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Os testes psicológicos no Brasil

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127 
Capítulo 8 
 
Os Testes psicológicos no Brasil 
Luiz Pasquali, Docteur, UnB 
João Carlos Alchieri, MS, UNISINOS/UFRGS 
 
1 - introdução 
 
A história da Psicometria no Brasil, e pensamos ser o caso para toda a 
América Latina e quiçá da Ibero-América, aparece como uma versão em 
movimento lento do que aconteceu na Europa e Estados Unidos no início do 
século. Houve um entusiasmo inicial exagerado pela importância, pela 
pertinência e poder atribuído aos testes psicológicos, ocorridos desde o início do 
século, e alimentado principalmente pela herança funcionalista americana, até 
meados dos anos 40, no pós-guerra. Em seqüência a este entusiasmo, surgiu 
outra onda, não menos vigorosa, mas, por sua vez, caracterizada por uma 
postura de crítica contra os mesmos testes, crítica muitas vezes mais destrutiva 
que racional, visando, inclusive, o completo abandono de tais instrumentos. 
Esta tendência se alongou até o início dos anos 80. 
 
No Brasil um outro fator deve ser acrescentado neste cenário para 
entender o declínio do interesse pelos testes psicológicos que perdurou até 
quase o final da década de oitenta, o qual provavelmente pode ser verdadeiro 
também para o resto do mundo. Em meados deste século tornaram-se populares 
os enfoques humanista e dialético na compreensão do comportamento humano 
em todas as suas manifestações. A ênfase na liberdade humana como sendo a 
característica fundamental do ser humano e de seu comportamento, de um lado, 
e, do outro, no processo dialético tornou a medida em Psicologia algo 
impraticável e, de fato, uma maldição. Uma maldição sim, porque medir 
significaria destruir ou petrificar o próprio objeto psicológico, isto é, a liberdade 
ou qualquer outro processo sempre cambiante. Infelizmente (talvez se possa 
dizer assim), esta ênfase se instalou, sobretudo na academia onde a ciência é 
construída. Este período de crítica niilista e irracional perdurou no Brasil até os 
anos 80, firmado por reação ao behaviorismo americano e tudo o que a ele era 
relacionado. 
 
A renovação do interesse pelos testes psicológicos chegou mais cedo 
nos demais países do que propriamente ocorreu no Brasil devido, sobretudo, à 
existência nestes de recursos humanos especializados na área da Psicometria, 
recursos estes menos visíveis no nosso país. A falta destes especialistas tem sido 
um desastre para a credibilidade e o desenvolvimento e construção dos testes no 
Brasil. Um outro ponto a considerar neste panorama é relacionado à qualidade 
do material, que é comercializado pelas empresas editoriais de instrumentos 
psicológicos, as editoras de testes. Por muito tempo, o mercado foi saturado 
com testes sem a menor qualidade gráfica ou mesmo científica e os 
 128 
responsáveis (psicólogos) pela qualidade desses instrumentos comercializados 
não davam a mínima ou não tinham a menor preocupação com esta área. 
 
Um terceiro ponto diz respeito ao ensino de avaliação psicológica, 
realizado no país desde a estruturação dos cursos de graduação. O que antes, 
com respeito ao ensino dos testes psicológicos, fora considerado uma 
especialização do trabalho psicológico, por vezes idealizada é bem verdade, 
passou quase que por mágica para o desprezo e o rechaço científico. Ainda hoje, 
num levantamento rápido pelo país, verifica-se que as disciplinas de 
Psicometria ensinadas nas universidades brasileiras são praticamente 
inexistentes; e quando existem, ensinam apenas os rudimentos de Psicometria, o 
que tornou e vem ainda tornando a grande maioria dos psicólogos incapazes 
sequer de avaliar, muito menos de criar, a qualidade dos instrumentos 
psicológicos que utilizam. Resultado: os testes foram jogados no lixo, onde de 
fato merece estar a maioria dos atualmente utilizados neste país. A Psicometria, 
assim, veio a ser considerada uma espécie de magia, que teve, e ainda tem, sua 
fonte no fato de que a maioria dos testes aqui utilizada é mera tradução de 
instrumentos estrangeiros colocados no mercado por empresas, cuja 
preocupação fundamental é comercial e para as quais a preocupação científica 
quanto à qualidade dos instrumentos psicológicos é algo secundário, senão 
irrelevante. 
 
Reverter esta situação está sendo uma tarefa gigantesca e, ainda por 
vezes, menosprezada. Felizmente, observam-se alguns sinais de mudança nas 
atitudes dos psicólogos do Brasil, como veremos a seguir. De fato, após estes 
dois períodos de manifestações contraditórias, um novo movimento pode ser 
identificado junto aos psicólogos deste país, o de uma atitude mais sóbria e 
ponderada com referência aos instrumentos psicológicos, particularmente os de 
abordagem quantitativa. 
 
Atualmente, em algumas universidades, se reconhecem melhor as 
dificuldades, os limites e a abrangência da Psicometria, mas, principalmente, 
também o alcance de sua utilidade real na prática e na pesquisa psicológicas. 
Hoje em dia, reconhece-se, nos testes, instrumentos valiosos e necessários para 
a prática e a investigação, dirigindo-se esforços maiores para garantir a esses 
instrumentos os aspectos técnicos, seus parâmetros psicométricos, bem como 
manter uma visão mais crítica do poder de alcance deles no diagnóstico, na 
predição e na tomada de decisão sobre seus resultados. 
 
Entretanto, o que poucos conhecem sobre a psicometria e os primórdios 
da avaliação psicológica no Brasil é que seu surgimento não é recente, muito 
menos localizado e restrito a um círculo de poucos pioneiros, mas sim, que 
estava intrinsecamente relacionada à chegada da Psicologia no país no final do 
século passado e aliada às suas conquistas e desafios. Este capítulo procura 
 129 
resgatar alguns fatos e personagens desta histórica da psicologia brasileira, bem 
como possibilitar ao leitor sua contextualização e acompanhar sua evolução. 
 
2 - Preâmbulo 
 
A história dos testes psicológicos no Brasil, como na sua evolução e 
constituição científica na Europa, se confunde na prática com a própria história 
da psicologia. É uma história relativamente recente, especialmente aqui no 
Brasil, como ciência e profissão, e cujo início geralmente é atribuído à fundação 
do laboratório de Wundt. Em meados do século passado, o zeitgeist científico 
psicológico era evidente e estava impregnando os círculos acadêmicos 
brasileiros antes mesmo da fundação do laboratório de Wundt em 1879. Como 
na Europa, o surgimento da psicologia brasileira passava pela vertente médica, 
conforme se pode verificar numa das primeiras referências à psicologia na tese 
defendida no Rio de Janeiro em 1843 por José Augusto César de Menezes 
denominada de Proposições a respeito da Inteligência, bem como em 1851 por 
Francisco Tavares da Cunha em Salvador com a tese Psicofisiologia acerca do 
Homem e também por Maurício de Campos (1907) com Métodos em 
Psicologia, no Rio de Janeiro. 
 
Pode-se visualizar essa história, particularmente no que tange ao 
desenvolvimento dos testes psicológicos, em cinco grandes períodos, 
decorrentes das manifestações científicas peculiares e cujas impressões foram 
registradas. Esses períodos são: 
1. 1836-1930: Produção médico-científica acadêmica 
2. 1930-1962: Estabelecimento e difusão da psicologia no ensino 
nas universidades 
3. 1962-1970: Criação dos cursos de graduação em psicologia 
4. 1970-1987: A implantação dos cursos de pós-graduação 
5. 1987-: A emergência dos laboratórios de pesquisa 
 
 
Período I: 1836 a 1930 
 
Encontramos os primeiros estudos de psicologia no Brasil datando da 
metade do séc. XIX e levados a cabo predominantemente através de dois pólos 
culturais, na Bahia e na capital federal, então Rio de Janeiro. Nestes 
evidenciavam-se as idéias de cunho positivista vinculadas à psiquiatra e queacarretaram a ênfase no desenvolvimento de laboratórios da virada do séc. XX, 
na formação de professores com “...un vigoroso énfasis en la psicometría” 
como parte do espírito da época (Maluf, 1999, pg. 72). 
 
Neste período definimos três pontos principais para o desenvolvimento 
da utilização de instrumentos psicológicos, os quais estão relacionados a: (a) a 
ciência psicológica como um novo campo de estudo nas faculdades de 
 130 
medicina, (b) a utilização dos métodos e recursos da psicologia nas escolas 
normais e, (c) o surgimento dos centros de pesquisa psicobiológica, junto aos 
laboratórios de pesquisa de instituições variadas relacionadas à área da saúde. 
 
Quanto às faculdades de medicina: elas atuavam no pólo cultural da 
época, estreitamente relacionado ao desenvolvimento do país, na Bahia, Rio de 
Janeiro e São Paulo. Os temas abordados em teses acadêmicas relacionavam-se 
a problemas de neurologia, psiquiatria e saúde mental. Assim, no Rio de Janeiro 
a produção dirigia-se para a neuropsiquiatria, neurologia e psicologia 
propriamente dita, com interesse e ênfase acadêmica legítima, enquanto na 
Bahia a tônica estava voltada para “....pesquisa a aplicação social da 
psicologia, através da criminologia, da psiquiatria forense e da higiene 
mental”( Pessotti, 1988). 
 
As teses defendidas nos cursos de medicina testemunham a atenção que 
se voltava para uma nova fronteira, a ciência psicológica com suas promessas 
de compreensão do homem. Citam-se os trabalhos de Manoel I. de Figueiredo 
(1836) e de José A. C. de Menezes (1843) como representativos deste período, 
tendo no segundo, o reconhecimento do caráter que os estudos da inteligência 
poderiam imprimir em um futuro próximo. 
 
Paralelamente, nas instituições de saúde, especialmente nos asilos, tais 
como o Hospital Psiquiátrico São Pedro em Porto Alegre (1884) e o Hospital do 
Juquerí em São Paulo (1898), observam-se estudos dirigidos à psiquiatria com 
uma forte ênfase na avaliação psiquiátrica. As preciosas contribuições feitas por 
Franco da Rocha através da fundação de revistas como Memórias do Hospital 
Juquerí e Arquivos de Assistência a Psicopatas do Estado de São Paulo, 
permitem que ainda hoje se possa acessar os trabalhos pioneiros deste período, 
definido como período institucional da psicologia por Pessotti (1988). 
 
Como data da criação do primeiro laboratório de Psicologia no Brasil 
tem-se o ano de 1907 quando da implantação do Laboratório de Psicologia do 
Hospital Nacional de Alienados. No ano de 1913, o médico pediatra Fernandes 
Figueira trabalha pela primeira vez com um teste de inteligência na avaliação e 
aplicação nos internos do Hospício Nacional, utilizando o teste de Binet. A 
partir da I Guerra Mundial, os médicos formados nas faculdades de medicina 
iniciaram a criação de centros de pesquisa psicobiológicas e laboratórios em 
hospícios e organizações preocupadas com a saúde mental. 
 
Riedel funda o laboratório de psicologia no hospital de Engenho de 
Dentro no Rio de Janeiro (1923). Um ano depois, em 1924, é publicado o 
primeiro livro brasileiro sobre testes psicológicos, a saber, Os Tests, do 
educador Medeiros e Albuquerque. 
 
 131 
Em 1925, Ulisses Pernambuco implanta em Recife o Instituto de 
Seleção e Orientação Profissional de Pernambuco, instituição responsável, por 
mais de uma década, de estudos precursores no país em avaliação psicológica; 
também são fundados o Instituto de Hygiene de São Paulo (1926), por Geraldo 
Paulo Souza e o Instituto de Psicologia do Ministério da Educação (1933). 
 
O terceiro fator deste período refere-se às escolas normais, oriundas de 
um novo compromisso com a educação e de problemas específicos da 
psicologia com a mesma, abrindo mais um leque na abrangência e disseminação 
do pensamento psicológico no Brasil. Estas orientações se guiaram pela reforma 
dos programas do Ginásio Nacional de 1890, adotadas pela escola normal do 
Rio e de São Paulo. Em 1890 ou 1906 Medeiros e Albuquerque organiza o 
laboratório de Psicologia Pedagógica no Pedagogium no Rio de Janeiro para 
divulgar estudos de problemas psicológicos; posteriormente promoveu a 
fundação de um laboratório de psicologia, chefiado por Manoel Bonfim. Em 
São Paulo, Ugo Pizzoli, em 1914, encabeçou o movimento de psicologia 
pedagógica na Escola Normal, criando o Laboratório de Pedagogia 
Experimental, onde se faziam pesquisas sobre memória, inteligência infantil e 
psicomotricidade. Isaias Alves na Bahia trabalha na adaptação brasileira da 
escala de Binet-Simon em 1924, um dos primeiros estudos de adaptação de 
instrumentos psicológicos para o Brasil. 
 
Vinculadas historicamente na tradição experimentalista como 
sucedâneas de pesquisas psicofisiológicas, na medida em que a utilização de 
aparelhagens e testes psicológicos era necessária, as técnicas psicológicas da 
época possuíam um caráter empírico e funcionalista, aliadas a um pragmatismo 
metodológico. Estas características possibilitaram o desenvolvimento de 
métodos e técnicas de investigação direcionadas ao atendimento de numerosos 
casos, em especial quando o tempo de avaliação era limitado, razão pela qual as 
seleções nos períodos de guerras foram impulsionadas sobremaneira, 
principalmente com os testes de aplicações coletivas. 
 
Período II: 1930 a 1962 
 
Com a criação das universidades, a psicologia inicia um movimento 
mais organizado, tanto no seu ensino, quanto na pesquisa e na própria profissão. 
Inicialmente o ensino da psicologia, estava na verdade ainda restrito às escolas 
normais, nas quais foram criados novos programas. Entre essas escolas, podem 
ser salientadas as seguintes: em Belo Horizonte, através da Escola de 
Aperfeiçoamento Pedagógico, fundada em 1929. Nela estava situado um 
laboratório de psicologia que teve a sua primeira direção conduzida por 
Theodore Simon, companheiro de Alfred Binet e sucedido depois por Leon 
Walther e Helena Antipoff. As pesquisas aí realizadas referiam-se às áreas de 
inteligência, aprendizagem, memória e psicomotricidade. Paralelamente no Rio 
de Janeiro, Fernando Azevedo e Anísio Teixeira transformaram a Escola 
 132 
Normal em Instituto de Educação (1932), onde eram ministrados os cursos de 
aperfeiçoamento e especialização voltada à psicologia. Lourenço Filho assumiu 
o ensino de psicologia educacional, Isaías Alves o de Serviço de Testes e 
Medidas Escolares e J.P. Fontenelle o de estatística aplicada à educação. 
 
Neste período em São Paulo, junto à Faculdade de Educação, foi criado 
o Serviço de Psicologia Aplicada, sob direção de Noemi Silveira Rudolfer, no 
qual instalou-se o Laboratório de Psicologia Educacional. Faziam-se ali 
pesquisas direcionadas aos problemas de psicologia educacional, bem como 
oferta de aprendizagem prática para os alunos. Com a chegada, em 1927, de 
Henri Pierón a São Paulo, começa-se a lecionar Psicologia Experimental e 
Psicometria. 
 
Com a fundação das universidades, sendo a Universidade de São Paulo 
(USP) a primeira, começaram a ser ensinadas cadeiras de psicologia. Na 
Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, a 
psicologia começou a ser ministrada com uma duração de três anos letivos para 
licenciados, candidatos ao magistério secundário e ao curso normal. Várias 
disciplinas da psicologia eram então ensinadas em diferentes cursos 
universitários da época, tais como: a psicologia social nos cursos de 
Administração e Jornalismo, psicologia aplicada nos cursos de Educação Física, 
psicologia social e aplicada para Sociologia e Política, e psiquiatria forense e 
psicologia judiciária no Direito e na Medicina. 
 
O advento do ensino de psicologia nas universidades fez emergir as 
primeiras investigaçõesda pesquisa psicológica, entre cujos pioneiros 
destacam-se os pesquisadores Eliezer Schneider, interessado na área da 
psicologia social e relações humanas, o qual conduziu seus estudos junto à 
Universidade do Brasil; Noemi Rudolfer, da USP, que pesquisava a psicologia 
aplicada à educação e problemas de aprendizagem; Otto Klineberg e Anita 
Cabral com estudos desenvolvidos na área da psicologia social; Enzo Azzi, da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) voltado aos problemas 
de psicologia normal e patológica. 
 
Longe do ambiente acadêmico das universidades, a pesquisa 
psicológica era conduzida também com o mesmo esmero e impecáveis cuidados 
metodológicos nos centros orientados para questões do trabalho como no 
Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) através da Comissão de 
Estudos de Testes e Pesquisas Psicológicas (CETEPP), da Fundação Getúlio 
Vargas; nos Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço 
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), dentre outros. Em instituições 
relacionadas à educação, como nos centros pedagógicos de educação no Rio de 
Janeiro e São Paulo e nos centros de pesquisas educacionais no Rio Grande do 
Sul e Rio de Janeiro, se fomentava a investigação psicológica, inclusive com o 
desenvolvimento de instrumentais dirigidos à área. Cabe destacar também a 
 133 
importância atribuída à avaliação psicológica que algumas empresas estatais 
tinham, inclusive no desenvolvimento de métodos e técnicas de avaliação, tais 
como a Empresa ferroviária Sorocabana. 
 
No que tange aos instrumentos e testes utilizados pelos pesquisadores 
desta época, é interessante notar que a instrumentação utilizada em praticamente 
todas essas pesquisas estava amparada em testes psicológicos, sobretudo os 
testes de inteligência (Binet, Alpha, Decroly, Ballard, dentre outros), testes de 
aptidão (Walther, Coordenação Bimanual, Teste de Atenção Difusa de Lahy, 
Berg, etc...), inventários de personalidade (como Thurstorne,) e testes projetivos 
(PMK, Rorschach, TAT, etc.). 
 
Observa-se um progressivo aumento no número de publicações 
referentes à avaliação da inteligência, de habilidades e de personalidade, 
especialmente no período de 1930 a 1949 (Alchieri & Scheffer, 2000 
Conferência Internacional). Cabe destacar a observância de um número de 
trabalhos relativos às décadas de 30 e 40, que apresentavam, nos seus 
resultados, avaliações preliminares de pesquisas em andamento, enfatizando 
instrumentos que apresentavam uma quantidade de dados muito maior quanto à 
amostra, se comparados às décadas posteriores. A freqüência de instrumentos 
em avaliação, demonstrados nos estudos da época quanto às suas propriedades 
diagnósticas, revela a cautela, o zelo e o cuidado com eram dados às adaptações 
e utilizações dos instrumentos psicológicos. Neste período, o desenvolvimento 
de critérios do que era mais importante avaliar em uma seleção de pessoal fazia-
se evidente nos trabalhos publicados pelo ISOP. A avaliação intelectual e de 
personalidade foram responsáveis pelo maior incremento de produção e 
publicação de artigos em periódicos científicos neste período no Brasil, 
especialmente nas décadas de 30 e 40. Quanto aos instrumentos utilizados pelos 
autores, observamos o teste de Binet-Simon, Alfa, Teste Jota e o Teste Kent 
como os mais freqüentemente citados para a avaliação intelectual ao longo 
destes anos; em relação aos instrumentos para avaliação da personalidade, o 
Rorschach e o Psicodiagnóstico Miocinético de Mira e Lopez (PMK) eram 
muito citados em estudos para a avaliação tanto de grupos como de indivíduos. 
 
A análise das palavras-chaves, presente nos artigos publicados em 
periódicos nacionais neste período, permite (Alchieri, 2000 APA HP) uma 
avaliação dos temas e preocupações que conduziram as pesquisas e se 
representavam nos conteúdos dos artigos. Observou-se que, nas primeiras duas 
décadas, a utilização de instrumentos psicológicos predominava para a 
investigação da inteligência, especialmente a infantil; estudos de personalidade, 
especialmente os comparativos e à seleção e avaliação das aptidões para o 
trabalho. Em um segundo momento, nos anos de 1930 a 1940, além do estudo 
da personalidade e da inteligência e aptidões, o desenvolvimento psicológico 
era ponto de interesse; observava-se também uma crescente preocupação com 
relação aos cuidados na aplicação dos instrumentos. 
 134 
 
 Com o incremento da produção científica, amparada em investigações 
conduzidas tanto no meio acadêmico como por instituições não universitárias, 
surgem periódicos especializados na divulgação de trabalhos e de pesquisas, 
cuja importância para a psicologia consolidar-se como profissão ficaria 
evidenciada mais tarde, na criação de sociedades e associações científicas. 
Inicialmente os artigos de pesquisas na área de avaliação psicológica foram 
divulgados em periódicos como Neurobiologia (Recife, 1948), Boletim de 
Psicologia Educacional (USP – 1946), Boletim de Psicologia (USP – 1946), 
Psyké (Rio – 1947), Arquivos Brasileiros de Psicotécnica (ISOP – 1949), 
posteriormente denominada de Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada e 
atualmente de Arquivos Brasileiros de Psicologia; Boletim do Instituto de 
Psicologia da Universidade do Brasil (1951) e Revista de Psicologia Normal e 
Patológica (1955), dentre outras. 
 
Quanto à organização profissional da psicologia: os psicólogos 
começaram a se organizar em associações, realizar reuniões nacionais e criar 
centros de caráter profissional. Podemos destacar as seguintes instituições como 
mais representativas para a avaliação psicológica: a fundação do Instituto de 
Seleção e Orientação Profissional (ISOP – Rio, 1947) e a Associação Brasileira 
de Psicotécnica (ISOP – 1949). Observam-se, ainda, eventos e entidades que 
catalisaram o desenvolvimento da ciência psicológica no Brasil e cuja 
importância pode ainda ser percebida, a saber: 
 Associações: Associação Brasileira de Psicologia (Rio), associada à 
Sociedade Internacional de Psicologia; Sociedade de Psicologia de São 
Paulo, Associação Brasileira de Psicólogos (São Paulo); Divisão 
Nacional do Brasil da Sociedade Internacional de Hipnose Clínica e 
Experimental (São Paulo – 1959); 
 Reuniões e Congressos: I Congresso Brasileiro de Psicologia (Curitiba 
–1953); I Seminário Latino-Americano de Psicotécnica (1955); 
 Entidades e Centros profissionais: Comissão de Estudos de Testes e 
Pesquisas Psicológicas do ISOP; Instituto de Organização Racional do 
Trabalho (IDORT – São Paulo); Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial (SENAI – Rio e São Paulo); Serviço Nacional de 
Aprendizagem Comercial (SENAC – Rio e São Paulo); Serviços 
Psicotécnicos nas estradas de ferro como Gabinete de Psicotécnica da 
Sorocabana; Seleção e Orientação Profissional no serviço federal, 
estadual, etc. 
 
Especificamente, com respeito aos testes psicológicos, este período e o 
próximo foram dos mais produtivos no Brasil, havendo, inclusive um 
entusiasmo e crença desmedida e quiçá até exagerada, no poder desses 
instrumentos. De qualquer forma, foi o período que podemos chamar de áureo 
dos testes psicológicos no país. Pode-se representar através dos estudos sobre 
 135 
testes psicológicos publicados, o perfil de interesse em quais eram os testes 
mais empregados e pesquisados, consulte a tabela 8-1 para ter uma visão geral 
da produção nacional nessa área (veja Período III). 
 
Período III: 1962 a 1970 
 
Este período se caracteriza pela regulamentação dos cursos de 
psicologia e a conseqüente expansão do ensino da graduação da psicologia no 
Brasil. A regulamentação da psicologia como disciplina e profissão foi realizada 
através da lei no. 4119 de 1962,culminando com a criação do Conselho Federal 
de Psicologia e dos Conselhos Regionais de Psicologia em 1974 pela lei 5.766, 
formalizando assim o registro dos psicólogos formados anteriormente a lei entre 
1962 e 1965. 
 
O surgimento da nova profissão levou a psicologia a ser muito 
procurada desde os primeiros anos de sua oficialização como profissão, de tal 
sorte que em 1968 já haviam 2.000 alunos matriculados nos cursos de 
psicologia do país. Dos sete cursos existentes na década de 60, este número 
passou para 21 em 1970, havendo uma pletora após essa data, tanto que em 
1974 8.000 alunos estavam nos cursos de psicologia. De um total de 1.500 
psicólogos devidamente registrados no país em 1970, rapidamente este número 
passou para 2.000 em apenas seis anos, com sua concentração 
predominantemente restrita às regiões sudoeste, sul e centro-oeste. 
 
Essa rápida expansão da psicologia acarretou também a perda de 
qualidade dos cursos, principalmente quanto à falta de docentes qualificados. 
Poucas foram as instituições, dentre as dezenas de cursos no país, que 
conseguiram manter, nessa explosão de procura, um nível de qualidade no 
ensino da avaliação psicológica, inclusive com o desenvolvimento de pesquisas; 
cabe destacar os trabalhos desenvolvidos na PUC-RJ, USP, UnB, PUC-RS, 
UFMG, USP-Ribeirão Preto e que foram responsáveis pela implantação dos 
primeiros Programas de Pós-graduação Stricto Senso posteriormente. 
 
Ao final da década de 60, com o crescimento do número de cursos de 
psicologia e a conseqüente necessidade de professores para o ensino, aliada à 
escassa oferta de cursos de pós-graduação, houve um comprometimento na 
qualificação dos psicólogos, especialmente na área de avaliação psicológica no 
país, observável nas décadas seguintes. Na avaliação psicológica não seria 
diferente do verificado em outras disciplinas, o crescente desinteresse pela 
medida psicológica, o descrédito aos instrumentos psicométricos, a ênfase da 
avaliação psicológica voltada para a visão dinâmica da clínica, permitiram o 
engessamento na construção de instrumentos nacionais e atualização dos testes 
psicológicos em uso. 
 
 136 
 A este respeito cabe destacar que a contribuição quanto à produção de 
artigos, estudos e criação de instrumentos brasileiros, como no resto do mundo, 
apresentou neste período um forte declínio, representando uma reação à 
quantificação, ao positivismo, suas manifestações, juntamente com o advento do 
humanismo e da dialética, conforme já descrito acima. 
 
Especificamente, com respeito aos testes psicológicos produzidos na 
Brasil, você pode observar, na tabela 8-1, um número substancial de 
instrumentos nas primeiras cinco décadas deste século, voltados aos estudos da 
inteligência, personalidade e habilidades diversas. Na tabela são elencados os 
instrumentos, seus autores, datas de publicação e principais estudos quanto aos 
aspectos psicométricos desses produtos nacionais na área durante este período. 
 
Tabela 8-1. Testes psicológicos produzidos no Brasil entre 1930-1970 e os 
respectivos estudos quanto aos aspectos psicométricos de validade e 
fidedignidade. 
Teste Autor(es) Ano Validade 
(Coeficientes) 
Precisão 
(coeficientes) 
ABC M.B. Lourenço Filho 1931 nada nada 
PMK E.Mira y Lopez 1940 concorrente com juízes: 
0,37 - 0 ,79 
teste-reteste: 
0,52 – 0,71 
Teste Jota O.A.L. Martins 1944 0,77 notas escolares metades: 0,98 
Minhas Mãos H. Antipoff 1947 nada Nada 
Teste Maia Jacyr Maia 1950 com INV: 0,48 e notas 
escores 0,40 a 0, 80 
Nada 
Classificação 
de Objetos do 
ISOP 
E. Schneider 1950 com testes de inteligência: 
0,83 - 0,84 
Nada 
Dadahie E.M.Andrade, R.Moraes, 
Z.S.Wend 
1950 nada metades: 0,69 – 
0,84 
Coordenação 
Manual 
D. Antipoff 1951 nada Nada 
DEP O.B.Barros et al. 1952 com desempenho 
acadêmico: 0,49 
metades: 0,88 
INV Pierre Weil 1955 com Standord-Binet: 0,73 e 
Raven: 0,84 
metades: 0,93 
Teste do Sinal J. Carvalhaes 1955 com testes motores: 0,45, 
0,66 
Nada 
Teste de 
Percepção 
C.C. de Souza 1955 nada nada 
MPAM - 
motivação 
A.L. Angelini 1955 com notas escolares: ? teste-reteste: 0,96 
SENAI AG-3 O.B. Barros et al. 1959 concorrente: 0,31- 0,82 
Cubos Kohs, DEP, notas 
escolares 
metades: 0,97 
Becasse B.K.Schoenfeldt 1961 nada nada 
Bateria CEPA CEPA 1963 com Meili: 0,42 e 
Sinônimos: 0,92 - 0,96 
metades: 0,81 
Inventário 
Interesses 
A.L. Angelini 1963 nada nada 
Bateria 
Fatorial 
SENAC 
SDEP 1964 nada metades: 0,86 – 0,96 
 137 
Bateria 
Interm. 
SENAC 
E.Nick, M.A.Pinheiro, 
M.L.E.Silva 
1964 nada metades: 0,75 - 0,89 
teste-reteste: 0,54 -
0,77 
G-36 E.R.Boccalandro 1966 com Dominós: 0,84 metades: 0,90 
Relógios F.de V.Souza, 
S.V.Cambraia 
1967 com Raven: 0,57 e com 
INV: 0,77 
metades: 0,81 
EMPA M.A.Pinheiro, 
C.N.Cohen 
1968 nada nada 
Definição de 
Palavras 
L.C. Bonilha 1968 nada metades: 0,93 
Avaliação 
Intelectual 
J.A.Cunha, N.S. da 
Rocha 
1969 com INV: ,? metades: 0,87 - 0,91 
Fonte: Van Kolck, 1981. 
 
Um comentário geral sobre esta tabela parece pertinente e importante 
para buscar a atenção do leitor aos meandros da questão; observe que no 
período entre 1930 a 1970 houve uma grande preocupação dirigida através de 
estudos e pesquisas voltados mais para a criação de testes e menos para a 
análise e elaboração dos seus parâmetros psicométricos. Infelizmente, esta 
última tendência tem sido a tônica também após os anos 70. 
 
Período IV: 1970 a 1990 
 
Este período se caracteriza por alguns eventos que tornaram a 
psicologia uma área em franca expansão e também marcada por uma crise. 
 
De um lado, a introdução de cursos de pós-graduação na PUC-RJ, 
PUC-RS, USP, PUC-SP, UnB possibilitava o incremento do ensino e da 
pesquisa em psicologia, especificamente com respeito à avaliação psicológica. 
O corpo docente era ou de estrangeiros ou de formados no exterior, mas a 
maioria ainda não tinha formação suficiente para ensino em nível pós-graduado. 
A ação moderadora do Ministério da Educação e Cultura – MEC, com respeito 
à criação de novos cursos de graduação em psicologia, restringiu assim o 
número demasiado grande de cursos diante da falta de docentes mais 
qualificados e da pouca abertura do mercado de trabalho para o psicólogo, o 
qual se direcionara praticamente à clínica particular e a atividades de seleção. 
 
A criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de 
Psicologia foi um fator disciplinador e também impulsionador do exercício 
profissional da psicologia no país, além de possibilitar a integração do exercício 
e normas quanto ao trabalho dos profissionais. 
 
Por outro lado, a desvinculação do ensino e da pesquisa psicológica 
acabou cindindo de forma irremediável a prática profissional da atualização, 
desenvolvimento e criação de instrumentos e técnicas dirigidos à avaliação 
psicológica. O ensino de graduação ou estava vinculado na tradição da 
psicologia profunda (especialmente psicanálise), quase totalmente carente de 
pesquisa empírica ou, ao oposto, fundamentado no modelo behaviorista 
 138 
skinneriano, calcado em pesquisa experimental de laboratório com modelo 
animal. Criava-se assim, uma dissociação que ainda pode ser contemplada no 
cotidiano profissional, os instrumentos e técnicas disponíveis acabam sendo 
frutos da investigação conduzida por pesquisadores, oriundos de seus interesses 
particulares, sem que estes sejam provenientes das vicissitudes da comunidade 
profissional. O psicólogo formado em tais centros centrava sua prática em 
clínicas particulares ou em seleção de pessoal, sem um preparoadequado 
quanto aos métodos e técnicas disponíveis, nem respaldado por instrumentais 
cuja aplicabilidade lhe era assegura pelas exigências do mercado; a profissão de 
psicólogo tornou-se assim severamente criticada pela sociedade. 
 
No que toca aos testes psicológicos, este período foi extremamente 
pobre. Nas universidades se ensinavam exclusivamente testes projetivos, 
abusivamente utilizados na vida profissional para qualquer finalidade, da 
avaliação em psicodiagnóstico à seleção para aquisição de carteiras de 
motoristas. Os testes psicométricos, que tiveram um período de criação e 
pesquisa no estabelecimento das universidades nos anos de 1940 a 1970 – em 
especial em instituições universitárias ou não, como na USP, ISOP, SENAI e 
SENAC – foram praticamente abandonados ou usados sem atualização de suas 
normas caducadas há dezenas de anos. A pesquisa em testes psicológicos neste 
período foi nula, da mesma forma que o número de artigos produzidos no país; 
de um momento para outro ninguém mais trabalhava com testes psicológicos, 
muito menos, os psicométricos. Nas universidades instalou-se uma ausência de 
pesquisas voltadas à aplicabilidade, à construção e à divulgação de estudos, o 
que ainda se faz sentir no despreparo dos profissionais e docentes da área de 
avaliação psicológica hoje em dia. De fato, no que concerne aos testes, este 
período pode ser caracterizado como a era negra dos testes psicológicos no 
Brasil. Na verdade, não há muito a se dizer além de que ele representa o colapso 
total destas técnicas no país, tanto para os psicólogos quanto para os usuários 
em geral. Este período se caracteriza pela ausência praticamente total de 
preocupação com o estudo destes instrumentos. Não somente os pesquisadores e 
psicólogos não investiram esforços neste campo como também suas 
instituições, o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, que 
igualmente não mostraram grande preocupação; então, a disseminação dos 
testes ficou entregue às empresas comerciais, cuja preocupação, como sabemos, 
não é primariamente científica. Conseqüentemente, estes instrumentos em 
números sempre crescentes, mas cujas pesquisas precursoras quase inexistem 
documentadas nos manuais, foram postos à disposição dos profissionais pelo 
mercado, representando, na maioria das vezes, simples traduções de testes 
estrangeiros, com dados amostrais insuficientes. Sob a égide da psicologia 
como uma ciência, o mercado editorial brasileiro traduziu, adaptou e 
comercializou instrumentos para os mais diferentes propósitos sem que 
houvesse o menor cuidado com esta prática. Se de um lado um furor havia se 
instalado quanto à importação de instrumentos, por outro lado os instrumentos 
autóctones, os velhos testes brasileiros dos anos 1930 – 1970, nunca mereceram 
 139 
atenção neste período ou nunca foram atualizados e continuaram (ainda 
continuam!) sendo usados como nasceram. Os psicólogos que faziam uso de 
tais testes não tinham maiores críticas ou escrúpulos em utilizá-los, vez que eles 
próprios não foram instruídos o suficiente para perceber a carência técnica e 
metodológica em que as universidades estavam mergulhadas. As questões 
relacionadas à quantificação, às áreas psicométricas e seus campos afins, tais 
como a estatística, eram meramente mencionadas nas disciplinas universitárias, 
dando-se ênfase ao ensino e treino no uso dos testes com a famosa disciplina de 
Técnicas de Exame Psicológico (TEP) e similares. 
 
E esta situação em parte ainda perdura ou perdurou até o final dos anos 
80, onde centenas de processos judiciais surgiram contra decisões tomadas com 
apoio no psicotécnico na área da seleção. Reportagens tremendamente negativas 
sobre os testes psicológicos, como a publicada na Folha de São Paulo (22 de 
março de 1992), cobrindo em uma página deste prestigioso jornal, com o título 
"Firmas aposentam os testes psicológicos". O título, na verdade, apenas sugere 
as afirmações devastadoras ali feitas contra os testes psicológicos. Embora nem 
tudo o que ali se afirmou fosse verdadeiro, havia tanto de verdade que o 
Conselho Federal de Psicologia e os regionais não tiveram coragem ou 
argumento para reagir publicamente, antes pelo contrário, todos entraram numa 
espécie de pânico. 
 
Situações como esta trouxeram à baila uma reação violenta por parte da 
sociedade, dos usuários e das vítimas do uso abusivo e indiscriminado desta 
prática por parte de psicólogos despreparados quanto à avaliação psicológica. A 
sociedade, na verdade, reagiu com processos judiciais e reportagens 
denegridoras dos testes e dos erros de seus profissionais em jornais a nível 
nacional. Contudo, em meio a esta descrença generalizada no país formavam-se 
alguns poucos grupos, principalmente vinculados aos cursos de pós-graduação, 
como na UnB, PUCRS, USP, UFRGS e UFRJ, e Conselhos Regionais de 
Psicologia (CRP-07 e 06), onde a trajetória da pesquisa e da formação de 
docentes qualificados fazia-se evidente. Nestes esparsos grupos o trabalho 
quanto à melhoria da avaliação psicológica era uma reação à situação, mas 
impulsionavam outras atitudes tímidas como a do Conselho Federal de 
Psicologia em criar em 1980 a Comissão Nacional de Avaliação Psicológica 
cujos objetivos eram, dentre outros, a análise da situação e o estudo quanto às 
principais dificuldades em avaliação psicológica com que o psicólogo se 
deparava. Neste contexto cabe resgatar o trabalho inédito da Comissão de 
Métodos e Técnicas do CRP-07 RS formada na década de 80 e que desde então 
diferenciou a condução de políticas e práticas nesta área, idealizando os 
Encontros sobre Testes Psicológicos no RS. Estes eventos que inicialmente 
contavam com a presença tímida de alguns poucos profissionais e buscavam o 
aperfeiçoamento da categoria no que tange ao uso e investigação dos testes 
psicológicos, consolidou-se no cenário nacional a ponto de ser um dos maiores 
eventos científicos em avaliação psicológica brasileira ao final dos anos 90. 
 140 
 
Período V: 1990 ao presente 
 
Felizmente, esta situação calamitosa dos testes psicológicos no Brasil 
provocou uma onda de preocupações por parte dos Conselhos Regionais de 
Psicologia, de alguns profissionais, em particular do Conselho Federal de 
Psicologia (CFP) e também de pesquisadores preocupados por reportagens 
depreciativas e pelos numerosos processos judiciais contrários aos resultados de 
avaliações psicológicas. Embora os conselhos de Psicologia tivessem 
preocupação mais com respeito à repercussão negativa dos testes na sociedade 
e, conseqüentemente, com a classe profissional dos psicólogos na sociedade em 
geral, o CFP procurou investir em comissões para estudar a questão e alguns 
conselhos regionais organizaram encontros com o mesmo objetivo. Contudo, se 
deve a alguns pesquisadores, preocupados mais com os problemas 
epistemológicos e os fundamentos da medida, bem como a produção de 
instrumentais honestamente confiáveis, a retomada da pesquisa e da seriedade 
neste campo da instrumentação psicológica no Brasil. 
 
Como todos estes últimos esforços na área dos testes psicológicos não 
estão muito concatenados e estruturados, procuraremos a seguir apenas fazer 
uma listagem dos mais significativos, sabendo de antemão de algumas injustiças 
cometidas ao não mencionar alguns esforços que vêm sendo empreendidos em 
partes diversas deste imenso país. As desculpas para estas omissões são do 
tamanho do país e a precariedade dos meios de comunicação entre 
pesquisadores e instituições universitárias brasileiras. 
 
Primeiramente, deve-se ainda afirmar que a preocupação maior dos 
psicólogos em geral na área da avaliação psicológica no Brasil se situa no que 
poderia se chamar de psicotécnica, isto é, preocupaçãocom o uso adequado dos 
testes psicológicos em termos de normas e ultimamente, da ética profissional. 
Num levantamento bastante recente, Santos (1991) afirma que a preocupação 
maior dos pesquisadores em Psicologia na área da Psicometria se concentra em 
"questões referentes ao ensino das técnicas psicológicas de avaliação, seu uso e 
aplicações e a imagem social dos testes em nosso país". Esta mesma 
preocupação é visível em praticamente todos os encontros no país sobre testes 
psicológicos. 
 
Apesar disso, alguns eventos recentes na área permitem se ter alguma 
esperança de preocupação legitimamente orientada para as questões mais 
fundamentais da problemática e da qualidade psicométrica dos instrumentos 
psicológicos. Mencionam-se alguns deles sob os tópicos a seguir: 
 
1 - Laboratórios de pesquisa dos testes psicológicos 
 
 141 
Vários centros voltados ao ensino, a pesquisa e ao desenvolvimento de 
instrumentos de avaliação psicológica foram criados no Brasil desde o final da 
década de 80. A grande maioria, senão sua totalidade, encontra-se vinculada aos 
programas de pós-graduação de mestrado e doutorado nas principais 
universidades brasileiras; dentre eles, salientam-se os seguintes laboratórios e 
suas temáticas principais: 
 
Centro Criação Local Temática 
Laboratório de Pesquisa 
em Avaliação e Medida 
LabPAM 
1987 UnB, DF - teoria psicométrica 
- validação de testes 
- avaliação de programas 
- avaliação educacional 
Laboratório de Avaliação 
e Medidas Psicológicas 
Lamp 
1994 PUCCAMP, 
SP 
- ensino das TEP 
- validação de testes 
- banco de dados sobre 
avaliação 
Laboratório 
Interdepartamental de 
Técnicas de Exame 
Psicológicas 
Litep 
1988 IPUSP, 
SP 
-planejar e executar 
pesquisas de instrumentos 
- promover a informatização 
da coleta e análise de 
dados - - desenvolver 
programas para aplicação, 
avaliação e elaboração de 
relatório 
computadorizado. 
Laboratório Mensuração 1995 UFRGS, 
RS 
- validação de testes em 
personalidade 
Centro de Pesquisa em 
Psicodiagnóstico – CPP 
1978 USP-R.P., 
SP 
- testes projetivos 
Laboratório de 
Instrumentos de Avaliação 
Psicológica 
Liap 
1999 UNISINOS 
RS 
- elaboração de programas 
de ensino e base de dados 
sobre avaliação psicológica 
no país 
- estudos de revisão de 
normas dos principais 
testes utilizados 
Laboratório de Estudos e 
Pesquisas de Avaliação 
Psicológica 
Lepap 
 1997 PUCMG - gerar e receber dados que 
possibilitem a atualização e 
reciclagem em avaliação 
psicológica do corpo 
docente e discente. 
 
Sob a influência desses laboratórios de testes, uma série de outros vêm 
surgindo nas instituições de ensino superior no país, mostrando o sadio interesse 
e a preocupação científicos dos psicólogos brasileiros (sobretudo, pesquisadores 
e docentes) para com a área da avaliação psicológica. 
 
 142 
2 - Criação e atuação da Câmara Interinstitucional de Avaliação Psicológica 
do CFP 
 
O Conselho Federal de Psicologia, na verdade, vem se preocupando 
com o problema dos testes no Brasil desde o início da década de 80, 
promovendo a primeira reunião de uma Comissão Nacional de Técnicas 
Psicológicas no Rio de Janeiro em 1981. Várias outras reuniões se seguiram, 
sendo a mais relevante a de 1989 por ter produzido um elaborado relatório sobre 
a área dos testes e enfatizando a necessidade de pesquisa em psicometria no 
Brasil. Essas comissões e seus relatórios não produziram maiores resultados 
nem foram percebidas como práticas em suas conseqüências para a categoria 
profissional, até que as ameaças de ordem judicial, decorrentes do veto 
presidencial quase acarretaram a extinção do Psicotécnico no Trânsito em 1997. 
Este fato acabou provocando uma tomada desesperada de atitude por parte da 
classe dos psicólogos e seus conselhos, no sentido de verificar toda a 
problemática das técnicas psicológicas no país, em particular o seu uso em 
situação de seleção. Assim, o CFP convocou uma dúzia de especialistas na área 
dos testes psicológicos do país para decidirem uma estratégia técnico-científica 
e política para resolver a problemática das técnicas psicológicas no Brasil. 
Dessa reunião surgiu a criação da uma comissão permanente de especialistas 
sob o nome de Câmara Interinstitucional de Avaliação Psicológica, composta 
de pesquisadores, docentes e usuários dos instrumentos psicológicos e apoiada 
pelo CFP. Essa Câmara se propôs inicialmente trazer soluções definitivas à 
problemática da avaliação psicológica no país, objetivando: 
 propor melhoria da qualidade da formação universitária dos 
profissionais na área da avaliação psicológica, no nível de graduação 
 propor formação de recursos humanos especializados em avaliação 
psicológica, em nível de pós-graduação 
 produzir pesquisas para criação e validação de instrumentos 
psicológicos para o país 
 estabelecer normas para a qualidade e uso dos instrumentos 
psicológicos 
 atuar junto às editoras de testes e usuários para divulgação e uso de 
instrumentos validados para o país 
 resolver questões levantadas por usuários e outros referentes à 
instrumentação psicológica e legitimidade do seu uso para diferentes 
finalidades. 
 
Reunida duas vezes ao ano desde 1998, a Câmara com a participação de 
seus diferentes membros e com o intuito de propor medidas resolutivas quanto 
aos problemas na área dos instrumentos psicológicos no país, foi extinta ao final 
de 1999 em função da necessidade de reconfiguração de seus objetivos e 
composição. Assim mais uma tentativa de parceria e composição de estratégias 
técnico-científicas e políticas envolvendo a categoria e pesquisadores, como as 
 143 
suas predecessoras, resultou em fracasso, o que certamente leva a conjecturar as 
novas e possíveis formas de abordar esta questão de parceria e atuação 
profissional, sendo presentemente novamente tentada pelo Instituto Brasileiro 
de Avaliação Psicológica (deste falaremos já em seguida). 
 
 144 
3 - Criação de Sociedades Dedicadas à Problemática dos Testes Psicológicos 
 
Pode se verificar paralelamente aos tópicos assinalados acima, que 
demonstram a importância e a retomada institucional da avaliação psicológica 
nas universidades e em órgãos de classe, a implantação de associações, 
entidades e sociedades científicas que se faz sentir como um ponto marcante no 
curso do ensino e divulgação científica da psicologia. Cabe destacar aqui a 
criação da Sociedade Brasileira de Rorschach e Outras Técnicas Projetivas 
(1997), da Associação Íbero-Americana de Psicometria, com pesquisadores de 
Argentina, Brasil, Portugal, Espanha, Chile, Venezuela e México, inclusive com 
a publicação de uma revista especializada e do Instituto Brasileiro de Avaliação 
e Pesquisa em Psicologia – IBAP (1998) composto por pesquisadores na área 
da avaliação psicológica, objetivando a pesquisa científica em Psicologia e, 
particularmente, a pesquisa sobre a instrumentação psicológica e criação e 
validação de técnicas de exame psicológico. O IBAP está lançando uma revista 
especializada em avaliação psicológica (Avaliação Psicológica) para fomentar e 
unificar as pesquisas nesta área no Brasil. Está, também, viabilizando uma 
parceria com o Conselho Federal de Psicologia para apoiar a classe dos 
psicólogos com instrumentos adequados à sua profissão, bem como o controle 
da qualidade no seu uso. 
 
4 – Realização de Congressos e Encontros sobre Testes Psicológicos 
 
Cabe citar e historiar aqui os esforços realizados por instituições e 
pesquisadores de todo o país quanto à promoção de eventos disseminadores de 
idéias e de atualização científica na áreade avaliação psicológica. Um dos 
primeiros eventos, e que ainda se mantém, foi o Encontro Sobre Testes 
Psicológicos, CRP-07 do RS que, desde sua primeira edição em 1983 com a 
presença de 150 participantes, em 1999 contou com mais de 600 profissionais, 
data em que foi transformado em Congresso Nacional de Avaliação Psicológica. 
A temática, amparada inicialmente sobre questões de utilização e ensino de 
testes, vem assumindo progressivamente um caráter voltado a preocupação com 
a qualidade científica desses instrumentos e sua constante atualização em 
investigações científicas. 
 
Similarmente em São Paulo, o Encontro sobre Testes Psicológicos, 
promovido pela Universidade de São Paulo - USP, agora em sua segunda 
edição, tornou-se um pólo aglutinador e dinamizador dos trabalhos científicos 
realizados na região. Sua manutenção em muito contribui para a divulgação 
científica da avaliação psicológica na região sudeste e também ao país. 
 
O Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica apresenta-se como um 
evento em sua quinta edição, ao mesmo tempo em que amplia as fronteiras com 
a realização conjunta, em seu V Encontro da VIII Conferência Internacional de 
Avaliação Psicológica. 
 145 
 
O Congresso Nacional de Rorschach e Outros Métodos Projetivos, 
realizado sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Rorschach, desenvolve 
desde 1995 encontros com expressiva presença nacional na área de avaliação 
psicológica, enriquecida especialmente pela abordagem projetiva, ao mesmo 
tempo em que se consolida cada vez mais como um importante referencial nesta 
área de avaliação. 
 
Cabe destacar também a importância da Reunião Anual da Sociedade 
Brasileira de Psicologia (SBP), particularmente a partir de 1991 onde ocorrem 
vários encontros de pesquisadores em testes e avaliação psicológica, em um 
constante crescimento no número de apresentações de estudos e pesquisas sobre 
os testes, bem como de integrantes interessados na área. 
 
A Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação (ANPEPP), onde 
temas sobre testes psicológicos têm aparecido de forma esporádica nas últimas 
edições, mas que apresentou, em seu último encontro realizado em maio de 
2000, na cidade de Serra Negra, a consolidação de um grupo específico para 
estudos sobre avaliação e testes psicológicos. 
 
5 – Publicação de Obras sobre Avaliação Psicológica 
 
Até pouco tempo atrás, a literatura técnica sobre Psicometria e 
avaliação psicológica em geral de origem nacional era praticamente nula, 
composta principalmente por traduções de livros clássicos. Presentemente, se 
pode verificar que vários livros já foram publicados tratando da problemática e 
dos fundamentos da avaliação psicológica, tornando acessível à comunidade 
acadêmica e científica a atualização de estudos nacionais e internacionais na 
área. Entre eles, podemos citar os seguintes: 
 Cunha, J.A. (1996). Psicodiagnóstico. Porto Alegre, RS: Artes Médicas 
(Reeditado e ampliado em 2000); 
 Pasquali, L. (Org. - 1996). Teoria e métodos de medida em ciências do 
comportamento. Brasília, DF: INEP (será editado pela Casa do 
Psicólogo, SP, em 2000); 
 Pasquali, L. et al. (1997). Questionário de saúde geral - QSG. São 
Paulo, SP: Casa do Psicólogo; 
 Pasquali, L. (1997). Inventário Fatorial de Personalidade - IFP. São 
Paulo, SP: Casa do Psicólogo; 
 Pasquali, L. (1997). Planejamento e avaliação de ações de IEC em 
saúde: Manual prático de planejamento estratégico. Brasília, DF: 
Ministério da Saúde. 
 Pasquali, L. (1998). Psicometria: Teoria e aplicações. Brasília, DF: 
Editora da UnB (uma edição aumentada será lançada em 2001); 
 146 
 Pasquali, L (Org. – 1999). Instrumentos psicológicos: Manual prático 
de elaboração. Brasília, DF: LabPAM/IBAP; 
 Wechsler, S. (Org. – 2000). Avaliação psicológica numa perspectiva 
internacional. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo; 
 Pasquali, L. (no prelo). Análise fatorial para pesquisadores. Brasília, 
DF: LabPAM/IBAP; 
 Pasquali, L. (Org. – no prelo). Técnicas de exame psicológico – TEP. 
Vol. I: Fundamentos dos testes psicológicos. Brasília, DF: 
LabPAM/IBAP; 
 Pasquali, L. (Org. – no prelo). Delineamento de pesquisa em ciência. 
Brasília, DF: LabPAM/IBAP; 
 Pasquali, L. (Org. – no prelo). Teoria de Resposta ao Item – TRI. 
Brasília, DF: LabPAM/IBAP. 
 
Com a ação decisiva do IBAP em parceria com o Conselho Federal de 
Psicologia, espera-se que uma avalanche há muito devida, de obras científicas 
seja viabilizada neste país sobre a avaliação psicológica. Com certeza este 
incremento da produção e divulgação científica irá ter seu impacto sentido 
principalmente junto à formação, tanto no âmbito da graduação quanto na pós-
graduação, com uma melhor qualificação de docentes e alunos da psicologia em 
um período muito curto de tempo. 
 
6 – Legislação Sobre Psicotécnicos 
 
Um outro aspecto a ser ponderado neste incremento da avaliação 
psicológica trata do exercício da avaliação em situações de concurso e seleção 
profissionais. A demanda no país da realização de exames psicológicos para 
categorias profissionais, para avaliação de motoristas, porte de armas, ingresso 
na polícia civil e militar, academias marciais, vem aumentando nos últimos anos 
e conseqüentemente, os questionamentos associados à sua realização. A 
legislação não vem resolver os problemas decorrentes do uso ou do abuso das 
avaliações psicológicas e ou do uso ou mau uso dos testes psicológicos, mas 
vem impondo mais e mais responsabilidades sobre os psicólogos com respeito à 
qualidade científica dos instrumentos que utilizam, promovendo, assim, a 
pesquisa nesta área. A legislação forçou o psicólogo a assumir com maior 
responsabilidade seu papel de profissional na avaliação psicológica, sujeito às 
leis da qualidade e de prestação de serviços à sociedade, inclusive, qualidade 
esta que pode ser judicialmente exigida pela sociedade. 
 
Conclusão: 
 
Ao resgatar-se a história da Psicologia e especificamente da Avaliação 
Psicológica, observa-se o quanto sua relação é vinculada de forma estreita com 
o desenvolvimento científico da psicologia no país. Desde os primeiros 
 147 
trabalhos antes mesmo da instituição do trabalho de Wundt na Europa, os temas 
palpitantes haviam seguido além mar para desembarcar nas primeiras teses. Das 
primeiras avaliações realizadas com instrumentos e testes estrangeiros em 
rudimentares adaptações e improvisadas pela falta de estruturas técnicas, 
verifica-se hoje um salto quantitativo e qualitativo da produção nacional na 
implantação de laboratórios vinculados aos programas de pós-graduação. 
 
A avaliação psicológica sobreviveu no Brasil, como também nos 
demais países, aos tempos difíceis das décadas de sessenta e setenta revigorando 
e retificando suas abordagens teóricas e técnicas. Esta mudança possibilitou o 
incremento de novas e promissoras técnicas, ao mesmo passo que amplia 
sobremaneira sua ação no desenvolvimento tecnológico da informatização. 
 
Assim, podemos concluir esta breve revisão, notando que há elementos 
suficientes para afirmar que a área dos testes psicológicos no Brasil finalmente 
está sendo abordada de uma maneira mais científica. Por outro lado, nem tudo 
está pronto e mesmo algumas dificuldades históricas teimosamente persistem 
para desafiar os pesquisadores e psicólogos ainda na virada de mais um século, 
salientado-se, sobretudo: (a) a formação em um número ainda insuficiente de 
especialistas e pesquisadores nacionais qualificados, (b) a presença de um 
currículo universitário deficiente e pobre, onde as disciplinas como Psicometria, 
quando existe, não é dada como tal e sim como uma testologia (aplicação de 
testes) sendo, ademais, uma disciplina optativa, (c) a evasão (fuga)dos 
psicólogos desta disciplina, devido ao despreparo dos mesmos na área da 
Estatística e da medida em geral, (d) apoio ainda tímido do Conselho Federal e 
dos Conselhos Regionais de Psicologia na área, conseqüência da formação 
deficiente recebida por seus dirigentes nesta área na sua formação universitária 
e (e) a falta de uma maior integração efetiva entre os profissionais e 
pesquisadores nacionais na área, embora já apareçam movimentos vigorosos e 
promissores nesse sentido (salientado-se o IBAP). 
 
 
 
 148 
 
Bibliografia 
 
Alchieri, J. C. (1999) Dilemas do Psicotécnico: Exame psicotécnico ou 
Avaliação psicológica? [Resumos] VIII Congresso Nacional de Avaliação 
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Porto Alegre, (pp.208- 215). Porto Alegre, RS: CNAP. 
Alchieri, JC & Scheffer, M. (2000, Maio). Indicadores da produção científica 
brasileira em avaliação psicológica: Resultados da elaboração de uma base 
de dados dos artigos publicados em periódicos brasileiros de 1930 a 1999. 
Trabalho apresentado no V Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica e 
VIII Conferência Internacional: Avaliação Psicológica - Formas e 
Contextos, MG, Brasil. 
Biaggio, A. (1977). Avaliação e perspectivas da psicologia. Rio de Janeiro, RJ: 
PUCRJ, Departamento de Psicologia. 
Pessoti, I. (1988). Notas para uma história da psicologia brasileira. Em 
Conselho Federal de Psicologia (Orgs.) Quem é o psicólogo brasileiro? 
(pp.). Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia. 
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Comissão Nacional de Testes Brasília, DF: Autor. 
Maluf, M. R. (1999). La psicologia em Brasil. Em M.M. Alonso & A Eagly 
(Orgs.) Psicologia en las américas (pp.67-85).Caracas: Sociedad 
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Santos, M.A. dos (1991). Relato dos temas abordados nos últimos encontros nas 
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[Resumos]. Sociedade Brasileira de psicologia (Orgs.), XXI Reunião Anual 
de Psicologia da SPRP (216), Ribeirão Preto, SP:SBP. 
Van Kolck, O.L. (1981). Técnicas de exame psicológico e suas aplicações no 
Brasil. 2 vols. Petrópolis, RJ:Vozes. 
 
 149 
Apêndice: Levantamento preliminar dos estudos pioneiros sobre Testes 
Psicológicos no Brasil 
João Carlos Alchieri, MS, UNISINOS/UFRGS 
 
ABC: 
 
Adrados, I. (1968). A Criança Desléxica. Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, 
42(3), 42-45. 
 
Cardoso, O.B. (1954). Maturidade, problemas relacionados à maturidade e o 
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