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Protozoologia Leishmania spp Leishmaniose • De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é ainda um grave problema de saúde pública (OMS, 2002); • Espectro de doenças produzidas por Leishmania spp. cuja manifestação clínica varia de infecção assintomática à morte. Taxonomia do gênero Leishmania Fonte: Adaptado de Mishra et al., 2009 _ Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) - Cutânea - Cutâneo-Mucosa - Cutâneo Difusa _ Leishmaniose Visceral ou Calazar (LV) Variação da leishmaniose cutânea, frequentemente encontrada em pacientes que foram tratados da forma calazar da enfermidade. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS DA LEISHMANIOSE Aspectos Epidemiológicos das Leishmanioses - 98 países - 310 – 350 milhões de pessoa em risco (OMS, 2014); - 33 dos 98 países é mandatório o registro do diagnóstico – subestimativa; -12 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo (OMS, 2015); - 1,3 milhão de novos casos estimados por ano/ mundo (OMS, 2015); 20 mil e 40 mil pessoas morrem por ano pela forma visceral; - 95% dos casos com a forma visceral são diagnosticados na Índia, Nepal, Bangladesh, Etiópia, Sudão, Sudão do Sul e Brasil (OMS, 2015); - A maioria dos casos registrados da forma cutânea se concentra principalmente no Peru, Brasil, República Árabe, Síria e Tunísia (OMS, 2015). www.thelancet.com Vol 392 September 15, 2018 http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_104_26_2011_dnc.pdf http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_104_26_2011_dnc.pdf RELAÇÃO Leishmania sp E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fonte: Di Blasi, Tatiana. A complexidade da interação Leishmania-flebotomíneo: do estudo de moléculas envolvidas na adesão do parasita ao tubo digestivo à análise do papel de citocinas-like na modulação da resposta imune do Vetor. Rio de Janeiro, 2016. Morfologia -Apresentam apenas duas formas evolutivas: - São parasitos heteroxenos Invertebrado/ Meio de cultura Promastigota Vertebrado Amastigota HOMEM e outros mamíferos Phlebotomus e Lutzomia - hospedeiros invertebrados - Parasitam células do Sistema fagocítico monocitário Macrófagos e monócitos na pele e mucosas – forma tegumentar Macrófagos, célula de Kupfer no fígado, baço e medula óssea – forma visceral Fonte: Neves, Pâmela Gabriella Rodrigues das adaptado de Teixeira et al., 2013 Phlebotomus Fonte: https://www.ecdc.europa.eu/en/disease- vectors/facts/phlebotomine-sand-flies Lutzomia Ray Wilson, Liverpool School of Tropical Medicine - (2009) PLoS Pathogens Issue Image - Vol. 5(8) August 2009. PLoS Pathog Fonte: https://vet.ufmg.br/noticias/exibir/2207/leishmaniose_como_prevenir_e_lidar_com_a_doenca Fonte: http://classconnection.s3.amazonaws.com/53291/flashcards/79 6063/jpg/Leishmaniadonovanipromasti gotes.jpg) e (B) MS, 2006, Vetor Dípteros Família: Psycodidae Subfamília: Phlebotominae Gênero: Phlebotomus - VM Lutzomya - NM Phlebotomus Fonte: https://www.ecdc.europa.eu/en/disease-vectors/facts/phlebotomine-sand- flies Lutzomia Ray Wilson, Liverpool School of Tropical Medicine - (2009) PLoS Pathogens Issue Image - Vol. 5(8) August 2009. PLoS Pathog - Charcos de sangue para aspirar diretamente; - Proboscides atinge as terminações nervosas originando a sensação de dor ou de “mordedura”; - Picadura: “azeite fervente respingando”. O Phlebotomus injeta promastigotas na pele durante a picada Os promastigotas são fagocitados pelos macrófagos. No macrófago, os promastigotas transformam- se em amastigotas Os amastigotas multiplica-se rompem o macrófago e invadem novos macrófagos Durante a picada o Phlebotomus injere macrófagos infectados Amastigotas se transformam em promastigotas no intestino do inseto Os promastigotas se dividem e migram para o esôfago e faringe do inseto Hospedeiro Invertebrado Hospedeiro Vertebrado Fonte: Adaptado de https://www.cdc.gov/dpdx/leishmaniasis/index.html Relação parasito-célula hospedeira Adaptado de Fundamentos Biológicos da Parsitologia humana – Ed. Manole2003 Leishmania lisossoma núcleo macrófago C3b C3bi C3 CRP Gp63 LPG Fibronectina Gp63 LPG CR P- R Fn R CR1 CR3 CR3 macrófago Libera produtos oxidativos: •H2O2 •Superoxido •Radicais hidroxila •Óxido nítrico Leishmania •Produz enzimas que detoxificam o peróxido de Hidrogênio •Promove down-regulation dos sinais que desencadeiam a resposta antiparasitária lisossoma núcleo vacúolo parasitóforo fagolisossoma Relação parasito-célula hospedeira Esfregaço de medula óssea corado pelo método Giemsa. Fonte: http://rmmg.org/artigo/detalhes/230 Atinge pele e mucosas SMF - macrófagos residentes da pele (Células de Langerhans). Leishmaniose Tegumentar Americana Forma cutânea, cutâneo-mucosa e cutâneo-difusa Produção de lesões cutâneas no local onde ocorreu a inoculação do parasito, podendo ser ulcerosa ou não. Período de incubação de aproximadamente 21 dias Forma Cutânea Fonte: https://www.medscape.org/viewarticle/418377_2 Olliaro P, Vaillant M, Arana B, Grogl M, Modabber F, Magill A, et al. (2013) Methodology of Clinical Trials Aimed at Assessing Interventions for Cutaneous Leishmaniasis. PLoS Negl Trop Dis 7(3): e2130. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0002130 Lesão crônica, papular ou nodular •Lesão INDOLOR, com bordas duras. •Lesões satélites ocasionais Leishmaniose cutânea Fonte Imagens: http://www.dbbm.fiocruz.br/tropical/leishman/leishext/html/leishmaniose_cut_nea.htm Forma cutânea – Úlcera de Bauru Úlcera de Bauru, Cratera de Lua – úlcera única ou múltipla confinadas na derme. Fonte: http://books.scielo.org/id/dgkx2/pdf-9788575415689-19.pdf A maioria, 88% dos casos, não fez tratamento da lesão cutânea inicial A mucosa nasal é o local mais frequentemente acometida. (63 de 69 casos – 91,3%) Forma Cutâneo-Mucosa Anos após a lesão inicial primária, lesões destrutivas secundárias envolvendo mucosas e cartilagens. Fonte: http://books.scielo.org/id/dgkx2/pdf-9788575415689-19.pdf Perfuração: Septo Palato Partes moles Faringe Laringe Quase Sempre Após uma Afecção Cutânea Pele, gânglios, linfáticos MUCOSA Forma Cutâneo-Difusa Lesões difusas não-ulceradas. Erupções papulares ou nodulares . Fonte: http://books.scielo.org/id/dgkx2/pdf-9788575415689-19.pdf _ Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) - Cutânea - Cutâneo-Mucosa - Cutâneo Difusa _ Leishmaniose Visceral ou Calazar (LV) ð variação da leishmaniose cutânea, frequentemente encontrada em pacientes que foram tratados da forma calazar da enfermidade. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS DA LEISHMANIOSE Apresenta-se com um espectro clínico que vai das formas assintomáticas à doença grave com letalidade de até 95% nos casos não tratados Quadro clínico Leishmaniose Visceral ou Kal- Azar Em áreas endêmicas a proporção é de 1 caso sintomático para cada 6 assintomáticos Leishmaniose Visceral – Kala azar (L. Donovani, L. chagasi) 2,5 milhões de casos – 80 mil óbitos Febre (irregular com 2 picos diários) Invasão das células do Sistema Fagocítico Mononuclear - Células de Kupffer - Células reticulares e macrófagos do baço; - Medula óssea - Linfonodos Hepatoesplenomegalia Leishmaniose Difusa - pós Kala azar Lesões nodulares • Curado com tratamento Fonte: http://books.scielo.org/id/dgkx2/pdf-9788575415689-19.pdf Forma visceral: Cão Raposa Forma tegumentar: Diversas espécies de mamíferos: Roedores Marsupiais Preguiças Tamanduás Reservatórios Fonte: https://epidemiologia-aplicada-as-zoonoses-iv_4.html Posologia Administrar 1x ao dia a dose de 2mg/kg, durante 28 dias. Cães: 1ml de Milteforan para cada 10kg. 873,00 UFRJ • Fonte: Coura, José Rodrigues. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias I José Rodrigues Coura. - 2. ed. -Rio de. Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Diagnóstico Fazer um incisão na parte ativa da lesão (borda) Observar o material ao microscópio óptico Observa a presença de macrófagos infectadospor AMASTIGOTAS Aspiração e cultura Observar PROMASTIGOTAS na cultura •Inoculação intradérmica de uma suspensão de lisado de promastigotas •Incluir um controle negativo •Eritema em 48-72 h Reação intradérmica de Montenegro (forma tegumentar apenas) • Fonte: Coura, José Rodrigues. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias I José Rodrigues Coura. -2. ed. -Rio de. Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 108 Leishmaniose Visceral Em 2009, foram notificados no Sinan, 3.894 casos confirmados de LV, sendo que, 91% (3.557) eram casos novos. Destes, 93,1% (3.312) possuiam informação com relação ao medicamento de primeira escolha sendo que, 75,5% (2.499) utilizaram antimoniato de meglumina, 12,7% (420) usaram desoxicolato de anfotericina B, 0,1% (4) utilizaram anfotericina B lipossomal, entre outros. Dos que utilizaram o antimoniato de meglumina como fármaco de primeira escolha, 20,5% (512/2.499) receberam dose diária maior ou igual a 10 e inferior a 15mg/kg/dia; 19,6% (490/2.499), dose entre 15 e infe- rior a 20mg/kg/dia; 36,7% (919/2.499), dose maior ou igual a 20mg/kg/dia e 23,2% (578/2.499) não tinham informação sobre a dose prescrita. Entre a data dos primeiros sintomas e o tratamento, verificou-se uma variação de 1 dia a 1 ano (média de 58 dias). Antimoniato de N-metil glucamina Apresentação Ampolas de 5mL contendo 1.500mg (300mg/mL) de antimoniato de N-metil glucamina, equivalentes a 405mg (81mg/mL) de antimônio pentavalente (Sb+5). Dose e via de aplicação LV: 20 mg/Sb+5 /kg/dia por via endovenosa ou intramuscular, uma vez ao dia, durante 30 dias. A dose prescrita refere-se ao antimônio pentavalente (Sb+5). Dose máxima de 3 ampolas ao dia. LTA: O esquema terapêutico é preconizado para as diversas formas clínicas a seguir: Leishmaniose cutânea: 10-20mg/Sb+5/Kg/dia por 20 dias (recomenda-se a dose de 15mg/Sb+5/Kg/dia) Leishmaniose difusa: 20mg/Sb+5/Kg/dia por 20 dias Leishmaniose mucosa: 20mg/Sb+5/Kg/dia por 30 dias Desoxicolato de anfotericina B Apresentação Frasco com 50 mg de desoxicolato sódico de anfotericina B liofilizada. Dose e via de aplicação LV: 1mg/kg/dia por infusão venosa durante 14 a 20 dias. A decisão quanto à duração do tratamento deve ser baseada na evolução clínica, considerando a velocidade da resposta e a presença de co-morbidades. Dose máxima diária de 50mg. LTA: Início – 1mg/Kg/dia diariamente ou em dias alternados , com dose diária máxima de 50mg. Deve ser administrada até atingir as seguintes doses: Forma cutânea: 1 a 1,5g Forma mucosa: 2,5 a 3g Anfotericina B lipossomal Apresentação Frasco/ampola com 50mg de anfotericina B lipossomal liofilizada. Dose e via de aplicação LV: 3mg/kg/dia, durante 7 dias ou 4mg/kg/dia, durante 5 dias em infusão venosa, em uma dose diária. LTA: 1 a 4mg/Kg/dia diariamente por infusão venosa, em dose única, sem limite de dose diária até atingir as seguintes dose totais: Forma cutânea: 1 a 1,5g Forma mucosa: 2,5 a 3g Fonte: Ministério da Saúde, 2009 Figura 1 - Tratamento das Leishmanioses segundo apresentação, dose e via de aplicação Tratamento da Leishmaniose Visceral e Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, 20(1):107-110, jan-mar 2011 Tratamento Miltefosina – primeiro medicamento eficaz de administração oral. Está aprovada para uso no Calazar indiano resistente ao Glucantime. Glucantime® Profilaxia • Manter o peridomicílio limpo; • Afastar abrigos de animais domésticos de moradias; • Utilizar repelentes ou fumacês; • Adequação de protocolo para os cães; • Tratar pessoas doentes.