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ATIVIDADE DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
T3A -N3
Prof. Tiago Valiatti
1. Explique o que é ITU complicada e ITU não complicada.
R. ITU complicada é a cistite ou pielonefrite ocorridas em pacientes com chances aumentadas de evolução desfavorável, ou seja, grávidas, pacientes com anormalidades anatômicas ou funcionais ou comorbidades.
ITU não complicada é o quadro esporádico ou recorrente de pielonefrite ou cistite, limitando as mulheres não grávidas, sem anormalidade anatômica ou funcional no trato urinário ou comorbidades.
2. Explique o que é cistite e o que é pielonefrite.
R. Cistite é a inflamação do trato urinário inferior e a pielonefrite é a inflamação do trato urinário superior.
3. Qual o nome dado ao exame em que se realiza o cultivo de uma amostra de
urina?
R. Uricultura.
4. Qual o agente etiológico bacteriano mais frequente em ITU comunitárias?
R. Escherichia Coli.
5. Quais são os fatores de risco para ITU?
R. (1) sexo feminino, (2) idade superior a 50 anos, (3) obstrução urinária, (4) relações sexuais e (5) cateteres vesicais.
6. Explique o que é: Infecção de corrente sanguínea primária; Infecção de corrente sanguínea secundária.
R. Primárias são aquelas infecções de consequência sistêmica grave, bacteremia ou sepse, sem foco primário identificável. Pode estar ou não associada ao uso de cateteres.
Secundárias associadas a hemocultura positiva, mais objetiva e com comparações fidedignas. Além de sinais clínicos.
7. Qual a diferença de IPCS laboratorial e IPCS clínica?
R. Laboratorial possui variabilidade entre laboratórios e baixa em pacientes que usam antimicrobianos.
Clínica possui definição mais simples, subjetiva, difícil comparação interinstitucional.
8. Por que a presença de um “acesso” no paciente é um fator positivo para ocorrência de ICS?
R. O cateter é um dispositivo invasivo que entra na corrente sanguínea, sendo assim pode fornecer uma porta de entrada direta para as bactérias.
9. Descreva pelos menos 4 medidas que podem contribuir para diminuição da ocorrência de ICS.
R. (1) higienização das mãos, (2) antissepsia com clorexidina, (3) escolha de sítio para inserção adequado, e (4) reavaliação diária da necessidade de manutenção do cateter. 
10. Quais são as cinco espécies bacterianas mais frequentes nas ICS?
R. Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa, Enterococcus spp., Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa
11. O que é meningite?
R. Inflamação das meninges.
12. Quais as espécies bacterianas mais comuns em meningites comunitárias?
R. Streptococcus pneumoniae (+), Streptococcus agalactiae (+), Neisseria meningitidis (-) e Haemophilus influenzae (-).
13. De forma geral, a meningite bacteriana ocorre devido a pelo menos uma das três rotas de infecção possíveis. Explique cada uma dessas rotas.
R. Contiguidade foco bacteriano nas regiões próximas do SNC.
Acesso direto em procedimentos cirúrgicos sem a devida esterilização dos materiais usados.
Hematogênica (mais comum) transporte da bactéria pelo sangue até a região de localizado do SNC.
14. Para realizar o diagnóstico microbiológico da meningite, qual amostra (material biológico) que se deve utilizar?
R. Cultura do LCR (Liquido Cefalorraquidiano). 
15. Qual a importância dos mecanismos de regulação da expressão gênica em bactérias?
R. Controle de gasto energético, regulação de transcrição do mRNA e controle de formação e quantidade de atividade das enzimas.
16. O que é repressão e indução genética?
R. Repressão é um mecanismo de controle genético bacteriano o qual inibe a expressão gênica gerando resposta a abundância de um produto final de via metabólica. Sendo controlada por proteínas reguladoras.
A indução também é um mecanismo de controle genético bacteriano o qual ativa a transcrição do gene. A substância que que inicia a transcrição são as enzimas indutivas.
17. Explique o que é mutação, a forma que a mesma pode ocorrer e quais as possíveis implicações de mutações em uma bactéria.
R. Mutação é a alteração permanente na sequência das bases do DNA, sendo assim é a mudança no produto codificado pelo gene (expressão) que pode estar ativa ou inativa. Pode ser de forma espontânea, por função celular ou interações aleatórias com o meio, ou induzida por mutagênicos ou genotóxicos.
18. Existem três eventos de transferência horizontal de genes muito bem descritos e caracterizados na literatura. Explique cada um deles, e destaque posteriormente qual a sua importância para a diversidade genética bacteriana e suas possíveis implicações.
R. Transformação: A célula receptora capta o DNA doador, o qual vai ser alinhado com as bases complementares da célula receptora. Sendo este um processo recombinante.
Conjugação:
(a) Fator F (plasmídeos) é transferido de uma célula doadora (F+) para uma receptora (F-), a célula F- é convertida em F+. 
(b) Fator F se integra ao cromossomo de uma célula F+, ele a transforma em uma célula de alta frequência de recombinação (Hfr).
(c) Célula doadora Hfr transfere uma porção de seu cromossomo para uma célula receptora F-, o resultado é uma célula F- recombinante.
Transdução: Transferência do material genético de uma célula para outra através da ação dos fagos. O material genético dos fagos é injetado na célula hospedeira da bactéria e esses são incorporados pelas células descendentes.
Estes processos são de extrema importância para evolução bacteriana as tornando com mais aptas para sobrevivência e possuir maior ação patogênica.
19. Cite três defesas do nosso organismo que tentam atuar para impedir a ação de microrganismos patogênicos.
R. Pele (barreira física), acidez estomacal (barreira química) e lisozima das lagrimas e outras secreções.
20. Explique o que é virulência e patogenicidade.
R. Patogenicidade é a capacidade de um microrganismo causar danos em um hospedeiro – qualitativa.
Virulência é a capacidade relativa de um microrganismo causa dano – quantitativa.
21. Quais são as possíveis formas de transmissão das bactérias patogênicas para os seres humanos?
R. Contato (aerossóis), veículo (ex. água), artrópodes (ex. Y. pestis) e animais (ex. leptospira)
22. Explique infecção endógena e infecção exógena.
R. Endógena é causa pelos próprios microrganismos do hospedeiro.
Exógena é causada pelos microrganismos do ambiente ao hospedeiro.
23. O que são ilhas de patogenicidade?
R. Grupos de genes associados à patogenicidade e localizados no cromossomo bacteriano.
24. Qual a importância dos fatores de aderência para as bactérias no estabelecimento da infecção?
R. Permite fixação ao hospedeiro para colonização e multiplicação, além de evitar a fagocitose e promover alguns fatores de especificidade com o tecido (tropismo).
25. As toxinas bacterianas podem ser divididas em dois grandes grupos. Quais são? Explique as principais características de cada um desses grupos.
R. Endotoxina estão na membrana externa dos bastonetes gram-negativos, possuem toxidade baixa e geração de febre.
Exotoxina Estão presentes nos produtos metabólicos de células de crescimento principalmente gram-positivas, possuem toxidade alta e não possuem geração de febre.
26. Quais são as principais enzimas que as bactérias podem produzir que contribuem para sua patogenicidade? Explique a função de cada uma delas.
R. Colagenase degrada o colágeno promove disseminação da infecção nos tecidos.
Coagulase formação das paredes de fibrinas ao redor das lesões estafilococicas persistência nos tecidos.
Hialuronidases hidrolisam ácido hialurônico ajudam na disseminação através dos tecidos conectivos.
Estreptoquinase ativa uma enzima proteolítica no plasma dissolve o plasma coagulado ajuda na propagação dos estreptococos através dos tecidos.
27. O que é biofilme bacteriano? Qual a vantagem que a capacidade de produzir biofilmes confere para as bactérias?
R. Biofilme é uma comunidade de microrganismos aderidos a superfícies e envolvidos por matriz extracelular.
Vantagens: Maior resistência a antibióticos, proteção contra sistema imune, maior capacidade de persistência em superfícies e dispositivosmédicos.
28. Quais são as principais toxinas produzidas por S. aureus? O que elas podem desencadear no organismo?
R. Toxinas esfoliativas: causam síndrome da pele escaldada. 
Enterotoxinas: provocam intoxicação alimentar.
Toxina do choque tóxico (TSST-1): induz síndrome do choque tóxico. Essas toxinas desencadeiam respostas inflamatórias intensas e danos teciduais.
29. Explique de que maneira ocorre a síndrome da pele escaldada estafilocócica.
R. É causada pelas toxinas esfoliativas de S. aureus, que promovem clivagem da camada superficial da pele, levando a eritema difuso, bolhas e descamação cutânea generalizada, semelhante a queimaduras.
30. Explique o mecanismo da síndrome do choque tóxico estafilocócico.
R. Decorre da produção da toxina TSST-1 pelo S. aureus. Essa toxina atua como superantígeno, estimulando maciçamente linfócitos T e liberando grandes quantidades de citocinas inflamatórias. O resultado é febre alta, hipotensão, erupção cutânea e falência multiorgânica.
31. Quais são as principais bactérias Gram-positivas envolvidas em infecções de pele e partes moles, e quais toxinas elas produzem?
R. Staphylococcus aureus: produz toxinas esfoliativas, enterotoxinas e TSST-1, além de enzimas como coagulase e hialuronidase.
Streptococcus pyogenes (β-hemolítico do grupo A): produz estreptolisinas, exotoxinas pirogênicas e enzimas como estreptoquinase e hialuronidase.
32. Qual bactéria Gram-negativa está frequentemente associada a infecções em queimaduras e quais são suas principais características de virulência?
R. A Pseudomonas aeruginosa é frequentemente associada a infecções em queimaduras. Principais fatores de virulência: produção de exotoxina A, pigmentos (piocianina e pioverdina), capacidade de formar biofilmes, resistência intrínseca a múltiplos antimicrobianos.
33. Quais espécies bacterianas estão mais relacionadas às infecções do trato urinário (ITU) comunitárias e hospitalares?
R. ITU comunitárias: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) – principal agente; também Staphylococcus saprophyticus. 
ITU hospitalares: E. coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, frequentemente associadas ao uso de cateter vesical.
34. Qual é a importância de Streptococcus agalactiae na meningite neonatal e como ocorre sua transmissão?
R. O Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B) é uma das principais causas de meningite neonatal. A transmissão ocorre principalmente durante o parto, quando o recém-nascido entra em contato com a microbiota vaginal materna colonizada.
35. O que caracteriza a meningite causada por Neisseria meningitidis e quais complicações graves podem estar associadas?
R. Meningite meningocócica é caracterizada por evolução rápida, febre, cefaleia intensa, rigidez de nuca e exantema petequial. Complicações graves: choque séptico, coagulação intravascular disseminada (CIVD) e púrpura fulminante, que podem levar a falência múltipla de órgãos. 
36. Diferencie as manifestações clínicas da sífilis primária, secundária, latente e terciária.
R. Sífilis primária: cancro duro no local da inoculação, indolor, com linfadenopatia regional.
Sífilis secundária: exantema cutâneo disseminado, lesões mucosas, febre, linfadenopatia generalizada. 
Sífilis latente: fase assintomática, apenas com sorologia positiva.
Sífilis terciária: lesões gomatosa, neurossífilis, sífilis cardiovascular (aneurismas, insuficiência aórtica).
37. Quais bactérias são mais frequentemente envolvidas em pneumonia comunitária e pneumonia hospitalar?
R. Pneumonia comunitária: Streptococcus pneumoniae (principal), Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae. 
Pneumonia hospitalar: Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus (incluindo MRSA), Acinetobacter baumannii.
38. O que é púrpura fulminante, quais são suas características clínicas e a qual patógeno está associada?
R. É uma manifestação grave caracterizada por lesões hemorrágicas cutâneas extensas, necrose, choque séptico e coagulação intravascular disseminada (CIVD). Está associada principalmente à infecção por Neisseria meningitidis.
39. Quais fatores de virulência tornam a Escherichia coli uropatogênica (UPEC) a principal causa de ITU comunitária?
R. Presença de fímbrias e adesinas, que permitem fixação ao uroepitélio, produção de hemolisina e toxina necrosante citotóxica, capacidade de escapar da resposta imune e persistir na bexiga, esses fatores permitem colonização eficaz e ascensão pelo trato urinário.
40. Quais bactérias estão relacionadas a infecções do trato respiratório superior e inferior?
R. Trato respiratório superior: Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae.
Trato respiratório inferior: Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, Bordetella pertussis, Mycobacterium tuberculosis. 
41. Qual o papel de Klebsiella pneumoniae nas infecções hospitalares e quais mecanismos de resistência ela pode apresentar?
R. A Klebsiella pneumoniae é um dos principais agentes de infecções hospitalares, especialmente pneumonia, infecções urinárias e de corrente sanguínea. Mecanismos de resistência:
Produção de β-lactamases de espectro estendido (ESBLs);
Produção de carbapenemases (KPC);
Capacidade de formar biofilmes.
42. Como Staphylococcus epidermidis está associado a infecções relacionadas a dispositivos médicos?
R. O S. epidermidis é parte da microbiota cutânea, mas está frequentemente relacionado a infecções em cateteres, próteses e outros dispositivos médicos. Sua importância está na capacidade de formar biofilmes, o que dificulta a ação de antibióticos e do sistema imune.
43. Cite dois agentes bacterianos Gram-negativos associados a infecções gastrointestinais e suas principais manifestações clínicas.
R. Salmonella spp.: causa gastroenterite, febre entérica e pode evoluir para bacteremia.
Escherichia coli enteropatogênica e entero-hemorrágica: provocam diarreia aquosa ou sanguinolenta, cólicas abdominais e podem levar à síndrome hemolíticourêmica.
44. Quais bactérias estão mais frequentemente associadas às infecções de corrente sanguínea em ambiente hospitalar?
R. Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa, Enterococcus spp., Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa.
45. O que são infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) e como elas são definidas?
R. As IRAS são aquelas adquiridas após a admissão do paciente em serviços de saúde e que se manifestam durante a internação ou após a alta, quando relacionadas ao procedimento ou cuidado recebido.
46. Cite dois exemplos de IRAS frequentemente encontradas em ambiente hospitalar.
R. Infecção do trato urinário (ITU) associada a cateter vesical e Infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central (CVC).
47. Quais são os principais impactos das IRAS na saúde do paciente e no sistema hospitalar?
R. (1) Aumento da morbimortalidade, (2) prolongamento do tempo de internação, (3) maior necessidade de antimicrobianos de amplo espectro, (4) elevação dos custos hospitalares e (5) sobrecarga do sistema de saúde.
48. Por que as IRAS favorecem a disseminação de microrganismos multirresistentes?
R. Porque os ambientes hospitalares têm grande uso de antimicrobianos, presença de pacientes imunocomprometidos e uso frequente de dispositivos invasivos, criando condições ideais para seleção e disseminação de cepas resistentes.
49. Quais medidas preventivas são fundamentais para reduzir a incidência de IRAS em hospitais?
R. (1) Higienização adequada das mãos.
(2) Uso racional de antimicrobianos.
(3) Cuidados com dispositivos invasivos (cateteres, sondas, próteses).
(4) Protocolos de isolamento para pacientes infectados.
(5) Educação permanente da equipe de saúde.
50. Explique a importância da higienização correta das mãos na prevenção das IRAS.
R. Higienização das mãos é considerada a medida mais eficaz na prevenção das IRAS, pois interrompe a cadeia de transmissão de microrganismos entre pacientes, profissionais de saúde e superfícies.51. Como o uso racional de antimicrobianos pode contribuir para o controle das IRAS?
R. O uso racional reduz a pressão seletiva sobre os microrganismos, prevenindo o surgimento e a disseminação de bactérias multirresistentes, além de manter a eficácia dos antibióticos disponíveis.
52. Qual é o papel da educação permanente da equipe de saúde na redução das taxas de IRAS?
R. Educação permanente garante que os profissionais estejam sempre atualizados em relação às medidas de prevenção, diagnóstico precoce e manejo adequado das IRAS, promovendo mudanças de comportamento e maior adesão às boas práticas de assistência.

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