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UNIVERSIDADE UNIGRARIO PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY MAIARA MARTINS DA SILVA MATRÍCULA: 2584338 ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE COMPORTAMENTO DA INFLAÇÃO E DO COMÉRCIO VAREJISTA BRASILEIRO Uma análise estatística com dados do IBGE. RIO DE JANEIRO 2025 1 UNIVERSIDADE UNIGRANRIO PROF. JOSÉ DE SOUZA HERDY MAIARA MARTINS DA SILVA COMPORTAMENTO DA INFLAÇÃO E DO COMÉRCIO VAREJISTA BRASILEIRO UMA ANÁLISE ESTATÍSTICA COM DADOS DO IBGE Trabalho acadêmico da disciplina de estatística e probabilidade, do curso de ciências econômicas. Professor: Wallace da Silva Carvalho RIO DE JANEIRO 2025 2 SÚMARIO 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………. 3 2. DESENVOLVIMENTO…………………………………………………… 4 3.1 IPCA em janeiro de 2025………………………………………………... 4 3.2 PMC em janeiro de 2025………………………………………………… 7 3. RELAÇÃO IPCA X PMC…………………………………………………. 10 3.1 Influência do IPCA no comportamento do consumidor………………. 10 3.2 Impacto da inflação nas vendas do varejo……………………………. 11 3.3 Como a mudança nos preços impactaram o desempenho dos setores no mercado varejista …………………………………………… 12 4 CONCLUSÃO………………………………………………………………. 13 5 REFERÊNCIAS……………………………………………………………... 15 3 1 INTRODUÇÃO O Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE) é uma fonte de dados fundamental na análise socioeconômica. Ele possui indicadores essenciais para a criação de políticas públicas e para elaboração de estratégias empresariais que favoreçam o crescimento do país. Nesse contexto, ele fornece dados cruciais para a economia brasileira e para o consumidor, através de indicadores, como o IPCA e o PMC. O índice dos preços do consumidor amplo (IPCA) é de extrema relevância para a economia nacional, uma vez que indica o custo de vida da população nas principais áreas urbanas brasileiras, ele impacta diretamente no poder de compra dos consumidores. Por exemplo, se o IPCA indica alta nos preços dos alimentos, isso significa que o consumidor precisa de mais dinheiro para comprar alimentos, com a queda do IPCA, a inflação diminui, e o consumidor recupera seu poder de compra. O IPCA é o índice oficial da inflação no Brasil, além de registrar as flutuações de preços, ele é utilizado como indexador para diversas aplicações financeira. O IPCA influência no comércio, é consequentemente no PMC. De acordo com o IBGE (2025), a Pesquisa mensal do comércio (PMC), é um indexador que permite acompanhar o comércio varejista no país, o PMC mede o faturamento real e nominal das empresas e o consumo da população. Ele está intimamente ligado ao IPCA, pois o desempenho do comercio varejista é diretamente impactado pela inflação e pela demanda dos consumidores. Este trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica do consumo e da inflação no Brasil em janeiro de 2025, com o intuito de identificar o efeito e a causa da inflação mensal e do desempenho dos diferentes setores do comercio varejista, além de detectar como as mudanças de preços impactaram o desempenho das vendas no comercio. Diante do cenário econômico brasileiro recente, caracterizado pelo aumento contínuo da inflação, refletindo diretamente no poder de comprar da população. Nesse contexto, o Banco Central, tem elevado as taxas de juros para conter a inflação, visando a estabilidade econômica a longo prazo, LARGHI (2025. N.p.), destaca que após uma sequência de 19 semanas de elevação, a projeção para a inflação deste ano registrou uma pequena queda, de 5,66% para 5,65%, porém, apesar dessa ligeira melhora, o índice projetado ainda supera o limite superior de 4,5% estabelecido pelo Banco Central. Este estudo utiliza dados do IBGE, apresentados em tabelas e gráficos, para analisar a relação entre o IPCA e o PMC. A parti dessa análise, buscamos compreender o impacto do IPCA no comércio, no consumo e na economia brasileira como um todo. Ao longo do estudo, exploraremos como esses indicadores impactam na vida dos consumidores e do mercado brasileiro. 4 2 DESENVOLVIMENTO Nesta Parte, serão analisados, separadamente, o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), e a pesquisa mensal do comércio (PMC), relativos ao mês de janeiro de 2025. Está análise busca compreender os componentes que influenciaram a inflação e o desempenho do comércio varejista. Para tanto, serão exploradas as variações mensais do IPCA, comparando-a com o janeiro de 2024 e será apresentada a meta da inflação do Banco Central para 2025. Adicionalmente, serão analisados os dados do PMC de janeiro de 2025, com o objetivo de identificar os setores com maior e menor desempenho e os fatores que podem ter os influenciado. 2.2 IPCA em janeiro de 2025. A fim de facilitar a visualização e a análise do comportamento do IPCA em janeiro de 2025, a tabela, retirada do IBGE (2025), com os dados e os gráficos correspondentes são apresentados abaixo: TABELA Em janeiro de 2025, conforme a tabela, o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) revelou uma variação mensal de 0,16 %, enquanto, segundo Priscilla (2025. N.p.), a variação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,56% no mês de janeiro. Sendo que, Larghi (2025. N.p.) ressalta que o Banco Central definiu a meta da inflação neste ano a 3%, com o limite de 1,5 ponto porcentual para cima e para Índice geral e grupos de produtos e serviços Variação mensal (%) Variação acumulada no ano (%) Peso mensal (%) Índice geral 0,16 0,16 100 Alimentação e bebidas 0,96 0,96 21,6924 Habitação -3,08 -3,08 15,0661 Artigos de residência -0,09 -0,09 3,6626 Vestuário -0,14 -0,14 4,6724 Transportes 1,3 1,3 20,6258 Saúde e cuidados pessoais 0,7 0,7 13,4564 Despesas pessoais 0,51 0,51 10,1671 Educação 0,26 0,26 5,9449 Comunicação -0,17 -0,17 4,7124 IPCA - Variação mensal, acumulada no ano e peso mensal, segundo o índice geral e os grupos de produtos e serviços Brasil - janeiro 2025 Fonte: IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - janeiro 2025 5 baixo, portanto, o teto considerável e de 4,5%. Esse cenário indica uma forte pressão inflacionária proveniente do ano anterior, gerando preocupações quanto ao alcance da meta anual. Nesse contexto, ao segmentar o índice, nota-se que durante o período de janeiro os componentes que exerceram influência sobre a inflação foram: O transporte que apresentou maior variação positiva (1,3%), como também revelou um peso mensal significativo de 20,63%, o que demonstra que aumentos no preço desse setor, podem ter sido impulsionados por fatores como combustível, passagens, que tiveram grande impacto na inflação geral. Alimentos e bebidas, as variações de preço desse grupo, também possuíram um peso considerável no IPCA (21,69%), essa categoria registrouuma variação mensal de 0,96%. Por outro lado, o grupo de habitação indicou a maior variação negativa com (-3,08%), entretanto esse componente, mesmo assim, possuiu um peso pertinente de 15,07%, sobre o IPCA. Diante disso, é crucial salientar que a dinâmica inflacionária é exclusivamente determinada pela variação dos preços dos bens e serviços, já que variações positivas impulsionam a inflação e reduzem o poder de compra dos consumidores, em contrapartida, a diminuição dos preços ou variações negativas, resultam na redução inflacionária e no aumento do poder de compra dos consumidores. No entanto, é importante ressaltar que tanto a inflação alta, quanto baixa demais são prejudiciais ao mercado, a inflação elevada leva a retenção do poder de compra e à menor circulação de dinheiro, enquanto a deflação gera excesso de liquidez. Para evitar esses extremos, o Banco Central estabelece todo ano uma meta de inflação, buscando um nível adequando ao mercado. Nesse caso, o setor habitacional, apesar da redução, mantém um peso relevante no índice, isso se dá porque o IPCA é calculado com base na cesta de consumo das famílias. Nesta categoria contém itens como aluguéis, água, gás, energia elétrica, que correspondem a grande parte dos gastos das famílias. Mesmo que os preços tenham diminuído, ainda assim possuem grande impacto no orçamento familiar, e consequentemente no IPCA. Para uma análise mais clara, será feita uma comparação gráfica dos pesos mensais dos grupos do IPCA, em janeiro de 2024 e janeiro de 2025: 6 GRÁFICO JANEIRO DE 2025 GRÁFICO – JANEIRO 2024 Comparando os resultados do IPCA de janeiro de 2024 e janeiro de 2025, revela-se que a inflação desacelerou no primeiro mês de 2025, uma vez que, de acordo com o IBGE (2024), a variação mensal caiu de 0,42% em 2024 para 0,16% em 2025. Ao analisar os gráficos de peso mensal observa-se que os grupos de alimentos e bebidas, transportes e habitação exercem maior influência na inflação brasileira tanto em janeiro de 2024 quanto em janeiro de 2025. Precisamente, em 2024, os pesos desses grupos foram de 21.12%, 20.93% e 15.32%, respectivamente. Já em 2025 a mesma tendência se repetiu, com esses três grupos mantendo os maiores pesos. Por outro lado, os grupos de comunicação e artigos de residência possuíram os menores pesos em ambos os períodos. Em janeiro de 2024, os pesos foram 4.80% e 3.79%, 7 respectivamente, enquanto em janeiro de 2025 foram de 4.71% e 3.66%. A análise revela que alguns grupos de consumo exercem pressão constante sobre a inflação no brasil, enquanto outros tem um impacto limitado. Desse modo, janeiro de 2025, demonstra um aumento significativo no setor de transportes, esse aumento pode ser derivado de fatores, como a alta do petróleo no mercado internacional, a carga tributária sobre combustíveis e o aumento dos custos de manutenção e operação no setor. O setor de alimentos e bebidas também apresentou alta significativa no peso mensal do IPCA, fatores como condições climáticas adversas, variações nos preços das commodities agrícolas e custos na produção e distribuição, contribuíram para esse aumento. Portanto, o IPCA evidência que as variações de preços em setores como transportes e alimentos tem impacto direto na inflação geral. Essa alta inflação resulta na redução do poder de compra dos consumidores, afetando principalmente as famílias de baixa renda, que destinam a maior parcela do seu orçamento a itens essenciais, além disso, a pressão inflacionaria se intensifica à medida que as empresas repassam os custos mais elevados aos consumidores, gerando o efeito cascata em outros setores da economia. 2.2 PMC em janeiro de 2025 À análise do desempenho do comercio varejista, com base nos dados da pesquisa mensal do comércio (PMC), em janeiro de 2025, retirados do IBGE (2025), apresentou um crescimento acumulado de 3,8%, nos últimos 12 meses, porém a variação acumulada de 2,2%, comparada ao acumulado de 12 meses aponta um enfraquecimento recente no ritmo desse crescimento. Ademais, a receita nominal de 8 vendas acumulada nos últimos 12 meses, apresentou um crescimento de 7,4%, o que demonstra uma superação no volume de vendas, indicando uma elevação nos preços ou no valor agregado dos produtos. Tal contexto se confirma, analisando o índice de receita nominal de vendas acumulada no ano, com um crescimento de 6,8% maior do que 2,2% da variação acumulada no ano. Nesse sentido, analisando o desempenho de cada setor, temos que: TABELA Tabela 8883 - Índice e variação da receita nominal e do volume de vendas no comércio varejista ampliado, por atividades (2022 = 100) Variável - PMC - Número-índice (2022=100) (Número-índice) Brasil Mês - janeiro 2025 Tipos de índice - Índice de receita nominal de vendas no comércio varejista ampliado Atividades Combustíveis e lubrificantes 96,8169 Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 118,4092 Tecidos, vestuário e calçados 91,61616 Móveis e eletrodomésticos 105,85917 Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 125,93951 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 103,88242 Veículos, motocicletas, partes e peças 120,5827 Material de construção 105,40654 Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio GRÁFICO 9 Os artigos farmacêuticos, possuem o maior crescimento em relação à base de 2025, sugerindo um desempenho consideravelmente positivo, com um porcentual de 125,94% indicando uma alta demanda no setor. Outros setores também apresentaram um desempenho positivo, o setor de veículos com 120,58%, evidenciando sua alta demanda. Com um índice de 118,41%, o setor de hipermercados, considerado um setor fundamental para a necessidade básica, registrou um crescimento notável, influenciado por fatores como, necessidade básica de bens alimentícios e higiene pessoal. A demanda por esses produtos permanece constante, mesmo diante de variações econômicas como a inflação. Por outro lado, o setor de vestuários apresentou um desempenho baixo com um índice de 91,62%, o que pode ser atribuído a fatores como a sazonalidade. Outra categoria com destaque negativo, foi o combustível com um índice de 96,82%, o que aponta uma diminuição no consumo ou a preferência por outros produtos mais baratos. Em resumo, o maior desempenho dentro PMC, foi o setor de artigos farmacêuticos, enquanto o setor de vestuários apresentou o pior índice, sinalizando um declínio em relação aos outros setores. Nesse cenário, diversas razões podem influenciar o desempenho do varejo em janeiro de 2025. Como por exemplo, a alta taxa de juros pode desestimular o consumo, tornando o crédito mais caro, e consequentemente impactando sobretudo a compra de bens duráveis, como os veículos e eletrodomésticos. A restrição de crédito, que afeta exclusivamente a disponibilidade de compra, em consequência, impacta diretamente as vendas do varejo. O desemprego elevado diminui a renda disponível dos consumidores, o que, por sua vez, reduz o consumo e impacta negativamente as vendas do varejo, o que relaciona o nível do emprego e o desempenho do varejo. Outros fatores como a confiança do consumidor na economia e a sazonalidade influenciam ao desempenho varejista. 10 3. RELAÇÃO IPCA X PMC A parti da análise da análise exclusiva do índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) e da pesquisamensal do comercio (PMC). Esta parte foca na análise da interação entre esses dois indicadores. 3.1 Influência do IPCA no comportamento do consumidor. O índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), é um indicador crucial a economia, ele mede variações nos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias. Suas flutuações têm grande impacto direto nas decisões de consumo e investimento, logo, em janeiro de 2025 o IPCA exerceu grande influência no comportamento do consumidor, como demonstrado nos gráficos do IPCA. Pode-se detectar que o setor de alimentos e bebidas se destaca com uma variação acumulada no ano de 0,96% e possui um peso significativo de 21,69%, o que sugere que aumento de preços impacta diretamente o orçamento das famílias. Proporcionando os consumidores a repensarem suas decisões de compra, levando- os a buscar bens e serviços mais baratos. Essa mudança reflete o impacto da inflação nos consumidores, que se tornam mais propícios a priorizarem bens essenciais, como alimentos, do que bens não essenciais. A inflação intensifica a insegurança financeira, levando os consumidores a adotarem medidas cautelosas em relação a seus gastos, devido à incerteza do futuro da economia. Além disso, o IPCA exerce impacto imediato no endividamento, pois preços altos forçam muitos consumidores a recorrem a créditos para manter seus padrões de vida, um aumento na taxa de juros por causa da inflação, por exemplo, torna o crédito mais caro, agravando ainda mais a situação de endividamento. A inflação elevada resulta no aumento dos preços de bens e serviços, o que diminui o poder de compra dos consumidores. Isso significa que os consumidores podem comprar menos com a mesma quantia, a inflação induz os consumidores a alterarem seus hábitos de consumo. A inflação eleva os custos dos varejistas, que normalmente repassam esses aumentos aos consumidores, elevando os preços finais 11 3.2 Impacto da inflação nas vendas do varejo Os efeitos da inflação nas vendas do varejo, podem ser evidenciadas através da redução do poder de compra do consumidor, que resulta na queda do volume de vendas, onde se tem maior impacto em bens e serviços não essenciais. Contudo, setores de bens essenciais, como supermercados que abrange alimentos e higiene, tendem a manter um volume de vendas estável, mesmo diante de preços elevados, isso porque os consumidores estão mais dispostos em adquirir bens de consumo básico, em contrapartida o setor de vestuários registrou uma receita nominal de 91,62%, o que levou uma queda no volume de vendas devido à inflação, uma vez que os consumidores podem adiar a compra de roupas e calçados, diminuindo gradativamente a demanda desses bens. A inflação pressiona as margens de lucro dos varejistas, aumento nos custos de insumos e operações causados pela inflação, impacta negativamente as margens de lucro. Para compensar esse prejuízo, eles repassam esses custos aos consumidores, o que leva a diminuição do volume de vendas do varejo se os preços se tornarem muito elevados. A inflação também afeta diretamente a precificação dos produtos, varejistas para mitigar esse impacto ajustam os preços gradualmente, oferecem descontos para os consumidores sensíveis a preços e substituem produtos por alternativas mais baratas, para manter suas margens de lucro. Em conclusão, a inflação alta corrói o poder de compra dos consumidores, tornando-os menos dispostos a comprar bens e serviços não essências e a reduzir seu consumo, uma vez que eles não possuem renda o suficiente para suprir suas necessidades devido a inflação, o que consequentemente afeta o volume de vendas no comércio, além de implicar diretamente na margem de lucro do varejo, uma vez que quando se tem uma pressão inflacionaria, os varejistas estão mais dispostos a passar os custos dos insumo e dos fatores de produção para os preços finais, especialmente de bens essências como alimentos, o que gera preços mais altos, em consequência, mais pessoas estão dispostas a diminuir o consumo dos bens e serviços, por conta dos preços elevados, o que afeta diretamente o volume de vendas e a receita dos varejistas. 12 3.3 Como a mudança nos preços impactaram o desempenho dos setores no mercado varejista. A análise conjunta do IPCA e do PMC, em janeiro de 2025, revela uma correlação entre a variação de preços e o desempenho do varejo. Oscilações de preços de bens e serviços, registradas no IPCA, impacta na demanda de variados setores do varejo, influenciando de forma desigual o volume de vendas e a receita nominal. O setor farmacêutico, com um desempenho elevado no PMC, registrou um aumento de 125,94%, na recita nominal, mostrando uma demanda resistente no setor. A demanda constante desses produtos, mesmo com possíveis aumentos nos preços, demonstram que os consumidores estão dispostos a comprar esses bens independente do seu preço, isso acontece porque eles são bens essenciais, e estão sujeitos a terem baixa elasticidade de preço. Outro setor de bens essenciais e o de hipermercados, o índice de 118,41% indica uma demanda com menor sensibilidade a variações no preço. Entretanto, um aumento expressivo de itens essenciais, como registrado em alimentos e bebidas no IPCA (0,96%), pode induzir os consumidores a buscarem opções mais econômicas e a diminuir o volume de compras, o que afeta negativamente o crescimento real das vendas, apesar do aumento na receita nominal impulsionado pela inflação. Sob essa perspectiva, o baixo desempenho do setor de vestuários, com índice de 91,62%, pode ser impactado diretamente pela inflação em setores prioritários, como de alimentos e transportes que comprometem a renda destinada a bens não essenciais, pois os consumidores estão mais aptos a cortar gatos do setor de vestuários. O aumento nos preços de insumos também contribui para a elevação nos preços finais de roupas, tornando as menos acessíveis e mais elásticas à elevação nos preços. Logo, setores de bens não essenciais são mais sensíveis a preços elevados, comprometendo seu volume e receita de vendas. Contudo setores de consumo básico estão mais propícios a redução do consumo, impactando moderadamente seu volume e receita de vendas, é importante salientar que a inflação causa perda de confiança aos investidores, o que prejudica o varejo, visto que a menos possibilidade no investimento de novos negócios e na expansão dos já existentes, devido à alta pressão inflacionária. 13 4 CONCLUSÃO O relatório analisou a relação estre o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) e a pesquisa mensal do comércio (PMC), com o objetivo de identificar como a inflação afeta o desempenho do varejo e o comportamento do consumidor. Nesse viés, constata-se que em janeiro de 2025, o IPCA registrou uma variação de 0,16%, e a variação acumulada de 12 meses atingiu 4,56%, superando a meta da inflação imposta pelo Banco Central de 3%, com margem de 1,5% para cima ou pra baixo. Desse modo, observou-se que a inflação de janeiro de 2025 foi fortemente influência pelos setores de alimentos e bebidas (0,96%) e transportes (1,3%), superando os demais, como, educação (0,26%). Essa pressão inflacionaria nos bens essenciais pode ser reflexo do aumento dos custos de produção, variações sazonais e da alta demanda, que permite que os produtores repassem os custos aos consumidores. O setor de habitação registrou a maior queda de -3,08%, possivelmente devido a variações nos preços de aluguéis, energia elétrica, dentre outros componentes que afetam esse setor. A análise comparativa entre janeiro de 2024 e 2025, revela uma desaceleração da inflação em 2025, caindo de 0,42% para 0,16%. É essencial notar que, apesar dessa desaceleração os grupos de transporte, alimentos e bebidas mantiveram sua posição como principais contribuintespara a inflação em ambos os períodos. O crescimento do comércio varejista ampliado, alcançou 3,8% nos últimos 12 meses, porém a variação acumulada no ano foi de 2,2% no ano, em janeiro de 2025, o que sugere um enfraquecimento no ritmo de crescimento do comércio. A receita nominal de vendas cresceu 7,4%, superando o volume de vendas, sugerindo o aumento nos preços. Os setores de artigos farmacêuticos, hipermercados, veículos apresentaram o maior desempenho dentro do PMC, refletindo uma demanda aquecida, em contrapartida, os setores de vestuários e combustíveis apresentam baixo desempenho na pesquisa, que podem ter sido impactados por fatores como sazonalidade e preços muito elevados. A relação entre o IPCA e a PMC revela uma dinâmica complexa, enquanto a inflação impulsiona a receita nominal do varejo, através no aumento nos preços, ela pode prejudicar o volume real de vendas, principalmente em setores sensíveis aos preços, a divergência entre o crescimento nominal e real das vendas corrobora essa análise. 14 A busca por preços baixos e a priorização de gastos essenciais, influenciados pela inflação em alimentos e transporte, impactaram o varejo. Os setores de hipermercados mantiveram um bom desempenho, apear da inflação, enquanto o setor de vestuários sofreu com a redução do poder de compra dos consumidores. O setor de veículos, influenciado pela disponibilidade de crédito e a confiança do consumidor, apresentou um bom desempenho, apesar da inflação em transportes, contudo o aumento nos preços de setores com alta demanda podem gerar uma alta inflação no futuro. Em suma, a inflação do IPCA, influenciou o comportamento do consumidor em janeiro de 2025, que proporcionou a busca por preços mais baixos, a postergação de compras não essenciais e a priorização em gastos com itens essenciais, o que refletem na perda do poder de compra dos consumidores. Logo, a análise mostra que a inflação afeta o comportamento do consumidor e do setor varejista, resultando em pressões inflacionarias, perda do poder de compra e aumentos nos custos de crédito, essas consequências devem ser consideradas em estratégias empresariais e políticas monetárias para garantir estabilidade e crescimento na economia brasileira. 15 REFERÊNCIAS IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA. Comércio varejista ampliado: variação do volume e receita nominal de vendas (%), janeiro 2025.Rio de janeiro: IBGE, 2025. Disponível em: Pesquisa Mensal de Comércio | IBGE. Acesso em: 30 mar. 2025 IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA. Índice e variação da receita nominal e do volume de vendas no comercio varejista ampliado, por atividades. Rio de Janeiro: IBGE, 2025. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/8883#resultado. Acesso em: 30 mar. 2025. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA. índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em:https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/dezembro-2024. Acesso em: 30 mar. 2025 IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTATISTICA E GEOGRAFIA. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA. Rio de Janeiro: IBGE, 2025. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/janeiro-2025. Acesso em: 30 mar. 2025. LARGHI, Nathália. Boletim Focus: Projeção para a inflação deste ano cai pela 2ª semana. Valor investe, Globo. São Paulo, 24 mar 2025. Disponível em: https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2025/03/24/boletim- focus-projecao-para-a-inflacao-deste-ano-cai-pela-2a-semana.ghtml. Acesso em: 30 mar. 2025. LARGHI, Nathália. Inflação tem 70% de chance de ficar acima da meta neste ano, diz BC; veja outras previsões. Valor investe, Globo. São Paulo, 27 mar 2025. Disponível em: Inflação tem 70% de chance de ficar acima da meta neste ano, diz BC; veja outras previsões | Brasil e Política | Valor Investe. Acesso em: 30 mar. 2025. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/comercio/9227-pesquisa-mensal-de-comercio.html?=&t=destaques https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/comercio/9227-pesquisa-mensal-de-comercio.html?=&t=destaques https://sidra.ibge.gov.br/tabela/8883#resultado https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/dezembro-2024 https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/snipc/ipca/quadros/brasil/janeiro-2025 https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2025/03/24/boletim-focus-projecao-para-a-inflacao-deste-ano-cai-pela-2a-semana.ghtml https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2025/03/24/boletim-focus-projecao-para-a-inflacao-deste-ano-cai-pela-2a-semana.ghtml https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2025/03/27/bc-ve-70percent-de-chance-de-a-inflacao-furar-o-teto-da-meta-neste-ano-veja-outras-previsoes.ghtml https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2025/03/27/bc-ve-70percent-de-chance-de-a-inflacao-furar-o-teto-da-meta-neste-ano-veja-outras-previsoes.ghtml 16 PRICILLA. Veja o IPCA acumulado nos últimos 12 meses. The Valo, Globo. Rio de Janeiro, 19 fev. 2025. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/artigo/veja-o-ipca- acumulado-nos-ultimos-12-meses.ghtml. Acesso em; 30 mar. 2025. https://valor.globo.com/brasil/artigo/veja-o-ipca-acumulado-nos-ultimos-12-meses.ghtml https://valor.globo.com/brasil/artigo/veja-o-ipca-acumulado-nos-ultimos-12-meses.ghtml