por alguém in-
teressante, vira quase um desafio não ideali-
zar o desenvolvimento de uma relação como 
sempre sonhamos.
Obviamente, depositar todas as nossas 
fichas em uma vontade que pode ou não se 
realizar não parece a atitude mais razoável. 
Contudo, também não é pecado esperar que 
coisas boas aconteçam. E a narrativa de rejei-
ção das famigeradas expectativas pode criar 
um batalhão de pessoas que finge não se im-
portar, mas, em seus íntimos, se remoem por 
não agirem como gostariam. Dessa maneira, 
como tratar dessa situação em doses e níveis 
certos?
Os dois lados da moeda
Para Aristides Brito, coach e diretor do 
Marca Pessoal Treinamentos, as expectati-
vas abrangem questões muito amplas e par-
ticulares. “Existem pessoas que jogam para o 
destino, ou seja, culpam o acaso. Mas a frus-
tração está diretamente ligada à intensidade 
de expectativa que colocou em algo ou em 
alguém. Se você entrar num relacionamento 
e não cobrar a pessoa, tudo que ela oferecer, 
mesmo que seja pouco, vai ser suficiente. Ago-
ra, se imaginar alguém só com qualidades, na 
hora que aparecerem os defeitos, a frustração 
vai ser enorme”, alerta o especialista.
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Aristides ainda explica os dois extremos de 
criar expectativas atreladas ao planejamen-
to. Sobre o lado positivo, ele revela: “Quanto 
mais planejado, mais próximo da realização.Se você conseguir prevenir o máximo possível 
de acontecimentos, com uma boa análise, tem 
grandes possibilidades de realizar. As pessoas 
mais organizadas têm mais chance de não se 
frustrar, pois pensam muito antes de partir 
para a prática. Já a pessoa que não busca se 
conhecer, conhecer os outros e se informar, 
com certeza pode se frustrar. E provavelmen-
te vai culpar o azar”.
Por outro lado, existe a possibilidade de, 
mesmo com todas as análises e previsões, 
acontecer algo inesperado, e a situação sair 
do controle. E é aí que mora o perigo, já que, 
quanto maior a altura, maior a queda. “No 
geral, essas pessoas que calculam tudo, que 
pensam no maior número de detalhes, são as 
que mais se frustram quando acontece algo. 
Então, o equilíbrio é se preparar, torcer para 
dar certo, mas se conscientizar para todas as 
situações. Até porque, o exagero na preven-
ção também pode te deixar estagnado, sem 
sair do lugar, o que em geral é péssimo”, avalia 
Aristides.
Viver uma vida consciente pressupõe, an-
tes de tudo, aprender a perceber quando estas 
ilusões começam a se formar em nossa mente 
e aceitar o fato de que não temos o dom de 
manipular a realidade para que ela se molde 
ao nosso desejo. Em síntese, uma boa solução 
seria dividir os aspectos de sua vida em dois 
grandes grupos: as coisas que você espera que 
aconteçam e depende determinantemente de 
você e as coisas que você espera que aconte-
çam, mas dependem muito mais de outras 
pessoas e acontecimentos do que das suas 
próprias ações. Mas é bom que se diga: não 
podemos ser escravos de uma vida focada em 
blindar decepções.
Soluções
“Quanto mais experiências, mais prepa-
rada a pessoa fica para superar certas situa-
ções”, afirma Aristides. Afinal, como dizem 
por aí, a frustração também pode servir de 
combustível para quem sonha, cai e se levanta 
em busca de seus propósitos.
“A primeira coisa é entender que elas po-
deriam acontecer com qualquer um em qual-
quer lugar, não é nada pessoal. Às vezes a pes-
soa se martiriza, se vitimiza por acreditar que 
aquilo só acontece com ela, como se ela fosse 
azarada. Isso é da sua cabeça. O segundo as-
pecto é tirar algo de positivo da situação. Por 
mais complicado que seja, e por mais triste 
que a situação tenha se desenhado, vai ficar o 
aprendizado”, completa o especialista.
Pode parecer clichê, mas o autoconheci-
mento é fundamental para discernir cenários 
adversos e situações de risco. A longo prazo, 
quanto mais segura a pessoa estiver, mais 
maturidade terá para administrar as frus-
trações. E, segundo Aristides, um conceito 
que anda muito recorrente pode ser decisivo 
neste processo. Trata-se da resiliência.
“O ideal é desenvolver a resiliência, que é 
a capacidade de superação das adversidades. 
E isso você trabalha com treinamentos, dinâ-
micas e até mesmo com autoconhecimento. 
Se você sabe que o excesso de expectativas te 
traz frustração, a melhor postura é tirar qual-
quer pressão sobre o futuro”, analisa o profis-
sional. E as nuances do tempo dão o gancho 
para a conclusão de sua linha de raciocínio.
“Normalmente, as pessoas em uma so-
ciedade excessivamente tecnológica como 
a nossa se cobram muito do futuro, vivem 
no futuro. Isso gera ansiedade e até mesmo 
doenças mais graves como consequência. 
Viver o presente, o agora, é algo que deve ser 
trabalhado com muito exercício. Os mais 
jovens talvez possuam dificuldade para en-
tender isso, mas, com maturidade, a maio-
ria entende que não se deve cobrar nada 
do futuro. E isso, infelizmente, só é apren-
dido com as experiências ao longo do tem- 
po”, finaliza.
Confira 
alguns passos 
para evitar 
ou lidar 
melhor com 
frustrações
• Busque o equilíbrio:
como já dito
anteriormente, é
preciso ter consciência
de que as coisas nem
sempre acontecem
conforme o planejado
ou desejado –
especialmente no
que diz respeito a
outras pessoas. As
expectativas devem ser
pautadas em coisas
alcançáveis, e não
idealizadas.
• Aceite as diferenças:
pessoas têm histórias,
valores e convicções
diversas – isso sem
falar dos diferentes
contextos em que as
decisões são tomadas.
Compreender posturas
e comportamentos
que você não concorda
é fundamental para
não viver uma vida de
decepção.
• Tudo no seu tempo:
quando um sonho se
cruza com o empenho
e com a determinação,
tudo se torna mais
próximo do possível.
Mas vá com calma:
espere, reflita e se
dedique a um plano
por vez, já que, ao
traçarmos uma meta, a
vida pode surpreender
com imprevistos e
fatores que ainda nem
existem.
FRUSTRAÇÕES
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CONSULTORIA 
Aristides Brito, coach e diretor 
do Marca Pessoal Treinamentos
Uma questão
 científica
Em que medida 
nossas expectativas 
sobre o futuro 
influenciam os 
sucessos e falhas 
de previsões 
tecnológicas? A 
sociologia das 
expectativas 
trata justamente 
de perguntas 
como essas. 
Como disciplina, 
ela se propõe a 
investigar como o 
desenvolvimento de 
novas tecnologias 
é impactado por 
nossas suposições 
científicas e sociais.
Um de seus 
principais 
influenciadores 
foi o economista 
Nathan Rosenberg, 
visto que o norte-
americano estudou 
as relações entre 
as expectativas e 
decisões feitas por 
empreendedores. 
Em seu trabalho, 
ele define 
expectativas como 
o meio pelo qual
empreendedores
racionalizam
investimentos em
novas tecnologias,
tentando encontrar
o equilíbrio entre
ser um pioneiro
tecnológico
e arriscar os
problemas técnicos
que seguem essa
posição.
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Mudar é
um ato 
de coragem
Por mais que pareça — e realmente seja — difícil mudar, nossa 
trajetória é feita de renovações e recomeços
RECOMEÇAR
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M
udar pode ser tarefa árdua. 
Exige desapego, exige força e, 
principalmente, exige coragem. 
O ímpeto de deixar o que pas-
sou para trás e olhar adiante sob 
uma nova ótica é necessário em diversas situações.
Nossa vida pode estar estável em muitos aspec-
tos: trabalho, filhos, amor, dinheiro, etc. E, como 
num passe de mágica, o relacionamento finda, um 
ente querido se vai, uma doença ou distúrbio dá as 
caras. E tudo desmorona.
Reerguer-se é gradual
Quando tudo está de cabeça para baixo, con-
seguir trazer isso ao eixos novamente não se faz 
da noite para o dia. É normal, numa situação de 
dificuldade, demorar para ver alguma luz no-
vamente. Por um tempo, ficamos presos àquele 
problema e, aparentemente, não há nenhuma 
esperança de melhoria.
Apesar de ser clichê, os “perrengues” nos aju-
dam em alguma coisa. Mesmo que seja difícil no 
início, a longo prazo — quando enfim, a vida está 
voltando à normalidade — percebemos que os 
sufocos nos deixam marcas e aprendizados. 
Mas, até esse ponto, há alguns percalços. Um 
exemplo: desilusão amorosa. O término pode ser 
terrível. Aquela rotina se esvai, associamos qual-
quer elemento do dia a dia com a antiga vida a dois 
e entramos numa tristeza que parece infindável. 
Entretanto, a mudança não acontece rapi-
damente. Algo muito importante de se ter em 
mente é que, para mudarmos, precisamos sen-
tir essa necessidade em vez de não forçá-la. Os 
recomeços acontecem quando menos espera-
mos. O coach de relacionamentos Pablo Tuffano 
COMO EU ERA 
ANTES DE VOCÊ 
(Jojo Moyes, Editora 
Intrínseca)
A jovem Louisa 
Clark, recém-
desempregada e 
ainda dependente 
de seus pais, 
arruma um 
emprego de 
cuidadora. O rapaz 
que Louisa cuida é 
Will Traynor, de 35 
anos, tetraplégico 
após um acidente 
de moto. Preso a 
uma cadeira de 
rodas, Will ficou 
amargo e seco. 
Quando a moça 
entra em sua vida, 
ele irá descobrir 
novas vivências que 
trarão perspectivas 
de recomeço para 
ambos!
Filmes e 
livros para 
inspirar 
mudança
salienta a necessidade do desapego ao passado 
para se chegar ao caminho da transformação. “A 
importância de se recomeçar está no fato de que 
não adianta olhar para trás e sonhar com o que se 
tinha, pois este passado já não existe mais, mes-
mo que insista. Quando temos clareza de que, 
para termos a vida dos sonhos é necessário su-
perar os desafios, logo ficaclaro que o recomeço 
pode ser uma excelente oportunidade”, ressalta 
o especialista.
Mas, engana-se quem pensa que as dificul-
dades mudam de intensidade de acordo com 
as situações. A psicóloga Lidiane Silva explica 
que cada um tem sua maneira de lidar com o 
sofrimento. “Não é a situação que determina 
o impacto acarretado, mas a personalidade e a
maneira de interpretá-la, seja ela considerada
grave ou simples. A subjetividade de cada ser
humano influencia neste impacto”, elucida. Ela 
ainda complementa que a forma de se enxergar 
o medo e o recomeço está mais relacionada ao
meio que a pessoa está inserida, ao controle de
suas emoções e a sua capacidade de ser resilien-
te. Na prática: uma pessoa pode quase morrer
em função de uma doença grave e com pensa-
mentos positivos e tratamento adequado, sair do 
problema dominando seu temor e enxergando
a mudança como uma nova oportunidade para
viver. Contudo, uma pessoa que é traída pode se 
tornar negativa, não se relacionar mais, deixando 
as preocupações dominarem e bloqueando qual-
quer chance de reescrever uma nova história.
Quando todas as nossas incertezas param de 
nos amedrontar, um novo ciclo fica mais próxi-
mo. Adriana Schneider, coach especialista em 
desenvolvimento humano, acentua a relevân-
“A importância de se recomeçar está no fato de que não 
adianta olhar para trás e sonhar com o que se tinha, 
pois este passado já não existe mais, 
mesmo que insista"
Telegram @clubederevistas
O ÚLTIMO ADEUS 
(Cynthia Hand, Editora 
Darkside Books)
Após o suicídio de 
seu irmão mais 
novo, Lex, de 18 
anos, começa 
a escrever um 
diário a pedido 
de seu terapeuta. 
A narrativa em 
primeira pessoa 
mostra o que a 
garota tem de 
enfrentar para 
conseguir seguir em 
frente, ao mesmo 
tempo que lida 
com o divórcio dos 
pais e as provas 
para entrar na 
faculdade. A autora 
Cynthia Hand 
retrata a dureza 
de uma perda 
e como, apesar 
dos percalços, 
o ser humano
tem o poder de 
recomeçar.
7 PASSOS PARA 
DAR A VOLTA POR 
CIMA 
(Lauro Trevisan, 
Editora Da Mente)
Na obra, Lauro 
Trevisan vai 
explanar sobre 
os possíveis 
caminhos para 
a retomada da 
vida depois de 
um momento de 
dificuldade.
“O medo é uma tentativa de proteção, 
necessário para que as avaliações 
dos riscos sejam ponderadas. Ele 
só se torna um problema quando é 
paralisante”
cia dos recomeços. “É manter-se vivo, presente, 
em processo de melhoria contínua. Criar mais 
musculatura emocional, tornar-se protagonis-
ta, ampliar a autorresponsabilidade sobre as 
consequências de suas escolhas, romper com a 
passividade e o vitimismo. Quem tem coragem 
de recomeçar não fica preso ao jogo de acusações, 
mas age a partir do que aconteceu independente 
do motivo. Vai adiante construindo novos pata-
mares”, enfatiza.
RECOMEÇAR
Telegram @clubederevistas
COMER, REZAR 
E AMAR 
(Eat, Pray, Love, Ryan 
Murphy, 2010) 
“A ruína é a 
estrada para a 
transformação”, 
uma das frases 
mais emblemáticas 
do longa descreve 
bem sua narrativa. 
Liz Gilbert (Julia 
Roberts) se 
descobre infeliz no 
seu casamento e 
se divorcia. Depois, 
ela parte para 
se redescobrir e 
encontrar um novo 
começo.
À PROCURA DA 
FELICIDADE 
(The Pursuit of 
Happyness, Gabriele 
Muccino, 2007) 
Chris Gardner (Will 
Smith) é um pai 
solteiro que luta 
para conseguir se 
sustentar e a seu 
filho Christopher 
(Jaden Smith). Ele 
arruma um estágio 
sem remuneração 
numa renomada 
empresa. Entretanto, 
Chris e o filho são 
despejados do 
apartamento onde 
vivem e passam a 
dormir em abrigos e 
banheiros do metrô, 
mas sem perder a 
esperança.
Quero mudar, mas como?
O coach Pablo Tuffano explica como pode ser traçado o caminho para a mudança de vida
TRABALHAR O MEDO NO INCONSCIENTE: saber qual a origem do sentimento ou o problema
que o incitou.
FAZER UMA ANÁLISE DE RISCO: avaliar os riscos e se precaver caso tudo não saia como planejado.
DESCOBRIR O PROPÓSITO: encontrar e afirmar o verdadeiro porquê daquela mudança.
“Só assim o caminho se torna leve e o ideal que buscamos se torna maior do que as 
dificuldades”, diz o especialista.
FAZER UM PLANO: ponderar quais são as maneiras de ficar mais próximo do seu objetivo. 
Planejar as atitudes a serem tomadas pode conduzir você ao recomeço.
ENVOLVER PESSOAS: quando temos terceiros envolvidos, o nível de responsabilidade aumenta. 
Segundo Pablo, isso influencia o nosso comprometimento com as mudanças que objetivamos.
Tropeçar faz parte
As dificuldades assustam. Quando vivemos 
algo, nossa primeira reação é o medo. Medo de 
errar, da frustração, do tropeço. E isso auto-
maticamente nos bloqueia de experimentar e 
insistir em coisas novas.
O que devemos colocar na cabeça é que cair 
faz parte. Enquanto aprendíamos a andar de 
bicicleta, quantas vezes caímos? Muitas. E se 
pararmos para rememorar esse acontecimen-
to, o número de quedas vão ser maiores que a 
quantidade de vezes em que nos equilibramos.
Contudo, o medo não é de todo ruim. A psi-
cóloga Simone Januário comenta a necessidade 
desse sentimento nos momentos críticos. “O 
medo é uma tentativa de proteção, necessário 
para que as avaliações dos riscos sejam ponde-
radas. Ele só se torna um problema quando é 
paralisante”, ela destaca. Ou seja, o medo nos 
traz precaução, faz com que pensemos nas con-
sequências das situações, entretanto, sem levar 
tudo ao extremo.
Quando esse sentimento excede o limite 
considerado normal, a psicoterapia é uma via 
a ser tomada. “Desmistificar esse sentimento 
com a ajuda de uma psicoterapeuta, acreditar 
que novas experiências são novas vivências e 
que é possível fazer um final diferente”, afirma 
a psicóloga Sirlene Ferreira.
CONSULTORIAS 
Adriana Schneider, coach de 
desenvolvimento humano;
Pablo Tuffano, coach de relacionamentos;
Lidiane Silva, Simone Januário e
Sirlene Ferreira, psicólogas
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ao passado
Desapegar-se de objetos ou sentimentos 
faz parte da trajetória da mudança
TEXTO ÉRICA AGUIAR | ENTREVISTAS ÉRICA AGUIAR E NATHÁLIA PICCOLI/COLABORADORA | DESIGN RAFAEL NAKAOKA
D
eixar o que nos marcou para 
trás não é uma tarefa fácil, 
não é mesmo? Como saber 
o que podemos “abandonar”
ou guardar conosco? Quan-
do estamos vivendo um excesso e não per-
cebemos? Essas perguntas são difíceis de 
responder, afinal, ao longo da vida, acumu-
lamos presentes, lembranças de ocasiões 
especiais, objetos que servem como recor-
dações de lugares e até mesmo sentimen-
tos bons e ruins. Assim, o apego pode ser 
saudável ou não.
Classificar tudo isso e conseguir desapegar, 
muitas vezes, requer ajuda externa. É o que 
acontece com o personagem do ator Jim Carrey 
DESAPEGO
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no filme Sim Senhor. Carl Allen tem um traba-
lho medíocre em um banco e simplesmente diz 
“não” para tudo que cruza seu caminho – seja 
convites para eventos ou viver novas experiên-
cias. Porém, após uma conversa com seu amigo 
Peter – interpretado por Bradley Cooper –, per-
cebe que sua vida poderia ser bem diferente. 
Assim, resolve participar de um encontro de 
auto-ajuda, cujo princípio é dizer “sim” a qual-
quer coisa que aconteça ou que seja oferecida.
A princípio, sua vida melhora: Carl é promo-
vido, conhece a motoqueira Alisson e começam 
a namorar, frequenta as festas do chefe e apro-
veita novas oportunidades. No entanto, tudo 
muda quando recebe o convite da amada para 
morarem juntos. A partir daí, ele descobre que 
o “sim” em excesso também pode causar pre-
juízos. Dessa maneira, ensina a importante
lição de não deixar as chances de lado, mas
também não fazer nada obrigado. É preciso
se desligar de algumas coisas – talvez muitas
– para viver uma vida mais plena.
Por que nos apegamos?
A resposta é simples: devido ao simbolismo
que atribuímos àquilo ou àquela pessoa a que 
nos apegamos. “Somos apegados, em geral, às 
coisas que sãoimportantes para nossa sobre-
vivência (por exemplo, nossa casa), elementos 
que, de certa forma, atendem às necessidades 
emocionais como segurança, carinho, per-
tencimento, ou às coisas que nos lembram de 
pessoas significativas e, talvez, representem 
momentos importantes ou bem-estar”, explica 
a psicoterapeuta Stèphanie Krieger.
Segundo Fernando Vieira Filho, também 
psicoterapeuta clínico, indivíduos com baixa 
autoestima costumam ser mais apegados do 
que outros, pois costumam enxergar pessoas 
queridas como “muletas” para ajudá-los em 
sua jornada. “Apegam-se também a objetos e 
coisas que não lhe servem mais ou nunca ser-
viram de fato. Acabam se tornando consumis-
tas e acumuladores compulsivos”, acrescenta 
o profissional.
Estar bem consigo mesmo, por outro lado, 
proporciona uma vida mais leve, livre e des-
complicada, com dias mais tranquilos. Isso 
evita problemas físicos e emocionais, tais 
como ansiedade, fobia, medo e depressão.
Como “esquecer” os erros?
Bom senso e cautela são critérios essenciais 
para identificar do que, de fato, você precisa 
desapegar para que sua qualidade de vida me-
lhore. Lembrar-se de alguns erros do passado, 
por exemplo, pode ser importante para que 
não mais os cometa. No entanto, não permita 
que eles sejam capazes de impedir a conquis-
ta dos seus próximos sonhos. Tire uma lição 
sobre o ocorrido!
O primeiro passo é descobrir a origem do 
arrependimento. O que provoca o sentimento 
ruim que você está carregando? As situações 
mais recorrentes se referem à escolha errada 
de carreira, ao lamento por ter recusado uma 
oportunidade no trabalho, aos conflitos fami-
liares mal resolvidos, à mudança de cidade e 
perda de contato com amigos, ou ao casamento 
tumultuado que, com o passar dos anos, gera 
uma série de dúvidas. Porém, pode ser que você 
esteja atravessando uma situação diferente.
Seja racional e compreenda o que acon-
teceu – perdoe-se pelo ocorrido e, caso seja 
possível, tente resolver o problema com outra 
pessoa: peça perdão! Do contrário, continue 
seguindo em frente. Em alguns casos, não dá 
para mudar o passado, mas você consegue es-
colher como ele afeta o presente e o futuro. Se 
precisar de ajuda, não tenha receio e procure 
um terapeuta ou grupos de apoio. Assim, será 
mais tranquilo para desapegar de aconteci-
mentos antigos.
No entanto, isso deve acontecer porque 
aquela situação não mais se encaixa na sua 
vida – evite encerrar um ciclo devido ao orgu-
lho, ao pensamento de incapacidade ou por ar-
rogância. Isso porque sua mente precisa estar 
leve para que tenha a possibilidade de escrever 
uma nova história e seguir novos rumos.
É preciso 
se desligar 
de algumas 
coisas – 
talvez muitas 
– para
viver uma
vida mais
plena.
CONSULTORIAS
Fernando Vieira Filho, 
psicoterapeuta clínico, 
palestrante e autor do livro Cure 
suas mágoas e seja feliz!;
Stèphanie Krieger, 
psicoterapeuta cognitivo-
comportamental.
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Conhecer suas qualidades e defeitos é importante para 
saber a marca que deseja deixar no mundo
Descubra-se!
C
omo você se descreveria?”: essa é uma das perguntas 
mais recorrentes em entrevistas de emprego e muitas 
pessoas não sabem como respondê-la. Saber quem é 
você é fundamental para orientar decisões, planejar 
os objetivos e como conquistá-los. Se não temos esse 
autoconhecimento, é difícil compreender os próprios sentimentos 
em algumas situações e podemos nos tornar inseguros quanto às 
escolhas que fazemos.
“À medida em que um indivíduo conhece suas potencialidades 
e percebe que é capaz de se aperfeiçoar e se desenvolver quando 
necessário, torna-se mais forte. Ninguém se torna autêntico sem 
antes compreender a si mesmo e o universo ao seu redor”, explica 
Alexandre Prado, coach especialista em desenvolvimento humano.
A seguir, descubra como conhecer melhor o seu “eu interior”, 
decidir o que pretende mudar, de que forma cultivar a autoaceitação 
e tomar decisões mais conscientes.
“
AUTOCONHECIMENTO
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2. FILTRE O QUE FAZ BEM!
Quais lugares trazem mais bem-estar? Que tipo de atividades 
proporcionam mais prazer? Ao lado de pessoas com quais 
personalidades você mais se sente bem? Quais acontecimentos 
provocam a sensação de “brilho nos olhos”? Essa etapa serve 
como orientação para o caminho que deseja seguir.
3. VISÃO EXTERNA
Peça uma espécie de feedback de quem está 
presente no seu dia a dia. Pergunte a essas pessoas 
o que você faz bem e o que poderia melhorar. Se
possível, questione sobre exemplos de situações.
Assim, saberá quais características deseja
abandonar, manter ou aperfeiçoar.
4. PONTOS FORTES E FRACOS
Em uma folha de papel ou um arquivo de texto, faça 
duas colunas. A primeira com itens em que se considera 
bom, elementos que foi elogiado ou no que se destaca. A 
segunda deve conter informações sobre o que atrapalha 
seu desempenho, pontos de melhoria e do que sente falta 
para conquistar seus objetivos.
5. ASSINATURA PRÓPRIA
Qual é a marca que quer deixar no mundo? Do que 
imagina que as pessoas que passaram por sua vida se 
lembram ao mencionarem seu nome? Você fica feliz com 
isso? O que desejaria, de verdade, que fosse? CONSULTORIA
Alexandre Prado, 
coach especialista em 
desenvolvimento humano
Mapa da felicidade
1. MODO DE AGIR
De que forma você administra suas vontades? Quando 
não conquista aquilo que deseja, fica estressado ou 
pensa em recomeçar tranquilamente? É mais assertivo ou 
possui várias dúvidas e as deixa transparecer?
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O sonho
nosso de
cada dia
METAS
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Para alcançar seus objetivos, por 
vezes, é preciso parar e pensar. 
Especialistas explicam por que é 
tão importante se planejar para 
alcançar o que se quer
TEXTO RAFAEL GUIMARÃES/COLABORADOR
ENTREVISTAS NATHALIA PICCOLI/COLABORADORA
DESIGN ANA PAULA MALDONADO
T
er sonhos pode ser tão frustrante 
quanto recompensador. Isso por-
que, muitas vezes, tentamos de 
qualquer forma determinar o que 
é desejado e acreditamos que al-
cançar algo é uma questão de pura sorte ou de 
fatores que estão longe do nosso alcance.
Entretanto, a busca da realização de suas 
metas de vida é algo que depende de organiza-
ção e disciplina, além da capacidade de superar 
as dificuldades e se reerguer após os tropeços. 
Conversamos com especialistas para determi-
nar como se organizar para cumprir objetivos 
e sobre a importância da superação.
Falta de tempo para si próprio
Um problema recorrente para quem tem so-
nhos como empreender ou deseja atingir uma 
meta é a falta de tempo para as realizações 
pessoais. “O desenvolvimento tecnológico – in-
cluindo a internet – deixou os processos mais 
céleres”, explica Alexandre Prado, especialista 
em economia e coach de carreiras. “O resultado 
dessa celeridade é que estamos cada vez mais 
com a sensação de perder o tempo”.
Por vezes, a falta de tempo passa uma sen-
sação de que o dia é curto para realizar as ta-
refas do nosso trabalho, que nos sustenta, e ao 
mesmo tempo ter um projeto pessoal, explica 
Alexandre: “Sabemos que um dia tem apro-
ximadamente 24 horas, mas insistimos em 
ocupar-nos com tantas atividades quantas fo-
rem possíveis para nos diferenciar, aprender 
mais, entregar mais, agregar mais valor. Porém, 
queremos fazer tudo isso – e mais um pouco – 
sem organização”.
Não é culpa sua. A relação que temos com o 
tempo nos dias atuais é complexa, muitas vezes 
são as coisas ao nosso redor que nos aceleram 
e consomem, como explica Marcela Rangel, 
especialista em desenvolvimento humano: 
“Vivemos em um mundo cada vez mais veloz, 
agora as mudanças são rápidas demais e isso é 
um fato novo para nós. Nunca em toda a nossa 
história se mudou com tanta velocidade. Com 
isso a nossa noção de tempo também mudou. 
Cada dia você se levanta mais cedo e vai dormir 
mais tarde, e sempre com a sensação de que 
deveria estar mais tempo acordado”.
É preciso contornar os problemas do tempo 
ao nosso redor para conseguir alcançar os obje-
tivos traçados, mas épreciso também saber não 
se preocupar com isso o tempo todo. “Pesquisas 
recentes mostram que o sentimento ‘acelerado’ 
pode levar ao estresse e à infelicidade. Todos os 
dias nós recebemos milhares de informações 
de todos os lados: mídias, amigos, trabalho”, 
conta Marcela. “É preciso estar em equilíbrio 
para processar esse turbilhão de informações, 
é preciso ter autocontrole e saber identificar o 
que é útil e desnecessário para eliminar o que 
não faz bem”, pontua.
Resiliência
No entanto, como superar os desgastes do 
dia a dia e as dificuldades de forma a conseguir 
superar o trauma de ter seus objetivos nega-
dos? É preciso desenvolver resiliência, palavra 
explicada por Marcela: “Significa a habilidade 
de persistir nos momentos difíceis mantendo Im
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Telegram @clubederevistas
a esperança e o equilíbrio emocional. Pessoas 
altamente resilientes se tornam mais fortes 
após situações difíceis. Isso acontece porque 
elas desenvolvem autoconfiança aprendendo 
novas formas de lidar com os desafios”.
O caminho para nos tornarmos mais re-
silientes é, ainda, desafiador. É preciso mais 
do que simplesmente insistir nas mesmas 
questões e continuar errando. Conforme 
nos conta Alexandre, o ideal é aprender 
com os erros: “Indivíduos resilientes 
possuem grande capacidade de adapta-
ção, esperam que as coisas terminem 
bem, criam emoções positivas em 
tempos de crise, adotam a postura de aprender 
continuamente com as experiências da vida e 
possuem sólida autoestima. As pessoas que 
possuem resiliência são muito valorizadas no 
convívio social e profissional, pois encaram as 
adversidades como oportunidades de aprendi-
zado ou melhoria”.
Superar os nãos
Em geral, a diferença entre uma pessoa que 
apenas sonha e outra que realmente alcança 
seus objetivos é a capacidade de se reerguer das 
dificuldades. O sonho de uma promoção, por 
exemplo, pode ser negado algumas vezes antes 
de ser realizado. 
Em dados momentos, quando algo nos é 
recusado, a atitude correta para conseguir al-
cançar o seu sonho é a de recuperação. “Ouvir 
o ‘não’ faz parte do processo de maturidade e
é elemento integrante das relações humanas.
As pessoas são diferentes e podem possuir per-
cepções distintas sobre determinada questão”, 
explica Alexandre. “Também, cada um possui
sua própria estrutura de crenças e valores, o
que impacta em suas atitudes no mundo ob-
jetivo. Uma vez que o indivíduo tenha clareza
de propósito e saiba onde quer chegar ou o que 
alcançar, os ‘nãos’ não devem impedi-lo de se-
guir em frente”.
Para Marcela, entender a importância do 
‘não’ pode ser algo que transformará esse obs-
táculo em uma plataforma para alcançar um 
objetivo mais alto: “Receber ‘nãos’ faz parte de 
um processo de aprendizado e evolução. É uma 
boa oportunidade para refletir sobre estraté-
gias e metas. Quando se depara com os ‘nãos’ 
da vida, o inconformismo e a busca por explica-
ções se fazem presentes. Muitas pessoas fogem 
e acabam transferindo a culpa para os outros e 
dando desculpas por não terem conseguido”.
Mas o ‘não’ pode ser também um alerta, uma 
forma de compreender o caminho a ser toma-
do. Marcela fala da importância de entender a 
mensagem passada pela negação de algo: “Falar 
e ouvir ‘não’ é uma forma de dar limites, mos-
METAS
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trar outros caminhos e criar novas estratégias. 
O ‘não’ sempre abre novas portas. É um convite 
para uma grande reflexão sobre seus pensa-
mentos, comportamentos e atitudes”.
Para Alexandre, o resultado de uma ne-
gação depende de como ela é encarada: “O 
‘não’ pode ser analisado por dois prismas. 
O primeiro, relacionado simplesmente ao 
ponto de vista diferente da outra pessoa. O 
segundo, como uma forma objetiva de apren-
dizado e aperfeiçoamento”.
Planejamento pessoal
Simplesmente não desistir dos sonhos é 
importante, mas o caminho para realmente 
alcançar uma meta é feito não apenas de con-
tinuar a subida, mas de planejar o caminho. Ser 
organizado e processual é importante, como 
explica Marcela: “Quem se planeja sabe aon-
de quer chegar e o faz com maestria. A falta de 
planejamento acaba levando para muitos ca-
minhos que não vão a lugar nenhum. A maioria 
das pessoas desperdiça tempo e energia tentan-
do fazer mil coisas de uma vez só, se perdendo 
em metas desalinhadas e sem foco. Resultado 
final: desistem ou levam o dobro ou até mesmo 
o triplo do tempo”.
“Igualmente importante de saber para onde,
é como fazer para chegar lá. Aí entra o planeja-
mento. Um plano eficaz pode ser determinante 
entre alcançar ou não o que se deseja”, explica 
Alexandre. “Atitudes positivas relacionadas a 
este planejamento – clareza de propósito, foco, 
disciplina, perseverança, paciência – podem 
contribuir para o melhor resultado. Por outro 
lado, comportamentos negativos podem impe-
dir que o indivíduo chegue onde deseja”.
A principal vantagem do planejamento é 
que ele possibilita uma visão mais real e abran-
gente do seu sonho. “Existem muitas pessoas 
que têm várias metas, que estão desalinhadas 
ou em oposição umas com as outras. Querem 
ganhar dinheiro, mas não desejam trabalhar. 
Querem frequentar a universidade, mas não 
querem estudar”, conta Marcela. “Todo esse 
desalinhamento causa uma grande confusão 
que se torna tão insuportável que elas termi-
nam não colocando nada em prática. Isso gera 
um resultado de realização limitada, sucesso 
limitado, saúde precária e infelicidade”.
Com o planejamento, é mais fácil conquis-
tar confiança e se preparar para ser mais resi-
liente e dedicado ao seu projeto, como explica 
Alexandre: “Fundamentalmente, o indivíduo 
preparado, que se organizou e planejou, está 
muito mais seguro e confiante que irá chegar 
onde quer”. Organização, portanto, é a chave 
para a realização dos seus sonhos.
“A escolha de uma meta não é algo opressor 
e não se faz para agradar outras pessoas”, ex-
plica Marcela, esclarecendo que a decisão de 
se organizar não é, necessariamente, a mesma 
coisa que engessar o seu sonho e torná-lo algo 
impessoal. “A forma mais eficaz para se criar 
uma boa meta é utilizar o seu melhor raciocí-
nio, temperado com a sua intuição”.
A conclusão final, portanto, é que traçar ob-
jetivos e procurar um planejamento são formas 
mais tranquilas de vencer os problemas que se 
interpõe entre você e seu sonho. “Costumamos 
dizer que metas são sonhos com data de reali-
zação. Talvez o maior benefício de traçar metas 
e planejar-se para alcançá-las seja uma certeza 
maior de êxito”, finaliza Alexandre.
“Traçar objetivos e procurar 
um planejamento são formas 
simples de vencer os problemas 
que se interpõem entre você e 
seu sonho”
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Telegram @clubederevistas
BEM-ESTAR
Telegram @clubederevistas
Um combustível chamado
felicidade
Potencializadora da vida humana, ela põe para funcionar todas as 
outras capacidades de bem-estar. Resta saber onde fica o posto 
mais próximo para abastecer o tanque sempre
S
e existisse um posto de abaste-
cimento de felicidade, não ha-
veria crise do petróleo ou alta 
do combustível que o impediria 
de funcionar bem, mesmo em 
cenários de caos. Mas a questão é que a felici-
dade — esse sentimento tão essencial na vida 
das pessoas — às vezes entra em períodos de 
escassez e isso afeta demais o estado emocio-
nal do ser humano e o modo como ele lida com 
as situações cotidianas. 
De repente, as atividades que produzem 
felicidade, a convivência social, o ambiente 
profissional e os planos para o futuro termi-
nam por angustiar, reduzindo os níveis de 
empolgação. Por que isso acontece e como se 
prevenir desse mal-estar que compromete 
seu senso de humor e sua saúde? Por onde 
começar nessa busca?
Engatando a primeira: rir, 
a iniciativa fundamental 
Ter bom humor é uma maneira eficaz de 
sermos mais criativos e inovadores na nossa 
forma de pensar. Esse pré-requisito é defen-
dido pelo neurocientista americano Scott 
Weems, pesquisador da Universidadede 
Maryland, nos Estados Unidos, e autor do li-
vro Ha! The Science of when we laugh and why 
(Há! A ciência de quando rimos e por quê, em 
tradução livre). 
O especialista apresenta o humor como 
uma área de estudo e o associa à criatividade 
e à capacidade das pessoas resolverem proble-
mas. Além disso, rir e ter senso de humor são 
estruturas que o cérebro desenvolveu para se 
defender de situações embaraçosas e obter a 
sensação de prazer e descontração. Por isso, 
de acordo com Weems, quando encaramos 
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com mais alegria os conflitos que surgem à 
mente – buscando soluções para eles – nasce 
o humor, e é ele que vai melhorar a saúde e a
própria inteligência das pessoas. 
O estudioso escreve que, ao ouvirmos uma 
piada, por exemplo, o humor se preocupa em 
examinar a construção da história, fazer uma 
avaliação e, por fim, resolver o enigma que se 
apresenta, de forma surpreendente às vezes. 
Quem tem bom humor na vida consegue 
realizar o mesmo processo para aqueles pro-
blemas cotidianos, pessoais ou profissionais 
que angustiam e põem em risco o estado de 
felicidade. Assim, a metodologia para inter-
pretar uma piada pode ser a mesma para en-
tender seus problemas e isso, consequente-
mente, deixará você mais seguro e feliz. 
Acelerando aos poucos
Para a coach Mara Pessanha, autora do 
projeto “Sua vida plena”, existem três passos 
que podem ajudar na hora de alterar seu es-
tado emocional e deixar para trás o status de 
infelicidade. “O grande obstáculo para sair 
de qualquer estado emocional negativo é ter 
força para promover mudanças de comporta-
BEM-ESTAR
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mento por meio de uma conversa interna em 
que você muda as coisas que diz para si mes-
mo o dia inteiro; e por meio da fisiologia, na 
qual você procura melhorar a postura, colo-
cando o corpo ereto, em posição de equilíbrio 
e harmonia por mais tempo”, salienta Mara. 
Olhar para cima e sorrir mesmo sem motivo 
também estão entre as orientações da coach.
3 passos fundamentais 
para uma mudança de 
estado emocional
 1º. Mude a forma de pensar sobre o pro-
blema. Significa dar um novo significado à 
adversidade,  internalizando, o mais rápido 
possível, o pensamento de que os problemas 
podem ser encarados como desafios que nos 
fazem crescer, aprender e evoluir. Pergunte-se 
sempre: o que posso aprender com isso? 
 
2º. Faça uma análise detalhada sobre a 
situação, para ter uma visão bem realista. Na 
maioria das vezes, estamos muito melhores 
do que pensamos e chegar a essa conclusão já 
traz muita leveza para a pessoa. 
 
3º. Trace um objetivo sobre o que real-
mente quer para si mesmo. Passe a focar 
nas soluções! Ter uma meta clara traz foco 
e alegria para o dia a dia de qualquer ser hu-
mano.
Freando para equilibrar
Para a psiquiatra Maria Cristina De Stefa-
no, a sensação de felicidade pode ser alcan-
çada também por meio do equilíbrio entre 
sistema nervoso, imunológico e hormonal. 
Ela explica que o equilíbrio psíquico e físico 
é o resultado de milhares de processos en-
volvendo os neurotransmissores, aquelas 
substâncias produzidas pelos neurônios e as 
células do sistema nervoso – central, perifé-
rico e visceral. 
Fazendo a curva: a forma que você ri 
tem influência genética?
Um estudo na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos 
Estados Unidos, diz que sim. Isso porque, ao observarem os 
risos diferentes nas pessoas diante de algumas situações, 
os pesquisadores concluíram que isso estava ligado a uma 
diferenciação genética entre os indivíduos. 
As pessoas tendem a ter o alelo do gene 5-HTTLPR com 
tamanhos diferentes, algo que interfere na frequência e no 
porte da risada. Por isso, cada um tem uma reação, um 
tom de riso e uma intensidade quando é colocado diante 
de uma situação engraçada. 
Os cientistas chegaram a essa conclusão depois que 
analisaram 336 voluntários. Aqueles que tinham 
alelos do gene 5-HTTLPR bem curtos riram bem 
mais quando colocados para assistir a um 
desenho animado, por exemplo. No entanto, 
aquelas pessoas com alelos maiores riram 
bem menos. A experiência comprovou que 
pessoas com esses alelos mais curtos 
seriam mais sensíveis aos picos 
de emoção – por isso, notou-se 
tanta expressividade. 
O equilíbrio deve ser constante 
e contínuo para que todo nosso corpo e 
mente funcionem da melhor maneira. “A in-
teração de todos os sistemas de nosso corpo 
é feita por mecanismos de ‘feedback’ entre as 
milhões de células que o compõem e quando 
tudo corre bem podemos desfrutar da sen-
sação de prazer, satisfação, reconhecimento, 
alívio, alegria, euforia, realização e inclusive 
de felicidade”, elucida Maria Cristina. Mas ela 
salienta que tudo isso é momentâneo, fugaz e 
tem prazo agendado para acabar, ou seja, não 
dura para sempre.
CONSULTORIAS 
Mara Pessanha, coach;
Maria Cristina De Stefano, 
psiquiatra.
FONTE 
Livro Ha! The Science of when 
we laugh and why de Scott 
Weems.
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Eu estava passando por um momento difícil 
em que tinha acabado de me graduar na
faculdade, em um curso que não gostava
tanto. Não consegui um emprego na cidade em 
que eu gostaria e tive que voltar a morar com 
meus pais. Foi quando conversei com uma amiga 
sobre fazer intercâmbio, pois sempre foi o meu 
sonho, e resolvi deixar minha vida para trás no 
Brasil e vir morar nos Estados Unidos. O término 
de um longo relacionamento foi só a confirmação 
de que aquela seria a melhor escolha para mim 
naquele momento. Hoje, há meses morando mais 
de 7.400 quilômetros longe da minha 
casa, da minha família e 
dos meus amigos de infância, eu só posso con-
firmar que fiz a melhor decisão para minha vida. 
É claro que nem tudo são flores, tem dias que a 
saudade aperta e que me pergunto como estaria 
se tivesse continuado no lugar que estava. Mas 
as experiências que vivo aqui, infelizmente, 
nunca conseguiria ter no Brasil. As pessoas 
que conheci e o meu crescimento pessoal não 
têm preço”
Thais Daniel Benedicto23 anos
Baltimore (EUA)
Histórias Relatos de 
pessoas 
que tiveram 
coragem 
para alterar 
os rumos 
da própria 
vida e 
saíram da 
zona de 
conforto
DEPOIMENTOS
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Eu estou morando nos Estados Unidos há
um mês e meio. Sempre tive vontade de
fazer um intercâmbio, independente de
onde fosse, mas nunca imaginei que viria para 
cá. Talvez seria uma porta mais fácil porque te-
nho primos que moram aqui, que me contavam 
como era a experiência.
Eu tive vontade de vir para os Estados Unidos 
há uns dois ou três anos. Na primeira vez, eu 
estava com o processo adiantado, mas desisti. 
Falei: ‘Não, não quero mais, não estou prepara-
da’. Eu achava que, além de não ser capaz, estava 
além das minhas condições não só financeiras, 
mas como ser humano.
Porém, em fevereiro de 2017, eu decidi que 
precisava seguir os meus sonhos, já que ninguém 
seguiria por mim. Ninguém realizaria meus so-
nhos. Se não fosse eu mesma atrás daquilo que eu 
quero para a minha vida, eu me sentiria parada.
Era funcionária pública e, muitas vezes, me 
questionava: ‘É essa a vida que eu quero? Como 
posso contribuir para mudar esse cenário?’. Não 
que eu não gostasse – eu adorava o que eu fazia! 
Mas eu comecei a questionar, sabe? Como eu 
poderia fazer com que as coisas que eu tenho 
vontade se tornassem realidade.
Aí, eu fiz um trabalho de autoconhecimento 
muito grande e resolvi definitivamente vir para 
os Estados Unidos – e foi muito rápido. Em ques-
tão de 20 dias, eu já estava com tudo pronto, com 
trabalho e estudo aqui.
Eu não vejo como um risco. Claro, eu deixei 
meu trabalho público, mas não 
deixei ‘tudo para 
trás’ porque onde 
estiver, estou com minha família e história no 
meu coração. Mas tudo que eu tinha de zona de 
conforto, eu deixei para trás para 
viver uma experiência comple-
tamente nova que achava que 
seria muito boa para meu cres-
cimento pessoal.
Hoje, vejo quanto foi ex-
traordinário mudar o rumo. 
Às vezes, eu penso que é lou-
cura, mas é a loucuramais 
incrível que eu já fiz na mi-
nha vida. É satisfação! Eu 
precisava disso porque 
queria me conhecer. Não 
só a experiência diária com o inglês 
e enriquecer meu currículo – estu-
dando e trabalhando –, mas queria 
me provar como ser humano. E eu 
descobri que nós somos capazes de 
fazer tudo o que quisermos. Seguir 
nosso coração é uma das coisas mais 
certas que fazemos na vida”
Marília Munhoz
23 anos
Richmond (EUA)
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No dia 19 de setembro de 2017, eu trabalhei 
normalmente. No dia seguinte, pela manhã, 
senti um formigamento na barriga e isso me 
paralisou da cintura para baixo. Fiquei internada, 
tomando medicamento, mas não sabia da gravida-
de. Passado alguns dias, descobri que já não andava 
mais. Tudo mudou: eu andava, trabalhava, cuidava 
da casa sozinha, era totalmente ativa e independen-
te. Foi a doença, chamada Mielite Transversa, que 
fez com que eu mudasse toda a minha vida.
Minha família contratou uma cuidadora e eu fi-
quei quatro meses em cima de uma cama sem poder 
me mexer e com sonda. 
Como é uma doença rara, os médicos da minha 
cidade não davam perspectivas, eu enfrentei guerras 
para conseguir tratamento fora daqui. 
Atualmente, me trato em Campinas no centro de 
reabilitação Lucy Montoro, para pessoas que estão 
em uma cadeira de rodas e querem voltar a andar. Eu 
consegui tratamento também na Unicamp. Mesmo 
na cama, com o telefone, eu ligava e corria atrás.
Estou recomeçando porque já aprendi a fazer vá-
rias coisas. Ganhei uma cadeira de banho, consigo 
sair da minha cama, tomo meu banho sozinha, me 
troco e passo a sonda. Eu já consigo fazer comida, dar 
uma ajeitada na casa e colocar a roupa suja para lavar. 
Tudo isso eu comecei há pouco tempo e coloco como 
desafio. Não é fácil para mim, nem para quem está 
perto, cuidando, lidando com a situação. Exige muita 
fé em Deus e paciência de ambas as partes.
É uma retomada de vida em todos os sentidos. 
Estou lutando para andar, mas não posso ficar espe-
rando as coisas acontecerem Quero mudar minha 
habilitação para ver se consigo dirigir um carro di-
ferente e ganhar minha liberdade.
Atualmente, mexo bem as penas e dou 
alguns passos no andador. O que mais espero, de cora-
ção, é voltar a andar. Depois, é viver perto das pessoas 
que gosto, curtir minha família, voltar a trabalhar. 
Ah, eu tenho um monte de sonhos! Eu penso muita 
coisa pro futuro: ver minha filha casar, ter netos. Mas 
em relação a mim, é andar e retomar a vida profis-
sional.
A confiança vem da fé em Deus. Eu creio que Ele 
está orando por mim e que se eu estou passando por 
isso, quero que seja com dignidade. Eu acredito que 
daqui a pouco tempo vou andar – talvez com uma ben-
gala ou andador – e isso me faz ter confiança e, prin-
cipalmente, porque tenho uma filha que amo muito. 
Eu sempre amei demais minha filha, fiz muito por ela, 
e ela também está fazendo bastante por mim nesse 
momento. Eu creio que as pessoas que me amam que-
rem ver essa coragem e 
confiança em mim.
Apesar de tudo que 
passei, estou viva, 
continuo vivendo, 
adoro viver, ser in-
dependente e penso 
que vivemos em um 
mundo de inclusão. 
Se eu estiver em uma 
cadeira ou não, pre-
ciso ser aceita na so-
ciedade, no mercado 
de trabalho, dentro 
de um supermerca-
do, numa loja. Não 
vou aceitar que as 
pessoas me olhem 
torto, que me discri-
minem. Vou querer 
fazer valer os meus 
direitos”
Maria Rosimeire Vanni Arroyo
49 anos
Americana (SP)
DEPOIMENTOS
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REDAÇÃO Ana Carvalho (ana.carvalho@astral.com.br), Ana Kubata (anabeatriz.kubata@astral.com.br), 
Fernanda Villas Bôas (fernanda.villasboas@astral.com.br) e Gabrielle Aguiar (gabrielle.aguiar@astral.com.br) 
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