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DOENÇAS DO TRABALHO Professor Esp. Thiago Alberto Cavazzani REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Eduardo da Silva Carlos Henrique Moraes dos Anjos Pedro Vinícius de Lima Machado FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP C377d Cavazzani, Thiago Alberto Doenças do trabalho / Thiago Alberto Cavazzani. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 62 p. 1. Medicina do trabalho. 2. Doenças do trabalho - Prevenção. 3. Ergonomia. 4. Higiene do trabalho. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23. ed. 616.9803 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 AUTOR Professor. Thiago Alberto Cavazzani Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paranaense (Unipar); Especialista: Medicina e Sono (Unifesp – USP) Instituto do Sono; Residência em Fisioterapia Hospitalar; Especialização em Reabilitação Cardio-Hospitalar; Membro da Sociedade Brasileira de Sono; Membro Titular da SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia; Professor do Estado do Paraná 2015 – 2023; Coordenador de Curso da Unifatecie. INFORMAÇÕES RELEVANTES: Prof. Titular da Pós-Graduação de Fisioterapia Hospitalar, Reabilitação Cardiopulmonar, Fisioterapia Terapia-Intensiva da Instituição de Ensino (Inspirar) 2005 – 2023. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/2752832405322384 http://lattes.cnpq.br/2752832405322384 4 Seja muito bem-vindo (a)! Prezado (a) aluno (a), este é o início de uma grande jornada, visto que você se interessou pelo assunto desta disciplina. Venho propor junto com você construir nosso conhecimento sobre conceitos fundamentais de DOENÇAS DO TRABALHO na sua área específica de formação. Além destes fundamentos, exploremos as mais diversas aplicações especificas na área Laboral/Ocupacional. Durante o desenvolvimento deste material de apoio da disciplina estaremos abor- dando os princípios e conceitos básicos da introdução das Doenças que estão intimamente relacionados ao Trabalho. Sem dúvida o processo Laborativo, acaba expondo o trabalha- dor em diversas situações de risco, dentre elas, estão: sobrecarga, movimentos errados, movimentos repetitivos, estresse (emocional e estrutural) levando o colaborador a uma vulnerabilidade, acarretando Doenças Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (DORT), diante disto, será de extrema importância que acompanhem todas as Unidades de Ensino e Aprendizagem que estará sendo destacada abaixo. Use-o de forma sistemática, especial- mente como um instrumento para seu sucesso na carreira escolhida. É exatamente por isso que ela se torna importante para você, visto que, terá conhe- cimentos diversos da área das doenças ocupacionais. Busca-se, através deste material, promover uma perspectiva crítica e elevada so- bre os conhecimentos, permitindo uso destes em diversas áreas, setores, organizações ou ações de você profissional especializado. Na Unidade I deste material de apoio, iremos iniciar compreensão, estratégias ge- rais e abordagens de educação em saúde do trabalhador e ergonomia. Durante essa etapa do processo de formação será desenvolvido os princípios introdutórios da elaboração de conhecimentos básicos necessários para compreensão da disciplina. Logo após, vamos dar continuidade nos estudos, no entanto, de maneira pormenorizada, aprofundando os processos ergonômicos. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 5 Logo após, na Unidade II, Condições ambientais e Estação de trabalho e teletrabalho. Durante o desenvolvimento dessa unidade, estará sendo abordado as estruturas que estão relacionados ao teletrabalho (home office) a legislação brasileira, avaliação da estrutura do trabalho e avaliação dos riscos do trabalho. Já na Unidade III iremos dar continuidade ao estudo das DOENÇAS DO TRA- BALHO, no entanto, dissecaremos alguns temas para elucidarmos e ficar melhor a com- preensão, fazendo uma ponte com a unidade I e unidade II, Profissional da saúde na promoção e prevenção da saúde — individual e coletiva. Durante o desenvolvimento dessa unidade de ensino estará sendo abordado as sobrecargas que poderá ocorrer em diversos profissionais, fizemos uma analogia ao profissional da área da saúde, no entanto, podemos fazer uma correlação em diversas áreas, também trazemos um tema muito importante e relevante na parte ocupacional que é a ginástica labora, onde tem uma aplicabilidade diversa nas empresas. E por último, na Unidade IV iremos dar continuidade com a abordagem de mais técnicas de avaliação do fisioterapeuta, A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17).: Durante o desenvolvimento desta etapa da disciplina estaremos discutindo de maneira aprofundada as NR (Normas Regulamentadoras) dentre elas, a NR 17 que tem uma espe- cificidade na área ergonômica Desta forma, como já dito, esperamos que este material sirva como base na apli- cação destes conceitos na sua vida profissional diária. Convido você a entrar nesta jornada cheia de conhecimento comigo, de temas fundamentais para você. Muito obrigado e bom estudo ! SUMÁRIO Estratégias Gerais e Abordagens de Educação em Saúde do Trabalhador e Ergonomia 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .do tempo, relações interpessoais e a participação social. A forma como o trabalho é organizado pode gerar ou facilitar o aparecimento de várias enfermidades relacionadas ao trabalho, desta forma se faz muito importante a parti- cipação do trabalhador no processo de disposição do trabalho. Dentre as causas de afasta- mento do trabalho, a mais prevalente são os acidentes de trabalho, que podem ser evitados com treinamento dos funcionários e também com a utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Podemos observar que a segunda maior causa de afastamento do trabalho está relacionada a dor lombar, sendo esta uma doença multifatorial, com causa biopsicossocial. O modelo biopsicossocial permite uma abordagem ampla ao indivíduo, abordando não só as consequências estruturais do indivíduo, mas também fatores psicoló- gicos e os fatores pertinentes à inserção destes indivíduos na sociedade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 2 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR 17) TÓPICO UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) As Normas Regulamentadoras ou NRs têm toda uma contextualização própria e individual, foi passado por um processo de aprovação pelo Ministério do Trabalho em 1978, e deram obrigatoriedade ao seguimento de orientações e procedimentos de saúde do trabalha- dor. A NR 17, diante disto, ficou sendo conhecida/denominada como “norma da ergonomia” foi aprovada na Portaria MTb n.º 3.214/1978, onde toda a sua redação foi dada pela Portaria MTPS n.º 3.751, somente em 23 de novembro de 1990. As NRs, ou “Normas Regulamenta- doras” são regras que têm como objetivo evitar acidentes, doenças e qualquer fator prejudicial à saúde. A NR 17 é uma regulamentação específica das condições de trabalho. O contexto desta regulamentação aborda peculiaridades de prevenção de doenças visando garantir a qualidade de vida do trabalhador, assim como sua saúde, bem-estar, e segurança. No contexto da NRs, a maioria delas é aplicável a todas as atividades laborais. Apesar de existirem regulamentações específicas para trabalhos mais arriscados, como: atividades associado a parte rural, portos marítimos, o setor da construção civil, indústrias, e outras. A NR 17 aborda a ergonomia que esta intimamente relacionado aos riscos à saúde de ambientes e campos de trabalhos inadequados. “Esta Norma Regulamentadora tem uma visão a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação inerente as condições de trabalho, com isto, estas características psicofisiológicas dos trabalhadores, acabará proporcionando um máximo de conforto, se- gurança e desempenho eficiente”. 49UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) A Ergonomia pode ser entendida como, um estudo da relação entre o homem e seu trabalho, assim como sua interação com o meio, visando a garantia do bem-estar e do desempenho do trabalhador. Diante disto, houve uma inclusão nas regulamentações da prática das atividades laboral brasileira. Foi observado que o desempenho em condições inadequadas, improprias para o trabalho, pode gerar uma série de doenças, podemos elencando várias, dentre elas estão as doenças lombares, posturais, lombalgias, hérnias discais – Doenças Osteomusculares Relacionado ao Trabalho na estrutura da coluna. A NR 17 deve implementar regras que garantam a saúde do trabalhador, a redução da incidência de doenças que está relacionado ao trabalho, e consequentemente a qualidade de vida e o desempenho do trabalhador. A ergonomia tem uma visão mais ampla, não trabalha apenas com aspectos estruturais (corpo) inerentes ao trabalhador, mas também aspectos psicossociais seguindo a tríade: conforto, segurança e eficiência. Podemos observar que os aspectos gerais da NR 17 são: 1) Levantamento e transporte individuais de carga/materiais; 2) Mobílias e equipamentos dos postos de trabalho; 3) Condições ambientais de trabalho (iluminação, ruídos, etc); 4) Organização do trabalho; 5) Trabalho dos operadores de checkout ; 6) Trabalho em teleatendimento/telemarketing. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 3 A APLICAÇÃO DA NR 17 POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE TÓPICO UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) Observamos que algumas das regras da NR 17 são altamente específicas em termos técnicos, outras fazem abordagens mais gerais. 1 – Levantamento e transporte individuais de carga / materiais Inicialmente a primeira regra estabelecida pela NR 17 discorre de questões muito importantes, como podemos observar as condições de cada indivíduo para o levantamento e transporte individual de carga. Exemplificando essa questão, vamos hipotetizar uma empresa, que em sua estrutura tenha um almoxarifado: provavelmente o departamento possui funcionários que irão ser res- ponsável por executarem o transporte de cargas. De outro lado, até mesmo um trabalhador responsável que irá manusear pacotes de materiais impressos como contratos, etc. Há uma certa predefinição que as empresas irão ter a responsabilidade por estar observando e tratando das questões ergonômicas, com isto, devendo compreender o profissional que irá executar essa atividade, que obrigatoriamente as empresas deverão fornecer equipamentos de transporte para diminuir os impactos na saúde do colaborador. Também devemos ter todo um cuidado, uma preocupação maior com jovens de 14 a 18 anos (jovem aprendiz), e mulheres. 51UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) “17.2.1.2 Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3 Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos. 17.2.2 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. 17.2.3 Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. 17.2.4 Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5 Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.” Fonte: Brasil NR17 Ergonomia, https://www.areaseg.com/nrindex/nr17.html 2 – Mobílias e equipamentos dos postos de trabalho Dando continuidade, essa segundanorma trata das mobílias adequadas para que o trabalhador opssa então usufruir de um ambiente de trabalho que garantirá a sua integri- dade física, prevenindo-o de lesões e minimizando sobrecargas. De forma especial para os que trabalham em escritório, como assistentes ou trabalham com atendimento telefônico, é necessário observar ser observado todos esses elementos próprios, pois, existem algumas regras a serem seguidas. Como foi demonstrado no dispositivo 17.3.1 que trata de uma maneira específica a necessidade do planejamento que consequentemente haverá uma adaptação do posto de trabalho para profissionais que executam suas atividades, principalmente aqueles que adotam a posição sentada, há uma normatização que estabelece que as bancadas, mesas ou escrivaninhas devem proporcionar: https://www.areaseg.com/nrindex/nr17.html 52UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) “Condições elencadas para postura; Visualização adequada, boa visualização; Regulação da altura e características compatíveis com a sua atividade; Alguns elementos têm que ser observado como a distância mínima entre a visão e o foco da atividade que será desempenhado pelo trabalhador, sempre procurando preservar a visão, o pescoço e a coluna, e a altura do assento deve ser adequado; Área de trabalho organizado e com fácil alcance para o colaborador; Móveis de preferência planejados em dimensões adequadas que possibilitem movimentação; Caso seja necessário pedais ou suporte para os pés a fim de manter o colaborador com uma boa postura e angulação adequados em função da postura e região lombar; Assento da cadeira com altura ajustável, bordas arredondadas que não comprima a região posterior dos membros inferiores e encosto adaptável a região lombar.” Então, devemos salientar a importância do profissional de saúde presente no con- texto da saúde do trabalhador, não só no contexto de tratamento de doenças relacionadas ao trabalho, mas também na prevenção destas doenças, visto que em termos econômicos ainda é mais oneroso ao empregador ter um trabalhador afastado do que prevenir lesões no ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 4 A IMPORTÂNCIA DA NR-17 TÓPICO UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) Observamos que para as empresas, a NR 17 é uma norma regulamentadora que tem uma ótica de regular os procedimentos necessários para manutenção da saúde e segurança de seus funcionários. As Normas Regulamentadoras têm como requisito uma análise dos riscos e das possibilidades para prevenção de doenças ocupacionais em seus funcionários. Porém, se faz necessária a investigação das condições de trabalho e se adéquam às normas definidas. Um fator de suma importância na Ergonomia, é o que trata da fiscalização. Temos observado que está ocorrendo com maior frequência em empresas que apresentam maior risco à saúde, segurança e vida, no entanto, está presente também em diversos outros ambientes laborais. As empresas precisam observar bem as normas regulamentadoras para evitar problemas com os trabalhadores. Para isso, é fundamental estar atento às mudanças das Normas Regulamentadoras, em geral. As atualizações mais recentes foram as NRs 1, 7, 9 e 18 que tiveram novos textos publicados no início de 2020. Entretanto, todas as normas foram atualizadas entre outubro e novembro de 2020. Foi feito todo um processo de atualização, podemos visualizar que a primeira atua- lização está no campo das disposições gerais, a NR 1, que agora aborda os riscos físicos, químicos, biológicos, acidentes, que agora acaba abrangendo os elementos ergonômicos, podendo ser eles ambientais ou ocupacionais. Complementando, além das normas de todo território nacional, a NR 1 tem uma previsão de adequação às normas internacionais como o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (ISO 45001). 54UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) Agora deverá ser necessário apresentar dois documentos de saúde ocupacional que irão tratar sobre o inventário dos riscos à saúde (GRO), podendo estar relacionando com um plano de ação (PGR). O (PGR) irá apresentar exceção aos Microempreendedores Individuais e pequenas empresas, desde que a atividade laboral não ofereça exposição ao risco de agentes químicos, biológicos ou físicos. Não obstante, mesmo não havendo uma obrigatoriedade para os documentos para empresas que se caracterizam com risco baixo, a empresa, poderá adotar um inventário de riscos ergonômicos. Diante disto, vale ressaltar que, também, vale criar um planejamento que irá buscar e evitar possíveis problemas de saúde de seus colaboradores. 4.1 Quais os benefícios da NR 17? Você já aprendeu qual o foco da NR 17 ao evitar o risco de doenças e acidentes no ambiente de trabalho. Agora, veja como essa norma pode trazer benefícios ao empregador e ao funcionário. Evidenciamos que a redução do afastamento por doença de trabalho esta intima- mente relacionado ao impacto mais sentido pelas empresas. Contudo, no ano de 2020 foi um ano desafiador para a humanidade, sendo feito um levantamento de dados que acabou revelando a necessidade do cuidado tanto físico, como mental e emocional de seus trabalhadores. Foi muito evidenciado que a pandemia de covid-19 teve uma influenciarão de forma negativa no trabalho. Podemos observar que um dos principais motivos é que as empresas falharam em diversos quesitos, uma delas sendo nos cuidados à saúde, bem-estar e se- gurança de seus colaboradores durante este período pandêmico e consequentemente no processo de reestruturação do trabalho em home office. Não obstante, os impactos sanitários que acabou sendo gerados pela pandemia causaram problemas catastróficos mundiais, podemos elencar devido à quanto à falta de convívio social e que consequentemente, o aumento de notificação de casos de doenças psiquiátricas e psicológicas uma coisa está relacionado a outra. No ano de 2020, o Seguro Social (Previdência Social) acabou registrando um au- mento significativo de 26% com isto, gerou uma concessão do auxílio-doença e aposentado- rias maioria por invalidez tendo um elemento caracterizador (CID – Código Internacional de Doenças) que estão relacionados a transtornos mentais e comportamentais, considerando o período anual de 2019 teve um registrados 576,6 mil afastamentos. 55UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) Foi destacado que somente depressão e ansiedade houve um registro 285,2 mil em 2020, e consequentemente houve um aumento de 33,7%. Neste diapasão outro dado importante de se observar, é em relação à Lesões por Esforços Repetitivo (LER) que estão intimamente relacionadas aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Diante de todos essas dados e levantamentos da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, aproximadamente 40 mil trabalhadores precisaram ser afastados das suas atividades laborativas, podendo estar associado devido à perda de funcionalidade e dificuldade de movimentos, em 2019. Foi observado que as empresas, indústrias e empregadores devem oferecer fer- ramentas adequadas para o trabalho, tanto na empresa, como também no home office. Neste período pandêmico, as pessoas tiveram que se adaptar, no entanto, acabaram usando a sua estrutura própria residencial, cadeiras, mesas,computadores, etc. O apa- rato à saúde não se tornou dispensável, e o ambiente de trabalho, mesmo que seja na casa da pessoa, ainda é de responsabilidade da empresa criar ações e estratégias para evitar doenças futuras. Os primeiros estudos sobre segurança do trabalho começaram na era a.C. por Aristóteles e Hipócrates. Porém, pouco se avançou nesses estudos até 1713, na Itália, onde o primeiro tratado sobre medicina ocu- pacional foi escrito por Bernardino Ramazzini. “Todos são peças importantes no trabalho em equipe, cada um representa uma pequena parcela do resul- tado final, quando uma falha, todos devem se unir, para sua reconstrução.” Salvador Faria 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) Caro aluno, nesta unidade estudamos sobre o processo de adoecimento do traba- lhador, quando este tem como risco seu ambiente laboral, estudamos também sobre a nor- ma regulamentadora 17 e sua importância para o profissional de saúde atuar no ambiente laboral, agora somos capazes de entender como a NR-17 apoia o profissional de saúde no ambiente laboral auxiliando na prevenção e no tratamento das disfunções e doenças que podem acometer os trabalhadores. 57 ERGONOMIA NO HOME OFFICE: IMPORTÂNCIA, DESAFIOS, E AÇÕES A SE ADOTAR Ergonomia é um conceito que abrange teorias, métodos e procedimentos presentes na norma regulamentadora nº17, do Ministério do Trabalho, e nas Leis do Trabalho – CLT, em conformidade à Segurança e Medicina do Trabalho. Seu estudo se dá a partir da relação entre pessoa e ambiente profissional. Já o seu objetivo é garantir uma boa condição para que os funcionários possam exercer suas funções com bem-estar, pensando no desempenho geral da empresa. A ergonomia é pensada para adaptar o ambiente de trabalho e contribuir para a saúde do funcionário, promovendo a sua produtividade e evitando que acidentes aconte- çam e que possíveis problemas de saúde se desenvolvam. Além disso, caso a ergonomia não seja aplicada, a empresa pode sofrer multas e até indenizações, se algum funcionário desenvolver algum problema de saúde devido às más condições oferecidas pelo empregador. Fonte: ERGONOMIA no home office: importância, desafios, e ações a se adotar. Conexa Saúde, 2022. Disponível em: https://www.conexasaude.com.br/blog/ergonomia- -no-home-office-entenda-a-importancia/ . Acesso em: 10 jan. 2023. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) https://www.conexasaude.com.br/blog/ergonomia-no-home-office-entenda-a-importancia/ https://www.conexasaude.com.br/blog/ergonomia-no-home-office-entenda-a-importancia/ 58 LIVRO Título: Ergonomia-Interpretando a NR-17: Manual Técnico e Prático para a Interpretação da Norma Regulamentadora 17 Autor: Alexandre Pinto da Silva. Editora: LTr, 3ª EDIÇÃO - 2019. Sinopse: Este livro aborda de forma atualizada, clara e objetiva, todos os dizeres da Norma Regulamentadora n. 17 – Ergonomia, interpretando as questões técnicas que devem ser observadas para a manutenção das condições de conforto em um ambiente de trabalho. FILME / VÍDEO Título: Nova Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17) - Principais Itens conforme Portaria nº 423 de 04/10/21 Ano: 2021. Link: https://www.youtube.com/watch?v=1vNrT_s83yM LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) https://www.youtube.com/watch?v=1vNrT_s83yM 5959 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL ANDERSSON, G. B. J. Epidemiological features of chronic low-back pain. The lan- cet, v. 354, n. 9178, p. 581-585, 1999. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/S0140- 6736(99)01312-4 Acesso em: 20 dez.2021. APA, da Silva, A. P. (2019). Ergonomia-Interpretando a NR-17: Manual Técnico e Prático para a Interpretação da Norma Regulamentadora 17 (Vol. 3). LTr Editora. BAYDUR, H et al. Effects of participatory ergonomic intervention on the development of upper extremity musculoskeletal disorders and disability in office employees us- ing a computer. Journal of occupational health, p. 16-0003-OA, 2016. BERNI, Cristiano Albiero. Norma Regulamentadora 17 Ergonomia. BIANA, C.B; FACIN, D.B et al. Manual de Ergonomia. 1º ed Universidade Federal de Pelotas – Hospital Escola. Pelotas – RS, 2019. 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Thiago Alberto Cavazzani 8 Olá, estudante! Nesta unidade abordaremos as definições e conceitos de saúde do trabalhador e ergonomia, destacando o papel do profissional da saúde na saúde do trabalhador, na prevenção e promoção da saúde, bem como os tipos de disfunções musculoesqueléticas relacionados ao trabalho e a importância da ergonomia de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente no ambiente de trabalho. A ergonomia é a disciplina científica preocupada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de um sistema e, aqui, abordaremos os tipos de ergo- nomia que incluem aspectos físicos, cognitivos e organizacionais. Além disso, discutiremos as lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), que são um conjunto de doenças que afetam músculos, tendões, nervos e que tem relação direta com as exigências das tarefas e com a organização do trabalho. INTRODUÇÃO UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA TÓPICO UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreen- der as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. A saúde do trabalhador con- figura-se como um campo de práticas e de conhecimentos estratégicos interdisciplinares e multiprofissionais, voltados para avaliar e intervir nas relações de trabalho que provocam doenças e agravos. Os Distúrbios Musculoesqueléticos (DMEs) relacionados ao trabalho são os distúr- bios ocupacionais mais comuns em todo o mundo e são reconhecidos como um problema desde o século XVII (RAMAZZINI, 1964). Outros termos gerais para esses distúrbios in- cluem lesões por esforço repetitivo, síndrome de uso excessivo ocupacional e distúrbios cumulativos de trauma (YASSI, 1997). Os DMEs podem ser divididos em condições específicas com critérios diagnós- ticos claros e achados patológicos, que incluem distúrbios relacionados ao tendões (por exemplo, tendinite), aprisionamento nervoso periférico (por exemplo, síndrome do túnel do carpo) e distúrbios articulares/cápsulas articulares (por exemplo, osteoartrite) ou condições inespecíficas em que a queixa principal é dor ou sensibilidade, ou ambas, com achados patológicos limitados ou nulos (BUCKLE 1997; SU et al, 2013; YASSI 1997). Com base no estudo Global Burden of Disease 2010, a prevalência global de dor no pescoço foi estimada em 4,9%, e foi classificada em quarto lugar em termos de incapa- cidade, medida por anos vividos com incapacidade e 21º em termos de sobrecarga geral (HOY et al, 2014). UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA 10 Há que se considerar os diversos riscos ambientais e organizacionais aos quais estão expostos os trabalhadores, em função de sua inserção nos processos de trabalho. Dessa forma, a assistência deve ser ampliada olhando-os como sujeitos a um adoecimento específico que exige estratégias de promoção, proteção e recuperação da saúde. As Normas Regulamentadoras (NR) foram aprovadas pelo Ministério do Trabalho em 1978, e tornaram obrigatório que as empresas seguissem orientações e procedimen- tos da Medicina do Trabalho. Porém, a NR 17, conhecida como “norma da ergonomia” foi aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214/1978, com redação dada pela Portaria MTPS n.º 3.751, somente em 23 de novembro de 1990. As NRs, ou “Normas Regulamentadoras” são regras para evitar acidentes, doenças e qualquer fator prejudicial à saúde. A NR 17 é uma regulamentação específica das condições de trabalho. O Ministério do Trabalho propõe a NR – Norma Regulamentadora (NR-17), visando estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às caracterís- ticas psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relaciona- dos ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. A ergonomia, conforme definida pela Associação Internacional de Ergonomia (AIE), é a disciplina científica preocupada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de um sistema. A ergonomia no local de trabalho refere-se às interações entre os trabalhadores e outros elementos do ambiente de trabalho. Trata-se essencial- mente de adequar o trabalho ao trabalhador. A ergonomia, geralmente, é classificada em três domínios específicos: ergonomia física, organizacional e cognitiva. Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica de todos os aspectos da atividade humana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2 DOMÍNIOS DA ERGONOMIA TÓPICO UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA A ergonomia física está relacionada às características da anatomia humana, an- tropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação com a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Este domínio consiste em ambiente e equipamentos de tra- balho, por exemplo, teclado, mouse, ferramentas manuais, estações de trabalho, unidades de exibição visual e iluminação que são instaladas aos trabalhadores.Intervenções ergonômicas físicas incluem fornecer espaço de trabalho e equi- pamentos com base em princípios ergonômicos e antropometria dos trabalhadores. Isso reduzirá a tensão física no sistema musculoesquelético, reduzindo assim o risco de lesões. Um exemplo é o uso de um teclado dividido que foi encontrado para reduzir a intensidade da dor em usuários de computador com distúrbios musculoesqueléticos (TITTIRANONDA et al, 1999). A ergonomia cognitiva refere-se aos processos mentais, tais como percepção, me- mória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem-computa- dor, estresse e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA 12 A intervenção em ergonomia cognitiva consiste em melhorar os processos men- tais, como percepção, memória, raciocínio e resposta motora, modificando o processo de trabalho e o treinamento. Isso reduzirá a carga de trabalho mental, aumentará a confiabi- lidade e reduzirá o erro, isso pode ter um efeito indireto na redução da tensão no sistema musculoesquelético. O domínio organizacional diz respeito à otimização de sistemas sócio técnicos, in- cluindo as estruturas, políticas e processos organizacionais; por exemplo, ritmo de trabalho, ciclo de descanso do trabalho e participação do trabalhador na tomada de decisões. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações, pro- jeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade. As intervenções ergonômicas organizacionais consistem em permitir o ritmo ideal de trabalho e o tempo de descanso para que o sistema musculoesquelético se recupere da fadiga, reduzindo assim o risco de lesões a longo prazo. Um exemplo é permitir pausas suplementares para trabalhadores de entrada de dados (GALINSKY et al, 2000). Também pode incluir intervenções participativas, em que os trabalhadores participam da tomada de decisões sobre melhoria e mudanças feitas no local de trabalho (BOHR, 2000), e treina- mento em princípios e práticas ergonômicas (BAYDUR et al, 2016). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3 LER / DORT TÓPICO UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA Segundo Pastore et al (2001), a cada R$2,00 investido em segurança e saúde do trabalhador, economiza-se R$8,00 com gastos em acidentes e doenças ocupacionais. Um posto de trabalho mal planejado e desconsiderando os aspectos ergonômicos recomendados pode causar aos trabalhadores doenças como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Em determinadas circunstâncias, as LER/DORT podem levar o trabalhador ao afastamento médico e a restrições permanentes de suas atividades. As lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares relacio- nados ao trabalho (DORT), são um conjunto de doenças que afetam músculos, tendões, nervos e vasos do corpo, e que tem relação direta com as exigências das tarefas e com a organização do trabalho. Não há uma causa única para a ocorrência de LER/DORT. Há fatores psicológicos, biológicos e sociológicos envolvidos na gênese desses distúrbios. No diagnostico, pre- venção e tratamento das LER/DORT pelas equipes de profissionais do sistema de saúde, tem-se adotado recentemente a perspectiva da multideterminação desses distúrbios, ou seja, de que são afecções multifatoriais cuja abordagem exige investigação das dimensões biomecânicas, cognitivas, sensoriais e afetivas da atividade de trabalho. Seu maior sintoma é a própria dor do indivíduo, que pode apresentar ainda, queixas de parestesias, edema, perda da força muscular e/ou diminuição dos controles dos movimentos. Você sabia que já existem aplicativos educativos sobre a segurança do trabalho? O aplicativo SST-Fácil da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (FUNDACENTRO) aborda diversos conteúdos da área de Segurança e Saúde no Trabalho propiciando ao usuário o aprendizado de conhecimentos da área, por meio de perguntas e respostas em consonância com os princípios do ensino dirigido. As lições são baseadas em perguntas e respostas, e respaldadas por uma biblioteca de materiais educativos formulados pela própria fundação e ótimas para fixar os assuntos abordados acerca do assunto. Fonte: O autor (2022). “Nenhum trabalho será tão urgente ou importante que não possa ser planejado e executado com segurança.” Esta frase, cujo autor é desconhecido, evidencia, de forma direta, que a saúde do trabalhador deve ser levada em consideração tanto no planejamento quanto na execução das atividades. É importante destacar o papel das equipes de saúde agindo de forma multi e interdisciplinar, a fim de prevenir lesões nestes trabalhadores. UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA 14 Na evolução do quadro clínico, em relação ao estabelecimento da sintomatologia, com base no desenvolvimento da dor e da capacidade funcional do indivíduo, pode-se estabelecer graus que variam do I ao IV. O nível I corresponderia a uma sensação de peso e desconforto do membro afetado, com caráter ocasional, enquanto o nível IV correspon- deria a uma dor forte e um sofrimento intenso, com manifestação de edema persistente e aparente deformidade. O tratamento ideal é considerado como resultante da colaboração de profissionais de diversas áreas, que devem orientar e informar acerca da condição do paciente e do contexto, visando uma participação ativa deste no processo de recuperação. Esta equipe multidisciplinar deve propiciar a autonomia do indivíduo em relação ao tratamento adequa- do a sua sintomatologia; discutir as repercussões das LER/DORT no seu cotidiano familiar e social; esclarecer seus determinantes e suas consequências, diminuindo a ansiedade, angústia e depressão do cotidiano; e aumentar gradativamente a capacidade laboral possi- bilitando seu retorno ao trabalho. 15 Nesta unidade aprendemos sobre estratégias gerais e abordagens de educação em saúde do trabalhador e ergonomia, vimos que a ergonomia é a disciplina científica preocupada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de um sistema abordando aspectos físicos, cognitivos e organizacionais. Destacou-se, também, a importância dos aspectos ergonômicos adequados como fator facilitador para melhoria de desempenho no trabalho e, principalmente, na qualidade de vida. Pudemos observar a importância das mais atuais definições e conceitos acerca da saúde do trabalhador e ergonomia para a atuação do profissional responsável na preven- ção e promoção da saúde. Notamos como é imprescindível saber identificar os tipos de disfunções musculoesqueléticas e como proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente no ambiente de trabalho. Aprendemos sobre as Lesões por Esforços Repetitivos(LER) ou Distúrbios Os- teomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que são um conjunto de doenças que afetam músculos, tendões, nervos e que tem relação direta com as exigências das tarefas e com a organização do trabalho, abordando a evolução do quadro clínico, sintomas, como identificar os graus que variam do I ao IV e o raciocínio para intervenção fisioterapêutica. Até a próxima ! CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA 16 LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA ARTIGO 1: O que é ergonomia? Quer conhecer mais sobre a saúde do trabalhador e ergonomia? A reportagem aborda aspectos que explicam de maneira didática e divertida como funcional a er- gonomia atual e como ela vai ainda mais longe e não fica só no desenho de objetos, explicando, entre outros fatores, que por causa da variedade de aplicações, o trabalho em ergonomia é feito por vários profissionais, como engenheiros, arquitetos, médicos, fisioterapeutas e psicólogos. Fonte: Redação Mundo Estranho. O que é ergonomia? Rev. Super Interessante, São Paulo, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-ergo- nomia/. Acesso em: 20 nov.2021. https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-ergonomia/ https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-ergonomia/ 17UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA ARTIGO 2: País gasta R$ 71 bilhões ao ano com acidente de trabalho Neste outro artigo, é abordado que o custo dos acidentes e doenças do trabalho para o Brasil chega a R$ 71 bilhões por ano, o equivalente a quase 9% da folha salarial do País, da ordem de R$ 800 bilhões. O cálculo é do sociólogo José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP). “Trata-se de uma cifra colossal que se refere a muito sofrimento e perda de vidas humanas.” Fonte: País gasta R$ 71 bilhões ao ano com acidente de trabalho. Jornal da Tribuna, São Paulo, 21 de jan. de 2012. Disponível em: https://tribunapr.uol.com.br/noticias/economia/ pais-gasta-r-71-bilhoes-ao-ano-com-acidente-de-trabalho/. Acesso em: 20 nov. 2021. https://tribunapr.uol.com.br/noticias/economia/pais-gasta-r-71-bilhoes-ao-ano-com-acidente-de-trabalho/. https://tribunapr.uol.com.br/noticias/economia/pais-gasta-r-71-bilhoes-ao-ano-com-acidente-de-trabalho/. 18 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 1 ESTRATÉGIAS GERAIS E ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR E ERGONOMIA LIVRO Título: Ergonomia: Projeto e Produção Autores: Itiro Iida, Lia Buarque de Macedo Guimarães. Ano: 2016. Editora: Blucher. Sinopse: Esta terceira edição traz muitas novidades. Os autores fizeram uma grande atualização, introduzindo principalmente as mudanças provocadas pela aplicação da informática e dos novos meios de comunicação nas interações do sistema hu- mano-máquina-ambiente de trabalho. Além disso, nas últimas décadas, alargou-se a abrangência da ergonomia, com a visão macroergonômica e com maior respeito a certas minorias populacionais, como as pessoas idosas, obesas e portadoras de deficiências. Foram colocados casos de aplicação ao final dos capítulos. Sempre que possível, basearam-se em pesqui- sas brasileiras ou aquelas com possíveis aproveitamentos em nossas situações de trabalho. A aplicação dos conhecimentos deste livro contribuirá para melhorar o desempenho humano no trabalho, reduzindo erros, acidentes, estresses e doenças ocupacionais. Ao mesmo tempo, contribuirá para aumentar o conforto e a eficiência dos trabalhadores, com evidentes resul- tados custo/benefício favoráveis. FILME / VÍDEO Título: Fisioterapia na Saúde do Trabalhador | Dra Áurea Maria de Ponte Ano: 2019. Sinopse: No dia 13 de outubro de 2019, foram realizadas as programações científicas do I Congresso e II Conflito, em co- memoração aos 50 anos de reconhecimento da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional no Brasil. A Dra Áurea Maria de Ponte abordou os assuntos supracitados nesta unidade. Link: https://www.youtube.com/watch?v=cRb6ExSj7o0 https://www.youtube.com/watch?v=cRb6ExSj7o0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Regulamentações vigentes, definição e história • do teletrabalho, flexibilização do tempo e espaço, vantagens e desvantagens do teletrabalho; • Requisitos ergonômicos para um bom posto de trabalho; • Avaliação de riscos no ambiente de trabalho. Objetivos da Aprendizagem • Abordar a avaliação de riscos ergonômicos; • Apresentar e contextualizar a ergonomia no trabalho e teletrabalho, bem como suas vantagens e desvantagens; • Compreender do que precisa um bom posto de trabalho. 2UNIDADEUNIDADE SAÚDE E SAÚDE E SEGURANÇASEGURANÇA NO TRABALHO NO TRABALHO E TELETRABALHOE TELETRABALHO Professor Esp. Thiago Alberto Cavazzani 2020 INTRODUÇÃO Estudante, seja bem-vindo (a) à unidade de Saúde e Segurança no Trabalho e Teletrabalho, em que estudaremos sobre as recomendações ergonômicas, tanto no que concerne à organização do trabalho quanto ao mobiliário da sua estação de trabalho em casa, estando aptos para proteção e promoção da saúde, segurança e qualidade de vida. Veremos, nesta unidade, que trabalhar sentado ou em um trabalho administrativo gera fadiga e estresse quando mantemos posturas prolongadas. Para evitar consequên- cias negativas do estresse psicológico e físico, recomenda-se o design ergonômico do local de trabalho. Abordaremos o contexto da pandemia de Covid-19, explicando o teletrabalho como ferramenta global e explicando que este é o trabalho efetuado distante da sede ou local físico da empresa A avaliação dos trabalhadores e ambientes de trabalho andam, no Brasil, de mãos dadas com a Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17). É de extrema importância avaliar os resultados dessas análises, pois estes devem ser usados para definir um progra- ma de intervenção específico e eficiente para a melhora dos pacientes. INTRODUÇÃO UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO REGULAMENTAÇÕES VIGENTES, DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO TELETRABALHO, FLEXIBILIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO, VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TELETRABALHO TÓPICO 1 21 A sociedade atual apresenta um crescimento enorme no número de pessoas que trabalham sentadas. O que muitos não sabem é que trabalhar sentado ou em um trabalho administrativo também gera fadiga, estresse em posturas prolongadas.Algumas recomendações devem ser levadas em conta para evitar possíveis desconfortos e lesões relacionadas à postura. De acordo com Mojtahedzadeh et. al (2021), as estações de trabalho no home offi- ce são baseadas nas mesmas diretrizes que para estações de trabalho de escritório. Para evitar consequências negativas do estresse psicológico e físico, recomenda-se o design ergonômico do local de trabalho. Além disso, a organização do horário de trabalho (estrutu- rar a jornada de trabalho, manter pausas e momentos de descanso e evitar interrupções) é de grande importância para uma maneira de promover a saúde ao trabalhar em casa. O teletrabalho é o trabalho efetuado distante da sede ou local físico da empresa. Os teletrabalhadores executam seu trabalho fora dos domínios da empresa; porém, se mantêm conectados com seus supervisores e demais colegas por meio das tecnologias de informação e comunicação, em tempo real ou não. No Brasil, a Lei nº 12.551/11, conhecida como a Lei do Teletrabalho, promoveu o reconhecimento dessa modalidade de trabalho a distância na Consolidação das Leis do Trabalho. Para a manutenção da saúde, é de extrema importância manter a organização da mesa ou posto de trabalho para melhorar a produtividade e também reduzir os esforços repetitivos, além de realizar pausas entre uma tarefa e outra, aliviam as tensões do corpo e melhoram a atenção. UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO 22 O teletrabalho é um dos indicadores de melhor qualidade de vida e satisfação pro- fissional na Europa. Consequência disso, é a presença de uma melhor qualidade de vida no trabalho, assim como um aumento da eficácia e eficiência. Porém, alguns pesquisadores ressaltam desvantagens e desafios da realização e gestão do teletrabalho (GOULART, 2009; VIEIRA, 2007), sendo: ● Questões familiares (maior convívio x conflitos, confusão entre o espaço privado e o espaço profissional); ● Limites físicos (espaço familiar x espaço de trabalho); ● Distanciamento do convívio e troca de conhecimentos/experiência com a equipe de trabalho; ● Distanciamento da dinâmica organizacional (redução do vínculo e identidade com empresa podendo impactar desempenho e comprometimento); ● Necessidade de autogerenciamento; estabelecimento de rotinas; redução dos níveis de feedback de desempenho; ● Possibilidade de queda de produção em virtude da adaptação; ● Gestão do tempo (o efeito negativo sobre horas excessivas de trabalho); ● Saúde do teletrabalhador (fadiga ocular, dores e tensões musculares devido à má posição de corpo e movimentos repetitivos); ● Mudança na cultura de gestão (o controle se desloca para os resultados, possível crise da hierarquia tradicional); ● Segurança da Informação; ● Agravamento de doenças mentais ou compulsões/adições. Segundo Sigahi et al (2021), no contexto de mudanças drásticas, como a pandemia de Covid-19, considerar os trabalhadores e sua subjetividade pode ser decisivo para as or- ganizações. Trabalhadores de todos os níveis organizacionais podem contribuir com seus conhecimentos, habilidades e criatividade para ajudar as organizações a se reestruturarem e se adaptarem às novas realidades. Além disso, ao entender como o trabalho está sendo afetado pela pandemia, os líderes podem ajudar suas organizações a responder de forma mais eficaz a curto prazo e estar melhor preparados a longo prazo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2 REQUISITOS ERGONÔMICOS PARA UM BOM POSTO DE TRABALHO TÓPICO UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO De acordo com a Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17), o conjunto do mobiliário do posto de trabalho deve apresentar regulagens em um ou mais de seus elementos que permitam adaptá-lo às características antropométricas que atendam ao conjunto dos traba- lhadores envolvidos e à natureza do trabalho a ser desenvolvido. Sempre que o trabalho puder ser executado alternando a posição de pé com a posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para favorecer a alternância das posições. Para trabalho manual, os planos de trabalho devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação, e devem atender aos seguintes requi- sitos mínimos: a) características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação dos segmentos corporais de forma a não comprometer a saúde e não ocasionar amplitudes articulares excessivas ou posturas nocivas de trabalho; b) altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de ativi- dade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; c) área de trabalho dentro da zona de alcance manual e de fácil visualização pelo trabalhador; d) para o trabalho sentado, espaço suficiente para pernas e pés na base do plano de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar, podendo utilizar apoio para os pés. UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO 24 e) para o trabalho em pé, espaço suficiente para os pés na base do plano de traba- lho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar. A área de trabalho dentro da zona de alcance máximo pode ser utilizada para ações que não prejudiquem a segurança e a saúde do trabalhador, sejam elas eventuais ou tam- bém, conforme Análise Ergonômica do Trabalho (AET), as não eventuais. Para adaptação do mobiliário às dimensões antropométricas do trabalhador, pode ser utilizado apoio para os pés sempre que o trabalhador não puder manter a planta dos pés completamente apoiada no piso. Os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, além de atender aos requisitos estabelecidos. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requi- sitos mínimos: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) sistemas de ajustes e manuseio acessíveis; c) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; d) borda frontal arredondada; e) encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da região lombar. Antes de mudar os móveis de lugar, seguem algumas dicas sobre a escolha do ambiente, sugerindo-se considerar a possibilidade de atendimento da maior parte dos itens quanto possível: ● Ter espaços suficientes (tanto em relação ao ambiente, quanto em relação ao mobiliário em si) que possibilitem o posicionamento e movimentação dos bra- ços, pernas, tronco e cabeça, de forma que possa facilmente mudar de posição, entrar e sair da estação de trabalho, se esticar quando necessário; ● A incidência e intensidade dos barulhos internos e externos no local escolhido; ● A possibilidade de luz direta ou indireta, artificial ou natural, evitando os possí- veis reflexos que podem incidir no local, provenientes de espelhos, vidraças, objetos brilhantes, a superfície de trabalho ou demais superfícies reflexivas; ● O conforto térmico do local considerando a ventilação natural ou por ventilador para troca de ar, ou o posicionamento do ar condicionado; ● Se há vento no local,observar se atrapalhará a dinâmica e interação (exemplo: se papéis e demais objetos leves podem ser movimentados pelo vento); ● Se o local está próximo de fontes de odores incômodos. UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO 25 Em relação ao posto de trabalho: ● O aspecto mais importante é que seus equipamentos e demais elementos este- jam de acordo com as dimensões do ocupante. Ajustes podem ser necessários, então o mobiliário, especialmente a cadeira, tem que estar preparado para pequenas adaptações conforme as características de cada pessoa. ● A boa organização da estação de trabalho, com espaços livres para movimentação dos braços e operação do mouse e com bom posicionamento dos equipamentos é essencial não só para a prevenção de doenças ocupacionais, como também para a motivação e satisfação do profissional com o seu ambiente de trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3 AVALIAÇÃO DE RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO TÓPICO UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO O corpo é nossa principal ferramenta para realizar as atividades cotidianas. Contudo, ele necessita de alguns cuidados importantes para ser utilizado com maior eficiência, menor esforço e menor desgaste durante nossas atividades diárias, principalmente aquelas de trabalho repetitivo ou quando permanecemos por longos períodos em uma mesma posição. Diante disso, desenvolver as capacidades corporais é de extrema importância como forma de prevenir futuras lesões e doenças ocupacionais. O desenvolvimento de força e resistência muscular ajuda a reduzir o esforço em determinadas musculaturas ou estrutura corporal. Já a flexibilidade amplia a capacidade de mobilidade e amplitude dos movimentos, reduzindo possíveis dores e desconfortos. Além da parte física sabemos da importância de nos mantermos mentalmente saudáveis e isso também, de certa forma, passa pelas atividades desenvolvidas diariamente. A postura envolve uma relação dinâmica na qual as partes do corpo, principalmen- te os músculos esqueléticos, se adaptam em resposta a estímulos recebidos. Segundo Andersson (1999), o modelo biomecânico da coluna do homem não foi construído para permanecer por longos períodos na posição sentada, manter posturas estáticas ou realizar movimentos repetitivos. É sabido há décadas que a manutenção prolongada da postura sentada pode oca- sionar problemas biomecânicos por sobrecarga da musculatura de estabilização na coluna vertebral, aumentar a tensão e rigidez muscular, influencia na redução do retorno venoso dos membros inferiores e compressão de vísceras e diafragma. Então como prevenir lesões ? UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO 27 A prevenção e a reabilitação dos DORT envolvem a análise das caracterís- ticas do funcionário, da demanda física do trabalho e da forma como este é apresentado e percebido pelo empregado. Os resultados dessas análises devem ser usados para definir um programa de intervenção específico e efi- ciente (FERREIRA et al, 2009, pág. 49-54). A escolha dos métodos para a análise ergonômica depende da natureza e do propósito da investigação. A análise pode ser feita por autorrelato, técnicas de observação simples e avançada e avaliação direta. As técnicas de observação simples são realizadas por um observador e avaliam, em geral, a postura e posição dos segmentos corporais, estabelecendo pontuações para o nível de risco ergonômico. O autorrelato é obtido por entrevistas e questionários de fácil aplicação e baixo cus- to, como por exemplo o Short-Form 36 (SF-36), que avalia a capacidade funcional, estado geral de saúde, aspectos sociais, entre outros, há também a Rapid Upper Limb Assessment (RULA) que avalia a sobrecarga nos braços e pescoço. A Análise Ergonômica Focada na Atividade (AEFA), que avalia as condições do ambiente de trabalho e o Checklist de Couto, que é utilizado para identificar, entre outros fatores, a sobrecarga física, força com as mãos e repetitividade. (Autor, 2023) UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO 28 As medidas de distanciamento social adotadas para conter a disseminação do vírus levam à necessidade da avaliação de quantos trabalhos podem ser realizados remotamente, em casa. Mas será que todos os empregos podem ser exercidos na modalidade de teletrabalho? Esta nota técnica aborda de uma forma interessante o assunto. Fonte: GÓES, G.S; MARTINS, F.S; NASCIMENTO, J.A.S. Potencial de teletrabalho na pandemia: um retrato no Brasil e no mundo. Carta Conjunt.(Inst. Pesqui. Econ. Apl.), p. 1-10, 2020. “Precisamos adotar uma abordagem mais flexível em relação ao local de trabalho e ao trabalho que faze- mos; uma que nos forneça o espaço físico e cognitivo para aproveitar o incrível poder, insights e experiên- cia que oferecemos, porém, focado não nos processos individuais, mas nos resultados gerais que nossas organizações estão buscando alcançar”. Nesta afirmação de David Coplin, autor e antigo executivo da Mi- crosoft, podemos destacar a importância dos ajustes ergonômicos para um melhor rendimento no trabalho e no teletrabalho sempre levando em consideração os aspectos abordados nesta unidade. Fonte: MARQUES, N. A Eficácia do Home Office em Tempos de Pandemia. Rev. Natalia Marques Antunes. Disponível em: https://www.nataliamantunes.com.br/blog/mostrar/170. Acesso em: 20 de nov. de 2021. https://www.nataliamantunes.com.br/blog/mostrar/170 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO Nesta unidade pudemos aprender sobre as políticas que envolvem o trabalho e teletrabalho focadas na saúde do trabalhador, analisando vantagens e desvantagens das ferramentas apresentadas e destacando a importância dos requisitos ergonômicos para um bom posto de trabalho, seja em casa ou na empresa. Destacamos pontos importantes no que diz respeito à avaliação de riscos no ambien- te de trabalho e os recursos que podemos utilizar, a fim de evitar consequências negativas do estresse psicológico e físico, levando em consideração o design ergonômico do local de trabalho. Vimos também a importância da organização do horário de trabalho (estruturar a jornada de trabalho, manter pausas e unidades de regeneração e evitar interrupções) é de grande importância para uma maneira promotora da saúde de trabalhar em casa. Aprendemos que, no Brasil, a Lei nº 12.551/11, conhecida como a Lei do Teletra- balho, promoveu o reconhecimento dessa modalidade de trabalho a distância na Consoli- dação das Leis do Trabalho e anda junto com a Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17), o conjunto do mobiliário do posto de trabalho deve apresentar regulagens em um ou mais de seus elementos que permitam adaptá-lo para melhor execução do trabalho. Inserimos na nossa avaliação o autorrelato obtido por entrevistas e questionários de fácil aplicação e baixo custo, como por exemplo o Short-Form 36 (SF-36), o Rapid Upper Limb Assessment (RULA), a Análise Ergonômica Focada na Atividade (AEFA), que são ferramentas utilizadas para identificar fatores importantes relacionados ao trabalho. Bons estudos ! 30UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO LEITURA COMPLEMENTAR Quer saber mais sobre a atenção à ergonomia no home office? Leia as reportagens a seguir:MATÉRIA 1: O sonho do ‘home office’ vira pesadelo na pandemia Esta reportagem aborda a romantização que costumava ocorrer acerca do “home office” e como a Covid-19 obrigou empresas e funcionários a trabalhar remotamente sem que estivessem preparados, abordando as dificuldades físicas e psicológicas dos trabalhadores. Fonte: ALFAGEME, A. O sonho do ‘home office’ vira pesadelo na pandemia. Rev. El País, São Paulo, 09 de agosto de 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/socieda- de/2020-08-09/o-teletrabalho-nao-era-isto.html . Acesso em: 20 nov. 2021. https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-08-09/o-teletrabalho-nao-era-isto.html https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-08-09/o-teletrabalho-nao-era-isto.html 31UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO MATÉRIA 2: Atenção à ergonomia no home office A matéria abaixo dá dicas de cuidados no escritório de casa são essenciais para o bem-estar e a produtividade no trabalho abordando aspectos relacionados ao ambiente, mesa, cadeira, iluminação e pausas necessárias. Fonte: Casa Paranaense. Atenção à ergonomia no home office. Estúdio C, Paraná, 12 de novembro de 2011. Disponível em: https://gshow.globo.com/RPC/Estudio-C/casa-para- naense/noticia/atencao-a-ergonomia-no-home-office.ghtml. Acesso em: 20 nov. 2021. https://gshow.globo.com/RPC/Estudio-C/casa-paranaense/noticia/atencao-a-ergonomia-no-home-office.ghtml https://gshow.globo.com/RPC/Estudio-C/casa-paranaense/noticia/atencao-a-ergonomia-no-home-office.ghtml 32 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 2 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO E TELETRABALHO LIVRO Título: Ergonomia-Interpretando a NR-17: Manual Técnico e Prático para a Interpretação da Norma Regulamentadora 17 Autores: Alexandre Pinto da Silva Ano: 2013. Editora: LTr; 1ª edição Sinopse: Este livro aborda de forma atualizada, clara e objetiva todos os dizeres da Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia, interpretando as questões técnicas que devem ser observadas para a manutenção das condições de conforto em um ambien- te de trabalho. FILME / VÍDEO Título: Nova Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17) - Principais Itens conforme Portaria nº 423 de 04/10/21 - Link: https://www.youtube.com/watch?v=1vNrT_s83yM https://www.youtube.com/watch?v=1vNrT_s83yM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Ginástica laboral e exercício físico; • A importância da ergonomia para o terapeuta. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar a aplicabilidade da ginástica laboral e do exercício físico na promoção e prevenção de distúrbios musculo- esqueléticos; • Entender como a ergonomia pode influenciar positivamente na saúde do profissional da área da saúde. 3UNIDADEUNIDADE PROFISSIONAL DAPROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃOSAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DAE PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVAE COLETIVA Professor Esp. Thiago Alberto Cavazzani 34 INTRODUÇÃO UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA Estudante, aqui nesta unidade, estudaremos sobre os conceitos e aplicabilida- des da ginástica laboral e exercício físico como recursos na prevenção e tratamento de distúrbios musculoesqueléticos na saúde do trabalhador. Veremos que, em nível global, a incapacidade causada pela dor lombar aumentou mais de 50% desde 1990. Será possível observar o impacto positivo da prática regular de exercício físico na qualidade de vida dos indivíduos, redução de risco de doenças cardiovasculares e diabetes, dimi- nuição dos níveis elevados de colesterol e regulação da pressão arterial. Além disso, abordaremos a importância do fato de ter um profissional da área da saúde próximo a empresas para acompanhamento e orientações que mais sofrem carga física durante suas atividades de trabalho, portanto o preparo da equipe de saúde, do ambiente e aspectos ergonômicos importantes associados aos exercícios e execução do trabalho realizado pelos profissionais serão pontuados nesta unidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 1 GINÁSTICA LABORAL E EXERCÍCIO FÍSICO TÓPICO UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA Como vimos nas unidades anteriores, Distúrbios Musculoesqueléticos (DMEs) são frequentemente associados a fatores de risco ergonômicos, e há uma associação entre as posições socioeconômicas dos trabalhadores e a dor musculoesquelética em vários locais anatômicos da dor. Leclerc et al (2016) aponta que evidências sugerem características de risco ergonômico, incluindo estresse de contato, postura embaraço- sa (posições do corpo que se desviam significativamente da posição neutra durante a realização de atividades de trabalho) e repetição são a principal causa de muitos DMEs associados a questões ergonômicas. Dados do estudo Working Environment and Health (2018), representando a popu- lação ativa em geral na Dinamarca, mostram que a proporção de dor musculoesquelética várias vezes por semana aumentou de 31% em 2012 para 33% em 2018. Especificamente, a dor lombar e cervical é altamente prevalente entre os trabalhadores e as principais causas de incapacidade em países de alta renda. Em nível global, a incapacidade causada pela dor lombar aumentou mais de 50% desde 1990. Van Eerd et al (2016) apontou, que em comparação com locais de trabalho seden- tários (ou seja, trabalho de escritório), também pode ser mais desafiador implementar com sucesso soluções eficazes em locais de trabalho com trabalho fisicamente exigente devido às diferenças óbvias tanto na natureza do trabalho, design da estação de trabalho quanto na organização do trabalho. 36UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA A prática regular de exercício físico contribui com a qualidade de vida dos indivíduos, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, diminuindo os níveis elevados de colesterol e regulando a pressão arterial. Além disso, a prática de exercício físico regular favorece a redução do estresse diário e reduz os riscos para depressão e ansiedade. Da mesma forma, um programa adequado de exercícios tem, também, papel importante na prevenção de lesão e no controle da dor muscular, uma vez que a musculatura fortalecida tem fator de proteção para as articulações e que o alongamento proporciona irrigação dos tecidos e relaxamento muscular, aliviando dores residuais do esforço físico. O Comitê deErgonomia da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EB- SERH (2019) juntamente com a Universidade Federal de Pelotas, apontam em seu manual que, preocupadas com a saúde do colaborador as empresas de modo geral, destaca-se a importância da Ginástica Laboral, que é um conjunto de práticas físicas elaboradas, durante o expediente, a partir da atividade profissional exercida, visando preparar ou relaxar as es- truturas mais utilizadas no trabalho, compensar musculaturas com sobrecarga ou esforços repetitivos ou ainda ativar as que não são muito requeridas durante o expediente diário. As práticas físicas no local de trabalho visam prevenir a fadiga muscular, corrigir vícios posturais, prevenir as doenças por traumas cumulativos e diminuir o índice de aci- dentes do trabalho; além de valorizar e incentivar a prática de exercícios como instrumento de promoção da saúde e do desempenho profissional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2 A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE TÓPICO UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA Segundo Peres (2002), podemos estar fazendo uma comparação com as ativida- des laborativas “braçais”, fazendo uma analogia aos profissionais da área da saúde que mais sofrem carga física durante suas atividades de trabalho, pelas posturas adotadas durante os atendimentos aos seus pacientes. A dor em membros superiores e coluna vertebral por movimentos repetitivos e posturas prolongadas ou inadequadas durante as atividades de trabalho, também pode afetar a saúde dos desses profissionais, assim não especificando a sua atividades no entanto, faz se necessário observar e orientar esses profissionais a prevenir fatores que poderiam levar a lesões ou desgastes osteomuscula- res relacionado ao trabalho. Adequar a postura do colaborador durante a movimentação do paciente evita riscos e o desenvolvimento de lesões musculares com consequente afastamento. Neste momento analisaremos a adequação postural dos profissionais da área da saúde para os reposicio- namentos do paciente no leito, as mudanças de decúbitos e as transferências. Para adequar a postura dos terapeutas, levando em consideração aspectos er- gonômicos, é necessário diferenciar os tipos de movimentações a serem realizadas com o paciente, pois cada tipo exige um esforço físico diferente do trabalhador. Esse manual diferenciará as movimentações com paciente em três sub-tópicos: mudança de decúbito, reposicionamento no leito e transferência de paciente. Algumas movimentações exigem o uso de dispositivos auxiliares, neste manual falaremos sobre o uso do guincho e do passante para transferência do paciente. 38UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA 2.2 Orientações Para Preparo Do Ambiente Antes de realizar a movimentação do paciente preparar o ambiente e os equipa- mentos, removendo obstáculos e observando a disposição do mobiliário; Obter condições seguras com relação ao piso; Colocar o suporte de soro ao lado da cama, quando necessá- rio; Travar as rodas da cama, maca e cadeira de rodas ou solicitar auxílio adicional; Adaptar a altura da cama ao trabalhador e ao tipo de procedimento que será realizado. 2.3 Orientações Para Preparo Da Equipe Deixar os pés afastados e totalmente apoiados no chão; Manter as costas eretas; Usar o peso corporal como um contrapeso ao do paciente; Flexionar os joelhos ao invés de curvar a coluna; Utilizar movimentos sincrônicos; Trabalhar o mais próximo possível do corpo do paciente; Usar uniforme que permita liberdade de movimentos e sapatos apropria- dos; Realizar a manipulação de pacientes com a ajuda de, pelo menos, mais uma pessoa. 2.4 Dicas Ergonômicas Conheça o seu ambiente de trabalho e estratégias para tornar sua função menos cansativa; planeje pausas de 5 a 10 minutos a cada hora de trabalho, aproveite para alon- gar-se, relaxar os músculos e a mente. Use roupas confortáveis e jalecos que permitam a livre movimentação do corpo, a mobilidade é essencial para prevenir lesões; se você trabalha em pé, intercale com períodos sentado e se você trabalha sentado, aproveite as pausas para levantar e caminhar um pouco. Na assistência, use a cama hospitalar a seu favor. As camas do hospital possuem ajustes de altura e posicionamento que são de simples manuseio. Por meio destes é pos- sível elevar toda a cama, elevar a cabeceira ou os pés, transformar a cama em poltrona ou inclinar a cabeceira para baixo. Usando os ajustes da cama, pode-se evitar a sobrecarga de peso e a curvatura excessiva da coluna. Para utilizar a cama nas transferências de pacientes, ajuste a altura da mesma entre a sua cicatriz umbilical e as cristas ilíacas favorecendo o correto posicionamento da coluna ao transferir o paciente. Se necessário, afaste os membros inferiores alargando a sua base ao invés de fletir a coluna. Nota-se, portanto, que o terapeuta não deve se preocupar apenas com a pre- venção de dor e lesões de seus pacientes, mas com a sua saúde também, por isso recomendam-se medidas preventivas já abordadas em nossas unidades, destacando a prática de atividades físicas. 39UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA Quase metade dos brasileiros não praticam atividades físicas regulares. A informação vem de um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que analisou dados dos últimos 15 anos e concluiu que 47% das pessoas não têm o hábito de se exercitar com frequência. O sedentarismo é um dos principais fatores associados ao agravamento de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto, com impactos na qualidade de vida e na produtividade. Quer saber mais sobre a ginástica laboral e o exercício físico? Leia a reportagem a seguir: Fonte: GINÁSTICA laboral on-line reduz o sedentarismo em home office. G1. Disponível em: https://g1. globo.com/pr/parana/especial-publicitario/fiep/sistema-fiep/noticia/2021/11/10/ginastica-laboral-on- -line-reduz-o-sedentarismo-em-home-office.ghtml. Acesso em: 10 fev.2022. https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/fiep/sistema-fiep/noticia/2021/11/10/ginastica-laboral-on-line-reduz-o-sedentarismo-em-home-office.ghtml https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/fiep/sistema-fiep/noticia/2021/11/10/ginastica-laboral-on-line-reduz-o-sedentarismo-em-home-office.ghtml https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/fiep/sistema-fiep/noticia/2021/11/10/ginastica-laboral-on-line-reduz-o-sedentarismo-em-home-office.ghtml 40UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA “O bom design acontece quando o designer se torna o usuário”. Esta frase, de autor desconhecido, nos leva a uma reflexão importante da relação dos terapeutas/profissionais da área da saúde com sua própria saúde. Afinal, quem cuida desses profissionais? É necessário respeitar, também, os aspectos ergonômicos exigidos durante o exercício da nossa profissão. Fonte: O autor (2022). 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA Observamos, nesta unidade, o quanto a prática regular de exercício físico é capaz de contribuir com a qualidade de vida dosindivíduos (incluindo fisioterapeutas), reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e diabetes, diminuindo os níveis elevados de colesterol e regulando a pressão arterial. Nota-se a importância que os programas adequados de exercícios têm no que diz respeito à prevenção de lesão e no controle da dor muscular, práticas físicas no local de trabalho visam prevenir a fadiga muscular, corrigir vícios posturais, prevenir as doenças por traumas cumulativos e diminuir o índice de lesões no trabalho. A unidade apresentou dicas práticas para o preparo do ambiente, orientações para o preparo de toda a equipe e dicas ergonômicas para o próprio fisioterapeuta. Tais dicas são extremamente valiosas para o contexto da atuação do fisioterapeuta, principalmente em ambientes hospitalares. Deve-se lembrar, além disso, das pausas ativas abordadas em outras unidades e da prática de exercícios físicos como manutenção da qualidade de vida. 42 LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA ARTIGO 1: Covid-19 e dores na coluna foram principais motivos de afastamento do trabalho em 2021 Esta reportagem traz informações preciosas em relação a dores na coluna e Co- vid-19 foram os principais motivos que afastaram pessoas dos seus postos de trabalho em 2021. Destaca-se, nela, a importância da ginástica laboral para o trabalhador e como ele se sente melhor ao realizar os exercícios, não só fisicamente como mentalmente. Fonte: Redação Diário do Nordeste. Covid-19 e dores na coluna foram principais motivos de afastamento do trabalho em 2021. Rev. Diário do Nordeste, 23 dez.2021. Dis- ponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/covid-19-e-dores-na- -coluna-foram-principais-motivos-de-afastamento-do-trabalho-em-2021-1.3173834. Acesso em: 23 dez.2021. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/covid-19-e-dores-na-coluna-foram-principais-motivos-de-afastamento-do-trabalho-em-2021-1.3173834 https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/covid-19-e-dores-na-coluna-foram-principais-motivos-de-afastamento-do-trabalho-em-2021-1.3173834 43UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA ARTIGO 2: Ginástica laboral transforma rotina de colaboradores no Verso Nesta outra, destacam a capacidade que os exercícios têm para promover o bem- -estar dos funcionários da unidade do Governo de Goiás em Santa Helena, impactando positivamente a assistência aos pacientes. Fonte: ALVES, M. Ginástica laboral transforma a rotina de colaboradores no Herso. Secretaria De Estado Da Saúde De Goiás, Goiás, 29 de outubro de 2020. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/noticias/14009-ginastica-laboral-transforma-rotina-de-cola- boradores-no-herso. Acesso em: 20 nov. 2021. https://www.saude.go.gov.br/noticias/14009-ginastica-laboral-transforma-rotina-de-colaboradores-no-herso https://www.saude.go.gov.br/noticias/14009-ginastica-laboral-transforma-rotina-de-colaboradores-no-herso 44 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 3 PROFISSIONAL DA SAÚDE NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE - INDIVIDUAL E COLETIVA LIVRO Título: Ginástica Laboral. Estratégia Para a Promoção da Quali- dade de Vida do Trabalhado Autor: Josenei Braga dos Santos. Editora: Editora Phorte; 1ª edição (7 março 2014). Sinopse: Com o presente livro, pretende-se estabelecer a relação da GL com a Ergonomia, a qual se mostra como uma estratégia efetiva para viabilizar a melhora do ambiente de trabalho e da qualidade de vida do trabalhador. Dessa forma, o autor enfatiza a sua preocupação com o profissional da área de Educação Físi- ca, que necessita dos conhecimentos da Ergonomia para poder desenvolver melhor suas ações com os programas de atividade física na empresa, e que tais conhecimentos sejam incluídos nos cursos de bacharelado em Educação Física no Brasil. FILME / VÍDEO Título: Palestra - A importância da Ginástica Laboral Ano: 2011. Sinopse: Palestra “A importância da Ginástica Laboral” da Pro- fª. Raquele Tiana Kolher -- UCDB/SESI, durante a “Semana do Profissional de Educação Física” realizado pelo CREF11/MS-MT (Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região MS-MT), entre os dias 1 e 3 de setembro de 2011. Link: https://www.youtube.com/watch?v=4I-g7UcCI4E https://www.youtube.com/watch?v=4I-g7UcCI4E . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Conceitos e Definições acerca da NR 17; • Campos de estudo da NR 17; • Breve histórico da NR 17; • Tipos de aplicações para a NR 17. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar a NR 17; • Compreender os tipos de aplicações da NR 17; • Estabelecer a importância da NR 17 no ambiente de trabalho. 4UNIDADEUNIDADE Professor Esp. Thiago Alberto Cavazzani A NORMA A NORMA REGULAMENTADORA REGULAMENTADORA 17 (NR-17)17 (NR-17) 46 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta unidade, iremos estudar a Norma regulamentadora 17 (NR 17). Aqui apren- deremos sobre a aplicação da NR 17 no contexto do pro issional de saúde e como estes pro issionais podem se embasar na NR 17. Além disso, vamos aprender também como a NR 17 ajuda os pro issionais de diversas áreas a prevenir e tratar doenças que podem estar relacionadas ao ambiente laboral. UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 1 O ADOECIMENTO NO AMBIENTE DE TRABALHO TÓPICO UNIDADE 4 A NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) As questões que envolvem a influência do contexto laboral na saúde dos indivíduos vem atraindo cada vez mais a atenção de pesquisadores pelo mundo. Isto se deve ao aumento do absenteísmo em geral. O afastamento do trabalho gera inúmeros ônus ao em- pregado e ao empregador, atraindo assim a atenção dos empregadores para a manutenção da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Os trabalhadores permanecem focados na realização de suas atividades laborais durante a jornada, assumindo diferentes posturas e posições, sendo algumas prejudiciais, como exemplo o manuseio de cargas e sobrecargas. As diferentes posturas adotadas no trabalho são indicadores que permitem o entendimento da relação entre a tarefa e a atividade, pois são resultados de como os postos de trabalho, das máquinas e equipamentos utilizados, ritmo de trabalho, exigências cognitivas, são dispostas. A organização do trabalho contempla o estudo da divisão das tarefas, as competências, os turnos, controleP et al. Effect of four computer keyboards in computer users with upper extremity musculoskeletal disorders. American journal of industrial medicine, v. 35, n. 6, p. 647-661, 1999. VAN EERD, D. et al. Effectiveness of workplace interventions in the prevention of upper extremity musculoskeletal disorders and symptoms: an update of the evidence. Occupational and Environmental Medicine, v. 73, n. 1, p. 62-70, 2016. VIEIRA, M.C.A. Comunicação empresarial: etiqueta e ética nos negócios. Senac, 2007. YASSI, A. Repetitive strain injuries. The Lancet, v. 349, n. 9056, p. 943-947, 1997. 62 A Disciplina Doenças do Trabalho faz parte das disciplinas complementares em diver- sas Graduação devido a sua importância na formação de diversos profissionais, pois, vemos a necessidade de informar e trazer conhecimentos intimamente relacionado a área Laboral/ Ocupacional, a disciplina esta pautada na compreensão das Doenças Osteomusculares Relacionada ao Trabalho (DORT) que acaba acometendo os colaboradores/trabalhadores. Toda e qualquer disfunção apresentada no ambiente laboral temos que ter uma ótica de que a prevenção, informação, orientação ira auxiliar na melhor qualidade de trabalho, produção e consequentemente melhora na qualidade de vida do trabalhado, com isto, mantendo um bom relacionamento empregado-empregador e uma vida mais produtiva na empresa. As ações propostas para a empresas também são pautadas em bons movimentos, exercícios terapêuticos, que seguem princípios da área da saúde, no entanto, far-se-á necessário uma analise correta, aprendidos aqui. A avaliação ergonômica está intimamente relacionada a avaliação das atividades desempenhadas no âmbito laboral, indo além, sempre acompanhando o índice de mani- festação que poderá ser gerado em um determinado ambiente, neste diapasão, é muito importante identificarmos o fator causal para que com isto, consigamos traçar meios e mé- todos preventivos e ou instrumentos para minimizar auxiliar a atividade ali desempenhada. Por isso, é muito importante conhecer o ambiente de trabalho, os movimentos ali desempenhados, conhecer toda a parte de biomecânica e avaliar todos os mecanismos que poderão sobrecarregar as estruturas musculoesquelética. Alguns recursos de avaliação, orientação e prevenção também foram abordados nesta disciplina, como a parte geral, introdução, todo o passo-a-passo, algumas disfunções gerais e disfunções especificas, sendo avaliadas de maneira pormenorizada. Criar uma óti- ca diferente de como visualizar o colaborador, não ficar cego apenas nos sinais e sintomas e sim ir além, descobrir o fator causal, e assim realizar a intervenção correta. Podemos observar que Empresa (empregador) tem que ir de encontro com o empregado, pois um ira ajudar o outro, se a empresa fornece condições de trabalho de maneira ideal, o trabalho será desempenhado com mais eficiência que consequentemente acarretara em aumento da produtividade. Considere que estes conhecimentos formam base para a compreensão de outras disciplinas, tanto aquelas com características especifica quanto de maneira geral. Por isso, esperamos que você tenha compreendido a importância do conteúdo, algumas ações que deveremos adotar como rotina e poderemos estar corrigindo alguns vícios, e ainda mais, siga na direção do seu objetivo final: o de ser um profissional amplamente qualificado. Até uma próxima oportunidade. Muito obrigado! CONCLUSÃO GERAL ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Site UniFatecie 3: Botão 11: Botão 10: Botão 9: Botão 8: Unidade 01: Unidade 02: Unidade 03: Unidade 04: