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Imagine que você entra no quarto ao fim de um dia exaustivo e encontra ali uma rotina clara que salva sua saúde. Pare agora e organize: apague telas, regulamente a temperatura, escureça o ambiente. Faça desses gestos não uma concessão eventual, mas uma ordem inegociável à sua biologia. Priorize o sono como se fosse um procedimento clínico — porque é: o sono regula sistemas, restaura funções e consolida memória.
Siga este roteiro prático e técnico. Estabeleça horários fixos para dormir e acordar (sociedade e cronobiologia chamam isso de sincronização do ritmo circadiano). Evite luz azul duas horas antes de deitar; a exposição inibe a liberação de melatonina e desloca a fase do seu relógio interno. Controle a temperatura do quarto entre 18 ºC e 22 ºC; a queda da temperatura corporal central facilita a entrada no sono NREM profundo, fase associada à recuperação física e à liberação de hormônios anabólicos.
Conte a história de Ana, que sofria com cansaço incessante. Ana trocou cochilos longos por sono noturno consistente. Ela implementou meia hora de higiene do sono: desligou notificações, fez uma leitura tranquila, praticou respiração diafragmática e manteve um diário de preocupações. Em três semanas, reduziu sonolência diurna, aumentou foco e diminuiu episódios de irritabilidade. Esse enredo instrui: faça o mesmo. Regule estímulos, reduza estressores pré-sono e adote rituais que sinalizem ao cérebro a hora de desacelerar.
Entenda os mecanismos: o sono divide-se em ciclos REM e NREM (N1, N2, N3). O sono N3 — sono profundo — é crítico para a restauração somática: há liberação de hormônio do crescimento, redução inflamatória e limpeza metabólica mediada pelo sistema glinfático. Já o sono REM está vinculado à consolidação emocional e à integração de memórias procedurais. Interrompa esses ciclos e prejudica processamento cognitivo, regulação emocional e metabolismo da glicose; estudos mostram aumento do risco cardiometabólico em sono cronicamente reduzido.
Execute ações concretas para otimizar ambos: restrinja cafeína após as 14h; evite refeições pesadas próximas ao horário de deitar; inclua atividade física regular, preferencialmente adiantada no dia, para promover pressão de sono (homeostase do sono) sem elevar a temperatura corporal na hora de dormir. Se você trabalha por turnos, aplique estratégias de mascareamento circadiano: exposição à luz intensa no início do turno noturno e escuridão planejada no retorno para casa, com cortinas blackout e uso de máscaras de sono.
Adote monitoramento objetivo: registre seu tempo total de sono e eficiência (tempo dormindo dividido pelo tempo na cama) por duas semanas. Se eficiência 10), insônia crônica (> 3 meses), movimentos periódicos dos membros ou episódios de sonambulismo. Essas indicações exigem avaliação polisomnográfica ou actigrafia para diagnóstico diferencial.
Narrativamente, imagine seu cérebro como uma cidade que ficaria uma bagunça sem a coleta noturna de lixo (sistema glinfático). Cada noite bem estruturada é um turno de limpeza que previne acúmulo de toxinas e mantém ruas — sinapses — navegáveis. Não trate o sono como período perdido; trate-o como investimento com retorno em cognição, imunidade, regulação emocional e longevidade. Cientificamente, privação do sono aumenta marcadores inflamatórios (IL-6, TNF-alpha) e altera expressão gênica ligada ao reparo celular.
Implemente intervenções em camadas: ambiental (escuro, fresco, silencioso), comportamental (rotina regular, restrição de estímulos), nutricional (moderação de álcool e açúcar à noite) e médica (avaliação de insônia, apneia, narcolepsia). Quando necessário, utilize terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) — abordagem com eficácia superior a hypnotics a longo prazo — que ensina controle de estímulos, restrição do tempo na cama e reestruturação de pensamentos disfuncionais sobre o sono.
Finalize este compromisso: crie um protocolo pessoal de sono por 30 dias e avalie. Documente melhorias em humor, desempenho e fadiga; ajuste variáveis (luz, temperatura, exercício) conforme resposta. Se persistirem queixas significativas, procure um especialista em medicina do sono. O sono não é luxo; é uma função fisiológica imprescindível. Tome medidas agora: priorize, proteja, monitore e trate.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quanto sono um adulto precisa?
R: Em geral, 7–9 horas por noite. Varia com idade e genética, mas 3 meses) ou sintomas que afetam atividades diárias.
5) A TCC-I funciona para insônia?
R: Sim. Terapia cognitivo-comportamental para insônia melhora eficácia do sono e mantém benefícios a longo prazo, frequentemente mais eficaz que medicação.
5) A TCC-I funciona para insônia?
R: Sim. Terapia cognitivo-comportamental para insônia melhora eficácia do sono e mantém benefícios a longo prazo, frequentemente mais eficaz que medicação.

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