Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIVERSIFICAÇÃO, COMPETÊNCIAS E COERÊNCIAS PRODUTIVAS 12 de janeiro de 2016 2 Por que a firma diversifica? Formas de Diversificação Condicionantes internos e externos Crescimento interno e externo Roteiro da Aula 3 Teoria Neoclássica Firma é um “caixa preta” Função de produção que transforma insumos em produtos COASE Firma é uma organização administrativa e hierárquica que suprime o mecanismo de preço prevalecente no mercado para reduzir custos de transação WILLIANSOM Teoria dos Custos de Transação Hierarquia é uma estrutura de governança que prevalece quando há elevados custos de transação Nexo de Contratos Firma é um arranjo contratual que produz incentivos mais eficientes que o mercado Nova Economia Institucional Teoria dos Custos de Transação + Nexo de Contratos Teoria Evolucionária/Schumpeteriana Viés evolucionário / dinâmico Schumpeter: empresário inova para ampliar mark-ups e market-shares O que já vimos 4 Até agora, a pergunta era: O que é a firma?? Por que existe a firma?? Agora a pergunta é: Por que a firma cresce?? Por que ela se diversifica? Quais os determinantes do crescimento da firma? RESPOSTA Óbvia A firma se diversifica e cresce para ampliar lucros Superação dos limites do crescimento dentro do mercado que atua Potencial de crescimento da firma > Potencial de crescimento do negócio DIVERSIFICAR Atuar em novos mercados / ofertar novos produtos/serviços Perguntas 5 Teoria Neoclássica concorrência passiva / estática estado do processo Concorrência gera simetrias, equilíbrios elimina possibilidades de ganhos Concorrência é antagônica ao monopólio estados do processo de competição Concepção ativa da concorrência (schumpeteriana) Esforço por diferenciação Inovar criar novos produtos / mercados Concorrência gera assimetrias, diferenças, desequilíbrios Visão estática: ESTRUTURA CONDUTA DESEMPENHO Visão dinâmica: ESTRUTURA CONDUTA DESEMPENHO Diversificação aumenta espaço de concorrência Empresa “diversificada” e “diversificante” Expansão para novos mercados está no horizonte decisório da firma Visão dinâmica 6 Teoria do crescimento endógeno da firma como gera fatores internos que impulsionam seu crescimento FIRMA = organização complexa que possui competências produtivas sabe fazer coisas Agrupamento de recursos tangíveis e intangíveis viabilizam processo de produção Estoque de recursos conjunto idiossincrático e específico que (de)limita a firma Múltiplos objetivos norteiam a atuação da firma Separação entre propriedade e gerência Serviço gerencial (competências) caráter idiossincrático das firmas Serviços ociosos tornam-se rentáveis quando existe possibilidade de expansão Disponibilidade de serviços ociosos incentivos a expansão Diversificação não depende necessariamente de estímulos do ambiente! EDITH PENROSE (The Theory of the Growth of the Firm, 1959) /1 7 Firma se expande por possuir capacidade de gerar “serviços empresariais” e por defrontar e perceber oportunidades lucrativas Expansão envolve diversificação e aprendizado RACIONALIDADE PROCEDIMENTAL (SIMON) Firmas empreendem estratégias diversas, adaptativas Aprendem ao longo do processo ROTINAS Captam conhecimento intangível Memória das organizações Processo internos de aprendizado mudanças adaptativas às alterações do ambiente Competências (“serviços gerenciais”) evoluem ao longo do caminho Processo cumulativo Alteram competências Modificam mecanismos de aprendizado e rotinas Processo cumulativo com path dependence e lock in EDITH PENROSE (The Theory of the Growth of the Firm, 1959) /2 8 Processo de Diversificação Processo de Diversificação PROXIMIDADE ENTRE ATIVIDADES (em termos de insumo e produto) SIMILARIDADE ENTRE ATIVIDADES (em termos de competências) Diversificação Horizontal Diversificação Vertical Diversificação Conglomerada Diversificação Concêntrica 9 Introdução de produtos/serviços semelhantes Aproveita canais de comercialização disponíveis Aproveita economias de escala e escopo sinergias PENROSE: aproveita “base tecnológica” e “área de comercialização” Expansão para novos mercados aumenta área de especialização Aumenta base de conhecimento tecnológico Vantagens: Aumenta flexibilidade operacional Reduz vulnerabilidade (das mudanças cíclicas do mercado original) Aumenta capacidade de financiamento (subsídio cruzados) Reduz riscos (diversifica portfolio) Diversificação Horizontal 10 Assume controle sobre diferentes etapas produtivas Teoria dos Custos de Transação integra para reduzir custos Ativos específicos Garantir qualidade do insumo Diversificação/Integração PARA TRÁS (upstream/a montante): atividade anterior ao produto original Não modifica natureza do produto original Aumenta valor agregado, mas não repassa necessariamente para preço PARA FRENTE (downstream/ a jusante): posterior ao produto original Aproxima de produto final Pode envolver outras atividades (comercialização, por exemplo) Aumenta valor agregado e pode conseguir repassar para preço Diversificação Vertical (integração) /1 11 Vantagens: Aumenta eficiência econômica Reduz custos de produção (com aproveitamento de economias de escala e escopo) Reduz Assimetrias de Informação Reduz Custos de Transação Aumenta garantia de suprimento (insumos críticos) Apropriação de rendas geradas ao longo da cadeia produtiva (reduz número de intermediários) Aumento do Poder de Mercado com subsídios cruzados Desvantagens: Reduz flexibilidade Torna empresa mais sensível ao mercado que atua Integração pode ser vantagem competitiva proteção contra entrantes Diversificação Vertical (integração) /2 12 Exploração do núcleo de competências da firma Competências vantagem competitiva Exploração de economias de escopo de cunho tecnológico e comercial Se sobrepõem a diversificação horizontal e a integração Diversificação horizontal aumenta barreiras à mobilidade Diversificação vertical aumenta barreiras à entrada Diversificação concêntrica não reforça barreiras Diversificação Concêntrica 13 Exploração de oportunidades de valorização de capital em áreas de negócios sem relação com os ativos da empresa Conglomerado de atividades não correlacionadas Análise de portfólio trade-off entre lucratividade e risco Fatores tecnológicos: Novas oportunidades para investimento Inovações tecnológicas radicais sobre atividade original diversifica para sobreviver Atividade original tem nível muito específico de especialização Alternativa de crescimento com menor interferência de órgãos de defesa da concorrência Problemas: Reduz nível de sinergia entre atividades Atividades muito díspares aumenta risco do portfólio Diversificação Conglomerada 14 Evidência empírica/histórica diversificação não é aleatória tem coerência Horizonte de diversificação de(limitado) pela dinâmica interna e pelo ambiente seletivo Dinâmica interna Nível de especialização da firma: “Base Tecnológica” e “Área de comercialização” Ambiente seletivo Sinalizações do ambiente competitivo Firmas tendem a privilegiar trajetórias de menor resistência Possibilidade de replicar rotinasjá consolidadas PENROSE: Existência de serviços ociosos Indivisibilidades (presença de economias de escala) Novos serviços oriundos do processo de crescimento “economias de crescimento”(PENROSE) Existência de atividade funcionais para diversificação (irradiadoras de oportunidades) Exemplo: Atividades de P&D Condicionantes Internos (intramuros) 15 Condicionantes Internos e Crescimento Condicionantes Internos Base tecnológica Área de Comercialização Horizonte de Diversificação Diversificação Concêntrica Core-competences competências essenciais (Prahalad e Hamel,1990) Horizonte de Especialização Core-business 16 Diversificação versus Especialização Aparente antagonismo: DIVERSIFICAÇÃO reduz risco do portfolio EPECIALIZAÇÃO aumenta risco do portfolio Visão alternativa complementares Core-competences: Desenvolvimento cumulativo Difusão intramuros Integração de competências Aprofundamento em campos correlatos e expansão de novos domínios Rompimento de inercia organizacional Condicionantes Internos e Crescimento 17 Potencial de crescimento do mercado original Retração associada a baixo dinamismo tecnológico Fortes oscilações na demanda Crescimento lento do mercado em relação as expectativas da firma Aumento da oferta de poupança Condicionantes Externos Diversificação conglomerada Condicionantes Externos (extramuros) 18 Crescimento interno expansão da capacidade produtiva (greenfield) Crescimento Externo Aquisição/Fusão de capacidade produtiva existente (brownfield) Vantagens do crescimento externo: Diminuição de exigências em termos de desembolsos; Incorporação de um parque produtivo já dimensionado Contorno das barreiras à entrada Diminuição da rivalidade Redução de risco tecnológico e de mercado Crescimento interno versus externo Modelo Granstrand Technology based firms Diversificação tecnológica: Interação entre gama de produtos x base de conhecimento tecnológico Diversificação da base de conhecimento ligada aos produtos Diversificação de produtos ligada à base de conhecimento Diversificação guiada Firmas multiprodutos Formação de oligopólios tecnológicos Aceleração do ritmo de evolução das bases de conhecimento Redução do ciclo de vida dos produtos e processos Fusões entre tecnologias Dificuldade de apropriação do esforço de inovação via patentes e licenças Resultado: fusões e aquisições e surgimento de grandes “orçamentos de P&D” Estratégias das “technology based firms” Internacionalização Diversificação de negócios com base na tecnologia Aquisição externa da tecnologia Alianças tecnológicas e joint-ventures 21 As características de uma tecnologia em termos de apropriabilidade, cumulatividade e oportunidade para inovação podem variar ao longo do seu ciclo de vida? Industrias podem mudar seu regime tecnológico? A organização e estrutura da indústria têm alguma influência sobre a evolução das características das tecnologias? Questões para debate 22 GRANSTRAND, O. (1998). « Towards a theory of the technology-based firm ». Research Policy, vol. 27, pp. 465-489. GRANSTRAND, O. et SJOLANDER, S. (1992). Managing Innovation in Multi-technology Corporations. Research Policy, vol. 19, n° 1. PENROSE, E. (1959). « The Theory of the Growth of the Firm » PRAHALAD, C. et HAMEL, G. (1990). « The core competence of the corporation ». Harvard Business Review, vol. 68, n° 3, pp.79-91. Bibliografia complementar
Compartilhar