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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-PITÁGORAS-UNOPAR
 PEDAGOGIA - LICENCIATURA
MARCIO DA CRUZ GOMES SILVA
RELATÓRIO DE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE OBSERVAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONTEXTO ESCOLAR
Teixeira de Freitas/BA
2025
MARCIO DA CRUZ GOMES SILVA
RELATÓRIO DO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE OBSERVAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONTEXTO ESCOLAR
Relatório apresentado à Anhanguera-Pitágoras-Unopar, como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Estágio Supervisionado de Observação e Diagnóstico do Contexto Escolar do curso de Pedagogia.
Teixeira de Freitas/BA
2025
SUMÁRIO
1	RELATO DA INTERAÇÃO COM ORIENTADOR	5
2	RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS	7
3	RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR	9
4	RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA	11
5	RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO DA ESCOLA	13
6	RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ESTRUTURA ESCOLAR	15
7	RELATO DA OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA	17
8	RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DA EQUIPE PEDAGÓGICA	19
VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO	21
CONSIDERAÇÕES FINAIS	22
REFERÊNCIAS	23
Público
Público
Público
INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta os resultados do Estágio Supervisionado de Observação e Diagnóstico do Contexto Escolar, realizado no primeiro semestre de 2025, conforme previsto no Plano de Trabalho da disciplina integrante do curso de Licenciatura em Pedagogia. O estágio foi desenvolvido na Escola Municipal Domingos Carlos da Rocha, localizada no município de Caravelas/BA, tendo como objetivo central proporcionar ao estagiário a aproximação com a realidade escolar, por meio da observação crítica e reflexiva de sua estrutura, organização, rotina e práticas pedagógicas.
As atividades foram organizadas a partir de um roteiro previamente estruturado, abordando aspectos como a interação com a orientadora, análise de documentos institucionais, entrevistas com a equipe diretiva, observação da estrutura física e da dinâmica escolar, acompanhamento do trabalho docente em sala de aula e compreensão do papel da equipe pedagógica. Todo o percurso foi acompanhado pela professora orientadora do estágio e pelo coordenador pedagógico da escola campo, garantindo a mediação teórico-prática necessária ao desenvolvimento da atividade formativa.
A realização do estágio teve como justificativa a importância da vivência concreta dos espaços escolares na formação inicial do professor, permitindo ao licenciando analisar criticamente os elementos que compõem o cotidiano educacional, reconhecer os desafios enfrentados no ambiente escolar e compreender o papel do educador enquanto sujeito ativo na construção de práticas pedagógicas significativas e inclusivas.
Durante o período de observação, foi possível identificar a intencionalidade pedagógica da escola, os princípios que fundamentam seu Projeto Político Pedagógico, o esforço da equipe gestora na promoção da aprendizagem e as estratégias utilizadas pelos professores para atender às demandas dos estudantes. O estágio, portanto, contribuiu de forma significativa para a construção da identidade docente do estagiário, fortalecendo sua compreensão sobre o funcionamento da escola pública e sua função social.
1 RELATO DA INTERAÇÃO COM ORIENTADOR
A interação com a professora orientadora do estágio supervisionado de observação e diagnóstico do contexto escolar constituiu-se em um aspecto fundamental para a realização qualificada das atividades previstas no plano de trabalho. Ao longo do processo, foram disponibilizados recursos didáticos e orientações sistemáticas por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), permitindo que o estagiário compreendesse, com clareza, os objetivos e a metodologia que norteiam o estágio supervisionado, especialmente no que se refere à articulação entre teoria e prática, princípio basilar da formação docente.
Desde o início, a orientadora demonstrou disponibilidade e comprometimento no acompanhamento das etapas do estágio. As primeiras orientações foram repassadas por meio de materiais explicativos, como vídeos, manuais e o próprio plano de trabalho, os quais detalhavam cada atividade prevista, os prazos e os instrumentos de avaliação. A mediação da orientadora foi essencial para o correto preenchimento da edição do estágio no sistema institucional, bem como para a elaboração da carta de apresentação a ser entregue à escola campo, respeitando os parâmetros institucionais.
Além disso, a orientadora prestou esclarecimentos pertinentes acerca da definição do campo de estágio e da escolha adequada do supervisor de campo, destacando a importância de um profissional com formação compatível, experiência e vínculo efetivo com a escola. Tal orientação foi decisiva para estabelecer uma parceria produtiva entre o estagiário e a instituição escolar, promovendo um ambiente propício à observação crítica e à imersão reflexiva.
Durante o desenvolvimento das atividades, a orientadora manteve canais de comunicação abertos para o esclarecimento de dúvidas, especialmente no que tange às leituras obrigatórias e ao preenchimento dos instrumentos avaliativos. As orientações fornecidas contribuíram para a organização do trabalho, o aprofundamento dos registros reflexivos e a coerência entre os dados coletados e os fundamentos teóricos abordados nas disciplinas do curso.
Em consonância com as diretrizes estabelecidas no plano de trabalho, o estagiário realizou uma autoavaliação sobre a interação com a orientadora, conforme apresentado no quadro a seguir: 
	Atividade
	Interação com o orientador
	
	Sim
	Não
	Entendimento das orientações disponíveis no AVA (vídeos, manual).
	X
	
	Preenchimento da edição do estágio.
	X
	
	Preenchimento da carta de apresentação.
	X
	
	Entendimento das atividades do plano de trabalho.
	X
	
	Dúvidas sobre as leituras obrigatórias.
	X
	
	Dúvidas sobre campo de estágio.
	X
	
	Dúvidas sobre o perfil de supervisor de campo
	X
	
	Dúvidas sobre início das atividades na escola.
	X
	
	Finalização dos documentos pedagógicos do estágio.
	X
	
Dessa forma, conclui-se que a mediação da professora orientadora favoreceu significativamente a condução das etapas do estágio, possibilitando a construção de um percurso formativo consistente, orientado por princípios éticos, pedagógicos e acadêmicos. A atuação da orientadora foi decisiva para assegurar que o estágio fosse vivenciado não apenas como uma exigência curricular, mas como um espaço de aprendizagem significativa e de construção da identidade docente.
2 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS
As leituras obrigatórias propostas no plano de trabalho do estágio supervisionado constituíram um alicerce teórico indispensável para a compreensão crítica e reflexiva do processo formativo do futuro professor. A partir dessas leituras, foi possível construir um olhar mais atento e fundamentado sobre a complexidade do contexto escolar, a função do estágio na formação docente e os saberes necessários à prática pedagógica.
O artigo de Linhares, Silva e Santos (2014), intitulado Estágio supervisionado e formação de professores: relações entre teoria e prática, propõe uma análise aprofundada sobre a função do estágio no curso de Pedagogia. Os autores argumentam que o estágio não deve ser entendido como uma etapa isolada, burocrática ou meramente observadora, mas como parte integrante da construção da identidade profissional do professor. Eles destacam que o estágio supervisionado possibilita a vivência concreta de situações escolares, promovendo o desenvolvimento da autonomia, da capacidade de análise crítica e da tomada de decisões fundamentadas pedagogicamente.
Ainda segundo os autores, é por meio do estágio que o licenciando aprende a articular os conteúdos teóricos com as demandas reais da prática educativa. Essa articulação, entretanto, não ocorre de forma espontânea, sendo necessária a mediação consciente da universidade e da escola campo. O estagiário, portanto, precisa ser incentivado a assumir uma postura investigativa, compreendendo o cotidiano escolarcomo espaço de produção de saberes, e não apenas como lugar de reprodução de práticas pré-estabelecidas.
Nesse sentido, o estágio é também um momento de desconstrução de concepções idealizadas sobre a escola e docência. Ao entrar em contato com os desafios cotidianos do ensino, o futuro professor é instigado a revisar suas crenças, expectativas e formas de pensar a educação. Para os autores, essa experiência formativa exige acompanhamento sistemático do orientador e reflexão constante sobre as práticas observadas e vivenciadas.
Complementarmente, o artigo de Conde e Araújo (2022), A atuação de acadêmicos de pedagogia no estágio supervisionado em espaços escolares e não escolares, amplia a discussão ao defender que o estágio supervisionado deve também considerar diferentes espaços educativos, inclusive os não escolares. Os autores argumentam que a formação do pedagogo não se limita à atuação em sala de aula, sendo necessário ampliar a visão sobre os múltiplos contextos nos quais os processos de ensino e aprendizagem ocorrem.
O texto enfatiza que a atuação do estagiário nesses espaços diversos favorece a construção de saberes docentes ligados à escuta, à observação crítica, à sensibilidade social e à capacidade de diálogo com diferentes públicos. No entanto, os autores reforçam que essa atuação deve estar sempre orientada por princípios pedagógicos, éticos e políticos, de modo que o estagiário compreenda seu papel formativo em qualquer ambiente em que se insira.
Conde e Araújo também destacam a importância da mediação da orientadora do estágio nesse processo de ampliação do olhar do licenciando. Segundo os autores, a orientação adequada permite ao estagiário compreender que o estágio é uma experiência viva, que exige iniciativa, capacidade de análise e disposição para aprender com a realidade, mesmo nos espaços mais desafiadores. O estágio, assim, deixa de ser um procedimento obrigatório e passa a ser compreendido como uma vivência formativa integral, em que teoria e prática se inter-relacionam constantemente.
Ambas as leituras convergem ao destacar que o estágio é um momento privilegiado para o desenvolvimento de saberes docentes fundamentais, como os saberes da experiência, os saberes curriculares, os saberes pedagógicos e os saberes da prática, conforme abordado por Tardif (2005). Ao observar, refletir e interagir com a realidade escolar, o estagiário constrói uma base sólida para sua futura atuação profissional, desenvolvendo competências que vão além do domínio de conteúdos: aprende a interpretar contextos, dialogar com diferentes sujeitos, planejar intervenções e avaliar seus próprios processos formativos.
Em síntese, as leituras obrigatórias contribuíram de forma significativa para a compreensão do estágio como espaço formativo de construção da identidade docente. Elas forneceram aportes teóricos valiosos que orientaram a prática reflexiva durante todo o processo de observação e diagnóstico do contexto escolar, além de reforçarem a importância da mediação pedagógica, do compromisso ético e da escuta sensível na formação do educador. Assim, o estagiário pode compreender sua trajetória no estágio não apenas como parte do currículo do curso de Pedagogia, mas como uma oportunidade concreta de se tornar sujeito ativo da transformação educativa.
3 RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR
A análise do regimento escolar, representado pelo Projeto Político Pedagógico (PPP), proporcionou ao estagiário uma compreensão mais ampla sobre os princípios, valores e formas de organização que orientam o funcionamento da instituição. O documento vai além de aspectos administrativos; ele expressa a identidade da escola, seus objetivos educacionais e o compromisso com a formação integral dos estudantes.
Desde as primeiras páginas, é possível perceber que o PPP foi construído de maneira coletiva, com a participação de diferentes segmentos da comunidade escolar. O texto deixa evidente o esforço da equipe em garantir uma educação democrática, inclusiva e contextualizada, com foco na formação de sujeitos críticos, autônomos e socialmente engajados. A escola se apresenta como um espaço que valoriza o diálogo, a escuta ativa e o respeito às diversidades culturais e sociais presentes no cotidiano escolar.
O regimento estabelece diretrizes curriculares alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ao currículo estadual, destacando a importância de práticas interdisciplinares e de projetos que dialoguem com a realidade dos alunos. As atividades pedagógicas são pensadas para promover não apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também a dimensão ética, social e afetiva do educando. O compromisso com uma educação de qualidade se traduz em ações concretas, como a realização de projetos interdisciplinares, o incentivo à leitura e a articulação entre teoria e prática no cotidiano das aulas.
Outro ponto que chamou a atenção do estagiário foi a atenção dada à inclusão. O documento demonstra preocupação real com o atendimento às necessidades educacionais específicas dos estudantes, defendendo práticas pedagógicas adaptadas e o acompanhamento individualizado como parte da rotina escolar. Isso evidencia um esforço da escola em promover equidade no processo de ensino e aprendizagem.
A gestão escolar é apresentada como democrática e participativa, sendo o Conselho Escolar e demais colegiados partes ativas na tomada de decisões. O PPP enfatiza que a participação da comunidade é essencial para o fortalecimento da identidade da escola e para a construção de um ambiente educativo mais justo e colaborativo. Essa perspectiva foi confirmada durante as visitas à escola, onde se observou a valorização das contribuições dos professores, alunos, funcionários e famílias.
No que diz respeito à avaliação, o regimento propõe uma abordagem formativa e contínua, entendendo o processo avaliativo como instrumento de reflexão e de construção do conhecimento. Em vez de se basear exclusivamente em notas e provas, a escola adota práticas mais abrangentes, como portfólios, autoavaliações e observações sistemáticas. Essa postura está em sintonia com as orientações pedagógicas atuais e reforça o papel do professor como mediador do aprendizado.
Por fim, a análise do PPP permitiu ao estagiário compreender a função articuladora da equipe pedagógica no cotidiano da escola. Cabe à coordenação garantir que os princípios do PPP estejam presentes no planejamento dos professores, nas reuniões pedagógicas e nas ações junto aos estudantes. Essa atuação integrada fortalece o trabalho coletivo e contribui para a coerência entre teoria e prática, tanto para os profissionais da escola quanto para o estagiário em formação.
De modo geral, o regimento escolar se mostrou um documento coerente com os princípios da educação pública e democrática. Ao analisar seu conteúdo, o estagiário pôde reconhecer a escola como um espaço de construção social, onde se busca diariamente conciliar os desafios da realidade com o compromisso pedagógico e ético com a formação humana. Essa leitura crítica foi essencial para orientar as observações realizadas no estágio e reafirmar a importância de conhecer a fundo os fundamentos que regem a prática docente.
4 RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA
As entrevistas foram realizadas com membros da equipe diretiva: diretora, coordenador pedagógico e secretária escolar, e proporcionaram ao estagiário uma visão abrangente do funcionamento da gestão escolar e do papel estratégico que cada profissional desempenha na organização e condução das ações pedagógicas e administrativas.
Durante o diálogo com a diretora, foi possível compreender a concepção de gestão adotada pela instituição. A fala da gestora revelou um compromisso com a gestão democrática, baseada na escuta ativa, na participação coletiva e no diálogo constante com todos os segmentos da comunidade escolar. A diretora destacou que seu papel vai além das atribuições administrativas: envolve o acolhimento de alunos e famílias, o apoio aos professores e o fortalecimento do vínculo entre escolae território. Ela mencionou os desafios enfrentados, como a defasagem de aprendizagem, especialmente após o período pandêmico, e a necessidade de estratégias de permanência dos alunos, sobretudo na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O coordenador pedagógico, por sua vez, abordou aspectos diretamente relacionados ao acompanhamento do trabalho docente. Segundo ele, o foco principal da coordenação é garantir a coerência entre os princípios do Projeto Político Pedagógico e a prática cotidiana dos professores. Isso ocorre por meio de reuniões pedagógicas, planejamentos coletivos, acompanhamento de avaliações diagnósticas e orientações individuais. O coordenador também salientou a importância da formação continuada, organizada ao longo do ano letivo, como forma de aprimorar a prática pedagógica e promover o desenvolvimento profissional dos educadores. Um dos pontos ressaltados foi o cuidado em respeitar o tempo de aprendizagem dos estudantes, criando estratégias inclusivas para o atendimento das diferenças.
Já a secretária escolar apresentou uma perspectiva mais administrativa da rotina da escola, mas igualmente relevante para o funcionamento institucional. Ela explicou o sistema de registro de frequência, matrícula, documentação dos estudantes e comunicação com a Secretaria Municipal de Educação. Também destacou a importância de manter um bom relacionamento com as famílias, especialmente no que se refere à atualização de dados escolares e à conscientização sobre a assiduidade dos alunos. A secretária pontuou que, embora seu trabalho seja mais voltado à gestão documental, ele impacta diretamente a organização das atividades pedagógicas, contribuindo para a fluidez dos processos escolares.
Ao final das entrevistas, ficou evidente que a equipe diretiva atua de forma articulada, cada profissional assumindo responsabilidades específicas, mas com objetivos comuns. A comunicação interna, a cooperação mútua e o compromisso com o desenvolvimento dos alunos são marcas da gestão da escola. As falas revelaram ainda uma preocupação constante com o bem-estar da comunidade escolar, o que demonstra uma visão ampliada de educação, que vai além do currículo e alcança as relações humanas.
Esse contato com a equipe diretiva foi essencial para que o estagiário compreendesse, de maneira concreta, como a gestão escolar influencia diretamente a qualidade do ensino e o clima institucional. Além disso, permitiu observar como os princípios do PPP se materializam nas ações do cotidiano escolar e reforçou a importância da escuta e da colaboração como pilares da educação pública comprometida com a transformação social.
5 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO DA ESCOLA 
Durante o período de estágio, pôde-se observar de forma sistemática a organização administrativa e pedagógica da escola, o que permitiu compreender como a estrutura institucional e os processos de supervisão influenciam diretamente o funcionamento da escola e o desenvolvimento das práticas educativas.
A gestão da escola se organiza com base em uma proposta de caráter participativo, evidenciada pela forma como a direção, a coordenação pedagógica e o corpo docente compartilham responsabilidades na condução das ações escolares. A diretora da unidade, com o apoio do coordenador pedagógico, mantém uma rotina de reuniões e acompanhamentos sistemáticos, visando garantir que os princípios estabelecidos no Projeto Político Pedagógico sejam efetivamente aplicados no cotidiano escolar.
A supervisão pedagógica ocorre de forma planejada e contínua. O coordenador pedagógico é responsável por acompanhar o planejamento dos professores, orientar quanto ao uso de metodologias ativas e avaliar os resultados obtidos por meio de diagnósticos aplicados no início e no decorrer do ano letivo. Essas ações são discutidas coletivamente nas reuniões pedagógicas e nos momentos de planejamento coletivo (ACs), promovendo um ambiente de escuta, troca de experiências e reflexão crítica sobre as práticas adotadas.
No âmbito da organização geral, a escola mantém registros atualizados de frequência, matrículas, documentação de alunos e cronogramas de atividades. Os processos administrativos são conduzidos pela equipe de apoio sob a supervisão da direção, garantindo fluidez entre os setores pedagógico e administrativo. Essa integração favorece a gestão do tempo escolar e a realização das atividades curriculares e extracurriculares de maneira eficiente.
O cotidiano da escola também revela uma preocupação com o acompanhamento individualizado dos estudantes. A equipe pedagógica monitora situações de evasão, infrequência e rendimento, articulando estratégias de intervenção, como reuniões com as famílias, adaptações no processo de ensino e encaminhamentos à rede de apoio quando necessário. Esse cuidado evidencia uma atuação comprometida com o princípio da equidade e o respeito às particularidades de cada aluno.
Outro aspecto observado foi o papel da gestão na mediação de conflitos e na construção de um ambiente escolar acolhedor e ético. A diretora, o coordenador pedagógico e os professores procuram manter uma postura aberta ao diálogo, prezando por um clima institucional favorável à aprendizagem e à convivência respeitosa entre todos os membros da comunidade escolar.
A supervisão pedagógica também se mostra alinhada à proposta de avaliação formativa adotada pela escola. O acompanhamento dos processos de ensino e aprendizagem se dá por meio da análise de registros, devolutivas pedagógicas, planejamento de recuperação paralela e elaboração de projetos interdisciplinares, que integram conteúdos de diferentes áreas do conhecimento e favorecem a aprendizagem significativa.
Em síntese, a observação da organização e supervisão da escola permitiu ao estagiário reconhecer a importância da gestão escolar enquanto eixo estruturante do processo educativo. Ficou evidente que a supervisão eficaz não se resume ao controle de atividades, mas envolve planejamento, escuta, mediação e acompanhamento constante. A experiência contribuiu para ampliar a compreensão do papel dos gestores escolares como agentes articuladores do currículo, da formação docente e da inclusão, elementos essenciais à construção de uma escola comprometida com a qualidade e com a transformação social.
 
6 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ESTRUTURA ESCOLAR 
A observação da estrutura física e organizacional da escola campo de estágio permitiu conhecer de forma mais concreta os espaços disponíveis para o desenvolvimento das atividades pedagógicas, bem como compreender os limites e as potencialidades da instituição no atendimento às demandas da comunidade escolar.
A escola possui uma estrutura simples, mas funcional, composta por salas de aula bem distribuídas, diretoria, sala da coordenação pedagógica, secretaria, refeitório, cozinha, banheiros, biblioteca e espaços externos. Embora apresente algumas limitações físicas, como ausência de quadra coberta ou salas com recursos tecnológicos avançados, os ambientes observados são organizados de modo a favorecer a circulação, a convivência e a realização das práticas educativas com segurança e conforto básico.
As salas de aula são ventiladas, possuem iluminação natural adequada e estão equipadas com mobiliário compatível com a faixa etária dos estudantes. Algumas salas contam com murais e materiais pedagógicos confeccionados pelos próprios professores, o que demonstra criatividade e comprometimento da equipe em tornar o espaço mais atrativo e acolhedor. A biblioteca, embora modesta em acervo, é organizada e utilizada em projetos de incentivo à leitura, conforme relatado pela coordenação pedagógica.
O pátio e o espaço externo da escola cumprem papel importante no momento das atividades recreativas e na socialização dos alunos. O projeto da horta escolar, desenvolvido em um pequeno canteiro nos fundos da escola, também foi observado durante o estágio e se revelou uma iniciativa pedagógica relevante, articulando conhecimentos de diferentes áreas do currículo com a prática e o cuidado com o meio ambiente.
Osespaços destinados à gestão e ao suporte pedagógico, como a sala da direção, a sala do coordenador e a secretaria, são organizados e bem utilizados, favorecendo o funcionamento das atividades administrativas e pedagógicas. A comunicação entre esses setores se mostrou eficiente, facilitando a rotina escolar.
Em relação à acessibilidade, foi observado que a escola ainda enfrenta desafios para atender plenamente às necessidades de estudantes com deficiência. Não há rampas ou banheiros adaptados em todas as áreas, embora a equipe demonstrasse preocupação e busca constante por soluções que garantam o direito à aprendizagem de todos os alunos, incluindo aqueles com mobilidade reduzida.
O ambiente escolar, de maneira geral, se mostra acolhedor. A presença de cartazes, painéis com produções dos alunos e mensagens motivacionais reforça o vínculo da escola com os princípios de pertencimento, valorização da cultura local e respeito à diversidade. A limpeza e a conservação do espaço também foram destacadas durante as observações, mesmo diante das limitações orçamentárias enfrentadas pela rede pública.
Conclui-se, portanto, que a estrutura da escola, embora modesta, é utilizada com intencionalidade pedagógica e cuidado. O estagiário pôde compreender que, mais do que a presença de equipamentos sofisticados, é a forma como os espaços são apropriados pela comunidade escolar que determina sua efetividade na promoção da aprendizagem. A observação da estrutura escolar revelou o esforço da equipe em fazer do ambiente físico um espaço educativo de qualidade, criativo, inclusivo e comprometido com a formação integral dos estudantes.
7 RELATO DA OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA 
A observação em sala de aula permitiu ao estagiário conhecer de perto a dinâmica do ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), possibilitando reflexões sobre as práticas pedagógicas, as metodologias utilizadas, o comportamento dos estudantes e a atuação docente frente aos desafios da sala de aula contemporânea.
As observações foram realizadas em diferentes turmas, entre elas o 2º e o 4º ano do Ensino Fundamental I, além de uma turma do EJA – Nível III. Em todas, foi possível identificar a intencionalidade pedagógica presente no planejamento das aulas, bem como a adaptação de estratégias de ensino conforme o perfil dos estudantes. A postura dos professores observados foi marcada por respeito, afetividade e incentivo à participação dos alunos nas atividades propostas.
No Ensino Fundamental, as aulas iniciavam com a chamada, leitura de recados e breve conversa com os alunos sobre o dia anterior. Em seguida, o conteúdo do dia era apresentado com o uso de materiais concretos, quadros ilustrativos e atividades escritas, muitas vezes intercaladas com jogos educativos e cantigas, especialmente nas turmas de séries iniciais. Os alunos mostraram-se participativos e interessados, ainda que alguns demonstrassem dificuldades em leitura, escrita e operações matemáticas básicas.
Os professores demonstraram sensibilidade diante dessas dificuldades, propondo atividades diferenciadas e, sempre que possível, atendimento individualizado. Observou-se o uso de estratégias como trabalho em duplas, leitura coletiva e correção dialogada de exercícios, o que favoreceu um ambiente de cooperação e aprendizagem colaborativa.
Na turma do EJA, a diversidade de idades e níveis de escolarização exigiu do professor uma abordagem mais flexível e personalizada. A aula observada abordou conteúdos de Língua Portuguesa e teve como foco a produção textual a partir de um tema gerador relacionado à vivência dos alunos. O professor conduziu a aula de maneira dialógica, respeitando o tempo de cada estudante e incentivando a valorização de suas experiências pessoais como ponto de partida para o aprendizado.
Outro ponto observado foi a forma como os docentes lidam com a disciplina e o gerenciamento da sala. Os professores mantêm uma postura firme, porém acolhedora, estabelecendo regras claras e incentivando a autonomia dos estudantes. O clima em sala de aula é, em geral, tranquilo e respeitoso, favorecendo a concentração e o engajamento dos alunos.
No que se refere à avaliação, os registros feitos indicam que os professores adotam instrumentos variados, como exercícios escritos, atividades em grupo, participação oral e análise dos cadernos. As devolutivas são realizadas de forma individualizada, e há um esforço em transformar os erros em oportunidades de aprendizagem, como recomenda o PPP da escola.
A observação em sala de aula permitiu ao estagiário reconhecer a complexidade do trabalho docente, especialmente no que diz respeito à gestão do tempo, ao planejamento diversificado e ao atendimento das diferentes necessidades de aprendizagem. Também foi possível perceber que, mesmo diante de limitações materiais, os professores se mostram comprometidos com a promoção de um ensino de qualidade, buscando constantemente formas de tornar as aulas mais dinâmicas, acessíveis e significativas.
Em síntese, a vivência da observação em sala de aula contribuiu para ampliar o olhar do estagiário sobre a prática pedagógica e fortalecer sua compreensão sobre o papel do professor como mediador do conhecimento, promotor da inclusão e facilitador do desenvolvimento integral dos estudantes.
 
8 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DA EQUIPE PEDAGÓGICA 
Durante o estágio supervisionado, foi possível acompanhar de forma atenta a rotina da equipe pedagógica da escola, composta principalmente pela diretora e pelo coordenador pedagógico. Essa vivência permitiu compreender como se organizam, na prática, as ações de gestão do processo educativo e o suporte ao trabalho docente.
A rotina da equipe pedagógica se pauta em princípios de planejamento, acompanhamento contínuo e diálogo com os diferentes segmentos da escola. As atividades diárias envolvem a organização de horários, reuniões com professores, análise de registros avaliativos, apoio à mediação de conflitos e contato direto com estudantes e famílias. Observou-se que há um esforço coletivo para manter o funcionamento da escola de maneira fluida, com foco no atendimento às necessidades pedagógicas dos alunos.
O coordenador pedagógico desempenha papel central na articulação entre a proposta curricular da escola e as práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula. Foi possível acompanhar momentos de orientação aos professores, tanto individuais quanto em grupos, abordando questões como planejamento semanal, estratégias de ensino, adaptação curricular e análise de desempenho dos estudantes. As reuniões pedagógicas são agendadas regularmente e se constituem como espaços de troca de experiências, reflexão crítica e tomada de decisões conjuntas.
A equipe pedagógica também se envolve na elaboração e avaliação de projetos institucionais, como o incentivo à leitura, ações voltadas à alfabetização, valorização da cultura local e enfrentamento da evasão escolar, sobretudo no turno noturno da EJA. Tais projetos são pensados coletivamente e visam fortalecer o vínculo dos alunos com a escola, promovendo o protagonismo estudantil e o sentido social da aprendizagem.
Outro aspecto relevante observado foi a postura da equipe pedagógica diante das dificuldades apresentadas por professores e estudantes. Ao invés de adotar posturas punitivas ou meramente administrativas, a gestão opta por abordagens mediadoras e construtivas. O diálogo é a principal ferramenta utilizada para resolver conflitos, alinhar expectativas e propor ajustes nos encaminhamentos pedagógicos.
No contato com as famílias, a equipe se mostra receptiva e comprometida com a escuta e o esclarecimento de dúvidas, compreendendo que a participação familiar é fundamental para o sucesso escolar. Durante as observações, identificou-se que o coordenador pedagógico também atua diretamente em situações que envolvem a inclusão de estudantes com necessidades específicas, articulando com os professores estratégias adequadas de atendimento.
De modo geral, a rotina da equipe pedagógica revelaum trabalho marcado pela escuta sensível, pela valorização da formação contínua e pela busca de soluções que respeitem a realidade da comunidade escolar. O estagiário pôde perceber que a atuação coordenada entre direção, coordenação, docentes e funcionários é decisiva para garantir a efetividade do processo educativo.
A experiência de acompanhar a rotina pedagógica contribuiu para ampliar a compreensão do estagiário sobre o papel formativo da gestão escolar, reforçando a importância da liderança pedagógica como promotora de um ambiente escolar ético, reflexivo e comprometido com a aprendizagem de todos os estudantes.
VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do Estágio Supervisionado de Observação e Diagnóstico do Contexto Escolar representou uma experiência formativa essencial no processo de construção da identidade docente do estagiário. Ao longo das atividades propostas, foi possível desenvolver uma compreensão mais ampla e fundamentada sobre a realidade escolar, articulando os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso com as práticas pedagógicas observadas no ambiente educacional.
As observações realizadas na Escola Municipal Domingos Carlos da Rocha permitiram reconhecer a complexidade que envolve o funcionamento de uma instituição de ensino, desde sua organização administrativa até as ações pedagógicas que ocorrem em sala de aula. O contato direto com a equipe gestora, professores, estudantes e funcionários possibilitou identificar tanto os avanços quanto os desafios enfrentados pela escola pública no cenário atual.
Do ponto de vista pessoal, o estágio contribuiu para o amadurecimento do olhar do estagiário, promovendo maior empatia, escuta e sensibilidade diante das múltiplas realidades presentes no espaço escolar. Profissionalmente, fortaleceu a compreensão sobre o papel do professor como mediador do conhecimento, agente de transformação social e sujeito comprometido com a inclusão, a equidade e a qualidade da educação.
A experiência vivenciada reafirmou a importância da formação prática como parte indispensável do processo de aprendizagem docente, permitindo ao estagiário não apenas observar, mas refletir criticamente sobre as práticas pedagógicas e projetar, com mais segurança e responsabilidade, sua futura atuação como educador. 
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Público
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 abr. 2025.
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LINHARES, Josenilde Maia; SILVA, Josenildo Martins da; SANTOS, Fabiana Fátima dos. Estágio supervisionado e formação de professores: relações entre teoria e prática. Revista Práxis Educacional, v. 10, n. 17, jan./jun. 2014. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/345. Acesso em: 20 abr. 2025.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 27. ed. Campinas, SP: Papirus, 2013.
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