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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE PSICOLOGIA CONHECIMENTO LIVRE UNIVERSITÁRIO (CLU) MATÉRIA: FENOMENOLOGIA CONTEÚDO: RESUMOS E SIMULADOS PARA REALIZAÇÃO DA PROVA A1 - 1.2025 SÃO PAULO 2025 Estudos para Prova de Fenomenologia– A1 (Regimental) 1. Fenomenologia Existencial: Simone de Beauvoir e Merleau-Ponty A Fenomenologia Existencial surge da confluência entre a filosofia fenomenológica (originada com Husserl) e a filosofia existencialista (marcada por autores como Kierkegaard e Sartre). Essa corrente enfatiza a experiência vivida, a liberdade humana, e os modos de ser no mundo, com forte influência no campo da psicologia e da psicoterapia. Simone de Beauvoir, filósofa existencialista e feminista, trouxe contribuições relevantes à psicologia ao destacar a forma como o sujeito se constrói no mundo por meio de sua liberdade, escolhas e da condição histórica e social. Ela evidenciou o modo como os papéis sociais e as opressões moldam a existência, especialmente no caso das mulheres. Em suas obras, como O Segundo Sexo, propõe uma análise fenomenológica da vivência feminina e da alteridade, trazendo à psicologia reflexões sobre identidade, subjetividade e gênero como construções existenciais. Maurice Merleau-Ponty, por sua vez, é um dos principais nomes da fenomenologia francesa. Em sua obra Fenomenologia da Percepção, ele reformula a compreensão do corpo e da percepção, considerando o corpo não apenas como objeto fisiológico, mas como centro da experiência do mundo. Para ele, o corpo é “sujeito encarnado”, ou seja, é por meio do corpo que nos colocamos no mundo e estabelecemos relações com os outros. Sua visão influenciou profundamente abordagens psicoterapêuticas que valorizam a experiência vivida, o sensível e a intersubjetividade como fundamentos da clínica. RESUMO A Fenomenologia Existencial, especialmente nas obras de Simone de Beauvoir e Merleau-Ponty, oferece à psicologia bases para compreender o sujeito em sua experiência concreta e situada no mundo. ● Simone de Beauvoir: ○ A existência é construída pelas escolhas e condicionada pelas relações sociais. ○ Ênfase na liberdade, responsabilidade e construção histórica da subjetividade. ○ A alteridade e o gênero são centrais na compreensão da experiência vivida. ● Merleau-Ponty: ○ O corpo é o meio primário de relação com o mundo – é sujeito e não apenas objeto. ○ A percepção é um fenômeno situado, concreto, envolvendo sensações e intencionalidade. ○ A intersubjetividade (relação com o outro) é fundamental para compreender a experiência humana. 2. Psicoterapia Existencial A Psicoterapia Existencial é um modelo terapêutico que se fundamenta na filosofia fenomenológico-existencial. Seu foco principal é o sujeito em sua existência concreta, compreendendo-o como ser-no-mundo, ou seja, alguém que constrói sentido a partir das suas vivências, escolhas e relações. Essa abordagem se diferencia de modelos psicoterapêuticos tradicionais por não reduzir o sofrimento psíquico a sintomas ou estruturas mentais, mas por buscar compreender o modo como o indivíduo se relaciona com a vida e com os dilemas fundamentais da existência. Inspirada por pensadores como Kierkegaard, Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty, essa psicoterapia entende que os conflitos humanos estão ligados a questões como a liberdade, o medo, a responsabilidade, o vazio existencial, a finitude (morte) e o sentido da vida. O terapeuta não atua como um especialista que interpreta ou corrige o paciente, mas como um acompanhante que, junto ao sujeito, busca compreender o seu modo singular de estar no mundo. Essa abordagem se expressa de forma prática em um setting terapêutico que valoriza a escuta aberta, a autenticidade da relação e o acolhimento das angústias existenciais. A terapia é, portanto, um espaço de encontro onde o cliente é convidado a refletir sobre suas escolhas, assumir sua liberdade e responsabilidade, e encontrar um sentido pessoal em meio às contradições da vida. RESUMO A Psicoterapia Existencial é um modelo clínico que emerge da filosofia existencial e fenomenológica, focando na experiência humana concreta. ● Fundamentos: ○ Influências filosóficas: Kierkegaard, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty. ○ Ênfase na existência, liberdade, responsabilidade e sentido. ○ O sofrimento é compreendido como expressão da condição humana, não como doença. ● Relação terapêutica: ○ Horizontalidade na relação entre terapeuta e cliente. ○ Encontro genuíno e escuta fenomenológica. ○ Foco no aqui-agora e na experiência vivida. ● Aplicações clínicas: ○ Ajuda na elaboração de dilemas existenciais. ○ Auxilia o sujeito a lidar com o vazio, angústia, escolhas e finitude. ○ É indicada para questões de identidade, crises existenciais e conflitos de sentido. 3. Daseinsanálise A Daseinsanálise é uma abordagem psicoterapêutica desenvolvida por Medard Boss, fundamentada na filosofia existencial de Martin Heidegger. O termo "Dasein" significa literalmente "ser-aí", e se refere à condição humana de existir no mundo de forma consciente e relacional. A Daseinsanálise propõe uma psicologia que compreende o ser humano a partir de sua abertura ao mundo, suas possibilidades de ser e sua liberdade de escolha. Ao contrário de abordagens que medicalizam ou patologizam o sofrimento psíquico, a Daseinsanálise considera que os sintomas são modos de ser no mundo que expressam um distanciamento do próprio existir autêntico. Assim, não se busca "curar" um sintoma isolado, mas compreender como o sujeito se relaciona com seu próprio modo de viver, com o tempo, com os outros e com a morte. O terapeuta, nesse processo, atua como um facilitador da abertura existencial, promovendo um encontro em que o paciente possa se escutar e se responsabilizar por suas escolhas. A prática clínica da Daseinsanálise requer uma escuta cuidadosa, que evita explicações causais e diagnósticos classificatórios. Em vez disso, o foco está no modo como a existência se manifesta na linguagem, nos gestos e nos silêncios. Trata-se de um método profundamente ético, que respeita a singularidade e a liberdade de cada sujeito. RESUMO A Daseinsanálise é uma forma de psicoterapia de base fenomenológico-existencial inspirada na filosofia de Heidegger. ● Fundamentos filosóficos: ○ Origem no conceito de "Dasein" (ser-aí) da ontologia heideggeriana. ○ Ênfase na existência como abertura ao mundo, liberdade e responsabilidade. ○ Rejeita visões deterministas e patologizantes da psicologia tradicional. ● Relação terapêutica: ○ O terapeuta é um acompanhante existencial, não um técnico ou avaliador. ○ Busca-se compreender o modo de ser do paciente, sem julgamentos ou rótulos. ○ A escuta é fenomenológica e acolhedora das experiências mais singulares. ● Aplicações clínicas: ○ Indicação para sofrimentos ligados a crises de sentido, alienação e bloqueios existenciais. ○ Não se foca em sintomas, mas nos modos de ser que precisam ser compreendidos e ressignificados. ○ Envolve uma abordagem ética, humanista e libertadora. 4. Gestalt-terapia A Gestalt-terapia é uma abordagem psicoterapêutica que surge no contexto da fenomenologia e do existencialismo, priorizando a experiência presente, a consciência e a autorresponsabilidade. Desenvolvida por Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman, a Gestalt se baseia na ideia de que os indivíduos tendem naturalmente à autorregulação e à integração de suas experiências, desde que estejam conscientes de seus sentimentos, pensamentos e ações no "aqui e agora". Do ponto de vista epistemológico, a Gestalt-terapia considera o sujeito como um ser em constante relação com o ambiente. Essa interação é chamada de campo organismo/meio. Os problemas emocionais, segundo essa perspectiva,surgem quando há interrupções nesse campo, como a fuga de sentimentos, o bloqueio de impulsos ou o excesso de controle racional. A psicoterapia busca restaurar a fluidez dessa relação, ampliando a consciência e promovendo escolhas mais autênticas. Na prática clínica, o terapeuta trabalha com técnicas que favorecem o contato, como dramatizações, uso do corpo, da imaginação e do diálogo interno. O foco está no "como" e não no "porquê", ou seja, na forma como o paciente vive suas dificuldades no presente, e não em explicações causais do passado. Essa abordagem se alinha à fenomenologia por valorizar a experiência direta e por respeitar a singularidade do sujeito. RESUMO A Gestalt-terapia é uma abordagem existencial-fenomenológica centrada na experiência e no contato com o presente. ● Bases filosóficas e teóricas: ○ Influências da fenomenologia (valorização da experiência imediata) e do existencialismo (liberdade e responsabilidade). ○ O ser humano é compreendido como um todo em interação constante com o ambiente. ● Prática terapêutica: ○ Ênfase no “aqui e agora” da experiência. ○ Técnicas vivenciais: dramatizações, diálogo com partes internas, trabalho corporal. ○ Busca-se aumentar a consciência e promover integração emocional. ● Objetivos terapêuticos: ○ Ampliar o contato do paciente consigo e com o mundo. ○ Restaurar a capacidade de autorregulação do organismo. ○ Favorecer escolhas mais autênticas e integrais. 5. Psicopatologia Fenomenológica A psicopatologia fenomenológica tem como base o pensamento filosófico de Edmund Husserl e a tradição existencial, sendo posteriormente aprofundada por autores como Karl Jaspers, Ludwig Binswanger e Medard Boss. Essa vertente propõe compreender os transtornos psíquicos a partir da vivência subjetiva do indivíduo, ou seja, da forma como ele experiencia o mundo, o corpo, o tempo, o espaço e os outros. Diferente de modelos biomédicos que focam em sintomas objetivos e classificações nosográficas, a psicopatologia fenomenológica busca compreender o modo de ser do paciente. Karl Jaspers, considerado o fundador da psicopatologia fenomenológica, introduz o método compreensivo como via para acessar o sentido interno dos fenômenos psíquicos, respeitando a singularidade da experiência. Por exemplo, em vez de apenas rotular um paciente como “depressivo”, o clínico fenomenológico explora como esse sujeito vive a tristeza, o vazio e a perda de sentido. Essa abordagem é especialmente útil na compreensão de quadros complexos e comórbidos, pois considera o sofrimento psíquico em sua totalidade, evitando reducionismos. Ao compreender as alterações na percepção do tempo, do corpo, da intersubjetividade e da espacialidade, o terapeuta pode acolher de forma mais empática a angústia existencial do paciente e construir uma escuta terapêutica mais autêntica. RESUMO A psicopatologia fenomenológica é uma forma de compreender o sofrimento psíquico por meio da vivência subjetiva do indivíduo, priorizando o sentido existencial da experiência. ● Fundamentos teóricos: ○ Inspirada na fenomenologia de Husserl e no existencialismo. ○ Karl Jaspers introduz o método compreensivo na psicopatologia. ○ Foco na descrição e compreensão da vivência, e não na classificação. ● Abordagem clínica: ○ Busca-se entender como o paciente experiencia o mundo. ○ Fenômenos como ansiedade, angústia e despersonalização são tratados como formas de ser-no-mundo alteradas. ○ Valorização da escuta empática e da intersubjetividade. ● Aplicações: ○ Compreensão aprofundada de transtornos como esquizofrenia, depressão e transtornos de personalidade. ○ Relevante na discussão sobre comorbidades e diagnósticos complexos. ○ Proporciona uma clínica centrada no sujeito e não na doença. 6. Casos Clínicos em Fenomenologia Existencial O estudo de casos clínicos sob a perspectiva fenomenológico-existencial tem como principal objetivo compreender o sofrimento psíquico a partir da experiência vivida do paciente, valorizando suas narrativas, significados e formas de estar-no-mundo. Diferentemente de modelos que classificam os sintomas de maneira objetiva e padronizada, essa abordagem busca escutar o sujeito em sua singularidade, investigando suas relações com o tempo, o corpo, o espaço e os outros. Por exemplo, em quadros de ansiedade e pânico, o enfoque fenomenológico procura entender como o tempo vivido pelo paciente é distorcido — o futuro torna-se uma ameaça constante e o presente se encolhe, gerando um colapso na sensação de continuidade existencial. Em casos de transtornos de personalidade borderline, a análise fenomenológica pode revelar uma instabilidade na constituição do self, na vivência dos vínculos afetivos e na construção do sentido de identidade, evidenciando rupturas na estrutura da intersubjetividade. Esses casos também abrem espaço para o estudo da psicopatologia do tempo vivido, como ocorre na esquizofrenia. Pacientes podem experienciar o tempo de maneira fragmentada ou distorcida, o que repercute em sua percepção do mundo e de si mesmos. A fenomenologia permite ao clínico acessar essas nuances subjetivas, não como bizarrices clínicas, mas como expressões legítimas de um modo alterado de ser-no-mundo, que requer escuta, compreensão e cuidado. RESUMO O estudo de casos clínicos na fenomenologia existencial visa uma escuta profunda e compreensiva da experiência vivida pelo paciente, colocando o foco em sua subjetividade e relação com o mundo. ● Princípios: ○ Escuta ativa da narrativa do paciente sem julgamento antecipado. ○ Investigação da experiência vivida de sintomas como ansiedade, pânico, instabilidade afetiva, entre outros. ○ Valorização do tempo vivido, da corporeidade e da intersubjetividade. ● Casos exemplares: ○ Ansiedade e pânico: colapso do tempo existencial e sensação de ameaça constante. ○ Transtornos de personalidade borderline: falhas na constituição do self e na vivência dos vínculos. ○ Esquizofrenia: alteração profunda da percepção de tempo, espaço e realidade. ● Abordagem terapêutica: ○ Atenção à singularidade do sofrimento. ○ Evita reducionismos diagnósticos. ○ Fundamenta intervenções empáticas e baseadas na escuta existencial. 7. Fenomenologia Decolonial A fenomenologia decolonial é uma abordagem crítica que busca articular a tradição fenomenológica com os desafios e legados deixados pela colonialidade, especialmente no campo da psicologia. Essa vertente procura compreender como os modos de ser, existir e sofrer dos sujeitos colonizados foram historicamente silenciados, patologizados ou invisibilizados pelos discursos científicos dominantes. Trata-se, portanto, de uma ampliação epistemológica e ética da psicologia fenomenológica, abrindo-se para múltiplas formas de subjetividade e existência. Essa perspectiva parte da crítica ao eurocentrismo presente na produção de conhecimento psicológico, especialmente no que se refere aos conceitos universais de saúde mental, sofrimento e normalidade. A fenomenologia decolonial propõe uma escuta sensível às experiências de sujeitos racializados, indígenas, periféricos e migrantes, reconhecendo as marcas do racismo estrutural, da desigualdade e da opressão como elementos constituintes do sofrimento psíquico. Autores como Frantz Fanon e pensadores contemporâneos das Américas Latinas influenciam essa proposta, destacando a importância de um pensamento situado, que considere as vivências do corpo racializado, da pele colonial e das formas de resistência cultural como categorias fundamentais para compreender o existir. Na prática clínica, isso significa reconhecer que não existe neutralidade na escuta, e que o sofrimento é atravessado por múltiplas violências sociais e históricas. RESUMO A fenomenologia decolonialpropõe uma crítica à psicologia tradicional, ampliando os horizontes da fenomenologia para acolher a pluralidade de existências marcadas pela colonialidade. ● Fundamentos: ○ Superação do eurocentrismo na psicologia e na fenomenologia. ○ Reconhecimento do sofrimento causado por opressões históricas e sociais. ○ Integração do pensamento decolonial à prática clínica existencial. ● Conceitos-chave: ○ Pele Colonial: a experiência do corpo racializado como lugar de exclusão e resistência. ○ Pensamento situado: a escuta clínica deve considerar o contexto social, histórico e cultural do sujeito. ○ Descolonização da escuta: romper com pressupostos normativos da psicologia sobre sofrimento e identidade. ● Aplicações clínicas: ○ Acolher a subjetividade de sujeitos oprimidos de forma ética e implicada. ○ Atentar para os efeitos do racismo, da exclusão e da marginalização nas experiências de sofrimento. ○ Promover uma psicologia plural, ética e comprometida com a justiça social. 9. Referências 1. BEAUVOIR, Simone de. Contribuições do pensamento de Simone de Beauvoir para a Psicologia. In: Psicologia Fenomenológica e Existencial. Capítulo 5. 2. VERISSIMO, D. S. Escritos sobre fenomenologia da percepção: espacialidade, corpo, intersubjetividade e cultura contemporânea. São Paulo: Editora UNESP, 2021. Cap. 3. ISBN 978-65-5714-048-2. 3. Psicologia Fenomenológica e Existencial. Capítulo 8 – A Clínica Existencial. Capítulo 7 – Pensamento Decolonial e Psicologia Existencial. 4. MATRIZES DO PENSAMENTO IV: Fenomenologia Existencial e Humanista. Capítulo 4 – Fenomenologia, Existencialismo e Humanismo. Capítulo 13 – Bases Epistemológicas da Gestalt Terapia. Capítulo 4 – Fundamentos da Psicologia Fenomenológica Existencial Heideggeriana. 5. FUNDAMENTOS DE CLÍNICA FENOMENOLÓGICA. Capítulo 22 – Daseinsanalyse Clínica e Medard Boss. Capítulo 3 – Contribuições da Psicopatologia Fenomenológica para a Noção de Comorbidade e Duplo Diagnóstico em Psiquiatria. Capítulo 14 – Transtornos de personalidade borderline na ótica fenomenológica. Capítulo 16 – Ansiedade e Pânico. Capítulo 17 – O Tempo Vivido na Ansiedade Entrelaçada à Esquizofrenia. 6. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA. Capítulo 7 – Karl Jaspers e a Fundação da Psicopatologia. 7. TÉCNICAS EM GESTALT. Capítulo 9 – Experimentação. 8. PSICOLOGIA, FENOMENOLOGIA E QUESTÕES COLONIAIS. Capítulo 3 – Pele Colonial. 📘 Simulado A1 – Fenomenologia (Psicologia) Curso: Psicologia Matéria: Psicologia Fenomenológica e Existencial Avaliação: Prova Regimental A1 Questões de múltipla escolha (1 alternativa correta) 1. Segundo Simone de Beauvoir, o ser humano é: a) Uma essência fixa e imutável. b) Um sujeito racional, independente da história. c) Um projeto em constante construção e liberdade. d) Um conjunto de instintos naturais. 2. Para Merleau-Ponty, o corpo é: a) Apenas um objeto físico entre outros. b) A interface entre o mundo interno e externo. c) Inferior à mente racional. d) Uma máquina comandada pela consciência. 3. A fenomenologia existencial se distingue por: a) Ser centrada apenas em comportamentos observáveis. b) Buscar leis universais e previsíveis. c) Considerar a experiência vivida do sujeito. d) Priorizar dados estatísticos e objetivos. 4. Qual autor introduziu o conceito de "ser-no-mundo" como central na compreensão da existência humana? a) Sartre b) Merleau-Ponty c) Heidegger d) Freud 5. A Psicoterapia Existencial tem como foco: a) Corrigir distorções cognitivas. b) A adaptação do sujeito ao meio. c) A escuta da experiência vivida e dos sentidos existenciais. d) A análise do inconsciente reprimido. 6. Um dos pilares da Daseinsanálise é: a) Diagnóstico baseado em critérios biomédicos. b) O uso de testes padronizados. c) O encontro autêntico entre terapeuta e paciente. d) A investigação do comportamento verbal. 7. A Gestalt-terapia enfatiza: a) O papel da linguagem racional. b) A experiência presente e a consciência corporal. c) O distanciamento emocional. d) A repressão dos afetos. 8. A psicopatologia fenomenológica considera que os transtornos mentais são: a) Sempre causados por fatores genéticos. b) Objetos naturais isolados. c) Expressões do modo de ser-no-mundo do sujeito. d) Totalmente explicáveis por exames neurológicos. 9. Na clínica existencial, a escuta do paciente se orienta por: a) Técnicas padronizadas e roteiros. b) Julgamento e categorização de sintomas. c) Abertura à singularidade da existência do outro. d) A verificação de coerência cognitiva. 10. Qual das alternativas a seguir representa uma crítica existencial à visão tradicional da ciência? a) A ciência oferece respostas absolutas sobre a verdade. b) O sujeito pode ser plenamente conhecido por variáveis mensuráveis. c) O ser humano é reduzido a um objeto entre outros. d) A razão objetiva é suficiente para compreender a subjetividade. 11. Para a Daseinsanálise, o sofrimento psíquico é: a) Uma disfunção neuroquímica. b) Um desajuste social. c) Um modo de ser que perdeu sua abertura ao mundo. d) Uma falha no desenvolvimento infantil. 12. Simone de Beauvoir contribuiu com a psicologia principalmente ao: a) Definir categorias de temperamento. b) Introduzir testes psicométricos. c) Problematizar a construção existencial da mulher na sociedade. d) Aplicar a psicanálise ao feminismo. 13. A "intersubjetividade" em Merleau-Ponty refere-se à: a) Submissão do sujeito ao coletivo. b) Relação entre sujeitos corporificados no mundo. c) Comunicação abstrata e racional. d) Indiferença entre os sujeitos. 14. A abordagem fenomenológica entende a ansiedade como: a) Um distúrbio hormonal. b) Um desvio patológico da normalidade. c) Uma forma de revelar o sentido da existência. d) Uma falha de aprendizagem. 15. A fenomenologia decolonial busca: a) A replicação de teorias europeias. b) A valorização de saberes locais e vivências subalternizadas. c) A neutralidade cultural. d) A superação das diferenças culturais. 16. A concepção de tempo na fenomenologia é: a) Linear e cronológica. b) Subjetiva e vivida. c) Medida por relógio. d) Igual para todos os sujeitos. 17. A técnica da "experimentação" na Gestalt-terapia serve para: a) Validar hipóteses clínicas. b) Romper padrões automáticos e ampliar a consciência do aqui-agora. c) Induzir respostas emocionais. d) Avaliar funções cognitivas. 18. Karl Jaspers contribuiu para a psicopatologia ao: a) Criar o DSM. b) Integrar a experiência subjetiva na análise dos transtornos mentais. c) Negar a importância da consciência. d) Fundar a psicanálise clínica. 19. A fenomenologia aplicada à clínica enfatiza: a) A neutralidade afetiva do terapeuta. b) A escuta empática e a suspensão de julgamentos. c) A prescrição de medicamentos. d) A condução por um roteiro fixo. 20. Um elemento central da psicoterapia fenomenológica-existencial é: a) Diagnóstico estatístico e classificatório. b) Tratamento rápido com foco em sintomas. c) Compreensão do sentido existencial do sofrimento. d) Intervenções comportamentais diretas Questão Gabarito Justificativa 1 c Beauvoir entende o ser humano como um projeto inacabado, sempre em construção, livre e responsável por suas escolhas. 2 b Merleau-Ponty compreende o corpo como base da percepção, sendo ao mesmo tempo sujeito e objeto da experiência. 3 c A fenomenologia existencial valoriza a experiência subjetiva vivida, não a redução a dados objetivos. 4 c Heidegger introduziu o conceito de "ser-no-mundo" como estrutura fundamental da existência humana. 5 c A Psicoterapia Existencial escuta a vivência singular do sujeito, comfoco no sentido e liberdade. 6 c A Daseinsanálise valoriza o encontro entre terapeuta e paciente como espaço de abertura e compreensão. 7 b A Gestalt-terapia prioriza a vivência do aqui-agora e o contato com as sensações e emoções. 8 c A psicopatologia fenomenológica vê os transtornos como modos de ser no mundo, não como falhas isoladas. 9 c A clínica existencial-fenomenológica busca escutar a existência singular do paciente sem reduzi-lo a categorias. 10 c A crítica existencial aponta a objetificação do ser humano nas ciências naturais. 11 c Para a Daseinsanálise, o sofrimento é um modo de ser que perdeu sua abertura ao mundo e às possibilidades. 12 c Simone de Beauvoir questionou as construções sociais da mulher e sua opressão, influenciando a psicologia crítica. 13 b A intersubjetividade em Merleau-Ponty é a relação entre corpos vividos em um mundo compartilhado. 14 c A ansiedade, para a fenomenologia, é uma vivência que revela a condição humana diante da liberdade e finitude. 15 b A fenomenologia decolonial busca valorizar experiências e saberes marginalizados pelos modelos eurocêntricos. 16 b O tempo fenomenológico é o tempo vivido, não apenas o cronológico. 17 b A experimentação na Gestalt serve para interromper padrões e ampliar a consciência do momento presente. 18 b Jaspers integrou a experiência subjetiva na compreensão dos transtornos mentais, marcando a psicopatologia fenomenológica. 19 b A escuta fenomenológica exige suspensão de julgamentos e empatia com o mundo vivido do paciente. 20 c A clínica fenomenológica busca compreender o sentido do sofrimento existencial, não apenas tratar sintomas. Manifesto do Conhecimento Livre Universitário Somos estudantes. Somos pesquisadores. Somos buscadores incansáveis de saber. E agora, somos também criadores de um novo caminho. Nasce aqui o Conhecimento Livre Universitário (CLU) – um projeto coletivo, gratuito e sem fins lucrativos, construído por universitários e para universitários. Um movimento que se ergue do desejo de compartilhar, de democratizar o acesso à informação e de apoiar todos os que, em sua jornada acadêmica, enfrentam o silêncio das disciplinas esquecidas, os conteúdos escassos e a solidão nos estudos. Vivemos um tempo em que o saber, muitas vezes, é tratado como privilégio. Nós dizemos: não precisa ser assim. O conhecimento pertence a todos. Ele pulsa nas salas de aula, nas bibliotecas, nos fóruns online e, acima de tudo, nas mãos daqueles que estudam com paixão e coragem. Este manifesto é nosso compromisso com: ● A Liberdade de Acesso: Todo estudante tem o direito de aprender, sem barreiras financeiras ou institucionais. Nossos materiais serão sempre abertos, acessíveis e colaborativos. ● A Colaboração Anônima: Não buscamos fama. Nosso nome é coletivo. Somos vozes que se somam para oferecer apoio àqueles que precisam. Se o conhecimento transforma, ele deve circular livremente. ● A Responsabilidade Acadêmica: Todo conteúdo aqui reunido será construído com base em fontes confiáveis, diretrizes curriculares e responsabilidade ética. Não substituímos o estudo formal, mas o fortalecemos com clareza e solidariedade. ● A Partilha como Atitude Revolucionária: Dividir é multiplicar. Quando compartilhamos nosso aprendizado, todos crescem. O Conhecimento Livre Universitário é um convite permanente à partilha. Que este manifesto seja o ponto de partida. Que cada estudante que o leia se sinta parte de algo maior. Que cada contribuição se torne semente de autonomia, apoio e transformação. Conhecimento é poder. E poder, quando compartilhado, liberta. Assinam este manifesto, todas as mentes inquietas, anônimas e generosas que acreditam que aprender juntos é sempre melhor do que aprender só. UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE PSICOLOGIA CONHECIMENTO LIVRE UNIVERSITÁRIO (CLU) MATÉRIA: FENOMENOLOGIA CONTEÚDO: RESUMOS E SIMULADOS PARA REALIZAÇÃO DA PROVA A1 - 1.2025 SÃO PAULO 2025 Estudos para Prova de Fenomenologia– A1 (Regimental) 1. Fenomenologia Existencial: Simone de Beauvoir e Merleau-Ponty 2. Psicoterapia Existencial 3. Daseinsanálise 4. Gestalt-terapia 5. Psicopatologia Fenomenológica 6. Casos Clínicos em Fenomenologia Existencial 7. Fenomenologia Decolonial 9. Referências 📘 Simulado A1 – Fenomenologia (Psicologia) Manifesto do Conhecimento Livre Universitário