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CLARA NAGATSUKA SOUSA, LAURA DE ALMEIDA SILVA, LÍVIA MARIA LIMA SANTOS, LUIZA MEDEIROS FERREIRA
IMPACTO DOS TRANSTORNOS DO SONO SOBRE O FUNCIONAMENTO DIÁRIO E A QUALIDADE DE VIDA
COTIA
2025
CLARA NAGATSUKA SOUSA, LAURA DE ALMEIDA SILVA, LÍVIA MARIA LIMA SANTOS, LUIZA MEDEIROS FERREIRA 
IMPACTO DOS TRANSTORNOS DO SONO SOBRE O FUNCIONAMENTO DIÁRIO E A QUALIDADE DE VIDA
Trabalho apresentado à disciplina de Neurociência, por exigência da professora especialista Ana Lilia Filomeno Magalhães, para a obtenção do conceito mensal na disciplina.
Orientadora: Ana L. F. Magalhães
COTIA
2025
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
1.1	Importância do sono	4
1.2	Ritmo circadiano	4
1.3	Ciclo sono-vigília	5
2 DESENVOLVIMENTO	6
2.1 Tipos de transtornos do sono	6
2.2 Tratamentos para melhorar o sono	7
3 CONCLUSÃO	9
4 BIBLIOGRAFIA	11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Importância do sono
O sono é essencial para o funcionamento correto do organismo, desempenhando um papel crucial na restauração física e mental. Durante o descanso, ocorrem processos vitais como a recuperação muscular, a consolidação da memória, a regulação hormonal e a eliminação de toxinas do cérebro. Um sono adequado fortalece o sistema imunológico, melhora o humor, a concentração e contribui para a saúde cardiovascular.
Especialistas recomendam em média 8 horas de sono por noite, variando conforme a idade: adultos precisam de 7 a 8 horas, adolescentes de 8 a 10 horas e crianças de 9 a 13 horas. A qualidade do sono é tão importante quanto sua duração, pois garante a sensação de descanso e disposição ao acordar.
A privação de sono está associada ao aumento de problemas de saúde e pode levar a enfermidades como doenças cardiovasculares, metabólicas, declínio cognitivo e transtornos psicológicos. A falta de repouso adequado pode resultar em fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e aumento do risco de acidentes. Para evitar distúrbios do sono, é essencial adotar práticas como evitar o uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir e promover a higiene do sono.
1.2 Ritmo circadiano
Os ritmos circadianos, ou "relógio biológico", são ciclos de cerca de 24 horas que regulam alterações físicas, mentais e comportamentais no corpo. Eles influenciam o sono, a liberação hormonal, a temperatura corporal e o apetite, sendo regulados por um "marca-passo circadiano" no cérebro, sensível à luz.
A luz natural é fundamental para manter esses ritmos sincronizados com o dia e a noite. O sono, regulado pelos ritmos circadianos, é essencial para a saúde. Desvios, como a exposição excessiva à luz artificial, especialmente à noite, podem causar distúrbios de sono, como insônia e fadiga.
A exposição à luz solar durante o dia ajuda a manter os ritmos equilibrados. Além disso, manter uma rotina regular de alimentação e atividades físicas é importante para um ritmo circadiano saudável, prevenindo problemas de saúde.
1.3 Ciclo sono-vigília
A vigília é o período do dia em que realizamos nossas atividades diárias, como trabalho, estudo e lazer, interagindo constantemente com o ambiente ao nosso redor. Esse estado exige processamento intenso no neocórtex, com participação de outras áreas cerebrais, como o cerebelo e os núcleos basais, para gerenciar o controle motor e respostas viscerais. Durante a vigília, o cérebro está ocupado com raciocínio e resolução de problemas, demandando um alto consumo de energia e oxigênio.
O sono não REM ocupa cerca de 75% do nosso sono, dividido em quatro estágios com atividade cerebral decrescente à medida que avança. Esta fase é marcada por um baixo consumo de energia, redução da temperatura corporal, e ativação parassimpática, levando a uma diminuição da frequência cardíaca e respiratória. A capacidade motora é limitada a movimentos ocasionais e involuntários, contribuindo para um período de repouso para o corpo e mente.
Já o sono REM, distinguido pelos movimentos rápidos dos olhos, representa cerca de 25% do sono total e é caracterizado por alta atividade cerebral, superior até mesmo à vigília. Durante esta fase, experimentamos sonhos vívidos, e o corpo permanece paralisado exceto pelos músculos respiratórios e oculares. A fase REM apresenta maior ativação simpática, resultando em frequências cardíacas e respiratórias irregulares e uma queda na temperatura corporal devido à inatividade do centro de controle térmico hipotalâmico.
2 DESENVOLVIMENTO
Alterações no ciclo circadiano, como mudanças de fuso horário, trabalho em turnos, falta de luz natural, exposição a luz artificial à noite e uso excessivo de dispositivos eletrônicos, podem desregular o ciclo sono-vigília. Essas mudanças afetam o funcionamento interno do relógio biológico e interferem nos efeitos diretos do sono. Também resultam em insônia, sonolência diurna excessiva, dificuldades de concentração, irritabilidade, aumento do risco de doenças crônicas (obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares), problemas de saúde mental (ansiedade, depressão) e diminuição da imunidade.
2.1 Tipos de transtornos do sono
A insônia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, despertando antes do desejado. Pode ser desencadeado por fatores emocionais, clínicos e ambientais, e tende a se perpetuar pela associação da dificuldade de dormir com determinadas práticas e preocupações. Quando crônica, causa significativo sofrimento ao longo dos anos, relacionando-se ainda a condições de estresse e hábitos inadequados.
A apneia obstrutiva do sono é uma condição em que ocorre obstrução das vias aéreas durante o sono, levando a paradas respiratórias seguidas de despertares com roncos. Afeta principalmente homens e pessoas obesas, e está associada ao desenvolvimento de doenças cardíacas, hipertensão e síndrome metabólica. O tratamento envolve o uso de CPAP e, em alguns casos, cirurgia.
A síndrome das pernas inquietas provoca desconforto e agitação involuntária dos membros, principalmente à noite, comprometendo o sono e gerando fadiga e sonolência diurna. Tratamentos incluem evitar estimulantes e considerar medicamentos sob orientação médica.
O jet lag é um transtorno causado pela rápida mudança de fusos horários, levando a sintomas como fadiga, irritabilidade e distúrbios do sono. A adaptação aos horários do destino, o uso de melatonina e boas práticas de sono são estratégias recomendadas para minimizá-lo.
O transtorno do trabalho em turnos afeta pessoas com horários de trabalho irregulares, causando desregulação do ciclo sono-vigília, resultando em sonolência e prejuízo no desempenho. Enfrentam-se mais esses desafios em profissões como enfermagem e operações.
A narcolepsia é caracterizada por sonolência diurna excessiva e ataques súbitos de sono, representando risco em atividades diárias. Não tem cura, mas tratamentos incluem medicamentos estimulantes e mudanças no estilo de vida.
O sonambulismo envolve comportamentos inadequados durante o sono, como caminhar, com maior frequência em crianças. É geralmente inofensivo e tende a diminuir ao longo do crescimento, mas em casos severos pode-se usar medicamentos.
O bruxismo trata-se do ranger involuntário dos dentes, causando dores e desgaste dentário. O tratamento envolve o uso de dispositivos dentários e técnicas de relaxamento.
A paralisia do sono caracteriza-se pela incapacidade temporária de se mover ao acordar, frequentemente associada a jet lag, estresse e ansiedade. Geralmente, não requer tratamento, mas em casos graves, antidepressivos podem ser prescritos.
A síndrome da bela adormecida, ou síndrome de Kleine-Levin, causa episódios de hipersonia, com longos períodos de sono e alterações comportamentais, demandando tratamento médico especializado.
A hipersonia idiopática produz uma necessidade excessiva de sono, com cochilos não reparadores. Seu tratamento é médico, recorrendo a terapias comportamentais e medicamentos.
O terror noturno ocorre principalmente em crianças, levando a gritos e agitação sem despertar. Fatores como febre ou estresse podem contribuir, e o manejo inclui cuidados coma saúde e ambiente do sono.
2.2 Tratamentos para melhorar o sono
Para melhorar os distúrbios do sono, é fundamental seguir práticas de higiene do sono. Estabelecer horários regulares para dormir e acordar auxilia na regulação do ciclo sono-vigília. Recomenda-se chegar em casa pelo menos três horas antes de dormir. É importante deixar claro que o dia de trabalho acabou pelo menos duas horas antes de dormir, momento ideal para tomar banho, ler e relaxar. Antes do sono, devem-se evitar eletrônicos devido à luz azul, que altera a produção de melatonina, essencial para regular o sono. Deve-se evitar o consumo de alimentos excitantes, bebidas alcoólicas, ou que contenham cafeína, além de refeições pesadas próximo à hora de dormir. Não realizar exercícios intensos nesse período também é importante. Criar um ambiente propício, com iluminação reduzida e temperatura agradável, ajuda a promover um sono de qualidade. Não se deve usar a cama para planejar o dia seguinte, ler ou assistir TV. A atividade sexual não traz problemas. Se não se pegar no sono após 15 ou 30 minutos, recomenda-se levantar e ir para outro recinto ler. Ao acordar, deve-se deixar a luz do sol entrar no quarto. Manter as regras, inclusive nos finais de semana, é necessário. O chá de melissa é um bom indutor do sono. Se houver ronco, pode ser um sinal de que o sono não está sendo restaurador.
Em casos de distúrbios mais sérios, como insônia crônica ou apneia do sono, tratamentos específicos devem ser seguidos. A melatonina pode ser usada sob orientação médica para alguns distúrbios. Terapias, como a terapia de luz brilhante, e mudanças nos hábitos diurnos, como exercícios regulares e exposição à luz solar pela manhã, são recomendadas. Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários, mas sempre sob supervisão de um profissional de saúde. Para preservar um bom ciclo sono-vigília e evitar complicações, é aconselhável procurar um médico em caso de sintomas persistentes.
3 CONCLUSÃO
A síndrome do sono insuficiente também prejudica o bem-estar da mente, além de elevar a probabilidade de demências. Um estudo publicado em 2021 na revista Nature Communications revelou que idosos com idade entre 50 e 70 anos têm um risco aumentado em 30% de desenvolver essa condição, quando descansam 6 horas ou menos por noite. Isso ocorre porque, principalmente durante o sono, o sistema glinfático elimina os resíduos do sistema nervoso central. Entre as substâncias eliminadas está a proteína beta-amiloide, que está associada ao surgimento da Doença de Alzheimer quando acumulada.
E essa não é a única consequência para a mente: quando dormir mal se torna rotineiro, a pessoa fica mais vulnerável a apresentar quadros como depressão e ansiedade, além de agravar problemas psicológicos já existentes.
O fato é que horas perdidas de sono podem acarretar problemas a longo prazo. Obesidade, diabetes, doenças cardíacas e depressão são apenas alguns deles. Além, é claro, de acidentes de trânsito e trabalho por conta da sonolência.
O docente elenca os riscos a longo prazo que alterações na sequência dos ciclos do sono podem causar na vida das pessoas. “Pode aumentar o risco de obesidade, transtorno mental, depressão, síndrome do pânico, prejuízo da imunidade, infecções e até mesmo causar um aumento da incidência de câncer” explica especialista do caso. 
Para compreender como os ciclos do sono podem impactar na saúde das pessoas, Eckeli elenca três grandes dimensões. “A primeira é a quantidade de sono que, se for reduzida, pode reduzir também a quantidade de ciclos do sono. E os impactos são diversos. Entre eles temos a redução do tempo total do sono, redução da função cognitiva, o que está associado a um prejuízo da saúde mental, aumento no risco de acidentes e alterações metabólicas do equilíbrio” segundo professor. 
Como segundo ponto, o professor destaca a qualidade do sono. “O indivíduo pode ter uma quantidade de sono adequada, mas com uma qualidade comprometida, o que pode alterar os ciclos do sono, fazer com que ele não siga a sequência ideal e, com isso, não chegar nos sonos mais profundos, o N3 e REM. Os fatores que contribuem para o comprometimento da qualidade do sono são dormir em um ambiente que não é adequado, muito quente, barulhento, claro e, consequentemente, fazem com que o indivíduo tenha uma redução da qualidade de vida” segundo professor e especialista em medicina da Universidade de São Paulo - USP.
4 BIBLIOGRAFIA
SAÚDE UNESP. A importância do sono na preservação da saúde: descubra os impactos. [s.d.]. Disponível em: https://www.saudeunesp.com.br/newsletter/a-importancia-do-sono-na-preservacao-da-saude-descubra-os-impactos. Acesso em: 18 mai. 2025.
SANTA CASA DE MACEIÓ. Dormir bem: a importância de ter uma boa noite de sono. [2025]. Disponível em: https://santacasademaceio.com.br/2025/03/dormir-bem-a-importancia-de-ter-uma-boa-noite-de-sono/. Acesso em: 18 mai. 2025.
REDE D'OR SÃO LUIZ. Distúrbio do sono. [s.d.]. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/disturbio-do-sono. Acesso em: 18 mai. 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Distúrbios do sono. [s.d.]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/disturbios-do-sono/. Acesso em: 18 mai. 2025.
NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL. O que é o ritmo circadiano e como conhecê-lo ajuda a dormir melhor. [2023]. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/02/o-que-e-o-ritmo-circadiano-e-como-conhece-lo-ajuda-a-dormir-melhor. Acesso em: 18 mai. 2025.
SCIELO BRASIL. Como consequências da alteração do sono... [s.d.]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbme/a/7HvGSB64qpYmPjd98KTDSdx/. Acesso em: 18 mai. 2025.
INSTITUTO DO SONO. Dormir pouco e mal: quais são as consequências à saúde. [s.d.]. Disponível em: https://institutodosono.com/artigos-noticias/dormir-pouco-e-mal-quais-sao-as-consequencias-a-saude/. Acesso em: 18 mai. 2025.
LONGEVITAT. Sono e idade: quais são as alterações ao longo dos anos. [s.d.]. Disponível em: http://www.longevitat.com/sono-e-idade-quais-sao-as-alteracoes-ao-longo-dos-anos.html. Acesso em: 18 mai. 2025.
JORNAL DA USP. Alterações nos ciclos do sono impactam diretamente a saúde e bem-estar das pessoas. [s.d.]. Disponível em: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/alteracoes-nos-ciclos-do-sono-impactam-diretamente-a-saude-e-bem-estar-das-pessoas/. Acesso em: 18 mai. 2025.
TUA SAÚDE. Distúrbios do sono. [s.d.]. Disponível em: https://www.tuasaude.com/disturbios-do-sono/#google_vignette. Acesso em: 18 mai. 2025.
INSTITUTO DO SONO. A síndrome do sono insuficiente e suas consequências para a saúde. [s.d.]. Disponível em: https://institutodosono.com/artigos-noticias/a-sindrome-do-sono-insuficiente-e-suas-consequencias-para-a-saude/. Acesso em: 18 mai. 2025.
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