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SEGURANÇA NO TRABALHO E 
ERGONOMIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Costa 
Prof. Emerson Seixas 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A ideia central deste tema é conhecer mais sobre os aspectos relativos à 
prevenção de acidentes do trabalho, como são tratados os acidentes com e sem 
afastamento, seus aspectos legais. Em quais condições é necessária a abertura 
do Comunicado de Acidente de Trabalho, como isso impacta no Fator 
Acidentário Previdenciário e o que aborda o Nexo Técnico Epidemiológico. 
Ainda sobre a ótica de controle, será visto como são realizadas as 
investigações de causas dos acidentes, se houve um ato inseguro ou uma 
condição insegura. Analisaremos o que prevê a OHSAS 18001 e suas 
obrigações para avaliar a segurança e a saúde dos trabalhadores e as formas 
de dimensionar por meio de fluxogramas de processo. 
Vamos conhecer os equipamentos de proteção individual e os 
equipamentos de proteção coletiva, como são utilizados e aplicados de forma 
correta e segura, sem excessos e sem falta. 
Veremos ainda os conceitos aplicados aos andaimes, suas utilizações 
seguras, o que é permitido e o que não é permitido. 
Por fim, vamos ver as cadeiras suspensas, onde são aplicadas, como é 
realizada sua ancoragem e como são feitas as amarras para engate dos cabos 
de aço ou de fibra sintética. 
Dessa forma, convido você a estudar esse tema e nos acompanhar nesta 
aula. 
TEMA 1 – ASPECTOS LEGAIS E PREVENCIONISTAS 
Normalmente quando falamos sobre legalidade, nos referimos a leis e 
somos então direcionados ao profissional de direito, que é o advogado, porém 
nós, da área tecnológica, também devemos ter noções sobre o assunto, pois, 
direta ou indiretamente, estamos em posição de tomada de decisão ou 
encaminhamentos trabalhistas. Diante do fato, o conhecimento da CLT e a 
obediência às leis e às normas se tornam imprescindíveis. 
Existem diversas definições do que é AT – Acidente do Trabalho. Todos 
são provenientes da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, em seu art. 19, a qual 
será adotada neste estudo. Esse tipo0 de acidente é reconhecido como acidente 
típico. 
 
 
3 
Acidente de Trabalho é aquele que ocorre durante o exercício do 
trabalho, que provoca lesão corporal ou perturbação funcional que 
causa a morte, perda ou redução permanente ou temporária da 
capacidade para o trabalho. Consideram-se, igualmente, os casos 
ocorridos no percurso da residência e do local de refeição para o 
trabalho ou deste para aquele. (Mendes, 2002, p. 329) 
Conforme anteriormente tratado, legalmente existem outras definições 
para AT e essas definições estão ligadas às características, forma de ocorrência 
ou tipo de ocorrência. O acidente pode ser: 
• Acidente sem afastamento: causado por pequena lesão ao trabalhador, 
em que este retorna às atividades logo após o ocorrido. Exemplo: 
arranhões, corte superficiais etc.; 
• Acidente com afastamento: causado por lesão mais grave: 
• Com afastamento inferior a 15 dias: a empresa arca com os 
vencimentos até o 15° dia; 
• Com afastamento superior a 15 dias: dessa forma, a partir do 16° dia, 
o funcionário terá que se reportar ao INSS, e o valor do benefício será 
pago mediante perícia médica. 
Em alguns casos, os acidentes podem ocorrer fora do local de trabalho. 
Sendo assim, o trabalhador está em viagem ou desempenhando suas tarefas 
em outros locais. Dessa forma, se ocorrer o acidente em uma viagem, será 
caracterizado como acidente de trabalho. 
Para esclarecer o fato, encontramos no Quadro 1 os tipos de acidentes e 
suas descrições de acordo com a legislação brasileira. 
Quadro 1 – Tipos de acidentes listados na legislação brasileira 
Tipo de acidente Descrição 
Acidente típico Decorrente do exercício do trabalho pelo segurado 
Acidente de trajeto Que ocorre no trajeto entre a casa do trabalhador e a empresa onde 
ele trabalha 
Doenças 
relacionadas ao 
trabalho 
Doença profissional: ocasionada pela exposição a determinado 
agente, tipificada por ramo de atividade. Por exemplo, silicose 
desencadeada pela exposição a sílica. 
Doença do trabalho – adquirida em função de condições particulares 
em que o trabalho é realizado, que tenha relação direta com ele. Por 
exemplo – surdez, ou disacusia, decorrente da exposição ao ruído. 
Fonte: Pegatin, 2020. 
 
 
4 
É de suma importância que os quantitativos desses acidentes sejam 
documentados. A partir de 2000, o Ministério da Fazenda, por meio da base de 
dados do INSS – Instituto Nacional de Seguro Social, possui os números de CAT 
– Comunicado de acidente de trabalho emitido. Esse documento é denominado 
de AET – Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, fica disponível para 
download na página da Secretaria da Previdência (Brasil, 2017). 
Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à 
Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência 
e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena 
de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de 
contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada 
e cobrada pela Previdência Social. (Brasil, 1991) 
Apesar de obrigatória a emissão do CAT, muitas empresas não o fazem. 
De acordo com Brasil (2017), por volta de 18% dos acidentes de trabalho não 
são registrados por meio do CAT. Essa situação pode ser observada, pois, 
mesmo que não emitido o CAT, o trabalhador acidentado tem direito ao benefício 
previdenciário. 
Nessa linha, é interessante ressaltar que, além da própria empresa, 
também têm direito à emissão do CAT as seguintes entidades: 
1. O órgão fiscalizador; 
2. O trabalhador. 
Uma forma de quantificar a perda devido ao afastamento por acidente ou 
doença ocupacional pode ser feita por meio da contagem de dias perdidos de 
trabalho. 
Com o objetivo de minimizar as perdas pela não emissão do CAT, foi 
criado em 2007, com início operacional em 2010, o FAP – Fator acidentário 
previdenciário. O FAP é um índice aplicado sobre a contribuição de incidência 
de incapacidade laborativa, decorrente dos riscos ambientais de trabalho (RAT). 
Esta alíquota incide diretamente sobre a folha de pagamento, de acordo com o 
grau de risco vinculado à atividade econômica principal da empresa, sob a 
vigilância da receita federal. 
A Tabela 1 apresenta o percentual de contribuição de acordo com o grau 
de risco. 
 
 
 
5 
Tabela 1 – Percentual de contribuição da empresa em relação ao grau de risco 
(ano base 2007) 
Grau de risco (%) Contribuição 
1 1% 
2 2% 
3 3% 
Fonte: Pegatin, 2020. 
De acordo com o grau de risco, o FAP tem por objetivo indicar melhorias 
para a condição do empregado. 
Diante disso, são considerados pelo FAP quando analisado a empresa: 
1. Considerações sobre os acidentes (número e grau); 
2. Fatores ambientais; 
3. Condições de periculosidade. 
Segundo Pegatin (2020), “uma ferramenta para a formulação do grau de 
risco atribuído às atividades econômicas é o Nexo Técnico Epidemiológico 
(NTEP)”. Por meio do NTEP, é possível o cruzamento de informações 
provenientes com os dados previdenciários. Por esse meio, de acordo com o 
grau de risco da empresa, cria-se um nexo de causalidade, isto é, atribui-se uma 
espécie de culpabilidade da empresa que atua naquele ramo comercial quando 
um dado acidentário tem entrada no sistema (Brasil, 2007). 
O FAP e o NTEP oferecem uma oportunidade interessante às empresas 
que investem aos agravos à saúde dos trabalhadores. 
Vantagens do FAP/NTEP: 
1. O banco de dados da previdência é único, portanto todas as empresas do 
mesmo ramo de atividade são incluídas no mesmo conjunto; 
2. O FAO é uma alíquota variável, que tem a possibilidade de reduzir em 
50% ou aumentar em 100% o impacto sobre a folha (para empresas), em 
função do desempenho direto sobre as questões prevencionistas. 
Exemplo numérico para cálculo do FAP (Figura 1). Considere uma 
empresa com grau de risco 3 e folha de pagamentode 800 mil reais. 
 
 
 
 
 
 
6 
Figura 1 – Simulação de cálculo do FAP 
 
Fonte: Pegatin, 2020. 
 Pegatin (2020) observa: “Perceba que a mesma empresa poderá pagar, 
mensalidade de 24 mil ou 48 mil reais por mês, totalizando 144 mil ou 576 mil 
por ano. Como gestor fica evidente a tomada de decisão pelo valor obtido”. 
Saiba mais 
É importante notar que a empresa com menor custo interno terá melhor 
grau de competitividade e que esse menor custo interno está relacionado ao seu 
comprometimento com a segurança e a saúde de seu trabalhador. Isso também 
levará à maior satisfação e consequente produtividade e não absenteísmo. 
TEMA 2 – INVESTIGAÇÃO E CONTROLE DE ACIDENTES DE TRABALHO 
Investigar acidentes no ambiente de trabalho é uma tarefa complexa. Para 
obter sucesso na investigação de acidente no ambiente de trabalho, é 
necessário: 
1. Método; 
2. Coerência. 
2.1 Conceitos 
Segundo Pegatin (2020), a falha metodológica pode conduzir a resultados 
superficiais e normalmente conduzem a ações falhas e sem aplicabilidade 
prática. Termos importantes encontrados durante uma investigação: 
1. Ato inseguro – relaciona-se com a atividade de trabalho das pessoas, com 
atos e ações desenvolvidas, condições e características pessoais. Ato 
inseguro remete diretamente ao comportamento das pessoas; 
 
 
7 
2. Condições inseguras – relaciona-se com o meio ambiente em que o 
trabalhador está inserido, incluindo máquinas, equipamentos, processos, 
entre outros. Causas muito frequentes de condições inseguras são falta 
de manutenção, erros de projeto, matérias-primas com defeitos, entre 
outros. 
Ainda, podemos levar em consideração uma terceira classificação 
denominada de causas naturais, que é um fator é responsável por 1 a 2% dos 
acidentes. 
Em uma investigação de acidentes, devemos caminhar na direção da 
causa raiz, esteja ela nos processos ou nas pessoas. Na grande maioria dos 
acidentes, estes têm por causa uma falha humana. 
Como o custo de acidentes é caro para as empresas, um Sistema de 
Gestão de Saúde e de Segurança Operacional deve ser implementado. Esse 
sistema é destinado a gerenciar, organizar, identificar e controlar os riscos à 
saúde e à segurança no ambiente de trabalho. Visa também reduzir a 
probabilidade de ocorrer acidentes. 
Para identificar e analisar os riscos de acidentes no trabalho, o Sistema 
de Gestão de Saúde e de Segurança Operacional deve: 
• Classificar as atividades; 
• Identificar os perigos; 
• Avaliar o grau de riscos relativos à atividade desempenhada; 
• Definir se o risco é ou não tolerável; 
• Estabelecer um plano de controle; 
• Revisar e adequar constantemente o plano de controle. 
A OHSAS 18001 – sigla em inglês que significa Occupational Health and 
Safety Assessment Services, ou seja, Série de Avaliação da Segurança e Saúde 
no Trabalho – consiste em uma norma de auditoria que é reconhecida 
internacionalmente e foi desenvolvida para nortear as organizações a cumprir 
com suas obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2 – OHSAS 18001 
 
Fonte: Photo Veterok/Shutterstock. 
As áreas que a norma OHSAS 18001 abrange são as seguintes: 
• Planejamento da identificação de perigos, avaliação de riscos e controle 
dos riscos; 
• Estrutura e responsabilidade; 
• Treinamento, conscientização e competência; 
• Consulta e comunicação; 
• Controle operacional; 
• Prontidão e resposta a emergências; 
• Medição de desempenho, monitoramento e melhoria. 
A norma OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer empresa que 
procura desenvolver um procedimento adequado à redução dos riscos 
pertinentes à saúde e à segurança no trabalho. 
Uma das ferramentas para a identificação e análise de riscos adotadas 
por algumas empresas é a IPARA – Identificação de Perigos e Avaliação de 
Riscos de Acidentes –, que está de acordo com a norma OHSAS 18001. 
 
 
 
 
 
9 
2.2 Investigação de acidentes 
A prevenção de acidentes, conforme De Cicco e Fantazzini (2003), não 
se realiza apenas como o emprego de normas. Deve fazer parte da cultura da 
empresa e do olhar de cada trabalhador. A aplicação das normas indica o 
caminho a ser seguido pela empresa e delimita as ações que devem ser 
alcançadas para que haja o gerenciamento de riscos. Deve haver a prevenção 
antes da ocorrência de perdas. 
Figura 3 – Incêndios 
 
Fonte: Ilya Andriyanov/Shutterstock. 
De Cicco e Fantazzini (2003) ainda descrevem que a investigação das 
possíveis causas do acidente deve ser norteada não somente em aspectos 
teóricos, mas fundamentada na investigação e na determinação e das propostas 
para evitar a repetição. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4 – Investigação de acidentes (2) 
 
Fonte: Luigi Bertello/Shutterstock. 
2.3 Fluxograma 
Conforme Ritzman e Krajewski (2007, p. 43), “um fluxograma traça o fluxo 
de informações, clientes, funcionários, equipamentos ou materiais em um 
processo”. 
Define-se fluxograma como um método para descrever graficamente 
um processo existente, ou um novo processo proposto, usando 
símbolos simples, linhas e palavras, de forma a apresentar 
graficamente as atividades e a sequência no processo. (Harrington, 
1993, p. 103) 
Segundo Seixas (2020), “o fluxograma é um diagrama sistemático que 
visa representar de forma simples e objetiva as distintas fases de qualquer 
procedimento [...] e as relações de dependência entre eles”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 5 – Fluxograma 
 
Fonte: Nicoelnino/Shutterstock. 
TEMA 3 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E 
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) 
O empregador é o responsável número um por proporcionar ao 
empregado um ambiente seguro para a realização de suas atividades laborais. 
É interessante salientar que a proteção às situações de risco requer cuidado e 
monitoramento constantes por parte de profissionais de segurança, gestores, 
trabalhadores e órgãos competentes. 
O ideal é eliminar o risco na fonte em que é observado. O fato pode ser 
realizado por meio de EPCs – Equipamentos de Proteção Coletiva. Uma vez 
impossibilitado o fato, parte-se então para a utilização de EPIs – Equipamentos 
de Proteção Individual. 
Alguns dos principais equipamentos de proteção individual são uniforme 
(vestimenta adequada com a atividade a realizar e conforto), calçado, óculos, 
capacete, protetor auditivo, máscara respiratória, luvas. 
 
 
 
 
12 
Figura 6 – EPIs 
 
Fonte: Bonezboyz/Shutterstock. 
3.1 Área de atuação dos EPCs e EPIs 
EPC – atua diretamente na fonte geradora ou raiz do risco. Tem por 
objetivo eliminar ou reduzir o risco para limites de tolerância permitidos pela 
legislação. Meios que possibilitam a proteção coletiva: 
• Equipamentos – Chuveiro, chuveiro lava-olhos, extintor, hidrante, grades 
de proteção, guarda corpo; 
• Métodos – Placas de sinalização, Sinalização em cor; 
• Solução de projetos – Protetores de partes móveis de máquinas, telas, 
exaustores (gases, vapores e névoas), sensores; 
• Mudança de ambientes – Cabine de pintura, barreira de proteção contra 
luminosidade e radiação, enclausuramento acústico de fontes de ruído. 
EPI – tem por objetivo promover a segurança em situações em que não é 
possível (pelo menos de imediato) resolver a condição. São utilizados, como o 
próprio nome diz, de maneira individual, e incluem-se neste grupo: 
 
 
13 
• Protetores auditivos; 
• Óculos de proteção; 
• Luvas; 
• Capacetes, entre outros. 
3.2 Exemplo de aplicação de EPC 
Existem alguns equipamentos de proteção coletivo, e destes se destacam 
os equipamentos de plano vertical como os GcR – Guarda-corpo-rodapé (Figura 
7), utilizados onde há risco de queda de pessoas e materiais. 
Figura 7 – Sistema de Guarda corpo rodapé (GcR) 
 
Crédito: Elias Dahlke. 
A barreira com rede também é utilizada na construção civil e é composta 
por dois elementos horizontais, normalmente presos por um cabo de aço ou uma 
barra metálica firmemente fixada e com umarede de proteção resistente (150 
Kgf/m, malha de abertura com intervalo de 20 mm e 40 mm por vão) (Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Figura 8 – Sistema de barreira com rede 
 
Crédito: Eliane Ramos. 
Caso haja alguma abertura no piso, então a barreira é feita com um 
cercado em madeira ou material resistente, com cancela ou portão (Figura 9). 
Figura 9 – Proteção em aberturas nos pisos 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
 
 
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Em situações em que não seja possível a instalação do cercado fixo, 
então pode ser utilizado o cercado removível (Figura 10). 
Figura 10 – Sistema de cercado removível 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
A construção civil possui uma vasta gama de possibilidades de proteção 
para seus trabalhadores, uma delas é o fechamento provisório de poços de 
elevadores em prédios. Dessa forma, esse fechamento é realizado com um 
sistema GcR ou painel inteiriço com altura mínima de 1,20 m. Esse material deve 
ser resistente e fixado na estrutura da edificação, conforme Figuras 11 e 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Figura 11 – Sistema GcR de madeira 
 
Crédito: Eliane Ramos. 
Figura 12 – Sistema GcR painel inteiriço 
 
Crédito: Eliane Ramos. 
3.3 Exemplos de medidas de proteção coletiva 
 
 
17 
1. Isolamento (enclausuramento) do ruído provocado por ume máquina; 
2. Climatização de um ambiente considerado muito quente ou frio; 
3. Ampliação da iluminação ambiente do local; 
4. Placas de avisos em locais de importância ao processo; 
5. Substituição de um piso muito liso por piso antiderrapante. 
O Quadro 2 apresenta responsabilidades de empregadores, empregados, 
fabricantes e órgãos reguladores quanto aos EPIs. 
Quadro 2 – Responsabilidades de empregadores, empregados, fabricantes e 
órgãos reguladores quanto aos EPIs 
Responsabilidades Descrições 
Do empregador Adquirir EPI adequado ao risco de cada atividade; exigir o uso; 
orientar quanto ao uso, guarda e conservação; registrar seu 
fornecimento ao trabalhador 
Do empregado Usar, usando apenas na atividade a que se destina; 
responsabiliza-se pela guarda e conservação; comunicar ao 
empregador qualquer alteração; cumprir determinações sobre uso 
adequado 
Do fabricante Solicitar emissão do CA junto ao órgão competente; 
responsabilizar-se pela qualidade do EPI; comercializar apenas 
EPI portador de CA; providenciar avaliação de conformidade 
Do Ministério do 
Trabalho 
Cadastrar o fabricante ou importador do EPI; emitir ou renovar o 
CA de EPIs; estabelecer regulamentos técnicos; fiscalizar a 
qualidade dos EPIs; cancelar o CA, quando necessário 
TEMA 4 – ANDAIMES 
Grande aliado na indústria ou na construção civil, o andaime é um 
equipamento que se permite trabalhar em locais de difícil acesso, ou que 
necessitam de uma base sólida e ergonômica para que o trabalhador possa 
executar as tarefas a um nível elevado do solo. 
Por se tratar de um equipamento em que há risco de queda do 
trabalhador, que pode causar fraturas ou até a morte é fundamental seguir todas 
as recomendações de segurança, desde sua montagem e execução (Soares, 
2011, p. 135). 
A NR 18 prevê condições e meio ambiente de trabalho na indústria da 
construção. Os andaimes devem ser confeccionados e dimensionados para 
 
 
18 
suportar com segurança as cargas de trabalho que serão submetidas. O piso 
(base de apoio onde permanecerão os trabalhadores/equipamentos) deve ter 
forração completa, antiderrapante, nivelada e fixada de maneira segura e 
resistente. A base deve ser preferencialmente de madeira de boa qualidade, 
seca e sem rachaduras. As laterais devem ter um guarda-corpo, rodapé em todo 
o perímetro do andaime, e cabeceiras, Figura 13. 
Por se tratar de um equipamento de segurança, um profissional 
legalmente habilitado deve ser responsável pelo dimensionamento para 
estrutura, da sustentação e da fixação. Devem ser tomadas precauções quanto 
a montagem, movimentação e desmontagem, principalmente em locais próximos 
às redes elétricas. 
Figura 13 – Exemplo de GcR em andaime suspenso 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
A NR 18 determina que os andaimes suspensos devem garantir a 
estabilidade durante todo o período em que estiver sendo utilizado. Garantindo 
que os procedimentos operacionais de dispositivos ou equipamentos possam ser 
utilizados sem nenhum problema. 
Algo que é bastante comum ser visto, e até por desconhecimento, é o uso 
de escadas para se atingirem lugares mais altos sobre o piso de trabalho de 
andaimes, o que é proibido. Dessa forma, a única posição aprovada do uso de 
escadas é na lateral do andaime (Figura 14). O uso de escadas na base 
 
 
19 
(plataforma) do andaime desestabiliza e serve de alavanca para que o andaime 
caia. Lembrando que a utilização do andaime deve ser feito de maneira segura. 
 
Figura 14 – Andaime com escada lateral 
 
Crédito: Eliane Ramos. 
Outro modelo de andaimes é do tipo balança ou madeira, geralmente 
empregados em andaimes que não podem ser apoiados sobre o solo ou sobre 
uma superfície horizontal resistente. Este possui um sistema que se projeta para 
fora da construção de proteção ao trabalhador, podendo ser fixas ou móveis e 
suportados por vigas, ou estruturas em balanço, ou por engastamento ou outro 
sistema de contrabalanceamento no interior da construção. 
Conforme a Portaria SIT n. 224, de 6 de maio de 2011, os andaimes de 
madeira apenas podem ser empregados em obras de até três pavimentos ou 
altura equivalente (Brasil, 2011). Também deve ser projetado por um profissional 
legalmente habilitado. As torres de andaimes não podem exceder em altura, 
quatro vezes a menor dimensão da base de apoio, quando não estaiadas (Figura 
15). 
 
 
20 
Figura 15 – Andaime do tipo balança ou madeira com GcR 
 
Crédito: Elias Dahlke. 
A utilização do cinto de segurança tipo paraquedista deve ser empregado 
pelo trabalhador e ligado ao trava-quedas de segurança, além de estar ligado ao 
cabo-guia fixado em uma estrutura independente da estrutura de fixação e 
sustentação do andaime suspenso (Figura 16). 
Figura 16 – Cinto de segurança tipo paraquedista ligado ao trava-quedas de 
segurança 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
 
 
21 
TEMA 5 – CADEIRA SUSPENSA 
De acordo com Garcia (2012), em qualquer atividade que não haja a 
possibilidade de instalação e utilização de andaimes é permitido o emprego de 
cadeira suspensa individual, cuja sustentação deve ser executada por meio de 
cabo de aço ou cabo de fibra sintética. 
Deve haver na cadeira suspensa um dispositivo de subida e descida com 
dupla trava de segurança. Dessa forma, tanto para a sustentação feita por meio 
do cabo de aço quanto por meio de cabo de fibra sintética, o sistema de descida 
será com dupla trava de segurança. 
Também por ser um sistema de segurança, é proibida a improvisação da 
cadeira suspensa. Portanto, o trabalhador deve utilizar cinto de segurança tipo 
paraquedista, ligado ao trava-quedas em cabo-guia independente, como mostra 
a Figura 17. 
Figura 17 – Cinto de segurança tipo paraquedista ligado ao trava-quedas em 
cabo-guia independente 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
5.1 Ancoragem 
Segundo Garcia (2012), edificações com no mínimo quatro pavimentos, a 
partir do nível do térreo, ou altura de 12m (doze metros), necessitam ter previsão 
 
 
22 
para a instalação de dispositivos destinados à ancoragem de equipamentos de 
sustentação de andaimes e de cabos de segurança para o uso de proteção 
individual, bem como serem utilizados nos serviços de limpeza, manutenção e 
restauração de fachadas. 
Na instalação da ancoragem, os pontos de necessitam permanecer 
dispostos de modo a atender todo o perímetro da edificação. Devem suportar 
uma carga pontual de 1.200 Kgf (mil e duzentos quilogramas-força). O projeto 
estrutural da edificação deve prever essa força. Também deve ser constituído 
com material resistente às intempéries, como aço inoxidável ou material de 
característicasequivalentes. Os pontos de ancoragem dos cabos de segurança 
devem ser independentes 
5.2 Cabos de aço e cabos de fibra sintética 
Os cabos de aço utilizados em obras de construção devem estar de 
acordo com a norma técnica NBR 6327/83 - Cabo de Aço/Usos Gerais da ABNT 
e não podem ter emendas nem arames (hastes) rompidos que possam vir a 
comprometer a segurança quando for tracionado o cabo de aço. 
Da mesma forma que os cabos de aço, Pampalon (2008) recomenda que 
os cabos de aço e de fibra sintética necessitam ser fixados por meio de 
dispositivos que previnam seu deslizamento e desgaste. Ou utilizar os cabos de 
fibra sintética para sustentação cadeira suspensa, ou como cabo-guia para 
fixação do trava-quedas do cinto de segurança tipo paraquedista, que 
necessitará de alerta visual na cor amarela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Figura 18 – Cabo de fita sintética dotado de alerta visual amarelo 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
Para montagem dos engates dos cabos de aço, estes devem possuir um 
pequeno laço. Neste laço, é preso um olhal de aço para evitar que o cabo se 
rompa, pois no nó a resistência do cabo é muito reduzida. Utilizam-se no mínimo 
3 grampos em cabos de até 5/8” (Figura 19) (Pampalon, 2008). 
Figura 19 – Grampos para cabo de até 5/8" 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
 
 
24 
FINALIZANDO 
Nesta aula, procurou-se conhecer os aspectos relativos à prevenção de 
acidentes do trabalho, como são tratados os acidentes com e sem afastamento, 
seus aspectos legais e como são encaminhados ao INSS e como ficam os 
rendimentos do trabalhador, em quais condições é necessária a abertura do 
CAT, como isso impacta no FAP e o que aborda o NTEP. 
No âmbito da investigação e controle, foram estudados os conceitos e 
como são realizadas as investigações de causas dos acidentes, por exemplo, se 
houve um ato inseguro ou uma condição insegura. Foi visto também o que é o 
SGSSO e como são feitas as análises e gerenciamento da saúde ocupacional 
do trabalhador. Na sequência, foi estudado o OHSAS 18001 e suas obrigações 
para avaliar a segurança e saúde dos trabalhadores. Foi estudado também como 
são analisadas as formas de dimensionar por meio de fluxogramas de processo. 
Foram estudados os EPIs e EPCs, bem como suas utilizações e 
aplicações de forma correta e segura. Sem excessos e sem falta. Além disso, 
foram vistas quais são as áreas de atuação dos EPCs e EPIs e exemplos de 
aplicaçoes do EPC. 
No ultimo tema, estudaram-se as cadeiras suspensas, onde são 
aplicadas, como é realizado sua ancoragem e como é feita as amarras para 
engate dos cabos de aço ou de fibra sintética. 
 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
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2018. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2021. 
BRASIL. Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 25 jul. 1991. 
BRASIL. Ministério da Fazenda. Instituto Nacional de Seguro Social. Anuário 
Estatístico de Acidentes de Trabalho – AEAT 2017. Brasília: Ministério da 
Fazenda, 2017. 
BRASIL. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria n. 224, de 6 de maio de 
2011. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 10 maio 2011. 
DE CICCO, F.; FANTAZZINI M. L. Tecnologias consagradas de gestão de 
riscos. São Paulo: Risk Tecnologia, 2003. 
GARCIA, G. F. B. Segurança e medicina do trabalho: legislação. São Paulo: 
Método, 2012. 
HARRINGTON, J. H. Aperfeiçoando processos empresariais. São Paulo: 
Makron Books, 1993. 
MENDES, J. M. R. O acidente e a morte no trabalho: o verso e o anverso de uma 
história e a construção social de sua invisibilidade. In: JACQUES, M. G.; CODO, 
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SOARES, B. Cuidado na montagem e na execução de atividades em andaimes. 
Revista Proteção, Novo Hamburgo, v. 237, p. 135, set. 2011. 
	Conversa inicial
	A ideia central deste tema é conhecer mais sobre os aspectos relativos à prevenção de acidentes do trabalho, como são tratados os acidentes com e sem afastamento, seus aspectos legais. Em quais condições é necessária a abertura do Comunicado de Aciden...
	Ainda sobre a ótica de controle, será visto como são realizadas as investigações de causas dos acidentes, se houve um ato inseguro ou uma condição insegura. Analisaremos o que prevê a OHSAS 18001 e suas obrigações para avaliar a segurança e a saúde do...
	Vamos conhecer os equipamentos de proteção individual e os equipamentos de proteção coletiva, como são utilizados e aplicados de forma correta e segura, sem excessos e sem falta.
	Veremos ainda os conceitos aplicados aos andaimes, suas utilizações seguras, o que é permitido e o que não é permitido.
	Por fim, vamos ver as cadeiras suspensas, onde são aplicadas, como é realizada sua ancoragem e como são feitas as amarras para engate dos cabos de aço ou de fibra sintética.
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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