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06/08/2014 1 1 Demonstração do Resultado do Exercício Demonstrações Contábeis Obrigatórias 2 Sua estrutura está prevista no art. 187 da Lei n° 6.404/76 e seu objetivo é evidenciar a formação do Resultado Líquido do Exercício (Lucro ou Prejuízo). É uma exposição ordenada das receitas realizadas (ganhas ou auferidas) e das despesas incorridas no exercício, de acordo com principio da competência (Regime econômico). Representa a dinâmica patrimonial. 3 4 Receita Bruta de Vendas 250.000 (-) Deduções da Receita Bruta (45.000) (=) Receita Líquida de Vendas 205.000 (-) CMV (55.000) (=) Lucro Bruto 150.000 5 (=) LOB (Resultado c/ Mercadorias) 150.000 (-) Despesas Operacionais • Comerciais ou c/ Vendas (10.000) • Despesas Financeiras (15.000) • (+) Receitas Financeiras 10.000 • Gerais e Administrativas (15.000) • Outras Despesas Operacionais (20.000) (+) Outras Receitas Operacionais 10.000 (=) Lucro Operacional Líquido 110.000 6 (=) Lucro Líquido Antes da CSLL 110.000 (-) Desp c/ Prov. CSLL (12.000) (=) Lucro Líquido antes do IR 98.000 = LOL 06/08/2014 2 7 (=) Lucro Líquido antes do IR 98.000 (-) Desp c/ Prov. Para IR (28.000) (-) Participações • Debenturistas (8.000) • Empregados (7.000) • Administradores (6.000) • Inst/Fundos Empregados (5.000) (=) Lucro Líquido do Exercício 44.000 Lucro por ação do Capital Social 0,44 8 9 (=) Receita Líquida (*1) 205.000 (-) CMV (55.000) (=) Lucro ou Prejuízo Bruto 150.000 10 (*1) Segundo o CPC não é mais possível acrescentarmos as deduções antes da Receita Líquida. Estas deverão ser apresentadas em “notas explicativas”. A explicação para esse fato, é que a carga tributária é diferente nos diversos países, então, a melhor saída para compararmos balanços em diferentes regiões seria expurgar os impostos. 11 (=) LOB (Resultado c/ Mercadorias) 150.000 • (-) Comerciais ou c/ Vendas (10.000) • (-) Gerais e Administrativas (15.000) • (-) Outras Despesas Operacionais (*2) (20.000) • (+) Outras Receitas Operacionais (*2) 5.000 • (±) Resultado Eq. Patrimonial (*3) 5.000 (=) Lucro Antes Result. Financeiro (*4) 115.000 12 (*2) Os antigos resultados não operacionais são considerados outras receitas ou despesas operacionais e apresentados antes do resultado operacional líquido. (*3) A nova estrutura exige a apresentação em separado do resultado decorrente de avaliação de investimentos em coligadas e controladas (resultado de equivalência patrimonial), antes tratado dentro do grupo das “outras receitas ou despesas operacionais”. 06/08/2014 3 13 (*4) A nova estrutura exige a apresentação em separado do resultado financeiro, antes tratado dentro do contexto das despesas operacionais. 14 (=) Lucro Antes Resultado Financeiro 115.000 • (-) Despesas Financeiras (10.000) • (+) Receitas Financeiras 5.000 (=) Lucro Líq. Antes Tributos s/ Lucro 110.000 (-) Tributos sobre o Lucro (*5) (40.000) 15 (*5) a lei societária trata apenas do imposto de renda e sua provisão, enquanto que o CPC 26 trata de forma mais abrangente ao utilizar o termo “tributos sobre o lucro”; 16 (-) Participações (*6) • Debenturistas (8.000) • Empregados (7.000) • Administradores (6.000) • Inst./Fundos de Empregados (5.000) (=) Lucro Líquido Op. Continuadas 44.000 (+) Result. Líq. Op. Descontinuadas (*7) - Lucro ou Prejuízo Líquido Exercício (*8) 44.000 17 (*6) As participações nos lucros foram omitidas no item 82 do CPC 26. 18 (*7) A nova estrutura determina a segregação dos resultados decorrentes das operações continuadas daqueles advindos de operações descontinuadas. Operações descontinuadas são definidas no Pronunciamento CPC 31 (Deliberação CVM 598/2009) como um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda e: 06/08/2014 4 19 a) representa um importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou b) é parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda. 20 Cabe notar que a descontinuidade deve ser das operações e, não, meramente, dos ativos envolvidos. Por exemplo, se a empresa decide vender suas máquinas atuais para substituir por máquinas novas, há descontinuidade de ativos, mas não de operações. Enquanto estas máquinas antigas estiverem produzindo, o resultado é de operações continuadas. 21 Diferente situação ocorre quando a empresa decide vender as máquinas por que desistiu de atuar naquele segmento. Aqui, há descontinuidade, também, de operações. Enquanto estas máquinas estiverem produzindo, o resultado é de operações descontinuadas. 22 Cabe salientar que o resultado de operações descontinuadas deve ser apresentado líquido, com seu desdobramento feito em notas explicativas. (*8) O lucro por ação não é mencionado no CPC 26. 23 Finalmente, o item 98 da citada norma exige a apresentação de forma separada dos seguintes itens: • reduções nos estoques ao seu valor realizável líquido ou no ativo imobilizado ao seu valor recuperável, bem como as reversões de tais reduções; • reestruturações das atividades da entidade e reversões de quaisquer provisões para gastos de reestruturação; 24 • baixas de itens do ativo imobilizado; • baixas de investimento; • unidades operacionais descontinuadas; • solução de litígios; e • outras reversões de provisões. 06/08/2014 5 25 A entidade deve apresentar uma análise das despesas utilizando uma classificação baseada na sua natureza, se permitida legalmente, ou na sua função dentro da entidade, devendo eleger o critério que proporcionar informação confiável e mais relevante, obedecidas as determinações legais. 26 No método da natureza da despesa , as despesas são agregadas na demonstração do resultado de acordo com a sua natureza (por exemplo, depreciações, compras de materiais, despesas com transporte, benefícios aos empregados e despesas de publicidade), não sendo realocados entre as várias funções dentro da entidade. 27 Por exemplo, ao invés de separar a depreciação do período entre depreciação das máquinas usadas na fabricação(que é atribuída ao custo do produto) e depreciação do escritório (que gera despesa administrativa), é demonstrado apenas o valor total da depreciação. 28 Receitas X Outras Receitas X Variação estoques X Consumo de matérias-primas e materiais X Despesa com benefícios a empregados X Depreciações e amortizações X Outras despesas X Total da despesa (X) Resultado antes dos tributos X 29 A segunda forma de análise é o método da função da despesa, classificando-se as despesas de acordo com a sua função como parte do custo dos produtos ou serviços vendidos ou, por exemplo, das despesas de distribuição ou das atividades administrativas. 30 A segunda forma de análise é o método da função da despesa, classificando-se as despesas de acordo com a sua função como parte do custo dos produtos ou serviços vendidos ou, por exemplo, das despesas de distribuição ou das atividades administrativas. Este é o método usado no Brasil, pois é o previsto na Lei das SA. 06/08/2014 6 31 Receitas X Custo dos produtos e serviços vendidos (X) Lucro bruto X Outras receitas X Despesas de vendas (X) Despesas administrativas (X) Outras despesas (X) Resultado antes dos tributos X 32 33 A Receita Bruta corresponde ao produto de todas as operações de venda de produtos (indústria), mercadorias (empresa comercial) e/ou serviços (prestadora de serviços) que constituam o objeto social da sociedade. 34 35 O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é um imposto cobrado "por fora", ou seja, não está embutido no valor da operação.Assim, por exemplo, se uma indústria vende produtos no valor de R$ 250.000 com IPI de 20%, os R$ 50.000 de IPI não estão embutidos nos R$ 250.000. Logo, o total da nota fiscal de venda é de R$ 300.000. 36 O valor total recebido pela nota fiscal seria denominado Faturamento Bruto. 06/08/2014 7 37 Faturamento Bruto 300.000 (-) IPI s/ Faturamento (50.000) (=) Receita Bruta de Vendas 250.000 Sua apresentação não é obrigatória na DRE, mas caso desejemos incluí-la, devemos fazê-lo da seguinte maneira: 38 No estudo sobre os AVP, vimos que nas operações de venda efetuadas a longo prazo as receitas de vendas devem ser mensuradas pelo valor justo da contraprestação, ou seja, expurgadas dos juros embutidos na transação. Este também é o tratamento conferido pelo CPC 30 – Receitas. 39 A companhia efetua uma venda de mercadorias a longo prazo no valor de R$ 15.000,00, registrando tal direito na conta “Duplicatas a Receber LP”. Sabe-se que, se esta venda fosse a vista, o valor cobrado seria de R$ 10.000,00. Assim sendo, os R$ 5.000 cobrados a mais são os juros pelo prazo concedido para pagamento. 40 D – Duplicatas a Receber LP C – Receita de Vendas 15.000 R$ 5.000 de Juros Embutidos 41 D – Duplicatas a Receber LP 15.000 C – Receita de Vendas 10.000 C – Juros Ativos a Vencer 5.000 42 Devoluções de Vendas Abatimento sobre Vendas Descontos Comerciais Concedidos Impostos e Contribuições sobre Vendas 06/08/2014 8 43 Descontos Concedidos Comerciais Financeiros Condição Futura Não Sim Momento No ato da venda Após a Venda Nota Fiscal Aparece Não Aparece Afeta o ICMS Sim Não Classificação Dedução RBV Desp. Financeira 44 45 É o valor resultante das deduções efetuadas sobre a receita bruta de vendas. Receita Bruta de Vendas (-) Devoluções de Vendas (-) Abatimento sobre Vendas (-) Descontos Incondicionais Concedidos (-) ICIV (=) Receita Líquida de Vendas 250.000 (10.000) 205.000 (10.000) (10.000) (15.000) 46 47 É o valor decorrente da baixa das mercadorias vendidas, por terem sido transferidas a terceiros. Como vimos em operações com mercadorias, podem ser encontradas por meio da fórmula do inventário periódico: CMV EI CL EF 48 No estudo sobre os AVP, vimos que nas operações de compra de estoques efetuadas a longo prazo os estoques devem ser mensurados pelo valor de compra já líquido dos juros embutidos na transação. Este também é o tratamento conferido pelo CPC 16 – Estoques. Este tratamento acaba afetando o valor do CMV, uma vez que ele tem origem na baixa de saldo na conta estoques. 06/08/2014 9 49 A companhia efetua uma compra de mercadorias a longo prazo no valor de R$ 15.000,00, registrando tal obrigação na conta “Fornecedores LP”. Sabe-se que se esta compra fosse a vista, o valor cobrado seria de R$ 10.000,00. 50 Assim sendo, os R$ 5.000,00 cobrados a mais pelo vendedor são os juros pelo prazo concedido por este para pagamento e terão tratamento de despesas financeiras (Juros Passivos) para quem compra. 51 D – Estoques C – Fornecedores LP 15.000 R$ 5.000 de Juros Embutidos 52 D – Estoques 10.000 D – Juros a Vencer 5.000 C – Fornecedores LP 15.000 53 54 É o valor que resulta da dedução do CMV em relação ao valor das receitas líquidas de vendas. Em cada período poderá ser “Lucro Operacional Bruto” (ou, simplesmente, “Lucro Bruto”) se a “Receita Líquida de Vendas” for maior que o “CMV” ou “Prejuízo Operacional Bruto” (ou, simplesmente, “Prejuízo Bruto”) se a “Receita Líquida de Vendas” for menor que o “CMV”. 06/08/2014 10 55 (=) Receita Líquida de Vendas (-) CMV (=) Lucro Operacional Bruto 205.000 (55.000) 150.000 56 57 58 São aquelas ligadas à comercialização e distribuição do produto, ou seja, tudo aquilo ligado aos esforços para venda do produto, desde a propaganda até os riscos assumidos na venda. 59 • Comissões s/ Vendas • Fretes s/ Vendas • Salários dos Vendedores • Manutenção do veículo usado no setor de vendas • Propaganda e Publicidade • Despesa com Créditos de Liquidação Duvidosa • Despesa com Garantia de Produtos 60 São os gastos com o dia a dia da empresa, necessários à administração e ao bom funcionamento da mesma. Beneficiam todas as fases do negócio ou objeto social. 06/08/2014 11 61 • Depreciação, Amortização e Exaustão • Salários Administrativos • Aluguéis • Energia Elétrica • Água • Consumo de Material de Expediente • alguns tributos (IPTU, IPVA, ITBI, etc.) 62 São gastos com a remuneração de capitais de terceiros e outros ligados a operações financeiras. Devem ser apresentadas na DRE líquidas do valor das Receitas Financeiras, que são aquelas decorrentes de remuneração do capital da sociedade. 63 Caso o valor das receitas financeiras seja superior ao das despesas financeiras, o valor positivo deverá ser compensado com as demais despesas operacionais. 64 (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (=) Resultado Financeiro (10.000) 5.000 (5.000) 65 • Juros Passivos • IOF • Descontos Condicionais (Financeiros) Concedidos • Variações Monetárias ou Cambiais Passivas 66 • Juros Ativos • Descontos Condicionais (Financeiros) Obtidos • Variações Monetárias ou Cambiais Ativas 06/08/2014 12 67 São aquelas que não se enquadram como Comerciais, Financeiras ou Administrativas. É o caso do Resultado Negativo da Equivalência Patrimonial, e das antigas hipóteses de despesas não operacionais, como um prejuízo na venda de um imobilizado reposto, por exemplo. 68 A Lei das S.A não menciona o tratamento a ser dado às receitas que não se enquadrem como receita bruta de vendas ou financeiras. O critério mais usual tem sido classificá-las logo após as despesas operacionais, de forma que seu valor seja computado no cálculo do lucro operacional líquido. 69 • Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial • Aluguéis Ativos • Receita de Dividendos • Lucro na venda de um imobilizado reposto 70 71 É o valor que resulta da dedução das despesas operacionais em relação ao valor do resultado operacional bruto. 72 (=) LOB (Resultado c/ Mercadorias) (-) Despesas Operacionais • Comerciais ou c/ Vendas • Financeiras deduzidas das Receitas Financ. • Gerais e Administrativas • Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (=) Lucro Operacional Líquido 150.000 (10.000) (5.000) (20.000) (15.000) 110.000 10.000 06/08/2014 13 73 74 Não existia na Lei das S.A qualquer critério para a classificação de receitas ou despesas como não operacionais. O critério que vinha sendo adotado era o de utilizar, por analogia, o Regulamento do Imposto de Renda, que em seus artigos 418 a 445, define quais seriam os resultados não operacionais. 75 Assim, nunca foi critério válido observar se o resultado decorria da atividade principal da sociedade ou não. Como a listagem do RIR é taxativa, podíamos afirmar que tudo aquilo que não estivesse listado como não operacional no RIR seria classificado como operacional, mesmo que não decorresse da atividade objeto da Entidade. 76 A Lei 11.941/2009, acabou com a distinção entre resultados operacionais e não operacionais, extinguindo os tais “resultados não operacionais”, passando a designá-los como “Outras Receitas e Outras e Despesas Operacionais”. 77 Também a Orientação Técnica CPC Nº 02, em seus itens 136 e 137, prega pela não segregação dos resultados em operacionais e não- operacionais. Assim, as entidades devem apresentar as “outras receitas/despesas” no grupo operacional e não após a linha do “resultado operacional”. 78 Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais 10.000 (=) Lucro Operacional Líquido (±) Outras Receitas ou Despesas (10.000)(20.000)(10.000) 120.000110.000 Ainda assim, as bancas têm feito diversas confusões sobre o tema. 06/08/2014 14 79 80 Criada pela Lei 7.689/89, esta contribuição não está prevista na Lei 6.404/76, uma vez que tal tributo inexistia na ocasião da elaboração da Lei das S.A. É usual a sua classificação na DRE logo após o Resultado Operacional e antes do cálculo do Imposto de Renda. É devida pelas pessoas jurídicas domiciliadas no país e pelas que lhe são equiparadas pela legislação do IR. 81 É apurada de maneira análoga àquela que veremos para o IR, ou seja, pode ser calculado com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado: 82 O tributo é apurado trimestralmente com base no lucro líquido contábil ajustado pelas adições determinadas, pelas exclusões permitidas, e pela compensação dos prejuízos fiscais até o limite definido em lei específica. 83 Consiste na aplicação de percentual, estabelecido de acordo com a atividade, definido em Lei, sobre a Receita Bruta apurada, também conforme Lei específica. O contribuinte sujeito ao Lucro Presumido está dispensado da elaboração dos Livros Diário e Razão, devendo escriturar o Livro Caixa e o Livro Registro de Inventário. 84 Este tipo de apuração envolve o cometimento de infração à legislação pelo contribuinte obrigado ao lucro real ou presumido. São exemplos de infração: a não manutenção dos livros obrigatórios, a opção por regime de apuração indevido, escrituração em desacordo com a Lei comercial, não elaboração de demonstrações obrigatórias. 06/08/2014 15 85 Despesa com CSLL D C Provisão p/ CSLL D C 12.000 (1)(1) 12.000 86 87 Assim como ocorre com a CSLL, o IR pode ser calculado com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, observando-se regras semelhantes para determinação do regime de apuração. 88 O livro fiscal denominado LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real) é utilizado para a apuração da base de cálculo do IR. Ele é composto de duas partes: na parte “A”, são registradas as adições e as exclusões. Já na parte “B”, controlaremos as compensações dos prejuízos fiscais de exercícios anteriores. 89 Parte A Adições (Despesas Indedutíveis) Exclusões (Receitas não Tributáveis Parte B Compensações (Prejuízos Fiscais Exerc. Anteriores) 90 A respeito de como efetuar a escrituração regular da empresa (livros diário e razão), temos o Art. 177 da Lei das S.A, em seu parágrafo 2º. A norma fixa que os livros recebam a escrita de acordo com a LSA e os princípios de contábeis. 06/08/2014 16 91 Todo procedimento diferente (determinado pela legislação tributária ou especial da atividade que a entidade desempenha), deve ser efetuado em livros auxiliares, sem modificar a escrita comercial. 92 Certas despesas, apesar de serem reconhecidas contabilmente para atendimento dos princípios de contabilidade, não são aceitas pelo Fisco para fins de redução do lucro. São as denominadas “despesas indedutíveis”. Elas devem ser adicionadas de volta ao resultado para determinação do lucro real (tributável). 93 • Perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (day-trade) • Despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores; • Doações, exceto as expressamente admissíveis como dedutíveis • Despesas com brindes • A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; 94 • Provisões, exceto de férias e 13º salário; • As participações nos lucros atribuídas a administradores e partes beneficiárias. • Resultado negativo da equivalência patrimonial; • Multas de trânsito e multas de ofício; • Depreciação de carros de luxo, barcos, etc., não ligados intrinsecamente com a atividade da empresa. 95 Da mesma forma, existem valores que devem ser oferecidos à tributação e que não transitaram pelo resultado como receitas, tais como: • Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas; • A parcela realizada da reserva de reavaliação. 96 Assim como as despesas, certas receitas, apesar de reconhecidas contabilmente para atendimento dos princípios de contabilidade, não são tributadas pelo Fisco na apuração do lucro líquido tributável. São denominadas “receitas não tributáveis”. Devem ser excluídas do resultado para determinação do lucro real (tributável). 06/08/2014 17 97 • Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial • Lucros e Dividendos recebidos, tributados nas pessoas jurídicas que o distribuíram Da mesma forma, existem valores que podem ser deduzidos na tributação e que não transitaram pelo resultado como despesas. É o caso, por exemplo, do incentivo fiscal de depreciação acelerada incentivada. 98 Lucro Operacional Bruto 100.000 Despesas c/ PDD (10.000) Despesas c/ Provisão para Férias (6.000) Despesa c/ Multas de Trânsito (4.000) Resultado Positivo EP 10.000 Receita de Dividendos 2.000 CSLL (7.000) Participações de Debenturistas (6.500) Participações Administradores (4.000) LLAIR e após as Participações 74.500 99 LLAIR e após as Participações (+) Adições Despesas c/ PDD Despesa c/ Multas de Trânsito CSLL Participações de Administradores (-) Exclusões Receita de Dividendos Resultado Positivo na EP (=) Lucro Real Antes Compensações 74.500 10.000 4.000 (10.000) 7.000 87.500 (2.000) 4.000 100 Quando a sociedade, em certo exercício, após o processo de ajuste observado, apura não lucro, mas prejuízo fiscal, ela não apenas não pagará o imposto de renda naquele exercício, como passará a ter o direito de se compensar, em exercícios futuros, daquele prejuízo, reduzindo, assim, a base de cálculo do IR quando a sociedade apurar base de cálculo positiva. 101 Vale observar que a compensação, em cada exercício, está limitada a 30% do lucro real antes da compensação apurado em cada exercício (não é do prejuízo total a compensar!!). Tal direito pode ser registrado na conta “Ativos Fiscais Diferidos”. 102 Perceba que o que devemos abater são os prejuízos fiscais. Nada tem a ver com os prejuízos acumulados (saldo devedor na conta contábil). 06/08/2014 18 103 Agora imagine que a sociedade tivesse R$ 50.000,00 de prejuízo fiscal a compensar. Ela fará o seguinte procedimento: Lucro Real Antes das Compensações (-) Prejuízos Fiscais (87.500 * 30%) Lucro Real IR - Alíquota de 20% (61.250 * 20%) 12.250 87.500 (26.250) 61.250 104 Note que, do prejuízo fiscal a compensar de R$ 50.000,00, a empresa utilizou, neste exercício, o valor de R$ 26.250,00, restando R$ 23.750,00 a compensar em exercícios futuros. Vale perceber que, caso a empresa tivesse, originalmente, apenas R$ 20.000,00 a compensar, poderia se utilizar de todo o valor neste exercício. 105 Despesa com IR D C Provisão p/ IR D C 12.250 (1)(1) 12.250 106 (=) Lucro Líquido Antes da CSLL (-) Desp c/ Prov. CSLL (=) Lucro Líquido antes do IR (-) Desp c/ Prov. Para Imposto de Renda (28.000) 110.000 (12.000) 98.000 107 108 Segundo a legislação comercial, no artigo 189 da Lei das S.A, a base de cálculo das participações é o lucro líquido deduzido da provisão para o IR e dos prejuízos acumulados, caso existam. Assim, do ponto de vista contábil, como pudemos observar na estrutura da DRE, as participações devem figurar após o IR. 06/08/2014 19 109 • Debenturistas • Empregados • Administradores • Partes Beneficiárias • Instituições ou Fundos Assist./Previdência Empregados 110 Lucro Líquido Antes do IR (-) Provisão para o IR (-) Prejuízos Acumulados (=) Base de Cálculo 1ª Participação (30.000) 150.000 (20.000) 100.000 Perceba que, caso existam, devemos abater os prejuízos acumulados de exercícios anteriores. Isto significa abater o saldo devedor da conta contábil. Nada tem a ver com os prejuízosfiscais, vistos no capítulo sobre o imposto de renda. 111 Obtida a nossa base de cálculo da 1ª participação, vamos recorrer ao artigo 190 para aprender a calculá-las. Assim, as participações de debenturistas, empregados, administradores, partes beneficiárias e instituições/fundos de assistência/previdência de empregados, deverão ser calculadas, sucessivamente, e nesta ordem, com base nos lucros remanescentes, após deduzida a participação anterior. 112 • D ebenturistas • E mpregados • A dministradores • P artes Beneficiárias • I nstituições ou Fundos Assistência /Previdência Empregados 113 BC da participação dos Debenturistas 100.000 (-) Debenturistas (=) BC da participação dos empregados Empregados 9.000 (10.000) 90.000 (100.000 * 10%) (90.000 * 10%) 114 Perceba que os prejuízos acumulados, caso existam foram incluídos na apuração das participações, mas não fazem parte da DRE e não são apresentados nesta demonstração. 06/08/2014 20 115 As participações são as últimas despesas de nossa DRE. Assim, nesta demonstração, calculada e deduzida a última participação, o valor remanescente será o lucro líquido do exercício. No entanto, caso tenhamos abatido prejuízos acumulados na memória de cálculo das participações, devemos somá-los de volta para obter o lucro líquido do exercício. LLAIR 150 LLAIR 150 (-) Provisão para o IR (-) Provisão para o IR (-) Prej. Acumulados BC debenturistas (-) Deben. (100 * 10%) (-) Deben. (100 * 10%) BC dos empregados (-) Empreg. (90 * 10%) (-) Empreg. (90 * 10%) (=) Restante (+) Prej. Acumulados (=) LLE (=) LLE (20) (10) (9) 111 111 (20) (30) 100 (10) 90 (9) 81 30 117 Despesa com Participações D C Participações a Pagar D C 26.000 (1)(1) 26.000 118 119 Segundo o artigo 191 da LSA, lucro líquido do exercício é aquele que remanescer após calculadas as participações nos lucros. 120 (=) Lucro Líquido antes do IR 98.000 (-) Desp c/ Prov. Para Imposto de Renda (-) Participações • Debenturistas • Empregados • Administradores • Inst./Fundos de Empregados (=) Lucro Líquido do Exercício (28.000) (8.000) (6.000) (7.000) 44.000 (5.000) 06/08/2014 21 121 122 A Lei das S.A, no seu artigo 187, inciso VII, determina a divulgação na DRE do Lucro Líquido por Ação do Capital Social, que pode ser obtido dividindo-se o lucro líquido do exercício pela quantidade de ações que compõem o Capital Social. Tal índice é utilizado também na análise das demonstrações contábeis e é um indicador de rentabilidade. 123 Lucro Líquido do Exercício Quantidade de Ações 124 Lucro Líquido do Exercício 44.000 Lucro por ação do Capital Social 0,44 125 1. (AFC/STN 2013 – ESAF) A Cia. Urano aproveita a proposta de seu fornecedor e antecipa a liquidação de uma duplicata de seu aceite, mediante um desconto de 10% do valor total do título. Essa operação implica no reconhecimento de: 126 Desc. Financeiros Obtidos D C Fornecedores D C BCM D C (1) 1.000 900 (1) 100 (1) 1.000 (S) 06/08/2014 22 127 a) um ganho não operacional. b) uma receita financeira. c) um crédito na conta estoques. d) uma conta redutora de fornecedores. e) um ganho de capital. 128 Enunciado para as questões 2 e 3. Os estatutos da Cia. Omega estabelecem que, dos lucros remanescentes, após as deduções previstas pelo artigo 189 da Lei 6.404/76 atualizada, deverá a empresa destinar aos administradores, debêntures e empregados uma participação de 10% do lucro do exercício a cada um. Tomando com base as informações constantes da tabela abaixo: 129 Itens apurados em 31.12.10 Valores em R$ Resultado apurado antes do Imposto, Contribuição e 500.000,00 Valor estabelecido para Imposto de Renda e Contribuição Social 100.000,00 Saldo da conta/ Prejuízos Acumulados (150.000,00) 130 2. (AFRFB/2012 – ESAF) O valor das Participações dos Administradores é: a) R$ 40.000. b) R$ 36.000. c) R$ 32.400. d) R$ 22.500. e) R$ 20.250. Lucro Antes IR e CSLL 500.000,00 (-) IR e CSLL (100.000,00) (=) Lucro Após IR e CS 400.000,00 (-) Prejuízos Acumulados (150.000,00) (=) BC dos Debenturistas 250.000,00 (-) Debenturistas (250.000,00 X 10%) (25.000,00) (=) BC dos Empregados 225.000,00 (-) Empregados (225.000,00 X 10%) (22.500,00) (=) BC dos Administradores 202.500,00 (-) Administradores (202.500,00 X 10%) 20.250,00 132 2. (AFRFB/2012 – ESAF) O valor das Participações dos Administradores é: a) R$ 40.000. b) R$ 36.000. c) R$ 32.400. d) R$ 22.500. e) R$ 20.250. 06/08/2014 23 133 3. (AFRFB/2012 – ESAF) Pode-se afirmar que o valor do Lucro Líquido do Exercício é: a) R$ 350.000,00. b) R$ 332.250,00. c) R$ 291.600,00. d) R$ 182.500,00. e) R$ 141.600,00. 134 Lucro Antes do IR e CSLL 500.000,00 (-) IR e CSLL (100.000,00) (-) Participação Debenturistas (25.000,00) (-) Participação de Empregados (22.500,00) (-) Participação Administradores (20.250,00) (=) Lucro Líquido do Exercício 332.250,00 135 Lucro Antes IR e CSLL 500.000,00 (-) IR e CSLL (100.000,00) (=) Lucro Após IR e CS 400.000,00 (-) Prejuízos Acumulados (150.000,00) (-) Debenturistas (250.000 X 10%) (25.000,00) (-) Empregados (225.000 X 10%) (22.500,00) (-) Administradores (202.500 X 10%) (20.250,00) (=) Valor remanescente 182.250,00 (+) Prejuízos Acumulados 150.000,00 (=) Lucro Líquido do Exercício 332.250,00 136 3. (AFRFB/2012 – ESAF) Pode-se afirmar que o valor do Lucro Líquido do Exercício é: a) R$ 350.000,00. b) R$ 332.250,00. c) R$ 291.600,00. d) R$ 182.500,00. e) R$ 141.600,00. 137 4. (ACE/MDIC 2012 – ESAF) Assinale abaixo a opção incorreta. Nos termos da lei, a demonstração do resultado do exercício discriminará: 138 a) a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos obtidos e os impostos a recolher. b) a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto. 06/08/2014 24 139 c) as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais. d) o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas. e) o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para o imposto. 140 5. (Analista Técnico SUSEP 2010 / ESAF) A seguinte relação contém contas patrimoniais e contas de resultado. Seus saldos foram extraídos do livro Razão no fim do exercício social. 141 Bancos conta Movimento 9.500,00 Despesas Gerais e Administrativas 19.500,00 ICMS sobre Vendas 16.000,00 Duplicatas a Receber 37.500,00 Encargos de Depreciação 6.000,00 Capital Social 110.000,00 Mercadorias 50.000,00 Juros Passivos a Vencer 3.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas 54.500,00 142 ICMS a Recolher 8.500,00 Capital a Realizar 15.000,00 Provisão para FGTS 24.000,00 Ações de Coligadas 25.000,00 Receita de Vendas 100.000,00 Duplicatas a Pagar 65.000,00 Provisão para Créditos Incobráveis 12.500,00 Depreciação Acumulada 10.000,00 Ações em Tesouraria 25.000,00 143 Juros Passivos 4.000,00 Móveis e Utensílios 70.000,00 Descontos Ativos 5.000,00 144 Do resultado alcançado no ano, foram distribuídos R$ 600,00 para reserva legal, R$ 500,00 para participação de empregados, R$ 1.250,00 para imposto de renda e o restante para dividendos. Classificando-se as contas acima e estruturando a apuração do resultado do exercício com os valores demonstrados, vamos encontrar um lucro líquido do exercício no valor de: LLAIR 06/08/2014 25 145 Receita de Vendas 100.000 (-) ICMS s/ Vendas (16.000) (-) CMV (54.500) (-) Despesas Gerais e Adm. (19.500) (-) Depreciação (6.000) (-) Juros Passivos (4.000) (+) Descontos Ativos 5.000 (=) Lucro Antes do IR 5.000 146(=) Lucro Antes do IR 5.000 (-) IR (1.250) (-) Participação de Empregados (500) (=) Lucro Líq. do Exercício 3.250 Não é destinação, mas despesa!!! Lucros Acumulados Reserva Legal D C D C Dividendos a Pagar D C 3.250 (LLE) 600 (1) 2.650 (2) (1) 600 (2) 2.650 148 a) R$ 2.650,00. b) R$ 3.250,00. c) R$ 5.000,00. d) R$ 3.150,00. e) R$ 3.750,00. 149 6. (TRE AM 2010 / FCC) A Cia Empreitada LTDA apresentava os seguintes saldos contábeis em 31/12/X8: 150 Estoque inicial R$ 3.200,00 Compras de mercadorias R$ 4.800,00 Devolução de vendas R$ 600,00 Estoque final R$ 3.100,00 Vendas R$ 5.900,00 Despesas administrativas R$ 220,00 Devolução de compras R$ 730,00 Despesas financeiras R$ 130,00 06/08/2014 26 151 Com base nestas informações, o custo das mercadorias vendidas e o lucro bruto foram, respectivamente, em reais, a) 4.170,00 e 1.730,00 b) 4.170,00 e 1.380,00 c) 4.170,00 e 1.130,00 d) 4.900,00 e 400,00 e) 4.900,00 e 1.000,00 152 Compras Brutas Aspectos Tributários (+) IPI s/compras (-) ICMS s/ compras (-) PIS s/ compras (-) COFINS s/ compras Deduções de Compras (-) Devoluções de compras (-) Abatimentos s/ compras (-) Desc. Comerc. s/ compras Gastos com Colocação do Produto na Empresa (+) Fretes (+) Seguros (+) Armazenagem Compras Líquidas 153 Compras Brutas 4.800 (-) Devolução de Compras (730) (=) Compras Líquidas 4.070 154 CMV = 3.200 + 4.070 – 3.100 CMV = 4.170 155 Vendas 5.900 (-) Devolução de Vendas (600) (=) Vendas Líquidas 5.300 (-) CMV (4.170) (=) Lucro Operacional Bruto 1.130 156 Com base nestas informações, o custo das mercadorias vendidas e o lucro bruto foram, respectivamente, em reais, a) 4.170,00 e 1.730,00 b) 4.170,00 e 1.380,00 c) 4.170,00 e 1.130,00 d) 4.900,00 e 400,00 e) 4.900,00 e 1.000,00 06/08/2014 27 157 7. (ICMS/SP – 2013 – FCC) A Cia. Comércio & Comércio apresentava em 31/12/2012, em seu Balancete, antes da apuração do resultado do exercício, as seguintes contas de resultado: Receita Bruta R$ 85.000,00; Impostos sobre Vendas R$ 15.000,00; Devolução de Vendas R$ 6.000,00; Estimativa de Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa R$ 3.000,00; Depreciação dos Veículos usados na entrega das Vendas R$ 10.000,00; 158 Abatimentos sobre Vendas R$ 2.000,00; Fretes sobre Vendas R$ 4.000,00; Custo das Mercadorias Vendidas R$ 28.000,00; Comissões dos Vendedores R$ 7.000,00. Com base nessas informações, o Lucro Bruto do exercício de 2012 apurado pela Cia. Comércio & Comércio foi 159 Receita Bruta 85.000 (-) Devolução de Vendas (6.000) (-) CMV (28.000) (=) Lucro Operacional Bruto 34.000 (-) Impostos sobre Vendas (15.000) (-) Abatimento sobre Vendas (2.000) 160 (A) R$ 24.000,00. (B) R$ 42.000,00. (C) R$ 36.000,00. (D) R$ 27.000,00. (E) R$ 34.000,00. 161
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