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FISIOLOGIA
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
MARTA DORA FREITAS ORNELAS
médica Especialista em mgf
doutorada em medicina
2020 / 2021
1
FISIOLOGIA / MEDICINA GERAL E FAMILIAR / ENFERMAGEM
SISTEMA AVALIAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR
UC Semestral com 40 Horas 
AVALIAÇÃO:
2 testes, cada um com 50% de ponderação na nota final
9,5 valores = Nota mínima exigida em cada um dos testes de avaliação
Época de recurso / melhoria ou Época especial (de acordo com o estatuto do aluno)
DATAS DOS TESTES DE AVALIAÇÃO
- Dezembro 2020
- 29 Janeiro 2021
3
a disciplina / apresentação / Métodos de avaliação
1 - introdução à fisiologia humana
	- a célula e os seus componentes
	- O Meio extracelular / Intracelular
	- a membrana celular
	- A homeostasia e OS seus mecanismos de controlo
		- o papel fundamental de alguns sistemas - rESPIRATÓRIO, SNC, RENAL, GI
		- feedback
		- CONTROLO GENÉTICO
		- MEIO AMBIENTE / HÁBITOS E ESTILOS DE VIDA
2 - SISTEMAS DO CORPO HUMANO
PLANO DE AULAS
Medicina / Profissionais de Saúde
18/10/2022
DOENÇA / SAÚDE
Doença - (do latim dolentia, padecimento) é o estado resultante da consciência da perda da homeostase de um organismo vivo. Este estado pode ser total ou parcial e surge devido a inflamações, infeções, isquemias, modificações genéticas, sequelas de traumas, hemorragias ou disfunções orgânicas. 
O dano patológico pode ser estrutural ou funcional. 
DIFERENTES SIGNIFICADOS DA DOENÇA
O “estar doente”, o “ter uma doença” e o “ser doente”!
7
· Punição (expiação)
· Perda (diminuição ou restrições)
· Ameaça (à integridade)
· Valor (oportunidade de aprendizagem/desenvolvimento)
· Alívio
· Desafio (tarefas novas)
· Inimiga (combate)
NÍVEIS DE VULNERABILIDADE
§ Antropológica/Ontológica (finitude da condição humana)
§ Fenomenológica (recetividade pessoal)
§ Existencial (sensibilidade subjetiva)
§ Psicológica (dor mental)
§ Fisiológica (fragilidade da vida do doente)
§ Natural (fragilidade da natureza)
§ Social (fragilidades sociais)
§ Cultural (fragilidade das tradições e costumes)
“Quem sofre não são os corpos, são as pessoas” Cassell
A dor refere-se a uma situação mais pontual, desagradável e sensorial/física (sendo que também pode ser emocional) resultante de lesões anatómicas reais, enquanto que, o sofrimento, generaliza um mal-estar acentuado (distress) causado por acontecimentos que ameaçam a integridade da pessoa como um todo (whole person) e que é um estado mais complexo, tanto a nível afetivo, como cognitivo e que pode levar a um sentimento de impotência pessoal.
SAÚDE - UM BEM COMPLEXO E DESEJÁVEL
FACTORES GENÉTICOS E DOENÇA
"Cancer is a Preventable Disease that Requires Major Lifestyle Changes"
CONCEITOS IMPORTANTES NA GENÉTICA:
Fenótipo: características observadas num determinado indivíduo. Um fenótipo particular pode ser resultante de um genótipo, do ambiente
ou de ambos
Genótipo: constituição genética de um indivíduo
Mutação: é causada por uma alteração na sequência de nucleótidos do DNA que na
tradução leva à produção de uma proteína não funcional
Polimorfismo: A presença numa população de duas ou mais variantes distintas na mesma posição em que a frequência da variante mais rara esteja presente em mais de 1% da população. O polimorfismo pode afectar ligeiramente a função da proteína ou não ter significado funcional
18/10/2022
FISIOLOGIA HUMANA
Explicar as características e os mecanismos específicos do corpo humano que fazem dele um ser vivo;
VIDA como resultado de complexos sistemas de controle
Fome, Frio, Medo
Todo o sangue na circulação percorre todo o circuito circulatório, em média, uma vez a cada minuto, quando o corpo está em repouso e até por seis vezes por minuto, quando a pessoa está extremamente ativa;
Conceitos Fundamentais de Patologia
PATOLOGIA - Do grego physis (natural, natureza) + pathos (doença) + logos (ciência)
Patologia Clínica; Anatomia Patológica
Sobrenatural (ano 570 aC)
Pitágoras – Empédocles – Platão
Hipócrates
Galeno 
Teoria dos 4 Humores Corporais: sangue, linfa, bílis amarela e bílis negra) – consoante qtdds no corpo havia Eucrasia ou Discrasia
Desiquilibrio Humoral – 1 doença – 1 terapêutica (sangria, purgação, vómito, suor)
Patologia Clinica – Ciência que se ocupa do estudo dos procedimentos bioquímicos e biológicos realizados no sangue, fluidos, excreções
Anatomia Patológica – Estudo das alterações macro e microscópicas ocorridas nas células e tecidos
Sobrenatural até ao ano 570 a.C.; Filosofias de Pitágoras (570 até 496 a.C.) Platão (427-347 a.C.)
Empédocles (495-435 a.C.) – Doença surge do desiquilíbrio dos 4 elementos que constituíam o mundo (Terra, Ar, Fogo e Água)
Hipócrates (460-377 a.C) – FOI O 1º PATOLOGISTA; Tratado “corpus Hipocraticus”); Pai da Medicina; Eucrasia – Equilíbrio; Discrasia – Doença e Dor
Galeno – Dissecção de animais (estruturas anatómicas/função); sinais físicos anormais – clínica - descobertas post mortem; Humores
18/10/2022
Mondino de Luzzi (Bolonha) 1316 – 1º Livro de Anatomia
Mattias Schleiden e Theodor Schwann – “…todas as plantas e tecidos animais são constituídos por unidades microscópicas individuais…” – TEORIA CELULAR
1850 “o corpo é um estado celular e a doença um conflito entre as células” 
Século XX – Biologia Molecular – DNA 
Em 1858, 19 anos depois do aparecimento da Teoria Celular Rudolf Virchow revolucionou o mundo da medicina:
“…pathology is physiology with obstacles…”
Das conclusões e testemunhos de Virchow saliento uma que na minha opinião condensa o que de facto é a melhor definição de patologia : “…pathology is physiology with obstacles…”
DNA – Também denominado por “a molécula da vida”
18/10/2022
Bloco de conhecimento científico, ideias e métodos de investigação, essenciais para a compreensão e prática de uma medicina baseada na evidência
PATOLOGIA Dedica-se ao estudo das alterações estruturais e funcionais nas células, tecidos e órgãos que dão origem às doenças. Explica os porquês e as causas dos sinais e sintomas manifestados por pacientes e ao mesmo tempo, fornece informações sólidas para a assistência clínica e tratamentos racionais,
PATOLOGIA como termo mais abrangente do que “fisiopatologia” pq é usado no contexto de uma análise mais pormenorizada da doença – escala microscópica; 
18/10/2022
FISIOPATOLOGIA
IDENTIFICAÇÃO E COMPREENSÃO DAS CAUSAS DA DOENÇA
PREVENÇÃO
RESOLUÇÃO / TRATAMENTO
Taxa de mortalidade passou de 40% para 2%
FLORENCE NIGHTINGALE (1820-1910)
Primeiro modelo de melhoria continuada
Rígidos padrões sanitários e cuidados de enfermagem
Resultado das intervenções
18/10/2022
ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO CORPO HUMANO
Átomos
Moléculas
Organelos
Células
SISTEMAS DO CORPO HUMANO
Sistema
digestivo
Sistema
cardiovascular
Sistema
linfático
Sistema
respiratório
Sistema
urinário
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SISTEMAS DO CORPO HUMANO
Sistema
nervoso
Sistema
hormonal
Sistema
reprodutor
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Organização Funcional do Corpo Humano
	- No corpo humano existem cerca de 100 trilhões de CÉLULAS
	 * Membrana Celular
	 * Líquido Intracelular
	- Líquido Extracelular = “Meio Interno” do corpo (local onde todas as células 		vivem)
Homeostasia
Controlo Genético (da Síntese de Proteínas; Reprodução e Funcionamento Celular)
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA
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REGULAÇÃO DO MEIO INTERNO
O corpo humano funciona como um sistema aberto, isto é, realiza trocas de matéria e de energia com o meio exterior.
Estas trocas são essenciais para manter constantes as condições do meio interno. 
Matéria
Energia
Homeostasia — Capacidade em manter estáveis as condições internas do corpo face às contínuas alterações do meio exterior.
A célula é confinada dentro de uma estreita faixa de função e estrutura por seus programas genéticos de metabolismo e diferenciação, por limitações das células vizinhas e pela disponibilidade de substrato metabólico.
Se os limites da resposta adaptativa a um estímulo forem ultrapassados, ou, em certos casos, quando a adaptaçãoé impossível, sobrevém uma sequência de eventos, chamada de genericamente de lesão celular.
A lesão celular é reversível até certo ponto, mas, se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula atinge o “ponto sem retorno”, e sofre lesão celular irreversível e morte celular.
LÍQUIDO EXTRACELULAR - Contém grandes quantidades de sódio, cloreto e íons bícarbonato + nutrientes para as células, como oxigênio, glicose, ácidos gordos e aminoácidos. Contém também o dióxido de carbono;
O líquido extracelular é transportado para todas as partes do corpo em duas fases: 1) movimentação do sangue pelo corpo, nos vasos sanguíneos; 2) movimentação de líquido entre os capilares sanguíneos e os espaços intercelulares entre as células dos tecidos.
LÍQUIDO INTRACELULAR - Contém grandes quantidades de íons potássio, magnésio e fosfato;
Mecanismos especiais para o transporte de iões, através das membranas celulares, mantêm as diferenças de concentração iônicas entre os líquidos extracelulares e intracelulares
REGULAÇÃO DO MEIO INTERNO
O meio interno é formado pelos fluidos que circulam no corpo (sangue e linfa), que banham todas as células (líquido extracelular) e que fazem parte da sua constituição (líquido intracelular). 
Líquido extracelular
Linfa
ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
Quando o sangue passa pelos capilares sanguíneos, ocorre troca contínua do líquido extracelular entre a parte plasmática do sangue •e o líquido intersticial que preenche os espaços intercelulares
O líquido extracelular, em todas as partes do corpo - tanto no plasma quanto no liquido intersticial - está continuamente a ser misturado, mantendo homogeneidade quase completa do líquido extracelular no corpo.
CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DO ORGANISMO
REGULAÇÃO DO MEIO INTERNO
Sistema
Nervoso
e Hormonal
Sistema
Respiratório
Pele
Sistema
Digestivo
Sistema
Urinário
Sistema
Circulatório
Para manter a homeostasia, o organismo necessita da interconexão de todos os sistemas de órgãos, sendo o sistema nervoso e o sistema hormonal particularmente importantes.
O CORPO HUMANO EM EQUILÍBRIO COM O MEIO
MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA
COMO MANTEMOS A HOMEOSTASIA
Sistema Respiratório
Sistema Renal
Sistema Musculo-Esquelético
Sistema Nervoso 
Sistema Endócrino
Sistema Gastrointestinal + Fígado
Sistema Imune
Pele
Sistema Reprodutor
MECANISMOS DE CONTROLO DA HOMEOSTASE
-sensor 
-centro de controle
-efector
- Sensor deteta ruturas na homeostase (provocadas por impulsos nervosos ou alterações nos níveis hormonais )
- Centro de controle localizado no SNC que recebe sinais oriundos do sensor e regula a resposta do organismo a essas ruturas (iniciando o mecanismo efector)
- Efector Atua restabelecendo a homeostase 
RETROALIMENTAÇÃO / FEEDBACK
- positiva
- negativa
MECANISMOS DE CONTROLO HOMEOSTÁTICOS
FEEDBACK NEGATIVO
A alta concentração de dióxido de carbono desencadeia eventos/ordens para a sua diminuição até atingir o valor normal, o que é negativo para o estímulo inicial
A diminuição da concentração de dióxido de carbono produz feedback para aumentar a sua concentração. Essa resposta também é negativa em relação ao estímulo inicial.
FEEDBACK POSITIVO - Promove a instabilidade e em alguns casos, a morte; O estímulo inicial causa mais estímulo, que é o feedback positivo:
Coagulação
Parto
Hemorragia
A CÉLULA
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA
Água, Electrólitos, Proteínas, Lípidos e Carbohidratos
SISTEMAS FUNCIONAIS
MEMBRANA CELULAR
38
A MEMBRANA CELULAR
MEMBRANA CELULAR
A dupla camada lipídica básica é composta por moléculas de fosfolipídios. Uma extremidade da molécula de fosfolipídio é solúvel em água - hídrofílica. A outra extremidade é solúvel apenas em lipídios - é hidrofóbica;
A extremidade do fosfolipídio com fosfato é hidrofílica e a extremidade com ácidos gordos é hidrofóbica;
1 – ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA MEMBRANA
Membrana celular – 7,5 a 10 nm de espessura
Apesar das particularidades individuais, todas as membranas biológicas são formadas por uma dupla camada fosfolípidica e por proteínas unidas por ligações covalentes e que se comportam segundo o Modelo , Mosaico Fluído
Os fosfolípidos são moléculas antipáticas e dispõem-se em bicamada com a porção hidrófoba não polar (caudas de ácidos gordos) dirigida para o centro da membrana e com a porção hidrofílica polar (cabeça com terminal fosfato) direcionada para o exterior ou interior da célula
Os fosfolípidos que a constituem podem-se mover rapidamente na sua monocamada por difusão lateral, rotação e flexão
O colesterol interpõe-se na bicamada fosfolipídica com o seu núcleo esteróide disposto paralelamente às cadeias de ácidos gordos
Bicamada lipídica (25% fosfolípidos; 12% colesterol; 4% outros lípidos) – Permeabilidade; Temperatura; “Tampão de Fluidez”
Proteínas (55%) – Responsáveis pela maioria das funções da célula
Proteínas Membranares
As proteínas extrínsecas ou periféricas ligam-se às superfícies interna ou externa por forças eletrostáticas e podem ser removidas por procedimentos químicos fracos (ex.: alterações na composição iónica do meio). As proteínas intrínsecas ou integrais interatuam com os lípidos membranares por ligações hidrófobas e só detergentes potentes ou solventes orgânicos as removem;
Proteínas de: reconhecimento; recetores; transporte (bomba sódio e potássio); junção…
Carbohidratos na Membrana
Correspondem a cerca de 3% do total de componentes da membrana celular;
Os carbohidratos ligam-se predominantemente à superfície externa das proteínas membranares e dos lípidos, formando as glicoproteínas e os glicolípidos, respetivamente. A camada resultante de carbohidratos na superfície membranar externa constitui o glicocálice, que desempenha importantes funções. Alguns glicolípidos e glicoproteínas têm ácido siálico que confere uma carga negativa à célula, permitindo-lhe repelir substâncias carregadas negativamente; participa na adesão entre células e em reações imunes e algumas funcionam como recetores para ligação de hormonas como é o caso da insulina;
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
1 – DIFUSÃO
2 – OSMOSE
3 – TRANSPORTE MEDIADO POR PROTEÍNAS
	3.1 – TRANSPORTE PASSIVO
	3.2 – TRANSPORTE ATIVO
		3.2.1 – PRIMÁRIO
		3.2.2 – SECUNDÁRIO
	3.3 – ENDOCITOSE E EXOCITOSE
	3.4 – TRANSPORTE EPITELIAL
		3.4.1 – VIA PARACELULAR
		3.4.2 – VIA TRANSCELULAR
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	1 – DIFUSÃO
O estado de equilíbrio de um sistema contendo moléculas com movimento aleatório é aquele em que a desordem/entropia é máxima, a energia livre é mínima e os solutos estão uniformemente distribuídos pelo sistema).
A difusão é um meio de transporte rápido e eficaz para curtas distâncias mas muito ineficaz para distâncias com mais de alguns microns. Devido à lentidão da difusão para distâncias macroscópicas, os organismos multicelulares desenvolveram sistemas circulatórios (ex: sangue, transporte axonal) que asseguram um movimento rápido de partículas para longas distâncias. A difusão proporciona o movimento de partículas entre células e sangue.
A Lei de Fick para a difusão define quantitativamente as relações entre estes três fatores. Postula que a quantidade de uma substância difundida por unidade de tempo num dado momento, isto é, o fluxo de difusão (J) é proporcional ao coeficiente de difusão (D, cm2/s), à área disponível de troca (A) e ao gradiente de concentração (AC) e inversamente proporcional à distância a que ocorre a difusão
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	1 – DIFUSÃO
Permeabilidade relativa da bicamada lipídica a diferentes classes de moléculas: quanto mais pequena e lipossolúvel for a molécula mais rapidamente se difunde pela bicamada
Oxigénio, Dióxido de Carbono, Ácidos gordos e Hormonas Esteróides = Moleculas Apolares;
Água = Polar – Devido ao seu pequeno tamanho sofre rápida difusão membranar; Aquaporinas (proteínas membranares / canais para a difusão da água)
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	2 – OSMOSE
Osmose é o processo pelo quala água se move espontaneamente através de uma membrana semipermeável (i.e., permeável à água mas não aos solutos) das regiões de maior concentração de água para as de menor concentração
Diferença entre TONICIDADE e OSMOLARIDADE
CONSIDEREMOS UMA CÉLULA NUMA SOLUÇÃO ISOTÓNICA À QUAL SE ADICIONA UMA CERTA QUANTIDADE DE SOLUTO:
Se a célula for permeável ao soluto parte deste passa para o citoplasma. Após o equilíbrio difusional e osmótico ser atingido, a osmolaridade intra e extracelular ficam iguais. Neste caso, a adição de soluto torna a solução extracelular isotónica e hiperosmótica relativamente à inicial.
Se a célula for impermeável ao soluto adicionado, o aumento da concentração de soluto extracelular cria um gradiente de pressão osmótica que causa saída de água, havendo diminuição do volume celular. A solução extracelular fica, assim, hipertónica e hiperosmótica relativamente à inicial.
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
O transporte de solutos polares e iões através de uma membrana celular realiza-se por intermédio de proteínas membranares intrínsecas. Este transporte designa-se por transporte mediado por proteínas ou simplesmente, transporte mediado;
O transporte mediado classifica-se, sob o ponto de vista termodinâmico, em activo e passivo. As principais diferenças são a bidireccionalidade do transporte passivo e o gasto energético do transporte activo. As proteínas de transporte podem ser divididas em 2 grupos principais: canais e transportadores;
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.1 - PASSIVO
O transporte passivo, por definição, não requer energia metabólica e ocorre apenas segundo o
gradiente de concentração. 
Também se designa difusão facilitada porque o transporte de substâncias mediado por proteínas ocorre dos locais de maior concentração para os locais de menor concentração, sendo muito mais rápido do que seria de esperar pela sua lipossolubilidade. 
É um mecanismo particularmente eficaz na captação celular de substâncias que são metabolizadas (como a glicose), uma vez que a sua conversão química intracelular sustenta o gradiente de concentração.
O transporte passivo é determinado pelo(a):
a) Gradiente de concentração através da membrana;
b) Número de proteínas transportadoras;
c) Velocidade de interação soluto-proteína de transporte;
d) Velocidade de alteração conformacional da proteína de transporte
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.2 - ACTIVO
Por definição, transporte activo é um processo que desloca solutos contra o seu gradiente electroquímico e que está ligado a uma fonte de energia. Esta pode ser o ATP (transporte activo primário) ou um gradiente transmembranar de um segundo soluto (transporte activo secundário)
No transporte activo primário o transportador é uma ATPase que catalisa o ATP e se autofosforila. Esta fosforilação pode alterar a afinidade do seu local de ligação para o soluto e a taxa de alteração conformacional, causando uma assimetria na distribuição da substância transportada.
Existem três classes de ATPases transportadoras de iões: tipo P, tipo V e tipo F. A ATPase tipo F mitocondrial é a principal fonte de ATP e as de tipo P e V são as principais consumidoras de ATP (Quadro II).
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.2 – ACTIVO (Primário)
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.2 - ACTIVO
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.2 – ACTIVO (Secundário)
No transporte activo secundário é utilizada a energia potencial química armazenada num gradiente de concentração de outra molécula. Assim, o fluxo de iões dos locais de maior concentração (estado energético mais elevado) para os de menor concentração ( estado energético mais baixo) fornece a energia necessária para o transporte activo contra-gradiente do soluto
Em última análise, a energia para o transporte activo secundário provém do ATP que é utilizado pela bomba Na+/K+ para criar o gradiente de sódio. Se inibirmos a produção de ATP, o transporte activo primário de sódio cessa, deixa de existir o gradiente de sódio, o que conduz à falência dos sistemas de transporte activo secundário dependentes do gradiente de sódio
no transporte activo secundário, o movimento de sódio é sempre segundo o seu gradiente enquanto que o soluto é transportado activamente contra-gradiente, isto é, para os locais de maior concentração
Se o movimento do soluto e do ião ocorrem na mesma direção designa-se por simporte (ou cotransporte):
	- co-transportador de Na+-glicose (forma 	de absorção intestinal da glicose);
	- co-transportador Na+-K+-2Cl- 	(importante na reabsorção de solutos 	nos túbulos renais);
	- trocador Na+-Ca2+ (entrada de sódio e 	saída de cálcio)
Se ocorrer em direções opostas diz-se tratar de um antiporte (ou contra-transporte).
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	3 – MEDIADO POR PROTEÍNAS
		3.2 – ACTIVO (Secundário)
Principais Características dos Diferentes Tipos de Transporte
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	4 – MEDIADO POR VESÍCULAS
PARA TRANSPORTAR MACROMOLÉCULAS ATRAVÉS DA SUA MEMBRANA PLASMÁTICA
ENDOCITOSE - Entrada de material para a célula sem atravessar a sua membrana celular; Requer energia metabólica (activo):
	- Regiões da membrana plasmática se invaginam e formam vesículas intracelulares que encerram um 	pequeno volume de matriz extracelular
	- A maior parte das vesículas endocíticas fundem-se com lisossomas primários, constituindo os 	lisossomas secundários onde o conteúdo da vesícula é digerido
	- A Endocitose mediada por receptores é um tipo particular de endocitose que envolve regiões 	membranares com a proteína clatrina que permitem a formação de vesículas franjadas ou revestidas
 	- A Fagocitose ocorre apenas em células especializadas, como os macrófagos e os granulócitos envolve a 	digestão de partículas de grandes dimensões (ex.: vírus, bactérias, detritos celulares)
	- A Pinocitose é característica de todas as células e permite a captação de fluídos e dos seus 	constituintes
ENDOCITOSE
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	4 – MEDIADO POR VESÍCULAS
A EXOCITOSE ocorre quando vesículas intracelulares se fundem com a membrana plasmática, é uma forma de adicionar componentes à membrana plasmática e uma via pela qual moléculas impermeáveis (como proteínas sintetizadas pelas células) podem ser libertadas para o fluído extracelular.
A libertação de neurotransmissores dos terminais axonais ocorre por exocitose.
EXOCITOSE
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	5 – TRANSPORTE EPITELIAL
A membrana das células epiteliais encontra-se polarizada relativamente às suas características de transporte e permeabilidade. As células epiteliais do intestino delgado e do túbulo proximal do rim são bons exemplos desta polaridade;
As junções apertadas que unem as células lateralmente, evitam que as proteínas transportadoras das membranas luminal e basolateral se misturem;
A membrana luminal destas células tem sistemas de transporte activo secundário que permitem a entrada de glicose e de aminoácidos pelo gradiente de sódio, mas deixam a célula por sistemas de transporte passivo presentes na membrana basolateral;
Via Paracelular - Através das junções apertadas entre as células
Via Transcelular - Atravessando a membrana luminal, o citoplasma da célula e a membrana basolateral
A = Paracelular
B = Transcelular
2 – MECANISMOS DE TRANSPORTE MEMBRANAR
	5 – TRANSPORTE EPITELIAL
BIBLIOGRAFIA
Alberts B, Bray D, Lewis J, Raff M, Roberts K, Watson JD, editors. Molecular Biology of the Ceil. New York: Garland, 1994:477-549.
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7. Vander A, Sherman J, Luciano D, editors. Human Physiology. Boston: Me Graw Hill, 1998:112-140; 178-192.
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