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CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE TANCREDO DE ALMEIDA NEVES 
DIREITO 
 
 
ARTHUR BECKMAN, ELIAS RODRIGUES, GABRIELA SANTOS, KAROLINA 
BERNARDES, PÂMELA RESENDE, PATRÍCIA TEIXEIRA. 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CASOS 
Direito Processual Civil 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DEL REI 
2025 
Estudo de Caso – Direito Processual Civil 
Alunos: Arthur Beckma, Elias Divino, Gabriela Santos, Karolina Bernardes, Pâmela 
Resende, Patrícia Teixeira. 
Caso 1 - O recurso de João da Silva tem boas chances de sucesso. Embora ele tenha 
citado errado o artigo do Código Civil, isso não é motivo para indeferir a ação. O Tribunal 
de Alçada de Minas Gerais já decidiu em caso semelhante (Apelação 227.467-3, julgado 
em 28/11/1996) que "não é inepta a inicial que indica erroneamente o dispositivo legal, 
desde que estejam presentes os fatos e o pedido". Ou seja, o que importa é que João 
descreveu claramente o problema com o produto e o que ele quer da justiça. O juiz 
poderia ter corrigido esse erro sozinho, já que os fatos contados por João mostram 
claramente que se trata de um caso de defeito de produto, que cai no Código de Defesa 
do Consumidor. Por isso, é provável que o tribunal aceite o recurso e o caso prossiga 
sendo julgado, agora aplicando as regras certas do CDC. 
Assim, considerando que a petição inicial atendeu aos requisitos legais mínimos e que 
o erro na indicação do dispositivo não impediu a análise do mérito, o recurso de 
apelação deve ser provido para que o caso seja julgado conforme o CDC, garantindo-se 
o acesso à justiça e a efetividade processual. A decisão liminar indeferitória deve ser 
reformada, determinando-se o prosseguimento do processo com a aplicação da 
legislação consumerista adequada. 
Caso 2 - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é clara ao afirmar que o 
indeferimento da petição inicial só é admissível quando o vício for insanável ou quando, 
após concedido prazo para emenda, a parte autora permanecer inerte. Conforme 
exposto no REsp 812.323/MG e em outros precedentes (REsp 671986/RJ.), o artigo 321 
do CPC/15 exige que, antes do indeferimento da petição inicial por vícios sanáveis, o juiz 
conceda prazo para que o autor corrija a petição. No caso em análise, Marta Schmidt 
descreveu os fatos com riqueza de detalhes, apresentou boletim de ocorrência e 
documentos médicos, mas deixou de incluir planilha discriminada de danos materiais e 
lucros cessantes. Essa falha, contudo, não torna a petição inepta ou inviável, sendo 
claramente sanável nos termos do artigo 321. O indeferimento sumário da inicial sem 
prévia intimação para emenda contraria a legislação vigente e a jurisprudência 
consolidada do STJ. Ao deixar de oportunizar a correção, o juízo violou o devido processo 
legal, comprometendo o direito de acesso à Justiça. Diante da violação ao artigo 321 do 
Código de Processo Civil, bem como do entendimento consolidado do STJ, a decisão de 
indeferimento da petição inicial deve ser anulada. 
A solução jurídica adequada é o acolhimento do recurso interposto por Marta, com o 
consequente retorno dos autos à origem para que seja oportunizada a emenda da inicial. 
Isso permitirá que a autora apresente os cálculos discriminados dos danos materiais e 
lucros cessantes, viabilizando o regular prosseguimento da ação. Logo, se conclui que, 
o juiz de primeiro grau indeferiu indevidamente a petição inicial sem observar a exigência 
legal de concessão de prazo para emenda. Tal conduta afronta o artigo 321 e os diversos 
precedentes do STJ, que garantem ao autor a oportunidade de sanar vícios formais. 
Assim, a decisão deve ser reformada, com a determinação de retorno dos autos à 3ª 
Vara Cível de Porto Alegre, para que seja concedido à autora prazo para emendar a 
petição inicial, preservando-se o contraditório, a ampla defesa e o direito ao julgamento 
do mérito. 
Caso 3 - O juiz ao indeferir a petição, ignorou o princípio da efetividade processual, que 
tem como objetivo garantir o acesso à justiça e a resolução do mérito da questão. Não 
colocar o valor da causa no final da petição, não prejudica o entendimento do pedido, já 
que foi informado de maneira clara no início do documento e a legislação não exige um 
local específico, desde que esteja claramente indicado em algum ponto da petição. O 
artigo 319, inciso III, do CPC/2015, determina que a petição inicial deve conter o valor da 
causa, mas não especifica o local. No caso de Mano Branuel, ele indicou o valor da 
causa no preâmbulo da petição e ainda anexou documentos como faturas e protocolos 
que comprovam os valores em disputa. Dessa forma, entende-se que a decisão do juiz 
deve ser revista, pois de acordo com a jurisprudência, pequenas falhas formais não 
devem impedir o andamento do processo, desde que não prejudiquem a compreensão 
do pedido. 
Caso 4 - O juiz agiu corretamente ao conceder prazo para Marta e Jonas emendarem a 
petição inicial, conforme o artigo 321 do CPC/15, pois a inicial estava inepta, faltando 
detalhes essenciais, como a especificação dos valores pagos e comprovantes de 
quitação. Como os autores não atenderam à determinação, o juiz extinguiu o processo 
sem julgamento do mérito, com base no artigo 485, I, do CPC/15. Essa decisão foi 
correta, pois a petição inadequada impediu a análise do pedido e os autores não 
corrigiram a falha dentro do prazo. 
A jurisprudência do STJ (REsp 812.323/MG e REsp 671.986/RJ) estabelece que o juiz deve 
conceder prazo para emenda da petição inicial antes de indeferi-la, caso haja vícios 
sanáveis, conforme o artigo 321 do CPC/15. O indeferimento sem essa oportunidade 
viola o direito ao contraditório e ao devido processo legal. 
Caso 5 - A petição inicial apresentava contradições nos pedidos, pois Comet se 
colocava simultaneamente como proprietário do imóvel e credor hipotecário, tornando 
a demanda confusa. O juiz corretamente concedeu prazo para emenda, pois o erro 
poderia ser corrigido. No entanto, como Comet permaneceu inerte, o processo foi 
extinto sem exame do mérito. 
O STJ entende que a petição inicial só será considerada inepta se não atender aos 
requisitos mínimos do CPC, ou seja, quando for ininteligível ou não permitir a análise do 
pedido (REsp 171.657/SP). Além disso, quando há pedidos incompatíveis que 
inviabilizam a solução da lide, a inépcia pode ser reconhecida (AI 116.691). No caso de 
embargos de terceiro, se há confusão sobre a posição do autor (proprietário ou credor), 
isso caracteriza inépcia, justificando a extinção do processo (REsp 993.535/PR). 
Para evitar que a petição inicial seja considerada inepta, recomenda-se que o autor: 
1. Emende a petição dentro do prazo, corrigindo contradições. 
2. Escolha um pedido claro e coeso, sem alternâncias entre teses distintas. 
3. Anexe documentos comprobatórios, como o título de propriedade ou o contrato de 
hipoteca. 
4. Estruture a petição de forma lógica, garantindo clareza na exposição dos fatos e 
pedidos. 
Caso Comet tivesse corrigido sua petição, o processo provavelmente teria seguido para 
a análise do mérito. 
Caso 6 - Ao analisar a petição inicial, o juiz deve observar atentamente os pedidos 
formulados, especialmente a aparente incompatibilidade entre a revisão contratual e a 
declaração de nulidade por fraude. Conforme a jurisprudência do TJ-MG (Apelação Cível 
10000222263519001), pedidos que pressupõem situações jurídicas contraditórias, 
como a revisão, que exige um contrato válido, e a nulidade, que nega sua existência, 
podem caracterizar inépcia da inicial por incompatibilidade lógica. 
Nesse caso, o juiz deverá primeiro avaliar se a petição atende aos requisitos do art. 319 
do CPC. Caso identifique a incompatibilidade dos pedidos, poderá declarar a inépcia 
com base no art. 330, §1º, III, do CPC, extinguindo o processo sem julgamento do mérito 
(art. 485, I). Contudo, antes de tomar essa medida extrema, deve conceder à autora 
oportunidade para emendar a petição e adequar seus pedidos, conforme previsto no art. 
321 do CPC. 
Casoa autora opte por manter os pedidos alternativos ("revisão ou, alternativamente, 
nulidade"), o juiz poderá receber a inicial e determinar a citação do réu, seguindo o rito 
ordinário. Durante a instrução processual, deverá priorizar a produção de prova s 
técnicas (perícias contábil e grafotécnica) para verificar tanto a possível abusividade dos 
juros quanto eventuais vícios na formação do contrato. 
Quanto aos demais pedidos, como tutela provisória para exibição do contrato, inversão 
do ônus da prova e danos materiais/morais, o juiz deve analisá-los conforme as provas 
produzidas, aplicando sempre os princípios do CDC (especialmente arts. 6º, VIII e 51) e 
a jurisprudência consumerista.

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