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ANOMALIAS CONGÊNITAS HUMANAS
 1. INTRODUÇÃO
No início da década de 40 foram feitos os 
primeiros relatos de que um agente infeccioso 
(vírus da rubéola) poderia causar malformações 
congênitas graves. Na década de 50, filhos de 
mães que utilizaram o sedativo e antiemético 
talidomida durante a gestação, nasceram 
com graves anomalias nos membros e outras 
alterações no desenvolvimento.
 Até então, acreditava-se que os embriões 
estavam protegidos de agentes infecciosos e 
químicos devido às membranas placentárias. 
Com estes relatos, iniciou-se os estudos do papel 
dos fármacos/drogas e de agentes biológicos na 
etiologia das anomalias congênitas humanas.
As anomalias ou malformações congênitas 
são alterações no desenvolvimento presentes 
ao nascimento. Elas são importantes causas 
de morte na infância, de doenças crônicas e 
deficiência. Segundo a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), dentre as 2,68 milhões de mortes 
durante o período neonatal em 2015 no mundo, 
303 mil foram em consequência de anomalias 
congênitas.
2. ETIOLOGIA 
As causas das anomalias congênitas são 
divididas em: fatores genéticos, ambientais e 
herança multifatorial (Fig. 1). De 20-25% das 
anomalias congênitas têm herança multifatorial, 
entre 6-7% devem-se a anormalidades 
cromossômicas, de 7-8% são causadas por genes 
mutantes e entre 7-10% têm como causadores 
os agentes ambientais. Entretanto, cerca de 50-
60% têm etiologia desconhecida.
Figura 1 – Causas de anomalias congênitas humanas.
Adaptado MOORE, K.; PERSAUD, T.V.N. (2012).
2.1. FATORES GENÉTICOS
Os fatores genéticos são as causas mais 
frequentes de anomalias congênitas, cerca de 
15%, sendo eles anormalidades cromossômicas 
e genes mutantes. As anormalidades 
cromossômicas estão presentes em 6-7% dos 
zigotos. Muitos zigotos, blastocistos e embriões 
com anormalidades cromossômicas são 
abortados até a 3 ª semana de desenvolvimento. 
Muitos nem sofrem clivagem e não se tornam 
blastocistos.
 Veja maiores detalhes sobre as anormalidades 
cromossômicas numéricas e estruturais na 
disciplina de Genética Humana. 
2.2. FATORES AMBIENTAIS
Teratógeno é qualquer agente químico, físico 
ou biológico que pode causar um defeito 
congênito ou ainda aumentar a incidência 
de um determinado defeito na população. Os 
teratógenos têm diferentes mecanismos de 
ação. No geral, induzem uma resposta celular 
inicial que irá causar alterações celulares, 
como morte celular, falhas nos movimentos 
morfogenéticos, rompimento mecânico, entre 
outros. Como resultado final ocorre a morte 
intrauterina, defeitos no desenvolvimento, 
retardo do crescimento fetal ou perturbações 
funcionais.
O período mais crítico do desenvolvimento 
para a exposição a teratógenos está entre a 
3ª e a 8ª semana (Fig. 2). Como essa é a fase 
de diferenciação e morfogênese, grandes 
defeitos no desenvolvimento podem acontecer. 
A exposição a teratógenos durante o período 
fetal pode resultar principalmente em alterações 
funcionais (Ex: Retardo mental).
99www.biologiatotal.com.br
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Adaptado SADLER, T. W. (2013).
Figura 3 – Risco de indução de defeitos congênitos nos períodos embrionário e fetal.
Tabela 1 - Teratógenos humanos e malformações congênitas associadas.
Adaptado SADLER, T. W. (2013).
Figura 2 – Sensibilidade a teratógenos nos diferentes períodos de desenvolvimento.
Além do período de exposição ao agente 
ambiental (Fig. 3), outros fatores como a dose 
do fármaco e o genótipo do embrião influenciam 
a possibilidade de teratogenicidade. Para que 
um fármaco seja considerado teratogênico é 
necessário que se observe uma relação dose-
resposta: quanto maior a dose do medicamento, 
maior o efeito fenotípico. 
2.2.1. Fármacos/Drogas e Agentes químicos
Cerca de 2% das anomalias congênitas 
são causadas por fármacos/drogas e outros 
agentes químicos. Algumas substâncias 
comprovadamente teratogênicas são mostradas 
na tabela 1.
Teratógeno Malformações congênitas
Agentes infecciosos
Vírus da rubéola catarata, glaucoma, defeitos cardíacos, 
perda de audição, anomalias nos dentes
Citomegalovírus Microcefalia, comprimento visual, retardo 
mental, morte fetal
Herpes-vírus simples Microftalmia, microcefalia, displasia da 
retina
Vírus varicela Cicatrizes na pele, hipoplasia dos membros, 
retardo mental, atrofia muscular
Toxoplasmose Hidrocefalia, calcificações cerebrais, 
microftalmia
Sífilis Retardo mental, perda auditiva
Agentes físicos
Raio X Microcefalia, espinha bífida, fenda 
palatina, defeitos nos membros
Hipertermia Anecefalia, espinha bífida, retardo mental
Agentes químicos
Talidomida Defeitos nos membros, malformações 
cardíacas
Aminopterina Anencefalia, hidrocefalia, fendas labial e 
palatina
Difenil-hidantoína 
(fenitoina)
Síndrome de hidantoína fetal: defeitos 
faciais, retardo mental
Ácido valproico Defeitos do tube neural; anomalias 
cardíacas, craniofaciais e esqueléticas
Lítio Malformações cardíacas
ISRS Malformações cardíacas
Anfetaminas Fenda labial e palatina, defeitos cardíacos
Varfarina Anomalias esqueléticas (hipoplasia nasal, 
epífises pontilhadas)
Inibidores da ECA Retardo do crescimento, morte fetal
Micofenolato de 
mofetila
Fendas labial e palatina, defeitos cardíacos, 
microtia, microcefalia
Álcool
Sindrome alcoólica fetal (SAF), fissuras 
palpebrais crustas, hipoplasia maxilar, 
defeitos cardíacos, retardo mental
Isotretinoína (vitamina 
A)
Embriopatia da isotretinoína: olhos 
pequenos e com formato anormal, 
hipoplasia mandibular, fenda palatina, 
defeitos cardíacos
Solventes industriais Baixo peso ao nascer, defeitos craniofaciais 
e do tubo neural
Mercúrio orgânico Manifestações neurológicas semelhantes 
às da paralisia cerebral
Hormônios
Agentes androgênicos
Masculinização da genitália feminina: 
lábios fundidos, hipertrofia do clitóris 
(etisterona, noretisterona)
DES
Malformação do útero, das tubas uterinas 
e da porção superior da vagina; câncer 
vaginal; testículos malformados
Diabetes materna Malformações diversas; defeitos cardíacos 
e do tubo neural são os mais comuns
obesidade materna defeitos do tubo neural, defeitos cardíacos, 
onfalocele
ISRS= Inibidores Seletivos da Racaptação de Serotonina; 
ECA=Ensima Conversora de Angiotensina; DES= Dietilestilvestrol
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O tabagismo é um hábito que causa Retardo no 
crescimento intrauterino (RCIU) e baixo peso ao 
nascer ((prega de pele na pálpebra superior), 
mãos com hipoplasia digital grave (dedos 
curtos). 
A Isotretinoína (ácido-13-cis-retinoico) é 
utilizado como tratamento para acne em muitos 
jovens. A exposição a este composto eleva o risco 
de aborto espontâneo, pode causar dimorfismo 
craniofacial (microtia e micrognatia), fenda 
palatina, anomalias cardiovasculares, defeitos 
no tubo neural e prejuízo neuropsicológico.
2.2.2. Agentes infecciosos
Alguns agentes infecciosos podem atravessar a 
membrana placentária, penetrar na circulação 
sanguínea do embrião/feto e causar anomalias 
congênitas ou aborto. Alguns dos agentes 
infecciosos teratogênicos mais conhecidos estão 
citados na tabela 1. 
A toxoplasmose é uma infecção materna que 
pode ser causada pelo consumo de carne 
crua ou mal cozida e pelo contato com fezes 
de animais domésticos contendo cistos de 
Toxoplasma gondii. As anomalias congênitas 
causadas por este agente infeccioso incluem 
alterações destrutivas no encéfalo (calcificações 
intracranianas) e nos olhos (coriorretinite). Como 
resultado destas alterações, a criança pode ter 
deficiência mental, microcefalia, microftalmia e 
hidrocefalia.
Recentemente, nos anos de 2015 e 2016, o 
Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes 
aegypti, foi associado ao aumento de casos 
de microcefalia (perímetro cefálico abaixo da 
média) e outras anomalias congênitas.
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ANOTAÇÕES
2.2.3. Agentes físicos
A exposição a altas doses de radiação ionizante 
(exames radiológicos, testes diagnósticos que 
utilizam radioisótopos e bombas atômicas) pode 
causar lesão nas células embrionárias, resultando 
em morte celular, lesão de cromossomos, 
deficiência mental e crescimento reduzido. 
Dentre as mulheres que sobreviveram e estavam 
grávidas durante a explosão das bombas atômicas 
de Hiroshima e Nagazaki, cerca de 28% abortaram 
espontaneamente, 25% das crianças morreram 
no 1° ano de vida e 25% deram à luz bebês com 
defeitos graves no sistema nervoso central (SNC). 
 
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EX
ER
CÍ
CI
OS
EXERCÍCIOS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
O que são anomalias ou malformações congênitas?
Quais são as causas mais frequentes de anomalias 
congênitas humanas?
a)Anormalidades cromossômicas e genes 
mutantes.
b) Agentes químicos.
c) Agentes físicos.
d) Agentes infecciosos.
e) Agentes ambientais.
O que é um teratógeno?
Os diferentes fatores citados abaixo determinam a 
teratogenicidade de um agente, exceto:
a) Período de exposição.
b) Idade materna.
c) Dose do fármaco.
d) Genótipo do embrião.
Qual é o período mais crítico do desenvolvimento 
para a exposição a um teratógeno?
a) 1ª e 2ª semanas.
b) 3ª até a 8ª semana.
c) 9ª até a 38ª semana.
d) Período fetal.
e) O risco de indução de teratogênese independe 
do período do desenvolvimento.
São alterações causadas pelo tabagismo, exceto:
a) Retardo no crescimento intrauterino (RCIU).
b) Baixo peso ao nascer (

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