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JORDANA BEATRIZ-MED7 1 
 
1 ASMA E RINITE ALÉRGICA- MEDCURSO 
ASMA EM PEDIATRIA 
CONCEITO: é uma doença inflamatória crônica das 
vias aéreas associada a hiperresponsividade. 
Ocorre obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar 
generalizada e variável (melhora/piora), reversível 
espontaneamente OU com tratamento. 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
o Acomete cerca de 300milhões de 
pessoas. 
o É a 4ª causa de internações; 
o OMS: recomenda que o gasto com a 
asma não exceda mais de 5% da renda 
familiar, mas nos pcts de classe baixa o 
tratamento custa em média de 25% da 
renda familiar. 
o BR: fornecimento gratuito dos 
medicamentos para o tratamento. 
➢ FISIOPATOGENIA: 
o Ocorre o estreitamento brônquico 
intermitente e reversível. 
o É causado pela contração do músculo 
liso brônquico. 
o Edema da mucosa por excesso de 
processo inflamatório. 
o Hipersecreção mucosa. 
Ocorre uma hiperresponsividade brônquica levando a 
resposta bronco-constritora exagerada ao estímulo. 
Há um ciclo contínuo de agressão e reparo e esse 
processo leva a alterações estruturais irreversíveis 
causando o remodelamento das vias aéreas. 
➢ HISTÓRIA NATURAL: 
o Inicia no lactente e nas crianças pré-
escolar nos quais tem sibilância 
recorrente, porém, as evoluções são 
variadas, nem sempre as crianças 6 anos. 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
o Anamnese: história natural. 
o Não é possível predizer o curso clínico 
da sibilância entre lactentes e pré-
escolares. 
o Existes dados que mostram que existe a 
probabilidade maior das crianças terem 
asma. 
➔ Para prever se a sibilância na criança irá 
persistir na vida adulta terá sinais associados: 
o Diagnóstico de eczema em menores 
de 3 anos; 
o Diagnóstico Rinite em menores de 3 
anos; 
o Pai OU mãe com asma. 
o Sibilância sem resfriado/virose; 
o Eosinofilia sanguínea com mais de 
3% (na ausência de parasitose); 
Esses fatores presentes aumentam a probabilidade da 
criança que tem sibilância na infância recorrente ter 
asma. 
▪ Sugerido por: 
o Dispneia, tosse crônica, sibilância. 
o Opressão OU desconforto torácico 
(sobretudo à noite OU nas primeiras 
horas do dia- manhã). 
▪ Manifestações que sugerem fortemente: 
o Piora dos sintomas à noite. 
o Melhora espontânea OU com 
medicações. 
▪ Exame físico: 
o Ausculta: sibilos → obstrução ao fluxo 
aéreo (pode não ocorrer em todos os 
pcts); 
▪ Em crianças maiores de 6 anos pode utilizar um 
método objetivo para confirmação → 
ESPIROMETRIA. 
ESPIROMETRIA 
✓ Tem 3 utilidades principais: 
o Diagnóstico; 
▪ Limitação ao fluxo de ar. 
▪ Principalmente: 
• Reversibilidade (após 
a inalação de um 
broncodilatador de 
curta ação). 
▪ VEF1: medida isolada mais 
acurada. 
o Identificar gravidade da obstrução; 
o Monitorizar o curso da doença; 
MEDIDAS IMPORTANTES NA ESPIROMETRIA 
que ajudam a diagnosticar a limitação ao fluxo de ar nas 
VA. 
▪ VEF1 (volume expirado forçado no primeiro 
segundo); 
▪ CVF (capacidade vital forçada); 
Redução da relação VEF1/CVF → DIAGNÓSTICO de 
limitação ao fluxo aéreo. 
UMA ESPIROMETRIA NORMAL NÃO EXCLUI O 
DIAGNÓSTICO DE ASMA. 
 Espirometria inteiramente normal → faz 
brondilatador → repete a espirometria → pode revelar 
uma resposta significativa, ou seja, o volume expirado 
que estava ‘normal’ fica muito maior após o uso de 
broncodilatador. 
 
 
JORDANA BEATRIZ-MED7 2 
 
2 ASMA E RINITE ALÉRGICA- MEDCURSO 
MEDIDAS SERIADAS PARA AVALIAR O 
FLUXO AÉREO- PFE (PICO DE FLUXO 
EXPIRATÓRIO SERIADO). 
✓ Mais simples; 
✓ Menor acurácia. 
✓ Ideal: medidas matinais e vespertinas → 
comparar. 
✓ Variações entre as medições diurnas e 
vespertinas >20% são positivas, ou seja, pct 
asmático. 
✓ Desvantagens: 
o Avalia apenas as grandes vias aéreas; 
o Esforço-dependente. 
o Medidas de má qualidade; 
o Valores variam entre os aparelhos. 
EM CASO DE DÚVIDA (espirometria normal, sem 
mudança com o uso de b2)→ TESTE DA 
BRONCOPROVOCAÇÃO. 
▪ Confirma OU afasta a suspeita. 
TESTE DA BRONCOPROVOCAÇÃO QUÍMICA: 
✓ Resultado negativo → exclui o diagnóstico de 
asma. 
✓ Fármacos: 
o Metacolina; 
o Histamina; 
o Carbacol. 
✓ Ao fazer essas medicações e tiver um queda 
significativa >20% no VEF1 → pct asmático. 
✓ Esse teste tem alta sensibilidade e elevado valor 
preditivo negativo, ou seja, ao fazer o estímulo 
com o broncoconstritores e o pct ele não fazer 
broncoconstrição → não é asma. 
TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO COM 
EXERCÍCIO: 
✓ Demostra queda do VEF1> 10% → pcts com 
asma. 
MEDIDAS DO ESTADO ALÉRGICOS: 
▪ AVALIAÇÃO DA ATOPIA. 
o Anamnese cuidadosa; 
▪ Identificação da exposição a 
alérginos; 
o Confirmação da sensibilidade 
alérgica. 
▪ Teste cutâneos OU 
determinações das 
concentrações séricas de IgE 
específico. 
▪ Provas in vivo → testes 
cutâneos. 
▪ Provas in vitro → IgE 
específico. 
o Aeroalérgenos mais frequentes: 
▪ Ácaros, fungos e pólens; 
▪ Antígenos de cães e gatos; 
▪ Baratas; 
o Sensibilização a antígenos inaláveis: 
▪ Teste cutâneos → mais 
frequentes: ácaro da poeira → 
Dermatophagoides 
pteronyssinus. 
o IgE específica confirma os testes 
cutâneos. 
CONTROLE DA ASMA 
➢ CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM OS 
NÍVEIS DE CONTROLE DA ASMA. 
O objetivo do manejo → controle da doença. 
Controle: extensão com a qual as manifestações da asma 
estão suprimidas (seja espontaneamente ou pelo 
tratamento), de acordo com as últimas 4 semanas. 
É utilizado 5 parâmetros para avaliar o controle: 
1. Espirometria; 
a. Para menores de 6 anos: não utiliza 
como parâmetros. 
b. Asma controlada → Bom controle: 
normal (>80%); 
2. Sintomas diurnos; 
a. Asma controlada: Pode ter até 2 
episódios por semana. 
3. Despertar noturno; 
a. Asma controlada: não acorda de 
madrugada com sintomas (dispneia ou 
cansaço). 
4. Uso de medicação de alívio; 
a. Asma controlada: Utilizar medicação 
de alívio até 2 vezes por semana. 
5. Limitação de atividade; 
a. Asma controlada: não tem limitação 
 
Parâmetros dentro do esperado: asma controlada 
1 ou 2 parâmetros alterados: asma parcialmente 
controlada 
3 ou mais parâmetros alterados: asma não 
controlada. 
 
GINA 2021: 
▪ Criança menores ou igual a 5 anos → 
considerar controlada: sintomas no máximo 1 
vez por semana, e uso de medicação de alívio 
no máximo 1vez por semana. 
 
 
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3 ASMA E RINITE ALÉRGICA- MEDCURSO 
GRAVIDADE: é o quanto que necessita de 
medicamento para atingir o controle. 
 Se necessitar de muito medicamento → 
considera-se asma grave. 
➢ CLASSIFICAÇÃO QUANTO A 
GRAVIDADE: 
o Leve; 
▪ Para o bom controle, necessita 
de baixa intensidade de 
tratamento (etapa2). 
o Moderada; 
▪ Necessita de uma quantidade 
de medicamento intermediária 
para obter o controle, etapas 3 
e 4. 
o Grave: 
▪ Alta intensidade de 
medicamento/tratamento 
(etapa 5). 
➢ ETAPAS DE TRATAMENTO: 
É dividida de acordo com as idades (grupos etários); 
 CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS: 
O tratamento é divido em 5 etapas. 
1. ETAPA 1: Medicação de resgate para alívio 
dos sintomas → usado para crises. 
a. Medicamento: beta 2 de curta ação 
(salbutamol, fenoterol e formoterol) 
b. Educação e controle ambiental. 
GINA: se o pct não faz corticoide inalatório no seu dia-
a-dia, deve associar CI ao SABA no resgate; 
2. ETAPA 2: medicação de alívio + um único 
medicamento de controle. 
a. CI: deve iniciar com doses baixas → 
principal medicamento. 
O CI não tem efeito sistêmico- efeito de primeira 
passagem- ao inalar, ele é bem absorvido no pulmão, cai 
na corrente sanguínea e rapidamente o fígado o 
metaboliza, não causando efeito sistêmico. 
EC local: se não tiver uma higiene bucal adequada após 
o uso de corticoide, pode ocorrer a presença de 
candidíase oral, além da disfonia/rouquidão. 
3. ETAPA 3: associação de um corticoide 
inalatório em doses baixas com um b2 
agonista inalatório de ação prolongada 
(LABA).OU 
Corticoide inalatório em dose média. 
OU 
CI dose muito baixa + formoterol (MART → 
Tratamento de manutenção do dia-a-dia e 
alívio). 
**Formoterol: seu efeito é de longa ação e também de 
rápida ação (funciona tanto como B2 de longa quanto 
de curta). 
LABA: são usados em associação aos CI em pcts > 4 
anos! Não devem ser usados em monoterapia. 
4. ETAPA 4: Combinação de corticoide 
inalatório em doses médias + LABA. 
OU 
CI dose baixa + formoterol (MART). 
Obs: tem como opção acrescentar TIOTRÓPICO 
(antagonista muscarínico). 
5. ETAPA5: CI dose alta + LABA. 
Hoje, CORTICOIDE ORAL → última opção. 
Em crianças > 6 anos, usa-se antes do corticoide oral os 
anticorpos monoclonais: 
• Omalizumaba- anti-IgE; 
• Mepolizumabe (anti-IL-5/ asma eosinofílica). 
• Tiotrópico; 
CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS 
**não deve usar B2 agonista de longa ação em menores 
de 5 anos. 
1. ETAPA 1: beta2 de curta ação de acordo com 
a necessidade. 
2. ETAPA 2: CI dose baixa; 
3. ETAPA 3: CI dose média OU dobra a dose de 
CI. 
4. ETAPA 4: CI dose alta+ encaminhamento ao 
especialista 
a. Considerar uso de CI + LABA se 
maiores de 4 anos. 
IMUNOTERAPIA ESPECÍFICAS COM 
ALÉRGINOS (dessensibiliza o pct contra os 
antígenos). 
INDICAÇÕES: 
▪ Asma alérgicas (principalmente na presença de 
anticorpos IgE específicos); 
▪ Uso a partir dos 5 anos. 
Pode ser feito independe das etapas de tratamento. 
Se sintomas agudos = medicação de resgate. 
 
 
 
 
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4 ASMA E RINITE ALÉRGICA- MEDCURSO 
EXERCÍCIOS FÍSICO: 
É uma causa comum de sintomas da asma. Deve 
diferenciar a bronco-constrição induzida por exercício 
do descontrole da doença. 
Pcts com asma NÃO devem evitar exercícios, pois as 
atividades aeróbicas são benéficas, pois melhora a 
capacidade pulmonar, cardiovascular e hemodinâmica 
do pct e com isso, diante de uma crise o pct tem uma 
resposta melhor. 
O exercício físico é o único precipitante natural da asma 
que induz taquifilaxia → ou seja, pct se adapta. 
PROFILAXIA: 
✓ Tratamento regular da asma com CI → reduz a 
magnitude do broncoespasmo induzido em 
50%. 
✓ Aquecimento antes do exercício; 
✓ Beta-2- agonista inalatório de curta duração 
pode ser feita de 15-30min antes do exercício. 
 
TRATAMENTO 
Os manejos devem ocorrer de forma gradual, de acordo 
com a evolução da doença. Ocorre a deterioração clínica 
progressiva em torno de 5 a 7 dias, ou seja, a criança não 
acorda com uma crise grave, ela piora ao longo dos dias, 
as vezes pouco perceptível. 
- Deve classificar a gravidade e instituir o tratamento 
IMEDIATAMENTE. 
A causa da morte por asma, quase sempre é por asfixia 
(hipoxia e hipercapnia). 
➢ CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A 
GRAVIDADE. 
 
CASO CLÍNICO: 
Mário, 2 anos, nos últimos 2 anos tem apresentado 
crises frequentes de tosse, em geral é seca. Mãe refere 
que Mario é alérgico e que, por vezes, tenta medica-lo 
com um anti-histamínico por VO, percebendo uma 
melhora discreta da tosse. Tem várias cicatrizes 
pequenas em braços e pernas que a mãe relaciona com 
a picada de insetos. Costuma reclamar da congestão 
nasal diariamente. 
Na maior parte do tempo permanece com a boca 
entreaberta, dando a impressão de ser um respirador 
bucal. 
Nas duas últimas semanas o quadro de tosse 
intensificou-se, principalmente, após uma infecção 
gripal viral que provocou febre nos primeiros 3 dias, 
associada à rinorreia e à tosse secretiva. A febre cedeu, 
porém, a tosse está cada dia pior. 
Esta noite acordou dispneico, dizendo não estar se 
sentindo bem. Trazido à emergência pediátrica por seus 
pais. 
Ao exame: lúcido, taquidispneico, normocorado, 
anictérico, acianótico com boa perfusão. 
ACV: ritmo regular, ausência de B3, B4 ou sopros. 
Pulsos palpáveis de boa amplitude, FC: 146bpm, 
AR: MV universalmente audível, roncos e sibilos 
difusos. Presença de tiragem intercostal e subcostal, 
retração de fúrcula esternal. FR: 40irpm; sat. O2 em ar 
ambiente: 91%. 
*** PARA AVALIAR O NÍVEL DA GRAVIDADE 
DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A 
SATURAÇÃO. 
CRIANÇA DE 6 A 11 ANOS 
Leve ou moderada Grave 
Fala frases Fala palavra por palavras 
Não está agitado Agitado 
Sem tiragem Uso da musculatura 
acessória 
FC: 100-120bpm FC >120 bpm 
SatO2: 90-95% SATO2: 50% PEF 180 bpm (0-3 anos) 
>150 bpm (4-5 anos) 
FR ou = 92% SatO2 94% em AA. 
o Melhora dos sintomas: sem 
necessidade de B2 de curta ação. 
o PEF: 60-80%. 
o Em casa: manter B2 de acordo com a 
necessidade + corticoide oral por 3 a 5 
dias (se ele foi usado para tirar da 
crise); 
ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS DE ACORDO 
COM A FAIXA ETÁRIA: 
Idade Dispositivos 
espirros, prurido nasal, 
obstrução nasal. 
▪ Esses sintomas são recorrentes 
O prurido nasal é uma manifestação muito marcante das 
crianças, por esse motivo forma-se a prega nasal 
transversa → ‘saudação alérgica’. 
▪ Deve realizar a inspeção da mucosa nasal: 
mucosa nasal pálida e edemaciada. 
▪ Sintomas oculares: dupla linha de Dennie-
morgan → manifestação típica da conjuntivite 
alérgica. 
Ao pensar no diagnóstico da rinite alérgica, deve fazer 
a classificação. 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
É realizada com base em duas características: 
▪ Frequência dos sintomas: 
o Intermitente x persistente; 
o Persistente: > ou = a 4 dias/semana e > 
E = 4 semanas de duração. 
▪ Gravidade; 
o Leve x moderado/grave; 
o Leve: sono normal, atividades normais 
em esporte, lazer, trabalho e escola e os 
sintomas não incomodam. 
 
Após a classificação, defina-se alguns aspectos para 
poder realiza o tratamento. 
O diagnóstico da rinite alérgica, pode envolver testes 
complementares → testes alérgicos, principalmente in 
vivo. 
➢ TRATAMENTO: 
o Medidas não farmacológicas: tem o 
objetivo de reduzir a exposição do pct 
ao alérgeno domiciliar. 
▪ Orientações em relação à 
limpeza do domicílio, como 
forrar a cama do pct etc. 
o Medidas farmacológicas: existe duas 
classes principais de medicamentos: 
CORTICOESTEROIDES NASAIS: são 
considerados o tratamento mais eficaz, capaz de 
propiciar controle da sintomatologia alérgica. 
 Pode ser usado para tratar qualquer forma da 
rinite alérgica. 
ANTI-HISTAMÍNICOS ORAIS: primeira classe. 
 Existe os de primeira e de segunda geração (não 
causa tanto efeito sedativo. 
Pode ser usado para tratamento de rinite persistente 
leve, quando apresentar sintomatologia clínica.

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