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A agricultura familiar é um tipo de agricultura praticada em pequenas
propriedades de terra nas quais mais da metade da mão de obra é formada por
membros de um mesmo grupo familiar. Essa família é a responsável pela gestão
do estabelecimento familiar e, além disso, parte de sua renda advém das
atividades ali desenvolvidas.
No Brasil e no mundo, a agricultura familiar responde pela maior parcela da
produção de alimentos, como verduras, frutas, ovos e leites, por isso ela se torna
uma atividade de grande importância para os circuitos locais da economia.
A agricultura familiar representa quase 80% de todos os estabelecimentos rurais
no Brasil, abastecendo o mercado interno com gêneros como arroz, feijão, café,
verduras e frutas variadas. Essa atividade é desempenhada em harmonia com os
recursos naturais, principalmente o solo, tornando-a importante para o avanço
da sustentabilidade ambiental no campo.
Leia também: Agricultura intensiva e extensiva — qual a diferença?
Resumo sobre agricultura familiar
Agricultura familiar é uma modalidade de agricultura na qual o grupo familiar
representa mais da metade da mão de obra que trabalha na propriedade
rural. A gestão do estabelecimento é realizada também pela mesma família.
É praticada em pequenas propriedades, com dimensões entre 1 e 4
módulos fiscais.
Além disso, para ser considerada agricultura familiar, uma parte da renda da
HOME > GEOGRAFIA > GEOGRAFIA ECONÔMICA > AGRICULTURA FAMILIAR
Agricultura familiar
A agricultura familiar é caracterizada pela grande diversidade produtiva e pela ativa
participação do grupo familiar na produção e na gestão dos estabelecimentos rurais.
família deve ser derivada das atividades desempenhadas na propriedade
rural.
Existe uma grande diversidade de cultivos agrícolas nas propriedades de
agricultura familiar. O mesmo acontece com a criação de animais.
Representa quase 80% dos estabelecimentos rurais no Brasil, onde
trabalham mais de 10 milhões de pessoas.
É importante porque é ela a responsável pela maior parte da produção de
alimentos no Brasil e no mundo.
Essa atividade abastece o mercado interno e movimenta o circuito inferior
da economia.
Trata-se de um modelo sustentável de agricultura, o qual trabalha em
harmonia com os recursos naturais, principalmente o solo.
O que é agricultura familiar?
A agricultura familiar é uma modalidade de produção agrícola definida como
aquela em que a maior parte da mão de obra empregada nas atividades rurais e
o gerenciamento do estabelecimento rural são caracterizadas ou feitas por
pessoas pertencentes a um mesmo grupo familiar. É desempenhada, além disso,
nas pequenas propriedades.
Trata-se do tipo mais importante de agricultura quando falamos do
abastecimento do mercado doméstico e do fornecimento de alimentos tanto no
Brasil quanto no mundo, embora ocupe áreas muito menores quando
comparadas ao agronegócio.
Quais são as características da agricultura
familiar?
A principal característica da agricultura familiar é a atuação de pessoas do
mesmo grupo familiar nas atividades desenvolvidas no interior da
propriedade rural, o que compreende desde o trabalho nos cultivos até o
gerenciamento.
Existem outros aspectos importantes que são utilizados em conjunto desse
primeiro para se determinar se uma propriedade pratica a agricultura familiar ou
não. No Brasil, tais aspectos foram estabelecidos pela Lei n.º 11.326. de 24 de
julho de 2006. Dessa forma, além da utilização da mão de obra familiar e do
gerenciamento de propriedade feito por pessoas de uma mesma família,
entendem-se como características da agricultura familiar:
parte da renda da família é derivada das atividades realizadas na
propriedade rural e
é realizada em pequenas propriedades rurais, isto é, que possuem área
entre 1 e 4 módulos fiscais.
Observação: O módulo fiscal é uma unidade de medida de propriedades rurais
dada em hectares e que não é fixa para todo o território nacional, mas varia de
município para município. Os módulos fiscais variam de 5 a 110 hectares.|1|
É muito importante salientar que o trabalho dos membros da unidade familiar
não significa a ausência de trabalho assalariado, assalariamento esse que,
aliás, pode ser tanto dos familiares quanto de outros trabalhadores contratados
para desempenharem funções diversas na propriedade rural. Isso varia muito
com o tamanho do estabelecimento e, principalmente, da renda dos seus
proprietários.
A agricultura familiar, conforme também descrito pela legislação brasileira,
contempla diversos grupos e comunidades tradicionais, como:
silvicultores;
aquicultores;
pescadores;
extrativistas;
povos indígenas;
quilombolas;
assentados da reforma agrária.
Como a agricultura familiar funciona?
Os membros de uma mesma família atuam no gerenciamento e no cultivo na propriedade rural em
sistemas de agricultura familiar.
A agricultura familiar é praticada em pequenas propriedades rurais sob o
gerenciamento de pessoas de uma mesma família, que trabalham também no
cultivo da terra e no cuidado com a lavoura.
No caso da agricultura familiar, a terra é um insumo fundamental não somente
para o desenvolvimento da sua produção, como também para a subsistência,
tendo em vista que uma parte da renda obtida com a atividade agrícola é
utilizada para o sustento da família e de sua residência, da mesma forma com os
alimentos produzidos.
Além do sustento obtido a partir da terra, a agricultura familiar é marcada pelo
forte elo entre o grupo familiar e a sua propriedade por ser ali onde
estabelecem a sua moradia. Em muitos dos casos, a relação entre a família e a
terra perdura há várias gerações, sendo a propriedade e a atividade
agropecuária repassadas de pais para filhos.
Inúmeros gêneros alimentícios são produzidos no interior de uma propriedade
agrícola familiar, que se dedica tanto ao cultivo de vegetais quanto à criação de
animais para a obtenção de produtos, como ovos, leites e carne. Uma parte da
produção é destinada aos circuitos inferiores da economia, que compreende
estabelecimentos comerciais locais, centros de distribuição regional e feiras.
A agricultura familiar não necessariamente adota o que conhecemos como
agricultura tradicional, ou seja, a agricultura familiar hoje já se utiliza de
algumas das técnicas modernas de produção agropecuária que permitem melhor
desempenho da lavoura. O que a define como agricultura familiar não são as
técnicas utilizadas na produção, mas sim as características que estudamos
previamente.
Qual a importância da agricultura familiar?
A agricultura familiar movimenta os circuitos inferiores da economia e fornece alimentos à
população. [2]
A agricultura familiar desempenha papel fundamental no fornecimento de
alimentos para a população, por isso é uma atividade de grande importância no
Brasil e também no mundo. Embora não haja um consenso com relação aos
dados de abastecimento, sabe-se que a agricultura familiar é responsável pela
maior parte dos alimentos de origem natural, como verduras, frutas, ovos e leite,
que são produzidos e consumidos em escala mundial.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na
sigla em inglês) estima que entre 70% e 80% dos alimentos produzidos no
mundo são derivados das pequenas propriedades rurais, o que inclui aquelas
que praticam a agricultura familiar.
Do ponto de vista econômico, a agricultura familiar é importante para a
dinâmica econômica local e regional, como é o caso de inúmeras cidades no
interior do território brasileiro. Outro aspecto que evidencia a importância da
agricultura familiar é a sua relação direta com a sustentabilidade ambiental,
utilizando-se de práticas que auxiliam na manutenção da fertilidade natural dos
solos e do equilíbrio dos ecossistemas locais.
Agricultura familiar no Brasil
A agricultura familiar é uma prática muito importante para a economia brasileira.
O último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, que data de 2017, mostrou
que 77% de todos os estabelecimentos agrícolas do Brasil se dedicam à
práticada agricultura familiar, sendo cerca de 4 milhões de unidades, não
obstante representem apenas 23% da área total de propriedades rurais, o que
corresponde a aproximadamente 81 milhões de hectares. Além disso, os
trabalhadores empregados na agricultura familiar ultrapassam a cifra de 10
milhões de pessoas.
Apesar dos números expressivos, o Censo Agropecuário identificou uma
variação negativa no número de estabelecimentos agrícolas e de mão de
obra na agricultura familiar. Entre 2006 e 2017, anos em que a pesquisa foi
realizada, houve uma queda de 9,5% no número de estabelecimentos que
praticam essa modalidade de agricultura, com redução na área em 0,5%. O
pessoal envolvido, por sua vez, foi reduzido em 17,6%.
O IBGE atribui essa mudança tanto àqueles indivíduos que saem das
propriedades em busca de novos postos de trabalho no mercado, o que faz com
que haja alteração no perfil dos estabelecimentos e eles deixem de ser
enquadrados na categoria da agricultura familiar, quanto aos membros mais
jovens da família que não se interessam pela atividade ali desempenhada e
deixam a propriedade em busca de oportunidades de trabalho fora. Há, ainda,
um aumento no índice de mecanização e automação de processos antes
executados por trabalhadores manuais.|2|
A agricultura familiar responde por pelo menos metade da produção de
inúmeros gêneros agrícolas no Brasil. Dentre eles podemos destacar: café,
banana, mandioca, feijão, abacaxi e leite. É significativa também a produção de
arroz e milho, além da criação de animais, principalmente aves e suínos.
Destaca-se ainda a importância de políticas de incentivo e fomento à
agricultura familiar no país, bem como programas de financiamento, como o
Pronaf, sigla para Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. O
Pronaf foi criado no ano de 1995 e tem como objetivo o financiamento a
pequenos produtores para o custeio da implementação de novos serviços e
melhorias técnicas no seu sistema de produção e estabelecimento agrícola.
Agricultura familiar e sustentabilidade
A agricultura familiar e a sustentabilidade ambiental são conceitos e práticas
que caminham lado a lado. A dinâmica produtiva da agricultura familiar é
marcada pela diversidade de culturas, o que não acarreta na sobrecarga do solo
e exaurimento dos seus nutrientes. Pelo contrário, a rotação de culturas é
favorável e muito recomendada para o incremento nutricional e de matéria
orgânica e para a manutenção das propriedades físicas do substrato.
O uso de agrotóxicos e outros defensivos agrícolas é muito baixo nas
propriedades da agricultura familiar e, por essa razão, os impactos que gera no
solo e nos corpos hídricos é menor do que o da agricultura intensiva em insumos
como esses, como é o caso do agronegócio. Dessa forma, a agricultura familiar
corresponde a um modelo mais sustentável de produção, criando uma relação de
interdependência e harmonia com o solo e o meio ambiente.
Veja também: Problemas ambientais rurais — os problemas causados pela exploração
excessiva dos recursos naturais
Agricultura familiar e agronegócio
Em se tratando da área ocupada, o agronegócio é o modelo de produção
predominante no Brasil. Ele é praticado em grandes propriedades de terra,
chamadas de latifúndios.
Um aspecto importante que diferencia o agronegócio da agricultura familiar é o
número de cultivos agrícolas que são desenvolvidos por estabelecimento.
Enquanto há uma grande diversidade produtiva nas áreas de agricultura
familiar, o agronegócio é pautado na monocultura.
É comum a presença de grandes propriedades especializadas em soja, outras
em milho, algodão e assim sucessivamente. Elas destinam sua produção
principalmente ao mercado externo, e os produtos são comercializados como
commodities agrícolas.
O agronegócio e a agricultura familiar coexistem em muitas localidades, tendo
em vista que apresentam objetivos e mercados diferentes. No entanto, a relação
entre as duas práticas nem sempre acontece de maneira harmônica.
Há, por exemplo, regiões onde se registra intensas e longas disputas pela posse
de terras, em especial quando se trata de áreas para onde a fronteira agrícola
avança. No caso brasileiro, tal fato é ocasionado principalmente pela má
distribuição de terras no país, que caracteriza a sua estrutura fundiária atual.

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