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MAFALDA CORRÊA FIGUEIRA 1º semestre 2025-2026 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA AULA 7 SISTEMA NERVOSO ANATOMIA E HISTOLOGIA SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO INFORMAÇÃO IMPORTANTE HORÁRIO: 4as e 6as das 08h30 às 10h30 LOCAL: Sala E117 (salvo possíveis exceções a combinar – visita de estudo) CARGA LETIVA: 15 semanas de aulas = 30 aulas TEÓRICO-PRÁTICA CRÉDITOS: 6 (igual a todas as outras disciplinas neste primeiro ano de LTB) AVALIAÇÃO: dois momentos de avaliação contínua – testes (Escolha múltipla, verdadeiro/falso, resposta curta) Nota final: média arimética de ambos os testes Datas provisórias: Aula 13 – 05.11.25 – 1º teste Aula 27 – 07.01.2026 – 2º teste 01 02 03 TECIDO NEURONAL S.N. CENTRAL S.N. PERIFÉRICO OBJETIVOS: •Conhecer o tecido neuronal e a sua constituição •Anatomia básica do sistema nervoso central •Anatomia básica do sistema nervoso periférico SNC – SISTEMA NERVOSO CENTRAL Encéfalo e Medula Espinhal SNP – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Nervos – 43 pares 12 pares Cranianos 31 pares Raquidianos Gânglios Aglomerações de corpos celulares neuronais localizados no exterior do SNC ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SNC – SISTEMA NERVOSO CENTRAL Encéfalo e Medula Espinhal SNP – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Nervos – 43 pares 12 pares Cranianos 31 pares Raquidianos Gânglios Aglomerações de corpos celulares neuronais localizados no exterior do SNC ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SNC – SISTEMA NERVOSO CENTRAL Consiste no encéfalo e medula espinhal. É o mais importante local de processamento da informação, integração dos processos mentais e iniciação da resposta. É o análogo a um computador, com capacidade de receber estímulos complexos, processar e armazenar a informação contida e gerar respostas. Pode produzir ideias, emoções e outros processos mentais ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ENCÉFALO É a parte do SNC contida dentro da caixa craniana. É dividido nas seguintes regiões: Cérebro Diencéfalo Telencéfalo Tronco encefálico Mesencéfalo Protuberância Bulbo raquidiano Cerebelo ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ENCÉFALO Diencéfalo Telencéfalo Compreende os hemisférios cerebrais, Telencéfalo, e as estruturas diencefálicas mais inferiores e profundamente relacionadas, Diencéfalo. É a região mais desenvolvida e recente do SNC. Relaciona-se com as funções cognitivas superiores, comportamento, emoções e controlo voluntário dos movimentos ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO MESENCÉFALO Situa-se acima da Ponte e abaixo do Diencéfalo. Divide-se em: Teto (colículos superiores → visão; colículos inferiores → audição) Tegmento, onde se encontram núcleos motores e vias reflexas. Inclui os pedúnculos cerebrais, que conduzem fibras nervosas entre o cérebro e o restante SNC. Relaciona-se com reflexos visuais e auditivos, controlo motor e respostas emocionais. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PROTUBERÂNCIA Situa-se acima do Bulbo e abaixo do Mesencéfalo. Atua como zona de passagem de fibras nervosas entre o cérebro, o cerebelo e a medula. Participa no controlo do sono e vigília, coordenação motora e funções viscerais. Forma o chão do quarto ventrículo e é atravessada por nervos cranianos. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO BULBO RAQUIDIANO É a continuação direta da medula espinhal, após o foramen magno. Contém núcleos de nervos cranianos e centros vitais de controlo respiratório e cardíaco. Lesões nesta região são geralmente graves e fatais. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CEREBELO Responsável pelo controlo motor fino, equilíbrio e coordenação postural. Composto por dois hemisférios e um verme central. Liga-se ao Tronco Encefálico por três pares de pedúnculos cerebelares (superior, médio e inferior) Divide-se funcionalmente em: Vestibulocerebelo → equilíbrio Espinocerebelo → postura e marcha Cerebrocerebelo → movimentos finos e precisos VENTRÍCULOS O SNC é formado internamente por um tubo, revestido por uma camada de células, as células ependimárias, apresentando por vezes este tubo expandido, formando os ventrículos. Cada hemisfério cerebral contém uma cavidade grande, o ventrículo lateral. O 3º ventrículo é uma cavidade mediana mais pequena, localizada no centro do diencéfalo, entre os 2 tálamos. O 4º ventrículo está localizado na parte inferior da protuberância e parte superior do bulbo. Cerca de 80 a 90% do LCR é produzido pelas células ependimárias dos ventrículos laterais; o restante é produzido por células ependimárias nos 3º e 4º ventrículos. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO MEDULA ESPINHAL Constitui o elo de ligação entre o encéfalo e o Sistema Nervoso Periférico Integra a informação que recebe e pode produzir respostas através de mecanismos reflexos, os reflexos medulares. A medula espinhal estende-se desde o buraco occipital até ao nível da L2. Tal como a coluna vertebral, divide-se nas seguintes porções: Cervical, Dorsal, Lombar e Sagrada. SNP – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Nervos – 43 pares – feixes de axónios que se estendem desde o SNC até às estruturas periféricas (músculos, glândulas, etc) ou de recetores sensoriais para o SNC 12 pares Cranianos |31 pares Raquidianos Gânglios Aglomerações de corpos celulares neuronais localizados no exterior do SNC Funciona para detetar os estímulos e transmitir informação sob a forma de potenciais de ação para o SNC. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SNP – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 1. Divisão aferente ou sensorial Transmite os potenciais de ação dos órgãos sensoriais ao SNC. Os corpos celulares destes neurónios localizam-se nos gânglios junto da medula espinhal. As suas terminações encontram-se principalmente ao nível dos orgãos dos sentidos. 2. Divisão eferente ou motora Transmite os potenciais do SNC aos órgãos efetores ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO Sistema Nervoso Somático Transmite os potenciais de ação do SNC aos músculos esqueléticos. Os corpos neuronais estão localizados no SNC e os axónios estendem-se através dos nervos até às junções sinápticas neuromusculares (um único neurónio para vários feixes musculares). Sistema Nervoso Autónomo (SNA): Simpático e Parassimpático Involuntário ou vegetativo, transmite os potenciais de ação do SNC ao músculo liso, músculo cardíaco e certas glândulas. Dois conjuntos de neurónios. Os corpos celulares do primeiro neurónio estão no SNC e enviam os seus axónios para gânglios autónomos, e são os axónios dos segundos neurónios que se estendem até aos órgãos efetores VIAS AFERENTES VIAS EFERENTES RAIZ DORSAL RAIZ VENTRAL ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO DERMATOMOS Área Radicular Sensitiva A área radicular sensitiva é a região do corpo a partir da qual a informação sensitiva é conduzida por uma única raiz dorsal de um nervo espinhal (ou por um único nervo craniano). Essa área inclui: O dermátomo — a zona da pele inervada pela mesma raiz dorsal; As áreas correspondentes dos músculos e dos órgãos internos que recebem fibras sensitivas da mesma raiz. RECEPTORES Os recetores sensoriais são estruturas especializadas que transformam diferentes tipos de estímulos em sinais nervosos (impulsos elétricos). Existem cinco tipos principais: 1.Mecanorrecetores → detetam compressão ou estiramento mecânico dos tecidos (ex.: recetores do tato, pressão, audição e equilíbrio). 2.Termorrecetores → respondem a variações de temperatura, distinguindo frio e calor. 3.Nocirrecetores → recetores da dor, ativados por lesão física ou química dos tecidos. 4.Eletromagnéticos → detetam luz na retina (visão). 5.Quimiorrecetores → detetam alterações químicas: sabor, odor, oxigénio e dióxido de carbono no sangue, osmolaridade dos fluidos corporais, etc. RECEPTORES NOTAS PARA ESTUDO: Sensibilidade Diferencial dos Recetores Cada recetor é altamente sensível a um tipo específico de estímulo (para o qual foi concebido)e quase insensível aos restantes. Exemplos: Fotorrecetores da retina respondem apenas à luz. Osmorrecetores do hipotálamo detetam pequenas variações na osmolaridade do sangue. Nocirrecetores ativam-se apenas quando os estímulos táteis se tornam intensos o suficiente para causar dano tecidular. Modalidade da Sensação e o Princípio da “Linha Marcada” Cada tipo de sensação (dor, toque, visão, som, temperatura, etc.) é designado modalidade sensorial. Apesar de todos os nervos transmitirem impulsos elétricos idênticos, a sensação percebida depende do local de terminação da fibra nervosa no sistema nervoso central. Exemplo: Se uma fibra da dor for estimulada (por calor, eletricidade ou pressão), o cérebro interpreta sempre como dor. Se uma fibra tátil for estimulada, a sensação será sempre de toque, independentemente da origem da estimulação. Este conceito é conhecido como o “princípio da linha marcada” (labeled line principle) — cada via nervosa está “etiquetada” com uma modalidade sensorial específica. NOTAS PARA ESTUDO: Todos os recetores, quando estimulados, produzem uma alteração do potencial elétrico da membrana, chamada potencial recetor. Este é o primeiro passo na geração de um impulso nervoso. Mecanismos que geram o potencial recetor: Deformação mecânica da membrana → abre canais iónicos. Ação de substâncias químicas → abre canais iónicos específicos. Variação de temperatura → altera a permeabilidade da membrana. Radiação eletromagnética (luz) → altera propriedades da membrana em recetores visuais. Em todos os casos, o resultado é uma mudança na permeabilidade iónica, modificando o potencial transmembranar do recetor. MENINGES O crânio e a coluna vertebral protegem o sistema nervoso central (SNC), mas entre o tecido nervoso e o osso existem três membranas conjuntivas chamadas meninges. Estas membranas são, de fora para dentro: Dura-máter Aracnoide Pia-máter DURA MATER DURA MATER É a camada mais externa e espessa, composta por tecido conjuntivo. No encéfalo, é formada por duas camadas: Uma camada periosteal externa, contínua com o periósteo do crânio. Uma camada meníngea interna Estão normalmente unidas, mas separam-se em certos locais para formar os seios venosos da dura-máter, canais cheios de sangue que drenam o sangue venoso do cérebro Na medula espinhal, a dura-máter está separada do periósteo das vértebras por um espaço epidural, que contém tecido conjuntivo frouxo e plexos venosos ARACNOIDE Situa-se entre a dura e a pia-máter e é composta por: Uma camada conjuntiva justaposta à dura-máter. Um sistema de trabéculas (fibras de colagénio e fibroblastos) que se estendem até à pia-máter. Entre estas trabéculas encontra-se o espaço subaracnoide, cheio de líquido cefalorraquidiano (LCR). Este espaço atua como amortecedor que protege o SNC contra pequenos traumatismos. No encéfalo, a aracnoide forma vilosidades aracnoides (ou granulações aracnoides) — pequenas protrusões que atravessam a dura- máter e penetram nos seios venosos durais, permitindo a reabsorção do LCR para o sangue venoso. PIA MATER É a camada mais interna das meninges. É formada por células planas derivadas do mesênquima, que estão intimamente aderidas à superfície do tecido nervoso. A pia-máter não toca diretamente os neurónios, sendo separada por uma fina camada de prolongamentos dos astrócitos. A pia-máter e esta camada de astrócitos formam uma barreira física entre o tecido do SNC e o LCR do espaço subaracnoide. Os vasos sanguíneos que penetram no SNC estão cobertos por pia-máter e, ao ramificarem-se, perdem esta camada, mas permanecem revestidos pelos prolongamentos perivasculares dos astrócitos. PLEXO COROIDEU O plexo coroide é formado por tecido altamente vascularizado, revestido por células ependimárias: No teto do terceiro e quarto ventrículos E em partes das paredes laterais dos ventrículos laterais. Cada vilosidade coroide contém uma camada fina de pia-máter vascularizada, coberta por células ependimárias. PLEXO COROIDEU Produz o LCR a partir do ultrafiltrado do sangue, removendo água e iões. O LCR é transparente, contém Na⁺, K⁺ e Cl⁻, glicose e muito pouca proteína É produzido continuamente e preenche: Os ventrículos cerebrais O canal central da medula espinhal O espaço subaracnoideu E os espaços perivasculares Funções fisiológicas do LCR: Protege mecanicamente o SNC (efeito amortecedor). Transporta nutrientes e iões necessários à atividade neuronal. Remove produtos metabólicos do tecido nervoso. É reabsorvido principalmente pelas vilosidades aracnoides para o sangue venoso. O SNC tem muito poucos vasos linfáticos, sendo o LCR o principal meio de drenagem. VENTRÍCULOS E CSF DERIVAÇÃO VENTRICULO-PERITONEAL O NEURÓNIO Recebe estímulos e conduz potenciais de ação • CORPO CELULAR • DENTRITES • Ramificações do corpo • Conduzem potencial de ação ao corpo • AXÓNIO • Pode variar de poucos mm a mais de 1 m de comprimento • A ramificação terminal dos axónios forma a telodendria, na qual estão os terminais pré-sinápticos. TIPOS DE NEURÓNIOS ( função) • Aferentes ou sensoriais • Eferentes ou motores • Associação ou interneurónios TIPOS DE NEURÓNIOS ( morfologia) • Multipolares • Unipolares • Bipolares MIELINA Os axónios rodeados por uma camada múltipla de lípidos e proteínas, chamada bainha de mielina, são designados como mielinizados. Esta bainha isola eletricamente o axónio e aumenta significativamente a velocidade de condução do impulso nervoso. Axónios sem essa bainha são denominados não mielinizados. MIELINA CONDUÇÃO SALTATÓRIA A condução saltatória (do latim saltare, “saltar”) é o modo especial de propagação do potencial de ação que ocorre ao longo dos axónios mielinizados. Isto acontece devido à distribuição desigual dos canais iónicos dependentes de voltagem: Existem poucos canais dependentes de voltagem nas regiões em que a bainha de mielina cobre o axolema. Em contraste, nos nódulos de Ranvier (onde não existe mielina), a membrana axonal apresenta alta densidade de canais iónicos, permitindo que o impulso “salte” de nódulo em nódulo. Tipo / Subtipo de Fibra Mielina Diâmetro (µm) Velocidade de Condução (m/s) Função Principal Exemplos / Observações Aα Espessa 13 – 20 80 – 120 Motora somática e proprioceção Fibras motoras para músculos esqueléticos e fusos musculares Aβ Espessa 6 – 12 35 – 90 Tato, pressão e vibração Sensibilidade tátil fina Aγ Espessa 5 – 8 10 – 45 Inervação das fibras intrafusais Regula o tónus muscular Aδ Espessa (fina) 2 – 5 5 – 40 Dor aguda e temperatura fria Dor rápida, localizada B Fina 1 – 3 3 – 15 Fibras autonómicas pré-ganglionares Parte do sistema nervoso simpático e parassimpático C Sem mielina 0,4 – 1,2 0,4 – 2 Dor lenta, calor e fibras autonómicas pós-ganglionares Dor difusa e sensação térmica lenta CÉLULAS GLIA Constituem as células de suporte do SNC. • Participam na formação da Barreira Hemato- encefálica. • Fagocitam substâncias estranhas • Produzem o Líquido Cefalorraquidiano • Formam bainhas de mielina em torno dos Axónios • Astrócitos • Células ependimárias • Microglia • Oligodendrócitos • Células de Schwann • Células satélite CÉLULAS GLIA • Astrócitos • Células ependimárias • Microglia • Oligodendrócitos • Células de Schwann • Células satélite CÉLULAS GLIA OLIGODENDRÓCITOS CÉLULAS DE SCHWANN CÉLULAS GLIA OLIGODENDRÓCITOS CÉLULAS DE SCHWANN Sistema Célula Glial Responsável Estrutura e Função da Bainha Capacidade de Regeneração SNP Célula de Schwann Cada célula envolve cerca de 1 mm de um axónio, enrolando-se repetidamente à sua volta. O núcleo e o citoplasma formam a camada externa chamada neurolema (ou bainha de Schwann). Elevada — o neurolema forma um tubo de regeneração que orienta o crescimento do novo axónio após lesão. SNC Oligodendrócito Cada oligodendrócito emite cerca de 15 prolongamentos que envolvem vários axónios. Não possuineurolema, pois o corpo celular não rodeia o axónio. Muito limitada — devido à ausência de neurolema e à ação inibitória dos oligodendrócitos sobre a regeneração axonal. NOTAS PARA ESTUDO: As células de Schwann envolvem os axónios do Sistema Nervoso Periférico (SNP). Tal como os oligodendrócitos do SNC, formam a bainha de mielina em torno dos axónios. No entanto, há uma diferença importante: Um oligodendrócito pode mielinizar vários axónios simultaneamente, Enquanto cada célula de Schwann mieliniza apenas um segmento de um único axónio. Uma única célula de Schwann também pode envolver até 20 ou mais axónios não mielinizados — isto é, axónios que não possuem bainha de mielina. As células de Schwann participam na regeneração axonal, um processo que ocorre com mais facilidade no SNP do que no SNC. Células Satélite As células satélite são planas e rodeiam os corpos celulares dos neurónios localizados nos gânglios do SNP. Desempenham duas funções principais: Fornecem suporte estrutural aos neurónios, E regulam as trocas de substâncias entre o corpo celular neuronal e o líquido intersticial envolvente. Mielinização Os axónios rodeados por uma camada múltipla de lípidos e proteínas, chamada bainha de mielina, são designados como mielinizados. Esta bainha isola eletricamente o axónio e aumenta significativamente a velocidade de condução do impulso nervoso. Axónios sem essa bainha são denominados não mielinizados. CÉLULAS GLIA ATRÓCITOS São uma matriz de suporte não rígida. Formam a barreira hemato-encefálica, em íntima conexão com as células endoteliais dos vasos sanguíneos, permitindo que apenas algumas substâncias passem do sangue para o tecido nervoso do SNC. CÉLULAS GLIA EPÊMDIMA CÉLULAS GLIA MICROGLIA São pequenas células móveis, fagocitárias. Fagocitam microrganismos, tecido necrosado e substâncias estranhas que invadam o SNC. Neuroglia (ou células da glia) As neuroglias (do grego glia, que significa “cola”) — também designadas simplesmente glia — constituem cerca de metade do volume total do sistema nervoso central (SNC). O nome tem origem na ideia dos primeiros histologistas de que estas células funcionavam como a “cola” que mantinha o tecido nervoso unido. Hoje sabe-se que as neuroglias não são elementos passivos, mas participam ativamente nas funções e manutenção do tecido nervoso. Características gerais •As neuroglias são menores do que os neurónios. •São 5 a 25 vezes mais numerosas do que os neurónios. •Não geram nem propagam potenciais de ação, ao contrário dos neurónios. •Mantêm a capacidade de se multiplicar e dividir mesmo no sistema nervoso maduro. •Em casos de lesão ou doença, as neuroglias proliferam para preencher os espaços anteriormente ocupados por neurónios destruídos. Importância clínica Os tumores cerebrais que se originam das células da glia são chamados gliomas. Têm tendência a ser altamente malignos e de crescimento rápido. Localização Tipo de Neuroglia Função Principal Características Histológicas / Notas SNC Astrócitos - Sustentam física e metabolicamente os neurónios. - Regulam a composição química do fluido extracelular. - Participam na formação da barreira hematoencefálica. Células estreladas com numerosos prolongamentos. São as maiores e mais abundantes neuroglias do SNC. SNC Oligodendrócitos - Formam a bainha de mielina em torno dos axónios no SNC. - Aceleram a condução dos impulsos nervosos. Cada oligodendrócito mieliniza vários axónios simultaneamente. SNC Microglia - Atuam como macrófagos do SNC, removendo células mortas e detritos. - Participam na resposta imunitária do tecido nervoso. Células pequenas, com poucos prolongamentos. Derivam de monócitos. SNC Células ependimárias - Revestem os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinhal. - Produzem, circulam e monitorizam o líquido cefalorraquidiano (LCR). Células epiteliais cilíndricas ou cúbicas, frequentemente ciliadas. SNP Células de Schwann - Formam a bainha de mielina em torno dos axónios no SNP. - Ajudam na regeneração de axónios lesionados. Cada célula de Schwann mieliniza apenas um segmento de um axónio. SNP Células satélite - Envolvem os corpos celulares dos neurónios nos gânglios do SNP. - Regulam o microambiente (nutrientes e iões) em redor dos neurónios. Células pequenas e achatadas que rodeiam os neurónios ganglionares. CÉLULAS GLIA - CONSULTA SINAPSE Os potenciais de ação de uma célula nervosa podem resultar em potenciais de ação produzidos noutra célula. A transmissão do potencial de ação ocorre na junção entre elas, a sinapse. Constituintes da sinapse: Terminal pré-sináptico Fenda sináptica Membrana pós-sináptica Os potenciais de ação não passam diretamente de célula para célula, através de substâncias libertadas na fenda sináptica, os neurotransmissores. https://www.youtube.com/watch?v=p38nzOGJZtI https://www.youtube.com/watch?v=p38nzOGJZtI https://www.youtube.com/watch?v=OvVl8rOEncE https://www.youtube.com/watch?v=OvVl8rOEncE NOTAS PARA ESTUDO: Os terminais pré-sinápticos são especializados em produzir e libertar neurotransmissores. Os neurotransmissores estão contidos em vesículas sinápticas existentes no terminal pré-sináptico. Quando o potencial de ação atinge o terminal pré-sinatico promove a entrada do Ca. É a entrada do Ca que leva as vesículas sinápticas a libertarem o neurotransmissor, por exocitose, na fenda sináptica. Na fenda sináptica, os neurotransmissores difundem-se e ligam-se a recetores específicos existentes na membrana pós-sináptica. A ligação neurotransmissor-recetor provoca como resposta a produção de um potencial de ação. Os neurotransmissores têm efeito a curto prazo nas membranas pós-sinápticas porque são destruídos ou removidos da fenda sináptica. Ex: Acetilcolinesterase- decomposição da acetilcolina NOTAS PARA ESTUDO: Principais neurotransmissores: ACETILCOLINA NORADRENALINA SEROTONINA DOPAMINA ACIDO GAMA-AMINO-BUTÍRICO (GABA) Outros neurotransmissores / neuromoduladores: Histamina Glicina Glutamato Aspartato As terminações nervosas do SNA segregam um de 2 tipos de neurotransmissores: Acetilcolina – neurónio colinérgico Noradrenalina - neurónio adrenérgico Todos os neurónios pré-ganglionares do SNS e do SNP assim como os neurónios pós-ganglionares do SNP são Colinérgicos. Os neurónios pós-ganglionares do SNS são adrenérgicos, com exceção daqueles que inervam as glândulas sudorípara que são colinérgicos. A ligação dos neuromoduladores ao recetor provoca hipopolarização ou hiperpolarização da membrana pós-sináptica. Despolarização / Hipopolarização resposta excitatória: potencial excitatório pós-sináptico (PEPS) Os neurónios que libertam neurotransmissores que causam PEPS são neurónios excitatórios. Ocorre aumento da permeabilidade da membrana ao Na. “Facilita” a ação de um estímulo de forma a que este mais facilmente atinja o valor limiar Facilitação présináptica Há aumento do neurotransmissor libertado no terminal pré-sináptico. Ex: glutamato Hiperpolarização Resposta inibitória: potencial inibitório pós-sináptico (PIPS) Os neurónios que libertam neurotransmissores que causam PIPS são neurónios inibitórios. Ocorre um aumento da permeabilidade da membrana aos iões K e Cl. Diminuem a probabilidade de um estímulo produzir um potencial de ação. Inibição pré-sináptica Há diminuição da libertação de neurotransmissor libertado no terminal pré-sináptico. Ex: endorfinas e encefalinas na transmissão da sensação de dor. EFEITO NEUROMODULADOR PEPS E PIPS Somação dos potenciais pós-sinápticos na zona de disparo de um neurónio pós-sináptico. Os neurónios pré-sinápticos 1, 3 e 5 libertam neurotransmissores excitatórios (pontos vermelhos), que geram potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSEs) (setas vermelhas) na membrana do neurónio pós-sináptico. Por outro lado, os neurónios pré-sinápticos 2 e 4 libertam neurotransmissores inibitórios (pontos roxos), que geram potenciaispós-sinápticos inibitórios (PPSIs) (setas roxas) na membrana do neurónio pós-sináptico. A somação total destes PPSEs e PPSIs determina se será ou não gerado um potencial de ação na zona de disparo do neurónio pós-sináptico. EFEITO NEUROMODULADOR PEPS E PIPS NEURÓNIO – Unidade estrutural básica do S.N. REFLEXO – Resposta automática a um estímulo que ocorre sem pensamento consciente. ARCO REFLEXO – Unidade funcional básica do S.N. VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS Componentes do arco reflexo: 1. Recetor 2. Neurónio aferente 3. Neurónio de associação 4. Neurónio eferente 5. Órgão efetor VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS 1. VIAS CONVERGENTES 2. VIAS DIVERGENTES 3. CIRCUITOS OSCILANTES VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS Muitos neurónios que convergem e sinapsam com um número mais pequeno de neurónios. A atividade do neurónio pós-sináptico é influenciado pela somação espacial. Ex. via convergentes: sensibilidade da pele VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS Um número mais pequeno de neurónios sinapsa com um número maior de neurónios pós-sinápticos. A informação transmitida numa via neuronal vai divergir em 2 ou mais vias. Ex: reação à dor VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS Têm os neurónios dispostos de maneira circular. Permite a entrada dos potenciais de ação no circuito de modo a permitir que um neurónio produza um potencial de ação mais de uma vez. Esta resposta designa-se por pós-descarga. O seu efeito consiste em prolongar a resposta a um estímulo. Ex: controlo da respiração; ciclo do sono e vigília. VIAS E CIRCUITOS NEURONAIS VIAS NERVOSAS As vias são habitualmente designadas por um nome composto por 2 ou mais palavras. A primeira palavra designa a origem e a segunda palavra designa a terminação do feixe. Por exemplo, um feixe espino-talâmico inicia-se na espinal medula e termina no tálamo. VIAS NERVOSAS As vias espinhais são habitualmente divididas em: 1. VIAS ASCENDENTES ou SENSORIAIS (posteriores) 2. VIAS DESCENDENTES ou MOTORAS (anteriores) VIAS NERVOSAS SENSITIVAS VIAS NERVOSAS MOTORAS É assim designado porque os seus feixes passam pelas pirâmides bulbares. A principal função do sistema piramidal é acrescentar rapidez e agilidade aos movimentos conscientes, sobretudo das mãos, e proporcionar um elevado controle motor dos movimentos finos, como os movimentos de cada um dos dedos. CONSTITUÍDO POR 2 FEIXES: 1. FEIXE CORTICO-BULBAR → Pares Raquidianos 2. FEIXE CORTICO-ESPINHAL → Pares Raquidianos SISTEMA PIRAMIDAL VIAS NERVOSAS MOTORAS Inclui todas as fibras que não passam pelas pirâmides. Os feixes principais são: 1. FEIXE RUBRO-ESPINHAL 2. FEIXES VESTIBULO-ESPINHAIS 3. FEIXE RETICULO-ESPINHAL Não interferem com a motricidade global do corpo mas contribui para a sua coordenação. A sua lesão provoca alterações do equilíbrio, postura e tremor fino, como sucede nos doentes com doença de Parkinson SISTEMA EXTRA-PIRAMIDAL https://www.youtube.com/watch?v=OcJOQQvieR8 https://www.youtube.com/watch?v=OcJOQQvieR8 https://www.youtube.com/watch?v=BtqWxBUd94I https://www.youtube.com/watch?v=BtqWxBUd94I https://www.youtube.com/watch?v=y4RFNz8tXl0 https://www.youtube.com/watch?v=y4RFNz8tXl0 NOTAS PARA ESTUDO: O sistema nervoso humano, de longe o sistema mais complexo do corpo, é constituído por uma rede de milhares de milhões de células nervosas (neurónios), apoiadas por um número ainda maior de células gliais. Cada neurónio estabelece centenas de ligações com outros neurónios, formando um sistema extremamente intricado destinado ao processamento de informação e à geração de respostas. Os neurónios e os seus prolongamentos distribuem-se por todo o corpo, constituindo uma rede integrada de comunicação. Do ponto de vista anatómico, a organização geral do sistema nervoso apresenta duas divisões principais: Sistema Nervoso Central (SNC) – constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal. Sistema Nervoso Periférico (SNP) – formado pelos nervos cranianos, espinhais e periféricos, que conduzem impulsos para e a partir do SNC (nervos sensoriais e motores, respetivamente), e pelos gânglios, que são pequenos agrupamentos de células nervosas situados fora do SNC. Organização funcional do sistema nervoso Funcionalmente, o sistema nervoso divide-se em duas grandes componentes: 1. Divisão sensorial (aferente) Responsável por receber e conduzir estímulos até ao sistema nervoso central. Somática – entrada sensorial percebida conscientemente (por exemplo, proveniente dos olhos, ouvidos, pele e estruturas músculo-esqueléticas). Visceral – entrada sensorial não conscientemente percebida (proveniente de órgãos internos e estruturas cardiovasculares). 2. Divisão motora (eferente) Responsável por transmitir comandos do SNC aos órgãos efetores. Somática – saída motora controlada conscientemente ou voluntariamente (por exemplo, através dos músculos esqueléticos). Autonómica – saída motora não controlada conscientemente (por exemplo, atuando sobre o coração ou glândulas). Sistema Nervoso Autónomo (SNA) Os nervos motores autonómicos, que constituem o Sistema Nervoso Autónomo (SNA), seguem vias compostas por dois neurónios: Um neurónio pré-ganglionar, com o corpo celular localizado no SNC. Um neurónio pós-ganglionar, com o corpo celular num gânglio situado fora do SNC. O SNA subdivide-se em duas partes principais: Divisão parassimpática – com gânglios localizados junto dos órgãos efetores ou no seu interior, responsável por manter a homeostase corporal em condições normais. Divisão simpática – com gânglios situados próximos do SNC, encarregada de controlar as respostas corporais em situações de emergência, stress ou excitação. Certos componentes autonómicos localizados na parede do trato digestivo são designados por sistema nervoso entérico, considerado por alguns autores uma subdivisão funcional do SNA. Neurónios e Células Gliais Tanto no tecido nervoso central como no tecido nervoso periférico, os neurónios apresentam, geralmente, numerosos prolongamentos longos que permitem a comunicação intercelular. As células gliais (do grego glia, que significa “cola”) possuem prolongamentos mais curtos e variáveis, estando envolvidas em múltiplas funções, incluindo atividades neuronais, manutenção estrutural e metabólica do tecido nervoso e defesa. Excitabilidade e Potenciais de Ação Os neurónios respondem a alterações do meio envolvente (estímulos) através da modificação do gradiente iónico existente nas suas membranas plasmáticas. Todas as células mantêm um gradiente deste tipo — também designado por potencial elétrico — mas as células capazes de alterar rapidamente este potencial em resposta a estímulos (como neurónios, células musculares e algumas células glandulares) são designadas como excitáveis ou irritáveis. Quando um neurónio é estimulado, ocorre uma inversão do gradiente iónico (ou despolarização da membrana), que normalmente se propaga a partir do ponto de origem e espalha-se por toda a membrana plasmática do neurónio. Essa propagação, denominada potencial de ação, onda de despolarização ou impulso nervoso, pode percorrer grandes distâncias ao longo dos prolongamentos neuronais, transmitindo o sinal a outros neurónios, músculos ou glândulas. Função Integradora do Sistema Nervoso Ao recolher, analisar e integrar as informações provenientes destes sinais, o sistema nervoso atua continuamente para estabilizar as condições internas do organismo — como a pressão arterial, os níveis de O₂ e CO₂, o pH, a glicemia e as concentrações hormonais — dentro de limites fisiológicos normais. Além disso, é responsável pela manutenção dos comportamentos fundamentais, tais como a alimentação, a reprodução, a defesa e a interação social com outros seres vivos. MAFALDA CORRÊA FIGUEIRA 1º semestre 2025-2026 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA AULA 8 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO SISTEMA NERVOSO CENTRAL com o : exepco , modulaespianal - SISTEMA NERVOSO CENTRAL CÉREBRO Dividido em 2 hemisférios (direito e esquerdo) pela fenda inter-hemisférica. Na superfície dos hemisférios destacam-se as circunvoluções, separadas entre si por sulcos. Cada hemisfério está dividido em lobos, designados de acordo com os ossos do crânio que está por cima de cada lobo. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Frontal função motora voluntária, motivação, sentido do olfato e humor. Parietal principal centro de receção e integração da estimulação sensorial, exceto olfato, visão e audição. Occipital receção e integração da estimulação visual. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Temporal olfato e audição; papel importante na memória. Ínsula em relação com o lobo temporal. Lobo do corpo caloso ou cíngulo funções na vida afetiva e controle autonómico. HEMISFÉRIOS MAPEAMENTO POR RM E ESTIMULAÇÃO SENSORIAL SUBSTÂNCIA CINZENTA Os corpos celulares neuronais e os seus dendritos dispõem-se em grupos. Córtex Cerebral; Zona central da Medula ; Núcleos Funções integrativas SUBSTÂNCIA BRANCA Os axónios organizam-se de modo a formarem feixes paralelos com as suas bainhas de Mielina . Propagar o Potencial de ação SABER : SUBSTÂNCIA CINZENTA Os corpos celulares neuronais e os seus dendritos dispõem-se em grupos. Córtex Cerebral; Zona central da Medula ; Núcleos Funções integrativas SUBSTÂNCIA BRANCA Os axónios organizam-se de modo a formarem feixes paralelos com as suas bainhas de Mielina . Propagar o Potencial de ação Fibras de associação – põem em comunicação áreas dentro do mesmo hemisfério Fibras comissurais – fazem a comunicação entre os 2 hemisférios. Fibras de projeção – entre o cérebro e a medula espinhal. FIBRAS DA SUBSTÂNCIA BRANCA SISTEMA NERVOSO CENTRAL Principal centro de interface sensorial. É um conjunto de núcleos pares e simétricos ligados no centro por um pequeno istmo. Influencia o humor e o movimento. A maior parte dos estímulos sensoriais atingem o tálamo onde os neurónios aferentes fazem sinapse com neurónios talâmicos cujos axónios se dirigem para os centros corticais. É a parte do SNC entre o cérebro e o tronco cerebral: Tálamo e Hipotálamo DIENCÉFALOandrea para ? -importante: Hipo--CiMA Principal centro de interface sensorial. É um conjunto de núcleos pares e simétricos ligados no centro por um pequeno istmo. Influencia o humor e o movimento. A maior parte dos estímulos sensoriais atingem o tálamo onde os neurónios aferentes fazem sinapse com neurónios talâmicos cujos axónios se dirigem para os centros corticais. É a parte do SNC entre o cérebro e o tronco cerebral: Tálamo e Hipotálamo SISTEMA NERVOSO CENTRAL DIENCÉFALO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DIENCÉFALO É a porção mais inferior do diencéfalo. Contém núcleos, dos quais os mais importantes são os corpos mamilares, envolvidos nos reflexos olfativos e nas respostas aos odores. Sensações como o prazer sexual, sentir-se relaxado, o prazer após uma refeição, a raiva e o medo estão relacionados com o funcionamento do hipotálamo. Uma porção do hipotálamo projeta-se formando o infundíbulo e a neurohipófise. SISTEMA NERVOSO CENTRAL CEREBELO Comunica com outras regiões do SNC através dos pedúnculos cerebelosos. Contém córtex cinzento e núcleos, separados por substância branca. Doenças do cerebelo Ataxia (incapacidade de executar movimento) Decomposição do movimento Dismetria Tremor Disartria Nistagmo https://www.youtube.com/?v=aSgq3fvPzlcwatch https://www.youtube.com/?v=aSgq3fvPzlcwatch 🔗 ATAXIA https://app.goodnotes.com/documents/?anchor=cGFnZS03RTJCM0Q5Ny1DRDMyLTU5NjYtQTU5OC0yMDcxMDkzOTVBRDI%3D#QTA4RjU3QjgtRTYyQy00MjgyLUIxNTEtODQxMTVDRTVDRTND https://www.youtube.com/watch?v=-dFMisBl1aM https://www.youtube.com/watch?v=vka_GwXd1os https://www.youtube.com/watch?v=yRFi01fIeeM TRONCO CEREBRAL Constituintes do Tronco Cerebral: 1. MESENCÉFALO 2. PROTUBERÂNCIA 3. BULBO RAQUIDIANO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Contém feixes nervosos ascendentes e descendentes. Dispersa pelo tronco cerebral encontra-se uma estrutura, a substância reticular que está envolvida no ritmo sono/vigília; lesão das suas células origina coma. TRONCO CEREBRAL SISTEMA NERVOSO CENTRAL se discar de funcionar cimpnit Entro em coma - • É a parte mais pequena do tronco cerebral. • Faz a interface entre o cérebro e o cerebelo. • Contém núcleos de alguns nervos cranianos, como o n. motor ocular comum (III par) n. patético (IV par) e n. trigémeo (V par). SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRONCO CEREBRAL MESENCÉFALO Em PROTUBERÂNCIA Está localizada logo acima do bulbo, contém feixes ascendentes e descendentes e diversos núcleos. Contém os núcleos de alguns nervos cranianos como o V par (trigémeo), VII par (facial), VIII par (auditivo) e IX par (glossofaríngeo) . SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRONCO CEREBRAL Não vai perguntan onde está cada Coisa wa Ou para identifican BULBO RAQUIDIANO No interior do bulbo encontram-se núcleos, como são exemplo os núcleos de alguns nervos cranianos: IX par ou glossofaríngeo X par ou pneumogástrico ou vago XI par ou espinhal XII par ou grande hipoglosso Tem cerca de 3 cm e é a parte mais inferior do tronco cerebral. Contínuo inferiormente com a medula espinhal. SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRONCO CEREBRAL BULBO RAQUIDIANO Alguns núcleos bulbares estão envolvidos como centros de vários reflexos: Regulação do ritmo cardíaco e do diâmetro dos vasos sanguíneos (centro vaso-motor) Regulação da respiração (centro inspiratório e centro expiratório) Regulação da deglutição, vómito, tosse e espirro. SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRONCO CEREBRAL 1 - O diagnóstico de morte cerebral implica a ausência na totalidade dos seguintes reflexos do tronco cerebral: a) Reflexos fotomotores com pupilas de diâmetro fixo; b) Reflexos oculocefálicos; c) Reflexos oculovestibulares; d) Reflexos corneopalpebrais; e) Reflexo faríngeo. 2 - A realização da prova de apneia confirma a ausência de respiração espontânea. SISTEMA NERVOSO CENTRAL https://www.youtube.com/watch?v=R4e7vcvDgHw 1. Realização de, no mínimo, dois conjuntos de provas com intervalo adequado à situação clínica e à idade; 2. Realização de exames complementares de diagnóstico para exclusão de causas reversíveis; 3. A execução das provas de morte cerebral por dois médicos especialistas (em neurologia, neurocirurgia ou com experiência de cuidados intensivos); 4. Nenhum dos médicos que executa as provas poderá pertencer a equipas envolvidas no transplante de órgãos ou tecidos. SISTEMA NERVOSO CENTRAL MEDULA ESPINHAL Constitui o elo de ligação entre o encéfalo e o Sistema Nervoso Periférico Integra a informação que recebe e pode produzir respostas através de mecanismos reflexos, os reflexos medulares. A medula espinhal estende-se desde o buraco occipital até ao nível da L2. Tal como a coluna vertebral, divide-se nas seguintes porções: Cervical, Dorsal, Lombar e Sagrada. SISTEMA NERVOSO CENTRAL A medula apresenta 2 dilatações, a dilatação cervical e a dilatação lombar. Abaixo da dilatação lombar, a medula afunila e forma o cone medular, do qual se destaca o filo terminal, que se estende até ao cóccix, servindo como ligamento de fixação da medula. O cone medular e os nervosos nervos que se estendem para baixo dele assemelham-se à cauda de um cavalo, pelo que se designam cauda equina. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Porção cinzenta central Organizada em cornos. Cada metade da substância cinzenta apresenta: Corno anterior Corno médio ou lateral Corno posterior Porção branca periférica Organizada em 3 cordões Anterior Médio ou lateral Posterior SISTEMA NERVOSO CENTRAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO O SNP recolhe informação de numerosas fontes dentro e fora do corpo e transmite-as ao SNC através de fibras aferentes. As fibras eferentes do SNP transmitem a informação do SNC para as várias partes do corpo, primariamente para os músculos e glândulas, regulando a atividadedestas estruturas. Sem o SNP, o SNC não receberia informações e seria incapaz de produzir respostas observáveis. O SNP pode ser dividido em 2 partes: Parte craniana – constituída por 12 pares de nervos cranianos Parte espinhal – constituída por 31 pares de nervos raquidianos. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PARES CRANIANOS As funções dos nervos cranianos são: Sensoriais – ex: visão, olfato, audição, tato, dor Motoras – controle dos músculos esqueléticos Parassimpáticas – regulação de glândulas, músculo liso visceral e coração. Designados em numeração romana de I a XII, do mais anterior para o mais posterior. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PARES CRANIANOS As funções dos nervos cranianos são: Sensoriais – ex: visão, olfato, audição, tato, dor Motoras – controle dos músculos esqueléticos Parassimpáticas – regulação de glândulas, músculo liso visceral e coração. Designados em numeração romana de I a XII, do mais anterior para o mais posterior. Um nervo craniano pode ter uma ou mais destas 3 funções. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Os seus ramos provenientes da região mais superior da cavidade nasal, designada por recesso olfativo, onde se encontra o epitélio olfativo, atravessam a lâmina cribiforme do etmóide e dirigem-se para os bulbos olfativos. Envolvido no olfato (nervo sensitivo). I - OLFATIVO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO II - OPTICO Formado pelos axónios da retina que convergem para a papila. Estende-se desde o globo ocular, saindo da órbita pelo e entrando na caixa craniana. Envolvido na visão (nervo sensitivo). SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO III – MOTOR OCULAR COMUM Sai da caixa craniana através da fenda esfenoidal. Enerva os músculos que movem o globo ocular Fibras parassimpáticas deste nervo enervam os músculos lisos do olho e regulam o diâmetro da pupila. É um nervo motor e parassimpático. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO IV – PATÉTICO OU TROCLEAR Sai da caixa craniana através da fenda esfenoidal. Inerva o músculo externo do olho, oblíquo superior. É um nervo motor. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO V – TRIGÉMIO Tem funções motoras e sensitivas. Inerva os músculos da mastigação, um dos músculos do ouvido médio e músculos da garganta e palato. Formado por 3 ramos: 1. RAMO OFTÁLMICO 2. RAMO MAXILAR 3. RAMO MANDIBULAR SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO VI – MOTOR OCULAR EXTERNO Sai pela fenda esfenoidal. Enerva um dos 6 músculos oculares, o reto externo. Tem função motora SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO É um nervo motor, sensitivo e parassimpático. Sai da caixa craniana pelo buraco auditivo interno e pelo buraco estilomastoideu. Controla os músculos da expressão facial, um dos músculos do ouvido médio e músculos da garganta. É sensitivo para o sentido do paladar nos 2/3 anteriores da língua. Fornece a enervação parassimpática às glândulas salivares submaxilares e sublinguais e às glândulas lacrimais. VII – FACIAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO VII – FACIAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO VIII – AUDITIVO Também designado vestibulococlear. Sai da caixa craniana pelo buraco auditivo interno. É um nervo sensitivo, estando relacionado com os sentidos da audição e do equilíbrio. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO IX – GLOSSOFARÍNGEO É um nervo motor, sensitivo e parassimpático. Tem função sensorial, garantindo o sentido do paladar no 1/3 posterior da língua e a sensibilidade táctil para a faringe, amígdalas e parte posterior da língua; transmite a informação sensorial dos recetores do seio carotídeo e corpo carotídeo. Responsável pela mobilidade da língua e músculos da faringe. Dá a enervação parassimpática às glândulas parótidas. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO X – VAGO ou PNEUMOGÁSTRICO Função sensitiva, motora e parassimpática. Fornece informação sensorial dos órgãos torácicos e abdominais bem como o paladar na raiz da língua Tem função motora, enervando os músculos do palato, da faringe e músculos intrínsecos da laringe. A porção parassimpática do vago é muito importante na regulação dos órgãos torácicos e abdominais (coração, pulmões, órgãos digestivos, baço e rins). SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO O paladar é transportado para o cérebro pelos seguintes nervos: – Facial (VII par) • transporta as sensações dos 2/3 anteriores da língua. – Glosso-faríngeo (IX par) • transporta as sensações do 1/3 posterior da língua, papilas circunvaladas no V da língua e faringe superior. – Vago (X par) • contém algumas fibras que transportam as sensações do gosto originadas na epiglote. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO XI – ESPINHAL É um nervo motor dividido em 2 componentes: A componente craniana junta-se ao vago e participa na sua função. A componente raquidiana fornece a enervação para os músculos esternocleidomastoideu e trapézio. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PARES RAQUIDIANOS Todos os 31 pares de nervos raquidianos, à exceção do 1º par e os pares do sacro, saem da coluna vertebral através de um buraco intervertebral, localizado entre 2 vértebras adjacentes. O 1º par de nervos raquidianos saem entre a caixa craniana e o atlas. Os nervos do sacro saem do sacro através dos buracos sagrados. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Cada um dos nervos raquidianos é designado por uma letra e por um número. A letra designa a região (C cervical, T torácica, L lombar e S sagrada). O número indica a localização em cada região da coluna vertebral que cada nervo emerge da coluna vertebral. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXOS Plexos Os axónios dos ramos anteriores dos nervos espinhais, exceto os dos nervos torácicos T2 a T12, não seguem diretamente para as estruturas corporais que inervam. Em vez disso, formam redes tanto no lado esquerdo como no lado direito do corpo, unindo-se a diferentes números de axónios provenientes dos ramos anteriores de nervos adjacentes. Tal rede de axónios é denominada plexo (do latim plexus, “entrançado” ou “rede”). Os principais plexos são: o plexo cervical, o plexo braquial, o plexo lombar e o plexo sagrado. Dos plexos emergem nervos com nomes frequentemente descritivos das regiões que inervam ou do trajeto que percorrem. Cada um desses nervos pode, por sua vez, ter vários ramos, nomeados de acordo com as estruturas específicas que inervam. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXO CERVICAL É um plexo pequeno, formado pelos nervos raquidianos de C1 a C4. Os ramos deste plexo enervam estruturas superficiais do pescoço, entre os quais os músculos hioideus. A inervação sensitiva do pescoço e da porção posterior da cabeça é dependente deste plexo. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXO CERVICAL Um nervo importante deste plexo é o nervo frénico, responsável pela enervação do diafragma. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXO BRAQUIAL Tem origem nos nervos raquidianos de C5 a T1. Assegura a enervação dos membros superiores. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXO LOMBAR O plexo lombar tem origem nos ramos ventrais dos nervos raquidianos de L1 a L4 e o plexo sagrado de L4 a S4. Devido à sua proximidade e sobreposição, habitualmente designa-se por plexo lombosagrado. Assegura a enervação dos membros inferiores. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO PLEXO SAGRADO E COCCÍGEO É um plexo muito pequeno, formado pelos ramos ventrais de S4, S5 e o nervo coccígeo. Faz a inervação motora dos músculos do pavimento pélvico e a inervação sensitiva da pele que recobre o cóccix. ARCO REFLEXO O arco reflexo é a unidade funcional básica do Sistema Nervoso. É a porção mais pequena e mais simples do SN capaz de receber um estímulo e produzir uma resposta. ARCO REFLEXO Os potenciais de ação iniciados no recetores sensoriais, propagam-se nos neurónios aferentes. No SNC, estes neurónios sinapsam com neurónios de associação que, por sua vez, se sinapsam com neurónios eferentes que enviam axónios para o SN Periférico. ARCO REFLEXO Os axónios dos neurónios eferentes atingem os órgãos efetores (músculos ou glândulas), desencadeando a resposta. A resposta produzida por um arco reflexo designa-se porreflexo. É uma resposta automática a um estímulo que ocorre sem pensamento consciente. São exemplos de reflexos: Remover o corpos de estímulos dolorosos. Manutenção do equilíbrio quando são aplicadas forças externas. Manutenção da pressão arterial. Manutenção do pH, pCO2, etc. REFLEXOS MEDULARES Os principais reflexos medulares são: 1. reflexo de extensão 2. reflexo dos órgãos tendinosos de Golgi 3. reflexo de retirada https://www.youtube.com/shorts/PIJuBsLUBM0 Grande parte da regulação das estruturas do nosso organismo é feito pelo Sistema Nervoso Autónomo (SNA), também designado como SN Vegetativo. A estimulação proveniente do cérebro, hipotálamo e outras áreas do encéfalo permite que pensamentos, emoções e outras atividades do SNC influenciem as funções autonómicas. O SNA tem ação fundamental na regulação de muitas atividades, regulação essa efetuada de forma independente da vontade: – atividade cardíaca – pressão arterial – secreção das glândulas salivares – atividade contráctil e secretória dos órgãos do aparelho digestivo – contração e dilatação da íris – etc. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO O 1º neurónio designa-se por neurónio pré- ganglionar tem o corpo celular no tronco cerebral ou na medula espinal o seu axónio estende-se até aos gânglios autonómicos localizados no exterior do SNC O 2º neurónio designa-se por neurónio pós- ganglionar. sinapsam com o axónio do neurónio pré-ganglionar no gânglio autonómico o seu axónio estende-se até aos órgãos efetores SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO Tal como o sistema nervoso somático, o sistema nervoso autónomo (SNA) funciona através de arcos reflexos. (A origem etimológica é auto- = “próprio” e -nomic = “lei”.) Estruturalmente, o SNA inclui: Neurónios sensoriais autónomos Centros de integração no sistema nervoso central (SNC) Neurónios motores autónomos Divisão entérica ou sistema nervoso entérico (SNE). Há um fluxo contínuo de impulsos nervosos: Os neurónios sensoriais autónomos, localizados em órgãos viscerais e vasos sanguíneos, transmitem informação para centros de integração no SNC, que por sua vez enviam impulsos através de neurónios motores autónomos até vários tecidos efetores — regulando assim a atividade do músculo liso, do músculo cardíaco e das glândulas. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO A divisão entérica constitui uma parte especializada do SNA, composta por uma rede de nervos e gânglios que forma um sistema nervoso independente nas paredes do trato gastrointestinal (GI). O SNA funciona geralmente de forma involuntária, sem controlo consciente. No entanto, centros localizados no hipotálamo e no tronco encefálico regulam muitos reflexos autónomos. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO NOTAS PARA ESTUDO: Via motora somática e via motora autónoma Recordando o Capítulo 10, o axónio de um único neurónio motor somático mielinizado estende-se desde o sistema nervoso central (SNC) até às fibras musculares esqueléticas da sua unidade motora (Figura 15.1a). Em contraste, a maioria das vias motoras autónomas é constituída por dois neurónios motores em série, ou seja, um a seguir ao outro (Figura 15.1b): O primeiro neurónio é o neurónio pré-ganglionar, cujo corpo celular se encontra no SNC. O seu axónio mielinizado estende-se do SNC até a um gânglio autónomo. (Recorde-se que um gânglio é uma coleção de corpos celulares neuronais no sistema nervoso periférico – SNP). O segundo neurónio, o neurónio pós-ganglionar, tem o seu corpo celular nesse mesmo gânglio autónomo. O seu axónio não mielinizado estende-se diretamente do gânglio até ao efetor — músculo liso, músculo cardíaco ou glândula. Em algumas vias autónomas, o primeiro neurónio motor estende-se até células especializadas denominadas células cromafins, localizadas na medula suprarrenal (a porção interna das glândulas suprarrenais), em vez de um gânglio autónomo. As células cromafins libertam os neurotransmissores adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (NE). Todos os neurónios motores somáticos libertam apenas acetilcolina (ACh) como neurotransmissor, enquanto os neurónios motores autónomos libertam ACh ou noradrenalina (NE). Divisões do sistema nervoso autónomo (SNA) Ao contrário da via motora somática, o SNA tem duas divisões principais: a divisão simpática e a divisão parassimpática. A maioria dos órgãos recebe inervação dupla, isto é, impulsos provenientes de ambas as divisões. Em muitos casos: um tipo de impulso aumenta a atividade do órgão (excitação), enquanto o outro a diminui (inibição). Por exemplo: o aumento da atividade simpática eleva a frequência cardíaca, e o aumento da atividade parassimpática reduz essa mesma frequência. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO DIVISÃO SIMPÁTICA (“LUTA OU FUGA”) A divisão simpática é frequentemente designada por divisão da “luta ou fuga” (fight-or-flight division). As suas atividades provocam um estado de alerta aumentado e maior atividade metabólica, preparando o corpo para situações de emergência. As respostas típicas incluem: aumento da frequência cardíaca; respiração mais rápida; dilatação das pupilas; boca seca; dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam o coração e os músculos esqueléticos; constrição dos vasos sanguíneos de órgãos menos envolvidos na resposta ao stress (como o trato gastrointestinal e os rins); DIVISÃO PARASSIMPÁTICA (“REPOUSO E DIGESTÃO”) A divisão parassimpática é conhecida como a divisão do repouso e digestão (rest-and-digest division). As suas funções poupam e restauram a energia corporal durante períodos de repouso ou digestão. A maior parte da sua atividade destina-se ao músculo liso e ao tecido glandular dos tratos gastrointestinal e respiratório. Esta divisão atua promovendo a poupança de energia e a reposição das reservas nutritivas. Embora tanto a divisão simpática como a parassimpática estejam envolvidas na manutenção da homeostasia, fazem-no de formas funcionalmente opostas e complementares. Característica SIMPÁTICA (TORACOLUMBAR) PARASSIMPÁTICA (CRANIOSACRAL) Distribuição Regiões amplas do corpo: pele, glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos, tecido adiposo, músculo liso dos vasos sanguíneos. Limitada principalmente à cabeça e às vísceras do tórax, abdómen e pélvis; alguns vasos sanguíneos. Localização dos corpos celulares dos neurónios pré- ganglionares e local de saída Cornos cinzentos laterais dos segmentos T1 a L2 da medula espinhal. Os axónios dos neurónios pré- ganglionares formam o fluxo toracolombar. Núcleos dos nervos cranianos III, VII, IX e X e substância cinzenta lateral dos segmentos S2 a S4 da medula espinhal. Os axónios dos neurónios pré-ganglionares formam o fluxo craniossacral. Gânglios associados Gânglios do tronco simpático e gânglios pré-vertebrais. Gânglios terminais. Localização dos gânglios Próximos do SNC e distantes dos efetores viscerais. Normalmente junto ou dentro da parede dos órgãos efetores viscerais. Comprimento e divergência dos axónios Neurónios pré-ganglionares curtos fazem sinapse com muitos neurónios pós-ganglionares longos, que se distribuem por vários efetores viscerais. Neurónios pré-ganglionares longos fazem sinapse com quatro a cinco neurónios pós-ganglionares curtos, que se dirigem a um único efetor visceral. Ramos comunicantes brancos e cinzentos Ambos presentes: - Ramos brancos contêm axónios pré- ganglionares mielinizados. - Ramos cinzentos contêm axónios pós-ganglionares não mielinizados. Ausentes. Neurotransmissores - Neurónios pré-ganglionares: libertam acetilcolina (ACh), que é excitadora e estimula os neurónios pós- ganglionares. - Neurónios pós-ganglionares: libertam maioritariamente noradrenalina (NE); os que inervam glândulas sudoríparas e alguns vasos sanguíneos libertam ACh. - Neurónios pré-ganglionares: libertam ACh, que é excitadora e estimula os neurónios pós-ganglionares. - Neurónios pós-ganglionares: libertam ACh. Efeitos fisiológicos Respostas de“luta ou fuga” (fight-or-flight): aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, da libertação de glicose e da vigilância. Respostas de “repouso e digestão” (rest-and-digest): conservação de energia, digestão, redução da frequência cardíaca e da tensão arterial. Característica Sistema Nervoso Somático (SNS) Sistema Nervoso Autónomo (SNA) Entrada sensorial Proveniente dos sentidos somáticos e dos sentidos especiais. Principalmente dos interoceptores; alguns dos sentidos somáticos e especiais. Controlo da resposta motora Controlo voluntário a partir do córtex cerebral, com contributos dos gânglios da base, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal. Controlo involuntário a partir do hipotálamo, sistema límbico, tronco encefálico e medula espinhal; controlo limitado pelo córtex cerebral. Via do neurónio motor Via de um só neurónio: os neurónios motores somáticos estendem-se a partir do SNC e fazem sinapse diretamente com o efetor. Via de dois neurónios: os neurónios pré- ganglionares estendem-se do SNC e fazem sinapse com neurónios pós-ganglionares num gânglio autónomo. Os neurónios pós-ganglionares estendem-se do gânglio até ao efetor visceral. Alternativamente, os neurónios pré-ganglionares podem estender-se do SNC e fazer sinapse com as células cromafins da medula suprarrenal. Neurotransmissores e hormonas Todos os neurónios motores somáticos libertam apenas acetilcolina (ACh). Todos os neurónios pré-ganglionares simpáticos e parassimpáticos libertam ACh. A maioria dos neurónios pós-ganglionares simpáticos libertam noradrenalina (NE); aqueles que inervam glândulas sudoríparas libertam ACh. Todos os neurónios pós- ganglionares parassimpáticos libertam ACh. As células cromafins da medula suprarrenal libertam adrenalina e noradrenalina (NE). Efetores Músculo esquelético. Músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Respostas Contração do músculo esquelético. Contração ou relaxamento do músculo liso; aumento ou diminuição da frequência e força de contração do músculo cardíaco; aumento ou diminuição da secreção glandular. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO As terminações nervosas do SNA segregam um de 2 tipos de neurotransmissores: Acetilcolina – neurónio colinérgico Noradrenalina - neurónio adrenérgico Todos os neurónios pré-ganglionares do SNS e do SNP assim como os neurónios pós-ganglionares do SNP são Colinérgicos. Os neurónios pós-ganglionares do SNS são adrenérgicos, com exceção daqueles que inervam as glândulas sudorípara que são colinérgicos. Nas membranas celulares de algumas células existem recetores que podem combinar-se com a acetilcolina ou com a noradrenalina. A combinação do neurotransmissor com o recetor funciona como a transmissão de um sinal para as células, levando-as a responder. Consoante o tipo de célula, a resposta pode ser excitatória ou inibitória. – no estômago tem ação excitatória, aumentando a secreção gástrica – no coração tem ação inibitória, reduzindo o ritmo cardíaco SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO TIPO DE RECETOR LOCALIZAÇÕES PRINCIPAIS EFEITOS DA ATIVAÇÃO DO RECETOR COLINÉRGICOS Proteínas integrais nas membranas plasmáticas pós-sinápticas; ativadas pelo neurotransmissor acetilcolina (ACh). Nicotínicos - Membrana plasmática de neurónios pós-ganglionares simpáticos e parassimpáticos. - Células cromafins da medula suprarrenal. - Sarcolema de fibras musculares esqueléticas (placa motora terminal). - Excitação → geração de impulsos nos neurónios pós-ganglionares. - Secreção de adrenalina e noradrenalina. - Excitação → contração. Muscarínicos - Efetores inervados por neurónios pós- ganglionares parassimpáticos. - Glândulas sudoríparas inervadas por neurónios simpáticos colinérgicos. - Vasos sanguíneos do músculo esquelético inervados por neurónios simpáticos colinérgicos. - Em alguns recetores: excitação; noutros: inibição. - Aumento da sudorese. - Inibição → relaxamento → vasodilatação. TIPO DE RECETOR PRINCIPAIS LOCALIZAÇÕES EFEITOS DA ATIVAÇÃO DO RECETOR ADRENÉRGICOS Proteínas integrais nas membranas plasmáticas pós-sinápticas; ativadas pelo neurotransmissor noradrenalina e pelas hormonas noradrenalina e adrenalina. — α₁ (alfa-1) Fibras musculares lisas nos vasos sanguíneos que irrigam as glândulas salivares, pele, mucosas, rins e vísceras abdominais; músculo radial da íris; músculos esfíncteres do estômago e da bexiga urinária. Excitação → contração, provocando vasoconstrição, dilatação da pupila e fecho dos esfíncteres. Células das glândulas salivares. Secreção de K⁺ e água. Glândulas sudoríparas das palmas das mãos e plantas dos pés. Aumento da sudorese. α₂ (alfa-2) Fibras musculares lisas em alguns vasos sanguíneos. Inibição → relaxamento → vasodilatação. Células dos ilhéus pancreáticos que segregam a hormona insulina (células beta). Diminuição da secreção de insulina. Células acinares do pâncreas. Inibição da secreção de enzimas digestivas. Plaquetas no sangue. Agregação plaquetária para formar o tampão plaquetário. β₁ (beta-1) Fibras musculares cardíacas. Excitação → aumento da força e da frequência de contração cardíaca. Células justaglomerulares dos rins. Secreção de renina. Neuro-hipófise (pituitária posterior). Secreção da hormona antidiurética (ADH). Células adiposas. Degradação de triglicéridos → libertação de ácidos gordos no sangue. β₂ (beta-2) Músculo liso das paredes das vias respiratórias; vasos sanguíneos que irrigam o coração, músculos esqueléticos, tecido adiposo e fígado; e nas paredes de órgãos viscerais, como a bexiga urinária. Inibição → relaxamento, provocando dilatação das vias respiratórias, vasodilatação e relaxamento das paredes dos órgãos. Músculo ciliar do olho. Inibição → relaxamento. Hepatócitos do fígado. Glicogenólise (degradação do glicogénio em glicose). β₃ (beta-3) Tecido adiposo castanho. Termogénese (produção de calor).