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Vascularização do Encéfalo SUMÁRIO 1. Introdução sobre a vascularização do encéfalo e sua neuroanatomia ................ 3 2. Divisão da Vascularização do Encéfalo .................................................................. 4 3. Anastomose: Polígono de Willis ............................................................................... 6 4. Circulação Anterior .................................................................................................... 8 5. Artéria cerebral anterior ............................................................................................ 8 6. Artéria cerebral media............................................................................................. 10 7. Artéria comunicante anterior ................................................................................. 11 8. Circulação Posterior ................................................................................................ 12 9. Artéria cerebral posterior ........................................................................................ 13 10. Artéria comunicante posterior ............................................................................... 13 11. Conclusão ................................................................................................................ 15 Referências Bibliográficas .............................................................................................. 16 Vascularização do Encéfalo 3 Autor: Uedson Oliveira 1. INTRODUÇÃO SOBRE A VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO E SUA NEUROANATOMIA A vascularização do encéfalo desempenha um papel crucial na manutenção da fun- ção cerebral, garantindo o fornecimento adequado de oxigênio e nutrientes às células nervosas. O sistema vascular que percorre o encéfalo é altamente complexo e composto por uma intrincada rede de vasos sanguíneos, cuja organização e características são essenciais para o correto funcionamento do sistema nervoso central. O conhecimento detalhado da neuroanatomia relacionada à vascularização do encéfalo é de extrema importância para estudantes de medicina, uma vez que a compreensão da organização dos vasos sanguíneos nessa região é fundamental para o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico de uma variedade de condições neurológicas. O estudo das artérias cerebrais, suas ramificações e distribuição é essencial para a identificação de lesões vasculares, isquemia cerebral e hemorragias, bem como para a abordagem terapêutica adequada. Além disso, a neuroanatomia vascular fornece uma base sólida para a compreensão das disfunções cerebrais decorrentes de alterações no suprimento sanguíneo. A obstru- ção de uma artéria cerebral pode levar a um déficit neurológico específico, dependendo da área do encéfalo afetada. Por outro lado, o estudo das anastomoses e colaterais vasculares, como o polígono de Willis, permite compreender a capacidade adaptativa do sistema vascular do encéfalo e suas implicações clínicas. Se liga! A vascularização do encéfalo é essencial para a manutenção da função cerebral, fornecendo oxigênio e nutrientes às células nervosas. O siste- ma vascular do encéfalo é altamente complexo, composto por uma rede intricada de vasos sanguíneos. A compreensão dos princípios da vascularização do encéfalo é fundamental não apenas para o estudo da neurologia, mas também para diversas áreas da medicina, como neurocirurgia, radiologia e cardiologia intervencionista. Ao explorar os aspectos fundamentais da vascularização do encéfalo, este material visa fornecer uma base sólida de conhecimento para a compreensão da complexidade e importância desse sistema vital na saúde e na doença. Vascularização do Encéfalo 4 Figura 1. Irrigação encefálica e seu território Fonte: Acervo Sanar. 2. DIVISÃO DA VASCULARIZAÇÃO DO ENCÉFALO A vascularização do encéfalo apresenta uma divisão anatômica em duas partes principais: a circulação anterior e a circulação posterior. Essas duas circulações são responsáveis por suprir diferentes regiões do cérebro com sangue, oxigênio e nutrientes, desempenhando papéis distintos na manutenção da função cerebral. A circulação anterior, também conhecida como sistema carotídeo, é responsável por abastecer principalmente as estruturas cerebrais localizadas na parte anterior do cérebro. Ela é formada pelas artérias carótidas internas, que se originam a partir das artérias carótidas comuns no pescoço. Essa circulação supre regiões como o córtex pré-frontal, o giro do cíngulo, os lobos frontais e parte do lobo temporal. Essas áreas cerebrais estão envolvidas em funções cognitivas superiores, comportamento, plane- jamento e controle motor. Vascularização do Encéfalo 5 Figura 2. Base da circulação anterior do encéfalo Fonte: Acervo Sanar. Já a circulação posterior, conhecida como sistema vertebral-basilar, é responsável por fornecer sangue às regiões cerebrais posteriores. Essa circulação é formada pelas artérias vertebrais, que se originam das artérias subclávias no pescoço, e pela artéria basilar, que é formada pela união das duas artérias vertebrais na base do crânio. A circulação posterior supre áreas como o cerebelo, o tronco encefálico, o lobo occipital e partes do lobo temporal. Essas regiões estão relacionadas ao controle motor, ao equilíbrio, à visão e às funções sensoriais. Figura 3. Base da circulação posterior do encéfalo Fonte: Acervo Sanar. Vascularização do Encéfalo 6 É importante ressaltar que essas divisões não representam compartimentos estanques, pois existem anastomoses e interconexões entre os sistemas carotídeo e vertebral-basilar, como o polígono de Willis. Essas anastomoses proporcionam uma certa redundância na vascularização do encéfalo, permitindo um suprimento alternativo de sangue em casos de obstrução ou comprometimento de uma das artérias principais. A compreensão da divisão da vascularização do encéfalo é fundamental para a prática clínica, permitindo a identificação e a interpretação dos sintomas e alterações neurológicas decorrentes de distúrbios vasculares. Além disso, esse conhecimento é relevante para a realização de exames de imagem, como angiografias cerebrais, que visam avaliar a integridade e a perfusão dos vasos sanguíneos cerebrais. 3. ANASTOMOSE: POLÍGONO DE WILLIS Também conhecido como círculo arterial cerebral. Essa estrutura é uma rede de anastomoses arteriais localizada na base do cérebro, formada por diferentes artérias. O polígono de Willis conecta as principais artérias que suprem o cérebro, permitindo um fluxo sanguíneo colateral entre as diferentes áreas. Essa rede anastomótica é uma importante via compensatória em casos de obstrução ou redução do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral específica. Essa capacidade de fornecer fluxo sanguíneo alternativo é crucial para prevenir danos cerebrais em situações de isquemia ou oclusão vascular. Círculo de Willis Artéria cerebral anterior Artéria comunicante anterior Artéria cerebral média Artéria comunicante posterior Artéria cerebral posterior Artéria basilar Artéria vertebral Artéria posterior Artéria cerebelar Visão inferior Figura 4: Polígono de Willis e sua correlação anatômica com o cérebro Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ circle-willis-circulatory-anastomosis-blood-stream-2038922561 Vascularização do Encéfalo 7 As principais artérias que compõem o polígono de Willis são: a artéria cerebral anterior, a artéria cerebral média, a artéria cerebral posterior, a artéria comunicante anterior e a artéria comunicante posterior. Essas artérias se conectam formando um polígono, permitindo o equilíbrio do fluxo sanguíneo entre as áreas cerebrais supridas por elas. A compreensão da anatomia e da função do polígono de Willis é de extrema im- portância para a prática clínica, pois as variações anatômicas nessa estrutura podem influenciar o desenvolvimento e a gravidade de doenças vasculares cerebrais, como aneurismase acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Existem várias variações anatômicas que podem ocorrer no polígono de Willis. Essas variações podem envolver diferenças na presença, no tamanho, na origem e nas conexões das artérias que compõem a estrutura. Algumas das variações mais comuns incluem: 1. Ausência de uma ou mais artérias: Algumas pessoas podem apresentar a ausência completa de uma ou mais artérias que normalmente fazem parte do polígono de Willis. Como em algumas pessoas, pode ocorrer a ausência de uma das artérias que normalmente fazem parte do polígono de Willis. Por exemplo, a ausência da artéria comunicante posterior, que conecta as artérias cerebrais posteriores, é uma variação relativamente comum. 2. Tamanho reduzido das artérias: Como a hipoplasia das artérias. Em certos casos, as artérias que compõem o polígono de Willis podem ser menores em tamanho do que o esperado. Isso pode influenciar a eficácia do fluxo sanguíneo colateral em situações de obstrução. 3. Variações na origem das artérias: As artérias que compõem o polígono de Willis geralmente têm uma origem específica, mas em algumas pessoas, pode haver variações na origem dessas artérias. E em vez de se originar diretamente da ar- téria carótida interna, a artéria cerebral anterior pode ter uma origem em comum com a artéria comunicante anterior. 4. Conexões atípicas: O padrão de conexões entre as artérias também pode apre- sentar variações. Em vez das conexões típicas observadas no polígono de Willis, algumas pessoas podem apresentar conexões atípicas entre as artérias cerebrais. Por exemplo, em vez de uma conexão direta entre as artérias cerebrais anteriores, pode ocorrer uma conexão indireta por meio de outras artérias, como a artéria comunicante anterior. As variações anatômicas no polígono de Willis não são necessariamente patológi- cas, mas podem afetar sua função como via de compensação em caso de obstrução vascular. Essas variações podem ter relevância clínica em condições como aneurismas cerebrais, AVCs e outros distúrbios vasculares que afetam a circulação cerebral. A identificação dessas variações pode ser feita por meio de exames de imagem, como angiografia cerebral, ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Esse conhecimento é importante para interpretar exames e planejar tratamentos, como a embolização de aneurismas, visando a abordagem adequada em cada indivíduo. Vascularização do Encéfalo 8 4. CIRCULAÇÃO ANTERIOR A circulação anterior do encéfalo desempenha um papel fundamental no suprimento sanguíneo às estruturas cerebrais, sendo responsável por fornecer sangue e nutrientes a uma parte significativa do cérebro. Essa circulação é composta principalmente pela artéria cerebral anterior, que surge da porção anterior da artéria carótida interna. A artéria cerebral anterior percorre uma trajetória na fissura longitudinal do cérebro, atravessando a substância branca para alcançar a face medial do hemisfério cerebral. Além da artéria cerebral anterior, a circulação anterior também envolve outras artérias, como a artéria cerebral média e a artéria comunicante anterior. Essas artérias contri- buem para o suprimento sanguíneo de diferentes regiões cerebrais, desempenhando papéis importantes na função cerebral. Saiba mais! O sistema vascular do encéfalo possui mecanismos de autorregulação para manter o fluxo sanguíneo cerebral estável, mesmo dian- te de variações na pressão arterial. Essa autorregulação é crucial para garantir o suprimento adequado de oxigênio e nutrientes ao cérebro e evitar danos por hipoperfusão ou hiperperfusão. 5. ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR A artéria cerebral anterior é uma das principais artérias responsáveis pela circu- lação anterior do encéfalo. Ela surge da porção anterior da artéria carótida interna e desempenha um papel crucial no suprimento sanguíneo de uma parte significativa das estruturas cerebrais. A trajetória da artéria cerebral anterior ocorre na fissura longitudinal do cérebro, atra- vessando a substância branca para chegar à face medial do hemisfério cerebral. Esse percurso permite que a artéria alcance e irrigue áreas importantes do cérebro, como a região pré-frontal, o giro do cíngulo, o corpo caloso e partes dos lobos parietal e frontal. Vascularização do Encéfalo 9 Figura 5. Vista anterior das artérias cerebral anterior e média Fonte: Acervo Sanar. Ramos importantes se originam da artéria cerebral anterior, estendendo-se para di- versas regiões cerebrais e desempenhando papéis específicos. O ramo pré-central, por exemplo, é responsável por suprir a área motora primária, que desempenha um papel fundamental no controle dos movimentos voluntários do corpo. O ramo calcarino é outro ramo significativo, responsável pela irrigação da área visual primária localizada no lobo occipital, permitindo a percepção visual. A artéria cerebral anterior, juntamente com seus ramos, é de extrema importância para o fornecimento adequado de sangue e oxigênio às regiões cerebrais envolvidas em funções motoras, sensoriais, cognitivas e linguísticas. Qualquer comprometimento nessa circulação pode resultar em disfunções neurológicas específicas, dependendo das áreas afetadas. Por exemplo, a oclusão ou obstrução da artéria cerebral anterior pode levar a condi- ções clínicas como a síndrome da artéria cerebral anterior, que está associada a déficits motores e sensitivos na metade inferior do corpo, assim como alterações cognitivas e comportamentais. Vascularização do Encéfalo 10 A artéria cerebral média desempenha um papel fundamental na circulação do en- céfalo, sendo responsável por fornecer suprimento sanguíneo a áreas extensas do cérebro, incluindo o córtex motor, o córtex sensorial, partes do lobo temporal e o córtex da linguagem. Se liga! Distúrbios vasculares cerebrais, como acidente vascular cerebral (AVC), hemorragia cerebral e aneurismas, podem comprometer a vascularização do encéfalo e levar a disfunções neurológicas graves. O diagnóstico e tratamento precoces dessas condições são fundamentais para minimizar danos e melhorar os resultados clínicos. 6. ARTÉRIA CEREBRAL MEDIA Uma das regiões mais importantes irrigadas pela artéria cerebral média é o córtex motor. O córtex motor é responsável pelo controle dos movimentos voluntários do cor- po. O suprimento sanguíneo adequado a essa região é essencial para a função motora normal, e qualquer comprometimento nessa circulação pode levar a distúrbios motores, como fraqueza, paralisia ou perda de coordenação. Além do córtex motor, a artéria cerebral média também irriga o córtex sensorial, que é responsável pela interpretação das informações sensoriais, como tato, dor, temperatura e propriocepção. A obstrução ou a redução do fluxo sanguíneo nessa região pode resultar em alterações na percepção sensorial, afetando a capacidade do cérebro de processar e interpretar as informações sensoriais adequadamente. Vascularização do Encéfalo 11 Figura 6. Artéria cerebral média. Fonte: Acervo Sanar. Outra região importante suprida pela artéria cerebral média é o córtex da linguagem. Em cerca de 95% dos indivíduos, o hemisfério cerebral esquerdo é dominante para a linguagem, e a artéria cerebral média é responsável por fornecer o fluxo sanguíneo necessário para essa região. Qualquer interrupção na circulação nessa área pode re- sultar em distúrbios da fala e da linguagem, como afasia, dificuldade em encontrar as palavras corretas ou em compreender a linguagem falada. A artéria cerebral média desempenha, portanto, um papel vital na função cerebral, fornecendo sangue e oxigênio às regiões cerebrais envolvidas em funções motoras, sensoriais e linguísticas. Qualquer comprometimento nessa circulação pode levar a disfunções neurológicas específicas, dependendo das áreas afetadas. 7. ARTÉRIA COMUNICANTE ANTERIOR A artéria comunicante anterior é um importante vaso sanguíneo que faz parte da circulação anterior do encéfalo. Ela desempenha um papel essencialno suprimento sanguíneo de áreas cerebrais específicas e é responsável por estabelecer conexões entre os sistemas vasculares dos dois hemisférios cerebrais. A artéria comunicante anterior é uma estrutura localizada na base do cérebro e faz parte do polígono de Willis, uma rede anastomótica que conecta as principais artérias cerebrais. Essa artéria é formada pela união das porções terminais das artérias carótidas Vascularização do Encéfalo 12 internas e é responsável por fornecer sangue às estruturas cerebrais localizadas na porção medial dos hemisférios cerebrais. Essa conexão entre os sistemas vasculares dos hemisférios cerebrais é de extrema importância, pois permite um fluxo sanguíneo colateral e uma compensação em casos de obstrução ou redução do fluxo sanguíneo em uma das artérias cerebrais principais. Isso significa que, em situações de isquemia ou oclusão de uma artéria cerebral, a artéria comunicante anterior pode fornecer uma via alternativa para o suprimento de sangue às áreas afetadas, minimizando os danos cerebrais. Além disso, a artéria comunicante anterior também está envolvida na irrigação de áreas cerebrais específicas, como o giro do cíngulo e partes do lobo frontal. Essas regiões cerebrais desempenham um papel importante em funções cognitivas, emo- cionais e comportamentais, e a interrupção do fluxo sanguíneo nessa área pode levar a alterações nessas funções. Saiba mais! A angiografia cerebral é um exame de imagem utilizado para avaliar a vascularização do encéfalo. Esse procedimento utiliza um contraste radiopaco para visualizar os vasos sanguíneos cerebrais e identificar possíveis obstruções, anormalidades ou malformações. 8. CIRCULAÇÃO POSTERIOR A circulação posterior do encéfalo é uma parte essencial do sistema vascular ce- rebral, responsável por fornecer suprimento sanguíneo às estruturas localizadas na porção posterior do cérebro, incluindo o cerebelo, o tronco encefálico e partes do lobo occipital. Essa circulação é crucial para o bom funcionamento dessas regiões cerebrais, que desempenham papéis fundamentais na coordenação dos movimentos, equilíbrio, processamento visual e regulação de funções autonômicas. Além do lobo occipital, o cerebelo também é uma região vital suprida pela circulação posterior. O cerebelo desempenha um papel crucial na coordenação dos movimentos, no equilíbrio e na postura. O suprimento sanguíneo adequado a essa região é fundamental para garantir a integridade das funções cerebelares, e qualquer comprometimento na circulação pode levar a distúrbios motores, falta de coordenação e desequilíbrio. Outras artérias que contribuem para a circulação posterior do encéfalo incluem a artéria cerebelar inferior, que supre o cerebelo e parte do tronco encefálico, e a artéria basilar, que é formada pela união das artérias vertebrais e fornece sangue para estru- turas como o tronco encefálico e o cerebelo. Vascularização do Encéfalo 13 Figura 7. Cerebral posterior e anterior. Fonte: Acervo Sanar. 9. ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR A artéria cerebral posterior desempenha um papel crucial na circulação posterior do encéfalo, fornecendo suprimento sanguíneo às estruturas localizadas na porção posterior do cérebro, incluindo o cerebelo, o tronco encefálico e partes do lobo occipital. Essa artéria surge a partir da bifurcação da artéria basilar, que é formada pela união das duas artérias vertebrais na base do cérebro. Ela percorre um trajeto na superfície ventral do tronco encefálico e se divide em ramos que suprem diferentes regiões cerebrais. Um dos ramos significativos da artéria cerebral posterior é o ramo calcarino, que é responsável pela irrigação da área visual primária localizada no lobo occipital. Essa região desempenha um papel fundamental na percepção visual e é crucial para a visão normal. A obstrução ou o comprometimento desse ramo pode resultar em deficiências visuais específicas, como perda parcial ou total da visão em determinados campos visuais. Outro ramo importante da artéria cerebral posterior é o ramo cerebelar superior, res- ponsável pela vascularização do cerebelo. O cerebelo desempenha um papel crucial na coordenação dos movimentos, equilíbrio e postura, e sua função adequada depende do suprimento sanguíneo adequado fornecido pela artéria cerebral posterior. Vascularização do Encéfalo 14 Além da artéria cerebral posterior, outras artérias contribuem para a circulação posterior do encéfalo, como a artéria cerebelar inferior, que supre o cerebelo e parte do tronco encefálico, e a artéria basilar, que fornece sangue para estruturas como o tronco encefálico e o cerebelo. A circulação posterior é essencial para o funcionamento adequado do cerebelo e das funções visuais associadas ao lobo occipital. Também desempenha um papel im- portante na regulação de diversas funções autonômicas. Qualquer comprometimento nessa circulação pode resultar em disfunções específicas, como problemas de equilí- brio, coordenação motora e alterações visuais. 10. ARTÉRIA COMUNICANTE POSTERIOR Artéria comunicante posterior é uma estrutura vascular essencial na circulação posterior do encéfalo. Ela desempenha um papel fundamental no estabelecimento de conexões entre os sistemas vasculares dos dois hemisférios cerebrais, contribuindo para o suprimento sanguíneo de áreas cerebrais específicas. Localizada na base do cérebro, a artéria comunicante posterior faz parte do polígono de Willis, uma rede anastomótica que conecta as principais artérias cerebrais. Essa artéria é formada pela união das artérias cerebrais posteriores, que surgem da bifur- cação da artéria basilar, e está envolvida na irrigação de áreas cerebrais localizadas na porção posterior dos hemisférios cerebrais, como o lobo occipital, o cerebelo e o tronco encefálico. Uma das principais funções da artéria comunicante posterior é fornecer um fluxo sanguíneo colateral em casos de obstrução ou redução do fluxo sanguíneo em uma das artérias cerebrais principais. Isso significa que, em situações de isquemia ou oclusão de uma artéria cerebral, a artéria comunicante posterior pode atuar como uma via al- ternativa para garantir o suprimento de sangue às áreas afetadas, reduzindo os danos cerebrais e preservando a função neuronal. Como também está envolvida na irrigação do cerebelo, uma estrutura cerebral importante responsável pela coordenação dos movimentos, equilíbrio e postura. A interrupção do fluxo sanguíneo nessa área pode resultar em disfunções cerebelares, afetando negativamente a capacidade de coordenação motora e a estabilidade postural. RELEMBRANDO: Além das artérias cerebrais principais, existem também artérias comunicantes que desempenham um papel crucial na vascularização do encéfalo. A artéria comunicante anterior conecta as artérias cerebrais anterior e média, enquanto a artéria comunicante posterior conecta as artérias cerebrais posterior e basilar. Essas artérias comunicantes auxiliam na distribuição de sangue e na compensação em caso de obstrução em uma das artérias principais. Vascularização do Encéfalo 15 Se liga! A vascularização do encéfalo é um tema de grande interesse na neurociência e na prática clínica, pois seu conhecimento é fundamental para entender as diferentes áreas e funções cerebrais que são afetadas em casos de distúrbios vasculares. Por exemplo, uma obstrução na circulação anterior pode resultar em déficits cognitivos, comprometimento da linguagem e paralisia em determinadas partes do corpo. 11. CONCLUSÃO A vascularização do encéfalo é um sistema complexo e altamente especializado que garante o suprimento adequado de sangue, oxigênio e nutrientes para as diferen- tes regiões cerebrais. A divisão da vascularização em circulação anterior e posterior, juntamente com a presença do polígono de Willis, permite um fluxo sanguíneo eficiente e uma reserva de suprimento em caso de obstruções. O conhecimento detalhado da anatomia vascular do encéfalo, incluindo as artérias cerebraise suas ramificações, é fundamental para entender as condições clínicas re- lacionadas à circulação cerebral, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e outras patologias vasculares. Além disso, a compreensão das implicações clínicas das alterações na vascularização do encéfalo é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados dessas condições. Os livros recomendados, como o Atlas of Neuroanatomy and Neurophysiology de Netter et al., The Central Nervous System de Brodal e Duus’ Topical Diagnosis in Neurology de Baehr e Frotscher, são recursos valiosos que complementam o aprendi- zado da vascularização do encéfalo. Essas obras fornecem informações detalhadas sobre a anatomia, fisiologia e patologias relacionadas ao sistema vascular cerebral, permitindo aos estudantes de medicina aprofundar seus conhecimentos nessa área. É importante ressaltar que o estudo da vascularização do encéfalo é de extrema importância para os futuros médicos, pois permite compreender as bases anatômicas e fisiológicas das condições clínicas relacionadas ao sistema circulatório cerebral. Essa compreensão é fundamental para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e prognóstico dos pacientes com patologias vasculares cerebrais. Em resumo, a vascularização do encéfalo é um tema complexo e fascinante no campo da neuroanatomia. Compreender a divisão da circulação cerebral, a presença do polígono de Willis e as características das artérias cerebrais anterior e posterior é essencial para uma formação médica completa. A combinação do estudo teórico com recursos visuais, como livros e vídeos educacionais, auxilia no aprendizado e na aplicação prática desse conhecimento no contexto clínico. Vascularização do Encéfalo 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Netter FH, et al. Atlas of Neuroanatomy and Neurophysiology. Icon Custom Communication; 2002. 2. Brodal P. The Central Nervous System. 4th ed. Oxford: Oxford University Press ; 2010. 3. Baehr M, Frotscher M. Duus’ Topical Diagnosis in Neurology. 4th ed. Rio de Janeiro: Thieme; 2005. sanarflix.com.br Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados. Sanar Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770