Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

RESUMO – FONO EDUCACIONAL
HISTÓRIA DA FONOAUDIOLOGIA NO BRASIL
1. Origens e Primeiras Descrições
· 1880: Colombat introduz o termo ortofonia no Tratado de Ortofonia, abordando fonação, voz, gagueira e reeducação de surdos.
· Século XIX: Criam-se instituições para ensino de deficientes, como o Imperial Colégio (1854) para cegos (hoje Instituto Benjamim Constant) e o Colégio Nacional para surdos.
2. Influências Históricas e Contexto Social
· Final do século XIX: Educação ganha destaque devido à industrialização e ao fluxo migratório, sendo vista como ferramenta de transformação social.
· Início do século XX: Dr. Augusto Linhares inicia pesquisas sobre reabilitação da voz e da fala.
· 1920-1940: O governo Vargas promove a nacionalização cultural, utilizando rádio, cinema e música para integrar a população.
· 1930: Surge o Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), vinculando educação e saúde.
3. Higienismo e Educação
· O conceito de higiene surge no final do século XVIII, influenciando políticas públicas.
· Década de 1930: A Liga Brasileira de Hygiene Mental busca "melhoramento da raça", promovendo controle populacional e eugenia.
· Escola Nova: Movimento educacional que prioriza o aluno, visando democratizar o ensino, mas beneficiando principalmente a elite.
4. Fonoaudiologia e Educação
· Influência do higienismo: Detecção e correção de desvios da fala passam a ser preocupação educacional e médica.
· 1930: Escolas ortofônicas são criadas para tratar dislalias, balbucios, tartamudeio e gagueira.
· 1940-1950: Professores especializados passam a atuar com terapia da fala, sendo chamados de terapeutas da palavra ou logopedistas.
5. Institucionalização da Fonoaudiologia
· Década de 1960:
· Dr. Julio Bernaldo Quirós e Rosa Vispó vêm da Argentina para impulsionar a área no Brasil.
· Criam-se os primeiros cursos de Logopedia na USP (1960) e na PUC-SP (1962).
· Surge a Associação Brasileira de Fonoaudiologia (1962).
6. Regulamentação da Profissão
· 1971: Primeiro projeto de regulamentação da profissão é proposto pelo Senador André Franco Montoro, mas não avança.
· 1979: Novo projeto é levado à votação, mas enfrenta resistência, especialmente da classe médica.
· Principais desafios:
· Falta de reconhecimento da área.
· Tentativa de subordinar fonoaudiólogos a médicos.
7. Regulamentação da Profissão e Lei nº 6.965/1981
· 1981: Após anos de debates e resistência, a Lei nº 6.965, de 9 de dezembro de 1981, é sancionada, regulamentando a profissão de Fonoaudiólogo no Brasil.
· A lei define as atribuições do fonoaudiólogo e estabelece diretrizes para o exercício profissional.
· 1983: Criam-se os Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia para fiscalização e regulamentação da prática.
RELAÇÃO ENTRE FONOAUDIOLOGIA E EDUCAÇÃO
1. Introdução à Fonoaudiologia na Educação
· A fonoaudiologia surgiu na década de 30, preocupada com a Medicina e a Educação, com profissionais atuando na prevenção e correção de erros de linguagem em escolares.
· A profissão foi regulamentada pela Lei nº 6.965/1981, que define a atuação do fonoaudiólogo em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológica em diversas áreas da comunicação.
2. Atuação do Fonoaudiólogo Educacional
· O fonoaudiólogo pode atuar em diferentes ambientes educacionais, como escolas, secretarias de educação e centros de atendimento especializado.
· Embora a fonoaudiologia tenha raízes na Saúde, sua inserção no contexto educacional é fundamental para promover ações voltadas ao coletivo, integrando saberes e práticas.
3. Intersecções entre Saúde e Educação
· A educação é um direito de todos, conforme a Constituição Federal (Art. 205 e 206), que garante condições de acesso e permanência na escola.
· O fonoaudiólogo deve realizar diagnósticos situacionais nas escolas para identificar e propor soluções para problemas de saúde que afetam a aprendizagem.
4. Normativas e Regulamentações
· A Resolução nº 387/2010 reconheceu a Fonoaudiologia Educacional como especialidade, estabelecendo diretrizes de ação e competências do fonoaudiólogo na educação.
· A Resolução CFFa nº 232, que dispunha sobre a atuação do fonoaudiólogo nas escolas, foi revogada pela Resolução CFFa nº 309/2005, que estabelece a atuação do fonoaudiólogo na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio, Especial e Superior.
· O Departamento de Fonoaudiologia Educacional da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) foi criado em 03 de agosto de 2012.
· Outras resoluções importantes incluem:
· Resolução CFFa nº 274/2001: Atuação do fonoaudiólogo na triagem auditiva escolar.
· Resolução CFFa nº 382/2010: Reconhecimento das especialidades em Fonoaudiologia Escolar/Educacional e Disfagia.
· Resolução CFFa nº 605/2021: Define a atuação do fonoaudiólogo no ambiente escolar e revoga a Resolução CFFa nº 309/2005.
5. Programa Saúde na Escola (PSE)
· O PSE visa integrar ações de saúde e educação, contribuindo para a formação integral de estudantes, incluindo avaliação clínica e auditiva.
· A Lei nº 14.254/2021 estabelece acompanhamento integral para educandos com dislexia, TDAH e outros transtornos de aprendizagem.
6. Habilitação e Atribuições do Fonoaudiólogo Educacional
· O fonoaudiólogo deve ter graduação plena em Fonoaudiologia e atuar na equipe pedagógica, inserindo práticas preventivas relacionadas a questões fonoaudiológicas.
· As resoluções do CFFa definem as competências do fonoaudiólogo na educação, incluindo a triagem auditiva e o apoio ao planejamento pedagógico.
7. Conclusão
· A colaboração entre fonoaudólogos e equipes pedagógicas é essencial para promover o desenvolvimento global dos alunos.
· A atuação do fonoaudiólogo educacional deve ser integrada e articulada com as práticas pedagógicas, visando sempre a melhoria das condições de ensino e aprendizagem.
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL E FONOAUDIOLOGIA
1. Introdução à Educação Infantil no Brasil
· Responsabilidade Familiar: Por muitos anos, a educação e o cuidado das crianças eram responsabilidade exclusiva da família, sem apoio de instituições.
· Surgimento das Primeiras Instituições: As primeiras creches surgiram no Brasil no final do século XIX, em resposta a mudanças sociais e econômicas. Essas instituições tinham um caráter assistencialista, focando principalmente na higiene e alimentação, sem atenção ao desenvolvimento cognitivo e social.
2. Avanços na Educação Infantil
· Década de 70: Poucos avanços; a Educação Infantil era vista como uma etapa anterior ao Ensino Fundamental, chamada de "pré-escolar".
· Década de 80: A valorização da pré-escola começou, reconhecendo a importância do conhecimento que as crianças trazem. A Constituição Federal de 1988 declarou a Educação Infantil como um direito das crianças e das famílias.
3. Consolidação da Educação Infantil
· Legislação: A ideia de que a Educação Infantil é essencial para o desenvolvimento infantil foi solidificada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996). A LDB definiu a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, com responsabilidade dos municípios.
· Lei n° 12.796/2013: Tornou obrigatória a matrícula de crianças de 4 a 5 anos na pré-escola, aumentando a oferta de vagas.
4. Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
· Implementação em 2017: A BNCC não hierarquiza a educação entre creches e pré-escolas e estabelece direitos de aprendizagem, incluindo:
1. Conviver
2. Brincar
3. Participar
4. Explorar
5. Comunicar
6. Conhecer-se
· Cinco Campos de Aprendizagem: A BNCC delineia cinco campos que orientam a prática pedagógica:
1. O eu, o outro e o nós: Foco nas relações interpessoais e na identidade.
2. Corpo, gestos e movimentos: Desenvolvimento motor e expressões corporais.
3. Traços, sons, cores e formas: Exploração sensorial e artística.
4. Escuta, fala, pensamento e imaginação: Desenvolvimento da comunicação e criatividade.
5. Espaço, tempo, quantidade, relações e transformações: Compreensão de conceitos matemáticos e científicos.
5. Política Nacional de Alfabetização (PNA)
· Foco emAlfabetização: A PNA, instituída pelo decreto nº 9.765, de 2019, visa combater o analfabetismo e inclui componentes essenciais para o ensino à alfabetização, como consciência fonêmica e fluência de leitura.
6. Relevância da Educação Infantil
· Desenvolvimento Integral: A Educação Infantil é fundamental para o desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social das crianças, preparando-as para o sucesso acadêmico futuro.
· Experiência Escolar: A prática pedagógica durante a Educação Infantil complementa experiências que favorecem habilidades de linguagem oral e escrita.
7. Fonoaudiologia, Linguagem e Educação Infantil
· Aquisição da Linguagem: A fase de 0 a 5 anos é essencial para a aquisição da linguagem. A Educação Infantil é dividida em maternal (0 a 3 anos) e pré-escola (4 a 5 anos).
· Marcos do Desenvolvimento: O fonoaudiólogo educacional deve estar atento aos marcos do desenvolvimento no primeiro ano de vida, promovendo práticas que estimulem a linguagem. 
	Faixa Etária
	Marcos de Desenvolvimento da Linguagem
	Fonemas
	0 a 3 meses
	- Responde a sons com movimentos faciais (sorriso, olhar).- Faz sons de choro diferentes para expressar necessidades.
	N/A
	4 a 6 meses
	- Emite sons de gargarejos e começa a experimentar diferentes tons.- Responde a vozes e reconhece o tom da fala dos adultos.
	N/A
	7 a 12 meses
	- Emite sílabas repetitivas (ex.: “ba-ba”, “da-da”).- Começa a usar gestos para comunicar (apontar, acenar).- Fala palavras simples como “mamãe” e “papai” por volta dos 10 a 12 meses.
	/b/, /d/, /m/, /p/
	12 a 18 meses
	- Usa 1 a 3 palavras para se referir a pessoas, objetos ou ações.- Compreende e segue instruções simples (ex.: “vem aqui”).
	/b/, /d/, /m/, /p/
	19 a 24 meses
	- Expande o vocabulário para 50 palavras ou mais.- Começa a combinar palavras em frases curtas (ex.: “mais água”, “mamãe vai”).- Apresenta interesse em rimas e canções.
	/k/, /g/, /t/, /n/
	24 a 30 meses
	- Usa frases de 2 a 3 palavras para se expressar (ex.: “quero bolacha”).- Começa a usar pronomes simples como “eu”, “você”.
	/k/, /g/, /t/, /n/
	31 a 36 meses
	- Aumenta o vocabulário para cerca de 200 palavras.- Forma frases mais complexas (ex.: “Eu quero brincar com você”).- Faz perguntas simples (ex.: “O que é isso?”).
	/k/, /g/, /t/, /n/, /r/
	3 a 4 anos
	- Usa frases de 4 a 5 palavras.- Conta histórias simples e descreve eventos de maneira lógica.- Usa palavras de ação e adjetivos (ex.: “O cachorro grande corre rápido”).- Compreende conceitos básicos de tempo (ontem, hoje, amanhã).
	/k/, /g/, /n/, /s/, /f/, /l/, /r/
	4 a 5 anos
	- Usa frases longas e complexas, muitas vezes usando conjunções (ex.: “Eu quero brincar, mas está chovendo”).- Compreende e usa conceitos de comparação (maior/menor, mais/menos).- Conta histórias mais elaboradas com sequências lógicas.- Usa a linguagem para expressar emoções e ideias.
	/k/, /g/, /t/, /d/, /s/, /l/, /r/, /ʃ/
8. Ações do Fonoaudiólogo Educacional
1. Apresentação das Ações: O fonoaudiólogo deve apresentar suas possibilidades de atuação na escola.
2. Integração ao Projeto Político Pedagógico (PPP): Conhecer o ambiente da escola para conjugar propostas integradas à equipe educacional.
3. Estratégias de Inclusão: Trabalhar com a orientação educacional para apoiar crianças com dificuldades linguísticas e promover acessibilidade comunicativa.
4. Engajamento Familiar: Propor palestras e debates sobre temas relevantes e estimular a linguagem nas rotinas familiares.
5. Planejamento de Atividades: Colaborar com a coordenação pedagógica na elaboração de atividades que desenvolvam a comunicação e linguagem.
6. Resposta à Intervenção (RTI): Implementar triagens universais para identificar dificuldades acadêmicas.
*RESPOSTA À INTERVENÇÃO (RTI)
A Resposta à Intervenção (RTI) é um modelo educacional que busca identificar e apoiar alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem por meio de intervenções sistemáticas e baseadas em evidências. Este modelo é amplamente utilizado para assegurar que todos os alunos recebam a ajuda necessária para alcançar seu potencial acadêmico. Aqui estão os principais aspectos do RTI:
1. Objetivos do RTI
· Identificação Precoce: O RTI visa identificar dificuldades de aprendizagem o mais cedo possível, permitindo intervenções precoces.
· Apoio Contínuo: Proporciona suporte contínuo aos alunos que necessitam de ajuda adicional, adaptando as intervenções conforme necessário.
· Melhoria dos Resultados Acadêmicos: A meta é melhorar o desempenho acadêmico e comportamental de todos os alunos, especialmente aqueles em risco.
2. Estrutura do RTI
O modelo RTI geralmente é organizado em três níveis (ou camadas) de intervenção: 
· Nível 1 (Intervenção Universal):
· Descrição: Todos os alunos recebem ensino de qualidade em sala de aula, com estratégias de ensino eficazes.
· Objetivo: Garantir que todos os alunos tenham acesso a um currículo geral que atenda às suas necessidades. Isso inclui monitoramento regular do progresso de todos os alunos.
· Nível 2 (Intervenção Direcionada):
· Descrição: Alunos que apresentam dificuldades são identificados e recebem intervenções em pequenos grupos, além do ensino regular.
· Objetivo: Proporcionar suporte adicional, ajustando as estratégias de ensino para atender às necessidades específicas dos alunos em risco.
· Nível 3 (Intervenção Intensiva):
· Descrição: Alunos que não respondem às intervenções dos níveis 1 e 2 recebem intervenções mais intensivas e individualizadas.
· Objetivo: Fornecer uma abordagem mais aprofundada, muitas vezes envolvendo um fonoaudiólogo, psicólogo ou outros profissionais de apoio para lidar com as necessidades específicas do aluno.
3. Processo de Implementação do RTI
· Triagem: A triagem inicial é realizada para identificar alunos que podem precisar de suporte adicional. Isso pode incluir avaliações formais e informais.
· Intervenção e Monitoramento: Após a triagem, os alunos são submetidos a intervenções e seu progresso é monitorado regularmente. Os dados coletados são utilizados para avaliar a eficácia das intervenções.
· Revisão e Ajuste: Se um aluno não mostrar progresso após a intervenção, as estratégias são revisadas e ajustadas conforme necessário. Isso pode envolver a mudança para um nível de intervenção mais intenso.
4. Benefícios do RTI
· Prevenção: O RTI é uma abordagem proativa que busca prevenir falhas acadêmicas antes que se tornem problemas significativos.
· Decisões Baseadas em Dados: As decisões sobre a necessidade de intervenção são baseadas em dados objetivos e no progresso do aluno, em vez de apenas em critérios subjetivos.
· Colaboração Interdisciplinar: O modelo promove a colaboração entre educadores, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais, criando um ambiente de apoio para os alunos.
5. Desafios do RTI
· Implementação Eficiente: A implementação eficaz do RTI pode ser desafiadora, exigindo treinamento adequado dos educadores e recursos suficientes.
· Identificação de Necessidades Específicas: Pode ser difícil determinar as necessidades exatas de cada aluno, especialmente quando se trata de dificuldades de aprendizagem que podem se sobrepor.
Educação Básica e Fonoaudiologia no Brasil
1. Educação Básica no Brasil
· Obrigatoriedade: A Educação Básica é obrigatória a partir dos 4 anos, com entrada no Ensino Fundamental aos 6 anos.
· Duração do Ensino Fundamental: Desde 2006, passou a ter 9 anos, dividido em:
· Anos Iniciais: 1° ao 5° ano.
· Anos Finais: 6° ao 9° ano.
· Objetivo: Conforme a LDB, busca o pleno domínio da leitura, escrita e cálculo.
2. Desafios do Sistema Educacional
· Resultados insatisfatórios em avaliações nacionais e internacionais, como SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
3. Avaliação PISA
· O que é: O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) é aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
· Objetivo: Avaliar a educação em países membros e parceiros a cada 3 anos.
· Habilidades avaliadas:
· Leitura: Capacidade de compreender, interpretar e refletir sobre textos.· Matemática: Raciocínio lógico, resolução de problemas e aplicação prática.
· Ciências: Conhecimento científico e sua aplicação no cotidiano.
· Importância: Mede o desempenho dos alunos de 15 anos e auxilia na formulação de políticas educacionais.
4. Papel do Fonoaudiólogo Educacional
· Atua na prevenção de dificuldades de aprendizagem, auxiliando professores e alunos.
· Modos de atuação:
1. Assessor: Informa sobre o desenvolvimento típico e sugere estratégias.
2. Consultor: Avalia dificuldades e orienta professores.
3. Administrador: Cria e implementa programas educacionais.
5. Alfabetização e Ortografização
· Processo essencial para o aprendizado da leitura e escrita.
· Monitoramento: Identifica dificuldades e orienta intervenções pedagógicas.
6. BNCC e Habilidades Primordiais
· Língua Portuguesa: Consciência fonológica, fluência, compreensão e produção textual.
· Matemática: Números, medidas, geometria, álgebra e estatística.
7. Modelo RTI (Resposta à Intervenção)
· 1ª Camada: Rastreamento precoce (IPPL, PRIPROF-T).
· 2ª Camada: Programas de remediação (PROF-CA, FAEs, PROATEN).
· 3ª Camada: Encaminhamento para atendimento individual.
8. Comunicação Oral, Leitura e Escrita
8.1 Comunicação Oral
· Escolares podem apresentar dificuldades leves, moderadas ou graves de fala e linguagem, impactando a memória, percepção, atenção e pensamento lógico-verbal.
· O reconhecimento precoce desses casos é essencial para evitar impactos no desenvolvimento acadêmico e social.
· A equipe pedagógica deve criar um plano de ação para estimular a socialização do aluno.
· Professores podem adaptar sua linguagem para melhor compreensão e desenvolvimento dos alunos com dificuldades.
· A não identificação adequada pode levar a dificuldades emocionais, baixo desempenho acadêmico e impactos na vida adulta.
8.2 Leitura
· Após o Ensino Fundamental I, espera-se que os alunos compreendam textos narrativos e expositivos em níveis mais avançados.
· Monitoramento da compreensão:
· Processo metacognitivo que avalia e regula o entendimento do texto.
· Baixo desempenho pode estar relacionado a dificuldades de decodificação, fatores emocionais e falta de conhecimento prévio.
· Estratégias pedagógicas eficazes beneficiam todos os alunos, independentemente do nível de aprendizagem.
· Pesquisas indicam que a falta de leitura de textos e o ensino ineficaz da compreensão são fatores do baixo desempenho dos estudantes.
· Para desenvolver a compreensão leitora, é necessário:
· Ativar conhecimentos prévios.
· Criar representações mentais do texto.
· Estabelecer conexões entre as informações.
· Alunos com dificuldades podem ter sobrecarga cognitiva e limitações na memória operacional.
8.3 Escrita
· A escrita é uma habilidade complexa que requer ensino explícito, estruturado e prática contínua.
· Divide-se em:
1. Transcrição: Caligrafia e ortografia.
2. Ideação: Construção e composição de frases.
· Resultados educacionais mostram déficits na qualidade da escrita, como dificuldade na caligrafia e ortografia, prejudicando a legibilidade dos textos.
· Intervenções para melhorar a escrita:
. Caligrafia: Instruções verbais para formar letras, dicas visuais, cópia de letras e frases para desenvolver fluência.
. Ortografia: Conhecimento das regras da língua, estratégias de memorização, autocorreção e monitoramento de erros.
. Composição textual: Uso de prompts de imagens e palavras, combinação de sentenças, vocabulário direcionado e revisão de texto.
· Uso da tecnologia: O computador pode melhorar a atenção, o uso da linguagem escrita e as habilidades sociais dos alunos.
A FONOAUDIOLOGIA EDUCACIONAL NO ENSINO MÉDIO
1. A Atuação da Fonoaudiologia Educacional
· Promove a educação no âmbito da comunicação em todos os níveis de ensino.
· Atua no desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades comunicacionais, identificando dificuldades.
· Trabalha de forma colaborativa com profissionais da educação para potencializar a aprendizagem.
· Atua com todos os escolares, independentemente de limitações, garantindo adaptação ao processo de ensino-aprendizagem.
· O processo de adaptação respeita o conteúdo acadêmico e a experiência educacional de cada aluno.
2. Cenário da Educação Brasileira e o Ensino Médio
· Avaliações nacionais e internacionais monitoram o desempenho dos estudantes.
· A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) estabelece que o Ensino Médio deve consolidar e ampliar as aprendizagens do Ensino Fundamental, promovendo:
· Análise crítica da leitura e produção de textos.
· Compreensão crítica da realidade.
· Participação social (cidadania, trabalho e estudos).
· Espera-se que os alunos dominem práticas sociais da linguagem e reconheçam variações linguísticas.
· Devem ser capazes de identificar coesão e coerência em textos, analisar diferentes tipos textuais e avaliar argumentos críticos.
3. Leitura no Ensino Médio
· A leitura envolve dois componentes:
1. Decodificação (nível inferior) → Mecânica da leitura e reconhecimento automático das palavras.
2. Compreensão (nível superior) → Construção de significado e integração das palavras ao contexto.
· Influência da leitura:
. Impacta no desempenho escolar, vida profissional, saúde e participação na sociedade.
. Determina o sucesso acadêmico e a capacidade de aprendizado contínuo.
4. Dificuldades na Leitura e Adaptação ao Ensino Médio
· Muitos adolescentes enfrentam dificuldades na leitura, impactando sua aprendizagem.
· Os textos do Ensino Médio são predominantemente expositivos, com linguagem densa e vocabulário complexo.
· A adaptação ao novo modelo textual exige estratégias de ensino específicas.
· A compreensão deficiente pode resultar da falta de vocabulário, dificuldades na decodificação ou falhas no desenvolvimento da linguagem oral.
5. Estratégias para Aprimoramento da Leitura
· O Fonoaudiólogo Educacional, junto à equipe escolar, deve implementar estratégias que:
· Melhorem a fluência, prosódia e acesso ao léxico.
· Trabalhem vocabulário de forma contextualizada.
· Relacionem novos conhecimentos com experiências anteriores.
· Utilizem atividades de pré-leitura (filmes, músicas, notícias) para ativar conhecimento prévio.
· Estratégias bem aplicadas aumentam a confiança dos professores e favorecem o aprendizado dos alunos.
6. Papel da Fonoaudiologia na Leitura do Ensino Médio
· Atua em dois cenários principais:
1. Promoção da Educação → Melhora os padrões de leitura de todos os alunos.
2. Correção de Defasagens → Auxilia alunos que acumularam dificuldades ao longo dos anos escolares.
· O trabalho do fonoaudiólogo deve ser integrado ao ensino, sem substituir o conteúdo escolar, mas complementando estratégias de aprendizado.
image1.png
image2.png

Mais conteúdos dessa disciplina