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03/06/2015 Revista Cult » Mestre da loucura
http://revistacult.uol.com.br/home/2011/07/mestre­da­loucura/ 1/2
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Mestre da loucura
Em conferência inédita dada no Canadá em 1973, Michel Foucault ?define a função do psiquiatra como a do
detentor da verdade
TAGS: foucault, história da loucura, psiquiatria
Em 9 de maio de 1973, Michel Foucault fez uma conferência sobre a “História da Loucura e da
Antipsiquiatria” a convite de Henri F. Ellenberger, especialista em história da psiquiatria. Ela
foi proferida durante o colóquio “É Preciso Internar os Psiquiatras?”, ocorrido no Quebec
(Canadá).
A palestra, que permanecia inédita, foi publicada na nova edição dos Cahiers de L´Herne
(Foucault) – e de que a CULT reproduz pequenos trechos abaixo.
O choque inevitável
“O hospital será, portanto, o lugar no interior do qual vai se organizar o face a face, o choque
inevitável e, para dizer a verdade, desejável entre uma vontade doente – que, de resto, poderia
muito bem passar despercebida, já que não sofre de delírios – e uma vontade direta, que é a do
médico.
O hospital será, portanto, esse lugar de enfrentamento, esse lugar de luta, esse lugar de
oposição, e haverá cura quando dessa luta, desse conflito, dessa oposição sair algo como a
vitória da vontade direta, isto é, a vontade do médico e a sujeição do doente. (…)”
Vitória e submissão
“Com toda certeza, o hospital psiquiátrico do século XIX conservará, carregará consigo, o
modelo do hospital, digamos, geral; isto é, ele também será o grande retângulo botânico onde
as [diversas] espécies de doenças são repartidas; (…) mas, ao mesmo tempo, o hospital será o
espaço fechado, (…) será um campo institucional onde estão em jogo não a verdade e o erro,
mas a vitória e a submissão.
O grande médico do asilo [manicomial] (…) é aquele que ao mesmo tempo pode dizer tanto a
verdade da doença, graças ao saber que tem dela, quanto aquele que pode produzir a doença
em sua verdade e que pode submetê­la na realidade através do poder que sua vontade exerce
sobre o próprio doente. Todas as técnicas ou procedimentos postos em prática nos asilos do
século XIX – isolamento, interrogatório privado ou público, tratamentos punitivos, como a
ducha, entrevistas morais, (…) a disciplina rigorosa, o trabalho obrigatório, as recompensas aos
bons doentes, as relações preferenciais entre o médico e alguns de seus doentes, as relações de
vassalagem, de possessão, de apropriação, de domesticidade, às vezes até de servidão entre
doente e médico… Tudo isso tem por função fazer do personagem do médico, do personagem
médico, de fazer dele o mestre da loucura, aquele que a faz aparecer em sua verdade (…)”
bê­á­bá de foucault
ARQUEOLOGIA
Termo que o filósofo francês usou durante os anos 1960 para descrever sua abordagem da
escrita da história. Ela diz respeito ao exame dos traços discursivos deixados pelo passado
de modo que escrevesse uma ?“história do presente”
ARQUIVO
Utilizado na Arqueologia do Saber, o termo designa a coleção de todos os traços materiais
de uma dada cultura ou de um dado período histórico. Ao examinar esses traços, pode­se
deduzir o “a priori histórico” ou o “epistema” desse período
AUTOR/ARTISTA
Foucault considera restritivas ambas as categorias, pois são modos de organizar os textos
que devem ser contestados. Por exemplo, a entidade psicológica do autor e o uso do autor
como meio de organizar textos são duas coisas diferentes
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