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1 Não existe Arte, só artistas. O que existe é a história de um fazer. A história da produção. Uma obra isolada pode não ter valor algum. Cada época, povo, nação possui seu próprio modo de fazer Arte. A beleza de um quadro reside na maneira como foi produzido, técnicas envolvidas e estilo da época. Gostos e padrões de beleza variam muito no tempo. Novas mentalidades produzem novas experiências e gostos. Das modalidades artísticas destacam-se: Arquitetura, cuja matéria-prima é o espaço; Seu instrumento é a matemática; Artes Visuais, cuja matéria-prima é tudo o que é “plástico”, moldável. Como instrumentos, conta com tudo aquilo que vai operar sobre a matéria; Música, cuja matéria-prima é o som; têm vários instrumentos; Artes Cênicas, cuja matéria-prima é o corpo em movimento; Como instrumentos, enquadram-se o figurino, maquiagem, palco; Audiovisual, cuja matéria-prima é o som e a imagem em movimento; Seus instrumentos são vídeos, câmeras, telas de projeção; A representação visual estava em alta no início do século 20. Foi quando surgiu a fotografia, gerando conflito com os artistas (Não existia mais a necessidade de um artista para fazer uma pintura). Os artistas conseguiram superar isso com o impressionismo, que é a representação realista do mundo. Retratavam algo do modo como enxergavam. Posteriormente, surge o cubismo, que é um momento em que as obras de arte ganham o aspécto de tempo (seria a quarta dimensão). Seria a mesma imagem em dois tempos diferentes. Não é a mera representação da 2 aparência física. Tem algo a mais (nesse exemplo, Picasso demonstra a agressividade da ave). Esse “algo a mais” nenhuma máquina consegue superar. Seria a sensibilidade de se expressar. Com essas inovações no mundo da arte, houve grande preconceito com a quebra de padrões estabelecidos. Essa “quebra” prepara e abre a mente. Contudo, sempre existirão obstáculos e relutâncias e quando forem quebrados, surgirão novos gostos. Se expressar por meio artístico é muito mais significativo que o fazer através da oratória. A Arte aumenta o potencial significativo, como na pré-história, onde as representações eram feitas nas paredes das cavernas. A dificuldade que o homem pré-histórico ostentou para pintar uma caverna representa a importância que aquilo representava para ele (crença universal no poder que a imagem representa). Para criar essas figuras, precisou de um contexto e uma mesma figura pode ter vários significados. O homem se tornou sedentário quando se estabilizou às margens do rio Nilo, dominando a agricultura e pecuária. Com essa estabilidade surge uma identidade cultural (algo impossível quando era nômade, por não possuir características particulares e sua cultura não ser muito duradoura). Ao surgir a arte, surgem as representações e as marcações de conquistas de batalhas. Muitas tribos remotas desenvolveram obras de talha, cestaria, preparo do couro e até metais. Dada a rudimentariedade da época, observa-se um trabalho de muita paciência e especialização. 3 A arte egípcia era a Arte para a Eternidade. Visavam manter a alma do faraó viva pela eternidade, na sua vida pós morte. Eles tinham regras muito rígidas para suas obras, onde o destaque era para as partes do corpo, num ângulo em que pudesse ser reconhecido. Porém, no reinado de Amenófis, chegaram vários tipos de arte de outros lugares, influenciando a arte local. Os monumentos egípcios eram feitos de pedras, pois queriam que eles durassem por muito tempo. Já os monumentos mesopotâmicos eram feitos de tijolos de barro cozido e não tinham tanta durabilidade. 4 O Ocidente não é uma região do mapa, mas uma cultura, formada por três tópicos: Filosofia Grega – ciência e busca pelo saber; Direito Institucional Romano – como viver em sociedade; Moral Judaica Cristã; A Arte de como se organizar uma sociedade nasceu na Grécia Antiga. A língua grega formava a identidade cultural. Um exemplo de arte eram os contos em forma de poesia sobre suas mitologias (a Odisseia) e sobre seus feitos em guerras, ajudando a fortalecer sua identidade cultural e exército (povos com muitas tribos guerreiras). Descobriram ainda, que a Arte poderia beneficiar sua política e conhecimento. Dois escritores de destaque foram Homero e Hesíodo. A maior, mais famosa e mais importante revolução na história da arte começou em cerca do século VI a. C., época em que os primeiros templos de pedra estavam sendo construídos na Grécia. 5 Construíram templos dedicados aos seus deuses. Destacaram-se também como escultores. Surgiu o interesse estético, a Arte Naturalista, a valorização da natureza exuberante daquela região. Sua religião era antropomórfica. A arte grega era influenciada pelo corpo humano. Tornaram-se especialistas no estudo do corpo em movimento. Este se torna Arte. O período clássico – Helenístico – busca ser impressionista, gracioso e belo, enquanto a cultura grega buscava manter o equilíbrio. Durante o governo de Alexandre, o Grande, houve uma junção dos povos em busca de uma única identidade. Nesse período a Arte vai deixando de ser mitológica e religiosa, e passa a ser filosófica, expressando o real através da observação e as coisas como realmente funcionam. Não existe corpo humano que seja tão simétrico, bem formado e belo, quanto os das estátuas gregas. Começavam por copiar meticulosamente a aparência de um homem real e depois o embelezavam, omitindo quaisquer irregularidades ou traços que não se harmonizassem com a ideia de um corpo perfeito. 6 Na arquitetura, as formas simples e robustas do estilo dórico e a graciosidade natural do estilo jônico não eram o bastante. Preferiu-se uma nova forma de coluna, a qual tinha sido inventada em começos do século IV e denominada em homenagem à rica cidade e empório mercantil de Coríntio. Os Romanos eram uma colônia de guerreiros deligados dos gregos, fixados ao sul da península itálica. Formavam um governo democrático, formando um império maior que o de Alexandre, com vários imperadores. Perdurou por mais de 400 anos. Destacaram-se na construção civil, com obras grandiosas, na ordem política e militar. Destacaram-se ainda, com suas estradas, aquedutos e banhos públicos. Utilizavam ideias gregas, mas as aperfeiçoavam. Distinguiram-se dos gregos com a formação das abóbadas. A representação 7 das estátuas dos imperadores eram mais fiéis à realidade, enquanto no período helenístico, os artistas os deixavam mais “jovens e belos”. Utilizavam essa realidade para aumentar o temor religioso aos imperadores. Especula-se que usavam máscara mortuária, adquirindo grande conhecimento estrutural do crânio. É o uso dos arcos que caracteriza a arquitetura romana. Tornaram-se especialistas na arte de construir abóbadas. 8 Nos primeiros séculos d. C., a arte helenística e romana alcançou até as culturas orientais. Influenciou os indianos a criarem a imagem de seu Salvador e os judaicos. A união de Roma com a Igreja Católica muda a perspectiva da Arte paleocristã. Com a Igreja no poder do estado, foram proibidos cultos aos deuses, contudo, os romanos continuaram a fazê-los escondidos. A Igreja não autorizava rituais em templos pagãos, apenas em basílicas.A arte cristã começa com propensão à simplicidade, mesclando processos primitivos e refinados. 9 Uma das primeiras representações de Jesus Cristo o retrata jovem, entre São Pedro e São Paulo, todos com aparência de filósofos gregos. Em 311 d. C., o imperador Constantino estabeleceu a igreja cristã como poder no Estado. Durante os anos de perseguição não foram construídos lugares para cultos. Os que existiam eram pequenos e inapropriados. Sendo assim, as igrejas foram modeladas de acordo com amplos salões de reuniões – basílicas. Eram mercados cobertos e/ou recintos para audiências públicas. Quanto à decoração surgiram novos conflitos, pois o uso de imagens referia-se ao paganismo, tão condenado na Bíblia. Foi aí que o Papa Gregório, o Grande, defendeu a ideia de pintura, julgando-a tão útil quanto os desenhos de um livro ilustrado para crianças.
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