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SNúcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Stefânia Rosa Santos
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profissional.
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Esta unidade analisará os fundamentos históricos e epistemo-
lógicos da Psicologia, a partir de um breve panorama da história da Psi-
cologia e suas bases epistemológicas. Em outras palavras, esta unidade 
faz um esboço geral da Psicologia antes mesmo da Psicologia, ou seja, 
desde o seu caráter pré-científico até a consolidação e o desenvolvi-
mento dos arcabouços teórico-metodológicos deste campo do saber, na 
contemporaneidade. Especificamente, foram enfocados: a) os caminhos 
percorridos pelo pensamento filosófico ocidental – e os saberes e refle-
xões acerca do próprio homem; b) o desenvolvimento da Psicologia pré-
-científica e sua consolidação como ciência. Para tanto, foi utilizada uma 
bibliografia específica, que abrange alguns aspectos: em primeiro lugar, 
a filosofia e suas contribuições para o conhecimento do ser humano; em 
segundo lugar, as principais correntes teóricas do campo da Psicologia 
moderna. 
 Filosofia. Psicologia. Epistemologia. Ciência.
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 CAPÍTULO 01
BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: CAMINHOS E BIFURCAÇÕES – O 
DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO: 
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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A Filosofia Grega E Suas Contribuições Para A Reflexão Da Exis-
tência Humana ________________________________________________
Heráclito De Éfeso _____________________________________________
 CAPÍTULO 02
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Contextualização: O Surgimento Da Psicologia ___________ _______
O Objeto De Investigação Da Psicologia: O Desafio Da Cientificida-
de ________________________________________________________________
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16Sócrates _______________________________________________________
Platão _________________________________________________________ 17
Aristóteles _____________________________________________________ 19
O Pensamento Medieval _______________________________________ 20
Agostinho De Hipona __________________________________________ 20
Tomás De Aquino ______________________________________________ 21
O Pensamento Moderno E A Influência Do Racionalismo _______ 23
Francis Bacon _________________________________________________ 24
René Descartes ________________________________________________ 25
Recapitulando _________________________________________________ 26
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Psicanalise ____________________________________________________
A Psicologia Social ______________________________________________
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A Atuação Do Profissional Da Psicologia Na Saúde _______________ 61
Recapitulando _________________________________________________
Fechando a Unidade ____________________________________________
Referências _____________________________________________________
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70
 CAPÍTULO 03
PRINCIPAIS PARADIGMAS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
Behavorismo __________________________________________________
Gestalt __________________________________________________________
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52
Recapitulando _________________________________________________ 44
Psicologia Sócio- Histórica _______________________________________ 58
A Psicologia Da Saúde ___________________________________________ 60
Mediação ______________________________________________________ 40
Subjetividade Humana: Algumas Definições ___________________ 36
Apropriação/ Objetivação ________________________________________ 39
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A História da Psicologia, muitas vezes, é minimizada ou deixada 
em segundo plano, seja em razão da natureza prática da atuação profissio-
nal ou, ainda, pelas vertentes dos cursos de graduação e pós-graduação, 
que seguem linhas específicas de trabalho. De qualquer forma, é preciso 
valorizar a história das ciências, das profissões, principalmente, seu desen-
volvimento ao longo do tempo. Reconhecer os caminhos percorridos,no 
caso da Psicologia, é compreender a relação passado-presente e todos os 
elementos que formaram este saber até aqui. Independentemente da área 
profissional, da linha de pesquisa e do campo de atuação, é importante que 
a (o) psicóloga (o) entenda como, quando e quais foram as condições para 
o surgimento e desenvolvimento de sua profissão. 
O capítulo 1 tem como objetivo principal fazer um resgate da 
história da filosofia e do pensamento ocidental – base para a compreen-
são do homem e suas relações com o mundo. Este panorama, ainda que 
breve, trouxe alguns dos principais filósofos desde a antiguidade clássica, 
passando pela visão de mundo medieval e, finalmente, chegando aos 
tempos modernos, a era da ciência. A partir das dicas de leitura, filmes 
e sites é possível complementar os estudos filosóficos e aprofundar-se 
mais nas ideias de cada filósofo apresentado, como também outros que 
não foram contemplados neste estudo. É importante salientar que o pre-
sente capítulo teve como eixo principal trazer um pouco da história da 
filosofia como um dos fundamentos epistemológicos da Psicologia. 
O capítulo 2 desta unidade tem como principais pontos: o contex-
to do surgimento da Psicologia; a Psicologia como ciência e a cientificidade 
de seu objeto e, por fim, um breve esboço sobre o tema da subjetividade e 
alguns debates que permeiam suas definições. Longe de esgotar os assun-
tos supracitados, o capítulo busca trazer algumas discussões que auxiliam 
no desenvolvimento desta unidade e, principalmente, na compreensão da 
Psicologia enquanto um saber-fazer e sua trajetória no debate científico. 
É de suma importância que o profissional desta área não esteja alheio à 
construção histórica do campo em que escolheu atuar, uma vez que seu 
trabalho também é construído cotidianamente, num movimento incessante 
que requer qualificação e aprimoramentos permanentes. 
O terceiro e último capítulo desta unidade tem como proposta 
uma apresentação geral das principais abordagens da Psicologia, com 
destaque para os principais conceitos e seus respectivos representan-
tes. É importante enfatizar, que o objetivo geral foi sintetizar as princi-
pais ideias e, por isso, torna-se imprescindível aprofundar-se nos temas 
através das leituras e dos complementos indicados. A partir de cada 
corrente teórica e seus métodos, é possível compreender a constituição 
da subjetividade e o desenvolvimento psíquico dos sujeitos, daí a impor-
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tância da psicoterapia e do processo do autoconhecimento. 
Palavras-chave: Filosofia, História da Psicologia, Psicanálise, 
Psicologia Social.
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“Quando, por ignorância, seus amigos se encontravam em apuros, procurava 
livrá-los por intermédio de conselhos”. 
(Platão. Apologia de Sócrates). 
“Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos...”. 
(Heráclito de Éfeso)
Para compreender os fundamentos teóricos da Psicologia é 
importante resgatar o seu processo histórico e a formação dos paradig-
mas que delinearam essa área do saber. De forma geral, contextualizar 
a Psicologia é percorrer os principais caminhos da constituição de sua 
base científica (e pré-científica), assim como reconhecer a importância 
da história do pensamento ocidental. O ponto de partida passa a ser a 
Filosofia e suas valiosas contribuições para uma ‘escavação’ da mente 
BREVE HISTÓRIA DA
PSICOLOGIA: CAMINHOS E
BIFURCAÇÕES
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humana – proposta que pertence ao campo da Psicologia, mas não ex-
clusivamente. É a partir das questões filosóficas elementares: mente-cor-
po/ homem-mundo/ razão-emoção, que é possível traçar a fonte comum 
das investigações propostas tanto pela Filosofia quanto pela Psicologia. 
A forma como o desejo humano é abordado/explorado está intima-
mente relacionada ao contexto sócio-histórico e cultural do qual se fala, daí 
a importância do estudo acerca dos paradigmas científicos e seus respec-
tivos processos históricos. São eles os responsáveis pela visão de mundo 
que é construída em determinados contextos, por diferentes indivíduos e 
grupos. Assim, é possível afirmar que o estudo dos fundamentos históricos 
da Psicologia é também o desenvolvimento de tradições do pensamento: 
História da psicologia é história da cultura. Como história da cultura, é história 
de culturas psicológicas e filosóficas, bem como é história das ideias. Como 
história de culturas psicológicas é história de tradições de pensamento psi-
cológico. Tradições são práticas sociais de longa duração, ou simplesmente 
culturas, consequentemente, tradições de pensamento psicológico são cultu-
ras, ou práticas culturais (ABIB, 2009, p.199).
Isto posto, entede-se que o estudo que fundamenta a Psico-
logia e suas vertentes teorico-metodológicas passa pela constituição 
do pensamento humano: o pensar sobre si, que também diz respeito 
ao pensar as relações e a realidade concreta. Dessa forma, compreen-
der a história ‘das Psicologias’ é adentrar o processo de formação do 
pensamento histórico, cultural e filosófico, pois são inquestionáveis as 
contribuições desses saberes no desenvolvimento deste processo. 
A FILOSOFIA GREGA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A REFLE-
XÃO DA EXISTÊNCIA HUMANA
Heráclito De Éfeso
Um dos grandes pensadores gregos pré-socráticos, Heráclito 
de Éfeso (535 a.C. - 475 a.C), a partir da visão do devir, do vir-a-ser e 
do fluxo, apresenta um conjunto de ideias voltadas para a reflexão do 
individuo diante das vicissitudes da vida.
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Imagem 1. Heráclito de Éfeso
 
Fonte: Super Interessante, 2015.
Nada mais humano e dialético: as mudanças e transformações 
que contribuem para a construção do sujeito. Para ele, ninguém entra 
duas vezes no mesmo rio, pois ao entrar no rio pela segunda vez, nin-
guém é o mesmo e o rio também não. De acordo com tal pressuposto, 
qual a relação entre Heráclito e o sentido da Psicologia? 
Para responder esta questão vale ressaltar a dimensão psíqui-
ca presente nas experiências filosóficas dos gregos, a partir do exercí-
cio da reflexão e, principalmente, da auto-percepção. De acordo com 
o pensamento de Heráclito, tudo flui, nada permanece estático, “o rio 
nunca é o mesmo”. Assim, surge a necessidade de compreensão em 
torno do emaranhado de ações e acontecimentos que cercam a vida 
humana: a relação do mundo externo com o mundo subjetivo, interno, 
individual. Essa é uma relação em constante movimento, pois o que 
está fora também é parte constituinte de quem nos tornamos, ou seja, 
o indivíduo é capaz de afetar e transformar seu meio, assim como é 
afetado e transformado, constantemente, por ele.
A filosofia de Heráclito influenciou muitos pensadores contem-
porâneos (ver capítulo 3) e contribuiu para a uma compreensão mais 
integral da existência humana, à medida que explorou o indivíduo em 
relação ao movimento de sua própria vida e os desdobramentos que 
todo fluxo pode gerar. São as forças contrárias que impulsionam as mu-
danças e, consequentemente, a forma como o homem se coloca no 
mundo. A partir desta ideia do fluxo e do vir-a-ser das coisas é possível 
fazer uma associação, em linhas gerais, entre essa base filosófica da 
Antiguidade e os caminhos percorridos posteriormente pela “ciência da 
mente”, independentemente do eixo teórico-metodológico. 
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Neste blog, o autor Bruno Carrasco apresenta diversos artigos 
que podem complementar seus estudos sobre Filosofia e Psicologia. 
Vale a pena a leitura referente ao pensamento de Heráclito. 
Acesse: http://www.ex-isto.site/2017/06/heraclito-filosofo-do--devir.html.
Em conclusão, os princípios da Psicologia também passam 
pela busca em compreender as dimensões de nossas próprias esco-
lhas, além de compreender os desdobramentos desses fluxos intermi-
tentes que, ora desconstroem ora reconstroem o sentido de ser/estar 
no mundo. Essas e outras questões serão levantadas no decorrer desta 
unidade como uma forma de intervenção reflexiva ou, parafraseando 
Heráclito: um fluxo inconstante de ideias. 
SÓCRATES
Sócrates (470 a.C – 399 a.C), grande mestre do pensamento 
ocidental, já trazia ao mundo antigo a preocupação com o sentido do 
autoconhecimento e da problemática do homem. Para ele, a prática do 
diálogo é o caminho para a construção das ideias, do debate e da busca 
pelo saber que passa, sobretudo, pelo questionamento daquilo que é 
imposto. Esse método socrático ficou conhecido como maiêutica, a arte 
de parturejar ideias através da ironia filosófica como forma de provoca-
ção intelectual, que questionava a ordem estabelecida. Outra importan-
te discussão em torno do pensamento do filósofo é com relação à alma 
humana. Nesse sentido, afirma-se que:
É a partir de Sócrates que surge a concepção de alma como sede da cons-
ciência moral e do caráter, a alma que no cotidiano de cada um é aquela 
realidade interior que se manifesta mediante palavras e ações, podendo ter 
conhecimento ou ignorância, bondade ou maldade. E que, por isso, deveria 
ser o objeto principal da preocupação e dos cuidados do homem (PESSA-
NHA, 2004, p. 30).
Uma das mais conhecidas máximas filosóficas, “conhece a ti 
mesmo”, foi inscrita no Templo de Apolo, em Delfos e, apesar de não ser 
de autoria de Sócrates (como é atribuída muitas vezes) é muito associa-
da ao seu pensamento, pois resume, com precisão, o exercício do olhar 
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para si próprio e pensar a existência de uma forma crítica e reflexiva. O 
saber de si, como um posicionamento ativo diante da vida, pode parecer 
óbvio por um lado, mas, sua prática complexa exige um intenso esforço 
que, por sua vez, é um dos grandes trabalhos propostos pela Psicologia. 
Leandro Karnal, professor e historiador brasileiro, faz uma 
análise bastante apropriada do assunto que abordamos neste capítulo. 
Confira o vídeo: “Conhece a ti mesmo”
(Fragmento da palestra: "A vida que vale a pena ser vivida em 
tempos líquidos").
Acesse o canal Saber filosófico, através do link: https://www.
youtube.com/channel/UCWdXgfpEIZIGzah9_yCL-Xw
PLATÃO E O DUALISMO CORPO/ALMA
Imagem 2. Platão
 
Fonte: Instituto Sócrates, 2017
 
Outro filósofo que marcou a formação do pensamento ociden-
tal foi Platão (428-427 a.C. - 348-347 a.C.), cujo pensamento central 
consistiu no dualismo mente/corpo, mundo sensível/mundo inteligível. 
Em seu mito da caverna, o filósofo questiona o aprisionamento dos ho-
mens, suas amarras, quando só conhece aquilo que vê e o que seus 
sentidos proporcionam. Para Platão, os sentidos podem enganar e im-
pedir que os indivíduos conheçam o mundo existente fora da caverna. 
Nota-se que a filosofia de Platão buscava ressaltar a importân-
cia do conhecimento e dos dilemas humanos através de um caminho 
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autônomo, no qual é preciso enxergar muito além do que está aparente. 
A alma é a principal motivação de suas reflexões, sendo o corpo uma es-
pécie de cárcere. Na visão platônica, a matéria está vinculada ao mundo 
sensível, concreto, e pode fornecer apenas representações distorcidas 
da realidade. Já o mundo das ideias seria um campo reflexivo, que busca 
o real através do conhecimento. É a partir dele que os homens constroem 
possibilidades de uma vida mais livre e menos superficial. 
A reflexão que permeia o dualismo corpo/alma suscita diversas 
questões no campo filosófico, como por exemplo, a forma como o ho-
mem se relaciona com seu próprio desejo – elemento protagonista para 
a Psicologia. A manisfestação do desejo é fonte de muitos debates e 
está relacionada, muitas vezes, à diferentes visões de mundo, concep-
ções e modos de explorar (e até mesmo controlar) os fluxos desejantes 
que movimentam a vida humana. 
Imagem 3. Pensamento platônico
 
Fonte: Sabedoria Política, 2016.
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Neste site você encontra cinco dicas de filmes para compreen-
der a filosofia de Platão. Vale a pena conferir:
Acesse: https://www.pensarcontemporaneo.com/5-filmes-pa-
ra- entender- filosofia-de-platao/.
Destaque para: ”O show de Truman: o show da vida”, 1998, 
direção de Peter Weir. Nesta obra é possível identificar muito do pensa-
mento de Platão, principalmente no que se refere ao mito da caverna e 
às formas contemporâneas de aprisionamento de nós mesmos.
Bom filme!
ARISTÓTELES E O CONCEITO DE VIRTUDE
Por fim, para complementar este esboço geral da formação do 
pensamento filosófico grego, Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) traz, en-
tre outros conceitos importantes, a noção de virtude, forma pela qual 
os homens constroem uma boa vida. Essas atitudes, que também são 
éticas e políticas, (de acordo com o filósofo “homem é um animal políti-
co”) contribuem para o exercício da felicidade – uma das mais antigas 
preocupações filosóficas. Dessa forma, afirma-se que:
Uma vez que a felicidade é, então, uma atividade da alma conforme a virtude 
perfeita, é necessário considerar a natureza da virtude, pois isso talvez possa 
nos ajudar a compreender melhor a natureza da felicidade (ARISTÓTELES, 
2005, p. 36).
As virtudes equilibram a vida do homem em sociedade, pois são 
elas que o conduzem à temperança. Assim, seria legítima a busca de um 
caminho do meio, numa tentativa de evitar os excessos e as faltas. Na 
perspectiva aristotélica, os os homens possuem a capacidade de desen-
volver, pela prática, suas virtudes e sua moral. Assim, nessa perspectiva: 
Se cada homem é de certo modo responsável por sua disponsição moral, 
será também de certo modo responsável pela aparência; se não for assim, 
ninguém seria responsável pelos maus atos que praticar, pois todos os pra-
ticariam por ignorância dos fins, julgando que com eles conseguiriam o me-
lhor. Visar ao fim não depende da nossa escolha, mas é preciso ter nascido 
com uma visão moral, por assim dizer, que nos permita julgar corretamente e 
escolher o que é verdadeiramente bom (ARISTÓTELES, 2006, p.67). 
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A partir disso, entende-se que é pelo hábito, pelo costume (“éthos”) 
que torna-se possível desenvolver, racionalmente, um modo de vida mais 
próximo da felicidade. Por fim, vale ressaltar que Aristóteles é considerado 
o “pai” da psicologia, uma vez que, entre seus principais estudos, está pre-
sente a precoupação com os processos subjetivos da alma humana.
 O PENSAMENTO MEDIEVAL: A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO
Para pensar o contexto medieval e o do desenvolvimento do pen-
samento dominante ocidental, é necessário levantar a questão em torno do 
conceito de “homem”. Para melhor compreendê-lo há um elemento decisi-
vo que marca toda a sociedade da época: a religiosidade, principalmente, 
a consolidação do cristianismo. A partir disso, foi definido um modelo a ser 
seguido socialmente e que incidia diretamente sobre as formas de vida. 
 O exemplar ideal era, portanto, o ser cristão. Dessa maneira, o 
homem sem fé, nos princípios cristãos, estava fora de um padrão e, apesar 
das particularidades e diferenças, havia um elo que fazia daqueles homens 
um só ser - a criatura de Deus, segundo a antropologia cristã medieval. A 
fim de corroborar com uma das questões fundamentais da formação do 
pensamento ligado à Idade Média, cabe aqui a seguinte colocação: 
Ora, Filosofia e Religião são excludentes, metodologicamente excludentes: a 
Filosofia, por definição, só admite a argumentação racional e excluiqualquer 
concessão à autoridade (como já dizia Aristóteles paradigmaticamente: “sou 
amigo de Platão, mas mais amigo da verdade...”). A Religião, por sua vez, 
deve prescindir da razão e afirmar a autoridade (do “Livro” e/ou da hierarquia 
religiosa): o dogma expressa a revelação de um mistério inapreensível ra-
cionalmente e afirmado pela fé. Então, como ser simultaneamente filósofo e 
religioso? (ESTEVÃO, 2011, p.18). 
Dentro deste contexto religioso, o pensamento filosófico era cons-
truído, também, em uma base cristã, através de uma perspectiva racional. 
Diferentemente da busca pelo conhecimento da verdade, a filosofia da Ida-
de Média se propõe a investigar a verdade já revelada por Deus (VASCON-
CELLOS, 2007). Nesse sentido, a razão não deixa de ser um elemento 
constituinte do pensamento, mas o seu exercício é destinado à compreen-
são da fé, a grande e principal fonte de pensamento do medievo. A seguir, 
serão elucidados dois grandes pensadores que representam este período.
AGOSTINHO DE HIPONA (354 – 430)
“Compreendo para crer, creio para compreender”, esta frase 
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ilustra e resume, com muita clareza, o pensamento de Agostinho, co-
nhecido também como Santo Agostinho, um dos principais pensadores 
da chamada filosofia patristica, e contextualizado na chamada antigui-
dade tardia (embora muito conhecido como um dos precursores do pen-
samento medieval). Em sua concepção, a fé é o ponto de partida para 
o caminho de compreensão de todas as outras coisas, até mesmo da 
razão, que estaria, portanto, subordinada à verdade divina. Ao longo de 
todo o percurso religioso e filosófico, Agostinho desenvolve o pensa-
mento da chamada filosofia cristã:
Deus e a alma não são conhecimentos distintos em Agostinho. Um e outro 
estão intimamente ligados, pois a alma é o meio do qual parte, a fim de atingir 
o conhecimento de Deus, uma vez que este não pode ser atingido imediata-
mente pela razão, só pela fé. A alma, o homem interior, no entanto, pode ser 
conhecido pela razão (...) (Idem, p.229). 
A vida e obra de Agostinho de Hipona, também conhecido 
como Santo Agostinho, é um caminho de busca por respostas e expli-
cações acerca da existência, dos dilemas da alma, da figura de Deus. 
Foi no ano de 386, que se deu sua conversão ao cristianismo, após uma 
trajetória de vivências e experiências variadas. Em sua obra Confissões 
(escrita entre 397 e 398), ele desenvolve seu pensamento filosófico-teo-
lógico, autobiográfico, que contribuiu para uma visão de mundo cons-
truída, ainda que não somente, pelos dogmas da fé cristã. 
Para saber mais sobre a Filosofia Medieval e seus principais 
representantes, recomendamos a leitura: A Filosofia Medieval. Das Ori-
gens Patrísticas à Escolástica Barroca, de Josep-Ignasi Saranyana. 
Boa leitura!
TOMÁS DE AQUINO
Tomás de Aquino foi um dos representantes da chamada filo-
sofia escolástica, desenvolvida entre os séculos IX – XV. Este foi um 
momento de gradativas mudanças no mundo medieval, entre elas, o 
declínio do sistema feudal, a partir do século XIII, que marcou o perío-
do da Baixa Idade Média. Este quadro histórico tornou-se um cenário 
propício para o surgimento de novas formas de pensar e viver. 
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É neste cenário que a filosofia de Tomás de Aquino foi elabora-
da e desenvolvida, tornando-se uma parte importante na representação 
da produção filosófica medieval. Suas ideias reuniam as premissas de 
um tempo que já notava as mudanças de um novo paradigma que se 
aproximava. Com isso, é importante ressaltar a aproximação do filósoso 
com o pensamento racional - não sem o respaldo da fé - mas como 
uma forma de alcança-la e compreendê-la. 
Ao aproximar-se das ideias de Aristóteles, Aquino buscava 
conciliar a fé com a razão, assim como comprovar a existência de Deus. 
Mas como seria essa tentativa de explicar a verdade divina através da 
razão? De acordo com esta premissa, é possível chegar à uma ideia 
Deus a partir de fundamentos lógicos e até empíricos, ou seja, a própria 
existência de um ser superior demandava uma forma de racionalidade. 
Imagem 4. Filosofia medieval
Fonte: Estadão, 2017. 
Pode-se dizer que o universo da fé, antes restrito ao mundo re-
ligioso, transformava-se, aos poucos, em um campo de estudos da Filo-
sofia. Com relação ao pensamento de Tomás de Aquino, Tarnas afirma:
Tomás sustentava que o reconhecimento da ordem da natureza aperfeiçoava 
a compreensão humana da criatividade divina de Deus e de modo algum 
diminuía a onipotência divina (...). Estava convencido que a Razão e a liber-
dade humana tinham valor em si (TARNAS, 2000, p.203-204). 
Sendo assim, considera-se que, ao final da Idade Média, o 
pensamento filosófico e intelectual começava a desvincular-se do domí-
nio religioso, predominantemente cristão e fudamentado na fé católica, 
para, mais tarde, incorporar os princípios e metódos racionalistas ba-
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seados na visão antropocêntrica da Era Moderna. A partr daí, a ciência 
surge com toda a sua inquietude para transcender os limites do homem 
de outrora e criar caminhos para a invenção humana.
Dica: filme e livro
Quer saber mais sobre a formação do pensamento medieval?
“O nome da rosa” (1986), direção Jean-Jacques Annaud, é um 
grande clássico para uma boa aproximação com o contexto. Além disso, o 
filme é baseado na obra, de mesmo nome, do autor italiano Umberto Eco. 
O PENSAMENTO MODERNO E A INFLUÊNCIA DO RACIONALISMO
Do ponto de vista histórico, a transição da Idade Média para a 
Idade Moderna foi marcada por muitas mudanças, entre elas, a passagem 
do teocentrismo (visão de mundo baseada em Deus) para o antropocen-
trismo (o homem como centro, não mais Deus). Tendo esta tranformação 
de mentalidade como foco, é possível levantar a seguinte questão: Qual 
é a relação do homem com o conhecimento a partir de uma perspectiva 
antropocêntrica? Este é o ponto que o presente tópico terá como tema.
 Com o fim do período medieval (final do século XIV), o 
mundo europeu presenciou um rompimento significativo com o domínio 
religioso (cristão/católico) marcado por um movimento artístico e cul-
tural que influenciou o desenvolvimento das ideias antropocêntricas: o 
Renascimento. Muito além de um acontecimento histórico, o movimen-
to renascentista construiu as bases do pensamento moderno, centrado 
nas ações e potencialidades do homem e, principalmente, pela busca 
de um conhecimento pautado na razão. 
Entre os grandes teóricos que destacam-se neste contexto es-
tão: Francis Bacon, René Descartes, John Locke (1632-1704), entre 
muitos outros. De forma geral, o debate moderno foi formulado a partir 
do tema do conhecimento, da forma como o homem conhece, aprende 
e desenvolve o pensar. Cada um a sua maneira, os filósofos raciona-
listas buscavam consolidar o cientificismo a fim de superar as explica-
ções de caráter não racional. Dessa forma, a “verdades” construídas ao 
longo do tempo passaram por um processo de ruptura decorrente dos 
novos paradigmas teórico-metodológicos. Segue-se, abaixo, um pano-
rama geral das principais ideias suscitadas por esses filósofos. 
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FRANCIS BACON (1561-1626)
Considerado um dos precursores do pensamento moderno, o 
britânico Francis Bacon valorizava as experiências com base na via da 
indução, que consistia nas observações de casos através de suas parti-
cularidades, para chegar às verdades mais gerais. Este método diferen-
ciava-se da dedução, cujas fundamentações partiam das observações 
gerais para explicar os casos específicos (Galileu Galilei era um dos 
expoentes). Uma das principais ideias de Bacon está em sua teoria dos 
ídolos*, uma crítica às formulações baseadas em verdades que podemdistorcer a realidade e comprometer o caráter científico do conhecimen-
to. De acordo com o filósofo:
(...) Cada um tem uma caverna ou uma cova que intercepta e corrompe a 
luz da natureza; seja devido à natureza própria singular de cada um; seja 
devido à educação ou conversação com os outros; seja pela leitura dos livros 
ou pela autoridade daqueles que se respeitam e admiram (Apud ARANHA & 
MARTINS, p. 173).
Esse fragmento possibilita um debate acerca das dimensões 
sociais do pensamento humano, como também, o comportamento do 
homem de seu tempo, e das diversas influências que incidem sobre 
a forma como o homem enxerga a realidade ao seu redor. É possível 
pensar nas mais variadas formas de manipulação criadas para iludir e 
dominar os indivíduos, transformando-os em meros reprodutores e es-
pectadores de suas vidas. Mais adiante, essa temática será desenvolvi-
da tanto pelas Ciências Sociais como pela Psicologia. Em resumo, para 
Bacon: “Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano 
e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser 
difícil o acesso da verdade, como poderão ressurgir como obstáculo à 
própria instauração das ciências” (1988, p. 20-21). 
Saiba mais sobre a teoria dos ídolos, de Francis Bacon:
Novum organum, ou, Verdadeiras indicações acerca da inter-
pretação da natureza. 
São Paulo: Editora Nova Cultural, 1988.
Sugestão de blog: Ensaios e notas, por Leonardo Alves:
https://ensaiosenotas.com/2016/10/08/francis-bacon-os-qua-
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tro-idolos-da-mente/
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
O filósofo francês Descartes, muito conhecido por sua máxima 
“"cogito ergo sum", traduzida como "penso, logo existo", foi um impor-
tante pensador racionalista do século XVII, que propôs um novo método 
para a Filosofia Moderna, que consistia em construir caminhos através 
do rigor do pensamento, por meio da razão e da dúvida metódica. 
Descartes destaca três tipos de ideias: as inatas, as externas e 
as factícias.O cogito cartesiano, portanto, não seria formado pelos sentidos 
nem pela imaginação, mas sim pelo espírito (ARANHA & MARTINS, 2004). 
E sua obra O discurso do método1 , o autor expõe os caminhos 
que devem ser traçados para a busca de um conhecimento verdadeiro, 
sem as interferências dos sentidos, mas pelo exercício da dúvida. Para 
ele, a existência depende do ato pensante e somente é possível co-
nhecer a realidade através do questionamento. Assim, faz-se necessá-
rio desvencilhar-se de todo o pensamento incutido pelo mundo externo 
para, então, construir uma nova forma de pensar, livre de interferências 
que diminuem a veracidade dos fatos. Dessa forma: 
(...) o pensador francês promove a razão, informada pelas regras do método, 
à condição de guia supremo do processo de conhecer. Ao teorizar sobre a 
racionalidade, ele promove uma separação entre mente e corpo, entre ma-
téria e pensamento, e entre a razão e as demais formas de conhecimento, 
nascendo daí a ruptura da ciência com o sensível, a natureza, a imaginação 
e o sagrado (ÁVILA ARAÚJO, 2004, p.133-134). 
Para atingir esse método, Descartes propõe quatro regras: evi-
dência, análise, síntese e enumeração. Tais regras seriam uma forma 
de organização sistemática do pensamento, para a investigação minu-
ciosa do conhecimento verdadeiro, autêntico e autônomo. Em suma, o 
princípio fundamental de todo o método cartesiano era a dúvida – este 
seria o ponto de partida para a sabedoria do homem moderno.
1 DESCARTES, RENÉ. Discurso do método. São Paulo: Escala Educacional,2006.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
1. (Adaptada) Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: SECULT-CE 
Cargo: Analista de Cultura 
Relacione corretamente as frases e ideias apresentadas a seguir 
com os respectivos autores, numerando a Coluna II de acordo com 
a Coluna I.
Coluna I 
1. Tudo é fluxo. 
2. Conhece-te a ti mesmo. 
3. Virtudes para uma boa vida
4. Mito da caverna
Coluna II
( ) Platão 
( ) Sócrates 
( ) Heráclito 
( ) Aristóteles
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
A) 3, 4, 2, 1.
B) 4, 2, 3, 1.
C) 2, 4, 1, 3.
D) 4, 2, 1, 3.
 
QUESTÃO 02
2. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Cargo: Professor 
Chaui (2005) afirma que Aristóteles considerava o ponto mais alto 
da Filosofia, a metafisica e a teologia, de onde se derivam todos os 
outros conhecimentos. Afirma também, que a partir daí, definiu-se 
o grande campo da investigação filosófica que se desdobrou, até o 
século XIX, em 3 aspectos: o da ontologia, o dos valores e o epis-
temológico.
Levando-se em conta o que é dito pela autora, os campos de inves-
tigação da Filosofia derivados da posição aristotélica são os conhe-
cimentos: 
A) cosmológico, antropológico e teologia
B) gnosiológico, empírico-formal e lógica
C) do senso-comum, mítico e cientifico
D) abstrato, formal e empírico
E) do ser; das ações humanas e da capacidade humana de conhecer
QUESTÃO 03
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3. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEDU-ES Cargo: Professor
Sócrates nada deixou escrito. Suas ideias foram divulgadas por 
seus discípulos Platão e Xenofonte. Nas conversas com seus dis-
cípulos, privilegia as questões morais. Aprendemos de Sócrates 
que o conhecimento resulta de uma busca contínua, enriquecida 
pelo diálogo, que corresponde ao filosofar. 
Sócrates é responsável por um método dialógico que se compõe 
de dois momentos. As etapas do método socrático são: 
A) a dialética e a argumentação
B) a ironia e a maiêutica 
C) o juízo e o raciocínio
D) a proposição e a discussão
E) a tese e a antítese
QUESTÃO 04
4. Ano: 2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Cargo: Professor 
São Tomás de Aquino, principal representante da __________, de-
senvolve um pensamento profundamente ligado ao de __________. 
Seu papel principal foi o de organizar as verdades da religião e de 
harmonizá-las com a filosofia. Para ele, então, a __________ criada 
por Deus, e a __________, revelação de Deus, não podem entrar em 
__________, porque procedem do mesmo Princípio. 
Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do 
texto apresentado. 
A) Escolástica – Aristóteles – razão – fé – contradição.
B) Patrística – Platão – razão – fé – conflito.
C) Escolástica – Aristóteles – fé – razão – acordo.
D) Patrística – Platão – fé – razão – contradição.
E) Sofística – Sócrates – razão – fé – conflito
QUESTÃO 05
5. Leia o trecho a seguir: “[…] é quase impossível que nossos juí-
zos sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivéssemos 
tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso nascimento, 
e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.” 
(DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fon-
tes. 1996, p. 17).
A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de se 
pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em mode-
los matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir como guia 
para o conhecimento da realidade. Sobre o método cartesiano, é 
correto afirmar que:
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A) tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da Razão Pura”
B) consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênteses”, ope-
rando assim em uma “redução fenomenológica”
C) foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos a Descar-
tes, não tendo assim exercido influência em nenhuma geração posterior
D) consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, reconduzir o pen-
samento à possibilidade da realidade, processo que se sintetiza na fra-
se: “penso, logo existo”
E) tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio a filosofia 
escolástica
QUESTÃO DISSERTATIVA (com adaptações)
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Cargo: Professor - Filosofia
Texto associado 
Mas é naturalque tais amizades não sejam muito frequentes, pois que 
tais homens são raros. Acresce que uma amizade dessa espécie exige 
tempo e familiaridade. Como diz o provérbio, os homens não podem 
conhecer-se mutuamente enquanto não houverem “provado sal juntos”; 
e tampouco podem aceitar um ao outro como amigos enquanto cada 
um não parecer estimável ao outro e este não depositar confiança nele. 
Os que não tardam a mostrar mutuamente sinais de amizade desejam 
ser amigos, mas não o são a menos que ambos sejam estimáveis e o 
saibam; porque o desejo da amizade pode surgir depressa, mas a ami-
zade não. Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, 
p. 382 (com adaptações)
Tendo o texto precedente como referência inicial – Explique o conceito 
de virtude, em Aristóteles. 
QUESTÃO INÉDITA
Analise o trecho da canção “Como uma onda”, de Lulu Santos, e 
assinale a alternativa correta:
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XFa73hlzR-4
“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará/
A vida vem em ondas Como um mar/
Num indo e vindo infinito”.
A) o trecho destacado pode ser relacionado com o pensamento racional 
de René Descartes
B) a ideia de uma onda que vai e vem remonta ao filósofo Platão e o 
dualismo corpo e alma
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C) é possível compreender, a partir da canção, um pouco da concepção 
de fluxo, de Sócrates
D) a trecho pode ser relacionado com a filosofia de Heráclito e sua ideia 
de fluxo
E) não é possível relacionar este trecho da canção com a Filosofia
NA MÍDIA
FILOSOFIA É USADA COMO GUIA PARA VIVER MELHOR
Ensinamentos de pensadores clássicos prometem revolucionar até 
mesmo a terapia. Entenda como esses sábios do passado podem nos 
ajudar com os problemas de hoje 
Tiago Cordeiro | Ilustrações: André Bergamin 
Veja a matéria na íntegra em: 
h t t p : / / r e v i s t a g a l i l e u . g l o b o . c o m / R e v i s t a / C o m -
mon/0,,ERT299871-17773,00.html
NA PRÁTICA
As indagações acerca dos dilemas e das questões que permeiam a vida 
humana, fazem parte de uma longínqua trajetória percorrida pela his-
tória do pensamento ocidental. O dia-a-dia do trabalho, as obrigações 
cotidianas, as preocupações diversas, muitas vezes impossibilitam o 
olhar mais atento e reflexivo para a vida. Ao negligenciar os sentimentos 
e as emoções, o sujeito passa a alienar-se de suas próprias necessida-
des e desejos, por não ter um conhecimento profundo sobre si mesmo. 
A filosofia se coloca como uma base para uma série de conhecimentos 
práticos, sobretudo o autoconhecimento, a tomada de decisões, a sabe-
doria, a maturidade – que são elementos fundamentais num processo 
psicoterapêutico. Assuntos como: amor, trabalho, política, problemas 
sociais, modos de vida, costumes, crenças, enfim, uma série de temáti-
cas que, inevitavelmente, chegam para o psicólogo todos os dias, seja 
no campo clínico ou institucional, social ou organizacional. 
DICA DE VÍDEO
Filosofia e felicidade, com Marcia Tiburi e Mario Sergio Cortella
“O que é felicidade? Essa é uma pergunta que acompanha a humani-
dade, há séculos, e que, com o passar do tempo vai ganhando inter-
pretações diferentes, de acordo com o comportamento, a cultura e a 
identidade de uma época”. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=W_1EtLeJEh0
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“A história das ciências é um tecido de juízos implícitos sobre o valor dos 
pensamentos e das descobertas científicas. O papel da epistemologia é de 
explicitá-los”.
(JAPIASSU, Hilton)
“Cada indivíduo aprende a ser homem”.
(LEONTIEV)
O presente capítulo “A psicologia como ciência” tem como ob-
jetivo central contextualizar a Psicologia e seu desenvolvimento cientí-
fico, assim como suscitar uma breve discussão em torno de seu objeto 
de estudo: a subjetividade humana. A partir disso, buscar-se-á ressaltar 
uma das grandes questões no campo das ciências: a relação sujeito-
-objeto e o debate acerca da dicotomia objetividade-subjetividade. A 
A PSICOLOGIA NOS
CAMINHOS DA CIÊNCIA
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discussão em torno da ciência – principalmente quando se trata do grau 
de cientificidade de um saber – aponta para um aspecto importante na 
construção do conhecimento: a objetividade. Ora, aquilo que é cientí-
fico é comprovado e torna-se um estudo objetivo, delimitado pelo seu 
campo de atuação e seu arcabouço teórico-metodológico. Mas, como 
lidar com essa questão quando o interesse científico é voltado para os 
elementos subjetivos da vida humana? Como analisar comportamento 
e subjetividade? Estes e outros questionamentos são inerentes ao pro-
cesso de consolidação do campo da Psicologia.
No site do Conselho Federal de Psicologia você pode conferir 
uma linha do tempo da Psicologia no Brasil. O material faz parte do Pro-
jeto Memórias da Psicologia Brasileira. 
Acesse: https://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-da-
-psicologia-brasileira/outros/
Para BOCK (1989, p. 23) “a identidade da Psicologia é o que a 
diferencia dos demais ramos das ciências humanas, e pode ser obtida 
considerando-se que cada um desses ramos enfoca o homem de ma-
neira particular”. Dessa forma, o tema da subjetividade suscita inúmeras 
questões para debate, principalmente no que se refere à formação do 
sujeito enquanto ser biopsicossocial. Este é o principal papel da Psico-
logia: compreender a diversidade que marca os aspectos subjetivos, 
sociais e cognitivos dos indivíduos em permanente construção. Além 
disso, é importante ressaltar que toda subjetividade é situada sócio-his-
toricamente e, por isso, cada sujeito possui sua singularidade e sua for-
ma de ser/estar no mundo. Diante desse debate, a Psicologia percorre 
diferentes caminhos (às vezes divergentes) para estudar e compreen-
der as dimensões da vida humana: comportamentos, sentimentos, rela-
ções, políticas, questões sociais. Assim, é possível afirmar que:
Nossa matéria-prima, portanto, é o homem em todas as suas expressões, 
as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as 
singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos to-
dos assim) – é o homem – corpo, homem afeto, homem ação e tudo isso 
está sintetizado, isso está no termo subjetividade. A subjetividade é a síntese 
singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos 
nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural 
(BOCK, 1989, p. 24). 
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Através de diversos olhares, por meio de múltiplos instrumen-
tos, esse campo do conhecimento busca cada vez mais engajar-se na 
vida social e possibilitar novas formas de enxergar as pessoas. Barros e 
Passos analisam a noção de ‘campo’ da Psicologia e afirmam que “es-
tamos frequentemente tão engajados nele que já não poderíamos dis-
criminar as forças que o constituem, ao mesmo tempo que nele somos 
constituídos como uma de suas partes integrantes”. Os autores também 
alertam para a condição crítica das práticas psicológicas em seu duplo 
significado: pela atividade de crítica e como situação de crise – aspec-
tos que marcam o processo de consolidação deste campo. Por fim, eles 
apontam para o seguinte questionamento: “E do que partimos quando 
nos engajamos neste campo?” (BARROS & PASSOS 2000, p.78). 
CONTEXTUALIZAÇÃO: O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA E SEU 
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO 
Imagem 5. Wilhelm Wundt
 
Fonte: Psicoativo, 2016.
A Psicologia surgiu, enquanto uma disciplina científica, a partir 
do século XIX, através dos estudos de Wilhelm Wundt e William James, 
com o objetivo principal de investigar o comportamento humano através 
de estudos experimentais acercado funcionamento da mente. 
Um dos precursores deste campo foi o médico Wilherm Wundt 
(1832 – 1920). Considerado o “pai da Psicologia”, fundou o primeiro 
laboratório experimental na área, no ano de 1879, na Alemanha. Ele 
marca uma divisão da ciência psicológica experimental e social. Seu 
método era baseado na percepção sensorial e na descrição de elemen-
tos da experiência imediata por indivíduos treinados. Segundo Abib:
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Para Wundt [1897]), psicologia como ciência é psicologia empírica. E, como 
tal, interpreta a experiência psíquica a partir da própria experiência psíqui-
ca; deduz os processos psíquicos de outros processos psíquicos; faz uma 
interpretação causal de processos psíquicos com base em outros processos 
psíquicos; não recorre a substratos diferentes desses processos, tais como 
uma mente-substância ou processos e atributos da matéria, para explicá-los 
(ABIB, 2009, p.197). 
A partir dos estudos de Wundt, a Psicologia passava a ocupar 
um lugar no campo da ciência, através do princípio da comprovação sis-
temática e da experimentação. Dentro de um ideal positivista (corrente 
filosófica predominante no século XIX) as ciências humanas buscavam 
consolidar-se, com seus métodos e objetivos próprios e a preocupação 
do estudo do homem e suas relações em sociedade. Segundo Freire 
(1997), Wundt estudava os processos mentais através de métodos ex-
perimentais pertencentes às outras ciências. Os fundamentos de seu 
trabalho consistiam na observação, experimentação e quantificação. 
William James (1842 – 1910), por sua vez, é considerado o pai 
da psicologia funcional. Considerado o pai da nova psicologia ameri-
cana, sua ênfase no funcionalismo era baseada na teoria da evolução 
humana e, por isso, para ele a Psicologia era uma ciência natural, ou 
uma “esperança de ciência” relacionada diretamente com os aspectos 
físicos e cerebrais (ABIB, 2009). 
Imagem 6. William James
 
Fonte: Livraria Cultura, 2017. 
O funcionalismo, de forma geral, tratava do caráter adaptativo 
da consciência e questionava qual seria a função da mente, através de 
uma visão pragmática e instrumental. Dessa forma, Freire (1997, p.102) 
enfatiza que a questão passa a ser de ordem mais prática, dentro da 
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qual o homem se adapta ao meio físico e social, pois: “a psicologia, para 
o funcionalismo, é o estudo da vida psíquica, considerada como um 
instrumento de adaptação ao meio”. 
Em suma, as primeiras experiências da Psicologia buscaram de-
senvolver um papel teórico e metodológico de acordo com as premissas 
científicas modernas, voltadas às ciências naturais. Segundo Nunes: 
Apesar da unidade do homem com a natureza, as ciências naturais são com-
pletamente diferentes das ciências humanas. Há dois tipos de experiências 
a serem apreendidas: a externa e a interna (...). O objeto das ciências huma-
nas consiste em apreender a realidade histórica e social naquilo que ela tem 
de singular e individual, bem como estabelecer as regras e os fins de seu 
desenvolvimento (NUNES, 2003, p.67). 
É dentro deste contexto maior que surge a necessidade de di-
ferenciação entre as ciências naturais e exatas e as ciências cujo princi-
pal foco de análise era o homem e sua relação com o meio, e ainda, dos 
fenômenos psíquicos e subjetivos. Dilthey (1883 apud NUNES, 2003), 
foi um historiador que defendeu uma epistemologia autônoma das ciên-
cias humanas e conferiu a elas um caminho próprio através de um mé-
todo compreensivo, diferentemente do explicativo atribuído às ciências 
naturais. De acordo com o autor, o homem é o criador do meio social em 
que vive e é isso que confere às ciências humanas uma historicidade.
Assista ao vídeo: Wilhelm Wundt: Por que ele é o Pai da Psico-
logia Moderna? do canal Psicoativo TV. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=-D-FaDcn75c
O OBJETO DE INVESTIGAÇÃO DA PSICOLOGIA: O DESAFIO DA 
CIENTIFICIDADE
A partir das transformações ocorridas na sociedade ocidental, so-
bretudo no século XIX, as ciências humanas começaram a conquistar um 
espaço no estudo e na compreensão do homem, não somente como um 
corpo biológico, mas um ser social, que vive, que trabalha, se relaciona 
com o mundo. Toda a esfera na qual ele está inserido deveria, pois, ser 
analisada, compreendida. Desse modo, disciplinas como a Sociologia, An-
tropologia, Psicologia, vão de encontro com essa nova preocupação cien-
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tífica. É nessa perspectiva que DOSSE (2004) pensa as ciências humanas 
como disciplinas interpretativas, que outrora se separaram da Filosofia, na 
tentativa de adquirir sua autenticidade como ciência. Mas atualmente se 
reaproxima, assimilando as teorias filosóficas em suas abordagens. 
A consolidação da Psicologia no meio científico construiu-se, prin-
cipalmente, em torno da natureza de seu objeto de investigação: a subjeti-
vidade humana - as questões mentais, os sentimentos, o comportamento 
de forma geral. De acordo com este pressuposto, Castañon (2009) elucida 
alguns dos problemas ontológicos da Psicologia quanto à inserção de seu 
objeto de estudo no campo científico: da natureza inquantificável do objeto 
da psicologia; da impossibilidade de o sujeito ser ao mesmo tempo objeto; 
da indivisibilidade do fenômeno psíquico; da alteração do objeto da psico-
logia pela interação e pelo conhecimento, entre outros. 
Nota-se que um dos objetivos centrais nessa discussão acerca 
da cientificidade era a questão do método como uma importante ferra-
menta das produções científicas. Figueiredo aponta para a constituição 
de um “sujeito epistêmico pleno”, consciente de si e senhor absoluto de 
sua consciência, ou seja, um sujeito construído metodologicamente. “Ao 
método caberia a tarefa de expurgar de cada sujeito tudo aquilo que o 
tornasse suspeito, não confiável, irregular” (FIGUEIREDO, 1995, p.17).
Portanto, o desafio principal era conferir cientificidade a um 
material incomensurável, não quantificável como outros processos ex-
perimentais relativos a diferentes áreas do conhecimento. Diante deste 
pressuposto, como seria definida a subjetividade? De que forma passou 
a ser estudada cientificamente? Essas questões são de grande rele-
vância no processo de consolidação do campo da Psicologia, principal-
mente no que se refere à delimitação de seu “objeto” de estudo. Diante 
disso, é válido ressaltar que:
Tratar do nascimento de um sujeito nos domínios da Psicologia implica fa-
lar da sua colocação como objeto para um discurso científico socialmente 
autorizado a enunciar verdades a respeito de instâncias psicológicas que 
compõem este sujeito (...) universalizando-as, substancializando-as e natu-
ralizando-as ancorado nas objetividades do corpo e da natureza, bem ao 
estilo do modelo de ciência da época (PRADO FILHO, 2007, p.14). 
Nesse sentido, as temáticas referentes ao universo psíquico 
direcionavam-se para a “compreensão do significado da experiência 
humana, e não a busca de teorias de aplicação generalizada” (CAS-
TAÑON, 2009). Essa discussão sobre o caráter científico da Psicologia 
(e das ciências humanas em geral) ainda persiste até os dias atuais, 
tanto no universo acadêmico como no mercado de trabalho. É importan-
te reconhecer esse histórico de construção do conhecimento, pois é a 
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partir dele que se edificam as bases da profissão do psicólogo (a), suas 
formas de atuação, suas ferramentas teórico-metodológicas, enfim, seu 
espaço singularizado na sociedade. 
Sobre o papel do (a) psicólogo (a) na sociedade, recomenda-
mos o Vídeo Institucional - Papel do psicólogo em todos os lugares, no 
canal do CRP – SC. 
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=Oc1vjYVT5ak
 A SUBJETIVIDADE HUMANA: ALGUMASDEFINIÇÕES 
Imagem 7. Fluxos mentais
Fonte: YouTube, 2017.
Segundo o dicionário Michaelis2 , sub•je•ti•vi•da•de significa:
1. Caráter ou qualidade de subjetivo;
2. Filos. Aquilo que se relaciona unicamente a um indivíduo, 
sendo inacessível a outrem;
3. Característica de todos os fenômenos psíquicos que se rela-
cionam ao próprio indivíduo e considerados por ele seus.
O conceito de subjetividade é intrínseco ao paradigma histórico 
e cultural de cada teoria.Em linhas gerais, há vários olhares e definições 
diferentes, a partir de estudos e suas respectivas linhas teóricas, mas 
é possível destacar, pelo menos, duas concepções que norteiam essa 
2 Dicionário eletrônico. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
busca/portugues-brasileiro/SUBJETIVIDADE/
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discussão: de um lado, a subjetividade pode ser explicada a partir do 
campo intrapsíquico, diretamente ligado aos aspectos mentais e indivi-
duais. Por outro lado, o sentido pode estar relacionado com o meio no 
qual o indivíduo vive, suas experiências, sua relação com o contexto 
social. É importante compreender que uma visão não exclui a outra, 
necessariamente, uma vez que a subjetividade não é cindida, fragmen-
tada entre individual/social. Ela é composta por esses dois universos 
repletos de outros fatores. 
Entretanto, do ponto de vista teórico-metodológico, ao longo 
da história da Psicologia, essa questão protagoniza uma série de con-
cepções que se complementam e também se distanciam. Este capítulo 
não alongará o tema, mas o próximo fará um apanhado geral das prin-
cipais vertentes da Psicologia, o que explica, de certa forma, o sentido 
da subjetividade e como ela se constrói de acordo com cada visão. De 
acordo com esta premissa, Abib entende que: “Como práticas culturais 
ou culturas, tradições de pensamento psicológico se constituem como 
práticas de pesquisa, com desfechos favoráveis para algumas e desfa-
voráveis para outras” (ABIB, 2009, p. 199). 
São estas práticas culturais formadoras do pensamento psi-
cológico que influenciam na forma como o comportamento humano é 
trabalhado e na construção de sentido da subjetividade, ou melhor, das 
subjetividades múltiplas. Portanto, enquadrar o comportamento humano 
e todas as suas formas de relação com o mundo numa visão determi-
nista é reduzir demasiadamente seu caráter diverso. Um dos principais 
conceitos que marcam os estudos e práticas em Psicologia é a ideia do 
inconsciente e sua influência na formação do sujeito. De acordo com 
uma visão psicanalítica, o aparelho psíquico possui compartimentos em 
que censura e reprime determinados fatos da vida. 
Para complementar o assunto, recomendamos a você a fala do 
professor Christian Dunker: “Nascimento da Psicologia: Sujeito ou objeto?”. 
 Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=i3t5PH0kAbE
Dessa forma, essas lembranças que ressurgem no decorrer do 
tempo trazem à tona questões que atuam diretamente na subjetividade, 
uma vez que:
O processo de constituição subjetiva está intimamente relacionado com a 
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concepção de que o campo do sujeito é efeito, em especial, da linguagem e 
de uma trama de relações pré-existentes ao nascimento, constituindo o que 
será o mito fundador de uma história singular. O sujeito, para a psicanálise, 
é aquele que se constitui na relação com o Outro através da linguagem (TO-
REZAN e AGUIAR, 2011). 
O sujeito, de um ponto de vista psicanalítico, compõe-se por 
meio do desejo, e é ele que vai “guiar” a sua construção subjetiva e a 
forma como se coloca diante da vida. A partir dessa dinâmica psíquica 
os processos de subjetivação se desenvolvem com base nos impulsos 
do Inconsciente (o capítulo 3, desta unidade, abordará com mais deta-
lhes a Teoria Psicanalítica).
Dentro de uma visão histórico-cultural, Gonzáles Rey enfatiza 
a noção de sujeito e subjetividade de acordo com um processo dialético. 
Sua ideia consiste em anular a dicotomia entre social e individual, numa 
tentativa de apresentar o sujeito como um agente ativo dentro de seu 
contexto histórico-social. Para ele, a subjetividade não se internaliza, 
não vem como algo externo ao indivíduo, ou seja: 
Trata-se de compreender que a subjetividade não é algo que aparece somen-
te no nível individual, mas que a própria cultura dentro da qual se constitui 
o sujeito individual, e da qual é também constituinte, representa um sistema 
subjetivo, gerador de subjetividade (REY, 2005, p. 78).
Entende-se, assim, que o conceito de subjetividade não é fixo 
e imutável, como, por exemplo, ocorre com a personalidade. Muitas ve-
zes, os dois termos se confundem, sugerindo a forma de ser/estar de 
um sujeito. Entretanto, ao falar em personalidade, vem à tona uma ideia 
de ‘jeito’ de ser ou maneiras de se comportar, como um conjunto de 
atributos de um indivíduo. 
Assista à palestra do professor citado acima, Fernando Gonzaléz 
Rey: "A Teoria da Subjetividade e a Epistemologia Qualitativa na Pesquisa".
Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=lnRAwQUjjLs
A subjetividade, por sua vez, pode apontar para uma noção 
de constituição e formação do ser humano que é constante e está vin-
culada a uma variedade de fatores. Ela representa uma das categorias 
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mais singulares do sujeito. É aquilo que ele pode ter de mais genuíno 
e autêntico. De acordo com um enfoque Histórico-cultural, a subjetivi-
dade é constituída dentro do quadro social. “Todo processo psicológico 
é volitivo, sendo que a vontade é inicialmente social, interpsicológica e 
posteriormente intrapsicológica” (MOLON, 2003, p.91). 
Nesse sentido, a Teoria Histórico-cultural propõe uma relação 
dialética das dimensões interpsicológica e intrapsicológica. Para Vygo-
tsky, as funções psicológicas superiores formam-se primeiro no coletivo 
para, depois, transformarem-se em funções da personalidade. O social 
constitui o sujeito ao mesmo tempo em que é constituído por ele.
Na atividade animal, o desenvolvimento biológico é dado de modo 
imediato, ausente de consciência, sem constituir cultura e sem apropriação 
de um conhecimento histórico de atividades, exercendo apenas as funções 
psicológicas inferiores (inatos como, por exemplo, virar o pescoço na dire-
ção de um ruído) de acordo com sua filogênese (naturais da espécie).
O homem, por sua vez, além de apresentar essas funções psi-
cológicas inferiores, dadas a priori, apresenta as funções psicológicas 
superiores que se originam de modo sociocultural, como a apropriação 
da linguagem, a sua lógica e capacidade de aprendizado social media-
do. “O homem definitivamente formado possui já todas as propriedades 
biológicas necessárias ao seu desenvolvimento sócio-histórico ilimitado” 
(LEONTIEV, 1978, p. 263). Assim, o que constitui o ser humano é a sua 
capacidade de apropriação e objetivação da realidade por mediação.
Para complementar seus estudos acerca das definições do 
conceito de subjetividade, indicamos a seguinte leitura:
LEONTIEV, Alexis. O homem e a cultura. In: O desenvolvimen-
to do psiquismo.
Apropriação/ objetivação
Na Teoria Histórico-cultural apropriação e objetivação são con-
ceitos fundamentais para o processo de humanização. Apropriação é a 
reorganização das habilidades motoras e psíquicas, é através dela que o 
individuo cria novas aptidões; já a objetivação é o resultado de uma práti-
ca social. De acordo com Duarte, a relação entre apropriação e objetiva-
ção se dá na produção de instrumentos: “o homem se apropria da nature-
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za objetivando-se nela para inseri-la em sua atividade social” (DUARTE, 
1996, p. 35). 
Essa relação impulsiona o desenvolvimento histórico e, ao mes-
mo tempo, é constituída por ele. Nesse processodialético, a apropriação 
de um objeto gera novas necessidades e, na medida em que o homem se 
apropria, ele se objetiva, se humaniza. Ambos os processos, apropriação 
e objetivação, acontecem constantemente durante toda a vida do indiví-
duo, aprimorando cada vez mais suas capacidades motoras e psíquicas. 
“Cada processo de apropriação e objetivação gera a necessidade de no-
vas apropriações e novas objetivações” (Ibidem, p.120).
Para resumir o pensamento central de Vygotsky destacam-se 
algumas palavras-chave, tais como: sociabilidade do homem; intera-
ção social; signo e instrumento; cultura; história; entre outros conceitos 
(IVIC, 1994).
Mediação
Para Vygotsky, mediação é a principal categoria da Teoria His-
tórico-cultural, ao contrário de Luria e Leontiev, que a consideravam 
apenas um conceito. Não é propriamente um conceito, mas sim, uma 
categoria pela qual o homem consegue chegar à aprendizagem, não 
é um terceiro na relação sujeito-objeto, mas está inserido dentro dela. 
Dessa forma, afirma-se que: 
A mediação é processo, não é o ato em que alguma coisa se interpõe; me-
diação não está entre dois termos que estabelecem uma relação. É a própria 
relação. (...) A mediação não é presença física do outro, não é a corporeidade 
do outro que estabelece a relação mediatizada, mas ela ocorre através dos 
signos, da palavra, da semiótica, dos instrumentos de mediação. A presença 
corpórea do outro não garante a mediação (MOLON, 2003, p.102).
Os instrumentos têm a função de transformar o objeto, ope-
rando exatamente dessa forma. Para Vigotski todo instrumento é um 
estímulo, mas nem todo estímulo é um instrumento (VIGOTSKI, 1996). 
Ambos (signos e instrumentos) são atividades mediadas que possuem 
naturezas diferentes, mas que estão interligadas. A partir desse pres-
suposto observa-se que o mais subjetivo dos pensamentos é também 
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intermediado por aspectos do processo histórico-social da vida de um 
indivíduo. A subjetividade é construída, portanto, no decorrer da história 
de cada um. O homem é um ser de natureza social e constrói-se como 
humano a partir de suas relações em sociedade. 
Imagem 8. Lev Vygotsky
 
Fonte: Instituto Net Claro Embratel, 2018.
São inúmeras as definições acerca do tema da subjetividade, 
sobretudo ao se tratar das questões: indivíduo/sociedade, psíquico/social 
e tantas outras reflexões que este assunto promove. Não se trata aqui 
de abarcar toda essa discussão, mas de apresentar alguns eixos para 
desenvolver o debate em questão neste tópico. Falar em subjetividade é 
como pensar no “objeto primordial”, quase mítico que é a mente, como 
um resultado e efeito das relações diversas e não universais. “A subje-
tividade se produz na relação das forças que atravessam o sujeito, no 
movimento, no ponto de encontro das práticas de objetivação pelo saber/
poder com os modos de subjetivação” (PRADO FILHO, 2007, p.17).
Este mundo psíquico precisa ser pensado dialeticamente com 
outros elementos da vida humana, pois pensar o indivíduo é também 
refletir toda a sua história, sua cultura, seu modo de viver. De acordo 
com Rey (2005), a subjetividade não é internalizada pelo sujeito, como 
algo externo, mas sim, forma-se através de um sistema subjetivo que 
considera o social e o individual em relação, e não isolados um do outro. 
Assim, é possível definir que: 
A singularidade é o que distingue um homem de outros, é o que o torna único 
na ontogênese humana. A singularidade é produto da história das condições 
sociais e materiais do homem, a forma como ele se relaciona com a natureza 
e com outros homens. Conforme a complexificação dessas relações (que 
foram perdendo o caráter eminentemente imediato para mediato), o indivíduo 
se distancia das relações imediatas, apropria-se das mediações e objetiva 
outras (SILVA, 2009, p. 172). 
Diante desses apontamentos, é possível pensar numa clínica 
transdisciplinar, que se constitui não somente como espaço físico, mas 
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como sistema aberto, no qual são construídos os modos de subjetivação, 
a partir de uma polifonia que contempla as inúmeras variáveis da subjeti-
vidade humana, pois “não se trata de modo algum de reunir, unificar, mas 
de construir redes por ressonâncias, deixar nascer mil caminhos que nos 
levariam a muitos lugares” (PASSOS & BARROS, 2000, p.78). 
No site do Conselho Federal de Psicologia você pode ter aces-
so à diversas indicações bibliográficas dessa área. 
Acesse: https://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-da-
-psicologia-brasileira/livros/
Imagem 9. O grito, de Edvard Munch. 1893.
Fonte: Cultura Mix, 2011. 
Assim, o estudo desse emaranhado subjetivo deve ser caute-
loso quanto às visões reducionistas, que ora podem ser pautadas so-
mente na perspectiva individual (como se a relação sujeito-subjetivida-
de fosse exclusivamente interna, sem outras associações), ora na visão 
restrita no meio social, internalizado pelo sujeito e responsável por todo 
o seu desenvolvimento psíquico. Nas palavras de Bock: 
Podemos dizer que a subjetividade não só é fabricada, produzida, moldada, 
mas também é automoldável, ou seja, o homem pode promover novas for-
mas de subjetividade, recusando-se ao assujeitamento à perda de memória 
imposta pela fugacidade da informação (...). Estudar a subjetividade, nos 
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tempos atuais, é tentar compreender a produção de novos modos de ser, isto 
é, as subjetividades emergentes, cuja fabricação é social e histórica (BOCK, 
1989, p. 24). 
Portanto, entende-se que a Psicologia direciona-se à multipli-
cidade dos sujeitos e oferece seu repertório para compreendê-la, res-
peitá-la e potencializá-la, diante de toda imprevisibilidade que marca a 
existência humana. Não há como restringir a subjetividade a um objeto 
inerte e mensurável, dada a complexidade de sua natureza. No próximo 
capítulo desta unidade serão abordadas algumas das principais linhas 
teóricas da Psicologia através de um panorama geral que busca com-
preender o sujeito e a formação da subjetividade.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
1. Ano: 2012 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: MPE-AL Cargo: Psicólogo 
Wilhelm Wundt foi o fundador da Psicologia como disciplina aca-
dêmica formal. Ele instalou o primeiro laboratório, lançou a pri-
meira revista especializada e deu início à Psicologia Experimental 
como ciência. Qual a opção abaixo sobre esta fase das bases das 
Teorias e Sistemas Psicológicos está correta? 
A) Sensação, percepção, atenção, sentimentos, reação e associação 
não foram temas das pesquisas de Wundt. 
B) As criações de Fechner são posteriores a Psicologia como ciência. 
C) O uso do termo “Psicologia Experimental” não é de autoria de Wundt. 
D) A Psicologia Experimental de Wundt tratou do desenvolvimento men-
tal humano expresso na linguagem, nas artes, nos mitos, nos costumes 
sociais, na lei e moral. 
E) As publicações de Wundt inauguram a divisão da ciência psicológica 
entre Psicologia Experimental e Psicologia Social.
QUESTÃO 02
2. (Adaptada) Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: Conselho Federal 
de Psicologia Cargo: Especialidade em Psicologia Social
Philip Zimbardo, conhecido pesquisador estadunidense e profes-
sor da Universidade de Stanford, foi responsável por um polêmico 
estudo experimental no qual simulou num laboratório as condi-
ções de uma prisão (1971). O experimento precisou ser cancelado, 
mas repercute até hoje. Inspirado neste experimento, foi realizado 
um filme em 2010 que, em português, recebeu o nome de: 
A) A noite dos desesperados
B) Fome de viver
C) Acossados
D) O experimento 
E) Experiência macabra
QUESTÃO 03
3. Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: CFP Cargo: Especialista em 
Psicologia - Clínica 
Naquestão da validação do conhecimento psicológico que se 
apresenta como sendo científico, é correta a afirmação de que: 
A) há um abandono no intento de fazer repousar o conhecimento cien-
tífico em bases sólidas e inquestionáveis. 
B) há que se atingir um conhecimento imediato e indiscutível. 
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C) é consenso que o conhecimento científico só é reconhecido com 
bases na tradição cartesiana.
D) não se pode fugir de projetos epistemológicos da modernidade, de 
inspiração Baconiana.
E) todos os pressupostos deverão ser verificados ou refutados. 
QUESTÃO 04
4. Ano: 2016 Banca: Gestão Concurso Órgão: Consurge - MG Car-
go: Psicólogo 
Há uma afirmativa no senso comum que diz: “de psicólogo e louco, 
todo mundo tem um pouco”; como, por exemplo, quando se ouve 
o problema de um amigo, ajudando a solucioná-lo. No entanto, o 
senso comum não é ciência. Para ser uma ciência, torna-se neces-
sário fundamentá-lo em bases científicas. 
Nesse contexto, é CORRETO afirmar:
A) A Psicologia é um ramo das ciências naturais que utiliza métodos 
científicos para o estudo do ser humano em toda a sua amplitude de 
mente e de corpo. 
B) A Psicologia utiliza-se de técnicas como o tarô, a astrologia, a qui-
romancia, entre outras práticas associadas ao saber psicológico para 
resolução dos problemas humanos.
C) A Psicologia é uma área das Ciências Humanas que estuda o com-
portamento e a psique humana e vem se desenvolvendo na história 
desde 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro Laboratório de Ex-
perimentos em Psicofisiologia.
D) A psicologia é uma área das Ciências Sociais que parte de observa-
ções empíricas do comportamento humano no cotidiano com foco em 
condutas anormais como: fobias, alucinações, agressividade, descon-
trole emocional, entre outros aspectos. 
E) Todas as afirmativas estão corretas. 
QUESTÃO 05
5. Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: Conselho Federal de Psicolo-
gia Cargo: Especialidade em Psicologia Social
De acordo com Furtado, O.: “... o repertório de ‘ideias’ de uma de-
terminada cultura, de uma determinada nação, de um grupo social, 
tem como base o processo histórico do desenvolvimento das for-
ças produtivas e, ao mesmo tempo, acaba influindo no próprio pro-
cesso econômico, ou seja, no desenvolvimento das formas subje-
tivas de expressão desse processo de desenvolvimento”. O autor 
está discutindo: 
A) que a subjetividade coincide com a noção popular de “ideia”
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B) sobre as “dimensões subjetivas da realidade”
C) sobre desenvolvimento humano como foco da análise psicológica
D) que a objetividade é central no estudo da psicologia social
E) que o repertório de “ideias” enquanto ideologia influencia as forças 
produtivas
QUESTÃO DISSERTATIVA 
Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: Conselho Federal de Psicologia Car-
go: Especialidade em Psicologia Social - (Adaptada)
GONZÁLEZ REY (2004, p.125) afirma: “A subjetividade permite uma 
reconstrução não só da psique individual, como também das várias for-
mas de produção psíquica, próprias dos cenários sociais em que vive o 
homem, assim também da própria cultura”.
De acordo com o fragmento citado, explique o conceito de subjetividade 
proposto pelo autor. 
QUESTÕES INÉDITAS
1. Um dos principais desafios da Psicologia científica moderna foi:
A) a sua indissociabilidade da Filosofia
B) o caráter especulativo de seus estudos
C) a natureza não quantificável de seu objeto de estudo
D) a falta de observação em suas pesquisas
E) nenhuma das alternativas
2. William James é considerado o pai do funcionalismo. A principal 
característica dessa abordagem era:
A) explicações meramente filosóficas
B estudo do inconsciente
C) o caráter adaptativo da consciência
D) o método da introspecção
E) todas as alternativas estão corretas
3. “A subjetividade se produz na relação das forças que atraves-
sam o sujeito, no movimento, no ponto de encontro das práticas 
de objetivação pelo saber/poder com os modos de subjetivação” 
(PRADO FILHO, 2007, p.17).
De acordo com o fragmento acima:
A) a subjetividade não faz parte do campo científico
B) existem forças que impedem o sujeito de construir sua subjetividade
C) a produção de subjetividade faz parte de um jogo de forças
D) não há subjetividade nas práticas de objetivação
E) o conceito de subjetividade é unilateral, fixo e individual. 
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NA MÍDIA
O controverso 'Experimento de Aprisionamento de Stanford', inter-
rompido após sair do controle.
Estudo conduzido pelo professor de Psicologia Social Philip Zimbardo em 
1971 deveria se estender por duas semanas, mas não passou de seis dias.
Esse é um dos experimentos sociais mais famosos da história, contado 
tantas vezes que alguns o consideram um mito. Talvez você já tenha 
escutado: um professor universitário de Psicologia recruta um grupo de 
estudantes e lhes pede que imaginem que estão em uma prisão. 
Fonte: BBC 
Data: 02/12/2018 
Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noti-
cia/2018/12/02/o-controverso-experimento-de-aprisionamento-de-stan-
ford-interrompido-apos-sair-do-controle.ghtml
NA PRÁTICA
A subjetividade humana é um tema fundamental no campo da Psico-
logia e influencia diretamente nos trabalhos realizados no cotidiano da 
vida profissional. Um exemplo disso pode ser evidenciado nas práticas. 
Em uma unidade de saúde, há dificuldades em trabalhar com pacientes 
diabéticos, pois resistem em participar de um determinado programa 
de qualidade de vida. Nesse caso, é importante que o processo tera-
pêutico dos pacientes com diabetes não seja focado no adoecimento, 
tampouco em atividades com objetivo de impor mudanças no estilo de 
vida. Isso precisa passar por um processo de conscientização, com um 
grupo terapêutico, para que se possa discutir estratégias de promoção 
de saúde e, principalmente, trabalhar na construção coletiva do sentido 
e da ressignificação do conceito de saúde para estes pacientes. 
PARA SABER MAIS
Quer saber mais sobre os “pais” da psicologia moderna?
Acesse o canal Psicoativo TV através do link abaixo:
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=-D-FaDcn75c
DICA DE FILME:
O experimento de aprisionamento de Stanford
Ano: 2015 - Direção: Kyle Patrick Alvarez.
O filme retrata a famosa experiência do professor Philip Zimbardo reali-
zado na Universidade de Stanford, no qual alguns jovens foram recruta-
dos para serem guardas e prisioneiros em uma prisão improvisada nos 
corredores da universidade.
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SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o pensamento de Vygotsky e a constituição da 
subjetividade, confira o vídeo: Coleção grandes educadores Lev Vygotsky. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
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Será a solução específica que uma dada teoria psicológica consegue articu-
lar que irá definir o seu ethos, ou seja, a morada que oferece ao homem (...). 
Luís Figueiredo
Desde o seu desenvolvimento no campo científico, a Psicolo-
gia não tem sido centrada em uma única abordagem, muito diferente 
disso, é uma área na qual se ramificam os olhares sobre o homem e 
sua forma de ser e estar no mundo. Mais do que uma questão biológica 
e mental, a vida humana demanda muitas explicações, sejam elas emo-
cionais, profissionais, afetivas, comportamentais, etc. 
Nesse sentido, cada linha teórica tem seus métodos e formas 
de atuação, assim como espaços específicos de trabalho e uma diver-
PRINCIPAIS PARADIGMAS
TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
DA PSICOLOGIA
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sidade na demanda, seja naárea pública ou privada. 
Neste bloco serão apresentadas algumas das principais cor-
rentes teóricas que compõem o campo da Psicologia, os representantes 
mais significativos e suas respectivas ideias. Vale ressaltar que este é 
um esboço geral que pretende apontar algumas características de cada 
abordagem, sendo necessário, portanto, o aprofundamento das temáti-
cas a partir da bibliografia proposta. 
BEHAVIORISMO: Watson, Pavlov e Skinner. 
A palavra behavior (do inglês: comportamento) foi incorporada 
à Psicologia em 1913, e passou a ser o centro dos estudos da corrente 
denominada de behaviorismo, que é subdividido em: behaviorismo me-
todológico e radical. 
De forma geral, o behaviorismo buscava enfatizar o caráter ob-
jetivo e quantitativo da ciência, no qual o comportamento era estudado 
através da técnica do condicionamento clássico, proposto por Ivan Pa-
vlov (1849-1936). Seu método era baseado na associação de estímu-
los. É famoso o seu experimento da salivação dos cachorros diante dos 
estímulos associados à comida. 
John Broadus Watson (1878-1958) é considerado o “pai” do 
behaviorismo metodológico, e seu estudo tinha como foco principal o 
comportamento humano mediante observação sistemática. Seus mé-
todos aproximaram a Psicologia das ciências naturais, dentro de uma 
perspectiva biológica, além de ter como base as pesquisas feitas em 
animais. Nesse sentido, o behaviorismo era pautado na seguinte ideia: 
O homem seria uma espécie de animal entre os outros. As suas reações 
poderiam ser estudadas como qualquer outro fato da natureza e, portanto, 
da mesma forma que os animais são estudados (...). A psicologia científica 
assemelha-se, pois, às ciências naturais que são mecanicistas, materialistas, 
deterministas e objetivas (FREIRE, 1997, p.108). 
Neste vídeo é apresentado o experimento de Pavlov mencio-
nado no texto. Vale a pena assistir! Acesse o link abaixo:
O cão de Pavlov
https://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U
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O behaviorismo radical tem como precursor Burrhus F. Skinner 
(1904-1990) e difere, em alguns pontos, da abordagem metodológica 
de Watson, principalmente por negar a existência da mente e considerar 
o comportamento como função biológica do organismo. Um dos concei-
tos mais elucidativos de sua teoria é o de comportamento operante, que 
representa uma classe de respostas definida pelas relações funcionais 
do comportamento com suas consequências, com o estado de motiva-
ção e com as condições ambientais presentes no momento em que a 
resposta ocorre (FIGUEIREDO, 1995, p.85). 
Nesse sentido, o pensamento de Skinner vai de encontro à 
questão da aprendizagem, ou seja, a forma como o homem aprende 
e se desenvolve de acordo com seu comportamento. Tal processo é 
construído a partir da relação comportamento-ambiente composta, prin-
cipalmente, pelos estímulos discriminativos (contexto em que o compor-
tamento ocorre) e o reforço (consequência que repete ou não a ocorrên-
cia de uma determinada resposta), assim:
A organização do comportamento não se localiza no sujeito, mas nas suas 
relações com o ambiente, o que se expressa no conceito de “contingência 
tríplice” (estímulo discriminativo – resposta instrumental - consequência re-
forçadora), que é apenas uma forma de se referir à classe operante (Ibidem, 
p.86). 
Em suma, o behaviorismo traz, na concepção comportamental, o 
cerne de sua pesquisa, sendo muito utilizado nas práticas psicoterapêuti-
cas através da vertente cognitivo-comportamental. Nos estudos de casos 
desta unidade será apresentado um exemplo com esta abordagem. 
Há muitos trabalhos e pesquisas sobre o behaviorismo. Além 
da bibliografia indicada, você pode conferir, no link abaixo, um artigo 
com diversas referências no assunto.
Acesse: https://psibr.com.br/leituras/cognicao-e-comportamen-
to/skinner-sobre-ciencia-e-comportamento-humano
Bons estudos!
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Imagem 10. B. F. Skinner
 
Fonte: Harvard, 2016.
GESTALT 
A Gestalt (em alemão, forma) é uma das correntes teóricas e 
metodológicas da Psicologia, que tem a percepção como eixo central de 
seus estudos. Seus principais representantes foram: Kurt Kofka (1886-
1940), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Max Werteimer (1880-1943). 
Suas leis básicas giram em torno de alguns conceitos-chave, tais como: 
pregnânica, unidade, semelhança, proximidade, continuidade, fecha-
mento e segregação. 
Segundo a Psicologia da Gestalt, o funcionamento mental é 
organizado a partir das leis acima referidas, e são elas que influenciam 
as percepções e sensações diante dos mais diversos estímulos visuais. 
Este pressuposto está diretamente relacionado às formas como o cére-
bro interpreta o meio externo, ou seja, de um ponto de vista psicológico 
é possível pensar nas construções interpretativas, que são criadas pe-
los indivíduos para compreender a sua realidade. 
Imagem 11. Percepção
Fonte: Matlin & Folley (1996 apud OVIEDO, 2004). 
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A máxima que sintetiza este complexo mental é: “o todo é dife-
rente das somas de suas partes (...). Uma parte num todo é algo bem di-
ferente desta mesma parte isolada ou incluída num outro todo” (GINGER 
e GINGER, 1995). Nesse sentido, entende-se que a Gestalt diferencia o 
todo das partes que o compõem, e este é o princípio da percepção hu-
mana. A imagem abaixo ilustra as principais leis da psicologia da Gestalt:
Imagem 12. GESTALT
Fonte: Heller de Paula, 2015.
 GESTALT - TERAPIA
A Gestalt-terapia, diferentemente da Psicologia da Gestalt, é uma 
abordagem psicoterapêutica criada por Fritz Perls (1893 – 1970). De base 
humanista, existencialista e fenomenológica, esta área tem, como ponto de 
partida, o processo de conhecimento e a responsabilidade de si, a partir do 
momento atual em que o sujeito está situado. Segundo Ginger e Ginger: 
A Gestalt me encoraja, de certa maneira, a navegar no sentido de minha 
própria corrente e não me exaurir lutando contra ele: observar as profundas 
correntes internas de minha personalidade, explorar os ventos variáveis de 
meu meio, e ainda mantendo a responsabilidade vigilante pelas velas e pelo 
leme, para realizar aquilo que sou e traçar meu rastro efêmero na superfície 
do oceano, conforme o caminho que escolhi para mim3 (GINGER e GIN-
GER, 1995, p.19). 
Esta busca própria que move o sujeito, na perspectiva da Ges-
talt-terapia, vai de encontro com uma visão humanista e holística, que 
3 Grifos do autor
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permeia a relação terapeuta-cliente (MONTEIRO JÚNIOR, 2009). Os 
indivíduos são maiores que suas partes fragmentadas, reduzidas. A rea-
lidade também é assim. É preciso enxergar as coisas em sua integralida-
de, principalmente quando se trata de um processo terapêutico, no qual 
estão presentes duas pessoas (ou mais) em relação umas com as outras.
A partir deste pensamento, a Gestalt-terapia, segundo Rodri-
gues, “considera a existência do ser humano de uma maneira completa: 
não apenas sua doença, sua mente ou seu discurso. Essa maneira de 
ver o ser humano como um todo é chamado de holismo (do grego: “ho-
los” = unidade, todo)” (RODRIGUES, 2011, p. 48). 
Neste vídeo, a psicóloga Teresa Amorim explica alguns concei-
tos básicos da Gestalt – terapia. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=4qKe_VKKl10
PSICANÁLISE
Considerada uma das principais correntes da Psicologia, a Psica-
nálise surgiu e se desenvolveu a partir de Sigmund Freud (1856 – 1939) e, 
mais especificamente, de sua obra A interpretação dos sonhos (1899/1900). 
Esta obra representou um marco para a história da Psicanálise, mas já ha-
via outros estudos de Freud sobre a histeria e a técnica da hipnose. 
Os pilares da teoria psicanalítica são: a teoria dos impulsos, a 
libido, oinconsciente, a repressão e o complexo de Édipo. Esses são, em li-
nhas gerais, os conceitos que permeiam toda a psicanálise freudiana. Para 
Freud: “A teoria do recalque é a pedra angular sobre a qual repousa toda 
a estrutura da psicanálise” (FREUD, 1974, apud GARCIA- ROZA, 2009). 
Freud e o inconsciente
O inconsciente, para Freud, representa um estado psíquico ge-
rado a partir do processo de repressão, que consiste em evitar que um 
impulso se torne consciente. No entanto, a ideia reprimida pode produzir 
efeitos que podem até mesmo alcançar a consciência. “Tudo que é re-
primido deve permanecer inconsciente; mas logo de início, declaremos 
que o reprimido não abrange tudo que é inconsciente (...) o reprimido 
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é apenas uma parte do inconsciente” (FREUD, 1970, pág. 191). Vale 
ressaltar que a ideia de “inconsciente” já era utilizada antes de Freud.
Imagem 13. Sigmund Freud
 
Fonte: Zahar, 2018. 
Para elucidar a dinâmica do estado inconsciente no mecanismo 
psíquico, Freud começa por justificar o conceito. Dentro de seu pressu-
posto psicanalítico, não há como ignorar a ideia de inconsciente dadas as 
lacunas apresentadas pela nossa consciência. Isso pode ser exemplifica-
do por elementos como parapraxias (atos falhos), sonhos ou obsessão.
Nesse sentido, um ato psíquico passa por duas fases: a primei-
ra, na qual prevalece o sistema inconsciente (Ics.), dentro do qual o ato 
psíquico é reprimido, impedido pela censura de passar para a segunda 
fase, representada pelo sistema consciente (Cs.), que ainda não signi-
fica a consciência propriamente dita, mas a possibilidade de tornar-se 
consciente, sem resistência.
Quanto às emoções inconscientes, é necessário pontuar que 
os impulsos não podem tornar-se conscientes, somente a ideia que 
o representa. Tanto o “afeto inconsciente” e a “emoção inconsciente” 
estão ligados à repressão. Segundo Freud, as ideias são catexias, ou 
seja, investimentos libidinais, relacionados com a memória. Já os afetos 
e as emoções correspondem aos processos de descarga e estão liga-
dos aos sentimentos.
Id, Ego e Superego
De acordo com a psicanálise freudiana, a psique é dividida em 
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três instâncias: o Id, o Ego e o Superego. É por meio desta configura-
ção que a personalidade se forma. O Id corresponde ao campo das 
paixões e desejos do sujeito, está ligado aos impulsos. O Ego é a parte 
da organização coerente dos processos psíquicos, a parte consciente 
e racional. Já o Superego faz parte dos valores, dos princípios morais 
construídos socialmente. 
Outro conceito fundamental na teoria psicanalítica é o desejo, 
que representa o retorno de uma experiência. É através dos sonhos que 
este desejo “volta” Segundo Garcia-Roza: 
O desejo é como certos personagens importantes de uma peça ou de um 
filme; sua entrada em cena requer uma preparação prévia do espectador, 
a criação de um clima que valorize o momento de seu aparecimento. Não 
há necessidade de trompas anunciando a sua chegada, mas também não 
podemos minimizar sua importância introduzindo-o no meio dos demais per-
sonagens (GARCIA-ROZA, p.83). 
Vale ressaltar que o desejo, para Freud, diferentemente do con-
ceito de necessidade biológica, é sempre inconsciente (ROUDINESCO, 
1998). O desejo é, portanto, um anseio (wunsch) inerente à existência 
humana e que movimenta a vida na medida em que está relacionado 
diretamente com o sonho, o recalque e a fantasia. 
Lacan e o sujeito
Jacques-Marie Émile Lacan (1901 – 1981) foi um psicanalista 
francês que interpretou a teoria freudiana e abriu uma nova linha da 
corrente psicanalista, a partir de uma visão estruturalista, que divide os 
modos de subjetivação em três grupos: neurose, psicose e perversão. 
A psicanálise lacaniana retoma pontos importantes das ideias 
de Freud, por meio da revisão de alguns conceitos, tais como incons-
ciente e desejo. A constituição do sujeito, para Lacan, é formada por três 
dimensões: o Real, Imaginário e o Simbólico. Outro ponto central, em 
Lacan, é a questão do inconsciente estruturado pela linguagem, através 
da articulação entre metáfora e metonímia. 
O eu e o sujeito
Para Lacan, existe uma diferença entre o eu e o sujeito, “pois 
o sujeito do inconsciente é o sujeito por excelência e se distingue do 
eu, função imaginária, que pode ser consciente” (BRUDER e BRAUER, 
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2007, p.517). O eu é, desde sempre, alienado, pois se vale de uma ima-
gem que não é a dele mesmo, mas de um outro - momento inaugural 
que Lacan denominou o Estádio do Espelho (JORGE, 2008). 
Para Lacan: “O estádio do espelho é o encontro com uma ima-
gem virtual que desempenha um papel decisivo numa certa cristaliza-
ção do sujeito” (LACAN, 1999, p.233). Esse processo de identificação 
da criança, segundo Roudinesco (1998), estaria situado entre os primei-
ros seis e dezoito meses de vida. 
Assim, quando Lacan postula que "o inconsciente é estrutu-
rado como uma linguagem" e, ainda, que "o sujeito é efeito do signifi-
cante", ele segue os passos de Lévi-Strauss, indicando um sistema de 
relações pré-existentes ao sujeito, assim, entende-se que: 
Ao nascer, o homem é inserido em uma ordem humana que lhe é anterior, 
uma ordem social na qual ele adentra através da linguagem e da família. 
Assim, a história do sujeito o antecede por um mito familiar que passa a re-
cobri-lo a partir de seu nascimento e através da linguagem - linguagem que 
é, em essência, sempre equívoca e passível de múltiplas interpretações, fa-
cilitadora da construção de um mito individual em referência ao mito familiar 
(LACAN, 1964/1988, p.25, apud TOREZAN e AGUIAR, 2011, s/p).
Em suma, a teoria psicanalítica apresenta uma gama de con-
ceitos acerca da formação psíquica do sujeito e a construção da subje-
tividade – constituída sempre através da alteridade, na relação com o 
outro e, sobretudo, na busca incessante do objeto perdido que se reflete 
através da falta.
Para complementar seus estudos em Psicanálise, além das lei-
turas, indicamos o canal do professor e psicanalista Christian Dunker, 
no Youtube. 
Acesse: https://www.youtube.com/channel/UCF6VjYfikYP2v-
fUx3c6GvVw/videos
Bons estudos!
A PSICOLOGIA SOCIAL
O trabalho do psicólogo e/ou do pesquisador na área da Psi-
cologia têm sido direcionado, cada vez mais, às questões políticas e 
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sociais que circundam os sujeitos. A ideia de um indivíduo isolado e des-
contextualizado é deixada de lado, para dar espaço a um pensamen-
to mais crítico, que considera as implicações do homem em seu meio 
social. Segundo Spink (2000) foi a partir dos anos sessenta e setenta 
que começou a surgir, no campo da Psicologia Social, reflexões críticas 
acerca dessa dimensão do fenômeno psicológico naturalizado, como 
também sobre a despolitização da disciplina. 
É neste contexto, portanto, que a Psicologia passa a desenvolver 
uma postura mais crítica, preocupada não só com os aspectos intrapsíqui-
cos desvinculados do meio social, mas engajada com os problemas da so-
ciedade brasileira, contribuindo, juntos às outras Ciências Sociais, à com-
preensão da dimensão sócio-política que atravessa a vida dos sujeitos.
Diante de tais pressupostos, Spink indaga sobre o sentido da 
psicologia social da saúde, e afirma que sua característica primeira é 
o compromisso com os direitos sociais, pensados numa ótica coletiva. 
“Dessa forma, diria que o psicólogo social da saúde é um pesquisador 
e um profissional que não foge da complexidade e transita dos micro-
processos de produção de sentido às questões institucionais e políticas” 
(SPINK, 2003, p.27).
Imagem 14. Psicologia Social
 
Fonte: Mundo da Psicologia, 2016.
PSICOLOGIA SÓCIO- HISTÓRICA
A Psicologiado final do século XIX, enquanto uma “ciência 
multifacetada” foi marcada por uma série de divergências teórico- meto-
dológicas que, segundo Vigotski (1997), caracterizavam-na em “várias 
psicologias”. Sua proposta não consistiu em postular uma “psicologia 
marxista”, mas sistematizar as bases gerais da psicologia científica. 
A Psicologia Sócio-Histórica ou Histórico-Cultural tem sua abordagem 
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pautada nas teorias da tróika: Luria, Vigotski e Lontiev. Tais autores de-
senvolveram uma concepção da realidade humana baseada no mate-
rialismo histórico-dialético de Karl Marx. “Essa teoria do materialismo 
psicológico ou dialética da psicologia é o que eu considero psicologia 
geral” (VIGOTSKI, 1997).
 As principais assertivas dessa perspectiva teórica são: a con-
cepção de homem, seu processo de humanização; o trabalho como ativi-
dade vital humana; o desenvolvimento do psiquismo, os conceitos apro-
priação/objetivação, isto é, a forma como o sujeito apreende a realidade 
que o cerca e como se desenvolve a partir disso; a construção da sub-
jetividade; a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, passando 
também por uma máxima da teoria de Vigotski, o conceito de mediação.
O ponto de partida da teoria é a concepção de historicidade, de 
transformação e movimento da realidade, a lógica dialética: “(...) A histó-
ria é o produto dos modos pelos quais os homens organizam sua exis-
tência ao longo do tempo e diz respeito ao movimento e as contradições 
do mundo, dos homens e de suas relações.” (MARTINS, 2008, pág. 42). 
O marxismo é a teoria da práxis, ou seja, da prática que pres-
supõe a transformação da natureza pelo homem através da atividade, 
do trabalho. Propõe a relação do ser (categoria ontológica) com o pen-
samento, o saber (categoria gnosiológica).
Para a teoria histórico-cultural o materialismo histórico represen-
ta a teoria. O dialético, por sua vez, refere-se ao método. Toda e qualquer 
realidade é passível de compreensão a partir do método dialético, que 
possibilita o alcance da essência dos fenômenos, seguindo três elemen-
tos: a totalidade (o concreto pensado), a contradição e o movimento.
A hominização e a humanização do ser 
Em linhas gerais, a ideia de Homo sapiens e ser humano, pare-
ce ser a mesma. Entretanto, para a teoria histórico-cultural há um gran-
de distanciamento entre esses dois conceitos, ou seja, hominização e 
humanização são processos distintos na vida do individuo. 
A hominização está atrelada a um longo processo de evolução da 
espécie, na qual as leis biológicas criaram um ser vivo com potencial para 
obter capacidades psíquicas e motoras especificas. Segundo Leontiev: 
A hominização resultou da passagem à vida numa sociedade organizada na 
base do trabalho; que esta passagem modificou a sua natureza e marcou o 
início de um desenvolvimento que, diferentemente do desenvolvimento dos 
animais, estava e está submetido não às leis biológicas, mas a leis sócio-his-
tóricas (LEONTIEV, 1978, pág.264). 
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Uma vez formado biologicamente, resta ainda ao indivíduo 
tornar-se um ser humanizado, a partir de um processo de apropriação 
da cultura do gênero humano adaptadaa. Nesse sentido, o indivíduo 
aprende a ser homem (Ibidem, p.267). O convívio em sociedade fará 
com que esse ser humanize-se, aprendendo o principal fator que o dis-
tingue dos animais: o trabalho, sua atividade vital. 
A Psicologia sócio-histórica contribui para uma compreensão 
social do ser humano e aponta alguns caminhos para desvendar confli-
tos e situações inerentes à vida em sociedade!
A PSICOLOGIA DA SAÚDE 
Imagem 15. A Psicologia faz a diferença
Fonte: Conselho Regional de Psicologia/RS, 2018.
A Psicologia da saúde, no Brasil, está relacionada com o pro-
cesso de democratização da saúde e as mudanças decorrentes dos 
movimentos sociais que marcaram a forma de compreensão do modelo 
médico. A segunda metade do século XX, foi marcada pela perspectiva 
higienista, positivista e médico-previdenciária, a partir de um modelo ba-
seado na doença. O subsistema hegemônico era o subsistema privado, 
contratado e conveniado com a Previdência social (MENDES, 1996). 
A partir da década de 1970, através dos movimentos sociais e 
da busca pela autonomia, surge a necessidade de olhar para a questão 
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do direito aos direitos, o que, gradativamente, foi garantindo a expansão 
de uma ideia mais ampliada de saúde. Os anos 80 foram marcados pe-
las conferências de saúde, acompanhadas pelo cenário político e eco-
nômico do Brasil e o processo de redemocratização. 
Assim, em 1987 criou-se o SUDS (Sistema Unificado e Des-
centralizado de Saúde) e, em 1988, a partir da elaboração da Nova 
Constituição, que colocava a saúde como resultante de uma política 
social e econômica, além de ser um direito assegurado por lei. Era o 
nascimento o SUS (Sistema Único de Saúde), regulamentado em 1990 
pelas leis 8.080 e 8.142 (Ibidem, p. 49). 
No site ‘Sabedoria Política’ você pode conferir a “linha do tem-
po do SUS” e ficar por dentro das principais conquistas no campo da 
saúde pública no Brasil.
Acesse: http://m.sabedoriapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-poli-
tica/politicas-publicas/saude/linha-do-tempo-do-sus/
A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA PSICOLOGIA NA SAÚDE
A Psicologia na área da saúde abrange diversos campos e mo-
dalidades de atuação. Com o desenvolvimento do setor e, sobretudo, 
a partir das conquistas sociais, houve uma ressignificação da ideia de 
saúde, que deixou de ser simplesmente a ausência de doença , para 
transitar em todos os setores da vida social. Dessa forma, a atuação 
dos profissionais da área e, especificamente, do (a) psicólogo (a), pas-
sou a ser uma demanda para o processo de promoção e recuperação 
da saúde da população, uma vez que:
A Psicologia da Saúde não está interessada diretamente pela situação, que 
cabe ao foro médico. Seu interesse está na forma como o sujeito vive e 
experimenta o seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo 
mesmo, com os outros e com o mundo. Objetiva fazer com que as pessoas 
incluam no seu projeto de vida, um conjunto de atitudes e comportamentos 
ativos que as levem a promover a saúde e prevenir a doença, além de aper-
feiçoar técnicas de enfrentamento no processo de ajustamento ao adoecer, à 
doença e às suas eventuais consequências (Barros, 1999 apud ALMEIDA e 
MALAGRIS, 2011, p.184-185). 
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O papel do (a) psicólogo (a) nesta área possibilita ampliar ain-
da o bem estar e a qualidade de vida das pessoas, além de permitir uma 
ampliação do que é ter saúde/estar saudável não só biologicamente, 
mas também emocionalmente. As emoções ocupam um lugar primor-
dial na saúde mental, o que gera uma demanda de escuta e cuidado 
cauteloso e atento por parte do profissional. De acordo com esta pre-
missa, Macedo e Dimenstein afirmam que: 
Parte-se da compreensão de que, dependendo da maneira como cada pro-
fissional se insere, organiza e maneja os conhecimentos teórico-técnicos e 
prático-profissionais necessários para atuar na Saúde Mental, e se movimen-
ta politicamente nos espaços de luta dentro e fora dos serviços, pode ou não 
efetivar e dar sustentação para a defesa das mudanças que se quer implan-
tar nesse campo no País (MACEDO e DIMENSTEIN, 2012).
Portanto, é fundamental a conscientização para a importância 
do cuidado de si e da saúde mental que também é parte integrante do 
processo biopsicossocial. Quaisquer que sejam os espaços de trabalho: 
unidades básicas, hospitais, clínicas, escolas, enfim, toda a prática que 
envolve o profissional da Psicologia, deve estar ancorada no modelo 
humanizado de cuidado com o outro.
Neste site você encontra vários artigose vídeos relacionados 
ao tema da saúde pública no Brasil.
Vale a pena conferir!
 Acesse: https://pensesus.fiocruz.br/reforma-sanitaria
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
1. Ano: 2014 Banca: MS CONCURSOS Órgão: UFAC Cargo: Psicólogo
Considere duas crianças. A primeira, ao levantar-se, escova os 
dentes e tem uma sensação de frescor na boca que aumenta a pro-
babilidade de ocorrer o comportamento de escovar os dentes. A 
segunda, ao não escovar os dentes pela manhã, sente um gosto 
ruim na boca, e sente que se puder retirar este gosto ruim pelo 
hábito de escovar os dentes aumentará a frequência da resposta 
de escovar os dentes. A que conceitos sobre a teoria da aprendiza-
gem eles se referem respectivamente? 
A) Reforço positivo e reforço negativo.
B) Condicionamento clássico e condicionamento operante. 
C) Reforço positivo e extinção. 
D) Discriminação e generalização. 
E) Aceitação e esquiva. 
QUESTÃO 02
2. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC) Cargo: 
Analista Judiciário - Psicologia 
Para Freud, a associação livre é um método que 
A) consiste em reprimir conteúdo do inconsciente, favorecendo uma 
sensação de bem-estar ao cliente, que sofre traumas advindos de um 
Complexo de Édipo não constelado. 
B) reproduz de forma linear os pensamentos do cliente codificando os estí-
mulos que provocaram dor e hoje são vivenciados pelo cliente como fobias. 
C) evidencia respostas negativas a estímulos sensoriais que se expres-
sam diante de eventos positivos que mereciam ser vivenciados sem dor. 
D) leva à cura do paciente que apresenta um comprometimento do sis-
tema nervoso central. 
E) consiste em o paciente exprimir indiscriminadamente todos os pen-
samentos que vem à sua mente, quer a partir de um elemento dado 
(palavra, número, imagem de um sonho, qualquer representação), quer 
de forma espontânea.
QUESTÃO 03
3. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: TRT - 2ª REGIÃO (SP) Cargo: Ana-
lista Judiciário - Psicologia 
Considere o caso de uma mulher que parece ferozmente indepen-
dente e agressiva em certas ocasiões e cálida, passiva e depen-
dente em outras. Os teóricos psicanalíticos ou do traço poderiam 
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considerar tal pessoa como basicamente agressiva, com uma fa-
chada de passividade. Ou poderiam julgar a mulher essencialmen-
te cálida, passiva e dependente com defesas agressivas. Skinner 
e muitos outros behavioristas defendem o ponto de vista de que o 
comportamento da mulher em qualquer ocasião depende de 
A) sua estrutura de ego e dos seus conteúdos inconscientes. 
B) sua formação moral e dos seus conteúdos inconscientes. 
C) sua história de aprendizagem e das condições correntes. 
D) como associa a figura paterna às figuras de autoridade com as quais 
se relaciona e de sua energia vital para lidar com situações de conflito. 
E) como opera seu pensamento consciente e inconsciente e como lida 
com suas pulsões motivacionais. 
QUESTÃO 04
4. Ano: 2018 Banca: SUGEP - UFRPE Órgão: UFRPE Prova: SUGEP 
- UFRPE - 2018 - UFRPE - Psicólogo 
“Nasceu na Europa e surge como uma negação e uma tentativa de 
superação da fragmentação das ações e dos processos humanos 
realizados pelas tendências da Psicologia científica do século XIX, 
postulando a necessidade de compreender o ser humano como 
uma totalidade. É o mais ligado á Filosofia, tendo suas origens na 
Fenomenologia”. Esta é uma descrição de qual modelo teórico? 
A) Behaviorismo.
B) Psicanálise.
C) Psicologia Analítica.
D) Gestalt.
E) Funcionalismo.
QUESTÃO 05
5. Ano: 2018 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM Prova: COM-
VEST UFAM - 2018 - UFAM - Psicólogo 
De acordo com Aquino (2005), “Psicologia Social é o espaço de in-
terseção entre duas premissas. Pensar o indivíduo separado da so-
ciedade ou a sociedade sem os indivíduos é um exercício de impos-
sibilidade ou de vazio da realidade.” Que perspectivas são essas? 
A) Perspectivas comportamental e cognitiva.
B) Perspectivas interacionistas e construcionista. 
C) Perspectivas sociológica e psicológica. 
D) Perspectivas comportamental e sócio histórica. 
E) Perspectivas Vertentes construtivista e sócio histórica. 
QUESTÕES INÉDITAS
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1. O pensamento de Skinner é fundamentado no processo:
A) inconsciente
B) de aprendizagem
C) das formas e percepções
D) de promoção e recuperação da saúde
E) Todas as afirmativas estão corretas
2. A psicologia de orientação psicanalítica fundamenta-se, sobre-
tudo no (a): 
A) consciência
B) comportamento
C) inconsciente
D) corpo
E) todas as afirmativas estão corretas
QUESTÃO DISSERTATIVA: 
1. A atuação da psicologia na saúde deve estar atenta à diversidade de 
fatores que influenciam a vida dos indivíduos. Comente alguns desses 
pontos. 
NA MÍDIA
Freud explica: entenda sete conceitos básicos da psicanálise 
O campo de conhecimento estudado por Sigmund Freud busca enten-
der os significados do inconsciente humano 
06/11/2017 - 16H17/ atualizado 16H17 / por Rachel Botelho
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/11/
freud-explica-entenda-sete-conceitos-basicos-da-psicanalise.html
Transtorno de ansiedade: sem tempo para o agora
Como a inquietação e a agitação fora dos eixos impactam a saúde e o que 
pode ser feito para apaziguar as crises, de medicamentos a psicoterapia
Por André Biernath 
Publicado em 10 ago 2018, 10h02 
Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/ansiedade-
-afeta-o-organismo-e-pode-paralisar-sua-vida/
DICA DE SÉRIE!
Se você gosta de séries, indicamos “Psi”, do canal HBO - Brasil.
Criação: Contardo Calligaris; Direção: Marcus Baldini
Ano: 2014 – atual
Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qg71PfFa3tA
Boa maratona!
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NA PRÁTICA
A atuação do (a) psicólogo (a) na área da saúde requer um trabalho inter-
disciplinar voltado para a promoção da saúde e melhoria das condições 
de vida. Algumas situações têm revelado a importância de práticas aten-
tas às queixas e necessidades da população. Uma das questões que têm 
sido recorrentes em unidades de pronto atendimento está diretamente 
relacionada com quadros de ansiedade. No caso de um paciente que pro-
cura a unidade e relata sintomas de uma crise aguda, muitas vezes com a 
sensação de morte ou descontrole, um acompanhamento contínuo seria 
importante para um estudo mais aprofundado de seu histórico. Um cami-
nho possível seria a psicoterapia e/ou a construção de um vínculo com 
a unidade de saúde para que sejam estabelecidas as linhas de cuidado. 
Vale ressaltar que as crises de ansiedade podem revelar um quadro mais 
complexo que merece acompanhamento adequado e interdisciplinar.
Para complementar seus estudos, recomendamos o conteúdo abaixo so-
bre Arte e Psicanálise. 
Acesse: http://tvbrasil.ebc.com.br/artedoartista/post/joel-birman-a-arte-
-mais-proxima-da-psicanalise-e-o-teatro
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
As virtudes, para Aristóteles, equilibram a vida do homem em socieda-
de, pois são elas que o conduzem à temperança. Assim, seria legítima a 
busca de um caminho do meio, numa tentativa de evitar os excessos e 
as faltas. Na perspectiva aristotélica, os homens possuem a capacidade 
de desenvolver, pela prática, suas virtudes.
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Um dos principais desafios da Psicologia no campo científico foi o ca-
ráter não mensurável de seu objeto: a subjetividade humana. No iníciodeste processo, a partir do final do século XIX, as pesquisas psicológicas 
precisaram se aproximar aos métodos das ciências naturais. Segundo 
González Rey, a subjetividade não é constituída somente pelo plano indi-
vidual, mas também, é produzida a partir das influências do meio social, 
da cultura, da história de cada um. É importante ressaltar que para o autor 
a subjetividade não se internaliza, pois não faz parte de um movimento 
unilateral, que se expressa somente de fora do indivíduo. 
O fragmento destacado expressa o caráter multifacetado da Psicologia, 
uma vez que as linhas e correntes teóricas e metodológicas se dividem, 
e às vezes, até mesmo se conflitam. Portanto, o saber psicológico é 
atrelado à vários saberes, de acordo com cada paradigma e contexto. 
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
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A E C D C
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A Psicologia da Saúde está diretamente relacionada aos processos his-
tóricos, sociais e culturais que constituem a vida. Neste campo é impor-
tante levar em consideração fatores como: o contexto em que vivem as 
pessoas, a importância do cuidado de si, as questões familiares, o tra-
balho, estilo de vida, os fatores socioeconômicos, etc. Esses aspectos, 
que regem a vida humana e social, são fundamentais para um cuidado 
integral do ser humano, com base na perspectiva biopsicossocial. 
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