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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade apresentará modalidades de intervenções do psicólogo de abordagem 
humanista, tendo como foco a metodologia centrada na pessoa e na auto realização 
como definidas pelo seu principal autor, Carl Rogers. Tal atuação profissional 
tornou-se ampliada, abrangendo intervenções, para citar algumas, em Terapia de 
Casal e Familiar, na Psicoterapia Breve, nas metodologias de Aconselhamento 
Psicológico e em Plantão Psicológico - em situação de atendimentos de emergência 
ou preventivos, na qual a continuidade deixa de ser primordial para dar contenção à 
uma situação crítica específica. O atendimento de visão humanista tem por princípio 
alguns norteadores do seu trabalho e investe na autonomia da pessoa, visto que o 
indivíduo tem todas as respostas necessárias dentro de si, ou seja, no seu universo 
psicológico. Veremos algumas características da postura do terapeuta, como aquele 
que acompanha o processo de evolução do indivíduo com empatia, ocupando-se de 
ser um facilitador e possibilitar que o processo terapêutico se dê em descobertas 
pessoais significativas. Não podemos deixar de ressaltar a importante influência 
filosófica onde o existencialismo ocupa sua relevância. 
 
Palavras-chave: Intervenção e método em Psicoterapia. Psicologia Humanista. 
Abordagem Clínica Humanista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PSICOLOGIA HUMANISTA: INTERVENÇÃO 
E ABORDAGEM CLÍNICA 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 
SUMÁRIO .................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 
CAPÍTULO 1 - O SURGIMENTO DA ABORDAGEM HUMANISTA NA 
PSICOLOGIA .................................................................................................................5 
1.1 A EPISTEMOLOGIA E A ANTROPOLOGIA ........................................................9 
1.2 A LINGUAGEM E A PERCEPÇÃO ..................................................................... 11 
1.3 A VISÃO HUMANISTA DIFERENCIANDO OS MODELOS VIGENTES DA 
ÉPOCA ................................................................................................................................... 12 
CAPÍTULO 2 - A PRESENÇA DO EXISTENCIALISMO NA VISÃO 
HUMANISTA ............................................................................................................. 19 
2.1 A MUDANÇA DE ATITUDE NO RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO ...... 19 
2.2 A PSICOLOGIA DA VALORIZAÇÃO DA CONDIÇÃO HUMANA .................. 20 
2.3 A METODOLOGIA DE UMA PSICOLOGIA EXISTENCIAL ........................... 23 
2.4 A RELAÇÃO TERAPEUTA X CLIENTE ............................................................. 25 
CAPÍTULO 3 - OS DESDOBRAMENTOS DA CLÍNICA HUMANISTA 
EXISTENCIAL ............................................................................................................. 32 
3.1 A CLÍNICA FENOMENOLÓGICA-EXISTENCIAL ............................................ 32 
3.2 A CLÍNICA TERAPÊUTICA HUMANISTA ......................................................... 34 
3.3 A CLÍNICA DE URGÊNCIA OU PLANTÃO PSICOLÓGICO .......................... 37 
3.4 A CLÍNICA DA TERAPIA CENTRADA NA PESSOA DE CARL ROGERS .. 41 
3.5 A TRANSPOSIÇÃO DA ABORDAGEM CENTRADA DA PESSOA NO 
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM .................................................................. 43 
3.6 LEITURAS DE ABORDAGEM HUMANISTA-EXISTENCIAL NA ERA 
VIRTUAL ................................................................................................................................ 44 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 49 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
Neste módulo teremos contato com temas gerais da psicologia como: a 
Intervenção e método em Psicoterapia; Psicologia Humanista; Abordagem Clínica 
Humanista”, que serão distribuídos em três capítulos: Psicologia Humanista; O 
existencialismo na visão humanista e a Clínica humanista. 
 No primeiro capítulo descreveremos, em termos de psicologia humanista, o 
que faz menção a análises e contribuições epistemológicas e da antropologia, da 
função da linguagem e da percepção dentro do contexto humanista e apresenta 
essa escola em detrimento das visões distintas de outras escolas da psicologia. 
No segundo capítulo abordaremos a importância do existencialismo na visão 
humanista, apresentando as nuances da relação terapêutica cliente x terapia, a 
valorização do processo centrado no sentido e no significado da experiência na 
natureza humana, descrevendo a metodologia e o método utilizado pela psicologia 
existencial em concordância com os pressupostos humanistas. 
O último capítulo faz menção à clínica humanista e as contribuições, raízes e 
distanciamentos relacionados à fenomenologia e ao existencialismo. Abordaremos a 
clínica humanista dentro da prática psicoterápica e de outros contextos, como o 
psicoeducacional, revelando aspectos do plantão psicológico como uma ferramenta 
para lidar com problemas de urgência na natureza psicológica existencial. 
Descreveremos, ainda, a abordagem centrada na pessoa como principal 
expoente da clínica humanista, representada por Carl Rogers, um dos autores mais 
carismáticos e transformadores da história da Psicologia, trazendo aspectos desse 
pensamento no contexto educacional e o significado do ensino-aprendizagem 
criativo, além de abordar o humanismo existencial no contexto da era virtual. 
Este módulo aponta Carl Rogers para além de psicoterapeuta clássico, mas, 
também, seu papel nos estudos científicos e suas contribuições para o 
desenvolvimento de uma ciência humanista. Dentro das análises de abordagem 
clínica leva-se em consideração o atual contexto da pós-modernidade, a chegada da 
era virtual e sua repercussão na vida existencial e social do cliente que busca a 
clínica humanista como forma de trabalhar o autoconhecimento, atualização do self 
verdadeiro e a ligação entre o indivíduo e sua existência no mundo. 
 
 
 
 
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O engajamento desse modulo envolveu a descrição de uma abordagem 
humanista caracteristicamente profunda, buscando na clínica suas(o oposto de uma 
postura defensiva diante dos fatos que a vida apresenta) predisposta. 
 Contexto menos reativo possível. 
 Incentivo e valorização à uma “boa vida”, ou seja, com mais qualidade 
pessoal como o próprio título do livro ao enfatizar a tornar-se pessoa e, no 
caso, a ser uma pessoa melhor. Extraindo do indivíduo alguma 
concepção pré-estabelecida que exige do ser humano restrições e 
adaptações, seja para ser aceito ou atuar dentro de expectativas e visões 
preconcebidas e estabelecidas por outros que não seja você mesmo. 
 Abrir o espírito para o momento, para o “agora” é na visão rogeriana uma 
das qualidades da “vida boa”, da vida amadurecida, como ele concebeu. 
 A confiança que vai se adquirindo à medida do próprio processo de 
descoberta no alcance de um novo comportamento que cada vez mais, 
represente a própria satisfação do ponto de vista existencial, à medida de 
seu contentamento pessoal. 
 
SAIBA MAIS: 
Uma leitura muito agradável é o livro ‘Psicologia Existencial’ (1986) organizado por 
Rollo May, tendo capítulos dos célebres autores Maslow da teoria da criatividade, 
que é tão importante aspecto mobilizados numa concepção terapêutica enquanto 
resultado e alcance da intervenção - promover respostas criativas e novas à vida, 
evoluir sendo a mesma pessoa. Outro capítulo é o de Carl Rogers, a grande 
referência desta terceira força após o Behaviorismo e Psicanálise já estarem 
consolidadas como abordagens psicoterápicas. Horas boas para investir e aplicar 
nesta leitura extremamente agradável como forma de marcar esse estilo de ação do 
psicoterapeuta. 
Documentário sobre: Psicologia existencial – Rollo May. 
Disponível em: 
https://pt.scribd.com/doc/289454589/Psicologia-Existencial-Rollo-May (Acessado em 
08 de julho de 2020). 
 
https://pt.scribd.com/doc/289454589/Psicologia-Existencial-Rollo-May
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Como vimos neste capítulo uma síntese dos principais aspectos que permeiam 
a clínica existencial humanista, a visão interessante a apontar-lhes é o processo 
interno existencial havido quando a pessoa ingressa num processo terapêutico 
humanista, que conta com a dinamização estimulada por esta abordagem que alinha 
existência, o sentido da própria vida e a necessidade de uma direção que torne 
objetiva e viável sua vida. Expressando-se da melhor forma possível, não pela 
expectativa que possa existir sobre seu desempenho e sim pela contribuição efetiva. 
De acordo com os pesquisadores Gomes & Castro, 
 
[...] a abordagem humanista existencial experimentou seu apogeu nos 
meados do século XX, alcançou grande visibilidade na década de 1950, 
recuou um pouco e retornou em grande estilo no célebre 1968 francês. A 
seguir, entrou em crescente declínio com o aparecimento de outras 
novidades como o estruturalismo, pós-estruturalismo e suas decorrências 
midiáticas no final do século XX, principalmente em França. Uma lista de 
pensadores críticos ao existencialismo incluiria os estruturalistas Claude 
Lévi-Strauss (1909-2009), Louis Althusser (1918-1990), Jacques Lacan 
(1901-1981), e principalmente Michel Foucault (1926-1984) (Huisman, 
1997/2001). No entanto, os ideais existencialistas continuam presentes nas 
terapias humanísticas, principalmente nas fenomenológico-existenciais, 
como atestam a publicação de livros e revistas, o surgimento de sociedades 
e a abertura de centros de formação, acadêmicos e profissionais (GOMES; 
CASTRO, 2010, p. 81-9). 
 
Observem que esta abordagem procura dar essa referência de satisfação a 
seu próprio modo. A medida de seus próprios resultados. O indivíduo é feliz e 
satisfeito na medida de seus recursos pessoais podendo obviamente evoluir se este 
for seu direcionamento em níveis, abrindo consciência para uma existência que 
alinhe bem-estar em todas as áreas da vida. Tal abordagem vai de encontro ao 
momento contemporâneo do século XXI, onde o retorno ao essencial e a uma vida 
mais humanizada tem sido propósitos direcionados à felicidade, ao sentir-se bem 
consigo mesmo, em sua família, no seu trabalho, como cidadão torna possível 
compreender uma vida mais completa e, portanto, mais realizada. 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
CAMON, V.A.A. (org.). A prática da psicoterapia. São Paulo: Pioneira, 1999. 
FINKLER, Pedro. Por Que Sou Psicólogo Humanista? Porto Alegre: EDIPUCRS, 
2000. 
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GOMES, William Barbosa; CASTRO, Thiago Gomes. Clínica Fenomenológica: Do 
Método de Pesquisa para a Prática Psicoterapêutica. Brasília. Revista Teoria e 
Prática, 2010, Vol. 26 n. especial, pp. 81-9 
MAY, Rollo. Psicologia Existencial. Porto Alegre: Ed. Globo.1986 
ROGERS, C. Tornar-se pessoa. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 
ROGERS, Carl. Duas tendências divergentes, Cap. Em: May, R. (Org.). Psicologia 
existencial. Porto Alegre: Ed. Globo. 1986 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 - OS DESDOBRAMENTOS DA CLÍNICA HUMANISTA EXISTENCIAL 
 
3.1 A CLÍNICA FENOMENOLÓGICA-EXISTENCIAL 
 
De acordo com Gomes e Castro (2010): 
 
A prática psicoterápica assenta-se em dois fundamentos: 
Foco na relação interpessoal na situação de tratamento; 
Foco em práticas reeducativas. 
Sendo que o primeiro fundamento remete à psicanálise (Luborsky, O’Reilly-
Landry & Arlow, 2010) e o segundo, à psicoterapia adleriana (Mosak & 
Maniacci, 2010). Desse modo, faz-se justiça a essas duas grandes 
contribuições científicas aos tratamentos psicológicos (GOMES; CASTRO, 
2010, p. 81-9). 
 
Ambas são contribuições marcadas pela influência psicanalítica, dando 
surgimento à análise fenomenológica - existencial. A definição de fenômeno que se 
aplica à fenomenologia de acordo com Gomes & Castro (2010), é dirigida ao 
discurso, ao modo pelo qual o sujeito escolhe sua narrativa e como se identifica 
diante da situação em que se encontra, editando sua história a seu modo e pelo seu 
olhar. 
Existe aí uma maneira de observar a própria experiência para tomar 
consciência dela. Não se deve confundir fenomenologia com fenomenismo. O 
fenômeno é tudo aquilo que pode ser percebido e que é aparente, que interage com 
a pessoa - são eventos que estabelecem alguma relação com o sujeito e podem ser 
fenômenos físicos, biológicos, sociais, psicológicos. 
A fenomenologia foi incorporada ao humanismo, associando-se à experiência 
subjetiva, tal qual ela é percebida e sentida pelo sujeito. Havendo aí as chamadas 
singularidades de cada um ao conceber e elucidar o conhecimento sobre algo que 
se experimenta e vivencia. A fenomenologia está presente na ciência e dá curso ao 
conhecimento, ao processo de desvendar o conhecimento seja ele em camadas 
como muitas vezes ocorre, num processo que se desvenda gradativamente gerando 
os chamados insights - descobertas significativas que modificam as condições do 
indivíduo a ponto de influenciar seu direcionamento na vida plena.O sujeito compreende algo que o modifica, apresentando resultados que são 
identificados positivamente como auto melhoramento e aprimoramento. A realidade 
é propriamente a verdade que apreende de si mesmo, algo definido e pontual num 
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processo constante de evolução do conhecimento sobre si mesmo e alocamento das 
suas experiências. Com toda uma vida é necessário direcionar determinadas 
vivências que ficam sem lugar ou sem entendimento. Para isso, o processo 
terapêutico implica em aprimorar a aceitação do que foi possível, do fato em si e de 
como tal experiência pode ser incorporada como aprendizado ou como vivência que 
confere maturidade para seguir em frente com novas decisões e novas aquisições. 
O conhecimento adquirido pela tomada de consciência é a medida das novas 
experiências, diferente de antes, do que se conheceu e incorporou algum 
conhecimento. Exatamente por isso é fundamental compreender que a psicoterapia 
evolui num processo de conscientização acerca das suas verdades, das reflexões e 
ações mais bem direcionadas. O que antes era conhecido, dá lugar a um novo 
conhecimento da realidade aparente ao sujeito, gerando identidade, pertencimento 
nos diversos lugares que ocupa, seja na família, no grupo de trabalho, na sociedade, 
enfim, sentir parte de um mundo. 
A Clínica Fenomenológica atua especificamente pelas observações empíricas 
das práticas profissionais, corroboradas pela produção de artigos científicos e 
pesquisas feitas neste embasamento. Têm contribuído enormemente pelo acervo 
construído e adquirindo respeitabilidade pela aplicação terapêutica e resultados. 
 
SAIBA MAIS: 
Artigo Científico abordando a temática da Psicologia Existencial apontando as 
diversas propostas terapêuticas, nomeadamente análise do Dasein, logoterapia, 
psicoterapia existencial humanista norte-americana, psicoterapia existencial de 
Laing, psicoterapia existencial britânica, psicoterapia existencial breve e psicoterapia 
existencial sartreana. 
TEIXEIRA, José A. Carvalho. Introdução à psicoterapia existencial Instituto Superior 
de Psicologia Aplicada. Lisboa, Portugal. Revista Análise Psicológica (2006), 3 
(XXIV): p. 289-309. 
Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a03.pdf (Acessado em 
11 de julho de 2020). 
 
http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a03.pdf
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A abordagem humanista ou a chamada Terceira Força do século XX no 
universo da Psicologia Clínica tomou como princípio filosófico, o existencialismo e a 
fenomenologia como método. De acordo com Gomes e Castro: “abordagens 
terapêuticas preocupadas com as questões da existência foram denominadas de 
fenomenológico existenciais, ou seja, que utilizam o método fenomenológico” 
(GOMES; CASTRO 2010, p. 81-9). 
Atuam de forma a considerar o histórico de vida do paciente mais que pautar-
se em pesquisas empíricas. Essa também é uma das críticas, inclusive, à essa 
abordagem quanto à pesquisa científica - pela sua natureza vivencial de retratar a 
valorização da experiência e, com isso, observar o aspecto peculiar que há em cada 
análise clínica ou que cada caso é um caso. Como vimos, há críticas se 
considerarmos o aspecto fenomenológico e respeitabilidade pelo viés humanista, por 
ela estar em constante evolução e pela enormidade de casos registrados e relatados 
em estudos. 
 
3.2 A CLÍNICA TERAPÊUTICA HUMANISTA 
 
A psicoterapia é a prática terapêutica do atendimento psicológico - que se 
pauta pela interação de um processo comunicacional onde o psicólogo no 
estabelecimento de um vínculo de acolhimento, empatia e compreensão da 
condição humana do sujeito/cliente, que busca não tão somente ser ouvida, como se 
ouve ao abordar sua temática ao terapeuta, ao modo como estabelece a ligação 
emocional, das emoções e sentimentos presentes e pela forma como constrói sua 
dor e sofrimento e vivência de conflito íntimo e existencial diante da vida e de tudo o 
que é importante para si. 
A proposta da consulta clínica em psicologia é a interlocução com o cliente - 
tornando possível ao sujeito um diálogo interno como se estivesse falando consigo 
mesmo, que no caso é feito pelo terapeuta - indagações e colocações que 
dinamizam e contribuem ao conhecimento de si, sua história e identidade diante da 
própria realidade: 
 
A clínica psicológica é historicamente associada à psicoterapia. Esta pode 
ser definida como a junção da arte e a ciência que se dedica ao alívio do 
sofrimento humano, decorrente de conflitos e desordens emocionais. É arte 
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por implicar no desempenho de procedimentos técnicos mediados por 
competências tácitas. É ciência por sustentar-se na evidência dos próprios 
resultados, conforme alertado por Freud (1938- 40/1998). A psicoterapia é 
um processo comunicacional no qual uma pessoa (o profissional) 
compreende e intervém em outra pessoa (paciente/cliente) que busca ser 
ouvida ou tratada. Esse atendimento pode ser individual ou grupal, para 
casais ou para famílias, podendo assumir práticas ampliadas como 
atendimento à comunidade, nas mais diversas combinações sociais e 
culturais. Pode valer-se de expressividade corporal como dança, desenhos, 
mímica e drama. As manifestações expressivas, em geral, são 
posteriormente encaminhadas para apreciação verbal avaliativa no sentido 
vivencial, cognitivo e comportamental (GOMES & CASTRO 2010, p.81-93). 
 
A clínica Humanista tornou-se uma das mais importantes e difundidas na 
prática. O humanismo ganhou força e, certamente, no contexto atual, (século XXI) 
estamos diante da era da transformação digital e sendo direcionados a uma nova 
sociedade que posiciona o indivíduo em novos espaços de existir e sentir. Por isso, 
a clínica humanista dá conta de atender aos anseios e dilemas contemporâneos de 
busca de significado diante da vida que se modificou, quando se considera o cenário 
pandêmico, por exemplo, algo que revolucionou por completo o chamado “normal” 
de viver e direcionou as pessoas para uma vida mais humanizada e pautada em 
valores humanos universais que são fundamentos de uma prática da atitude com 
base no desenvolvimento dessas habilidades ligadas à personalidade, que tem foco 
coletivo sem desistir do individual. 
Ambas as condições estão presentes neste contexto onde o ser humano não 
sobrevive sozinho e pode auxiliar nesse processo social a partir de sua contribuição 
- desse existir diferente de antes, cujo apelo coletivo ganha subsistência para poder 
fazer subsistir a vida. Diante da diversidade a que a Abordagem Humanista se 
aplica, na educação ela tem seus efeitos na Psicologia da Aprendizagem, tendo 
desdobramentos interessantes na forma de identificar questões relacionadas ao 
aprender, ao conviver, ao socializar, que o ensino-aprendizagem nos coloca com 
patamares evolutivos. Para ilustrar a visão humanista aplicada em educaçãovamos 
ao vídeo em destaque logo abaixo: 
SAIBA MAIS: Assista ao vídeo sobre Carl Rogers e suas ideias que 
amparam a clínica da Abordagem Humanista, da "Série Educadores – Carl 
Rogers" no link: https://www.youtube.com/watch?v=Sy9mkjM1zMM&t=375s 
(Acessado em 15 de julho de 2020). 
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Os atendimentos psicológicos têm o propósito de gerir a chamada crise 
existencial do sujeito diante de uma realidade que ele sente a necessidade de 
decifrar. O termo foi cunhado por Rollo May no livro que teve a sua organização 
“Psicologia Existencial”, uma coletânea de textos dos principais precursores da 
Visão e Prática da Terapia Humanista. 
 
FIQUE LIGADO! 
Cabe destacar e reforçar a leitura deste livro clássico “Psicologia Existencial”, 
atemporal, e a cada vez que recorremos a ele, compreendemos algo novo com 
maior abrangência e é um exercício de sensibilidade para o psicoterapeuta 
aprofundar as bases de sua atuação. 
Documentário sobre o assunto: Psicologia existencial – Rollo May 
Disponível em: 
https://pt.scribd.com/doc/289454589/Psicologia-Existencial-Rollo-May 
 
As modalidades de terapia na abordagem centrada na pessoa podem ocorrer 
tanto individual como em grupo, na terapia familiar e de casal, nos trabalhos 
socioeducativos e extensivos à comunidade que tenham como proposta a 
compreensão de sua cultura e a inserção do indivíduo no contexto social seja como 
promotor de mais conhecimento e, portanto, mais consciência, seja na condição de 
pertencer ao grupo e, com isso, conferir-lhe identidade com a sociedade e o mundo 
que habita. 
O fato desta abordagem ser voltada para as impressões pessoais como forma 
de conhecer o mundo à sua volta, onde suas considerações diante da realidade não 
representam que não sejam compartilhadas; pois na visão humanista outro pilar 
relevante é que o conhecimento de si mesmo se dá à medida do outro; ou seja, 
parte da interação com as pessoas. Nossas impressões ganham valor quando 
compartilhadas e dimensionadas numa esfera maior quando estamos em relação 
com pessoas nos mais variados campos da vida. 
 
 
https://pt.scribd.com/doc/289454589/Psicologia-Existencial-Rollo-May
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3.3 A CLÍNICA DE URGÊNCIA OU PLANTÃO PSICOLÓGICO 
 
A clínica de urgência conhecida como plantão psicológico de base humanista 
tem o propósito de ser uma intervenção que altera o contexto do setting terapêutico 
e demarca o acolhimento necessário para se tratar de questões pontuais onde o 
próprio cliente busca ajuda psicológica a fim de processar experiências vividas e que 
carecem de facilitação feita pelo terapeuta. Permeada pelo encontro que é um 
momento único estabelecido pela qualidade empática e exercício de congruência e 
coerência para um direcionamento melhor dos sentimentos e conduta frente às 
situações. 
A qualidade do encontro terapêutico é única e intransferível, empoderando a 
pessoa e dando-lhe elementos para lidar bem com sua realidade. Entende-se tal 
visão que se direcionou para a aplicação do Aconselhamento Psicológico. Dá 
continência às situações vividas que precisam ser tratadas num dado momento da 
vida e podem incluir o atendimento individual como grupal, podendo ter 
desdobramentos para uma orientação ao casal e à família. 
 
SAIBA MAIS: 
O artigo aborda a dimensão social nas práticas clínicas fenomenológico-existenciais. 
São apresentadas as noções de social, ser-no-mundo, escuta clínica e práticas 
clínicas. “Algumas experiências de plantão psicológico são relatadas, visando 
exemplificar a modalidade de plantão psicológico na perspectiva fenomenológico-
existencial” (DUTRA, E. 2008, p. 224-237). 
DUTRA, E. Afinal, o que significa o social nas práticas clínicas fenomenológico-
existenciais? Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2008 vol.8, p. 224-237. Disponível 
em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1808-
42812008000200008&lng=e 
 
Conforme análise cronológica dos trabalhos de Rogers e, consequentemente, 
do próprio desenvolvimento da Abordagem Centrada na Pessoa vimos quantos 
desdobramentos surgiram com a compreensão de que a ênfase está na visão do 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1808-42812008000200008&lng=es
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1808-42812008000200008&lng=es
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que o cliente tem de sua realidade e de sua narrativa. Foi possível, assim, identificar 
a existência de elementos básicos de uma clínica da urgência psicológica. O próprio 
autor, como menciona Scorsolini-Comin (2015) não fez referência especificamente 
sobre a modalidade da urgência empregada na psicologia mas enfatizou que o 
acolhimento em qualquer circunstância, inclusive nestes casos poderia ocorrer 
perfeitamente, ainda que quebrasse o modelo do setting terapêutico. Modificando a 
duração do processo, o tempo empregado e podendo ser uma intervenção cuja 
função seja a de um facilitador de promoção da saúde: 
 
A expressão Plantão está associada a certo tipo de Serviço, exercido por 
profissionais que se mantêm à disposição de quaisquer pessoas que deles 
necessitem, em períodos de tempo previamente determinados e 
ininterruptos. Do ponto de vista da instituição, o atendimento de plantão 
pede uma sistematicidade do serviço oferecido. Do profissional, este 
sistema pede uma disponibilidade para se defrontar com o não planejado e 
com a possibilidade (nem um pouco remota) de que o encontro com o 
cliente seja único. E, ainda, da perspectiva do cliente significa um ponto de 
referência, para algum momento de necessidade (MAHFOUD, 1987, p.75 
apud TASSINARI, 2003, p.11). 
 
SAIBA MAIS: 
O artigo aponta estudos qualitativos sobre pesquisas junto a profissionais, relatos de 
casos em plantão psicológico em serviços escola de psicologia, junto a supervisores, 
professores e alunos. 
SCORSOLINI-COMIN, Fabio. Plantão psicológico e o cuidado na urgência: 
panorama de pesquisas e intervenções – Universidade Federal do Triângulo Mineiro, 
Uberaba, Brasil. 
Documentário sobre o assunto: Plantão psicológico e o cuidado na urgência: 
panorama de pesquisas e intervenções. 
Disponível em: Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n. 1, p. 163-173, jan./abr. 2015 
Disponível em: www.scielo.br http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712015200115 
Acessado em 15 de julho de 2020. 
 
Se a psicologia e, mais precisamente, a psicoterapia foi por um tempo elitizada, 
direcionando sua intervenção aos que tinham consciência da sua necessidade de 
autoconhecimento e uma compreensão de que podiam explorar esse universo da 
sensibilidade em relação à própria vida que grande parte da população vivencia e 
sofre: a concretude, o excesso de racionalidade, a dificuldade de considerar a 
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partedeste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
subjetividade, o sentido, emoções e sentimentos como parte importante da vida 
somada à experiência da tal vida prática. 
O excesso de concretude, uma vida pautada na extrema dureza e falta de 
abstração e sensibilidade são agressores ao ser humano, trazendo repercussões 
para sua vida diretamente. Tornando-o amargo, duro diante da sua consciência de 
vida, impregnada por uma visão excessivamente realista onde não encontra 
posições diferentes de existir no tempo e espaço que possui. 
Ou está às voltas de desejar algo que não possui ou às voltas de crer que vive 
a menor diante de uma capacidade represada pela sua postura pessoal, da 
convicção de que não merece, de que não consegue, de que tem medo, de quem 
deseja definir um modo único e não aceita o diferente de si e mais: aqueles que 
acreditam que o que não conhecem, não existe. São os que se fecham num mundo 
restrito cuja visão é restrita, de pouco espectro de amplitude e luminosidade de 
consciência. 
O sentido de que a psicoterapia fosse elitista não faz parte da visão humanista, 
até mesmo por considerar a importância e valorização do sujeito no mundo e como 
um ser dinâmico, que tem curiosidade pela experiência, que indaga. A visão do 
indivíduo na clínica humanista considera os elementos essenciais da expressão de 
seu potencial e investe no reforço de que possa galgar mais satisfação e realização. 
Ideias preconcebidas a respeito da terapia, fizeram parte do passado com 
elementos condicionantes associados ao comportamento humano, considerando 
patologias ou padrões de consideração da inteligência que geraram um certo 
distanciamento e são associados a problemas. Totalmente diferente desta 
abordagem ao considerar que o indivíduo possui dilemas e conflitos que o forçam a 
criar respostas novas para sua condição. 
Esse dinamismo é marcante para a psicologia humanista pois a visão de 
homem implicada nesta teoria e prática não consideram o ser humano com algo 
estático, acabado ou decifrado por uma nomenclatura, rótulo e outra definição que o 
coloque diferente. Na visão humanista o diferente representa a sua própria 
singularidade e aceita o sujeito como ele é. 
O presente, o momento do agora ganha um espaço relevante garantindo ao 
sujeito que pode ser diferente e agir de uma nova forma ainda que a vida seja a 
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mesma, diferente das linhas psicológicas de antes que praticamente enquadrava o 
indivíduo num modelo de resposta e não sua relação com o ambiente, consigo 
mesmo e a procurar outros parâmetros de saúde e doença. 
A saúde do indivíduo está, como veremos mais abaixo, nestas novas 
construções que o sujeito é capaz de fazer de si mesmo, considerando uma nova 
consciência ao invés de marcar o indivíduo em um determinado padrão que o alinhe 
na patologia, na doença. Ele pode estar de um determinado modo em um dado 
momento de sua vida, num período crítico - o que não representa que seja o 
problema. 
Quando se vê liberto de situações que o aprisionam consegue inclusive um 
lugar de existir simbólico e subjetivo de si mesmo que aceita sua condição humana e 
parte para um caminho positivo de ressignificação de si mesmo e dos eventos em 
sua vida como algo que caminha para o crescimento pessoal, para sua própria 
evolução. 
Nesta abordagem não se reforça o erro, o trauma, o fato ocorrido que 
determina que alguém deva ser o resultado deste fato traumático. Há de se 
considerar que o indivíduo, na visão humanista, é livre, tem autonomia para se 
libertar e jamais é refém de convicções rígidas e cristalizadas como as condutas de 
repercussão negativa tem na vida das pessoas. Parte de um universo restrito foi 
sendo quebrada à medida em que a psicologia foi sendo vista como algo não 
especificamente para problemáticos, doentes mentais ou pacientes com 
determinadas patologias emocionais e psiquiátricas crônicas e estabelecidas. 
No século atual, contemporâneo, a psicoterapia inclusive é realizada também 
por meio de atendimentos on-line favorecendo sua proximidade e sua 
democratização, inclusive, com custo reduzido quando se trata de uma proposta 
massiva como algumas plataformas de psicologia on-line se propõem. 
Discussão relacionada à qualidade dos atendimentos pode ser visitada de 
forma mais aprofundada, com o intuito de valorizar que a formação do profissional 
que atende à distância é acessível, mas que precisa ter formação sólida e manejo 
clínico a fim de não passar desapercebido por questões mais severas como 
suicidas, patologias severas, casos de violência extremada que carecem de um 
olhar e cuidados mais atentos. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
O objetivo aqui é apontar que tal modalidade on-line é viável e bastante 
requisitada para aqueles que primam pelo uso do tempo e podem contar com 
processos mais céleres na modalidade da terapia focal e terapia breve. É possível 
realizar terapia na abordagem humanista à distância, tornando-se uma importante 
ferramenta de acesso do indivíduo a criar um meio seguro para explorar suas 
questões. 
A queixa trazida pelo cliente ou paciente, o tipo de situação problema 
apresentada, o setting terapêutico, e o nível de experiência de um terapeuta não 
afetam de forma expressiva o resultado de uma terapia. Por outro lado, a 
modalidade de tratamento (casal, terapia de grupo), a fidelidade teórica da pesquisa 
clínica e o tipo de terapia humanístico-experiencial interferem no resultado do 
processo. 
 
PARA SABER MAIS: 
Aqui temos um excelente artigo sobre a efetividade das modalidades terapêuticas 
humanistas e existenciais por estes pesquisadores da Universidade do Rio Grande 
do Sul: 
GOMES, William Barbosa; CASTRO, Thiago Gomes. Clínica fenomenológica: do 
método de pesquisa para a prática psicoterapêutica. Revista Psic.: Teor. e Pesq. 
vol.26 no.spe Brasília, 2010, p. 81-93. 
Disponível em: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
37722010000500007&lng=pt Acessado em 18 de julho de 2020. 
 
3.4 A CLÍNICA DA TERAPIA CENTRADA NA PESSOA DE CARL ROGERS 
 
A tendência atualizante é uma experiência que a pessoa traz em si ou de forma 
evidente ou latente e sua função está na direção do crescimento, da maturidade. Em 
termos de clima psicológico favorável e adequado, essa condição é liberada como 
forma de autorrealização (ROGERS, 1997). Sobre o potencial humano de auto 
atualização, Carl Rogers, na publicação Freedom to learn for the 80’s (1983), aponta 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722010000500007&lng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722010000500007&lng=pt
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
que a educaçãopode ocorrer por intermédio de um processo e este se dá pelos 
seguintes níveis: 
 
a) Consideração positiva: engloba a aceitação, o amor e a aprovação 
recebidos por outras pessoas. Quando a aceitação independe dos 
comportamentos da pessoa, é chamada de consideração positiva 
incondicional. Pense na relação entre mãe e filho; muitas vezes o amor dela 
é incondicional, ou seja, não depende das atitudes dele. Isso não significa a 
ausência de limites, mas o respeito por suas opiniões, sentimentos e 
necessidades. 
b) Compreensão empática: é a capacidade de, temporariamente, 
desprender-se de suas próprias opiniões, sentimentos e julgamentos para 
colocar-se no lugar do outro, buscando enxergar as coisas sob seu ponto de 
vista por meio de uma escuta verdadeiramente atenta. 
c) Congruência: consiste na atitude autêntica diante do outro, ou seja, na 
capacidade de estabelecer uma relação sem máscaras, genuína e 
espontânea. Para que isso seja possível, é necessário que o indivíduo seja 
congruente consigo mesmo (MAIA; GERMANO; MOURA JR, 2009, p. 37- 
40). 
 
O objetivo da terapia é atingir o self que, na concepção de Rogers, é “uma 
condição consciente e reflexiva de si, que possui e fornece significados com os 
quais a pessoa identifica-se e a partir dos quais percebe a realidade" (MAIA; 
GERMANO; MOURA JR, 2009, p. 37), o que podemos associar ao autoconceito - a 
percepção de si próprio de acordo com as experiências vividas. Não se 
compreendendo aí estados fantasiosos, do tipo “o que penso que sou ou quem teria 
me tornado caso tivesse vivido de tal forma”. Não se trata de devaneios ou 
conjecturas. Há um contexto de visão apurada e pautada na realidade. 
Relacionando sua evolução ou transformação a medida das suas vivências com 
pessoas e situações. O que contribui para a maturidade emocional. 
Trata-se de conceber o indivíduo com noção da experiência vivida e coerência 
na experiência concreta que lhe possibilita adquirir os significados da experiência e, 
com isso, poder criar autoconceitos relativos a isso, pautados nestas experiências 
de vida, o que dá corpo à Psicologia Narrativa. O paciente ou sujeito compreende 
sua história de uma forma própria pautado em sua narrativa em como estabelece 
importância sobre fatos e situações vivenciadas. O modo de editar a sua história e 
apresentá-la no contexto terapêutico faz da narrativa uma importante referência para 
o processo terapêutico. É com esse conteúdo que o terapeuta trabalha, com o que é 
trazido pelo cliente - sua versão. Com referências próprias e sua leitura da realidade, 
o que não representa questionar tais conteúdos como verdade pois, no decorrer do 
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processo terapêutico, o enriquecimento se dá à medida que o cliente, pela 
interlocução do terapeuta, consegue trilhar outras leituras da mesma experiência, 
ampliando, assim, a sua visão, modificando o padrão de respostas e contribuindo 
para uma condição melhor da vida que tem. Essa ampliação de consciência tem 
coerência com a realidade e na medida da percepção alcançada. 
Carl Rogers apud Piovesan et al. (2018) acreditava profundamente no potencial 
humano e que ele pode evoluir, ampliar-se tanto para outras áreas como diante de 
uma mesma situação, cuja resposta poderá ser diferente. Segundo ele, cada pessoa 
tem as respostas e os direcionamentos necessários para conduzir a própria vida. O 
autor desenvolveu sua teoria para uma finalidade terapêutica, no entanto, também 
pode ser aplicada na compreensão das relações humanas. 
 
3.5 A TRANSPOSIÇÃO DA ABORDAGEM CENTRADA DA PESSOA NO 
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
 
No contexto escolar a qualidade da interação educador e educando é 
importante referência para o modo como a criança reconhece a si mesma, inclusive, 
sua disposição para a aprendizagem, em boa parte, dar-se-á pelo significado que 
estiver circulando nessa relação. Respeito, positividade e disposição para ensinar e 
promover o envolvimento dos alunos é parte representativa que influencia 
diretamente os alunos, com contexto e ambiente propícios. Compreendemos que a 
empatia, a formação de vínculo e o reconhecimento pessoal de cada aprendiz são 
parte do processo de aprender. 
A partir dela, é possível mencionar diversas contribuições no contexto 
educacional e ampliar tanto a visão do ensino quanto da aprendizagem. Carl Rogers 
defendeu a importância de que o aluno seja visto de forma global, ou seja, por 
inteiro, sendo seu ritmo respeitado e seus sentimentos e emoções valorizados. 
Compreendeu, também, que o ambiente pedagógico deve favorecer o 
desenvolvimento pleno de suas capacidades e potencial, cuja relação professor x 
aluno seja validada na aceitação e compreensão da pessoa do aluno, facilitando o 
aprendizado e estimulando o desenvolvimento das suas habilidades. 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Ao longo de sua carreira, Rogers dedicou-se, em diversos momentos, a temas 
relacionados à educação que contribuíram enormemente para a Psicologia do 
Desenvolvimento e da Aprendizagem e a uma mudança de postura do professor 
como facilitador do processo de aquisição do aluno, cujo respeito à sua condição 
humana é valorizado, distanciando-se da posição do educador com alteridade sobre 
aquele que aprende. Investe na qualidade da relação como forma de facilitar o 
desenvolvimento de potenciais não explorados, trabalhando para colaborar com o 
progresso do outro, fazendo propriamente educação de verdade. Apresenta uma 
visão pedagógica experiencial e significativa. 
Na publicação Freedom to learn for the 80’s - Liberdade para Aprender, 
Rogers, apresentou os Dez Princípios da Aprendizagem, a seguir: 
 
1. O ser humano possui aptidões naturais para aprender. 
2. A aprendizagem autêntica supõe que o assunto seja percebido pelo 
estudante como pertinente em relação aos seus objetivos. Esta 
aprendizagem se efetiva mais rapidamente quando o indivíduo busca uma 
finalidade precisa e quando ele julga os materiais didát icos que lhe são 
apresentados como capazes de lhe permitir atingi-la mais depressa. 
3. A aprendizagem que implica uma modificação da própria organização 
pessoal – da percepção de si – representa uma ameaça e o aluno tende a 
resistir a ela. 
4. Aprendizagem que constitui uma ameaça para alguém é mais facilmente 
adquirida e assimilada quando as ameaças externas são minimizadas. 
5. Quando o sujeito se sente pouco ameaçado, a experiência pode ser 
percebida de maneira diferente e o processo de aprendizagem pode se 
efetivar. 
6. A verdadeira aprendizagem ocorre em grande parte através da ação. 
7. A aprendizagem é facilitada quando o aluno participa do processo. 
8. A aprendizagem espontânea que envolve a personalidade do aluno em 
sua totalidade – sentimentos e intelecto imbricados – é a mais profunda e 
duradoura. 
9. Independência, criatividade e autonomia são facilitadas quando a 
autocrítica e autoavaliação são privilegiadas em relação à avaliação feita 
por terceiros. 
10. No mundo moderno, a aprendizagem mais importante do ponto de vista 
social é aquela que consiste em conhecer bem como ele funciona e que 
permite ao sujeito estar constantemente disposto a experimentar e a 
assimilar o processo de mudança (ROGERS, 1969, p. 114 apud ZIMRING, 
2010,p. 20-21). 
 
3.6 LEITURAS DE ABORDAGEM HUMANISTA-EXISTENCIAL NA ERA 
VIRTUAL 
 
O contexto atual do século XXI nos envolve em uma nova atmosfera com a 
transformação digital, possibilitando novos desafios no estilo de vida, no consumo, 
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na interatividade e na coletividade. As organizações vêm de forma rápida agilizando 
seus processos pelas metodologias ágeis e as pessoas sendo expostas a novos 
recursos para o trabalho, que vem se alterando e criando engajamento em tarefas 
cada vez mais em equipes, porém, que dependem de uma estrutura individual de 
prontidão para tais habilidades, pois elas se traduzem numa nova pedagogia, em 
uma nova assimilação da realidade. As famílias e núcleos de desenvolvimento 
pessoal, escolas e instituições preparam-se para um presente que pede essa 
inserção num modus vivendi diferente de antes. O ensino à distância, a relação de 
crescer e desenvolver-se quando em relação com o outro. 
Muito do que se compreende como produtividade, empreendedorismo, 
comércio e serviços já são realizados de forma híbrida em uma sociedade 
hipermoderna. Com isso, o sentido de existir e Ser se configura de nova forma e 
estamos adaptando e formulando novos conceitos para uma sociedade conectada. 
Tal representação social vem proporcionando questionamentos quanto aos dilemas 
humanos. 
A comunicação vem dispondo o ser humano em relações virtualizadas e, ao 
mesmo tempo, a internet nos possibilita uma infinidade de bem sucedidas 
realizações, mas também gera um tipo de distanciamento entre pessoas criando um 
cenário diferente. Vivemos as contradições que a modernidade nos traz, onde a 
técnica tem sua eficiência, mas retira a força pessoal do existir relacional. Marcada 
pela eficiência, muitas vezes, dificulta um outro aspecto que é poder criar espaços 
de existir. 
Estar, sem necessariamente ser presente, no momento, porém interferir de 
algum modo na realidade. Até mesmo a vida em cliques de fotografia, a necessidade 
de documentar e registrar momentos, tem sido estudada por filósofos 
contemporâneos como Bauman (1998) em publicações em que aborda as relações 
líquidas, e outra que fala sobre o mal-estar da pós-modernidade, estabelecendo 
críticas à perda de sentido e uma robotização e automação do indivíduo com perda 
de criatividade e originalidade. 
Se entendermos isso como uma mudança do entendimento de intimidade, do 
estar consigo mesmo e poder desdobrar-se virtualmente como se estivesse em 
determinada situação sem estar propriamente, vem trazendo questionamentos 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
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infinitos e, para outros, gerando conflitos quanto ao se sentir pleno e poder desfrutar 
de instâncias que possibilitam o encontro como descrito por Rogers e por toda a 
visão da abordagem centrada na pessoa, pois o lugar de existir se ampliou para um 
que ocorre na cronologia do tempo e outro que pode persistir ainda que o tempo 
seja outro, como temos nas gravações de vídeos - registros e fragmentos de um 
existir sem estar conectado no tempo presente, porém, registrados e perpetuando 
sua existência. As análises de pesquisadores apontaram que todos esses registros 
envolvem uma necessidade do ser humano de não ser esquecido: 
 
O homem contemporâneo está habituado a ouvir somente aquilo para o que 
há explicação, pois em seu modo técnico de ser/existir é inadmissível haver 
um fenômeno que não possa ser disposto, assegurado e conceituado. Isso 
aponta para uma questão importante: a técnica moderna não sabe lidar com 
a condição do ser de esvair-se, isto é, de revelar-se e de ocultar-se. Nesse 
sentido, apesar dos esforços do homem moderno, muitos fenômenos fogem 
à possibilidade de medição e explicação (TOKUO; DUTRA; REBOUÇAS, 
2019, p.75). 
 
Os pesquisadores compreendem que a pessoa humana tem uma vida subjetiva 
na atualidade e um cenário empobrecido em termos de relações, pois, todas elas 
praticamente são mediadas pelas tecnologias de comunicação, de onde se 
questiona o aprender e o vivenciar os próprios simbolismos e significados feitos 
pelas pessoas, que vivem sua realidade ao invés de serem capturados e 
identificados. Muitos ganhos surgiram em decorrência das tecnologias e das 
chamadas técnicas ou recursos tecnológicos como o aproveitamento do tempo, 
poder realizar diversas tarefas. 
“Neste universo paralelo que é o virtual acontecem trocas para todos os fins: 
profissionais, acadêmicas, culturais, sociais, comerciais e pessoais” (TOKUO; 
DUTRA; REBOUÇAS, 2019 p. 76-77). A hipermodernidade traz para o homem uma 
perda do sentido de si. É um homem desorientado e fragmentado e que depende 
cada vez mais dos próprios recursos para construir a si mesmo, isto é, da sua 
capacidade pessoal de organizar as informações recebidas (TOKUO; DUTRA; 
REBOUÇAS, 2019). 
De acordo com Cordeiro, “o homem moderno habita sem poesia, e ser poético 
significa poder ver, numa mesma unidade, a aurora e o crepúsculo, poder ver no 
familiar, o estranho. Em outras palavras, ser poético é acolher o mistério” 
(CORDEIRO, 2014, p. 157-174). 
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SAIBA MAIS: 
O artigo aborda o cotidiano da vida prática em tempos digitais, a tecnologização do 
mundo contemporâneo e o modo de ser na era virtual, partindo do olhar da 
Psicologia Fenomenológico-Existencial. 
TOKUO, Bianca; DUTRA, Elza Maria; REBOUÇAS, Melina Séfora. Modos de Ser na 
Era Virtual: Um olhar da Psicologia Fenomenológico-Existencial. PSI UNISC, Santa 
Cruz do Sul, v. 3, n. 1, jan./jun. 2019, p. 71-88. 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Ed., 1998.Inquietações da vida contemporânea e suas formas atuais de 
organização: uma relação de imanência. 
CORDEIRO, Marcos Rogério. A forma objetiva na poesia de Augusto dos Anjos. O 
Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, [S.l.], v. 23, n. 1, p. 83-94, jul. 2014. 
ISSN 2358-9787. Disponível em: 
. Acesso em: 13 dez. 2020. doi: http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.23.1.83-94. 
GOMES, William Barbosa; CASTRO, Thiago Gomes de. Clínica fenomenológica: do 
método de pesquisa para a prática psicoterapêutica. Psic .: Teor. e Pesq. , Brasília, 
v. 26, n. spe, p. 81-93, 2010. Disponível em 
. acesso em 13 de dezembro de 2020. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000500007. 
MAIA, Camila Moreira; GERMANO, Idilva Maria Pires; MOURA JR, James Ferreira. 
Um diálogo sobre o conceito de self entre a abordagem centrada na pessoa e 
psicologia narrativa. Rev. NUFEN, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 33-
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PIOVESAN,Josieli et al. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso 
eletrônico] 1. ed. – Santa Maria, RS: UFSM, NTE, 2018. Disponível em: 
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http://dx.doi.org/10.17851/2358-9787.23.1.83-94
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722010000500007
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
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http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a03.pdf
https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/12453/7853
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4665.pdf
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Chegando ao final do conteúdo desta disciplina vamos destacar alguns 
pontos principalmente no tocante ao quanto a Psicologia Humanista encontra 
ressonância no momento contemporâneo. Sua profundidade, a busca de significado 
e sentido existencial e a própria reverência à esta abordagem direcionada à 
condição humana, talvez seja o grande Encontro da humanidade neste momento 
com o qual a Psicologia pode promover, enquanto aplicação prática e de processo 
transformador terapêutico, na vida das pessoas pela grande representatividade que 
a saúde mental assume na consciência coletiva, como a necessidade de se 
compreender para então buscar caminhos melhores e viáveis para viver. 
A importância da postura de um terapeuta empático e assertivo diante da 
realidade e que possa, de fato, contribuir nesse processo individual de 
direcionamento para uma “good life”, a boa vida descrita por Carl Rogers no clássico 
livro Tornar-se Pessoa. Este é o objetivo máximo desta abordagem, fazer com que 
as pessoas se sintam bem em Ser quem elas são, e o quanto isso tem de verdade 
no momento contemporâneo de diversidade, de incertezas, de amplitude para uma 
consciência de um pertencer planetário, inclusive, onde trilhamos uma nova jornada 
existencial e o desejo de nos tornarmos pessoas melhores. 
O inesperado e imprevisível tem feito parte de nossas vidas e atuado de forma 
ágil, chocando com a realidade anterior, extraindo do indivíduo a necessidade de um 
novo equilíbrio. Com isso, um novo aprendizado: o respeito ao princípio da vida, 
conectando-nos ao sentido maior de estarmos vivos e protegidos. 
A emergência é manter a vida, preservar a saúde. O cuidado mútuo ganhou o 
foco no coletivo sem esquecer de estabelecer o cuidado com o foco individual – 
pois, é nesta interação que o treino se dará – de uma consciência coletiva. As 
pessoas estão sendo educadas a compreender que se não tiverem atitudes e 
condutas sustentáveis, acabarão interferindo nas vidas coletivas e inviabilizando a 
sociedade. Estamos também tendo uma dimensão maior da dor humana e dos 
contrastes socioeconômicos quando damos conta de quem trabalha em home office, 
de quem perde o emprego, quem precisa sair às ruas para o próprio sustento e 
aqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Todos estão aí configurados 
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diante de nós. A exposição da dor é total! Sem esquecermos dos que estão 
desaparecendo, perdendo a vida! E isto ficou mais visível a todos. 
Observe quem faz parte do seu espectro de realidade, pois são com elas que 
irá co criar a realidade que se proporá a seguir. São elas do trabalho, da família, do 
círculo de relacionamento social. Observe os que estão a sua volta e suscitam 
cuidados, proteção, afeto e compreensão. Os que estão recuados, defendidos. 
Aqueles que negam a própria realidade e opinam sobre a realidade com uma 
postura onipotente diante de tudo. Pois você vai contar mesmo com aqueles que 
estão ativos, produzindo movimento em busca de equilíbrio. Transformando-se 
enquanto pessoas, pois é assim que o ser humano é: - adaptável para buscar a 
própria sanidade e viabilizar a vida. 
A vida está se transformando e não deixando de vibrar! E coisas boas 
certamente vão voltar a acontecer pela capacidade de reinventar que nós pessoas 
teremos numa escala evolutiva. O mundo continua girando e estamos sendo 
convidados a visualizar uma nova instância de vida, de meios de estabelecer uma 
qualidade de vida pessoal e familiar bem como na vida profissional, junto às pessoas 
que amamos e queremos preservar com responsabilidade afetiva, coragem diante 
do desconhecido e diminuição de barreiras, pois todos estamos descobrindo essa 
realidade juntos. 
Tem se tornado claro para o indivíduo desta nova Era de transformações 
pessoais e coletivas que vivemos dada a invasão viral pandêmica e a consequente 
mudança de estilo de vida que considerou novas práticas de vida, tais como o 
isolamento social, contribuindo fortemente para uma vida mais direcionada para a 
introspecção – para a intimidade e o sentido que o autoconhecimento demanda de si 
mesmo.Podendo então decidir sobre suas possibilidades de escolhas. 
Muitas pessoas revelam o medo desse encontro consigo mesmas, pois não 
estão acostumadas, em vista a uma vida anterior amparada em aspectos 
propulsores externos a si mesmo, tais como: associar sucesso e bem-estar com 
valores dissociados da própria condição humana, vivendo de forma escravizada sob 
o domínio de demandas que não as representam. Assim viveram muito tempo 
distantes de si mesmas, apenas fazendo parte de uma engrenagem capitalista 
abusiva. Voltada para uma vida que veio sendo extremamente volátil, portanto, 
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fugaz, sem sustentação que apontava o obsoleto a todo instante – como descarte, e 
que não se ampara em valores humanos que dão reforço, sentido e significado ao 
indivíduo. Uma vida que até então para muitos vinha sendo demandada por 
necessidades que não lhe representa e muito menos tem a ver consigo mesmo. Ao 
que entendemos por uma vida sem sentido e significado. Então, nesse contexto, a 
psicologia humanista se encaixa perfeitamente e vem para poder dar esta dimensão 
da crise existencial que tanto tal abordagem dá conta de promover enquanto saúde 
mental. A medida do seu contentamento é, em síntese, a direção humana mais 
reverenciada por alguém que deseja aplicar na própria vida uma dimensão 
humanizada: 
 
O que a vida faz por você, já é suficiente – que é colocar-lhe nas 
experiências que você inteligentemente galgou até aqui. Então olhe para o 
lado e veja tudo o que construiu! 
O ar entra em seus pulmões e você está vivo! Isso é boa parte do plano que 
a vida lhe oferece, mas a forma como você irá viver é com você! Por isso 
que qualidade é reflexo do que projeta e do que é capaz de solucionar 
diante de todas as decisões que têm no dia (RICOTTA, 2020, online). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 
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ed. (Kindle, Amazon). 
 
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Memorandum, 12, 105-124, 2007. Acesso em 13 dez. 2020, da World Wide Web. 
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Acesso: 13 dez. 2020. 
 
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FINKLER, Pedro. Por Que Sou Psicólogo Humanista? Porto Alegre: 
EDIPUCRS, 2000. 
 
GOMES, William Barbosa; CASTRO, Thiago Gomes. Clínica Fenomenológica: Do 
Método de Pesquisa para a Prática Psicoterapêutica. Brasília. Revista Teoria e 
Prática, 2010, Vol. 26 n. especial, pp. 81-9 
 
LIMA, A.B.M (org.). Ensaios sobre fenomenologia: Husserl, Heidegger e Merleau-
Ponty. Ilhéus, BA: Editus, 2014. 
 
MAIA, Camila Moreira; GERMANO, Idilva Maria Pires; MOURA JR, James Ferreira. 
Um Diálogo Sobre O Conceito de Self Entre a Abordagem Centrada na Pessoa e a 
Psicologia Narrativa. Revista do Nufen - Ano 01, v. 01, n. 02, agosto-novembro, 
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http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a12/castanon01.pdf
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
PENNA, Antonio Gomes. Introdução à História da Psicologia Contemporânea. 
Rio de Janeiro: Zahar Editores,1978. 
 
PENNA, A.G. Introdução à motivação e emoção. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001. 
 
PIOVESAN, J. (et. al.) Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso 
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exercício diário. 2020. Disponível em: 
 Acessado em 30 de julho de 2020. 
 
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Mineiro, Uberaba, Brasil. Disponível em: Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n. 1, 
p. 163-173, jan./abr. 2015. 
 
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Abordagem Centrada na Pessoa Rio de Janeiro: UFRJ: Instituto de Psicologia. Tese 
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10.17058/psiunisc. v3i1.12453. 2018. 
 
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Massangana. 2010, p.20-21. 
 
http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a03.pdfraízes, 
desdobramentos e contribuições epistemológicas, filosóficas e antropológicas para a 
consolidação da escola humanista dentro do contexto mundial e brasileiro, 
considerando o enfoque muito explorado na contemporaneidade do século XXI, 
onde o engajamento social é extremamente importante como atributo do ser humano 
para conquistar, em prol das melhores condições sociais e planetária, portanto, as 
razões pelas quais a Psicologia Humanista-Existencial tenha seu importante papel 
na sociedade atual, pois é necessária e conflui para os caminhos da humanidade 
prevalecer e permanecer existindo. 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 - O SURGIMENTO DA ABORDAGEM HUMANISTA NA 
PSICOLOGIA 
 
Inicialmente, consideraremos a dimensão filosófica para estudarmos essa 
abordagem. Para tanto, abordaremos a fenomenologia, ou o estudo dos fenômenos, 
para compreendermos na essência um pilar importante da observação do homem 
diante de si e de sua realidade. A influência filosófica do existencialismo é marcante 
para o surgimento da visão humanista. Assim, compreenderemos brevemente o 
conceito da fenomenologia: 
 
Dentre as correntes mais influentes da filosofia do século XX, a 
fenomenologia aparece como uma das mais importantes. Inúmeros filósofos 
se valeram do método fenomenológico como fundamento para pensar e 
elaborar suas filosofias. Assim, a partir da leitura e interpretação do método 
fenomenológico formulado por Husserl, autores como Max Scheler, 
Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Lévinas e outros desenvolveram suas 
filosofias à luz desse “método de investigação”, como diz Heidegger em Ser 
e tempo. Ou seja, “a expressão ‘fenomenologia’ significa, antes de tudo, um 
conceito de método” (HEIDEGGER, 2006, p. 66 apud LIMA, 2014, p. 9). 
 
Entre (1940-1945), Carl Rogers, psicólogo precursor da psicologia humanista, 
inicia os estudos teóricos intitulados de psicoterapia não-diretiva ou aconselhamento 
não-diretivo, publicando tais ideias em 1942 no livro Psicoterapia e Consulta 
Psicológica, ele afirmava a importância que tem o insight para a reorganização da 
personalidade e para o comportamento. Avançando seus estudos, Rogers (1946-
1957), conceituou a psicoterapia como uma readaptação da congruência existente 
na autoimagem – nova formulação de insight – e as experiências. Além de criador, 
foi a mola mestra da orientação não-diretiva. Ainda não se falava em Terapia 
Centrada no Cliente (RUDIO, 1976). 
A partir de 1950 as pesquisas sobre motivação pessoal se tornaram de 
interesse dos pesquisadores da psicologia, de forma inespecífica, a fim de verificar 
quais fatores estavam agindo e interferindo nos estados emocionais do indivíduo, 
que poderiam oscilar entre menor intensidade em determinada atividade para um 
estado mais elevado. Como é de conhecimento no universo da psicologia, o autor 
mais referenciado é Abraham Maslow, que aborda as motivações para as 
necessidades do ser humano. Ele cria a pirâmide das necessidades básicas, que 
numa escala evolutiva entende que o indivíduo ao encontrar satisfação num certo 
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nível, parte em busca de um outro patamar, diferente de antes, e segue numa 
perspectiva futura, utilizando-se da criatividade como forma de responder às 
situações e sair em busca de novas. A perspectiva da criatividade é compreendida 
por uma forma de o indivíduo buscar soluções novas para situações conhecidas, o 
que promove seu progresso pessoal, partindo de um tipo de necessidade e 
buscando outras tantas mais desafiadoras. 
A teoria de Maslow foi escrita em Motivation and Personality, publicado em 
1954. Construiu uma teoria baseada em perspectivas da teoria adleriana, freudiana, 
considerou-a vinculada à tradição funcionalista de W. James e J. Dewey, além de 
revelar-se em estruturas teóricas do gestaltismo de Weitheimer e do holismo de 
Goldstein. Foram várias influências, contribuições, combinações e distanciamentos 
que trouxeram características únicas à teoria holista-dinâmica (PENNA, 2001). 
O cenário da época também estabelecia nas visões do behaviorismo e da 
psicanálise, as referências para o entendimento dos tais estados emocionais como 
forma de compreender o comportamento humano. Sendo ambas superadas pela 
psicologia humanista que, inspirada fortemente pela fenomenologia e pela filosofia 
existencialista, centrava no conceito de pessoa ao invés de focar no comportamento 
e conduta. Enfatiza, por si, a liberdade contra o determinismo até então operante 
nas visões anteriores, tendo como premissas o bem-estar pessoal, a solução de 
suas próprias questões ao invés da necessidade de controle da conduta e das 
razões pelas quais se tem que agir de determinada forma e não de outra. 
A filosofia existencialista esteve presente desde os anos 1930, seguindo para 
os anos 1940 e 1950, coincidindo com o período de guerra e pós-guerra, cujo 
cenário de falta de perspectiva e ausência de sentido na vida acabou gerando a 
necessidade de buscar significado em si mesmo para dar conta da realidade. A 
partir daí surge a valorização da pessoa na sua ótica pessoal como forma de 
transpor tais dificuldades. 
Alguns princípios do existencialismo elencados por Carrasco (2019) de forma 
objetiva são: 
 A de que somos livres para fazermos escolhas; 
 A de que somos responsáveis pelo que escolhemos; 
 A existência se dá na relação com o mundo; 
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 A de que cada pessoa se torna aquilo que faz de si; 
 A de que a existência é única e singular; 
 A de que transformamos o mundo e somos transformados por ele; 
 A de que somos livres para criar sentidos em nossa vida; 
 A de que coexistem diversos modo de Ser; 
 A de que não há modo de compreender o outro sem entender o contexto 
ao qual está inserido; 
 A de que experimentamos a vida a partir dos afetos. 
Como resultado do contexto da época, tornou-se natural a influência direta 
da filosofia existencial com a psicologia, consolidando a visão humanista existencial. 
Podemos observar também alinhamentos em seus propósitos da prática terapêutica 
e da visão de homem e de mundo propostas pela corrente filosófica da época: “o 
existencialismo reconhece e valoriza as características particulares de cada 
indivíduo, principalmente o que o torna diferente dos demais, ou seja, suas 
singularidades” (CARRASCO, 2019). Exatamente como os teóricos formularam a 
teoria e prática psicoterápica que aponta para essa perspectiva. 
Carl Rogers localiza a herança cultural de sua teoria na filosofia existencial 
referindo-se a teóricos como Kierkegaard, Martin Buber e Rollo May. Na década de 
40, ele foi um cientista que utilizava a psicoterapia avaliando empiricamente seus 
resultados, gravando as sessões para fins de pesquisa. 
A transformação da ciência psicológica passa então a não representar o 
comportamento e sim a pessoa, deixando de concebera essência do estudo do 
homem como objeto ou coisa - geralmente atribuído à definição de coisas e objetos 
do mundo físico. Surge, portanto, a noção do homem como sujeito, que tem 
prospecção futura de realizações que o tornam satisfeito consigo mesmo e com 
potencial de efetivo realizador. Direcionado para o futuro, para seu próprio progresso 
como resultado efetivo de suas escolhas e decisões. O homem visto como sujeito, 
pessoa autônoma, livre e capaz de encontrar respostas para si e adquirir na 
prospecção futura - o seu aprimoramento. 
Nesta perspectiva teórica e prática da ação da psicologia nos modelos 
psicoterápicos integram os seus principais colaboradores: Gordon Allport, Rollo May, 
Abraham Maslow, Rollo May e Carl Rogers que, em 1958, lança o livro Existence, 
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pioneiro no movimento fenomenológico-existencial nos Estados Unidos e tendências 
associadas a adjetivos como fenomenológico, existencial, centrado na pessoa; a 
conceitos como auto-realização, vir-a-ser, maturação. Tal movimento ganha força e 
expressão e, em 1962, é criada a associação de psicologia humanista, de onde 
surgiram diversos debates entre profissionais da época com visões comportamental 
e da fenomenologia existencial marcada pelo humanismo (ROGERS, 1997). 
Em 1961, Rogers ganhou reconhecimento nacional com a publicação da obra 
“Tornar-se pessoa”, trazendo como hipótese central a relação de aceitação com o 
outro, uma força de libertação como forma de utilização para o crescimento, 
mudança e desenvolvimento pessoal, considerando que cada pessoa por si só é 
inerente de recursos plenos. 
Tentaram fazer uma espécie de fusão entre as linhas de pensamento, mas tal 
iniciativa não obteve sucesso por estabelecerem marcadas distinções na sua 
epistemologia e a antropologia envolvidas em cada uma. A visão humanista torna-se 
então a terceira onda da psicologia, singular e distinta das anteriores, da psicanálise 
e do behaviorismo. 
A teoria psicanalítica especializou-se no tratamento de problemas do sistema 
nervoso central e das desordens neuróticas. A teoria freudiana ficou denominada 
genericamente atrelada às ideias sobre personalidade, patologia e tratamento, 
adotando a hipnose e a associação livre como principais técnicas de trazer à 
consciência os conteúdos inconscientes responsáveis pela formação das neuroses 
(DAVIDOFF, 1983). 
Principalmente diante desta segunda linha de abordagem, opõe-se diretamente 
à ideia de controle do comportamento e do determinismo. Os primeiros estudiosos 
behavioristas tinham algumas teses como os estudos sobre eventos ambientais 
(estímulos) e o comportamento observável (respostas), a aprendizagem por meio da 
experiência era tópico investigativo, a introspecção perdia o seu foco em detrimento 
da experimentação, de testes e observações. 
Dando vazão a uma consideração que vê e concebe o homem livre, que não 
nega o determinismo existente nas duas correntes de pensar (behaviorismo e 
humanismo), porém a compreende como autodeterminação do indivíduo sobre si 
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mesmo e sobre suas posições frente à vida e ao mundo. Ele como o autor principal 
da sua vida. 
 
SAIBA MAIS: 
O artigo de Virginia Moreira “Revisitando as Fases da Terapia Centrada na Pessoa” 
contribui com um apanhado histórico da evolução de Carl Rogers em uma linha do 
tempo marcada por fases ou etapas. Chegando até reflexões contemporâneas, 
observando-se a continuidade da influência rogeriana na abordagem humanista nos 
tempos atuais. 
Título: Revisitando as fases da abordagem centrada na pessoa. 
Acesse o link: 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-166X2010000400011&script=sci_arttext 
(Acessado em 01 de julho de 2020). 
MOREIRA, Virginia. Revisitando as Fases da Terapia Centrada na Pessoa. Revista 
Estudos de Psicologia, Campinas, vol. 27, nº4 Out/Dez 2010. 
 
1.1 A EPISTEMOLOGIA E A ANTROPOLOGIA 
 
Elementos fundamentais que marcaram a distinção entre as teorias 
psicológicas apresentadas acima foram a epistemologia, que se ocupa do estudo do 
conhecimento e a fonte de todo o saber, distinguindo o que é ciência de senso 
comum, e a antropologia, o estudo do ser humano em sua cultura, como alguém 
promotor dela e resultado das suas interações sociais. Assim, o estudo etnográfico 
que a antropologia propõe, descreve detalhadamente o indivíduo em sua função 
social como parte da cultura que vive. Portanto, elementos originais de distinção 
entre a psicologia comportamental behaviorista e a psicanálise. 
Por princípio, a discussão para as bases teóricas e práticas de cada linha de 
pensamento ou abordagem psicológica observam os limites entre uma e outra a fim 
de torná-la específica. O saber científico e o empirismo, que parte da observação do 
indivíduo, são fontes de referência da epistemologia e da antropologia para 
compreendermos a existência humana, seja do seu comportamento diante dos 
desafios sociais e do Ser humano enquanto pessoa. 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-166X2010000400011&script=sci_arttext
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A questão centrada na pessoa ou ciência foi e talvez ainda seja um problema 
filosófico diante do olhar cartesiano sobre o sentido da ciência psicológica e de sua 
epistemologia, um debate oposto às bases do positivismo lógico, no entanto, Carl 
Rogers, antes mesmo dos demais teóricos humanistas se preocupou com essa 
questão e concomitante ao papel de terapeuta foi um cientista que investigou a 
formação da relação e seus impactos significativos no processo de transformação e 
mudanças na pessoa: 
 
É vidente desde o princípio que a terapia, por ser um fenômeno complexo, é 
difícil de medir. No entanto, “tudo o que existe se pode medir” e, se a terapia 
é considerada uma relação significativa, com implicações que se estendem 
para além dela, vale a pena superar as dificuldades para se descobrirem as 
leis da personalidade e das relações interpessoais (ROGERS, 1997, p. 
235). 
 
Não podemos desconsiderar que a psicoterapia é o canal que abre uma 
dinâmica imprescindível para a mudança comportamental. A ciência existe nas 
pessoas. Os projetos científicos têm o seu impulso criativo e a epistemologia 
científica ou não é aquela subjetivamente aceita. A verificação de alguma hipótese é 
intersubjetiva e tem papel importante na compreensão científica, no entanto, não é 
só a origem, o desenvolvimento ou a conclusão da ciência que utiliza o recurso 
subjetivo, mas sua própria utilização e, em termos das descobertas científicas sobre 
a personalidade, é e será uma decisão subjetiva e pessoal do pesquisador, inclusive 
a investigação na psicoterapia (ROGERS, 1997). 
 
IMPORTANTE! 
Assista ao vídeo sobre Epistemologia da Psicologia Humanista, que muito irá lhe 
auxiliar a compreender os meandros da distinção entre as teorias e práticas 
psicoterápicas do Behaviorismo e Psicanálise; apontandoa Psicologia Humanista 
como a terceira força, valorando o indivíduo, sua experiência pessoal, a auto 
realização, motivação e criatividade. Vale conferir! 
Documentário sobre o assunto: Psicologia Humanista: a terceira força da psicologia. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=s3tXQDK6BNc (Acessado em 29 
de junho de 2020). 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=s3tXQDK6BNc
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1.2 A LINGUAGEM E A PERCEPÇÃO 
 
A linguagem também se tornou elemento marcante na época para a evolução 
da psicologia. Os estudos nessa área estavam focados em dois aspectos: como é 
adquirida e como é usada e são conhecidos como psicolinguística. As formas de 
comunicação estudadas foram: reflexiva – padrões estereotipados, de natureza 
reflexa, gestos e sinais da emoção que não expressam um propósito de transmitir 
aquela informação; intencional ou propositada – afeta o receptor da informação e 
pode mudar seu curso de resposta conforme a interação. A linguagem é o tipo mais 
sofisticado de comunicação intencional ou proposital (DAVIDOFF, 1983). 
 A linguagem é uma função criativa e em primeiro plano ao considerar a 
linguagem como caminho do pensamento, identificada por Watson e inspirada em 
Wundt. Indo além do que ela poderia representar em termos de códigos 
comunicacionais e precisamente por ser veículo de expressão do pensamento. Em 
segundo plano, a linguagem vista como objeto de pesquisa do ser humano, a 
expressão da interiorização da linguagem, como descreve Penna (1978). Watson 
acaba por marcar uma psicologia do tipo estímulo e resposta, identificada com o 
Behaviorismo. 
Até 1951 estudou-se as perturbações no domínio da linguagem com a 
contribuição dos neuro patologistas e, a partir de 1951, surgem as contribuições da 
psicolinguística - centrado na interdisciplinaridade das pesquisas sobre a linguagem. 
A natureza da percepção é operação ativa e complicada e não se trata de ser 
um espelho exato da realidade, pois as expectativas criadas pelo contexto 
influenciam o que se vê, supondo numerosas atividades cognitivas, além da 
influência da consciência e da memória no processo perceptivo. A linguagem 
também influencia a cognição, moldando a percepção de forma indireta. A 
percepção é o ponto de encontro entre a cognição e a realidade. O processo 
perceptivo complexo depende do sistema sensorial e dos processos cerebrais. Em 
estudos iniciais os cientistas catalogaram onze sentidos humanos distintos (visão, 
audição, paladar, olfato – tato “somato-sensoriais”: contato físico, pressão profunda, 
calor, frio e dor, o sentido cinestésico e o vestibular) (DAVIDOFF, 1983). 
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Os estudos relativos à percepção também promoveram a evolução da 
psicologia, no que tange à visão humanista, o crédito todo é dado à visão que a 
própria pessoa tem de sua história, seus sentimentos e forma de pensar. A 
psicologia humanista se envolve com as subjetividades do sujeito, como forma de 
compreender suas vivências, a maneira como estabelece essas relações consigo, 
com o outro e com o mundo. Para Carrasco (2019), o existencialismo reconhece e 
valoriza as características particulares de cada indivíduo, principalmente o que o 
torna diferente dos demais, ou seja, suas singularidades. 
Os estudos sobre a organização da percepção visual foram algumas das 
contribuições no campo da neuropsicologia e dos estudos da psicologia da gestalt. 
No contexto contemporâneo, em pleno século XXI a visão humanista é um reflexo 
do século XX, que surgiu em meio ao behaviorismo e à psicanálise, distinguindo-se 
de ambas e rompendo tais paradigmas entre o condicionamento e a interpretação e 
ênfase na doença – tirando a autonomia do paciente – mantendo-o passivo diante 
de um quadro psicológico e que delega tal tratamento; tornando o psicoterapeuta 
detentor do processo evolutivo do paciente, definindo os elementos de sua evolução 
como a propositura de cura se esta ocorrer na ótica do psicólogo. 
 
1.3 A VISÃO HUMANISTA DIFERENCIANDO OS MODELOS VIGENTES DA 
ÉPOCA 
 
A psicologia humanista ficou conhecida como a terceira força da psicologia e 
surgiu no contexto do final da década de 50 e início da década de 60, no qual as 
duas escolas da psicologia estavam consolidadas: behaviorismo e psicanálise. Essa 
visão contrapunha o cenário de estudos sobre a psicologia da época e colocava 
Maslow como principal interlocutor dentro da rede de correspondência, a qual ele 
mesmo intitulou “Eupsiquiana” com o objetivo de fortalecer e discutir as ideias que 
propunha em detrimento do pensamento ortodoxo vigente (Castañon, 2007). 
Os humanistas questionavam quatro pontos fundamentais na teoria 
behaviorista: pesquisas experimentais com animais para abordagem à compreensão 
experencial humana; que os temas de pesquisa em psicologia não fossem 
escolhidos por conveniência experimental e sim pela importância para o ser humano 
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e pela relevância para a epistemologia psicológica; concepção mecanicista e reativa 
em detrimento da proatividade da natureza humana; afirmar e catalogar 
comportamentos humanos não descreveria adequadamente a natureza humana, 
considerando que a gestalt afirma a pessoa como sendo mais do que a soma de 
comportamentos isolados (Castañon, 2007). 
A psicologia humanista reagiu à psicanálise também, considerando-a 
reducionista, determinista, fatalista e pessimista diante da visão de homem e de 
mundo que essa teoria propunha, considerando que para Freud haveria fixações 
emocionais na personalidade originadas do trauma infantil, aspecto baseado 
fortemente na biologia da personalidade. 
Maslow criticou diretivamente os estudos sobre a neurose e a psicose, 
afirmando que a psicologia deveria ir para além da patologia, centrando suas 
contribuições científicas para o estudo das qualidades e características positivas do 
homem, (como a alegria, o altruísmo, a fruição estética, a satisfação ou o êxtase). 
Os estudos deveriam ser centrados na pessoa e não na doença. 
O pensamento humanista teve influências de Kurt Goldstein, Gordon Allport, 
Henry Murray, Gardner Murphy e que na história do surgimento da sua história teve 
relação com o existencialismo na década de 50. No entanto, é importante ressaltar 
as diferenças entre essas duas correntes da psicologia e que existem 
especificidades no pensamento como as contribuições de Rollo May, que introduzia 
ideias de filósofos como Soren Kierkegaard e Martin Heidegger, e Maslow que 
criticou algumas tendências do existencialismo, como o niilismo de Nietzsche; a 
glorificação do nada de Sartre e a vivência da vida como um absurdo sem sentido de 
A. Camus. 
Apesar das aproximações desses dois pensamentos, o maior distanciamento 
foi a crítica sobre a proposição de Sartre de que a existência precede a essência, ou 
seja, o filósofo nega a essência da natureza humana. Os humanistasacreditam 
tanto na filogênese, quanto na ontogênese da essência na natureza humana. No 
contexto da afirmação humanista no cenário global e brasileiro, surgem as 
contribuições de Viktor Frankl com a teoria da logoterapia que, com os seus estudos, 
foi aperfeiçoando os detalhes aos estudos humanistas e a proximidade desses dois 
pensamentos se evidenciava. 
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A abordagem humanista seguiu rigorosamente os pressupostos estabelecidos 
pela ciência moderna, como na física e na biologia estabelecendo leis universais 
sobre as humanidades, seguindo um fluxo sobre as crenças que a ciência moderna 
estabeleceu: 
 
[...] comecemos pela primeira, que é a crença de que o objeto de 
investigação existe independentemente da mente do observador. A isto 
chamaremos Realismo Ontológico. A segunda destas é a crença na 
estabilidade, pelo menos em alguns de seus aspectos, do objeto que se 
estuda, a isto chamaremos Regularidade do Objeto; a terceira é a crença de 
que através do método adequado, podemos vir a conhecer algo sobre o 
objeto, a isto chamaremos Otimismo Epistemológico; a quarta é a assunção 
das leis básicas da lógica clássica na formulação de argumentos válidos, os 
Pressupostos Lógicos, e, por último e tão fundamental quanto, a crença de 
que podemos representar adequada e estavelmente o mundo através da 
linguagem, a isto chamaremos aqui, Representacionismo (CASTAÑON, 
2007, p. 110). 
 
A abordagem do objeto de estudos da psicologia humanista é bem peculiar, 
pois entende que saber sobre as causas do comportamento humano não é o 
suficiente, pois há o componente subjetivo do sentido e significado que o humano dá 
para o seu comportamento e para analisar o comportamento do outro, uma 
conjuntura que é parte complexa da humanidade e de sua ontologia enquanto 
sujeito em evolução. A natureza humana é parte da relação com o universo e não 
um resultado do objeto das leis físicas, na verdade um emaranhado complexo de 
toda a química universal. A premissa central, objeto de estudo da ciência psicológica 
humanista é o sentido da experiência humana. 
Imprescindíveis são as análises dos constructos humanos (amor, ódio, medo, 
angústia, esperança, felicidade, humor, amizade, altruísmo, sentido da vida, 
responsabilidade, o morrer, criatividade, sentimento estético, sonhos, empatia, 
metas, meditação, experiências paranormais, experiências místicas, experiências 
culminantes, valores e sentimento moral) para os estudos científicos da ontologia e 
epistemologia da psicologia humanista. 
Quanto à concepção epistemológica do método, Wilhelm Dilthey foi o mais 
influente filósofo da psicologia humanista, pensamento antropológico que favoreceu 
a utilização do método ideográfico (posição ontológica que dá autonomia ao objeto 
de estudo, buscando o significado e o sentido da experiência humana, considerando 
todos os seus constructos nessa análise) na busca pelo fenômeno humano 
entendido em suas interconexões plenas de sentido, no entanto, alguns 
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pesquisadores identificaram na maioria das pesquisas em psicologia humanista 
quatro métodos: experimental, fenomenológico, hermenêutico e o psicológico 
perceptual, advindo da prática clínica. O que é peculiar a todos eles: a abordagem 
compreensiva na direção do sentido e o significado da experiência humana e do 
sujeito que a experencia; o contexto dos estudos se localiza na realidade do mundo 
e da sociedade. 
A compreensão sobre o fenômeno segue a partir do próprio fenômeno, então é 
sua própria transcendência. A técnica utilizada na psicoterapia existencial humanista 
é o grande desafio, como também é para a pesquisa científica: compreender o 
fenômeno enquanto fenômeno, esbarramos então num dilema – compreender os 
“porquês” da existência. Filosoficamente entramos no campo do desespero humano 
na contemporaneidade – o fato da vida estar desprovida de sentido? O que há de 
conexão com o contexto atual? De certo modo a filosofia existencial mostrou tanto a 
beleza quanto a barbárie da humanidade, ou seja, mostrou as condições 
degradantes de vida e as mazelas nas quais as humanidade se encontra, condições 
destrutivas, infrutíferas, criação da própria humanidade, ditando modos de viver 
ameaçadores para a essência da natureza humana (CAMON, 1999). 
Carl Rogers foi um dos precursores humanistas que se dedicou à questão 
científica no cenário da psicoterapia e que entendeu a legitimidade do significado e 
do sentido em termos do que a experiência psicoterápica poderia lhe dar as bases 
científicas humanistas. 
A compreensão do fenômeno foi abordada por ele dentro da complexidade 
terapêutica utilizando a lógica e os métodos da ciência moderna. Rogers conseguiu 
resolver, em partes, algumas questões epistêmicas sobre a psicoterapia humanista 
e a ciência que eram dilemas conflitantes. A questão central é colocar o terapeuta 
e/ou cientista na categoria humana, subjetiva, existencial, com os valores que têm, 
como base para as duas questões, partindo de uma análise EU-TU, na experiência 
individual ou coletiva, focada no fenômeno do próprio fenômeno, e somente desta 
maneira consigo entender as nuances do que significa: as humanidades (ROGERS, 
1997). 
Uma aplicação desta perspectiva pode ser encontrada no artigo intitulado 
“Construindo narrativas compreensivas a partir de encontros dialógicos: um 
caminho em busca de significados”. Nele os autores descrevem uma 
estratégia metodológica original que vem sendo desenvolvida em 
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investigações fenomenológicas que buscam desvelar a natureza dos 
fenômenos humanos a partir da descrição e compreensão das experiências 
vividas. A maneira tradicional consiste na gravação de longas entrevistas 
que são posteriormente transcritas e analisadas. Propõem os autores que o 
contato do pesquisador com os participantes para compreender suas 
experiências sobre determinado fenômeno seja efetivado por meio de 
encontros dialógicos. O pesquisador escreve narrativas compreensivas, em 
primeira pessoa, sobre os encontros vividos com cada participante 
objetivando apreender seus significados a partir de suas próprias 
impressões, suscitadas pelo diálogo que se deu acerca do tema da 
investigação. Uma narrativa síntese é construída para dar prosseguimento 
ao processo de análise fenomenológica, desvelando os elementos 
estruturais do fenômeno que emergiram das experiências de todos os 
participantes. Ao final deste tipo de análise fenomenológica, é possível 
apontar o sentido das experiências vividas. Trata-se de um processo em 
que a relação interpessoal constitui a base para a compreensão de 
experiências singularmente vividas (CURY, 2017, p. 1). 
 
Para fazermos uma breve correlação e observarmos como a expansão dessa 
visão nos trouxe desdobramentos importantes e significativos, ressaltamos que a 
partir dessa abordagem, tenha nos mostradoe possibilitado avançar na ciência da 
psicologia aplicada em vários e diferentes campos da vida do homem, do sujeito e 
indivíduo. Trazendo ao cenário da psicoterapia uma vastidão de campos de atuação, 
seja na vida do indivíduo em si como nas suas interações – pois a medida de seu 
autoconhecimento está relacionada aos seus inter-relacionamentos, onde o 
indivíduo como princípio filosófico existencialista conhece a si por meio do outro, 
resultado dessa interatividade na dimensão do que esta reflete, podendo ser no 
campo pessoal, íntimo, enquanto casal, família, profissional e no campo da vida 
social, enquanto cidadão. Compreendendo-se assim que a psicologia humanista tem 
sua atuação e desdobramentos em seu espectro de ação, abrangente, assim como 
o ser humano o é. 
Os desafios em termos de psicoterapia, ciência e o fenômeno humano dentro 
da perspectiva humanista devem ser entendidos dentro do contexto vivido nos 
últimos 30 anos, em que houve uma rápida transformação da humanidade e da vida 
cotidiana, inclusive da repercussão da pandemia na vida existencial de todos. 
Vivemos num contexto de incertezas, fluidez e estados líquidos de amor e 
experiências vividas através da internet e das redes sociais. A era do vazio, 
expandiu o conceito sobre o “homem light”, substancial, sem conteúdo, entregue à 
sociedade do ter e do prazer, do poder e do sucesso sem restrições. Esses 
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problemas existenciais contemporâneos de certo modo influenciaram a 
desintegração da unidade psíquica, da perda do sentido. 
O sentido da rapidez e da fluidez dessas experiências humanas se distancia da 
essência da natureza humana e outro fenômeno ganha espaço: o da 
superficialidade, o que consequentemente contribui para a perda da vivência da 
dimensão da profundidade, a experiência do amor, por exemplo, é curtida sem 
interioridade, intimidade. É necessário entender a raiz dessa nuance pós-moderna 
para compreender a importância da psicologia humanista na psicoterapia e na 
ciência, pois reorganizar a existência humana e buscar com o cliente o seu self 
verdadeiro é de fato um desafio para o terapeuta e/ou cientista 
existencial/humanista. 
 
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
CAMON, V.A.A (org.). A prática da psicoterapia. São Paulo: Pioneira, 1999. 
CARRASCO, Bruno Barbedo. Existencialismo e Psicologia. MG: Ex-Isto. 2019, 2ª 
ed. (Kindle, Amazon). 
CASTAÑON, G. A. Psicologia humanista: a história de um dilema epistemológico. 
Memorandum, 12, 105-124, 2007. Acesso em 13 dez. 2020, da World Wide Web. 
Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a12/castanon01.pdf. 
CURY, V.E. Estudos de Psicologia. Campinas 34(4) 1-2. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v34n4/pt_1982-0275-estpsi-34-04-00001.pdf. 
Acesso: 13 dez. 2020. 
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983. 
LIMA, A.B.M (org.). Ensaios sobre fenomenologia: Husserl, Heidegger e Merleau-
Ponty. Ilhéus, BA: Editus, 2014. 
MAY, Rollo.Psicologia Existencial. Rio de janeiro: Ed. Globo, 1986. 
 MOREIRA, Virginia. Revisitando as Fases da Abordagem da Terapia Centrada na 
Pessoa. Universidade Federal de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação 
em Psicologia Humanista. Revista Estudos de Psicologia, Campinas, vol. 27, nº4 
Out/Dez 2010. 
PENNA, Antonio Gomes. Introdução à História da Psicologia Contemporânea. Rio 
de Janeiro: Zahar Editores,1978. 
http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a12/castanon01.pdf
https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v34n4/pt_1982-0275-estpsi-34-04-00001.pdf
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
PENNA, A.G. Introdução à motivação e emoção. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2001. 
ROGERS, C. R. Tornar-se pessoa. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 
RUDIO, F.V. Orientação não-diretiva na educação, no aconselhamento e na 
psicoterapia. 2ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1976. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 - A PRESENÇA DO EXISTENCIALISMO NA VISÃO HUMANISTA 
 
2.1 A MUDANÇA DE ATITUDE NO RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO 
 
A intervenção clínica humanista se ocupa em colocar o indivíduo como centro 
da sua relação com a própria vida. A visão humanista talvez seja das abordagens e 
práticas psicoterápicas a que mais se aproxima da condição humana; que valoriza a 
humanidade necessária para se viver os desafios e ciclos naturais da vida, 
concebendo que o sentido da vida acontece a partir da elaboração desses 
significados e da reconciliação com as pessoas importantes de sua história de vida, 
contribuindo com o sentimento de autorrealização. 
Sendo uma abordagem que se propõe ao estudo da consciência humana frente 
à própria vida, à conduta, ao modo de estabelecer relações, de como se apreende e 
se vivencia a vida na ótica da própria pessoa; sob o seu viés de percepção dos fatos 
e decisões, da ação como reflexo do psiquismo, da gestão emocional e dos registros 
dessas vivências que vão constituir o seu acervo pessoal. Tudo isso confluindo para 
o seu autoconhecimento, uma importante aquisição de enriquecimento pessoal 
extremamente valorizada nos tempos atuais. Os aspectos como a autorrealização, a 
motivação e impulso para buscar novos elementos de satisfação na vida são 
elementos agregados a isso. Podendo associar-se aí à uma vida com propósito e ao 
sentimento de felicidade – que confere significados que fazem sentido para seu 
próprio autor. 
A “terapia centrada na pessoa”, assim como Carl Rogers intitulou, tem esse 
instinto de valorizar e potencializar que o indivíduo seja capaz de fazer suas próprias 
escolhas e a direcionar-se no campo das atitudes, pois compreende que as 
respostas todas estão dentro dele mesmo, que a figura do terapeuta é de 
acompanhamento do seu progresso e a de criar um canal empático em todo esse 
desvendar; possibilitando uma menor interferência de leituras que não seja a do 
próprio cliente. O terapeuta surge como um facilitador dessas descobertas e não o 
detentor de seu processo, caminhando no ritmo do cliente. Carl Rogers (1997) no 
capítulo 4 do livro Tornar-se Pessoa aborda que a terapia desempenha um papel 
extremamente importante na libertação de sentimentos e emoções relativas a 
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situações vividas por um processo de facilitação, que é a terapia, contribuindo o 
desenvolvimento psicológico e para a maturidade do indivíduo, desbloqueando-o: 
 
A essência da terapia (...) é um encontro de duas pessoas, no qual o 
terapeuta é aberto (...) e com receptividade entrar no mundo da outra 
pessoa. (...) O clientesente-se confirmado (para usar o termo de Buber) não 
somente no que ele é, mas em suas potencialidades. Pode afirmar-se, 
temerosamente de estar certo, como uma pessoa única, separada. Pode 
tornar-se o arquiteto de seu próprio futuro através do funcionamento de sua 
consciência. O que isso quer dizer é que já que ele está mais aberto à sua 
experiência, pode permitir-se viver simbolicamente em função de todas as 
possibilidades. Pode consentidamente dar vida, em seus pensamentos e 
sentimentos, aos impulsos criativos dentro de si mesmo, às tendências 
destrutivas que ele descobre dentro de si, ao desafio do crescimento, ao 
desafio da morte. Pode fazer face, em seu consciente, ao que para ele 
significa ser, e o que lhe significa não ser. Torna-se uma pessoa humana 
autônoma capaz de ser o que é e de escolher seu caminho. Este é o 
resultado da terapia, vista por esta segunda tendência (ROGERS apud 
MAY, 1986, p. 100-101). 
 
IMPORTANTE! 
Carl Rogers (1986) num dos capítulos do livro Psicologia Existencial, enfatiza que a 
importância do Encontro em terapia é primordial, é eficaz para o processo, mais do 
que adotar qualquer técnica de condicionamento ou teoria. Referia-se ao Encontro 
entre terapeuta e cliente pela compreensão empática. 
 
2.2 A PSICOLOGIA DA VALORIZAÇÃO DA CONDIÇÃO HUMANA 
 
A visão humanista talvez seja aquela mais ampla da psicologia, destinando-se 
a tratar a conduta humana nas mais diversas esferas. Os desafios da vida acarreta 
demandas pessoais, e as transformações naturais pelas quais passa, trazem ao Ser 
Humano uma maior complexidade frente à sua vida. As mudanças de condutas, as 
adaptações frente às situações que demonstraram travas ao que se entende por 
felicidade pessoal, realização e ter estímulo para viver, tornaram-se grandes 
conquistas a se alcançar. 
May (1986) ao posicionar esta abordagem psicoterápica denomina de 
psicologia existencial ao organizar o livro de mesmo nome em meados da década de 
60, fazendo menção de que esta não se trata apenas de mais uma escola dentre as 
tantas surgidas na época, na América, e sim, algo que influenciou decisivamente a 
tendência atual para uma terapia ativa, direcionada para a realidade. Registra que 
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“este enfoque abre para a indagação psicológica, áreas significativas, tais como as 
atitudes para com a morte, até então notadas por sua ausência em Psicologia” 
(Rollo May no Prefácio da 2ª edição da obra Psicologia Existencial, 1986, online). 
Neste sentido a psicologia humanista centrada na pessoa, parte do 
pressuposto de que a clínica psicoterápica possa tratar questões da pessoa na sua 
própria visão e da própria linguagem – um processo sofisticado de leitura de si 
mesmo. Sendo o indivíduo um Ser social que interage e conhece mais de si mesmo 
a partir dessas interações, a sua visão de mundo passa a ser norteadora de sua 
existência – do modo como compreende e faz as leituras dos fatos. 
A intervenção clínica de visão humanista talvez seja aquela mais humanizada 
frente ao desafio da solução dos conflitos que o afligem. Sejam questões da 
sociedade, íntimas, familiares, profissionais. O fato que tal visão se amplia na 
extensão do Ser, em seus diversos papéis e funções que ocupa na vida. Sua 
ampliação é uma forte característica que dá essa dimensão do Homem por inteiro, 
que este indivíduo possa tornar-se satisfeito consigo mesmo, como alguém que se 
encontrou primordialmente na sua essência, sendo quem é, de fato, e não 
necessariamente o que gostariam que fosse ou representasse. Um Ser satisfeito e 
realizado, tanto que tal abordagem tem também seu centro na autorrealização, na 
qual o sentido de ir alcançando novas etapas ou ciclos, vão se aproximando desse 
sentido único e pessoal. 
 A psicologia clínica tem seu arcabouço nos meandros da condição literária, 
ajudando o cliente na compreensão de sua própria existência, atribuindo inclusive 
uma nova concepção sobre sua condição humana, ou seja, é um processo de 
aprendizagem em que a educação tem o foco em aspirações para a autorrealização 
(CAMON, 1999). 
Para alguns, a psicoterapia exige um nível de elaboração sobre a vida, os 
acontecimentos e as prospecções de tudo o que se deseja viver se torna 
inalcançável ou até mesmo desnecessária se a pessoa tem ideias de distanciamento 
sobre si mesmo; ou seja, o medo de saber mais a respeito de si é tão assustador 
que acaba gerando boicotes a si, entraves ao seu próprio progresso e evolução. 
Estamos mais acostumados a observar pessoas evitando o que é 
desagradável, negativo ou difícil; no entanto, há seres que se assustam com a 
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viabilidade de algo melhor por viver exatamente por não ter alcance de como seria 
esse melhor, e então nivelam a vida por baixo. Desacreditam que sejam capazes de 
se envolver em um caminho de descoberta onde possa buscar o seu auto 
melhoramento, passando a compreender que a realização da vida é tão somente a 
rotina concreta de sua vida, a concretude unicamente, sem qualquer associação 
com reflexão e sentimentos, meios de inspiração para obter maiores e melhores 
alcances de satisfação. Isso se refere à experiência que a vida em si nos dá, 
quando nos envolvemos com o trajeto que a vida proporciona, estamos mais 
envolvidos num fazer a vida de modo que nos represente. 
Essa é a marca da psicologia humanista: fazer sentido para quem a vive e a 
partir dos significados que ela oferece, poder elaborar e constituir pela experiência 
do viver e fazer dela um caminho de revelações sobre si mesmo. A psicologia 
humanista com o viés filosófico fala intimamente nessa perspectiva da valorização 
da experiência do viver, que é por onde o indivíduo pode se aprimorar e lapidar sua 
personalidade e os valores pelos quais rege e respeita a vida. A psicologista 
humanista tem uma tendência peculiar em considerar o ser humano sob a ótica da 
compreensão positiva da vida, partindo do oposto da visão pessimista que a 
psicanálise tem em relação à visão de homem. 
Falamos no primeiro capítulo sobre o contexto da época quando do surgimento 
da psicologia humanista e abordamos a motivação - referências íntimas que 
mobilizam a pessoa mais para um sentido e menos para outro. O que move o sujeito 
em busca dessas realizações e satisfações é foco de interesse da prática clínica 
humanista, que se interessa pelos processos criativos com os quais o indivíduo se 
envolve quando está diante dessa capacidade de elaborar seus conteúdos e 
aprimorar-se, educar-se e adquirir novos significados que serão extremamente 
importantes nessa sua escalada evolutiva. 
O Ser que busca realizações e satisfações é um indivíduo que, além de 
procurar experiências que o coloquem em nova posição, mais evoluída também, lhe 
permite aflorar sentidos e novos significados que são novos aprendizados. Sua 
capacidade de responder à vida se amplia. A percepção de si diante da realidade lhe 
torna com condições de criar melhores oportunidades para a própria vida e, com 
isso, seu desenvolvimento se dá de melhor forma. Essa é uma das razões pelas 
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quais a psicoterapia tem o seu valor, a de proporcionar melhores e mais resultados 
na pessoa. 
Vemos que a abordagem e intervenção humanista aposta na compreensão 
empática a fim de possibilitar condições para uma aceitação de si mesmo mediante 
a postura do terapeuta que o compreende e o escuta. Nesta aceitação humana 
muito do processo se dá na medida do conforto do cliente que se vê diante da 
própria realidade. O terapeuta valida sua existência tal como o sujeito é. Carl Rogers 
menciona: 
 
Existe na relação terapêutica um determinado número de processos para 
tornar mais fácil ao cliente comunicar-se. Posso, com minha própria atitude, 
criar uma segurança na relação, o que torna mais possível a comunicação. 
Uma sensibilidade na compreensão que o vê como ele é para si mesmo e 
que o aceita (ROGERS, 2009). 
 
2.3 A METODOLOGIA DE UMA PSICOLOGIA EXISTENCIAL 
 
May (1986) menciona que o Existencialismo é uma atitude, uma abordagem 
dos seres humanos e não uma escola ou grupo especial, embora lhe dê subsídios 
relevantes. Não é um conjunto de técnicas, embora possa dar-lhes origem. É antes 
uma preocupação em compreender a estrutura do ser humano e sua experiência, a 
qual deve, em maior ou menor grau, estar subordinada toda à técnica. 
O autor acima enfatiza a presença do existencialismo na Psicologia, o que a 
diferenciou totalmente das demais linhas psicoterápicas até então conhecidas da 
época e que acabou sendo incorporado à chamada Psicologia Existencial, trazendo 
mudanças de postura para o terapeuta e uma nova atitude no relacionamento 
terapêutico, ao procurar compreender o indivíduo na sua totalidade, pelas 
experiências vividas e sua dimensão particular em relação a isso. Sem compreender 
o indivíduo enquanto comportamento ou a própria psicologia como estudo do 
comportamento - aquilo que expressa, que passa a ser conhecido e testemunhado 
muitas vezes por outras pessoas. A dimensão existencial traz a particularidade, o 
enfoque de valorizar as experiências vividas - suas referências pessoais ao invés de 
processos terapêuticos que visam enquadrar o sujeito desta ou daquela forma, seja 
à uma expectativa ou fruto de interpretação do psicoterapeuta. A filosofia da 
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existência trouxe diversas contribuições ampliando seu espectro e conferindo 
satisfação, realização e valorização pessoal. 
May (1986) aponta a necessidade de o terapeuta estar aberto e considerar o 
valor das experiências vividas pelo indivíduo, a fim de refletir sobre os métodos da 
terapia e a relevância de um método cuja psicologia centraliza na relação conduta-
experiência. A clínica humanista é democrática, voltada a atender vários públicos; é 
interdisciplinar, comunicando-se com outras ciências o que é extremamente rico 
pelas contribuições que é capaz de oferecer às várias áreas do conhecimento; tem 
no psicólogo humanista o aspecto de se ver diante das demais contribuições da 
ciência que, pela sua essência, dialoga com a antropologia, filosofia, artes, 
educação, gestão e outras áreas. 
No segmento da educação tem seu campo de relevância, no aprender novas 
respostas e ao respeito ao ritmo de cada um. O sentido do aprimoramento é tão 
representativo que torna o indivíduo numa concepção do aprender constante, que 
muito enfatiza o valor de aprender a todo tempo com o significado que as 
experiências proporcionam. 
A psicoterapia em si já não pode mais ser vista como elitista como em certas 
épocas teve essa imagem na sociedade. Quem busca psicoterapia? Se não fossem 
as pessoas desequilibradas somente aquelas que podem pagar caro pelas consultas 
– uma visão que foi frequente em nosso meio. Um certo distanciamento houve da 
sociedade em compreender e remunerar o profissional clínico para conversar e 
dialogar sobre suas questões. Compreende-se de forma linear que se a terapia é 
somente conversar sobre a própria vida, isso pode ser visto como um luxo e, por 
isso, essa proporção de elitismo – aos que pagam para falar sobre seus problemas e 
questionamentos, sem compreenderem a extensão da psicoterapia como tratamento 
que é. 
No entanto, a psicologia humanista pela própria consideração é nada elitista, 
adotando como premissa uma linguagem clara e simples – seja para ser bem 
compreendido como para facilitar o processo de autocompreensão do sujeito ou 
cliente. Despertar a confiança, contribuir para formação do vínculo necessário para 
que a relação seja envolta nessa atmosfera de conforto e acolhimento que o cliente 
precisa para sentir-se compreendido e de fato ser. 
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O psicoterapeuta não adquire a posição de distanciamento ou soberba quanto 
ao saber, seu conhecimento, é a figura de quem detém o poder de resolver a vida 
das pessoas. O psicoterapeuta humanista é facilitador do processo psicológico e 
psíquico do cliente. Sua comunicação precisa ser clara realmente sem palavras 
técnicas ou conceitos herméticos que retiram o aspecto de empatia, de 
compreensão do outro. 
Finkler aponta que “ao psicoterapeuta humanista não interessa somente a vida 
pura e simples das pessoas. Esse especialista se bate profissionalmente em ajudar 
ao Homem a viver bem, a viver relativamente feliz, independente da sua condição 
social ou financeira” (FINKLER, 2000, p. 12). 
No cenário atual, em pleno século XXI, a psicoterapia vem sendo muito 
demandada e tornando-se algo extremamente valoroso e acessível a todos. A 
saúde mental reflete o bem-estar pessoal necessário para administrar emoções, 
conflitos, conduzir sentimentos e tomar decisões que reflitam algo construtivo e 
positivo: 
 
A principal finalidade da psicoterapia é fazer com que o paciente readquira 
sua condição humana, acreditando em suas potencialidades, descobrindo-
se em aspectos que para si eram nebulosos para, em última instância, 
acreditar nessa condição humana. Por isso é que psicoterapeutas mais 
afirmam que, independentemente da linha teórica, o processo psicoterápico 
é eficaz quando tem a capacidade de resgatar o paciente de seu sofrimento 
emocional, gerado, quase sempre, pela perda que tangencia sua 
potencialidade humana de recuperação diante dos desatinos da própria vida 
ou ainda, nas palavras de Merleau-Ponty, para quem o puro espectador em, 
que ergue toda coisa à essência, que produz suas ideias, somente tem 
garantias de com elas tocar o ser atual que é o modo do ser predicativo. É 
dizer que a própria descoberta de sua condição humana é a matriz libertária 
para o enfrentamento do conjunto de problemáticas que podem estar 
cerceando seu desenvolvimento existencial (CAMON, 1999, p. 74). 
 
2.4 A RELAÇÃO TERAPEUTA X CLIENTE 
 
Na dimensão da psicologia humanista vamos encontrar uma transformação 
tanto na postura e ação do psicólogo como na visão da pessoa, indivíduo ou sujeito 
do processo. E essa dinâmica modificou por si mesma todo o método até então 
conhecido em linhas terapêuticas, das reconhecidas da época como a Psicanálise e 
o Behaviorismo. Nota-se uma modificação de postura tantodo terapeuta, que 
permite uma nova forma de identificar as questões do sujeito, amparado pela ótica 
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do sujeito que vivencia a experiência da sua vida, creditando à liberdade humana, a 
força de sua capacidade de escolher e dar conta da crise existencial em que o 
indivíduo muitas vezes se encontra diante dos dilemas da vida. Tal postura centrada 
na pessoa conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa - ACP é referenciada 
pelo livre arbítrio, pelo valor da experiência, do direito de escolha e promoção da 
autonomia. Diferindo totalmente da visão focada no comportamento humano, ou 
seja, no resultado, na execução definida pelo seu empenho. O indivíduo, portanto, é 
visto como um Ser em relação, diante da sua existência e buscando significados e 
sentido para suas experiências. Um tempo necessário para elaborar suas 
experiências como forma de ampliar consciência sobre si mesmo, sobre a vida em si 
e sua contribuição com o mundo. 
A vivência da dimensão existencial confere a esta abordagem o ingrediente 
que dá direcionamento à satisfação, estimulada pelos impulsos, desejos e 
motivações para sua autorrealização. O processo terapêutico se dá pela evolução 
do sujeito por meio do que ele vivencia, elabora e evolui para uma construção de 
realidade diferente de antes, resolvendo suas questões e tendo subsídios para lidar 
com conflitos bem como desenvolvendo a auto aceitação e a compreensão do outro 
pelas interações que estabelece; que compreende e se conhece a partir do outro, ou 
seja, que precisa do outro, estabelecendo relações como forma de contribuir para o 
seu autoconhecimento. 
Para facilitar sua assimilação, a partir da leitura dos livros “Tornar-se Pessoa”, 
de Carl Rogers (1997), e “Psicologia Existencial“, organizado por May (1986), 
sintetizamos em tópicos as premissas do trabalho do psicólogo de abordagem 
humanista existencial, assim como a concepção do sujeito envolta na relação 
terapeuta X sujeito/cliente. Sendo as seguintes: 
 Empatia – extremamente significativa para estabelecer o vínculo 
necessário de confiança para que a relação terapeuta x cliente se dê. 
 Elaboração dos conteúdos por parte do cliente – pois ao entender ele 
mesmo o sentido de tudo o que vivencia acaba por dar significado a 
esses sentimentos. 
 Empoderamento ao cliente – ele próprio é capaz de guiar-se e como 
consequência edificar sua vida, sendo potencializado para isso pela ação 
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do terapeuta, impulsionando a desvendar seu potencial, desenvolver e 
aprimorar habilidades. Com isso, o cliente é capaz de criar respostas 
novas para a vida, seguindo para uma evolução. 
 Retirada da visão do paciente que retrata alguém passivo diante de seu 
quadro emocional, psicológico. A relação entre doença e saúde é 
marcada no sentido de que a ênfase seja na cura – portanto na resolução 
das situações que são verdadeiros estados emocionais ao invés de 
conceber que sejam condições crônicas como a doença estabelece – 
sendo um conjunto de sintomas que direcionam a um quadro de doença 
ao invés de algo que transita para um novo estado de equilíbrio à medida 
em que este seja estimulado. 
 Terapeuta, o psicólogo humanista na relação com o cliente ocupa a 
função de facilitador do processo de descoberta dele mesmo. Sendo 
estimulado, empoderado neste sentido, com seus códigos de 
compreensão e digamos apontando para o terapeuta os caminhos que 
entende ser positivos para si. 
 Visão humanista tem em si uma aliança com a filosofia, o modo de pensar 
e ver o mundo. Isso influencia enormemente a relação deste com a vida 
como um todo. O existencialismo confere ao Homem essa titularidade e 
sua marca digital em tudo o que edifica pois compreende que ele se torna 
satisfeito e realizado à medida que oferece respostas e lida com a 
realidade de modo que entenda que esta forma o representa. 
 Existência do Homem: esse caminho de construção de si mesmo lhe dá a 
direção para a formação ética do seu caráter– cujos valores serão 
norteadores de sua conduta. Estabelecendo um padrão moral ético entre 
o certo e errado, mas não tão somente nessa linha direta e cartesiana, e 
sim, ressaltando que a adoção de valores humanos quando aplicada à 
vida como um Todo, confere uma melhor qualidade humana, que se 
aprimora e se aperfeiçoa à medida em que os desafios sociais surgem 
provocando novas necessidades como produzir novas respostas para 
situações até mesmo já conhecidas. A medida de seu descontentamento 
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acaba surgindo como necessidade de mudança e impulso para produzir 
novos resultados que contribuam para sua autorrealização. 
 Valorização pessoal e reconhecimento pessoal – fundamentação na 
conquista e edificação da própria vida nessas bases. 
 Criatividade como a capacidade de buscar condições novas para sua 
satisfação e realização. 
 Terapeuta como facilitador do processo de autoconhecimento, ao invés 
de detentor do processo. 
 Pauta-se na análise fenomenológica, na descrição do modo como o 
cliente vivencia a situação, sem promover análise crítica e que coloque a 
pessoa em desconforto ou julgamento. 
 A linguagem é parte eficiente desse processo de compreensão na 
interação entre psicólogo e cliente, sendo, portanto, humanizada. 
Aproximando-se do princípio rogeriano de uma comunicação entre 
existências. 
 Psicólogo viabiliza a ambientação de presença no contexto terapêutico, 
propiciando o Encontro para que a psicoterapia possa ser eficaz, partindo 
do estabelecimento de confiança e acolhimento tão necessários para a 
existência de uma comunicação entre existências. 
 A mudança do cliente se dá à medida da relação com o terapeuta por 
meio de um processo de desvendamento de si mesmo. Estimulado a esse 
crescimento terapêutico por meio de um processo de aceitação de si 
mesmo que tem sua base na compreensão que o terapeuta tem do 
cliente. Como menciona Rogers (1997), que ao se ver compreendido, o 
cliente consegue sentir isso na relação terapêutica e se vê em condições 
de aceitar em si mesmo qualquer parte ou história que faça parte de sua 
vida - é o que se entende por presença terapêutica na experiência do 
Encontro. 
 A mobilização ou movimento interno que surge nas pessoas quando em 
psicoterapia nesta abordagem, sendo estimuladas à reflexão e à 
condução de suas escolhas e posicionamentos frente a qualquer situação 
seja desafio, sofrimento ou mudança. 
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 Cria uma abertura crescente e envolvente à experiência

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