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CAPÍTULO 5 EVAPOTRANSPIRAÇÃO Universidade Federal do Rio Grande Escola de Engenharia - 2012 Profª: Ana Paula Gomes Evaporação A evaporação é o processo de transferência de água líquida para vapor do ar diretamente de superfícies líquidas, como lagos, rios, reservatórios, poças, e gotas de orvalho. A água que umedece o solo, que está em estado líquido, também pode ser transferida para a atmosfera diretamente por evaporação. Fatores que afetam a Evaporação Os principais fatores que afetam a evaporação são: temperatura, umidade do ar, velocidade do vento e radiação solar. Radiação solar Temperatura A quantidade de vapor de água que o ar pode conter varia com a temperatura. Ar mais quente pode conter mais vapor, portanto o ar mais quente favorece a evaporação. Umidade do ar Quanto menor a umidade do ar, mais fácil é o fluxo de vapor da superfície que está evaporando. O efeito é semelhante ao da temperatura. Se o ar da atmosfera próxima à superfície estiver com umidade relativa próxima a 100% a evaporação diminui porque o ar já está praticamente saturado de vapor. Velocidade do vento O vento é uma variável importante no processo de evaporação porque remove o ar úmido diretamente do contato da superfície que está evaporando ou transpirando. O processo de fluxo de vapor na atmosfera próxima à superfície ocorre por difusão. Medição de Evaporação A evaporação é medida de forma semelhante à precipitação, utilizando unidades de mm para caracterizar a lâmina evaporada ao longo de um determinado intervalo de tempo. As formas mais comuns de medir a evaporação são o Tanque Classe A e o Evaporímetro de Piche. Diâmetro = 121cm Profundidade = 25,5cm Acima do solo = 15cm Borda Livre = 5 a 7,5 cm Tubo de Piche Diâmetro = 1cm Comprimento = 30cm Transpiração É a transferência da água presente no solo para a atmosfera através do processo de transpiração vegetal. A transpiração envolve a retirada da água do solo pelas raízes das plantas, o transporte da água através da planta até as folhas e a passagem da água para a atmosfera através dos estômatos da folha. Processo de evapotranspiração Algumas definições: Transpiração: Perda d'água para a atmosfera na forma de vapor, decorrente das ações fisiológicas e físicas dos vegetais. Evapotranspiração: Conjunto de evaporação do solo mais transpiração das plantas. Evapotranspiração potencial: Perda d'água por evaporação e transpiração de uma superfície tal que: - Esteja totalmente coberta; - Teor de umidade esteja próximo da capacidade do campo. Evapotranspiração real: Perda d’água observada nas condições reais. Fatores que afetam a Transpiração A transpiração é influenciada também pela radiação solar, pela temperatura, pela umidade relativa do ar e pela velocidade do vento. Além disso, intervém outras variáveis, como o tipo de vegetação e o tipo de solo. Para um determinado tipo de cobertura vegetal a taxa de evapotranspiração que ocorre em condições ideais de umidade do solo é chamada a Evapotranspiração Potencial, enquanto a taxa que ocorre para condições reais de umidade do solo é a Evapotranspiração Real. A evapotranspiração real é sempre igual ou inferior à evapotranspiração potencial. Medição de Evapotranspiração A medição da evapotranspiração é relativamente mais complicada do que a medição da evaporação. Existem dois métodos principais de medição de evapotranspiração: os lisímetros e as medições micrometeorológicas. E = P –Qs – Qb – ΔV Estimativa da Evaporação • Balanço de Energia - Penman Onde: Δ: representa a derivada da tensão do vapor de saturação e tensão de vapor saturado com relação a temperatura; γ: parâmetro de Bowen = 0,66 mbares A relação Δ/γ obtida resulta na seguinte equação: A relação qef/L representa a relação entre a radiação efetiva (qef (mm/dia)) e o calor latente de vaporização (L = 59 cal/cm².mm) obtido pela seguinte equação: Onde: σ : constante de Stefan-Boltzman (1,19.10-7cal/cm²dia); T: temperatura em ºK; pr: proporção entre o número efetivo de horas de brilho solar e o máximo possível; G: radiação incidente de onda curta, obtido pela seguinte equação: Sendo: Rt: radiação no topo da atmosfera; α e β parâmetros que dependem do local. ea = tensão de vapor a uma altura de 2m da superfície (mmHg), obtido pela seguinte equação: Sendo: U: umidade relativa do ar (%); es: tensão de vapor de saturação à temperatura da superfície da água (mmHg), obtido pela seguinte equação: Sendo: T: temperatura em ºC. O fator Ei representa a evaporação em condições isotérmicas, obtido pela seguinte equação: Sendo: W2 a velocidade do vento a 2m da superfície do solo (km/dia) Método Gráfico de Penman E = E1 + E2 + E3 + E4 Onde: E1 = f(t, n/D) E2 = f(t, n/D, Ra) E3 = f(t, h, n/D) E4 = f(t, u2, h) t = temperatura média (°C) n = número real de horas de sol (insolação) (h) D = número máximo de horas de sol/dia (h) (ver tabela) Ra = radiação incidente na atmosfera (cal/cm2/dia) (ver tabela) u2 = velocidade do vento a 2 metros do solo (m/s) Valores da radiação solar incidente (nos dia 15) no topo da atmosfera (Ra) Valores de número máximo de horas de sol (D) para latitudes Sul(º) Estimativa da Evapotranspiração Para estimar a evapotranspiração real por balanço hídrico de uma bacia é necessário considerar valores médios de escoamento e precipitação de um período relativamente longo, idealmente superior a um ano. A partir daí é possível considerar que a variação de armazenamento na bacia pode ser desprezada, e a equação de balanço hídrico se reduz à equação ETR = P – Q Método de Thorntwaith Equação empírica do Método de Thorntwaith foi desenvolvida com base em dados de precipitação e escoamento, de várias bacias hidrográficas localizadas nas regiões central e leste dos Estados Unidos (clima temperado com verões secos e invernos úmidos). onde: ETP é a evapotranspiração potencial para meses de 30 dias e dia com 12 horas diárias de insolação (mm/mês) T é a temperatura média do ar (ºC) f é o fator de correção em função da latitude e mês do ano O valor de a é dado pela função cúbica do índice de calor anual: Fator de correção f do método de Thornthwaite Método de Blaney – Criddle Esse método foi desenvolvido na região oeste dos Estados Unidos, nos anos 50. Originalmente o método era utilizado para estimativas de uso consuntivo. Dadas as característica da região para a qual o método foi desenvolvido, o método é mais indicado para zonas áridas e semi-áridas, e consiste na aplicação da seguinte equação empírica para avaliar a evapotranspiração potencial: onde: ETP é a evapotranspiração potencial (mm/mês); T é a temperatura média mensal do ar em ºC; p é a porcentagem diária de horas de luz Proporção média diária (p) de horas de luz para diferentes latitudes Balanço de Energia – Penman Este método para o cálculo da evapotranspiração potencial é semelhante ao método do balanço de energia para a evaporação com algumas alterações. Para o cálculo da evaporação potencial é utilizado a seguinte equação: Onde o fator Ei representa a evapotranspiração em condições isotérmicas, obtido pela seguinte equação:
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