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ARTE, CULTURA E ESTÉTICA UNIDADE 1

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‍ARTE, CULTURA E ESTÉTICA
Introdução
Caro estudante, você já parou para pensar sobre o que é arte? Em uma conversa informal, ao ouvirmos esta palavra, conseguimos entender o contexto da mensagem, porém, definir o termo “arte” nos parece complicado em um primeiro momento. Do mesmo modo, estética e cultura são conceitos que apresentam igual complexidade. Em nossos estudos, iremos primeiramente compreender como tais definições estão relacionadas. Posteriormente, daremos início a nossa investigação sobre as manifestações artísticas do ser humano. Neste sentido, estaremos contemplando desde as primeiras representações imagéticas, a pintura rupestre, até a arte produzida na Idade Média, relacionando as principais características da arte em cada um dos períodos históricos.
---
Caro estudante, você saberia conceituar o que é arte? Arte e estética são sinônimos? A arte apresenta algum papel cultural? Antes de nos debruçarmos sobre as expressões artísticas das mais diversas civilizações, precisamos inicialmente realizar reflexões sobre arte, cultura e estética. Neste sentido, iremos agora investigar os princípios gerais que regem tais temáticas.
Arte, Estética e Cultura
A arte e a estética são temas recorrentes na filosofia. Desde as primeiras civilizações o homem buscou compreender tais assuntos. Deste modo, as definições de arte e estética são mutáveis e refletem relações contextuais de determinados momentos históricos.
Em nossa discussão, não iremos nos aprofundar sobre este debate e as diversas vertentes que tentam definir tais conceitos. Para fins didáticos, iremos compreender a estética como um campo da filosofia que trata dos conceitos de Belo.
Segundo Argan (1994), a arte é resultado da combinação de atividades mentais, pensar e conceber uma ideia; e atividades operacionais, executar e construir uma ideia. Isso significa que, por exemplo, um galho de uma árvore, por mais bonito e escultórico que possa parecer, não pode ser considerado arte, uma vez que não existiu intenção projetual para a sua criação. Do mesmo modo, objetos empilhados aleatoriamente, sem nenhuma intenção, não se configuram como arte.
O autor também destaca que o valor artístico atribuído a uma obra só passa a ter relevância a partir do momento em que o observador atribui significado a esta forma. Isso significa que uma obra de arte só se torna obra de arte quando a consciência que a recebe a julga como tal.
A arte também está relacionada à cultura. Segundo Laraia (1999), o termo cultura, muitas vezes associado à erudição e intelectualidade, é na verdade um conceito antropológico. Segundo o autor:
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produto de uma herança cultural, ou seja, resultado da operação de uma determinada cultura. (LARAIA, 1999, p. 70).
Considerando as premissas do autor, a cultura inclui crenças, conhecimentos, manifestações artísticas, costumes e morais de determinada sociedade. Diante disso, iremos notar que as diversas civilizações irão apresentar distintas produções artísticas, e a arte será compreendida como a manifestação de um povo em determinada época, uma forma de expressão cultural.
Periodização na História da Arte
É natural do ser humano buscar sistematizar e atribuir ordem e lógica às mais variadas situações, tal tendência também se aplica no estudo da arte. A historiografia moderna da arte emprega a periodização como critério para sistematização de seus estudos (ARGAN, 1994).
Isso significa que em nossas análises iremos dividir a história da humanidade em períodos, que são faixas temporais. O começo de um período é normalmente caracterizado por uma ruptura com o período precedente. Esta divisão não é um instrumento preciso, pois, como iremos perceber, muitas vezes a transição entre um período e outro foi um processo longo e demorado. Apesar disso, a periodização é uma das ferramentas mais eficazes para assegurar objetividade no discorrer do objeto artístico, que muitas vezes nos parece abstrato.
Estilo
Outro importante conceito que visa uma abordagem objetiva e sistematizada da história da arte é o estilo. A ideia de estilo é bastante natural para a nossa cultura. Estamos habituados a analisar estilos de música, de roupas, de decoração, mas afinal, o que significa estilo? Segundo Coli (2006), o estilo consiste na recorrência de constantes formais no interior da obra de arte. Este estilo pode ser imutável nas obras do artista, porém, na maior parte dos casos o estilo se transforma ao longo dos anos conforme o artista evolui.
Em nossas investigações sobre a história da arte, iremos perceber que Cubismo, Surrealismo e Futurismo se configuram como exemplos de estilos artísticos. Porém, é importante tomarmos cuidado ao tentarmos classificar os artistas. Assim como as periodizações, os estilos também não são instrumentos precisos. Inclusive, diversos artistas caminharam por mais de um estilo em sua trajetória, o que torna ainda mais complexa tal classificação.
Segundo Coli (2006), na história da arte, algumas obras foram criadas por artistas que se autodeclaravam pertencentes a determinado estilo, enquanto outras só foram “catalogadas” dentro de um estilo muito tempo após a sua execução.
Deste modo, a periodização da história da arte e os estilos artísticos devem ser empregados de forma orientativa, nunca como um sistema rígido e imutável. A arte é um produto cultural que se desenvolve de modo inesperado e muitas vezes seu caráter imprevisível foge de nosso domínio (COLI, 2006).
Pinturas Rupestres
Segundo Gombrich (1999), não é possível determinar com clareza quando a arte começou e como foi dado o seu início enquanto linguagem. Os primeiros registros encontrados de manifestações artísticas datam dos últimos estágios do Paleolítico (5 milhões de anos a.C. até 10 mil anos a.C.) realizados pelo homem primitivo. O termo “primitivo” não se refere a um juízo de valor, mas sim ao conceito de primeiro, o mais próximo do estado em que um dado momento emergiu a humanidade.
O homem primitivo tinha a sua própria produção cultural a partir da confecção de desenhos no interior das cavernas. Estas representações variavam entre marcas de mãos e figuras de animais, que configuram a arte rupestre. Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), o termo rupestre vem da palavra rupes, em latim, que significa rochedo.
As técnicas utilizadas pelo homem primitivo para a realização de tais gravuras incluíam tanto a retirada de matéria rochosa da superfície, talhando a parede, quanto a adição de matéria, pintando sobre a parede.
É importante destacarmos que estas primeiras manifestações artísticas não tinham como objetivo decorar o espaço ou contar uma história. As pinturas rupestres estavam associadas às funções mágico-religiosas, ou seja, tinham um caráter místico que buscava proteção, fertilidade, aumento de caça, entre outros (CRIVELARO; PINHEIRO, 2014).
Vamos Praticar
Com o objetivo de sistematizar e ordenar seus estudos, o ser humano trabalha com a periodização na análise da história da arte. Este instrumento consiste em dividir o tempo em períodos. Apesar das diversas vantagens, a periodização também apresenta desvantagens, como:
Parte superior do formulário
a) Não se configurar como um instrumento preciso.Feedback: A alternativa está correta, Embora a periodização ajude a sistematizar a história da arte, ela não é precisa, a transição entre um período e outro é gradual.Parte inferior do formulário
Expressões da Antiguidade
Com a sedentarização, o desenvolvimento de técnicas de pastoreio e de cultivo de alimento, o homem primitivo passou a ter maior domínio sobre a natureza. Deste modo, passou a se organizar em comunidades agrícolas. Inicialmente, tais comunidades eram bastante rudimentares, no entanto, as comunidades foram gradativamente crescendo e se organizando em unidades sociais maiores e mais disciplinadas.
O ser humano passa a viver em um mundo dinâmico no qual agora precisa lutar não apenas contra as forças da natureza, mastambém contra os conflitos gerados pela sua própria sociedade. Iremos agora analisar a produção artística de duas das principais civilizações do Mundo Antigo: egípcios e mesopotâmicos.
Arte Egípcia
A civilização egípcia, desenvolvida ao longo do Rio Nilo, foi a civilização antiga que durou mais tempo, tendo início por volta de 3000 a.C. e declínio no século IV d.C. Apesar deste longo intervalo temporal, iremos notar que a arte egípcia se manteve constante, sem apresentar muitas inovações. Isso ocorre uma vez que, para os egípcios, a arte pretendia ser útil, não se esperava que o artista fosse um indivíduo criativo, mas sim uma pessoa capaz de seguir rígidos métodos e técnicas (GOMBRICH, 1999).
Na cultura egípcia, o faraó era considerado o deus vivo na terra, seu poder ilimitado era inquestionável. Para os egípcios, quando o faraó morria, ele retornava aos deuses, de onde viera, por isso, técnicas de embalsamento e enfaixamento foram desenvolvidas para preservar o corpo do faraó. As manifestações artísticas do Antigo Egito estão em sua maioria associadas a concepções espirituais e ao culto na vida após a morte.
Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), a temática mortuária impulsionou a construção de mastabas, templos e pirâmides. A mastaba consiste em um túmulo trapezoidal recoberto de tijolos e pedras, acima de uma câmara mortuária que ficava abaixo do nível do solo. Posteriormente as mastabas vieram a se transformar nas pirâmides às quais estamos habituados, como as pirâmides de Gizé. Entre as principais características da arquitetura egípcia, é possível apontar solidez, rigidez formal, uso de ângulo reto e simetria.
Nas tumbas dos faraós foram encontradas esculturas em ouro, e algumas das estátuas criadas pelos egípcios chegavam a ter até 13 metros de altura. Nestas obras é possível notar a rigidez formal e impassibilidade. Tais características tinham como objetivo expressar a estabilidade dos chefes de estado. Algumas esculturas mesclavam o corpo do faraó com a cabeça de um deus, negando a mortalidade e evidenciando o seu caráter divino (CRIVELARO; PINHEIRO, 2014).
As pinturas egípcias eram feitas nas paredes das construções, porém, sem um caráter decorativo. Quando observamos uma pintura egípcia ela nos parece estranha. É importante lembrarmos que os egípcios não trabalhavam com a técnica da perspectiva, pois em suas representações o artista buscava capturar o ângulo mais importante de cada cena e de cada objeto. As pessoas, por exemplo, eram retratadas sob três vistas: o rosto inteiro, o perfil exato e a verticalidade a partir de cima (GOMBRICH, 1999). No estudo da arte, tal concepção ficou conhecida como lei da frontalidade.
—Saiba mais—
Entre as diversas civilizações do Mundo Antigo, o povo egípcio é um daqueles que mais desperta a nossa curiosidade. Além do distanciamento geográfico, a cultura e o modo de vida deste povo parecem bastante distintos dos padrões que a sociedade ocidental adotou.
Arte Mesopotâmica
A Mesopotâmia, região onde atualmente se localiza o Iraque, no encontro entre os rios Tigres e Eufrates, é apontada muitas vezes como o berço das civilizações. Nesta região surgiram os povos sumérios, babilônicos e assírios. A Mesopotâmia se configura por uma área sem pedreiras, o que irá influenciar a arte produzida por estas civilizações.
Ao contrário do povo egípcio, a história política da Mesopotâmia não esteve relacionada à temática religiosa. Os artistas mesopotâmicos não se ocupavam com a decoração de interiores de túmulos, mas sim com representações que ajudassem a manter vivos os chefes de estado (GOMBRICH, 1999).
Segundo Janson e Janson (1996), os Sumérios foram uma civilização que se desenvolveu na região sul da Mesopotâmia. A sua sociedade era planejada a partir do templo, que, além de servir como espaço religioso, também controlava a divisão do trabalho e distribuía a colheita. O templo era, então, uma estrutura religiosa e política.
O templo sumério ficava localizado sobre plataformas elevadas que se configuravam como verdadeiras montanhas artificiais, em contraste com a paisagem plana da Mesopotâmia. Estas plataformas eram conhecidas como zigurates. Existem poucos registros das esculturas realizadas pelos sumérios, uma vez que eles empregavam materiais como a argila.
Após metade do terceiro milênio a.C., os habitantes semíticos do norte da Mesopotâmia se dirigiram para a região sul, até se tornarem mais numerosos que os sumérios. Este povo, os babilônios, estava menos ligado à tradição do socialismo teocrático dos sumérios (JANSON; JANSON, 1996). Durante o século XVIII a.C., o rei Hamurabi instaurou o Primeiro Império Babilônico, e durante o seu governo a Babilônia se transformou em um próspero centro urbano.
Os assírios, por sua vez, se configuraram como uma das mais poderosas potências militares do mundo antigo. A maior parte das descobertas arqueológicas da Mesopotâmia data do período de 1000 a.C. e 500 a.C., época que foi dominada pelo povo assírio. Através da análise de tais vestígios, é possível identificar que a arte criada pelos assírios esteve relacionada ao poder dos reis, conquistas militares e caçadas de leões, sendo estes temas recorrentes. Na arquitetura, o templo deixa de ser a edificação principal e se torna um anexo dos palácios.
Por volta de 653 a.C., o Império Assírio entra em declínio e a Babilônia volta a ser o centro da Mesopotâmia. Esta civilização, agora denominada Neobabilônicos, atingiu seu apogeu durante o comando de Nabucodonosor, quando foram construídas diversas edificações públicas com tijolos cozidos e esmaltados (JANSON; JANSON, 1996).
—Vamos Praticar—
As pinturas egípcias soam estranhas para a nossa cultura atual. Em suas obras, os artistas representavam o rosto, as pernas e os pés de perfil, enquanto o tronco era desenhado em vista frontal. Os egípcios faziam este tipo de representação, pois:
d) Os artistas tentavam captar o ângulo mais importante de cada parte do corpo. Feedback: A alternativa está correta, A lei da frontalidade, aplicada pelos egípcios, consiste em representar a parte mais importante, mais reveladora, de cada cena, de cada objeto.
Expressões na Antiguidade
Dando continuidade às nossas investigações sobre a arte produzida pelas civilizações do Mundo Antigo, iremos agora voltar nossa atenção para duas expressões bastante distintas. De um lado, temos a arte produzida pelos povos egeu, gregos e romanos, culturas bastante consolidadas e que até hoje reverberam em nossa sociedade. Do outro lado, saindo um pouco da visão eurocêntrica de história da arte, iremos investigar a arte criada na Antiguidade Oriental.
Arte Egeia
Na arte egeia, iremos analisar as produções artísticas elaboradas pelo povo egeu, que abrange as civilizações que floresceram na região do mar Egeu entre 3500 a.C e 1100 a.C. Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), os três povos que surgiram neste cenário se encontravam divididos entre as Ilhas Cíclades e Creta, e o continente grego.
A civilização cicladense, que habitava as Ilhas Cíclades, ao norte de Creta, construiu casas simples, retangulares, em tijolos de adobe e pedra. Este povo criava esculturas e utensílios à base de argila, com decorações geométricas lineares e curvilíneas. Também foram encontrados vestígios de esculturas de ídolos em mármores, desde pequenas dimensões até peças em tamanho natural (CRIVELARO; PINHEIRO, 2014).
O povo minoico foi aquele que se desenvolveu na Ilha de Creta. Na arquitetura, os palácios minoicos, como o Palácio de Cnossos, configuraram-se como imponentes construções.
As esculturas minoicas se constituíam de pequenas figuras de animais feitas em argila. A figura feminina, em forma de deusas e sacerdotisas, também eram temas retratados pelas esculturas. As pinturas desenvolvidas por esta civilização se caracterizam pelas composições com movimentos e cores vivas, retratando flores, animais e cenas cotidianas.
O povo micenense, por sua vez, foi aquele que se desenvolveu no continente grego. Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), a arquitetura micênica era composta por palácioscercados por grandes muralhas em pedras. Nos outros campos, a sua arte foi pouco expressiva, resumindo-se a cerâmicas e armamentos em metais.
Arte Grega
A cultura grega deixou um grande legado para as demais civilizações. Ainda hoje as esculturas e obras arquitetônicas deste povo surpreendem, não apenas pelo grau de perfeição, mas também pela sua elevada complexidade.
Segundo Gombrich (1999), por volta de 1000 a.C., tribos guerreiras vindas da Europa penetraram na península da Grécia e ali se instalaram, combatendo os antigos habitantes da região. Durante os primeiros séculos de seu domínio sobre a Grécia, estas tribos, como dóricos e jônicos, produziram manifestações artísticas rudes, rígidas e estáticas.
Os povos gregos eram unidos pela língua e pelas crenças religiosas, porém, a sua organização política era realizada a partir de cidades-estados autônomas. Entre elas, Antenas foi aquela que mais se destacou na história da arte, graças à grande quantidade de obras produzidas (JANSON; JANSON, 1996).
A arte grega pode ser dividida em três principais momentos históricos: arcaico (1100 a.C.-479 a.C.), período de “nascimento” da civilização grega; clássico (VI-IV a.C.), momento de consolidação do estilo artístico; e helenístico (336 a.C.-30 a.C.), no qual a cultura grega se expandiu para territórios orientais.
Na pintura, a história de deuses e heróis eram registradas sobre cerâmicas, contrastando figuras escuras sobre um fundo avermelhado. Por volta de 500 a.C. este estilo de pintura foi substituído por gravuras em vermelho sobre um fundo preto. As formas passaram a explorar linhas de comunicação interna, mostrando maiores detalhes nas composições (JANSON; JANSON, 1996).
Entre os principais monumentos arquitetônicos iremos encontrar templos, como o Partenon em Atenas, teatros construídos em encostas, ginásios e praças – as ágoras, locais para a discussão de diversos assuntos. Nas construções gregas é possível notar a simetria e monumentalidade. Quando pensamos em arquitetura grega, normalmente a associamos às ordens gregas. Mas afinal, o que é uma ordem arquitetônica?
As ordens se configuram como um sistema arquitetônico com características e linguagens próprias. Os elementos empregados em cada uma das ordens eram padronizados, o que facilita a sua identificação. As ordens gregas se diferenciavam principalmente pelas suas colunas:
· Dórica
Colunas robustas, sem base e com capitel simples.
· Jônica
Colunas com detalhes, disposta sobre base, o capitel apresenta volutas.
· Coríntia
Colunas de forma esguia disposta sobre base, o capitel apresenta folhas esculpidas e riqueza de detalhes.Na escultura, o artista grego buscava representar o ideal de beleza. Deste modo, personagens belos e serenos eram criados na tentativa de reproduzir a harmonia dos arquétipos perfeitos (CRIVELARO; PINHEIRO, 2014). As cabeças de estátuas e pinturas gregas não transpareciam nenhuma forte emoção, a ideia de movimento e “vida” era alcançada através da representação do corpo, que assumia os mais diversos ângulos.
Arte Romana
Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), as manifestações artísticas da Roma Antiga podem ser divididas em dois períodos: a República (59 a.C.-27 a.C.) e o Império (27 a.C.-476 d.C.). Os romanos tinham grande admiração pela arte grega, e muitos dos artistas romanos tinham origem grega. Deste modo, pintura e escultura romanas eram muitas vezes repetições e reinterpretações de obras gregas. Uma das principais diferenças percebidas entre as obras gregas e romanas é que, enquanto gregos representavam uma beleza ideal, os romanos se preocupavam em criar representações fiéis ao real.
No campo da arquitetura, é possível notar uma autonomia no processo de criação romana. Um dos reflexos da herança etrusca foi a técnica de arco de plena volta, essencial para o desenvolvimento de arcos e sistema de construção de abóbadas. Os romanos possuíam uma forma muito específica de vida pública e vida privada, o que iria caracterizar suas obras arquitetônicas entre as quais destacamos arcos, estradas, aquedutos, templos, teatros, arenas e banhos públicos (JANSON; JANSON, 1996).
—Reflita—
O legado deixado pela civilização da Roma Antiga vai muito além das manifestações artísticas. Além do ideal de beleza que será posteriormente retomado pelos artistas renascentistas, o povo romano contribuiu para a criação do alfabeto, algarismos (os números romanos), idiomas (derivados do latim, idioma de Roma), noções de direito, entre diversos outros pontos que vigoram em nossa sociedade Ocidental.
Arte na Antiguidade Oriental
O Mundo Antigo não se resume apenas às manifestações artísticas desenvolvidas na Europa. Segundo Gombrich (1999), duas grandes regiões tiveram manifestações expressivas, ambas influenciadas pela religião: o Islã e a China.
No Oriente Médio, a religião islâmica proibia a representação de imagens. Deste modo, o artista passou a concentrar os seus esforços em criações caligráficas e decorações geométricas, que deram origem aos arabescos. A arte islâmica esteve diretamente ligada ao poder, como uma forma de legitimar o poder dos sultões (SENKO, 2011).
As mesquitas apresentavam decoração estilizada em tijolos e azulejos, que também eram utilizados em construções civis. As edificações contavam com uma riqueza de detalhes e padrões decorativos.
Na arte islâmica não havia pintura de cavalete, no entanto, a tapeçaria era uma arte bastante difundida. A decoração dos tapetes era baseada nas formas da natureza, empregando tons como azul, vermelho e verde, e trazendo inscrições em suas bordas.
Segundo Crivelaro e Pinheiro (2014), a cultura chinesa se baseia no princípio da harmonia, característica que será essencial em sua arte. A história da China encontra-se dividida de acordo com a dominação política das dinastias.
Sobre a dinastia Xia (2100 a.C.-1600 a.C.), considerada a primeira dinastia chinesa, existem poucos registros históricos. Já na dinastia Shang (1480 a.C.-1050 a.C.), é possível identificar o surgimento de um sistema próprio de escrita, além de esculturas em jade, trabalhos em cobre e cerâmicas pintadas. Nas tumbas da dinastia Zhou (1027 a.C.-246 a.C.), foram encontradas pinturas sobre seda e esculturas em madeiras (CRIVELARO; PINHEIRO, 2014).
Foi durante a dinastia Han (246 a.C.-220 d.C.) que o budismo, vindo da Índia, foi introduzido na China. Neste período surgiram as primeiras representações da paisagem. A arte religiosa era utilizada tanto para narrar as lendas de Buda quanto para criar estatutárias para os templos. O artista chinês dominava a arte de representar o movimento, o fluido, o que pode ser percebido nas pinturas realizadas em rolos de seda (GOMBRICH, 1999).
Vamos Praticar
Nos campos artísticos de pintura e escultura, a arte romana era muito semelhante à arte grega. Porém, na arquitetura, a influência etrusca e o particular modo de vida romano fizeram com que as construções seguissem por caminhos bastante distintos. Considerando a afirmativa, assinale a alternativa correta.
Os arquitetos romanos ocuparam-se, exclusivamente, da construção de residências.Feedback: A alternativa está correta, Os arquitetos romanos criaram tanto residências quanto estradas, aquedutos, templos, teatros, entre outros.
Arte Medieval
A Idade Média é o período da história humana que data entre os séculos V e XV. Quando pensamos na Idade Média, é comum realizarmos uma associação à “idade das trevas”. Como iremos perceber no decorrer de nossas análises, tal atribuição é feita de modo equivocado. Para compreendermos as manifestações artísticas deste período, é importante lembrarmos de todo o contexto histórico e cultural da época, na qual a ascensão do cristianismo vai mudar o modo como o homem passa a enxergar o seu meio.
Transição do Mundo Antigo
Com o declínio e a queda do Império Romano, surgiram mudanças estruturais na sociedade e, consequentemente, mudanças no campo artístico. Os artistas que antes se importavam com o que fora a glória da arte grega tornaram-se raros, já não havia mais interesse e paciência para as complexas técnicaspara esculpir o mármore com cinzel. Paralelamente a este cenário, a ascensão do Cristianismo consolidou o fim do Mundo Antigo e o Início da Idade Média (GOMBRICH, 1999).
Caro estudante, é importante que você tenha claro que tal transição não se deu de um dia para o outro, mas sim através de um longo processo. Constantino, imperador romano que governou entre 306 d.C. e 337 d.C., foi o responsável por transferir a capital de seu império para Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla. A divisão do Império Romano em Oriental e Ocidental também implicou uma cisão religiosa. No Ocidente adotou-se a Igreja Católica Romana, enquanto no Oriente foi adotada a Igreja Católica Ortodoxa (JANSON; JANSON, 1996).
A arte neste período de transição concentrou-se em representar motivos religiosos. Com a instituição do Cristianismo como religião oficial do Estado, sob o governo de Constantino foram construídas diversas igrejas. As primeiras igrejas cristãs tiveram como base os edifícios romanos pagãos. O exterior destas edificações era simples, em tijolos, enquanto o interior era repleto de pinturas em cores vivas e materiais valiosos.
Na pintura, características da arte romana também foram resgatadas, porém, sem o compromisso e rigor de seguir o significado original das formas, mas para transmitir um novo conteúdo simbólico. Ao contrário do artista romano, o artista da Idade Média não tinha nem sentia a necessidade de fazer com que suas representações parecessem reais.
Segundo Janson e Janson (1996), neste período, cabe ainda destacar as particularidades da arte bizantina. Os mosaicos bizantinos apresentavam um novo ideal de beleza, no qual a figura humana era representada por figuras esbeltas, pequenos rostos amendoados e grandes olhos. As composições não contavam com sugestão de movimento, as pessoas são dispostas de forma rigorosamente rígida em vista frontal.
A Arte Românica
Caro estudante, muita atenção, ao contrário do que possa parecer em um primeiro momento, a arte Românica não está relacionada à arte Romana, tratam-se de dois contextos históricos completamente distintos. A arte da Roma Antiga não teve influência direta sobre a arte Românica.
Por volta do ano 1066, os normandos, povo viking escandinavo, instalaram-se na Inglaterra e trouxeram com eles um novo estilo de construção. Este estilo ficou conhecido como estilo Normando, na Inglaterra, e estilo Românico, no restante da Europa (GOMBRICH, 1999).
O estilo Românico se desenvolveu na Europa entre os séculos XI e XIII e teve maior expressão no campo da arquitetura. As igrejas românicas tinham características bem definidas, sua planta em forma de cruz era formada por nave central, abside, coro e duas ou quatro naves laterais. A construção era compacta e robusta, com poucas janelas e outras aberturas.
No campo das esculturas, as manifestações deste período estavam diretamente ligadas à arquitetura. As fachadas das igrejas apresentavam detalhes esculpidos, eram obras maciças que em um rápido olhar já eram compreendidas, a mensagem sagrada precisava ser transmitida de forma clara e direta (GOMBRICH, 1999).
A Arte Gótica
O estilo gótico surgiu por volta de 1150, nos arredores de Paris, na França. O início deste estilo se deu no campo da arquitetura, e durante um século teve papel dominante nesta categoria. Com o desenvolvimento de uma nova técnica construtiva, que permitia abobadar uma igreja por meio de arcos transversais, foi possível diminuir as espessas paredes empregadas na arte românica (GOMBRICH, 1999).
Existiam poucas variações das plantas baixas das igrejas góticas. Estas catedrais quase sempre foram concebidas em uma escala tão grandiosa que muitas delas não foram concluídas exatamente como o projetado. A arquitetura de tais igrejas apresentava como características o uso de pedra, contrafortes externos à edificação, naves grandiosas, presença de arco ogival, arcobotante e grandes vitrais e rosáceas coloridas (JANSON; JANSON, 1996)
Tanto a pintura quanto a escultura estiveram relacionadas à religião cristã. A arte gótica refletia o desejo de conferir um apelo emocional cada vez mais forte aos temas do cristianismo. Para alcançar tal objetivo, a técnica medieval de representar tais narrativas consistia em combinar várias histórias em um único quadro. Para nós isso pode parecer um pouco confuso, porém, para o artista gótico este método era a melhor forma para transmitir toda a mensagem pretendida.
A Itália, ao final do século XVIII, foi tomada por uma influência bizantina que revolucionou a pintura gótica. Neste cenário, um de seus maiores representantes foi Giotto di Bondone (1266-1337). Embora não usasse as técnicas de perspectivas, Giotto redescobriu a arte de criar ilusão de profundidade, e seu traçado possuía um caráter tridimensional (JANSON; JANSON, 1996).
Durante o século XIV o gótico caminha para a sua fase denominada “Gótico Internacional”. Para compreendermos as mudanças no campo artístico precisamos primeiramente entender o contexto da sociedade desta época. Neste período os nobres deixam de viver nos castelos para morar no conforto e luxo das cidades. Deste modo, o gosto do século XIV deixa de ser a monumentalidade e grandiosidade, e passa a ser o requinte.
A arquitetura passa a se ocupar de outras tipologias além da igreja. O arquiteto torna-se responsável pela criação de corporações, universidades, espaços urbanos. No campo da escultura, o artista trabalha com peças de menores dimensões, encomendadas não para as grandes catedrais, mas sim para as capelas particulares. Tanto na pintura quanto na escultura, o acabamento das obras torna-se requintado, e as representações da figura humana são feitas em corpos esguios, delicados e graciosos (GOMBRICH, 1999).
Conforme as tradições artísticas italianas se fundem com as do norte da Europa, o interesse dos artistas deixa de ser a representação do sagrado e narrativas bíblicas, e passa a se tornar os fragmentos da natureza e da vida cotidiana. Uma vez que a atenção do artista segue para este caminho, tem-se o fim da arte medieval e o início de uma nova fase, o Renascimento.
Vamos Praticar
Na Idade Média a arquitetura ocupou-se, principalmente, da criação de igrejas e catedrais. Apesar de apresentarem uma planta baixa e estrutura básica semelhante, existem diversas diferenças entre as construções do estilo românico e do estilo gótico, como:
b) Paredes espessas nas igrejas românicas e finas paredes nas igrejas góticas.Feedback: A alternativa está correta, Com o desenvolvimento de técnicas construtivas as paredes das igrejas góticas tornaram-se mais finas do que as do estilo românico.
Material Complementar
Conclusão
Caro estudante, através de nossas investigações, foi possível perceber que arte, estética e cultura são conceitos relacionados. A arte, por si só, não define uma categoria das coisas, mas sim um tipo de valor, que é resultado da atividade mental e atividade operacional do ser humano. A partir destas definições iniciais, analisamos as características da arte em diferentes contextos históricos. Em nossas discussões, não nos aprofundamos em artistas ou obras específicas. Inclusive, até a Idade Média o status de artista era muito distinto daquele que existe em nossa sociedade atual. Nossos estudos salientaram que a arte enquanto aparato cultural buscou atender a diferentes objetivos desde o surgimento das primeiras civilizações até o final da Idade Média.
ARTE, 
CULTURA E 
ESTÉTICA
 
 
Introdução
 
 
Caro estudante, você já parou para 
pensar sobre o que é arte? Em uma 
conversa informal, ao ouvirmos esta 
palavra, conseguimos entender o 
contexto da mensagem, porém, definir o 
termo “arte” nos parece complicado em 
um primeiro momento. Do mesmo 
modo, estéti
ca e cultura são conceitos 
que apresentam igual complexidade. 
Em nossos estudos, iremos 
primeiramente compreender como tais 
definições estão relacionadas. 
Posteriormente, daremos início a nossa 
investigação sobre as manifestações 
artísticas do ser humano. 
Neste sentido, 
estaremos contemplandodesde as 
primeiras representações imagéticas, a 
pintura rupestre, até a arte produzida na 
Idade Média, relacionando as principais 
características da arte em cada um dos 
períodos históricos.
 
---
 
Caro estudante, você saber
ia conceituar 
o que é arte? Arte e estética são 
sinônimos? A arte apresenta algum papel 
cultural? Antes de nos debruçarmos 
sobre as expressões artísticas das mais 
diversas civilizações, precisamos 
inicialmente realizar reflexões sobre 
arte, cultura e estét
ica. Neste sentido, 
iremos agora investigar os princípios 
gerais que regem tais temáticas.
 
Arte, Estética e Cultura
 
A arte e a estética são temas recorrentes 
na filosofia. Desde as primeiras 
civilizações o homem buscou 
compreender tais assuntos. Deste mo
do, 
as definições de arte e estética são 
mutáveis e refletem relações contextuais 
de determinados momentos históricos.
 
Em nossa discussão, não iremos nos 
aprofundar sobre este debate e as 
diversas vertentes que tentam definir 
tais conceitos. Para fins didá
ticos, 
iremos compreender a estética como um 
campo da filosofia que trata dos 
conceitos de Belo.
 
Segundo Argan (1994), a arte é 
resultado da combinação de atividades 
mentais, pensar e conceber uma ideia; e 
atividades operacionais, executar e 
construir uma 
ideia. Isso significa que, 
por exemplo, um galho de uma árvore, 
por mais bonito e escultórico que possa 
parecer, não pode ser considerado arte, 
uma vez que não existiu intenção 
projetual para a sua criação. Do mesmo 
modo, objetos empilhados 
aleatoriamente,
 
sem nenhuma intenção, 
não se configuram como arte.
 
O autor também destaca que o valor 
artístico atribuído a uma obra só passa a 
ter relevância a partir do momento em 
que o observador atribui significado a 
esta forma. Isso significa que uma obra 
de arte só
 
se torna obra de arte quando a 
consciência que a recebe a julga como 
tal.
 
A arte também está relacionada à 
cultura. Segundo Laraia (1999), o termo 
cultura, muitas vezes associado à 
erudição e intelectualidade, é na 
verdade um conceito antropológico. 
Segun
do o autor:
 
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem 
moral e valorativa, os diferentes comportamentos 
ARTE, 
CULTURA E 
ESTÉTICA 
 
Introdução 
 
Caro estudante, você já parou para 
pensar sobre o que é arte? Em uma 
conversa informal, ao ouvirmos esta 
palavra, conseguimos entender o 
contexto da mensagem, porém, definir o 
termo “arte” nos parece complicado em 
um primeiro momento. Do mesmo 
modo, estética e cultura são conceitos 
que apresentam igual complexidade. 
Em nossos estudos, iremos 
primeiramente compreender como tais 
definições estão relacionadas. 
Posteriormente, daremos início a nossa 
investigação sobre as manifestações 
artísticas do ser humano. Neste sentido, 
estaremos contemplando desde as 
primeiras representações imagéticas, a 
pintura rupestre, até a arte produzida na 
Idade Média, relacionando as principais 
características da arte em cada um dos 
períodos históricos. 
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Caro estudante, você saberia conceituar 
o que é arte? Arte e estética são 
sinônimos? A arte apresenta algum papel 
cultural? Antes de nos debruçarmos 
sobre as expressões artísticas das mais 
diversas civilizações, precisamos 
inicialmente realizar reflexões sobre 
arte, cultura e estética. Neste sentido, 
iremos agora investigar os princípios 
gerais que regem tais temáticas. 
Arte, Estética e Cultura 
A arte e a estética são temas recorrentes 
na filosofia. Desde as primeiras 
civilizações o homem buscou 
compreender tais assuntos. Deste modo, 
as definições de arte e estética são 
mutáveis e refletem relações contextuais 
de determinados momentos históricos. 
Em nossa discussão, não iremos nos 
aprofundar sobre este debate e as 
diversas vertentes que tentam definir 
tais conceitos. Para fins didáticos, 
iremos compreender a estética como um 
campo da filosofia que trata dos 
conceitos de Belo. 
Segundo Argan (1994), a arte é 
resultado da combinação de atividades 
mentais, pensar e conceber uma ideia; e 
atividades operacionais, executar e 
construir uma ideia. Isso significa que, 
por exemplo, um galho de uma árvore, 
por mais bonito e escultórico que possa 
parecer, não pode ser considerado arte, 
uma vez que não existiu intenção 
projetual para a sua criação. Do mesmo 
modo, objetos empilhados 
aleatoriamente, sem nenhuma intenção, 
não se configuram como arte. 
O autor também destaca que o valor 
artístico atribuído a uma obra só passa a 
ter relevância a partir do momento em 
que o observador atribui significado a 
esta forma. Isso significa que uma obra 
de arte só se torna obra de arte quando a 
consciência que a recebe a julga como 
tal. 
A arte também está relacionada à 
cultura. Segundo Laraia (1999), o termo 
cultura, muitas vezes associado à 
erudição e intelectualidade, é na 
verdade um conceito antropológico. 
Segundo o autor: 
O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem 
moral e valorativa, os diferentes comportamentos

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