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análise de um livro didático

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Prévia do material em texto

Ficha técnica do livro adotado:
Título: In Sync 2A and 2B
Autores: Patricia Mugglestone, Ingrid Freebairn, Jonathan Bygrave, Judy Copage
Editora e ano: Pearson Longman, 2011
A estrutura do livro
A série é adotada para todos os anos do ensino fundamental 2. Os aprendizes do 9º ano trabalham com a edição 2A e 2B. O material é organizado em seis unidades divididas em quatro partes (A, B, C, D). A subdivisão ocorre de acordo com um tema maior como "family life", "sports", "places". O livro é somente em inglês e é internacional não visando nenhum público em específico.
O foco da presente análise consiste em uma unidade do livro apenas. Tal escolhe remete ao limite de tempo do autor e ao fato de que todas as unidades seguem uma estrutura fixa. A eleita foi a terceira delas, "Sports", devido sua amplitude temática.
O ensino de vocabulário e gramática
            O vocabulário necessário para a aprendizagem do tema escolhido (nota-se aqui a escolha pelo termo "tema", uma vez que o ensino foca em tópicos ao invés de funções comunicativas, como a da gramática funcional) é sempre exposto em caixas de vocabulário acompanhadas de imagens ilustrativas. É predominante (como na página 23 e 24) as atividades de labelling, nas quais os aprendizes são convidados a conectarem o vocabulário à imagem que o representa. Na unidade em questão, os aprendizes praticam, nas duas primeiras páginas, as partes do corpo e o imperativo.
             A ligação entre o imperativo e as partes do corpo se dá através da criação de regras de uma aula de artes marciais. Os aprendizes lidam com estruturas como “Don't put your hand on her shoulder” e também são introduzidos ao modal verb “must” e “mustn't”.
             Em sala, tal atividade é expandida e se torna um exercício de TPR (Total Physical Response). Os aprendizes são convidados a se tornarem instrutores de ginástica e guiar os colegas em uma série de exercícios. A atividade funciona como uma oportunidade para que os aprendizes vivenciem à língua, se divirtam, e construam uma relação positiva tanto com a língua quanto com seus colegas e seu professor.
O ensino de escrita
As unidades sempre terminam com uma atividade de escrita na qual os aprendizes são convidados a redigir um texto de acordo com um gênero. O predominante é carta. O livro sempre traz fragmentos para auxiliá-los na formação de frases e propõe a escrita tanto na perspectiva pessoal como de um falante externo (role play).
O ensino da fala
Há personalização do conteúdo e proposta de conversação para os aprendizes em sala. O aprendiz encontra oportunidade de prática em dois momentos diferentes: ao realizar atividades sob o controle do professor utilizando pedaços de língua oferecidos pelo livro, e ao responder em pares perguntas propostas pelo material para discussão livre. Ambas as propostas trazem perguntas que remetem ao contexto real do aprendiz e que são cabíveis de adaptação para sua cultura.
O ensino de compreensão oral (listening)
Os aprendizes são apresentados com exercícios de compreensão oral por duas vezes. Na primeira ocasião, eles são convidados a ler e ouvir enquanto lêem. Há também, ao fim de cada unidade, uma atividade de listening com foco na compreensão, onde os aprendizes são convidados a responderem perguntas sobre o que acabaram de ouvir. Tenho minhas ressalvas quanto à escolha do ouça e leia ao mesmo tempo. Embora seja importante para os aprendizes se familiarizarem com o som de palavras isoladas, não é ainda mais importante que tenham a oportunidade de lidar com situações reais de prática de compreensão oral nas quais precisam pegar números de telefone, descrições de pessoas, e preços?
O ensino de leitura
Os textos são a base da unidade é deles que os aprendizes retiram material para análise gramatical que se dá tanto no nível sintático quanto semântico. Há também questões para compreensão geral que são dispostas antes da análise, o que torna o texto um input tanto ao idioma como um todo quanto a sua estrutura separadamente.
Reflexões:
O PPP no livro didático
É constante a presença do PPP (Presentation Practice and Production) que se enraiza no Método Áudio-lingual, no qual o aprendiz é exposto a certa quantidade de input, produz em situações de controle (practice) antes de investir na prática mais livre que, muitas vezes, simula a situação real de conversação. Existem várias alternativas para tal formato, muitas delas com enfoque mais “comunicativo” e menos “controlado”. Contudo, é comum se encontrar o uso do PPP em situações de turmas com grande número de aprendizes, uma vez que se torna mais fácil controlar o tempo dedicado a cada atividade e sanar dúvidas antes de permitir aos aprendizes a prática mais livre. Um dos pontos negativos do PPP é que a apresentação do conteúdo se dá te forma prescrita, como uma fórmula a ser seguida e, muitas vezes, os aprendizes não tem a oportunidade de refletir sobre a língua, analisando o inputrecebido.
Os projetos CLIL
Um dos aspectos mais interessantes do livro didático em questão são as seções ao final de cada unidade, chamadas “CLIL Projects”. As seções trazem sugestões de atividades acompanhadas de pattern of interaction recomendadas para que os aprendizes desenvolvam projetos que vão além do inglês. Embora nenhuma das ideias seja inovadora, todas se baseiam em questões situacionais na qual o idioma se torna ferramenta de uso e a metalinguagem cai por terra. A existência de CLIL (Content and Language Integrated Learning) já é corrente no ensino de idiomas nas últimas décadas e está na base da escola bilíngue que propõe aos aprendizes o letramento e ensino através de outro idioma que se torna tanto língua-alvo como língua de comunicação interna.
Reflexão: O papel do livro didático na aprendizagem
 O livro didático é um ponto bastante discutido no ensino de língua estrangeira. Com o estabelecimento do PNLD, os olhares de muitos profissionais se voltaram do “fracasso” do ensino de inglês em escolas regulares para as oportunidades de melhora. Uma vez discutido abertamente e com diretrizes claras que buscam oferecer o máximo possível ao aprendiz, o papel do livro didático se tornou um fator de constante discussão devido à sua reformulação e seu novo lugar na educação regular.
A importância do livro didático é discutida por Jorge e Tenuta (2011), que alegam que ele é importante, pois “define o conteúdo do ano letivo, o planejamento das aulas, as propostas de avaliação e os métodos e técnicas de ensino a serem utilizados pelo professor.” (p. 124). Neste caso, temos o livro didático como um norte para o andamento do curso. Sabemos que, na escola regular, ao contrário dos cursos de idiomas, muitas vezes não existe um plano de curso que o aprendiz precisa atingir de forma que possa passar para a próxima etapa. Muitas vezes, e vários relatos comprovam isso (como o meu próprio, por exemplo), os aprendizes passam anos vendo o mesmo aspecto linguístico (como o famoso “verbo to be”) e sentem que não estão rumando para lugar nenhum. Uma vez que o livro didático escolhido se torna o plano de curso, pelo menos passa a existir uma noção de tempo-espaço na qual o aprendiz está tentando chegar a algum lugar palpável e sente que, com o passar de páginas, está dando passos rumo ao seu objetivo. Além disso, é fato que a realidade do professor de idiomas é difícil. Muitas vezes ele precisa assumir aulas em diferentes escolas e se tornar responsável por todas as turmas das escolas onde trabalha para cumprir sua carga horária. Se este for o caso e o profissional estiver sobrecarregado, munido de um bom livro didático que tenta ao máximo suprir as necessidades de seus aprendizes, o mínimo que ele precisará fazer é seguir o livro.
Outro fator importante na presença do livro didático é o fato de que ele também permite uma melhor observação da supervisão da escola. Uma vez que o idioma é outro, e tomamos como premissa que palavra é poder, em muitas situações, o professor de inglês é livre para fazer a sua vontadeem sala, já que os coordenadores não necessariamente sabem o que está sendo ensinado ou tem a capacidade de julgar o conteúdo trabalhado. O mesmo não ocorre na matemática, por exemplo, a qual qualquer falante de português pode julgar se está sendo bem trabalhada. No caso do inglês, o livro permite a direção averiguar o andamento da turma e, de certa forma, avaliar o desempenho dela em relação a um nivelamento maior, uma vez que uma revisão do livro pode ser lida em português em qualquer lugar da internet. Como discutido por Jorge e Tenuta (2011), “a distribuição do LD ao aluno potencializa a crianção de uma 'agenda' de objetivos para que se alcance uma melhor qualidade relativa ao ensino de língua estrangeira”. (p. 127)
Um outro ponto importante do livro didático é a forma como a língua é trabalhada. Este ponto, por sua vez, é ambíguo e arriscado. Uma vez que existe uma tradição que “limita a aprendizagem da língua ao trabalho com gramática descontextualizada, com tradução e com atividades lúdicas que não se articulam em um plano de curso que tenha objetivos claros para o processo de aprendizagem do aluno” (JORGE e TENUTA, 2011, p. 125), um livro didático bem escolhido pode sanar problemas maiores na formação do aprendiz, assim como uma escolha infeliz pode causar danos. Um livro que satisfaça as necessidades dos aprendizes e vá de acordo com as atuais teorias de ensino pode permitir ao professor reverter a visão recorrente das aulas de inglês como “ensino de gramática do inglês” e mostrar para os aprendizes que a língua é, acima de tudo, um sistema de comunicação. O material analisado nesta semana propõe uma abordagem mais “prática” que é aprovada pelas diretrizes de ensino, mesmo não tendo sido produzido para este público em específico.
Por fim, um dos pontos mais importantes da escolha do livro didático é, na minha opinião, a forma como ele propõe maior autonomia ao aprendiz. Jorge e Tenuta (2011) alegam que “como os tempos e espaços escolares nem sempre são correspondentes aos objetivos de aprendizagem e às diferentes motivações dos aprendizes, é essencial o investimento na autonomia do aluno” (p. 130). Para as autoras, o livro pode lidar com as necessidades específicas de cada aprendiz e propiciar chances para que busquem informações que sejam de demanda apenas deles. Contudo, podemos também expandir tal ideia para o fato de que, uma vez que cada aprendiz tem seu ritmo e tempo de aprendizagem, o livro lhe garante oportunidades de ver, rever e problematizar questões internas do aprendiz e permitir que desenvolva o senso pesquisador. Uma vez movido de uma ferramenta de pesquisa e de motivação interior, o aprendiz é levado a perceber que também pode aprender sozinho e que apenas cinquenta minutos de aula duas vezes na semana pode não lhe ensinar tudo o que precisa.
Por fim, o livro didático é uma importante ferramenta para o aprendizado desde que seja bem escolhido pelo professor. Ele pode provar ao aprendiz a oportunidade de refletir em casa e buscar algo além da sala de aula que, muitas vezes, não é o suficiente até mesmo por motivos como o tempo e a quantidade de estudantes em sala. É importante que o livro didático propicie aos aprendizes a oportunidade de produzir língua em contextos reais e explorar sua própria realidade e seu posicionamento como ser ativo no mundo e membro de uma comunidade de aprendizes de inglês. Assim, munido de uma arma poderosa, ele passa de passivo para ativo no próprio aprendizado e dá um passo importante rumo ao sucesso.
Referências:
JORGE, Miriam L. dos S., TENUTA, Adriana M. O lugar de aprender língua estrangeira é a escola: o papel do livro didático. In: Inglês em escolas públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares. Org.: Diógenes Cândido de Lima. Parábola. 2011.

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